O documento fornece informações sobre o coma, definindo-o como um estado de ausência de consciência e não responsividade aos estímulos. Detalha as principais causas, como lesões no tronco cerebral ou destruição de áreas cerebrais, e aborda a anatomofisiologia, diagnóstico, tratamento e cuidados de enfermagem necessários para pacientes nessa condição.
2. CONCEITO O QUE É O COMA
Estado em que o
indivíduo não demonstra
conhecimento de si
próprio e do ambiente →
ausência ou extrema
diminuição do alerta
comportamental (NC),
permanecendo não
responsivo aos estímulos
internos e externos e com
os olhos fechados.
ESTADO
PROFUNDO,
SEMELHANTE AO
SONO DO QUAL
O PACIENTE NÃO
PODE SER
ACORDADO
ECG: não obedece a
comandos, não
pronuncia palavras e
não abre os olhos,
com pontuação ≤ a 8
3. ANATOMOFISIOLOGIA
Consciência
1. Conteúdo: Córtex cerebral
(funções superiores)
2. Nível: grau de alerta do
indivíduo →Formação
reticular ativadora
ascendente (FRAA) na porção
rostral do tronco cerebra
4. AS PRINCIPAIS CAUSAS DE COMA SÃO:
1. LESÕES QUE DANIFICAM O FRAA NA PARTE
SUPERIOR DO MESENCÉFALO
2. DESTRUIÇÃO DE GRANDES ÁREAS DOS
HEMISFÉRIOS CEREBRAIS
3. SUPRESSÃO DA FUNÇÃO RETICULOCEREBRAL
POR FÁRMACOS, TOXINAS, ANORMALIDADES
METABÓLICAS, INFECÇÕES E OUTRAS
ETIOLOGIA
5. LESÕES EXPANSIVAS E
HERNIAÇÕES
A cavidade craniana é separada em
compartimentos
- Dobras da dura-máter
- Foice do cérebro
- Tentório do cerebelo
HERNIAÇÃO
-DESLOCAMENTO DO
TECIDO CEREBRAL PARA
UM ESPAÇO QUE
NORMALMENTE NÃO
OCUPA. COMA E MUITOS
DOS SEUS SINAIS PODEM
SER ATRIBUÍDOS A ESSES
DESLOCAMENTOS
6. Quando o paciente se apresenta comatoso e
apresenta sinais focais como respostas pupilares e
motoras anormais, presume-se a ocorrência de afecção
neurológica, até que se prove o contrário. Já se o
paciente manifesta sinais comatosos, mas reflexos de
fotorreação preservados, a hipótese clínica passa a ser
distúrbios de ordem metabólica ou intoxicações.
Os exames complementares incluem exames
laboratoriais com ênfase na glicemia, eletrólitos,
osmolaridade sanguínea e urinária, função renal e
hepática e coagulograma. Exames de imagem como
tomografia computadorizada e ressonância magnética
auxiliam a observação das estruturas intracranianas. Já
o encefaloframa evidencia a atividade elétrica neuronal.
DIAGNÓSTICO
7. Uma vez que as alterações de nível de consciência podem
flutuar desde um comprometimento na capacidade de alerta até o
coma, as manifestações clínicas podem ser muito variadas.
Inicialmente, alterações sutis de comportamento, inquietação e
ansiedade podem ser os primeiros sinais. Quando a causa não se
resolve, é possível verificar uma diminuição da capacidade de
resposta pupilar, na abertura ocular, nas respostas verbal e
motora.
A alteração do nível de consciência expõe o paciente ao maior
risco de descompensação dos demais sistemas orgânicos. A
anamnese e o exame físico devem ser orientados na avaliação das
respostas mentais, funções dos nervos cranianos, equilíbrio e
coordenação motora (função cerebelar), reflexos e respostas
motoras e verbais.
8. A prioridade terapêutica é a manutenção das
vias aéreas pérvias e, sempre que a pontuação
da ECG for menor ou igual a 8, o paciente
necessita de intubação e ventilação mecânica.
Além disso, especial atenção deverá ser dada
ao estado circulatório (frequência e pressão
arterial), pois o choque é um risco e é
necessário garantir a adequada perfusão
cerebral.
A causa de base deve ser adequadamente
manejada para reverter o quadro. Além disso,
deve-se atentar para a mitigação de potenciais
complicações e ofertar suporte nutricional
conforme cada caso.
TRATAMENTO
9. Interrupção do transporte de substratos energéticos
Hipóxia; isquemia; hipoglicemia
Alteração da excitabilidade neuronal
Intoxicação por fármacos/álcool; anestesia; epilepsia
Reservas cerebrais
Glicose →2 minutos/Oxigênio 8-10 segundos
Hipoxia-isquemia →destruição neuronal
Hipoglicemia; hiponatremia; hiperosmolaridade; hipercapnia;
insuficiência renal e hepática →alterações neuropatológicas leves e
reversíveis
Nas encefalopatias metabólicas, o grau de alteração neurológica
depende em grande parte da velocidade das alterações séricas
COMA POR DISTÚRBIOS METABÓLICOS
10. Avaliação do nível de consciência
Escala de coma de Glasgow
1) Resposta Ocular
2) Resposta Verbal
3) Resposta Motora
Escala FOUR
1) Resposta ocular
2) Resposta motora
3) Reflexos de tronco cerebral
4) Respiração
EXAME NEUROLÓGICO
11. Perfeito conhecimento da etiologia do
coma
Irreversibilidade do estado de coma
Ausência de reflexos do tronco
encefálico
Ausência de atividade cerebral cortical
Confirmação de ME deve se basear em 4
princípios
MORTE ENCEFÁLICA
12. CUIDADOS DE ENFERMAGEM
A alteração do nível de consciência não se
trata de um distúrbio em si, mas se manifesta
como um importantíssimo de fenômenos
fisiopatológicos de ordem neurológica,
(traumatismos, isquemia cerebral, aumento
da pressão intracraniana), toxicológica
(superdosagem ou intoxicação endógena) ou
metabólica (insuficiência hepática, renal
cetoacidose diabética).
13. CUIDADOS DE ENFERMAGEM
A ruptura das células do Sistema Nervoso
(ex.: edema celular);
O mau funcionamento dos
neurotransmissores (ex.: destruição de
receptores por anticorpos); ou
Alterações morfológicas do parênquima
cerebral, do tronco encefálico e da ponte
(alterações de pressão intracraniana,
tumores, congestão liquórica).
Os cuidados de enfermagem incluem:
14. Processo de Enfermagem
Eliminação traqueobrônquica
ineficaz relacionada com a
incapacidade com o nível de
consciência alterado;
Risco de lesão relacionado com a
diminuição da consciência;
Déficit de volume de líquidos
relacionado à incapacidade de
ingerir líquidos;
Risco de integridade de pele
prejudicada relacionada à
imobilidade prolongada.
Diagnósticos de Enfermagem
possíveis: Manutenção das vias aéreas pérvias;
Proteção contra lesões potenciais;
Obtenção do equilíbrio de líquidos;
Manutenção da integridade cutânea.
Metas da Assistência de Enfermagem:
15. Estabelecer via aérea adequada;
Garantir ventilação suficiente para a manutenção das funções vitais;
Aspirar secreções;
Elevar cabeceira a 30º;
Manter grades do leito elevadas;
Atentar para linhas e equipamentos invasivos;
Manter lençóis limpos, secos e bem esticados;
Avaliar turgor cutâneo e umidade das mucosas;
Administrar soluções intravenosas lentamente para não interferir agudamente na pressão
intracraniana;
Medir o risco para desenvolvimento de lesão tecidual por pressão;
Mudar o decúbito do paciente com a regularidade pertinente para o seu caso;
Utilizar coxins para aliviar pressão sobre proeminências ósseas;
Utilizar recursos tecnológicos como soluções, coberturas e colchões que protejam a pele do paciente.
Os cuidados de enfermagem incluem: