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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
             FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS




                     Lucas Caetano Chaves

             Maicon Antonio Colturato de Azambuja

                    Matheus Sant’Anna Flávio




ANÁLISES DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO E DO PERFIL
DE   SENSIBILIDADE    E    RESISTÊNCIA    DOS    UROPATÓGENOS
ISOLADOS NO LABORATÓRIO ESCOLA DE ANÁLISES CLÍNICAS -
FIFE/FEF; durante o primeiro semestre de 2012.




                          FERNANDÓPOLIS
                               2012
Lucas Caetano Chaves

                Maicon Antonio Colturato de Azambuja

                      Matheus Sant’Anna Flávio




ANÁLISES DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO E DO PERFIL
DE   SENSIBILIDADE    E    RESISTÊNCIA         DOS     UROPATÓGENOS
ISOLADOS NO LABORATÓRIO ESCOLA DE ANÁLISES CLÍNICAS-
FIFE/FEF; durante o primeiro semestre de 2012.




                          Trabalho de conclusão de curso apresentado à
                          Banca Examinadora do Curso de Graduação em
                          Farmácia      da    Fundação       Educacional  de
                          Fernandópolis como exigência parcial para obtenção
                          do título de bacharel em farmácia.


                          Orientador: Prof. Ms. Jeferson Leandro de Paiva




           FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
                       FERNANDÓPOLIS - SP
                                 2012
Lucas Caetano Chaves

                    Maicon Antonio Colturato de Azambuja

                             Matheus Sant’Anna Flávio




ANÁLISES DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO E DO PERFIL
DE    SENSIBILIDADE          E    RESISTÊNCIA        DOS     UROPATÓGENOS
ISOLADOS NO LABORATÓRIO ESCOLA DE ANÁLISES CLÍNICAS -
FIFE/FEF; durante o primeiro semestre de 2012.




                                 Trabalho de conclusão de curso sujeito à aprovação
                                 como requisito parcial para obtenção do título de
                                 bacharel em farmácia.

                                 Aprovado em: ______ de novembro de 2012.



Banca examinadora                            Assinatura           Conceito
Prof. Ms. Jeferson Leandro de Paiva
(Orientador)
Profª. Esp. Nayara Gomes Felix da Silva
(Avaliador 1)
Esp. Maria Laís Devólio
(Avaliadora 2)




                      Prof. Ms. Jeferson Leandro de Paiva
                          Presidente da Banca Examinadora
Dedicamos este trabalho para Deus, que esta acima
de tudo, pela paciência e pela conclusão do
trabalho.
Aos nossos pais, que nos deram apoio e
reconhecimento pelo nosso trabalho.
AGRADECIMENTOS



         Agradecemos ao Laboratório Escola de Análises Clínicas pela colaboração e
pelo apoio que nos concedeu durante a realização deste trabalho. Ao nosso
orientador Prof. Msc. Jeferson Leandro de Paiva pelos conhecimentos e
ensinamentos transmitidos e pelo tempo desde o início deste trabalho.
         Agradecemos a Prof. Esp. Nayara Gomes Felix da Silva e a Esp. Maria Laís
Devólio por terem aceitado o convite para a participação da banca.
         Agradecemos a Mariana Martins Tosta, pelo apoio durante a realização do
trabalho e pela ajuda para realizar a formatação.
         Agradecemos de forma geral a todos que tiveram participação durante a
realização do nosso trabalho.
         E por fim agradecemos a nós mesmo, pela união e força de vontade do
grupo.
RESUMO




      A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções mais comuns nos seres
humanos, e são responsáveis por 35 a 45% das infecções nosocomiais, gerando um
aumento na morbidade em hospitais e na própria comunidade, elevando os gastos
financeiros em saúde. Este estudo tem como principal objetivo analisar a prevalência
dos uropatógenos isolados presentes nas infecções do trato urinário e a sua
sensibilidade e resistência perante aos agentes antimicrobianos utilizados no
método de Kirby e Bauer, seguindo as normas do NCCLS Teste de Sensibilidade a
Antimicrobianos (TSA). A pesquisa se deu através da análise das uroculturas
realizadas no Laboratório Escola de Análises Clínicas, na cidade de Fernandópolis-
SP no período de Janeiro a Abril de 2012, apresentando a Escherichia coli (65,21%)
como o micro-organismo de maior prevalência, seguido de Enterobacter sp
(13,04%), Klebsiella sp (13,04%), Staphylococcus saprophyticus (4,34%) e
Morganella morgani (4,34%). As cepas de Escherichia coli apresentaram maior
sensibilidade ao Cefepime, seguido da Amicacina e maior resistência a Ampicilina.
As cepas de Enterobacter sp apresentaram maior sensibilidade ao Cloranfenicol e
ao Cefepime, e maior resistência ao Acido Nalidixico. Já as cepas de Klebsiella sp
apresentaram maior sensibilidade ao Cefepime e a Cefoxitina, e maior resistência a
Ampicilina, seguido de outros agentes antimicrobianos. A cepa de Staphylococcus
saprophyticus apresentou maior sensibilidade a Gentamicina, seguida de mais dois
agentes antimicrobianos, a Cefoxitina e Amoxicilina associada com Ac. Clavulanico,
e maior resistência ao Cloranfenicol e outros agentes antimicrobianos. A cepa de
Morganella morgani apresentou maior sensibilidade a Amicacina, e a outros agentes
antimicrobianos, e maior resistência ao Cefepime, seguido de outros agentes
antimicrobianos. Devido ao grande aumento de resistência bacteriana e de infecções
do trato urinário, deve-se levar em conta o uso indiscriminado de antibióticos e a
falta de informações, tanto na higiene pessoal quanto ao uso de antimicrobianos.


Palavras chaves: infecção do trato urinário, teste de sensibilidade e resistência a
antimicrobianos, uropatógenos.
ABSTRACT




      A urinary tract infection (UTI) is one of the most common infections in humans,
and are responsible for 35 to 45% of nosocomial infections, causing an increase in
morbidity in hospitals and in the community, raising spending on financial health. This
study is meant to examine the prevalence of uropathogens isolated present in urinary
tract infections and their sensitivity and resistance to antimicrobials used before in
the method of Bauer and Kirby, following the guidelines of the NCCLS Antimicrobial
Susceptibility Testing (TSA). A search was made through the analysis of urine
cultures performed at the Laboratory School of Clinical Analyses, in the city of
Fernandópolis-SP in the period January to April 2012, with Escherichia coli (65.21%)
as the micro-organism most prevalent followed by Enterobacter sp (13.04%),
Klebsiella sp (13.04%), Staphylococcus saprophyticus (4.34%) and Morganella
morganii (4.34%). Strains of Escherichia coli showed greater sensitivity to cefepime
followed by amikacin and greater resistance to ampicillin. The strains of Enterobacter
sp showed greater sensitivity to chloramphenicol and cefepime, and greater
resistance to nalidixic acid. Already the strains of Klebsiella sp showed higher
sensitivity to cefepime and cefoxitin, and greater resistance to ampicillin, followed by
other antimicrobial agents. A strain of Staphylococcus saprophyticus showed greater
sensitivity to gentamicin, followed by two more antimicrobials, cefoxitin and
amoxicillin with ac. clavulanic and greater resistance to chloramphenicol and other
antimicrobial agents. The strain of Morganella morganii showed greater sensitivity to
amikacin, and other antimicrobial agents, and greater resistance to cefepime,
followed by other antimicrobial agents. The Urinary Tract Infections (UTIs) are the
most frequent in females explained by the fact that the female anatomy, but should
intensify education campaigns to prevent UTI and indiscriminate use of antibiotics
due to the large number of antimicrobial resistance.


Key words: urinary tract infection, antimicrobial susceptibility testing, uropathogens.
LISTA DE FIGURAS




01 -   Formação da Urina                                                                                            16
02 -   Órgãos formadores do sistema urinário masculino ................................... 17
03 -   Órgãos formadores do sistema urinário feminino .....................................                         18
04 -   Gráfico de porcentagem de uroculturas positivas e negativas .................                                34
05 -   Gráfico de percentual de uroculturas, separadas por gêneros e 35
       positividade ...............................................................................................
06-    Gráfico de diversidade e prevalência de micro-organismo isolados na 36
       ITU .............................................................................................................
LISTA DE TABELAS




01 -   Antimicrobianos mais utilizados ................................................................                   13
02-    Micro-organismos isolados de acordo com o gênero da amostra de                                                     37
       urina ..........................................................................................................
03 -   Percentual de sensibilidade e resistência antimicrobiana do micro-                                                 39
       organismo E. coli .......................................................................................
04 -   Percentual de sensibilidade e resistência antimicrobiana do micro-                                                 41
       organismo Enterobacter sp .......................................................................
05 -   Percentual de sensibilidade e resistência antimicrobiana do micro-                                                 43
       organismo Klebsiella sp ............................................................................
06 -   Percentual de sensibilidade e resistência antimicrobiana do micro-                                                 45
       organismo Staphylococcus saprophyticus ................................................
07 -   Percentual de sensibilidade e resistência antimicrobiana do micro-                                                 47
       organismo Morganella morgani .................................................................
LISTA DE QUADROS




01- Composição da Urina.................................................................................   15
LISTA DE ABREVIATURAS/SIGLAS




Ac. Clav – Ácido Clavulânico

ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária

Cm - Centímetro

E.coli – Escherichia coli

FEF – Fundação Educacional Fernandópolis

FIFE – Faculdades Integradas de Fernandópolis

FQ – Frequência

ITU – Infecção do Trato Urinário

LAC – Laboratório de Análises Clínicas

NCCLS - National Commivtee for Clinical Laboratory Standards

SP – São Paulo

TSA – Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos

RN – Recém Nascido

SIDA - Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
Sumário




1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12

2- SISTEMA URINÁRIO ......................................................................................... 14

  2.1- DESCRIÇÃO DOS ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO E
  MICÇÃO ................................................................................................................. 17

  2.1.1- ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO MASCULINO ........... 17

  2.1.2- ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO FEMININO ............... 18

     2.2.3- RINS ......................................................................................................... 18

     2.2.4- URETERES .............................................................................................. 18

     2.2.5- BEXIGA URINÁRIA .................................................................................. 19

     2.2.6- URETRA ................................................................................................... 19

     2.2.7- MICÇÃO ................................................................................................... 20

3- INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ................................................................... 20

4- EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................... 23

  4.1-     CRIANÇAS ................................................................................................... 23

  4.2-     MULHERES ADULTAS ................................................................................ 24

  4.3-     HOMENS ADULTOS.................................................................................... 25

  4.4-     IDOSOS ....................................................................................................... 25

5- QUANTO À TOPOGRAFIA, AS ITUs SÃO DIVIDIDAS EM: ............................. 26

6- QUANTO Á EVOLUÇÃO AS ITUs PODEM LIMITAR-SE A EPISÓDIO ÚNICO
OU ISOLADO, A RECIDIVA E A REINFECÇÃO: .................................................... 26

7- QUANTO               Á      PRESENÇA               DE       FATORES              PREDISPONENTES                      OU
AGRAVANTES AS ITUs SÃO CLASSIFICADAS EM DOIS GRUPOS: .................. 27
8- PATOGÊNESE ................................................................................................... 27

  8.1-     VIA ASCENDENTE ...................................................................................... 28

  8.2-     VIA HEMATOGÊNICA ................................................................................. 28

  8.3-        VIA DIRETA .............................................................................................. 28

  8.4-     VIA LINFÁTICA ............................................................................................ 28

     8.4.1-      ADEQUAÇÃO DOS MECANISMOS DE DEFESA DO HOSPEDEIRO: 29

     8.4.2-      VIRULÊNCIA DO MICRO-ORGANISMO .............................................. 29

9- SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS ...................................................................... 30

10- INSTRUÇÕES PARA COLETA DE URINA. ...................................................... 31

  10.1-       CRIANÇAS ............................................................................................... 31

  10.2-       ADULTOS SEXO MASCULINO ................................................................ 31

  10.3-       ADULTOS SEXO FEMININO .................................................................... 32

11- METODOLOGIA ................................................................................................. 33

12- RESULTADOS ................................................................................................... 34

  12.1 -      Perfil de sensibilidade aos antimicrobianos .............................................. 37

     12.1.1 -          CEPAS DE Escherichia coli ............................................................ 38

     12.1.2 -       CEPAS DE Enterobacter sp ............................................................... 40

     12.1.3 -       CEPAS DE Klebsiella sp .................................................................... 42

     12.1.4 -          CEPA DE Staphylococcus saprophyticus (Gram-positivo) .............. 44

     12.1.5 -          CEPA DE Morganella morgani ........................................................ 46

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 49

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50
12



1 - INTRODUÇÃO




      O sistema renal é constituído por dois órgãos denominados rins que realizam
a maior parte das excreções, onde é filtrado o sangue e recolhido os resíduos
metabólicos de todas as células do nosso corpo. O rim é constituído de um sistema
de tubos condutores do produto final deste filtrado que é a urina, a qual chamamos
de via urinária, sendo compostas por: pelve renal, ureteres, bexiga urinária e uretra.
A urina é o veículo que controla a eliminação de água, sais minerais, íons e resíduos
metabólicos. Caso não funcione corretamente, a pessoa poderá ficar intoxicada pela
uréia e outras substâncias tóxicas que o próprio metabolismo produz (endógenas)
ou que a pessoa internalizou (exógena) como remédios, drogas ou agrotóxicos
(MORAES e COLICIGNO, 2007;TRUCOM, 2008;).

      Infecção do trato urinário é quando ocorre uma invasão do micro-organismo
com o trato urinário. A infecção do trato urinário é uma das mais frequentes
encontradas na prática clínica, ainda é a maior causa de admissão hospitalar, sendo
responsável por significante morbidade e mortalidade e um alto custo financeiro. A
ITU é uma patologia que ocorre em todas as idades, tendo maior prevalência em
mulheres jovens com vida sexual ativa, crianças com até os seis anos de idade e em
idosos com mais de 60 anos de idade (MULLER; SANTOS e CORRÊA, 2008;
NISHIURA e HEILBERG, 2009).

      Em mulheres tem maior prevalência devido às questões anatômicas, a uretra
feminina é menor que a masculina, com isso é maior a proximidade do ânus com o
vestíbulo vaginal e uretra. Porém no homem é maior o comprimento uretral, tendo
maior fluxo urinário e o fator antibacteriano prostático são protetores (MULLER;
SANTOS e CORRÊA, 2008).

      A realização e interpretação do antibiograma vêm se dificultando cada vez
mais, devido suas limitações e crescente de novos mecanismos de resistência, o
que exige atualização e treinamento dos profissionais. A metodologia de Kirby e
Bauer para antibiograma é a mais utilizada na rotina de análises clínicas, devido a
sua praticidade de execução, baixo custo e confiabilidade de seus resultados.
(LABORCLIN, 2011).
13



Os principais antimicrobianos utilizados para ITU apresentados são classificados de
acordo com os micro-organismos isolados:




                    Tabela 01- Antimicrobianos mais utilizados.
             GRAM NEGATIVO                       GRAM POSITIVO
             Ampicilina                          Cefepime
             Amicacina                           Ciprofloxacino
             Amoxicilina+ Ac. Clavulânico        Cloranfenicol
             Ceftazidima                         Clindamicina
             Cefalotina                          Eritromicina
             Cefepime                            Gentamicina
             Cefoxitina                          Oxacilina
             Cefuroxima                          Penicilina-G
             Ciprofloxacino                      Rifampicina
             Gentamicina                         Sulfazotrim
             Meropenem                           Tetraciclina
             Sulfazotrim                         Vancomicina




      O presente trabalho teve como objetivo analisar a prevalência dos
uropatógenos isolados das infecções urinárias de pacientes atendidos no
Laboratório Escola de Análises Clínicas FIFE/FEF, localizado na cidade de
Fernandópolis - SP, determinando sua sensibilidade aos agentes antimicrobianos
tomando por base os resultados apresentados no método de Kirby e Bauer,
seguindo as normas NCCLS.
14



   2- SISTEMA URINÁRIO




      O rim tem um importante papel exócrino, que é a formação de urina, e
também tem funções endócrinas; a função homeostática do meio interno, sendo a
principal função do rim, é a formação da urina ocorre na unidade funcional básica do
rim que é denominada néfron, que é um conjunto de estruturas vasculares e renais
que visam à formação da urina. Segundo Strasinger (1998) os principais
constituintes químicos orgânicos da urina são uréia, creatinina e ácido úrico e os
principais constituintes inorgânicos é o cloreto seguido de sódio e potássio conforme
tabela abaixo (MORAES e COLICIGNO, 2007).
15



      Quadro 01: Composição da Urina

                                COMPOSIÇÃO DA URINA

  Componentes                            Quantidade                          Relação
                                                                        Urina/Plasma
      Sódio                  2-4 g                 100-200 mEq                0,8-1,5
     Potássio              1,5-2,0 g                  50-70 mEq               10-15
    Magnésio               0,1-0,2 g                   8-16 mEq
      Cálcio               0,1-0,3 g                  2,5-7,5 mEq
      Ferro                 0,2 mg
     Amônia               0,4-1,0 g N                 30-75 mEq
        H+                                    4x10-8 – 4x10-6 mEq/L           1-100
   Ácido úrico            0,80-2,0 g N                                          20
   Aminoácidos           0,08-0,15 g N
  Ácido hipúrico         0,04-0,08 g N
     Cloreto                                       100-250 mEq                0,8-2
   Bicarbonato                                         0-50 mEq                0-2
     Fosfato              0,7-1,6 g P                 20-50 mmol                25
      Sulfato             0,6-1,8 g S                 40-120 mEq                50
 inorgânico
      Sulfato             0,06-0,2 g S
 orgânico
      Uréia                6-18 g N                                             35
    Creatinina            0,3-0,8 g N                                           70
    Peptídeos             0,3-0,7 g N
Fonte: STRASINGER, S. K. Uroanálise e Fluídos Biológicos. 3.ed. premier, 1998.p 3.




      O sistema urinário é responsável pelo equilíbrio hídrico e eletrolítico, os
eletrólitos são compostos quando são dissolvidos em água. A estabilidade
eletrolítica é alcançada quando o numero de eletrólitos que entram no corpo é a
mesma que é eliminada. Os íons Hidrogênio, por exemplo, são mantidos em
concentrações precisas de forma que exista no corpo um equilíbrio acido-base ou
pH (GRAAFF, 2003).
16



      Outra função importante do sistema urinário é a eliminação de derivados
nitrogenados tóxicos, especificamente ureia e creatinina. E também o sistema
urinário é responsável pela eliminação de resíduos tóxicos que podem ser resultado
de uma ação bacteriana, e a remoção de varias drogas que foram introduzidas no
corpo. Essas funções são realizadas através da formação de urina pelos rins, como
demonstra figura abaixo (GRAAFF, 2003).




      Figura 01: Formação da Urina
      Fonte: http://sistemaurinariohumano.blogspot.com.br/2010/09/fisiologia-do-
sistema-urinario_02.html




      O sistema urinário é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária
e uretra. Nos rins os túbulos estão entrelaçados com redes vasculares do sistema
circulatório para tornar possível a formação de urina, depois de formada a urina é
conduzida pelos ureteres, e armazenada na bexiga urinaria, e a micção da urina
armazenada na bexiga urinaria é feita através da uretra (GRAAFF, 2003).
17



2.1- DESCRIÇÃO DOS ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO E
MICÇÃO




2.1.1- ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO MASCULINO




                       Figura 02: Sistema urinário masculino
            Fonte: http://www.professorjarbasbio.com.br/excrecao.htm
18



2.1.2- ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO FEMININO




                              Figura 03: Sistema urinário feminino
              Fonte: http://etcor3.blogspot.com.br/2012/03/sistema-urinario.html



2.2.3- RINS




      Os rins são de cor marrom avermelhada e estão posicionados na parede
posterior da cavidade abdominal entre os níveis das vértebras, décima segunda
torácica e terceira lombar, os rins são formado por três partes, o córtex que é a
camada externa, a medula renal que fica abaixo do córtex, e os túbulos renais
(GRAAFF, 2003; SPENCE, 1991).




2.2.4- URETERES




      São retroperitoneais. Esses órgãos tubulares, tem aproximadamente 25 cm
   de comprimento e começam na pelve renal, seguindo inferiormente para entrar
   na bexiga urinária nos ângulos póstero-laterais de sua base, que tem como
   função básica o transporte da urina dos rins a bexiga, os ureteres são formados
19



   por três camadas, a camada interna ou camada mucosa, a camada média ou
   camada muscular , e a externa ou camada fibrosa. (SPENCE, 1991; GRAAFF,
   2003).




2.2.5- BEXIGA URINÁRIA




      É um órgão sacular onde é armazenada a urina, tem um formato esférico
   quando cheia e quando vazia tem o formato parecido com uma pirâmide de
   ponta cabeça . Esta localizada atrás da sínfise púbica, por diante do reto. No
   sexo feminino a bexiga urinária está em contato com o útero e a vagina. No sexo
   masculino a próstata está posicionada embaixo da bexiga urinária. (SPENCE,
   1991; GRAAFF, 2003).




2.2.6- URETRA




      Consiste em tubo de tecido muscular, que sai da bexiga urinária e transporta
   a urina contida na bexiga para fora do corpo (SPENCE, 1991; GRAAFF, 2003).
      A uretra feminina é um órgão tubular retilíneo de aproximadamente quatro cm
de extensão, que esvazia a bexiga através do óstio externo da uretra no vestíbulo da
vagina entre o clitóris e o óstio da vagina. A uretra feminina tem uma única função
que é transportar urina para o exterior (GRAAFF, 2003).
      A uretra masculina serve a ambos os sistemas, urinário e genital, para a
passagem de esperma. Tendo aproximadamente 20 cm de comprimento e tem a
forma da letra S por causa da forma do pênis (SPENCE, 1991; GRAAFF, 2003).
20



2.2.7- MICÇÃO




      É chamada de urinação ou urinar, refere-se ao processo pelo qual a bexiga se
esvazia quando fica repleta. Sendo uma função complexa que requer um estímulo
da bexiga urinária com uma combinação de impulsos nervosos involuntários e
voluntários as estruturas musculares apropriadas da bexiga urinária e da uretra
(GRAAFF, 2003).




   3- INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO




      A Infecção do Trato Urinário (ITU) é uma das doenças que ocorrem com
grande frequência nos serviços de saúde. As ITUs tem apresentações clínicas
variáveis, como cistite, pielonefrite e bacteriúria assintomática, e são responsáveis
por 35 a 45% das infecções nosocomiais causando aumento da morbidade tanto em
hospitais como na comunidade, sendo responsáveis pela elevação dos gastos
financeiros (DAMASCENO; TERRA e LIBANIO, 2011).
      As ITUs caracterizam-se pela invasão e multiplicação bacteriana, agredindo
os rins e as vias urinárias. Em pessoas saudáveis, o trato urinário a cima da uretra é
estéril. As ITUs surgem na maioria dos casos por penetração do agente microbiano
através da uretra chegando até os rins, bexiga e ureteres. Raramente o acesso
deste agente ao aparelho urinário se faz por via sanguínea (RIBEIRO e LUZ, 2011).
      As predisposições de um paciente que facilitam as infecções das vias
urinárias é um fluxo urinário comprometido, mecânico ou funcional, com obstrução
da bexiga, estrangulamento da uretra, hipertrofia prostática, expansão do útero
durante a gravidez, nefropatia diabética e poliomielite. As ITUs podem ocorrer em
qualquer idade e pode variar com a condição sócio econômica, condições de
higiene, presença de Diabetes Melittus, após as relações sexuais, na presença de
auto medicação e de anormalidades anatômicas (RIBEIRO e LUZ, 2011).
      As crianças do gênero masculino são mais favoráveis para apresentarem
infecções nos primeiros dois meses de vida, devido, ao acumulo de micro-
organismos sobre o prepúcio, sendo, que nas demais faixas etárias são as meninas.
21



A instalação dessa infecção pode ocorrer por via hematogenica, linfática e
ascendente, sendo essa a ultima a principal forma de infecção das vias urinárias por
bactérias entéricas (BARROS e MENEZES, 2011).
         As chances de ocorrer ITUs em mulheres são maiores do que nos homens,
pois, as questões anatômicas envolvidas, como, a uretra feminina é mais curta
favorecendo a colonização da microbiota fecal, e também há possibilidade de
contaminação bacteriana da uretra feminina no ato sexual (MALDANER e CAVALLI,
2011).
         Estas infecções são caracterizadas em diferentes fases, de uma uretrite a
uma pielonefrite. No inicio ocorre a inflamação da uretra (uretrite), quando não
tratada, inicialmente, essa inflamação chega a bexiga (cistite) e até mesmo aos
ureteres (uretrite). O risco mais significativo deste tipo de infecção é que os micro-
organismos podem subir pelos ureteres e agredirem os rins (pielonefrite). Nos casos
mais graves podem ocorrer complicações, podendo evoluir a uma septicemia e até
mesmo óbito (MOURA e FERNANDES, 2010).
         Os sintomas se caracterizam clinicamente com a presença de urgência
miccional, poliúria, dor supra púbica, mictúria, hematúria e apresenta febre ou não.
Em muitos dos casos o paciente não apresenta os sintomas, que aumenta a
dificuldade de um diagnóstico precoce, elevando as possibilidades de agravamento
do caso, com isso gerando bacteremia secundária, sendo necessária a realização
de exames laboratoriais para determinar diagnóstico (BARROS e MENEZES, 2011).
         Os exames laboratoriais para detectar as ITUs são baseados em testes de
triagem, como a pesquisa de nitrito, esterase leucocitária, bacterioscopia
leucocitária, exames para descobrir bactérias gram-positivas, e gram-negativas de
urina não centrifugada e centrifugada, esses testes fornecem informações rápidas
ao médico, mas, o mais eficiente teste para determinar uma ITU é a Urocultura
devido a sensibilidade e especificidade melhores que os demais, identificando o
micro-organismo causador da infecção, e a suscetibilidade dos mesmos aos
antimicrobianos (BARROS e MENEZES, 2011).
         Oriunda da microbiota intestinal, a Escherichia coli coloniza a mucosa genital
e pode entrar no sistema urinário, onde adere e coloniza a mucosa genital por meio
de fimbrias e adesinas, as outras infecções são causadas por outras bactérias da
família das Enterobacteriaceae, como, Enterobacter, Serratia e Klebsiella, e também
o Staphylococcus saprophyticus, um micro-organismo gram-positivo, que tem sido
22



apontado como segundo caso mais frequente da ITU. Seu diagnóstico é difícil, pois
apresenta um crescimento muito lento em urocultura e também pode ser confundida
com outro Staphylococcus coagulase e DNAse-negativo, saprófita da flora comensal
do trato urinário, mucosas e pelos, como Staphylococcus epidermidis (RIBEIRO e
LUZ, 2011).
      A Escherichia coli (E. coli) foi descrita no final do século XIX, como Bacterium
coli por ser um micro-organismo encontrado no colón, é uma bactéria comum no
homem e nos animais. A E.coli foi relacionada com a prática insatisfatória da higiene
por conta da contaminação de origem fecal. Mas devido a estudos aprofundados nas
ultimas décadas, foi comprovado que a E.coli é altamente patogênica e pode
provocar graves infecções, levando até mesmo o paciente a óbito. A E.coli é um
bacilo gram-negativo, catalase positiva e oxidase-negativa, não esporogenica,
anaeróbicos facultativos, fermentadores de glicose, reduzem nitrato e nitrito como
produção de energia. Não apresentam termo resistência, podendo ser destruída a
60°C, em poucos segundos (MOURA e FERNANDES, 2010).
      A utilização dos antimicrobianos tem sido crescente desde o século XX, com
o surgimento da penicilina, a partir do ano de 1940. O uso dessas drogas reduziu
drasticamente a morbidade e a mortalidade das doenças infecciosas, mas os micro-
organismos possuem grande capacidade de adquirir resistência aos antimicrobianos
devido ao seu uso indiscriminado (DAMASCENO; TERRA e LIBANIO, 2011).
      Com o uso indiscriminado dos antimicrobianos há uma pressão seletiva sobre
as cepas bacterianas, favorecendo o aparecimento de micro-organismos resistentes,
com isso, dificulta o tratamento dessa infecção. O teste de suscetibilidade aos
antimicrobianos é um dos exames mais importantes, pois, prova a suscetibilidade
dos micro-organismos contra diferentes agentes antimicrobianos, os resultados
influenciam diretamente na escolha da terapêutica antimicrobiana, a resistência
microbiana pode ser diminuída evitando o uso indiscriminado de antimicrobianos
(MALDANER, et al,2011).
      A utilização dos antimicrobianos é necessária para a cura das ITUs, usa-se
uma antibiótico terapia, pois ajuda a reduzir as taxas de morbidade e mortalidade,
mas com o aumento da resistência dos antibióticos houve um aumento de falhas
terapêuticas e com isso um agravamento dos quadros clínicos (BARROS e
MENEZES, 2011).
23



         Nos tratamentos das ITUs são utilizados antimicrobianos de largo espectro
que abrange varias espécies de micro-organismos, tem como base na escolha do
medicamento a sua baixa toxicidade celular, via de administração, menor índice de
resistência, excreção urinária adequada, e os escolhidos muitas vezes são
cefalosporinas, aminoglicosideos e sulfonamidas para o tratamento, mas as
sulfonamidas estão sendo menos utilizadas pelo alto índice de falhas terapêuticas
(BARROS e MENEZES, 2011).
         O uso das fluorquinolonas significou um avanço no tratamento das ITUs por
bactérias multirresistentes visto que muitas cepas foram sensíveis a essa nova
família de medicamentos, mas como outros antimicrobianos (DAMASCENO; TERRA
e LIBANIO, 2011).




   4- EPIDEMIOLOGIA




         As ITUs manifestam se em homens e mulheres de qualquer idade,
diferenciando se no sexo feminino e masculino e nas diversas faixas etárias, sendo
mais frequente no sexo feminino (SCHECHTER e MARANGONI, 1998).




4.1-     CRIANÇAS




As ITUs são comuns entre as crianças, com prevalência em crianças febris com
idade inferior a 2 anos. A incidência de ITU em crianças varia de 1 a 2% e é mais
comum entre os meninos durante os três primeiros meses de vida, devido a um
maior número de malformações congênitas, como má-formação da uretra e da
válvula da uretra posterior. A partir dos três meses as meninas passam a ter mais
infecções, devido a anormalidades anatômicas que são mais comuns no sexo
feminino nessa idade (SCHECHTER e MARANGONI, 1998; MOREIRA, 2010; MAIA,
2010).
         A via mais comum de infecção nos meninos é a hematogênica, pois, os
meninos possuem maior suscetibilidade nos primeiros meses de vida e aliados com
24



a frequência de anormalidades anatômicas fazem com que essa via de infecção se
torne a mais comum. Em 25-30% dos casos ocorrem por anormalidades anatômicas,
sendo que 85% dos casos são causados por refluxo vésico-ureteral. Crianças com
ITU assintomática representam 10% dos casos e são de pouca importância e sem
dilatação uretral (SCHECHTER e MARANGONI, 1998).
       Nas crianças de 5 a 15 anos a prevalência é de 1,2% nas meninas e de
0,04% nos meninos. Estimula se que 5 a 6% das meninas desenvolverão pelo
menos um episódio de ITU entre os 7 aos 18 anos de idade. Meninas com
bacteriuria assintomática apresentam risco de até 50% de desenvolver infecção
assintomática na idade adulta, com inicio da vida sexual ou durante a gravidez
(SCHECHTER e MARANGONI, 1998).




4.2-   MULHERES ADULTAS




       Geralmente de 10% a 50% das mulheres apresentarão ITU em alguma fase
de suas vidas, essas incidências devem-se essencialmente à atividade sexual,
gestação e menopausa. A maior suscetibilidade feminina parece dever se
principalmente as condições anatômicas (uretra curta e a proximidade do meato
uretral ao introito vaginal e anus), observando-se que a via ascendente é o caminho
mais frequente de acesso de micro-organismo as vias urinárias (SCHECHTER e
MARANGONI, 1998; CORREIA, 2009).
       Schechter e Marangoni, 1998 descreveram alguns fatores que aumentam o
risco de ITU na mulher adulta:
•Ato sexual com frequência de infecção urinária em mulheres recorrentes.
•Uso de diafragma como método anticoncepcional;
•O uso de geleia espermicida contendo nonoxinol 9, substancia tóxica para
lactobacilos acidophilos podendo provocar dano tecidual;
•Suscetibilidade a colonização perineal por bacilos gram-negativos;
•Doenças que dificultam o esvaziamento normal da bexiga;
•Obstrução e instrumentação das vias urinárias;
•Números de gestações;
•Baixo nível socioeconômico.
25



       Fatores que não são considerados de risco: Masturbação, sexo oral, relações
sexuais com múltiplos parceiros, o uso de anticoncepcionais orais, dispositivos
intrauterinos, hábitos pessoais (dietas, roupas, hábitos urinários) e o uso de tampão
vaginal (SCHECHTER e MARANGONI, 1998).
       A presença de diabetes mellitus aumenta a prevalência de ITU nas mulheres
adultas em até 2 ou 4 vezes não alterando a prevalência em meninas ou em
pacientes do sexo masculino (SCHECHTER e MARANGONI, 1998).




4.3-   HOMENS ADULTOS




       Em homens adultos as ITUs surgem em idades mais avançadas, associadas
com alguma anomalia anatômica ou a uma diminuição da atividade bactericida
prostática, e ocorre com menor freqüência, pois se deve a distancia do meato uretral
ao períneo e anus, ao fato da uretra masculina ser longa. A prevalência de ITU é um
pouco maior em homens jovens, devido a relações sexuais com mulheres
colonizadas, doenças sexualmente transmissíveis ou a existência de doenças
imunossupressoras com a SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida)
(SCHECHTER e MARANGONI, 1998; CORREIA, 2009).
       Em homossexuais masculinos, um estudo encontrou ITU em 5%, que seja um
fator de risco entre os homens, devido a frequência de sexo anal sem proteção e
também nos indivíduos com prepúcio intacto, que facilitaria a inoculação uretral de
micro-organismos fecais (SCHECHTER e MARANGONI, 1998; MOREIRA, 2010).




4.4-   IDOSOS




       Nas pessoas idosas (acima de 65 anos) apresentam níveis mais elevados de
ITU, sendo que nessa faixa etária tendem a ser iguais no sexo masculino e no
feminino (SCHECHTER e MARANGONI, 1998).
       Os fatores responsáveis pela prevalência elevada de ITU nos idosos incluem
debilidade, doenças de base associadas, doenças que dificultam o esvaziamento
26



normal da bexiga, instrumentação das vias urinárias, manejo da incontinência
urinária com cateter vesical, diminuição da atividade bactericida da secreção
prostática, diminuição do glicogênio vaginal e aumento do pH vaginal, permitindo
maior colonização periuretral por bactérias Gram-negativas entéricas (SCHECHTER
e MARANGONI, 1998).




   5- QUANTO À TOPOGRAFIA, AS ITUs SÃO DIVIDIDAS EM:




    Altas - que se desenvolvem no parênquima renal (pielonefrite) ou ureteres
      (ureterites). (Amadeu, et al, 2009)




    Baixas - que se desenvolvem na bexiga (cistite) na uretra (uretrite), e nos
      homens, na próstata (prostatite) e no epidídimo (epididimite). (Amadeu, et al,
      2009)




   6- QUANTO Á EVOLUÇÃO AS ITUs PODEM LIMITAR-SE A EPISÓDIO
      ÚNICO OU ISOLADO, A RECIDIVA E A REINFECÇÃO:




    Episódio único ou isolado: Ocorre uma única vez e resolve com o uso de
      antibioticoterapia. Entre 10 a 20% das mulheres irão apresentar no decorrer
      da vida pelo menos um episódio de infecção urinária (LEVY, 2004).




    Recidiva – Quando a uma falha no tratamento, o mesmo micro-organismo
      isolado anteriormente continua no trato urinário, causando infecção. A
      resistência do mesmo micro-organismo por meses ou anos, leva a infecção
      urinária crônica (LEVY, 2004).
27



    Reinfecção - é o aparecimento de uma nova infecção do trato urinário, sem
      relação com a infecção anterior, gerado por outro micro-organismo, exceto
      que pela origem e frequência do agente etiológico que coloniza a região
      perineal, pode ser atribuída à mesma espécie bacteriana (ex: E.coli) (LEVY,
      2004).




   7- QUANTO Á PRESENÇA DE FATORES PREDISPONENTES OU
      AGRAVANTES AS ITUs SÃO CLASSIFICADAS EM DOIS GRUPOS:




    ITU não complicada: ocorre em mulheres jovens sexualmente ativas sem
       anormalidade anatômica ou funcional do aparelho geniturinário (LEVY, 2004).




    ITU complicada: ocorre em pessoas que possuem anormalidade estrutural
      ou funcional do processo de diurese, presença de cálculos renais ou
      prostáticos, doenças subjacentes em que haja predisposição a infecção renal
      (diabetes melittus, anemia falciforme, doença policística renal, transplante
      renal)    ou   na   vigência   de   cateterismo   vesical,   instrumentação   ou
      procedimentos cirúrgicos do trato urinário. Pelo maior risco, as ITUs em
      crianças, gestantes, homens e infecções do trato urinário alto são
      consideradas infecções complicadas (LEVY, 2004).




   8- PATOGÊNESE




      As possibilidades de um micro-organismo alcançar o trato urinário e causar
infecção são:
28



8.1-    VIA ASCENDENTE




        É o mecanismo mais comum. O micro-organismo poderá atingir por via da
uretra, a bexiga, ureter e o rim. Esta via é a mais frequente, principalmente em
mulheres (menor extensão da uretra) e em pacientes submetidos à instrumentação
do trato urinário (LEVY, 2004; CORREIA, 2009).




8.2-    VIA HEMATOGÊNICA




        É uma via pouco comum e sempre uma via secundária a um processo
infeccioso que desencadeou uma bacteremia. Como à uma intensa vascularização
do rim podendo ele ser comprometido em qualquer infecção sistêmica; é a via de
acesso para ITU(s) por alguns microrganismos como Staphylococcus aureus,
Mycobacterium tuberculosis, Histoplasma spp., sendo também a principal via das
ITU(s) em neonatos (LEVY, 2004; CORREIA, 2009).




8.3-    VIA DIRETA




       Relacionada com qualquer instrumentação geniturinária, como o cateterismo
uretral, a punção renal ou a cirurgia endoscópica (CORREIA, 2009).




8.4-    VIA LINFÁTICA




       Acontece raramente, embora tem a possibilidade de micro-organismos
alcançarem o rim pelas conexões linfáticas entre o intestino e o rim e/ou entre o trato
urinário inferior e superior(CORREIA, 2009)..
29



     Após o micro-organismo entrar em contato com o trato urinário poderá ocorrer
ou não infecção dependendo dos seguintes fatores:




8.4.1- ADEQUAÇÃO DOS MECANISMOS DE DEFESA DO HOSPEDEIRO:




   Propriedades antibacterianas da urina (elevada osmolalidade e baixo pH) e da
    mucosa do trato urinário (citocinas, mecanismos antiaderência).
   Efeito mecânico da micção.
   Resposta imune e inflamatória.
   Integridade anatômica e funcional das vias urinárias.
   Tamanho do inóculo (quanto maior o inóculo que alcança o rim, maior a chance
    de infecção). A medula renal é altamente susceptível a infecção por baixas
    contagens bacterianas, ocorrendo o inverso no córtex renal (LEVY, 2004).




8.4.2- VIRULÊNCIA DO MICRO-ORGANISMO




   Aderência às células uroepiteliais e vaginais
   Resistência à atividade bactericida do soro
   Produção de hemolisina e fator citotóxico necrotizante tipo 1.
Nos pacientes com cateterismo vesical, os micro-organismos atingem a bexiga
através de três caminhos:
- no momento da inserção do cateter
- através da luz do cateter
- através da interface mucoso-cateter
Os fatores envolvidos na fisiopatogênese das infecções urinárias associadas ao uso
de cateteres vesicais são:
- fenômenos inflamatórios locais (corpos estranhos).
- eliminação dos mecanismos habituais de defesa (esvaziamento incompleto da
bexiga, alterações da imunidade local, via aberta de passagem até a bexiga).
30



- obstrução mecânica das glândulas periuretrais (facilitando quadros de uretrites e
epididimites). Nos pacientes com prostatite ou epididimite, os micro-organismos
atuam, principalmente, através do refluxo da urina infectada nos ductos prostáticos e
ejaculatórios (LEVY, 2004).




9-    SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS




      Neonatos e crianças até dois anos de idade com ITU(s) podem ser totalmente
assintomáticos ou apresentarem sintomas imprecisos como: irritabilidade; diminuição
da amamentação; menor desenvolvimento pondero-estatural; diarréia e vômitos;
febre e apatia, etc. Cerca de 7% dos relatos podem estar acompanhados de icterícia
e de hepato-esplenomegalia. No diagnóstico de ITU em crianças menores de dois
anos, pode ser feita apenas uma triagem com a urina obtida por coletor, se negativa
tem valor diagnóstico de exclusão, mas se positiva, com ou sem leucocitúria, o
diagnóstico final depende da coleta por punção supra-púbica ou de urina obtida por
sondagem vesical. Porém nesta idade assegurar um diagnóstico clínico é muito
difícil (LEVY, 2004; MAIA, 2010).
      Crianças mais velhas podem relatar sintomas como: disúria, frequência e dor
abdominal, febre alta, calafrios, náuseas dor e calor no flanco são sinais de
pielonefrite. Em crianças maiores de dois anos com controle esfincteriano, deve-se
utilizar a urina de jato médio (LEVY, 2004; CORREIA, 2009; MAIA, 2010;).
      Adultos com ITU baixa, limitada a uretra e bexiga, geralmente apresentam
disúria frequente, urgência miccional e ocasionalmente dor na região particularmente
pielonefrite, são constantemente acompanhadas pelos mesmos sintomas das
infecções baixas, além supra-púbica. As ITUs altas, particularmente pielonefrite, são
constantemente acompanhadas pelos mesmos sintomas das infecções baixas, além
de dor nos flancos e febre. Bacteremia quando presente poderá confirmar um
diagnóstico de pielonefrite ou prostatite (LEVY, 2004).
      Os pacientes idosos apresentam sintomas com poucas características de
infecções urinárias. Geralmente os casos de pielonefrite aguda apresentam por
sintomas gastrointestinais, dores abdominais incaracterísticas, náuseas e vômitos.
31



Onde a febre pode estar ausente, assim como a leucocitose, devido à resposta
imunológica do idoso estar comprometida. (CORREIA, 2009; MAIA, 2010).




10-     INSTRUÇÕES PARA COLETA DE URINA.




        A coleta deve ser feita pela manhã, preferencialmente da primeira micção do
dia, ou então após retenção vesical de duas a três horas. (LEVY, 2004).




10.1- CRIANÇAS




        Antissepsia rigorosa prévia dos genitais com água e sabão neutro, e posterior
secagem com gaze estéril.
        Modo de coleta:
        O ideal é jato intermediário (jato médio) espontâneo. Bem indicado em
crianças que urinam sob comando, usado também em lactentes. Em lactentes em
que não se consegue coletar através do jato médio, pode-se usar o saco coletor de
urina, porém a troca deve ser realizada de 30 em 30 minutos e, ao trocar o coletor,
refazer a antissepsia. Em casos especiais (RN, lactentes de baixo peso, resultados
repetidamente duvidosos) indicar punção vesical suprapúbica, que deverá ser
realizada por médico (LEVY, 2004).




10.2- ADULTOS SEXO MASCULINO




        A coleta deve ser feita pela manhã, preferencialmente da primeira micção do
dia, ou então após retenção vesical de duas a três horas.
Pacientes cateterizados com sistema de drenagem fechada:
     Colher a urina puncionando o cateter na proximidade da junção com o tubo de
      drenagem.
32



   Não colher a urina da bolsa coletora.
   No pedido laboratorial deverá constar que o paciente está cateterizado.
Observação:
       Não aceitar, sem exceção, as coletas de 24 horas dos materiais clínicos para
cultura, particularmente de urina para o isolamento de mico bactérias, devido a
possível contaminação do material (LEVY, 2004).




10.3- ADULTOS SEXO FEMININO




       A      coleta de amostras    do   sexo feminino   deve   ser supervisionada
pessoalmente por uma enfermeira ou auxiliar treinada. O processamento laboratorial
deve ser feito dentro de duas horas. Caso não seja possível, as amostras deverão
ser refrigeradas a 4ºC até o momento da semeadura (no máximo de 24 horas)
(LEVY, 2004).
   Remover toda a roupa da cintura para baixo e sentar no vaso sanitário.
   Separar as pernas tanto quanto for possível.
   Afastar os grandes lábios com uma das mãos e continuar assim enquanto fizer a
    higiene e coleta do material.
   Usar uma gaze embebida em sabão neutro, lavar de frente para trás e certificar-
    se que está limpando por entre as dobras da pele, o melhor possível.
   Enxaguar com uma gaze umedecida, sempre no sentido de frente para trás.
   Continuar afastando os grandes lábios para urinar. O primeiro jato de urina deve
    ser desprezado no vaso sanitário. Colher o jato médio urinário no frasco
    fornecido pela enfermagem (um pouco mais da metade do frasco). Evite encher o
    frasco.
    Fechar bem o frasco e caso haja algum respingo na parte externa do frasco,
lave-o e enxugue-o (LEVY, 2004).
33



11-      METODOLOGIA




         A metodologia utilizada pelo Laboratório Escola de Análises Clínicas segue de
acordo com os parâmetros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
instruindo a coleta conforme descrito acima. No laboratório é realizada a
identificação das amostras dos pacientes, antes de realizar os exames: Urina tipo I,
Urocultura mais contagem de colônias e o Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos
(TSA).
34



12-   RESULTADOS




      Ao analisar os pedidos de urocultura no Laboratório Escola de Análises
Clínicas durante o período de Janeiro a Abril de 2012, observamos que foram
realizados 155 exames, dos quais 23 (14,83%) apresentaram crescimento de micro-
organismos, onde os mesmos foram submetidos ao teste de sensibilidade a
antimicrobianos.




      Figura 04 – Percentual de uroculturas positivas e negativas de pacientes atendidos pelo
      Laboratório Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis.




      Duarte e Araújo (2012), ao analisarem amostras provenientes de infecções
urinárias obtiveram maior número de amostras do gênero feminino resultado este
semelhante a referente pesquisa, ou seja, das uroculturas analisadas 137 (88,38%)
pertenciam ao gênero feminino, onde 22 (30,14%) apresentaram crescimento de
35



micro-organismos, e 18 (11,62%) pertenciam ao gênero masculino, onde 1 (1,37%)
apresentou crescimento de micro-organismos.




           100,00%
                                 88,38%




                                              16,05%       11,61%
                                                                         5,55%


        Total de              Gênero      Uroculturas    Gênero     Uroculturas
       Uroculturas           feminino      positivas    masculino    positivas
       Analisadas

    Figura 05 - Percentual de uroculturas analisadas, separando as amostras
    por gênero e positividade.




      Analisando o perfil dos micro-organismos causadores das Infecções do Trato
Urinário (ITU), pode-se averiguar a prevalência e diversidade dos mesmos, sendo 15
(65,21%) de Escherichia coli, 3 (13,04%) de Enterobacter sp, 3 (13,04%) de
Klebsiella sp, 1 (4,34%) Staphylococcus saprophyticus e 1 (4,34%) de Morganella
Morgani.
      Pelizzari (2008), ao analisar as ITUs obteve a E. coli (59,8%) como
uropatógeno de maior prevalência, conforme a presente pesquisa. Porém a
sequencia de diversidade de micro-organismos apresentada se divergem: Klebsiella
sp (9,8%), Enterobacter ssp (7,4%), Pseudômonas aeruginosa (2,9%), Proteus ssp
(2,3%), Serratia spp (1,7%) e Morganella morgani (0,6%).
36




   Figura 06 - Percentual da diversidade e prevalência dos micro-organismos
   isolados nas Infecções do Trato Urinário, realizadas no Laboratório Escola
   de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis.


Relacionando os micro-organismos encontrados, conforme a fonte das amostras se
pertenciam ao gênero feminino ou masculino, observamos que 15 (65,21%) de
Escherichia coli, 3 (13,04%) de Enterobacter sp, 3 (13,04%) de Klebsiella sp, 1
(4,34%) Staphylococcus saprophyticus, isolados pertenciam ao gênero feminino e
que apenas 1(4,34%) de Morganella morgani isolada pertenciam ao gênero
masculino. Os resultados apresentado por Afif e Daoud (2011), conferem a
predominância do uropatógeno E. coli em ambos os sexos, porém a frequência é
maior nas mulheres (69,8% nas mulheres em comparação a 61,4% em homens).
37




Tabela 02 - Micro-organismos isolados corelacionados ao gênero da amostra de
urina.
Micro-organismos                              Feminino          Masculino
Escherichia coli                              Sim               Não
Enterobacter sp                               Sim               Não
Klebsiella sp                                 Sim               Não
Staphylococcus saprophyticus                  Sim               Não
Morganella morgani                            Não               Sim
Legenda: Sim – representa que houve crescimento do micro-organismo
Não – representa que não houve crescimento de micro-organismo



      O índice de prevalência do micro-organismo Escherichia coli em ITU segundo
o estudo de Kazmirczak, Giovelli e Goulart (2005) foi de 75,01%, já o levantamento
de dados realizado no laboratório Escola de Analises Clinicas da Fundação
Educacional de Fernandópolis foi de 65,21%.




12.1 - Perfil de sensibilidade aos antimicrobianos




      A metodologia utilizada foi a disco-difusão, devido sua grande flexibilidade na
escolha dos antimicrobianos, sua constante padronização metodológica pelo NCCLS
(National Commivtee for Clinical Laboratory Standards), sua fácil interpretação além
de proporcionar resultados qualitativos da sensibilidade, caracterizando os micro-
organismos testados em sensíveis, intermediários e resistentes às drogas testadas
(TRABULSI e ALTERTHUM, 2005).
38



12.1.1 -       CEPAS DE Escherichia coli




        Das 13 cepas de E. coli                   testadas,     5 cepas (38,46%) apresentaram
resistência intermediária a 1 agente antimicrobiano, sendo 1 (7,69%) a
ciprofloxacino,         1 (7,69%) a cefalotina, 1 (7,69%) a Nitrofurantoina, 1 (7,69%) a
ampicilina, 1       (7,69%) ao acido nalidixico e                   4 cepas (30,76%) apresentaram
resistência a 2 antimicrobianos, sendo 1 (7,69%) a (meropenem/amoxicilina/ac.
Clavulanico)        1        (7,69%)       sendo (cloranfenicol/ac. Nalidixico)           1    (7,69%) a
(cefalotina/ampicilina) 1 (7,69%) a (ciprofloxacino/ampicilina) e 1 (7,69%) a 3
antimicrobianos (ceftazidima/meropenem/cefalotina) e 2 (15,38%) foram resistentes
4          antimicrobianos,                   sendo             1                     (7,69%)           a
(meropenem/ceftazidima/cefalotina/gentamicina)                      1    (7,69%) a (gentamicina/ac.
Nalidixico/nitrofurantoina/cloranfenicol) ; Cepas de E. coli, que apresentaram
resistência total a alguns antimicrobianos, onde 3 cepas (23,07%) apresentaram
resistência a 2 agentes antimicrobianos, sendo 1 (7,69%) a (ampicilina/cefalotina)
e   1   (7,69%) a (ampicilina/tetraciclina); 2 cepas apresentaram resistência a 3
agentes antimicrobianos, sendo 1 (7,69%) a (ampicilina/cloranfenicol/tetraciclina) e
1   (7,69%) a (ampicilina/tetraciclina/ac. Nalidixico); 1 cepa                    (7,69%) apresentou
resistência               a            4             agentes            antimicrobianos,           sendo
(ampicilina/gentamicina/sulfazotrim/tetraciclina);              2       cepas   (15,38%)       apresentou
resistência     a        5     agentes       antimicrobianos,            sendo    1           (7,69%)   a
(ampicilina/gentamicina/nitrofurantoina/sulfazotrim/tetraciclina); e 1                        (7,69%)   a
(cefalotina/nitrofurantoina/tetraciclina/meropenem/ceftazidima);                      1           (7,69%)
apresentou               resistência             a         10            antimicrobianos,          sendo
(ampicilina/cefalotina/ciprofloxacino/gentamicina/norfloxacina/sulfazotrim/cloranfenic
ol/tetraciclina/ac. Nalidixico/moxifloxacino).
        O maior percentual de resistência (total) ao antimicrobiano foi frente a
ampicilina (61,53%), seguido de tetraciclina(38,26%), cefalotina (23%), gentamicina
(23%), sulfazotrim (23%), ciprofloxacino (15,38%), ac. Nalidixico (15,38%),
nitrofurantoina (15,38%), norfloxacino (7,69%), cloranfenicol (7,69%), moxifloxacino
(7,69%) e amoxicilina/ac clavulânico (7,69%), ceftazidima (7,69%)                             meropenem
(7,69%).
39



Tabela 03 - Distribuição do percentual do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos
de cepas de Escherichia coli isolados das uroculturas realizadas no Laboratório
Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis.



                                                        Cepas


    Antimicrobianos                      Sensíveis   Resistência     Resistente
                                                     Intermediária
                                   (a)
                             FQ             %              %             %
        Cefepime              13           100             -              -
       Amicacina               4           100             -              -
        Cefalotina            13           41,66         33,33           25
      Gentamicina             13           61,53         15,38          23,07
     Nitrofurantoina          13           69,23         15,38          15,38
       Sulfazotrim            13           76,92           -            23,07
       Tetraciclina           12           41,66           -            58,33
        Cefoxitina             4           100             -              -
       Ceftazidima             4            25            50             25
       Cefuroxima              2           100             -              -
       Meropenem               4             -            75             25
  Amoxicilina+Ac.Clav.         4            50            25             25
       Ampicilina             13           7,69          23,07          69,23
     Ciprofloxacino           13           69,23         15,38          15,38
      Norfloxacino            12           83,33           -            16,66
      Cloranfenicol            9           55,55         22,22          22,22
    Acido Nalidixico           9           44,44         33,33          22,22
      Moxifloxacin             2            50             -             50
Legenda: FQ(a) = Frequência de uso do antimicrobiano no TSA (Teste de
Sensibilidade a Antimicrobiano); (-) = ausência.




      Os antimicrobianos mais eficazes para o tratamento da infecção por
Escherichia coli foi o Cefepime e Amicacina.
40



        O Cefepime é uma cefalosporina de 4ª geração, que tem o seu mecanismo de
ação similar aos betalactamicos, que inibe a formação da parede celular das
bactérias, o cefepime penetra pela membrana externa mais rapidamente que as
outras cefalosporinas, ela atinge uma maior concentração nas células bacterianas
sofrendo pouca ação das enzimas bacterianas no espaço peri-plasmático, a
Amicacina é um aminoglicosídeo usado para o tratamento de infecções sistêmicas
severas (BPF- Guia de Medicamentos, 2011).
        Os micro-organismos apresentaram maior resistência a dois agentes
antimicrobianos, um deles é a Ampicilina, um bactericida que age inibindo a síntese
da membrana celular das bactérias, e o outro a Tetraciclina é um bacteriostático que
atua no ribossomo das bactérias inibindo a síntese das proteínas das mesmas, os
micro-organismos também apresentaram resistência a Cefalotina, Ciprofloxacino,
Acido      Nalidixico,   Amicacina,   Cefoxitina,   Meropenem,   Amoxicilina    +   Acido
Clavulânico, Ceftazidima e Cefuroxina, mas em menor escala (BPR- Guia de
Remédios, 2011).




12.1.2 -        CEPAS DE Enterobacter sp




        Das 3 cepas de Enterobacter sp testadas, 1 (33,33%) apresentou resistência
intermediaria a 3 agentes antimicrobianos (Cefalotina/Ciprofloxacina/Gentamicina); e
2 (66,66%) apresentaram resistência intermediária a 4 agentes antimicrobianos,
sendo 1 (33,33%) a (Amicacina/Norfloxacino/Gentamicina/Ciprofloxacino), e 1
(33,33%) sendo a (Cefalotina/Norfloxacino/Ciprofloxacino/ Ampicilina); e 1 (33,33%)
apresentou resistência a 1 agente antimicrobiano (Ac. Nalidixico) ,            1 (33,33%)
apresentou resistência a 3 agentes antimicrobianos (Ampicilina/Nitrofurantoina/Ac.
Nalidixico); e 1(33,33%) apresentou resistência a 9 agentes antimicrobianos
(Ampicilina/Nitrofurantoina/Sulfazotrim/Tetraciclina/Cefoxitina/Amoxicilina+Ac.
Clavulanico/Ceftazidima/Meropenem/Cefuroxima). O maior percentual de resistência
foi da Ampicilina (66,66%) , Ac. Nalidixico(66,66%) e Nitrofurantoina (66,66%) e
seguido de Sulfazotrim (33,33%), Tetraciclina (33,33%), Cefoxitina (33,33%),
Amoxicilina+Ac. Clavulânico (33,33%), Ceftazidima (33,33%), Meropenem (33,33%),
Cefuroxima (33,33%) e Ac. Nalidixico (33,33%).
41



Tabela 04 - Distribuição do percentual do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos
de cepas de Enterobacter sp isolados das uroculturas realizadas no Laboratório
Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis.



                                                          Cepas


      Antimicrobianos                    Sensíveis    Resistência     Resistente
                                                     Intermediária
                                   (A)
                                FQ           %             %               %
         Cefepime                3          100            -               -
        Norfloxacino              3        33,33         66,66              -
        Sulfazotrim               3        66,66            -            33,33
       Cloranfenicol              2         100             -               -
        Tetraciclina              3        66,66            -            33,33
         Cefalotina               2          -            100               -
       Ciprofloxacina             3          -            100               -
        Gentamicina               3        33,33         66,66              -
         Ampicilina               3          -           33,33           66,66
      Nitrofurantoina             3        33,33            -            66,66
       Acido Nalixico             3          -              -             100
         Amicacina                1          -            100               -
         Cefoxitina               1          -              -             100
        Cefuroxima                1          -              -             100
        Meropenem                 1          -              -             100
Amoxicilina+Ac.Clavulânico        1          -              -             100
        Ceftazidima               1          -              -             100
Legenda: FQ(a) = Frequência de uso do antimicrobiano no TSA(Teste de
Sensibilidade a Antimicrobiano); (-) = ausência
42



      O índice de prevalência do micro-organismo Enterobacter sp em ITU segundo
o estudo de Vieira e Saraiva de 2007 foi de 7,2%, já o levantamento de dados
realizado na Fundação Educacional de Fernandópolis foi de 13,4%.
      Os antimicrobianos mais eficazes para o tratamento da infecção por
Enterobacter sp na referente pesquisa é o Cloranfenicol (bacteriostático), que se liga
aos ribossomo das bactérias inibindo a síntese de proteínas das mesmas, e
novamente o Cefepime (BPF- Guia de Remédios, 2011).




12.1.3 -     CEPAS DE Klebsiella sp




      Das 2 cepas de Klebsiella sp, 1 (50%) apresentou resistência intermediária a
1 agente antimicrobiano (Ceftazidima), e 1 (50%) apresentou resistência a 2 agentes
antimicrobianos (Meropenem/Ceftazidima); 1 (50%) apresentou resistência a 8
agentes                                                               antimicrobianos
(Ampicilina/Cefalotina/Ciprofloxacino/Gentamicina/Nitrofurantoina/Norfloxacina/Sulfa
zotrim/Am. Ac. Clavulanico), e 1 (50%) apresentou resistência a 12 agentes
antimicrobianos
(Amicacina/Ampicilina/Cefalotina/Ciprofloxacino/Gentamicina/Nitrofurantoina/Norflox
acino/Sulfazotrim/Tetraciclina/Amoxicilina Ac. Clavulanico/Meropenem/Cefuroxina).
O maior índice de resistência foi da Ampicilina (100%), Cefalotina (100%),
Ciprofloxacino (100%), Gentamicina (100%), Nitrofurantoina (100%), Norfloxacino
(100%), Sulfazotrim (100%), Amoxicilina/Ac. Clavulânico (100%), seguido de
Amicacina (50%), Tetraciclina (50%), Meropenem (50%), Cefuroxima (50%).
43



Tabela 05 - Distribuição do percentual do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos
de cepas de Klebsiella sp isolados das uroculturas realizadas no Laboratório Escola
de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis.



                                                          Cepas


      Antimicrobianos                      Sensíveis      Resistência    Resistente
                                                         Intermediária
                                     (A)
                                FQ            %                %              %
         Cefepime                  2         100                -             -
         Cefoxitina                2         100                -             -
        Ceftazidima                1           -              100             -
         Amicacina                 2          50                -             50
         Ampicilina                2           -                -            100
         Cefalotina                2           -                -            100
       Ciprofloxacino              2           -                -            100
        Gentamicina                2           -                -            100
      Nitrofurantoina              2           -                -            100
        Norfloxacino               2           -                -            100
        Sulfazotrim                2           -                -            100
        Tetraciclina               1           -                -            100
Amoxicilina+Ac.Clavulânico         2           -                -            100
        Meropenem                  2           -               50             50
        Cefuroxima                 1           -                -            100
      Acido Nalidixico             1           -              100             -
Legenda: FQ(a) = Frequência de uso do antimicrobiano no TSA(Teste de
Sensibilidade a Antimicrobiano).




      O índice de prevalência do micro-organismo Klebsiella sp em ITU segundo o
estudo de Vieira e Saraiva (2007) foi de 5,8%, já o levantamento de dados realizado
na Fundação Educacional de Fernandópolis foi de 13,4%.
44



      Os antimicrobianos mais eficazes para o tratamento da infecção por Klebsiella
sp conforme os dados apresentados é a Cefoxitina que é um bactericida de amplo
espectro, e novamente o Cefepime (BPF- Guia de Remédios, 2011).
      E os antimicrobianos que os micro-organismos apresentaram maior
resistência foi o Meropenem, Ceftazidima, Ampicilina, Cefalotina, Ciprofloxacino,
Gentamicina, Nitrofurantoina, Norfloxacino, Sulfazotrim, Amoxicilina + ácido
clavulânico, Tetraciclina e cefuroxima.




12.1.4 -     CEPA DE Staphylococcus saprophyticus (Gram-positivo)




      A cepa analisada de Staphylococcus saprophyticus apresentou resistência a
12                              agentes                              antimicrobianos
(Ampicilina/Cefalotina/Ciprofloxacino/Sulfazotrim/Cloranfenicol/Clindamicina/Eritromi
cina/Rifampicina/Vancomicina/Oxacilina/Penicilina     G).    Todos     os    agentes
antimicrobianos apresentaram o mesmo índice de resistência.
45



Tabela 06 - Distribuição do percentual do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos
de cepas de Staphylococcus saprophyticus isolados das uroculturas realizadas no
Laboratório Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis.



                                                              Cepa


      Antimicrobianos                         Sensíveis   Resistência     Resistente
                                                          Intermediária
                                        (A)
                                   FQ            %             %              %
        Gentamicina                 1           100             -             -
         Cefoxitina                 1           100             -             -
Amoxicilina+Ac.Clavulânico          1           100             -             -
         Cefalotina                 1             -             -            100
       Ciprofloxacino               1             -             -            100
        Sulfazotrim                 1             -             -            100
       Cloranfenicol                1             -             -            100
        Tetraciclina                1             -             -            100
        Clindamicina                1             -             -            100
        Eritromicina                1             -             -            100
        Rifampicina                 1             -             -            100
        Vancomicina                 1             -             -            100
          Oxacilina                 1             -             -            100
        Penicilina G                1             -             -            100
         Ampicilina                 1             -             -            100
Legenda: FQ(a) = Frequência de uso do antimicrobiano no TSA (Teste de
Sensibilidade a Antimicrobiano).




      O índice de prevalência do micro-organismo Staphylococcus saprophyticus
em ITU segundo o estudo de Vieira e Saraiva (2007) foi de 2,9%, já o levantamento
de dados realizado na Fundação Educacional de Fernandópolis foi de 4,34%.
46



      Os antimicrobianos mais eficazes para o tratamento da infecção por
Staphylococcus saprophyticus conforme análise dos resultados é a Cefoxitina,
Amoxicilina + Ac Clavulânico e a Gentamicina.
      E os antimicrobianos que os micro-organismos apresentaram maior
resistência foram a Ampicilina, Cefalotina, Ciprofloxacino, Sulfazotrim, Cloranfenicol,
Tetraciclina, Clindamicina, Eritromicina, Rifampicina, Vancomicina, Oxacilina e a
Penicilina G.




12.1.5 -        CEPA DE Morganella morgani




      A cepa analisada de Morganella morgani apresentou resistência intermediária
a 2 agentes antimicrobianos (Tetraciclina/Sulfazotrim); e apresentou resistência a 7
agentes          antimicrobianos      (Ampicilina/Cefalotina/Cefepime/Amoxilina+Ac.
Clavulânico/Meropenem/Cefuroxima).        Todos     os    agentes     antimicrobianos
apresentaram o mesmo índice de resistência.
47



Tabela 07 - Distribuição do percentual do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos
de cepas de Morganella morgani isolados das uroculturas realizadas no Laboratório
Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis.



                                                           Cepa


      Antimicrobianos                      Sensíveis   Resistência     Resistente
                                                       Intermediária
                                   FQ(A)      %             %              %
         Amicacina                  1        100             -             -
       Ciprofloxacino               1        100             -             -
        Gentamicina                 1        100             -             -
      Nitrofurantoina               1        100             -             -
        Norfloxacina                1        100             -             -
        Tetraciclina                1          -           100             -
        Sulfazotrim                 1          -           100             -
         Ampicilina                 1          -             -            100
         Cefalotina                 1          -             -            100
         Cefepime                   1          -             -            100
Amoxicilina+Ac.Clavulânico          1          -             -            100
        Ceftazidima                 1          -             -            100
        Meropenem                   1          -             -            100
        Cefuroxima                  1          -             -            100
Legenda: FQ(a) = Frequência de uso do antimicrobiano no TSA (Teste de
Sensibilidade a Antimicrobiano).




      O índice de prevalência do micro-organismo Morganella morgani em ITU
segundo o estudo de Pelizzari, Rio Grande do Sul foi de 0,6%, já o levantamento de
dados realizado na Fundação Educacional de Fernandópolis foi de 4,34%.
      Os antimicrobianos mais eficazes para o tratamento da infecção por
Morganella morgani foi a Amicacina, Ciprofloxacino, Gentamicina, Nitrofurantoina e
Norfloxacino.
48



      E os antimicrobianos que os micro-organismos apresentaram maior
resistência foram a Tetraciclina, Sulfazotrim, Ampicilina, Cefalotina, Cefepime,
Amoxicilina + Ac. Clavulânico, Ceftazidima, Meropenem e a Cefuroxima.
49



CONSIDERAÇÕES FINAIS




       Os artigos analisados, os dados apresentados nos site governamentais como
ANVISA, descrevem as infecções urinárias com uma das principais ocorrências de
infecções em hospitais e na comunidade.
       Analisando os resultados obtidos na referente pesquisa, consolidamos os
dados como equivalentes as literaturas pesquisadas. O micro-organismo de maior
prevalência de acordo com as análises dos resultados é E. coli, seguido da
Klebsiella sp, Enterobacter sp, Morganella morgani.
       As Infecções do Trato Urinário (ITU) são de maior ocorrência no gênero
feminino fato este explicado devido anatomia feminina, porém deve-se intensificar as
campanhas de educação para evitar as ITU e o uso indiscriminado de antibióticos.
Como podemos observar os uropatógenos identificados pelo Laboratório Escola de
Análises    Clínicas   FIFE/FEF   apresentaram    resistência   a   vários   agentes
antimicrobianos resultado este que podemos atribuir ao uso irracional de
antibióticos.
       Dentre todas as uroculturas analisadas apenas uma apresentou crescimento
de micro-organismo gram-positivo (Staphylococcus saprophyticus), sendo o mesmo
isolado do gênero feminino.
50



REFERÊNCIAS




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P; Infecções do Trato Urinário: análise da frequência e do perfil de
sensibilidade da Escherichia coli como agente causador dessas infecções. rev.
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107. ed. rev. newsLab. Aracaju: UNIT, 2011, 160p.


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Antimicrobianos. Tese de mestrado. Universidade de Aveiro. Departamento de
Biologia, 2009.


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pacientes libaneses, entre 2000 e 2009: Epidemiologia e Perfis de Resistência.
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51



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LEVY, C. E; Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em
Serviços de Saúde; Módulo 1: Principais Síndromes Infecciosas. 1ed. rev.
ANVISA, Brasil, 2004.


LEVY, C. E; Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em
Serviços de Saúde; Módulo 3: Procedimentos Laboratoriais: da Requisição do
Exame à Análise Microbiológica. 1ed. rev. ANVISA, Brasil, 2004.


MAIA, A. S. C; Etiologia das Infecções Urinárias e Susceptibilidade aos
Antibióticos. Tese de Mestrado, Universidade de Aveiro. Departamento de Biologia,
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MALDANER, N. I; CAVALLI, V; ROSSI, E. M; SCAPIN, D; SARDIGLA, C. U; Perfil
Antimicrobiano de Cepas de Escherichia coli isolados de Pessoas com
Suspeita de Infecção do Trato Urinário. rev. RBAC, vol. 43, 2011.


MORAES, C. A; COLICIGNO, P. R. C; Estudo morfofuncional do sistema renal.
rev. Digital Anhanguera, 2007.


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de Mestrado. Faculdade de Medicina Universidade do Porto, 2010.


MOURA, L. B. de M; FERNANDES, M. G; A incidência de Infecção Urinária
Causadas por E.Coli. rev. Olhar Cientifico. Faculdades Associadas Ariquemes. vol.
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MULLER, E. V; SANTOS, D. F. dos S; CORRÊA, N. A. B; Prevalência de
microrganismos em infecções do trato urinário de pacientes atendidos no
laboratório de análises clínicas da Universidade Paranaense – Umuarama – PR.
rev. RBAC. vol. 40, 2008, 36p.
52



NISHIURA, J. L; HEILBERG, I. P; Infecção Urinária. Ed.Copyright Moreira Jr., 2009.


PELIZZARI, S. A; PREVALÊNCIA E SUSCETIBILIDADE ANTIMICROBIANA DE
BACTÉRIAS      ISOLADAS      DE   INFECÇÕES       DO    TRATO     URINÁRIO,   EM
PACIENTES ATENDIDOS NO HOSPITAL DE CARIDADE DE CARAZINHO-RS-
BRASIL. Trabalho realizado no hospital de caridade de Carazinho, Baldo e
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RIBEIRO, E. C. C; LUZ, A. C; Perfil Microbiológico De Pacientes Ambulatoriais
Com Infecção Urinaria. 01, ed. rev., Florence. São Luís, 2011.


SCHECHTER, M; MARANGONI, D. V; Doenças infecciosas: conduta diagnóstica
e terapêutica. 2ªed. rev. Guanabara Koogan, 1998.


SPENCE, A. P; Anatomia Humana Básica. 2ªed. Manole, 1991.


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TRUCOM,        C;     As      Funções       dos        Rins.     Disponível   em:
<http://somostodosum.ig.com.br/>, 2008. Acesso em : 02 out. 2012.

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Análises das infecções do trato urinário e do perfil de sensibilidade e resistência dos uropatóge

  • 1. FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS Lucas Caetano Chaves Maicon Antonio Colturato de Azambuja Matheus Sant’Anna Flávio ANÁLISES DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO E DO PERFIL DE SENSIBILIDADE E RESISTÊNCIA DOS UROPATÓGENOS ISOLADOS NO LABORATÓRIO ESCOLA DE ANÁLISES CLÍNICAS - FIFE/FEF; durante o primeiro semestre de 2012. FERNANDÓPOLIS 2012
  • 2. Lucas Caetano Chaves Maicon Antonio Colturato de Azambuja Matheus Sant’Anna Flávio ANÁLISES DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO E DO PERFIL DE SENSIBILIDADE E RESISTÊNCIA DOS UROPATÓGENOS ISOLADOS NO LABORATÓRIO ESCOLA DE ANÁLISES CLÍNICAS- FIFE/FEF; durante o primeiro semestre de 2012. Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Orientador: Prof. Ms. Jeferson Leandro de Paiva FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS - SP 2012
  • 3. Lucas Caetano Chaves Maicon Antonio Colturato de Azambuja Matheus Sant’Anna Flávio ANÁLISES DAS INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO E DO PERFIL DE SENSIBILIDADE E RESISTÊNCIA DOS UROPATÓGENOS ISOLADOS NO LABORATÓRIO ESCOLA DE ANÁLISES CLÍNICAS - FIFE/FEF; durante o primeiro semestre de 2012. Trabalho de conclusão de curso sujeito à aprovação como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Aprovado em: ______ de novembro de 2012. Banca examinadora Assinatura Conceito Prof. Ms. Jeferson Leandro de Paiva (Orientador) Profª. Esp. Nayara Gomes Felix da Silva (Avaliador 1) Esp. Maria Laís Devólio (Avaliadora 2) Prof. Ms. Jeferson Leandro de Paiva Presidente da Banca Examinadora
  • 4. Dedicamos este trabalho para Deus, que esta acima de tudo, pela paciência e pela conclusão do trabalho. Aos nossos pais, que nos deram apoio e reconhecimento pelo nosso trabalho.
  • 5. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao Laboratório Escola de Análises Clínicas pela colaboração e pelo apoio que nos concedeu durante a realização deste trabalho. Ao nosso orientador Prof. Msc. Jeferson Leandro de Paiva pelos conhecimentos e ensinamentos transmitidos e pelo tempo desde o início deste trabalho. Agradecemos a Prof. Esp. Nayara Gomes Felix da Silva e a Esp. Maria Laís Devólio por terem aceitado o convite para a participação da banca. Agradecemos a Mariana Martins Tosta, pelo apoio durante a realização do trabalho e pela ajuda para realizar a formatação. Agradecemos de forma geral a todos que tiveram participação durante a realização do nosso trabalho. E por fim agradecemos a nós mesmo, pela união e força de vontade do grupo.
  • 6. RESUMO A infecção do trato urinário (ITU) é uma das infecções mais comuns nos seres humanos, e são responsáveis por 35 a 45% das infecções nosocomiais, gerando um aumento na morbidade em hospitais e na própria comunidade, elevando os gastos financeiros em saúde. Este estudo tem como principal objetivo analisar a prevalência dos uropatógenos isolados presentes nas infecções do trato urinário e a sua sensibilidade e resistência perante aos agentes antimicrobianos utilizados no método de Kirby e Bauer, seguindo as normas do NCCLS Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos (TSA). A pesquisa se deu através da análise das uroculturas realizadas no Laboratório Escola de Análises Clínicas, na cidade de Fernandópolis- SP no período de Janeiro a Abril de 2012, apresentando a Escherichia coli (65,21%) como o micro-organismo de maior prevalência, seguido de Enterobacter sp (13,04%), Klebsiella sp (13,04%), Staphylococcus saprophyticus (4,34%) e Morganella morgani (4,34%). As cepas de Escherichia coli apresentaram maior sensibilidade ao Cefepime, seguido da Amicacina e maior resistência a Ampicilina. As cepas de Enterobacter sp apresentaram maior sensibilidade ao Cloranfenicol e ao Cefepime, e maior resistência ao Acido Nalidixico. Já as cepas de Klebsiella sp apresentaram maior sensibilidade ao Cefepime e a Cefoxitina, e maior resistência a Ampicilina, seguido de outros agentes antimicrobianos. A cepa de Staphylococcus saprophyticus apresentou maior sensibilidade a Gentamicina, seguida de mais dois agentes antimicrobianos, a Cefoxitina e Amoxicilina associada com Ac. Clavulanico, e maior resistência ao Cloranfenicol e outros agentes antimicrobianos. A cepa de Morganella morgani apresentou maior sensibilidade a Amicacina, e a outros agentes antimicrobianos, e maior resistência ao Cefepime, seguido de outros agentes antimicrobianos. Devido ao grande aumento de resistência bacteriana e de infecções do trato urinário, deve-se levar em conta o uso indiscriminado de antibióticos e a falta de informações, tanto na higiene pessoal quanto ao uso de antimicrobianos. Palavras chaves: infecção do trato urinário, teste de sensibilidade e resistência a antimicrobianos, uropatógenos.
  • 7. ABSTRACT A urinary tract infection (UTI) is one of the most common infections in humans, and are responsible for 35 to 45% of nosocomial infections, causing an increase in morbidity in hospitals and in the community, raising spending on financial health. This study is meant to examine the prevalence of uropathogens isolated present in urinary tract infections and their sensitivity and resistance to antimicrobials used before in the method of Bauer and Kirby, following the guidelines of the NCCLS Antimicrobial Susceptibility Testing (TSA). A search was made through the analysis of urine cultures performed at the Laboratory School of Clinical Analyses, in the city of Fernandópolis-SP in the period January to April 2012, with Escherichia coli (65.21%) as the micro-organism most prevalent followed by Enterobacter sp (13.04%), Klebsiella sp (13.04%), Staphylococcus saprophyticus (4.34%) and Morganella morganii (4.34%). Strains of Escherichia coli showed greater sensitivity to cefepime followed by amikacin and greater resistance to ampicillin. The strains of Enterobacter sp showed greater sensitivity to chloramphenicol and cefepime, and greater resistance to nalidixic acid. Already the strains of Klebsiella sp showed higher sensitivity to cefepime and cefoxitin, and greater resistance to ampicillin, followed by other antimicrobial agents. A strain of Staphylococcus saprophyticus showed greater sensitivity to gentamicin, followed by two more antimicrobials, cefoxitin and amoxicillin with ac. clavulanic and greater resistance to chloramphenicol and other antimicrobial agents. The strain of Morganella morganii showed greater sensitivity to amikacin, and other antimicrobial agents, and greater resistance to cefepime, followed by other antimicrobial agents. The Urinary Tract Infections (UTIs) are the most frequent in females explained by the fact that the female anatomy, but should intensify education campaigns to prevent UTI and indiscriminate use of antibiotics due to the large number of antimicrobial resistance. Key words: urinary tract infection, antimicrobial susceptibility testing, uropathogens.
  • 8. LISTA DE FIGURAS 01 - Formação da Urina 16 02 - Órgãos formadores do sistema urinário masculino ................................... 17 03 - Órgãos formadores do sistema urinário feminino ..................................... 18 04 - Gráfico de porcentagem de uroculturas positivas e negativas ................. 34 05 - Gráfico de percentual de uroculturas, separadas por gêneros e 35 positividade ............................................................................................... 06- Gráfico de diversidade e prevalência de micro-organismo isolados na 36 ITU .............................................................................................................
  • 9. LISTA DE TABELAS 01 - Antimicrobianos mais utilizados ................................................................ 13 02- Micro-organismos isolados de acordo com o gênero da amostra de 37 urina .......................................................................................................... 03 - Percentual de sensibilidade e resistência antimicrobiana do micro- 39 organismo E. coli ....................................................................................... 04 - Percentual de sensibilidade e resistência antimicrobiana do micro- 41 organismo Enterobacter sp ....................................................................... 05 - Percentual de sensibilidade e resistência antimicrobiana do micro- 43 organismo Klebsiella sp ............................................................................ 06 - Percentual de sensibilidade e resistência antimicrobiana do micro- 45 organismo Staphylococcus saprophyticus ................................................ 07 - Percentual de sensibilidade e resistência antimicrobiana do micro- 47 organismo Morganella morgani .................................................................
  • 10. LISTA DE QUADROS 01- Composição da Urina................................................................................. 15
  • 11. LISTA DE ABREVIATURAS/SIGLAS Ac. Clav – Ácido Clavulânico ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária Cm - Centímetro E.coli – Escherichia coli FEF – Fundação Educacional Fernandópolis FIFE – Faculdades Integradas de Fernandópolis FQ – Frequência ITU – Infecção do Trato Urinário LAC – Laboratório de Análises Clínicas NCCLS - National Commivtee for Clinical Laboratory Standards SP – São Paulo TSA – Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos RN – Recém Nascido SIDA - Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
  • 12. Sumário 1 - INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 12 2- SISTEMA URINÁRIO ......................................................................................... 14 2.1- DESCRIÇÃO DOS ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO E MICÇÃO ................................................................................................................. 17 2.1.1- ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO MASCULINO ........... 17 2.1.2- ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO FEMININO ............... 18 2.2.3- RINS ......................................................................................................... 18 2.2.4- URETERES .............................................................................................. 18 2.2.5- BEXIGA URINÁRIA .................................................................................. 19 2.2.6- URETRA ................................................................................................... 19 2.2.7- MICÇÃO ................................................................................................... 20 3- INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO ................................................................... 20 4- EPIDEMIOLOGIA ............................................................................................... 23 4.1- CRIANÇAS ................................................................................................... 23 4.2- MULHERES ADULTAS ................................................................................ 24 4.3- HOMENS ADULTOS.................................................................................... 25 4.4- IDOSOS ....................................................................................................... 25 5- QUANTO À TOPOGRAFIA, AS ITUs SÃO DIVIDIDAS EM: ............................. 26 6- QUANTO Á EVOLUÇÃO AS ITUs PODEM LIMITAR-SE A EPISÓDIO ÚNICO OU ISOLADO, A RECIDIVA E A REINFECÇÃO: .................................................... 26 7- QUANTO Á PRESENÇA DE FATORES PREDISPONENTES OU AGRAVANTES AS ITUs SÃO CLASSIFICADAS EM DOIS GRUPOS: .................. 27
  • 13. 8- PATOGÊNESE ................................................................................................... 27 8.1- VIA ASCENDENTE ...................................................................................... 28 8.2- VIA HEMATOGÊNICA ................................................................................. 28 8.3- VIA DIRETA .............................................................................................. 28 8.4- VIA LINFÁTICA ............................................................................................ 28 8.4.1- ADEQUAÇÃO DOS MECANISMOS DE DEFESA DO HOSPEDEIRO: 29 8.4.2- VIRULÊNCIA DO MICRO-ORGANISMO .............................................. 29 9- SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS ...................................................................... 30 10- INSTRUÇÕES PARA COLETA DE URINA. ...................................................... 31 10.1- CRIANÇAS ............................................................................................... 31 10.2- ADULTOS SEXO MASCULINO ................................................................ 31 10.3- ADULTOS SEXO FEMININO .................................................................... 32 11- METODOLOGIA ................................................................................................. 33 12- RESULTADOS ................................................................................................... 34 12.1 - Perfil de sensibilidade aos antimicrobianos .............................................. 37 12.1.1 - CEPAS DE Escherichia coli ............................................................ 38 12.1.2 - CEPAS DE Enterobacter sp ............................................................... 40 12.1.3 - CEPAS DE Klebsiella sp .................................................................... 42 12.1.4 - CEPA DE Staphylococcus saprophyticus (Gram-positivo) .............. 44 12.1.5 - CEPA DE Morganella morgani ........................................................ 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 49 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 50
  • 14. 12 1 - INTRODUÇÃO O sistema renal é constituído por dois órgãos denominados rins que realizam a maior parte das excreções, onde é filtrado o sangue e recolhido os resíduos metabólicos de todas as células do nosso corpo. O rim é constituído de um sistema de tubos condutores do produto final deste filtrado que é a urina, a qual chamamos de via urinária, sendo compostas por: pelve renal, ureteres, bexiga urinária e uretra. A urina é o veículo que controla a eliminação de água, sais minerais, íons e resíduos metabólicos. Caso não funcione corretamente, a pessoa poderá ficar intoxicada pela uréia e outras substâncias tóxicas que o próprio metabolismo produz (endógenas) ou que a pessoa internalizou (exógena) como remédios, drogas ou agrotóxicos (MORAES e COLICIGNO, 2007;TRUCOM, 2008;). Infecção do trato urinário é quando ocorre uma invasão do micro-organismo com o trato urinário. A infecção do trato urinário é uma das mais frequentes encontradas na prática clínica, ainda é a maior causa de admissão hospitalar, sendo responsável por significante morbidade e mortalidade e um alto custo financeiro. A ITU é uma patologia que ocorre em todas as idades, tendo maior prevalência em mulheres jovens com vida sexual ativa, crianças com até os seis anos de idade e em idosos com mais de 60 anos de idade (MULLER; SANTOS e CORRÊA, 2008; NISHIURA e HEILBERG, 2009). Em mulheres tem maior prevalência devido às questões anatômicas, a uretra feminina é menor que a masculina, com isso é maior a proximidade do ânus com o vestíbulo vaginal e uretra. Porém no homem é maior o comprimento uretral, tendo maior fluxo urinário e o fator antibacteriano prostático são protetores (MULLER; SANTOS e CORRÊA, 2008). A realização e interpretação do antibiograma vêm se dificultando cada vez mais, devido suas limitações e crescente de novos mecanismos de resistência, o que exige atualização e treinamento dos profissionais. A metodologia de Kirby e Bauer para antibiograma é a mais utilizada na rotina de análises clínicas, devido a sua praticidade de execução, baixo custo e confiabilidade de seus resultados. (LABORCLIN, 2011).
  • 15. 13 Os principais antimicrobianos utilizados para ITU apresentados são classificados de acordo com os micro-organismos isolados: Tabela 01- Antimicrobianos mais utilizados. GRAM NEGATIVO GRAM POSITIVO Ampicilina Cefepime Amicacina Ciprofloxacino Amoxicilina+ Ac. Clavulânico Cloranfenicol Ceftazidima Clindamicina Cefalotina Eritromicina Cefepime Gentamicina Cefoxitina Oxacilina Cefuroxima Penicilina-G Ciprofloxacino Rifampicina Gentamicina Sulfazotrim Meropenem Tetraciclina Sulfazotrim Vancomicina O presente trabalho teve como objetivo analisar a prevalência dos uropatógenos isolados das infecções urinárias de pacientes atendidos no Laboratório Escola de Análises Clínicas FIFE/FEF, localizado na cidade de Fernandópolis - SP, determinando sua sensibilidade aos agentes antimicrobianos tomando por base os resultados apresentados no método de Kirby e Bauer, seguindo as normas NCCLS.
  • 16. 14 2- SISTEMA URINÁRIO O rim tem um importante papel exócrino, que é a formação de urina, e também tem funções endócrinas; a função homeostática do meio interno, sendo a principal função do rim, é a formação da urina ocorre na unidade funcional básica do rim que é denominada néfron, que é um conjunto de estruturas vasculares e renais que visam à formação da urina. Segundo Strasinger (1998) os principais constituintes químicos orgânicos da urina são uréia, creatinina e ácido úrico e os principais constituintes inorgânicos é o cloreto seguido de sódio e potássio conforme tabela abaixo (MORAES e COLICIGNO, 2007).
  • 17. 15 Quadro 01: Composição da Urina COMPOSIÇÃO DA URINA Componentes Quantidade Relação Urina/Plasma Sódio 2-4 g 100-200 mEq 0,8-1,5 Potássio 1,5-2,0 g 50-70 mEq 10-15 Magnésio 0,1-0,2 g 8-16 mEq Cálcio 0,1-0,3 g 2,5-7,5 mEq Ferro 0,2 mg Amônia 0,4-1,0 g N 30-75 mEq H+ 4x10-8 – 4x10-6 mEq/L 1-100 Ácido úrico 0,80-2,0 g N 20 Aminoácidos 0,08-0,15 g N Ácido hipúrico 0,04-0,08 g N Cloreto 100-250 mEq 0,8-2 Bicarbonato 0-50 mEq 0-2 Fosfato 0,7-1,6 g P 20-50 mmol 25 Sulfato 0,6-1,8 g S 40-120 mEq 50 inorgânico Sulfato 0,06-0,2 g S orgânico Uréia 6-18 g N 35 Creatinina 0,3-0,8 g N 70 Peptídeos 0,3-0,7 g N Fonte: STRASINGER, S. K. Uroanálise e Fluídos Biológicos. 3.ed. premier, 1998.p 3. O sistema urinário é responsável pelo equilíbrio hídrico e eletrolítico, os eletrólitos são compostos quando são dissolvidos em água. A estabilidade eletrolítica é alcançada quando o numero de eletrólitos que entram no corpo é a mesma que é eliminada. Os íons Hidrogênio, por exemplo, são mantidos em concentrações precisas de forma que exista no corpo um equilíbrio acido-base ou pH (GRAAFF, 2003).
  • 18. 16 Outra função importante do sistema urinário é a eliminação de derivados nitrogenados tóxicos, especificamente ureia e creatinina. E também o sistema urinário é responsável pela eliminação de resíduos tóxicos que podem ser resultado de uma ação bacteriana, e a remoção de varias drogas que foram introduzidas no corpo. Essas funções são realizadas através da formação de urina pelos rins, como demonstra figura abaixo (GRAAFF, 2003). Figura 01: Formação da Urina Fonte: http://sistemaurinariohumano.blogspot.com.br/2010/09/fisiologia-do- sistema-urinario_02.html O sistema urinário é formado por dois rins, dois ureteres, uma bexiga urinária e uretra. Nos rins os túbulos estão entrelaçados com redes vasculares do sistema circulatório para tornar possível a formação de urina, depois de formada a urina é conduzida pelos ureteres, e armazenada na bexiga urinaria, e a micção da urina armazenada na bexiga urinaria é feita através da uretra (GRAAFF, 2003).
  • 19. 17 2.1- DESCRIÇÃO DOS ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO E MICÇÃO 2.1.1- ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO MASCULINO Figura 02: Sistema urinário masculino Fonte: http://www.professorjarbasbio.com.br/excrecao.htm
  • 20. 18 2.1.2- ÓRGÃOS FORMADORES DO SISTEMA URINÁRIO FEMININO Figura 03: Sistema urinário feminino Fonte: http://etcor3.blogspot.com.br/2012/03/sistema-urinario.html 2.2.3- RINS Os rins são de cor marrom avermelhada e estão posicionados na parede posterior da cavidade abdominal entre os níveis das vértebras, décima segunda torácica e terceira lombar, os rins são formado por três partes, o córtex que é a camada externa, a medula renal que fica abaixo do córtex, e os túbulos renais (GRAAFF, 2003; SPENCE, 1991). 2.2.4- URETERES São retroperitoneais. Esses órgãos tubulares, tem aproximadamente 25 cm de comprimento e começam na pelve renal, seguindo inferiormente para entrar na bexiga urinária nos ângulos póstero-laterais de sua base, que tem como função básica o transporte da urina dos rins a bexiga, os ureteres são formados
  • 21. 19 por três camadas, a camada interna ou camada mucosa, a camada média ou camada muscular , e a externa ou camada fibrosa. (SPENCE, 1991; GRAAFF, 2003). 2.2.5- BEXIGA URINÁRIA É um órgão sacular onde é armazenada a urina, tem um formato esférico quando cheia e quando vazia tem o formato parecido com uma pirâmide de ponta cabeça . Esta localizada atrás da sínfise púbica, por diante do reto. No sexo feminino a bexiga urinária está em contato com o útero e a vagina. No sexo masculino a próstata está posicionada embaixo da bexiga urinária. (SPENCE, 1991; GRAAFF, 2003). 2.2.6- URETRA Consiste em tubo de tecido muscular, que sai da bexiga urinária e transporta a urina contida na bexiga para fora do corpo (SPENCE, 1991; GRAAFF, 2003). A uretra feminina é um órgão tubular retilíneo de aproximadamente quatro cm de extensão, que esvazia a bexiga através do óstio externo da uretra no vestíbulo da vagina entre o clitóris e o óstio da vagina. A uretra feminina tem uma única função que é transportar urina para o exterior (GRAAFF, 2003). A uretra masculina serve a ambos os sistemas, urinário e genital, para a passagem de esperma. Tendo aproximadamente 20 cm de comprimento e tem a forma da letra S por causa da forma do pênis (SPENCE, 1991; GRAAFF, 2003).
  • 22. 20 2.2.7- MICÇÃO É chamada de urinação ou urinar, refere-se ao processo pelo qual a bexiga se esvazia quando fica repleta. Sendo uma função complexa que requer um estímulo da bexiga urinária com uma combinação de impulsos nervosos involuntários e voluntários as estruturas musculares apropriadas da bexiga urinária e da uretra (GRAAFF, 2003). 3- INFECÇÃO DO TRATO URINÁRIO A Infecção do Trato Urinário (ITU) é uma das doenças que ocorrem com grande frequência nos serviços de saúde. As ITUs tem apresentações clínicas variáveis, como cistite, pielonefrite e bacteriúria assintomática, e são responsáveis por 35 a 45% das infecções nosocomiais causando aumento da morbidade tanto em hospitais como na comunidade, sendo responsáveis pela elevação dos gastos financeiros (DAMASCENO; TERRA e LIBANIO, 2011). As ITUs caracterizam-se pela invasão e multiplicação bacteriana, agredindo os rins e as vias urinárias. Em pessoas saudáveis, o trato urinário a cima da uretra é estéril. As ITUs surgem na maioria dos casos por penetração do agente microbiano através da uretra chegando até os rins, bexiga e ureteres. Raramente o acesso deste agente ao aparelho urinário se faz por via sanguínea (RIBEIRO e LUZ, 2011). As predisposições de um paciente que facilitam as infecções das vias urinárias é um fluxo urinário comprometido, mecânico ou funcional, com obstrução da bexiga, estrangulamento da uretra, hipertrofia prostática, expansão do útero durante a gravidez, nefropatia diabética e poliomielite. As ITUs podem ocorrer em qualquer idade e pode variar com a condição sócio econômica, condições de higiene, presença de Diabetes Melittus, após as relações sexuais, na presença de auto medicação e de anormalidades anatômicas (RIBEIRO e LUZ, 2011). As crianças do gênero masculino são mais favoráveis para apresentarem infecções nos primeiros dois meses de vida, devido, ao acumulo de micro- organismos sobre o prepúcio, sendo, que nas demais faixas etárias são as meninas.
  • 23. 21 A instalação dessa infecção pode ocorrer por via hematogenica, linfática e ascendente, sendo essa a ultima a principal forma de infecção das vias urinárias por bactérias entéricas (BARROS e MENEZES, 2011). As chances de ocorrer ITUs em mulheres são maiores do que nos homens, pois, as questões anatômicas envolvidas, como, a uretra feminina é mais curta favorecendo a colonização da microbiota fecal, e também há possibilidade de contaminação bacteriana da uretra feminina no ato sexual (MALDANER e CAVALLI, 2011). Estas infecções são caracterizadas em diferentes fases, de uma uretrite a uma pielonefrite. No inicio ocorre a inflamação da uretra (uretrite), quando não tratada, inicialmente, essa inflamação chega a bexiga (cistite) e até mesmo aos ureteres (uretrite). O risco mais significativo deste tipo de infecção é que os micro- organismos podem subir pelos ureteres e agredirem os rins (pielonefrite). Nos casos mais graves podem ocorrer complicações, podendo evoluir a uma septicemia e até mesmo óbito (MOURA e FERNANDES, 2010). Os sintomas se caracterizam clinicamente com a presença de urgência miccional, poliúria, dor supra púbica, mictúria, hematúria e apresenta febre ou não. Em muitos dos casos o paciente não apresenta os sintomas, que aumenta a dificuldade de um diagnóstico precoce, elevando as possibilidades de agravamento do caso, com isso gerando bacteremia secundária, sendo necessária a realização de exames laboratoriais para determinar diagnóstico (BARROS e MENEZES, 2011). Os exames laboratoriais para detectar as ITUs são baseados em testes de triagem, como a pesquisa de nitrito, esterase leucocitária, bacterioscopia leucocitária, exames para descobrir bactérias gram-positivas, e gram-negativas de urina não centrifugada e centrifugada, esses testes fornecem informações rápidas ao médico, mas, o mais eficiente teste para determinar uma ITU é a Urocultura devido a sensibilidade e especificidade melhores que os demais, identificando o micro-organismo causador da infecção, e a suscetibilidade dos mesmos aos antimicrobianos (BARROS e MENEZES, 2011). Oriunda da microbiota intestinal, a Escherichia coli coloniza a mucosa genital e pode entrar no sistema urinário, onde adere e coloniza a mucosa genital por meio de fimbrias e adesinas, as outras infecções são causadas por outras bactérias da família das Enterobacteriaceae, como, Enterobacter, Serratia e Klebsiella, e também o Staphylococcus saprophyticus, um micro-organismo gram-positivo, que tem sido
  • 24. 22 apontado como segundo caso mais frequente da ITU. Seu diagnóstico é difícil, pois apresenta um crescimento muito lento em urocultura e também pode ser confundida com outro Staphylococcus coagulase e DNAse-negativo, saprófita da flora comensal do trato urinário, mucosas e pelos, como Staphylococcus epidermidis (RIBEIRO e LUZ, 2011). A Escherichia coli (E. coli) foi descrita no final do século XIX, como Bacterium coli por ser um micro-organismo encontrado no colón, é uma bactéria comum no homem e nos animais. A E.coli foi relacionada com a prática insatisfatória da higiene por conta da contaminação de origem fecal. Mas devido a estudos aprofundados nas ultimas décadas, foi comprovado que a E.coli é altamente patogênica e pode provocar graves infecções, levando até mesmo o paciente a óbito. A E.coli é um bacilo gram-negativo, catalase positiva e oxidase-negativa, não esporogenica, anaeróbicos facultativos, fermentadores de glicose, reduzem nitrato e nitrito como produção de energia. Não apresentam termo resistência, podendo ser destruída a 60°C, em poucos segundos (MOURA e FERNANDES, 2010). A utilização dos antimicrobianos tem sido crescente desde o século XX, com o surgimento da penicilina, a partir do ano de 1940. O uso dessas drogas reduziu drasticamente a morbidade e a mortalidade das doenças infecciosas, mas os micro- organismos possuem grande capacidade de adquirir resistência aos antimicrobianos devido ao seu uso indiscriminado (DAMASCENO; TERRA e LIBANIO, 2011). Com o uso indiscriminado dos antimicrobianos há uma pressão seletiva sobre as cepas bacterianas, favorecendo o aparecimento de micro-organismos resistentes, com isso, dificulta o tratamento dessa infecção. O teste de suscetibilidade aos antimicrobianos é um dos exames mais importantes, pois, prova a suscetibilidade dos micro-organismos contra diferentes agentes antimicrobianos, os resultados influenciam diretamente na escolha da terapêutica antimicrobiana, a resistência microbiana pode ser diminuída evitando o uso indiscriminado de antimicrobianos (MALDANER, et al,2011). A utilização dos antimicrobianos é necessária para a cura das ITUs, usa-se uma antibiótico terapia, pois ajuda a reduzir as taxas de morbidade e mortalidade, mas com o aumento da resistência dos antibióticos houve um aumento de falhas terapêuticas e com isso um agravamento dos quadros clínicos (BARROS e MENEZES, 2011).
  • 25. 23 Nos tratamentos das ITUs são utilizados antimicrobianos de largo espectro que abrange varias espécies de micro-organismos, tem como base na escolha do medicamento a sua baixa toxicidade celular, via de administração, menor índice de resistência, excreção urinária adequada, e os escolhidos muitas vezes são cefalosporinas, aminoglicosideos e sulfonamidas para o tratamento, mas as sulfonamidas estão sendo menos utilizadas pelo alto índice de falhas terapêuticas (BARROS e MENEZES, 2011). O uso das fluorquinolonas significou um avanço no tratamento das ITUs por bactérias multirresistentes visto que muitas cepas foram sensíveis a essa nova família de medicamentos, mas como outros antimicrobianos (DAMASCENO; TERRA e LIBANIO, 2011). 4- EPIDEMIOLOGIA As ITUs manifestam se em homens e mulheres de qualquer idade, diferenciando se no sexo feminino e masculino e nas diversas faixas etárias, sendo mais frequente no sexo feminino (SCHECHTER e MARANGONI, 1998). 4.1- CRIANÇAS As ITUs são comuns entre as crianças, com prevalência em crianças febris com idade inferior a 2 anos. A incidência de ITU em crianças varia de 1 a 2% e é mais comum entre os meninos durante os três primeiros meses de vida, devido a um maior número de malformações congênitas, como má-formação da uretra e da válvula da uretra posterior. A partir dos três meses as meninas passam a ter mais infecções, devido a anormalidades anatômicas que são mais comuns no sexo feminino nessa idade (SCHECHTER e MARANGONI, 1998; MOREIRA, 2010; MAIA, 2010). A via mais comum de infecção nos meninos é a hematogênica, pois, os meninos possuem maior suscetibilidade nos primeiros meses de vida e aliados com
  • 26. 24 a frequência de anormalidades anatômicas fazem com que essa via de infecção se torne a mais comum. Em 25-30% dos casos ocorrem por anormalidades anatômicas, sendo que 85% dos casos são causados por refluxo vésico-ureteral. Crianças com ITU assintomática representam 10% dos casos e são de pouca importância e sem dilatação uretral (SCHECHTER e MARANGONI, 1998). Nas crianças de 5 a 15 anos a prevalência é de 1,2% nas meninas e de 0,04% nos meninos. Estimula se que 5 a 6% das meninas desenvolverão pelo menos um episódio de ITU entre os 7 aos 18 anos de idade. Meninas com bacteriuria assintomática apresentam risco de até 50% de desenvolver infecção assintomática na idade adulta, com inicio da vida sexual ou durante a gravidez (SCHECHTER e MARANGONI, 1998). 4.2- MULHERES ADULTAS Geralmente de 10% a 50% das mulheres apresentarão ITU em alguma fase de suas vidas, essas incidências devem-se essencialmente à atividade sexual, gestação e menopausa. A maior suscetibilidade feminina parece dever se principalmente as condições anatômicas (uretra curta e a proximidade do meato uretral ao introito vaginal e anus), observando-se que a via ascendente é o caminho mais frequente de acesso de micro-organismo as vias urinárias (SCHECHTER e MARANGONI, 1998; CORREIA, 2009). Schechter e Marangoni, 1998 descreveram alguns fatores que aumentam o risco de ITU na mulher adulta: •Ato sexual com frequência de infecção urinária em mulheres recorrentes. •Uso de diafragma como método anticoncepcional; •O uso de geleia espermicida contendo nonoxinol 9, substancia tóxica para lactobacilos acidophilos podendo provocar dano tecidual; •Suscetibilidade a colonização perineal por bacilos gram-negativos; •Doenças que dificultam o esvaziamento normal da bexiga; •Obstrução e instrumentação das vias urinárias; •Números de gestações; •Baixo nível socioeconômico.
  • 27. 25 Fatores que não são considerados de risco: Masturbação, sexo oral, relações sexuais com múltiplos parceiros, o uso de anticoncepcionais orais, dispositivos intrauterinos, hábitos pessoais (dietas, roupas, hábitos urinários) e o uso de tampão vaginal (SCHECHTER e MARANGONI, 1998). A presença de diabetes mellitus aumenta a prevalência de ITU nas mulheres adultas em até 2 ou 4 vezes não alterando a prevalência em meninas ou em pacientes do sexo masculino (SCHECHTER e MARANGONI, 1998). 4.3- HOMENS ADULTOS Em homens adultos as ITUs surgem em idades mais avançadas, associadas com alguma anomalia anatômica ou a uma diminuição da atividade bactericida prostática, e ocorre com menor freqüência, pois se deve a distancia do meato uretral ao períneo e anus, ao fato da uretra masculina ser longa. A prevalência de ITU é um pouco maior em homens jovens, devido a relações sexuais com mulheres colonizadas, doenças sexualmente transmissíveis ou a existência de doenças imunossupressoras com a SIDA (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida) (SCHECHTER e MARANGONI, 1998; CORREIA, 2009). Em homossexuais masculinos, um estudo encontrou ITU em 5%, que seja um fator de risco entre os homens, devido a frequência de sexo anal sem proteção e também nos indivíduos com prepúcio intacto, que facilitaria a inoculação uretral de micro-organismos fecais (SCHECHTER e MARANGONI, 1998; MOREIRA, 2010). 4.4- IDOSOS Nas pessoas idosas (acima de 65 anos) apresentam níveis mais elevados de ITU, sendo que nessa faixa etária tendem a ser iguais no sexo masculino e no feminino (SCHECHTER e MARANGONI, 1998). Os fatores responsáveis pela prevalência elevada de ITU nos idosos incluem debilidade, doenças de base associadas, doenças que dificultam o esvaziamento
  • 28. 26 normal da bexiga, instrumentação das vias urinárias, manejo da incontinência urinária com cateter vesical, diminuição da atividade bactericida da secreção prostática, diminuição do glicogênio vaginal e aumento do pH vaginal, permitindo maior colonização periuretral por bactérias Gram-negativas entéricas (SCHECHTER e MARANGONI, 1998). 5- QUANTO À TOPOGRAFIA, AS ITUs SÃO DIVIDIDAS EM:  Altas - que se desenvolvem no parênquima renal (pielonefrite) ou ureteres (ureterites). (Amadeu, et al, 2009)  Baixas - que se desenvolvem na bexiga (cistite) na uretra (uretrite), e nos homens, na próstata (prostatite) e no epidídimo (epididimite). (Amadeu, et al, 2009) 6- QUANTO Á EVOLUÇÃO AS ITUs PODEM LIMITAR-SE A EPISÓDIO ÚNICO OU ISOLADO, A RECIDIVA E A REINFECÇÃO:  Episódio único ou isolado: Ocorre uma única vez e resolve com o uso de antibioticoterapia. Entre 10 a 20% das mulheres irão apresentar no decorrer da vida pelo menos um episódio de infecção urinária (LEVY, 2004).  Recidiva – Quando a uma falha no tratamento, o mesmo micro-organismo isolado anteriormente continua no trato urinário, causando infecção. A resistência do mesmo micro-organismo por meses ou anos, leva a infecção urinária crônica (LEVY, 2004).
  • 29. 27  Reinfecção - é o aparecimento de uma nova infecção do trato urinário, sem relação com a infecção anterior, gerado por outro micro-organismo, exceto que pela origem e frequência do agente etiológico que coloniza a região perineal, pode ser atribuída à mesma espécie bacteriana (ex: E.coli) (LEVY, 2004). 7- QUANTO Á PRESENÇA DE FATORES PREDISPONENTES OU AGRAVANTES AS ITUs SÃO CLASSIFICADAS EM DOIS GRUPOS:  ITU não complicada: ocorre em mulheres jovens sexualmente ativas sem anormalidade anatômica ou funcional do aparelho geniturinário (LEVY, 2004).  ITU complicada: ocorre em pessoas que possuem anormalidade estrutural ou funcional do processo de diurese, presença de cálculos renais ou prostáticos, doenças subjacentes em que haja predisposição a infecção renal (diabetes melittus, anemia falciforme, doença policística renal, transplante renal) ou na vigência de cateterismo vesical, instrumentação ou procedimentos cirúrgicos do trato urinário. Pelo maior risco, as ITUs em crianças, gestantes, homens e infecções do trato urinário alto são consideradas infecções complicadas (LEVY, 2004). 8- PATOGÊNESE As possibilidades de um micro-organismo alcançar o trato urinário e causar infecção são:
  • 30. 28 8.1- VIA ASCENDENTE É o mecanismo mais comum. O micro-organismo poderá atingir por via da uretra, a bexiga, ureter e o rim. Esta via é a mais frequente, principalmente em mulheres (menor extensão da uretra) e em pacientes submetidos à instrumentação do trato urinário (LEVY, 2004; CORREIA, 2009). 8.2- VIA HEMATOGÊNICA É uma via pouco comum e sempre uma via secundária a um processo infeccioso que desencadeou uma bacteremia. Como à uma intensa vascularização do rim podendo ele ser comprometido em qualquer infecção sistêmica; é a via de acesso para ITU(s) por alguns microrganismos como Staphylococcus aureus, Mycobacterium tuberculosis, Histoplasma spp., sendo também a principal via das ITU(s) em neonatos (LEVY, 2004; CORREIA, 2009). 8.3- VIA DIRETA Relacionada com qualquer instrumentação geniturinária, como o cateterismo uretral, a punção renal ou a cirurgia endoscópica (CORREIA, 2009). 8.4- VIA LINFÁTICA Acontece raramente, embora tem a possibilidade de micro-organismos alcançarem o rim pelas conexões linfáticas entre o intestino e o rim e/ou entre o trato urinário inferior e superior(CORREIA, 2009)..
  • 31. 29 Após o micro-organismo entrar em contato com o trato urinário poderá ocorrer ou não infecção dependendo dos seguintes fatores: 8.4.1- ADEQUAÇÃO DOS MECANISMOS DE DEFESA DO HOSPEDEIRO:  Propriedades antibacterianas da urina (elevada osmolalidade e baixo pH) e da mucosa do trato urinário (citocinas, mecanismos antiaderência).  Efeito mecânico da micção.  Resposta imune e inflamatória.  Integridade anatômica e funcional das vias urinárias.  Tamanho do inóculo (quanto maior o inóculo que alcança o rim, maior a chance de infecção). A medula renal é altamente susceptível a infecção por baixas contagens bacterianas, ocorrendo o inverso no córtex renal (LEVY, 2004). 8.4.2- VIRULÊNCIA DO MICRO-ORGANISMO  Aderência às células uroepiteliais e vaginais  Resistência à atividade bactericida do soro  Produção de hemolisina e fator citotóxico necrotizante tipo 1. Nos pacientes com cateterismo vesical, os micro-organismos atingem a bexiga através de três caminhos: - no momento da inserção do cateter - através da luz do cateter - através da interface mucoso-cateter Os fatores envolvidos na fisiopatogênese das infecções urinárias associadas ao uso de cateteres vesicais são: - fenômenos inflamatórios locais (corpos estranhos). - eliminação dos mecanismos habituais de defesa (esvaziamento incompleto da bexiga, alterações da imunidade local, via aberta de passagem até a bexiga).
  • 32. 30 - obstrução mecânica das glândulas periuretrais (facilitando quadros de uretrites e epididimites). Nos pacientes com prostatite ou epididimite, os micro-organismos atuam, principalmente, através do refluxo da urina infectada nos ductos prostáticos e ejaculatórios (LEVY, 2004). 9- SINAIS E SINTOMAS CLÍNICOS Neonatos e crianças até dois anos de idade com ITU(s) podem ser totalmente assintomáticos ou apresentarem sintomas imprecisos como: irritabilidade; diminuição da amamentação; menor desenvolvimento pondero-estatural; diarréia e vômitos; febre e apatia, etc. Cerca de 7% dos relatos podem estar acompanhados de icterícia e de hepato-esplenomegalia. No diagnóstico de ITU em crianças menores de dois anos, pode ser feita apenas uma triagem com a urina obtida por coletor, se negativa tem valor diagnóstico de exclusão, mas se positiva, com ou sem leucocitúria, o diagnóstico final depende da coleta por punção supra-púbica ou de urina obtida por sondagem vesical. Porém nesta idade assegurar um diagnóstico clínico é muito difícil (LEVY, 2004; MAIA, 2010). Crianças mais velhas podem relatar sintomas como: disúria, frequência e dor abdominal, febre alta, calafrios, náuseas dor e calor no flanco são sinais de pielonefrite. Em crianças maiores de dois anos com controle esfincteriano, deve-se utilizar a urina de jato médio (LEVY, 2004; CORREIA, 2009; MAIA, 2010;). Adultos com ITU baixa, limitada a uretra e bexiga, geralmente apresentam disúria frequente, urgência miccional e ocasionalmente dor na região particularmente pielonefrite, são constantemente acompanhadas pelos mesmos sintomas das infecções baixas, além supra-púbica. As ITUs altas, particularmente pielonefrite, são constantemente acompanhadas pelos mesmos sintomas das infecções baixas, além de dor nos flancos e febre. Bacteremia quando presente poderá confirmar um diagnóstico de pielonefrite ou prostatite (LEVY, 2004). Os pacientes idosos apresentam sintomas com poucas características de infecções urinárias. Geralmente os casos de pielonefrite aguda apresentam por sintomas gastrointestinais, dores abdominais incaracterísticas, náuseas e vômitos.
  • 33. 31 Onde a febre pode estar ausente, assim como a leucocitose, devido à resposta imunológica do idoso estar comprometida. (CORREIA, 2009; MAIA, 2010). 10- INSTRUÇÕES PARA COLETA DE URINA. A coleta deve ser feita pela manhã, preferencialmente da primeira micção do dia, ou então após retenção vesical de duas a três horas. (LEVY, 2004). 10.1- CRIANÇAS Antissepsia rigorosa prévia dos genitais com água e sabão neutro, e posterior secagem com gaze estéril. Modo de coleta: O ideal é jato intermediário (jato médio) espontâneo. Bem indicado em crianças que urinam sob comando, usado também em lactentes. Em lactentes em que não se consegue coletar através do jato médio, pode-se usar o saco coletor de urina, porém a troca deve ser realizada de 30 em 30 minutos e, ao trocar o coletor, refazer a antissepsia. Em casos especiais (RN, lactentes de baixo peso, resultados repetidamente duvidosos) indicar punção vesical suprapúbica, que deverá ser realizada por médico (LEVY, 2004). 10.2- ADULTOS SEXO MASCULINO A coleta deve ser feita pela manhã, preferencialmente da primeira micção do dia, ou então após retenção vesical de duas a três horas. Pacientes cateterizados com sistema de drenagem fechada:  Colher a urina puncionando o cateter na proximidade da junção com o tubo de drenagem.
  • 34. 32  Não colher a urina da bolsa coletora.  No pedido laboratorial deverá constar que o paciente está cateterizado. Observação: Não aceitar, sem exceção, as coletas de 24 horas dos materiais clínicos para cultura, particularmente de urina para o isolamento de mico bactérias, devido a possível contaminação do material (LEVY, 2004). 10.3- ADULTOS SEXO FEMININO A coleta de amostras do sexo feminino deve ser supervisionada pessoalmente por uma enfermeira ou auxiliar treinada. O processamento laboratorial deve ser feito dentro de duas horas. Caso não seja possível, as amostras deverão ser refrigeradas a 4ºC até o momento da semeadura (no máximo de 24 horas) (LEVY, 2004).  Remover toda a roupa da cintura para baixo e sentar no vaso sanitário.  Separar as pernas tanto quanto for possível.  Afastar os grandes lábios com uma das mãos e continuar assim enquanto fizer a higiene e coleta do material.  Usar uma gaze embebida em sabão neutro, lavar de frente para trás e certificar- se que está limpando por entre as dobras da pele, o melhor possível.  Enxaguar com uma gaze umedecida, sempre no sentido de frente para trás.  Continuar afastando os grandes lábios para urinar. O primeiro jato de urina deve ser desprezado no vaso sanitário. Colher o jato médio urinário no frasco fornecido pela enfermagem (um pouco mais da metade do frasco). Evite encher o frasco. Fechar bem o frasco e caso haja algum respingo na parte externa do frasco, lave-o e enxugue-o (LEVY, 2004).
  • 35. 33 11- METODOLOGIA A metodologia utilizada pelo Laboratório Escola de Análises Clínicas segue de acordo com os parâmetros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), instruindo a coleta conforme descrito acima. No laboratório é realizada a identificação das amostras dos pacientes, antes de realizar os exames: Urina tipo I, Urocultura mais contagem de colônias e o Teste de Sensibilidade a Antimicrobianos (TSA).
  • 36. 34 12- RESULTADOS Ao analisar os pedidos de urocultura no Laboratório Escola de Análises Clínicas durante o período de Janeiro a Abril de 2012, observamos que foram realizados 155 exames, dos quais 23 (14,83%) apresentaram crescimento de micro- organismos, onde os mesmos foram submetidos ao teste de sensibilidade a antimicrobianos. Figura 04 – Percentual de uroculturas positivas e negativas de pacientes atendidos pelo Laboratório Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis. Duarte e Araújo (2012), ao analisarem amostras provenientes de infecções urinárias obtiveram maior número de amostras do gênero feminino resultado este semelhante a referente pesquisa, ou seja, das uroculturas analisadas 137 (88,38%) pertenciam ao gênero feminino, onde 22 (30,14%) apresentaram crescimento de
  • 37. 35 micro-organismos, e 18 (11,62%) pertenciam ao gênero masculino, onde 1 (1,37%) apresentou crescimento de micro-organismos. 100,00% 88,38% 16,05% 11,61% 5,55% Total de Gênero Uroculturas Gênero Uroculturas Uroculturas feminino positivas masculino positivas Analisadas Figura 05 - Percentual de uroculturas analisadas, separando as amostras por gênero e positividade. Analisando o perfil dos micro-organismos causadores das Infecções do Trato Urinário (ITU), pode-se averiguar a prevalência e diversidade dos mesmos, sendo 15 (65,21%) de Escherichia coli, 3 (13,04%) de Enterobacter sp, 3 (13,04%) de Klebsiella sp, 1 (4,34%) Staphylococcus saprophyticus e 1 (4,34%) de Morganella Morgani. Pelizzari (2008), ao analisar as ITUs obteve a E. coli (59,8%) como uropatógeno de maior prevalência, conforme a presente pesquisa. Porém a sequencia de diversidade de micro-organismos apresentada se divergem: Klebsiella sp (9,8%), Enterobacter ssp (7,4%), Pseudômonas aeruginosa (2,9%), Proteus ssp (2,3%), Serratia spp (1,7%) e Morganella morgani (0,6%).
  • 38. 36 Figura 06 - Percentual da diversidade e prevalência dos micro-organismos isolados nas Infecções do Trato Urinário, realizadas no Laboratório Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis. Relacionando os micro-organismos encontrados, conforme a fonte das amostras se pertenciam ao gênero feminino ou masculino, observamos que 15 (65,21%) de Escherichia coli, 3 (13,04%) de Enterobacter sp, 3 (13,04%) de Klebsiella sp, 1 (4,34%) Staphylococcus saprophyticus, isolados pertenciam ao gênero feminino e que apenas 1(4,34%) de Morganella morgani isolada pertenciam ao gênero masculino. Os resultados apresentado por Afif e Daoud (2011), conferem a predominância do uropatógeno E. coli em ambos os sexos, porém a frequência é maior nas mulheres (69,8% nas mulheres em comparação a 61,4% em homens).
  • 39. 37 Tabela 02 - Micro-organismos isolados corelacionados ao gênero da amostra de urina. Micro-organismos Feminino Masculino Escherichia coli Sim Não Enterobacter sp Sim Não Klebsiella sp Sim Não Staphylococcus saprophyticus Sim Não Morganella morgani Não Sim Legenda: Sim – representa que houve crescimento do micro-organismo Não – representa que não houve crescimento de micro-organismo O índice de prevalência do micro-organismo Escherichia coli em ITU segundo o estudo de Kazmirczak, Giovelli e Goulart (2005) foi de 75,01%, já o levantamento de dados realizado no laboratório Escola de Analises Clinicas da Fundação Educacional de Fernandópolis foi de 65,21%. 12.1 - Perfil de sensibilidade aos antimicrobianos A metodologia utilizada foi a disco-difusão, devido sua grande flexibilidade na escolha dos antimicrobianos, sua constante padronização metodológica pelo NCCLS (National Commivtee for Clinical Laboratory Standards), sua fácil interpretação além de proporcionar resultados qualitativos da sensibilidade, caracterizando os micro- organismos testados em sensíveis, intermediários e resistentes às drogas testadas (TRABULSI e ALTERTHUM, 2005).
  • 40. 38 12.1.1 - CEPAS DE Escherichia coli Das 13 cepas de E. coli testadas, 5 cepas (38,46%) apresentaram resistência intermediária a 1 agente antimicrobiano, sendo 1 (7,69%) a ciprofloxacino, 1 (7,69%) a cefalotina, 1 (7,69%) a Nitrofurantoina, 1 (7,69%) a ampicilina, 1 (7,69%) ao acido nalidixico e 4 cepas (30,76%) apresentaram resistência a 2 antimicrobianos, sendo 1 (7,69%) a (meropenem/amoxicilina/ac. Clavulanico) 1 (7,69%) sendo (cloranfenicol/ac. Nalidixico) 1 (7,69%) a (cefalotina/ampicilina) 1 (7,69%) a (ciprofloxacino/ampicilina) e 1 (7,69%) a 3 antimicrobianos (ceftazidima/meropenem/cefalotina) e 2 (15,38%) foram resistentes 4 antimicrobianos, sendo 1 (7,69%) a (meropenem/ceftazidima/cefalotina/gentamicina) 1 (7,69%) a (gentamicina/ac. Nalidixico/nitrofurantoina/cloranfenicol) ; Cepas de E. coli, que apresentaram resistência total a alguns antimicrobianos, onde 3 cepas (23,07%) apresentaram resistência a 2 agentes antimicrobianos, sendo 1 (7,69%) a (ampicilina/cefalotina) e 1 (7,69%) a (ampicilina/tetraciclina); 2 cepas apresentaram resistência a 3 agentes antimicrobianos, sendo 1 (7,69%) a (ampicilina/cloranfenicol/tetraciclina) e 1 (7,69%) a (ampicilina/tetraciclina/ac. Nalidixico); 1 cepa (7,69%) apresentou resistência a 4 agentes antimicrobianos, sendo (ampicilina/gentamicina/sulfazotrim/tetraciclina); 2 cepas (15,38%) apresentou resistência a 5 agentes antimicrobianos, sendo 1 (7,69%) a (ampicilina/gentamicina/nitrofurantoina/sulfazotrim/tetraciclina); e 1 (7,69%) a (cefalotina/nitrofurantoina/tetraciclina/meropenem/ceftazidima); 1 (7,69%) apresentou resistência a 10 antimicrobianos, sendo (ampicilina/cefalotina/ciprofloxacino/gentamicina/norfloxacina/sulfazotrim/cloranfenic ol/tetraciclina/ac. Nalidixico/moxifloxacino). O maior percentual de resistência (total) ao antimicrobiano foi frente a ampicilina (61,53%), seguido de tetraciclina(38,26%), cefalotina (23%), gentamicina (23%), sulfazotrim (23%), ciprofloxacino (15,38%), ac. Nalidixico (15,38%), nitrofurantoina (15,38%), norfloxacino (7,69%), cloranfenicol (7,69%), moxifloxacino (7,69%) e amoxicilina/ac clavulânico (7,69%), ceftazidima (7,69%) meropenem (7,69%).
  • 41. 39 Tabela 03 - Distribuição do percentual do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos de cepas de Escherichia coli isolados das uroculturas realizadas no Laboratório Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis. Cepas Antimicrobianos Sensíveis Resistência Resistente Intermediária (a) FQ % % % Cefepime 13 100 - - Amicacina 4 100 - - Cefalotina 13 41,66 33,33 25 Gentamicina 13 61,53 15,38 23,07 Nitrofurantoina 13 69,23 15,38 15,38 Sulfazotrim 13 76,92 - 23,07 Tetraciclina 12 41,66 - 58,33 Cefoxitina 4 100 - - Ceftazidima 4 25 50 25 Cefuroxima 2 100 - - Meropenem 4 - 75 25 Amoxicilina+Ac.Clav. 4 50 25 25 Ampicilina 13 7,69 23,07 69,23 Ciprofloxacino 13 69,23 15,38 15,38 Norfloxacino 12 83,33 - 16,66 Cloranfenicol 9 55,55 22,22 22,22 Acido Nalidixico 9 44,44 33,33 22,22 Moxifloxacin 2 50 - 50 Legenda: FQ(a) = Frequência de uso do antimicrobiano no TSA (Teste de Sensibilidade a Antimicrobiano); (-) = ausência. Os antimicrobianos mais eficazes para o tratamento da infecção por Escherichia coli foi o Cefepime e Amicacina.
  • 42. 40 O Cefepime é uma cefalosporina de 4ª geração, que tem o seu mecanismo de ação similar aos betalactamicos, que inibe a formação da parede celular das bactérias, o cefepime penetra pela membrana externa mais rapidamente que as outras cefalosporinas, ela atinge uma maior concentração nas células bacterianas sofrendo pouca ação das enzimas bacterianas no espaço peri-plasmático, a Amicacina é um aminoglicosídeo usado para o tratamento de infecções sistêmicas severas (BPF- Guia de Medicamentos, 2011). Os micro-organismos apresentaram maior resistência a dois agentes antimicrobianos, um deles é a Ampicilina, um bactericida que age inibindo a síntese da membrana celular das bactérias, e o outro a Tetraciclina é um bacteriostático que atua no ribossomo das bactérias inibindo a síntese das proteínas das mesmas, os micro-organismos também apresentaram resistência a Cefalotina, Ciprofloxacino, Acido Nalidixico, Amicacina, Cefoxitina, Meropenem, Amoxicilina + Acido Clavulânico, Ceftazidima e Cefuroxina, mas em menor escala (BPR- Guia de Remédios, 2011). 12.1.2 - CEPAS DE Enterobacter sp Das 3 cepas de Enterobacter sp testadas, 1 (33,33%) apresentou resistência intermediaria a 3 agentes antimicrobianos (Cefalotina/Ciprofloxacina/Gentamicina); e 2 (66,66%) apresentaram resistência intermediária a 4 agentes antimicrobianos, sendo 1 (33,33%) a (Amicacina/Norfloxacino/Gentamicina/Ciprofloxacino), e 1 (33,33%) sendo a (Cefalotina/Norfloxacino/Ciprofloxacino/ Ampicilina); e 1 (33,33%) apresentou resistência a 1 agente antimicrobiano (Ac. Nalidixico) , 1 (33,33%) apresentou resistência a 3 agentes antimicrobianos (Ampicilina/Nitrofurantoina/Ac. Nalidixico); e 1(33,33%) apresentou resistência a 9 agentes antimicrobianos (Ampicilina/Nitrofurantoina/Sulfazotrim/Tetraciclina/Cefoxitina/Amoxicilina+Ac. Clavulanico/Ceftazidima/Meropenem/Cefuroxima). O maior percentual de resistência foi da Ampicilina (66,66%) , Ac. Nalidixico(66,66%) e Nitrofurantoina (66,66%) e seguido de Sulfazotrim (33,33%), Tetraciclina (33,33%), Cefoxitina (33,33%), Amoxicilina+Ac. Clavulânico (33,33%), Ceftazidima (33,33%), Meropenem (33,33%), Cefuroxima (33,33%) e Ac. Nalidixico (33,33%).
  • 43. 41 Tabela 04 - Distribuição do percentual do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos de cepas de Enterobacter sp isolados das uroculturas realizadas no Laboratório Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis. Cepas Antimicrobianos Sensíveis Resistência Resistente Intermediária (A) FQ % % % Cefepime 3 100 - - Norfloxacino 3 33,33 66,66 - Sulfazotrim 3 66,66 - 33,33 Cloranfenicol 2 100 - - Tetraciclina 3 66,66 - 33,33 Cefalotina 2 - 100 - Ciprofloxacina 3 - 100 - Gentamicina 3 33,33 66,66 - Ampicilina 3 - 33,33 66,66 Nitrofurantoina 3 33,33 - 66,66 Acido Nalixico 3 - - 100 Amicacina 1 - 100 - Cefoxitina 1 - - 100 Cefuroxima 1 - - 100 Meropenem 1 - - 100 Amoxicilina+Ac.Clavulânico 1 - - 100 Ceftazidima 1 - - 100 Legenda: FQ(a) = Frequência de uso do antimicrobiano no TSA(Teste de Sensibilidade a Antimicrobiano); (-) = ausência
  • 44. 42 O índice de prevalência do micro-organismo Enterobacter sp em ITU segundo o estudo de Vieira e Saraiva de 2007 foi de 7,2%, já o levantamento de dados realizado na Fundação Educacional de Fernandópolis foi de 13,4%. Os antimicrobianos mais eficazes para o tratamento da infecção por Enterobacter sp na referente pesquisa é o Cloranfenicol (bacteriostático), que se liga aos ribossomo das bactérias inibindo a síntese de proteínas das mesmas, e novamente o Cefepime (BPF- Guia de Remédios, 2011). 12.1.3 - CEPAS DE Klebsiella sp Das 2 cepas de Klebsiella sp, 1 (50%) apresentou resistência intermediária a 1 agente antimicrobiano (Ceftazidima), e 1 (50%) apresentou resistência a 2 agentes antimicrobianos (Meropenem/Ceftazidima); 1 (50%) apresentou resistência a 8 agentes antimicrobianos (Ampicilina/Cefalotina/Ciprofloxacino/Gentamicina/Nitrofurantoina/Norfloxacina/Sulfa zotrim/Am. Ac. Clavulanico), e 1 (50%) apresentou resistência a 12 agentes antimicrobianos (Amicacina/Ampicilina/Cefalotina/Ciprofloxacino/Gentamicina/Nitrofurantoina/Norflox acino/Sulfazotrim/Tetraciclina/Amoxicilina Ac. Clavulanico/Meropenem/Cefuroxina). O maior índice de resistência foi da Ampicilina (100%), Cefalotina (100%), Ciprofloxacino (100%), Gentamicina (100%), Nitrofurantoina (100%), Norfloxacino (100%), Sulfazotrim (100%), Amoxicilina/Ac. Clavulânico (100%), seguido de Amicacina (50%), Tetraciclina (50%), Meropenem (50%), Cefuroxima (50%).
  • 45. 43 Tabela 05 - Distribuição do percentual do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos de cepas de Klebsiella sp isolados das uroculturas realizadas no Laboratório Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis. Cepas Antimicrobianos Sensíveis Resistência Resistente Intermediária (A) FQ % % % Cefepime 2 100 - - Cefoxitina 2 100 - - Ceftazidima 1 - 100 - Amicacina 2 50 - 50 Ampicilina 2 - - 100 Cefalotina 2 - - 100 Ciprofloxacino 2 - - 100 Gentamicina 2 - - 100 Nitrofurantoina 2 - - 100 Norfloxacino 2 - - 100 Sulfazotrim 2 - - 100 Tetraciclina 1 - - 100 Amoxicilina+Ac.Clavulânico 2 - - 100 Meropenem 2 - 50 50 Cefuroxima 1 - - 100 Acido Nalidixico 1 - 100 - Legenda: FQ(a) = Frequência de uso do antimicrobiano no TSA(Teste de Sensibilidade a Antimicrobiano). O índice de prevalência do micro-organismo Klebsiella sp em ITU segundo o estudo de Vieira e Saraiva (2007) foi de 5,8%, já o levantamento de dados realizado na Fundação Educacional de Fernandópolis foi de 13,4%.
  • 46. 44 Os antimicrobianos mais eficazes para o tratamento da infecção por Klebsiella sp conforme os dados apresentados é a Cefoxitina que é um bactericida de amplo espectro, e novamente o Cefepime (BPF- Guia de Remédios, 2011). E os antimicrobianos que os micro-organismos apresentaram maior resistência foi o Meropenem, Ceftazidima, Ampicilina, Cefalotina, Ciprofloxacino, Gentamicina, Nitrofurantoina, Norfloxacino, Sulfazotrim, Amoxicilina + ácido clavulânico, Tetraciclina e cefuroxima. 12.1.4 - CEPA DE Staphylococcus saprophyticus (Gram-positivo) A cepa analisada de Staphylococcus saprophyticus apresentou resistência a 12 agentes antimicrobianos (Ampicilina/Cefalotina/Ciprofloxacino/Sulfazotrim/Cloranfenicol/Clindamicina/Eritromi cina/Rifampicina/Vancomicina/Oxacilina/Penicilina G). Todos os agentes antimicrobianos apresentaram o mesmo índice de resistência.
  • 47. 45 Tabela 06 - Distribuição do percentual do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos de cepas de Staphylococcus saprophyticus isolados das uroculturas realizadas no Laboratório Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis. Cepa Antimicrobianos Sensíveis Resistência Resistente Intermediária (A) FQ % % % Gentamicina 1 100 - - Cefoxitina 1 100 - - Amoxicilina+Ac.Clavulânico 1 100 - - Cefalotina 1 - - 100 Ciprofloxacino 1 - - 100 Sulfazotrim 1 - - 100 Cloranfenicol 1 - - 100 Tetraciclina 1 - - 100 Clindamicina 1 - - 100 Eritromicina 1 - - 100 Rifampicina 1 - - 100 Vancomicina 1 - - 100 Oxacilina 1 - - 100 Penicilina G 1 - - 100 Ampicilina 1 - - 100 Legenda: FQ(a) = Frequência de uso do antimicrobiano no TSA (Teste de Sensibilidade a Antimicrobiano). O índice de prevalência do micro-organismo Staphylococcus saprophyticus em ITU segundo o estudo de Vieira e Saraiva (2007) foi de 2,9%, já o levantamento de dados realizado na Fundação Educacional de Fernandópolis foi de 4,34%.
  • 48. 46 Os antimicrobianos mais eficazes para o tratamento da infecção por Staphylococcus saprophyticus conforme análise dos resultados é a Cefoxitina, Amoxicilina + Ac Clavulânico e a Gentamicina. E os antimicrobianos que os micro-organismos apresentaram maior resistência foram a Ampicilina, Cefalotina, Ciprofloxacino, Sulfazotrim, Cloranfenicol, Tetraciclina, Clindamicina, Eritromicina, Rifampicina, Vancomicina, Oxacilina e a Penicilina G. 12.1.5 - CEPA DE Morganella morgani A cepa analisada de Morganella morgani apresentou resistência intermediária a 2 agentes antimicrobianos (Tetraciclina/Sulfazotrim); e apresentou resistência a 7 agentes antimicrobianos (Ampicilina/Cefalotina/Cefepime/Amoxilina+Ac. Clavulânico/Meropenem/Cefuroxima). Todos os agentes antimicrobianos apresentaram o mesmo índice de resistência.
  • 49. 47 Tabela 07 - Distribuição do percentual do perfil de sensibilidade aos antimicrobianos de cepas de Morganella morgani isolados das uroculturas realizadas no Laboratório Escola de Análises Clínicas da Fundação Educacional de Fernandópolis. Cepa Antimicrobianos Sensíveis Resistência Resistente Intermediária FQ(A) % % % Amicacina 1 100 - - Ciprofloxacino 1 100 - - Gentamicina 1 100 - - Nitrofurantoina 1 100 - - Norfloxacina 1 100 - - Tetraciclina 1 - 100 - Sulfazotrim 1 - 100 - Ampicilina 1 - - 100 Cefalotina 1 - - 100 Cefepime 1 - - 100 Amoxicilina+Ac.Clavulânico 1 - - 100 Ceftazidima 1 - - 100 Meropenem 1 - - 100 Cefuroxima 1 - - 100 Legenda: FQ(a) = Frequência de uso do antimicrobiano no TSA (Teste de Sensibilidade a Antimicrobiano). O índice de prevalência do micro-organismo Morganella morgani em ITU segundo o estudo de Pelizzari, Rio Grande do Sul foi de 0,6%, já o levantamento de dados realizado na Fundação Educacional de Fernandópolis foi de 4,34%. Os antimicrobianos mais eficazes para o tratamento da infecção por Morganella morgani foi a Amicacina, Ciprofloxacino, Gentamicina, Nitrofurantoina e Norfloxacino.
  • 50. 48 E os antimicrobianos que os micro-organismos apresentaram maior resistência foram a Tetraciclina, Sulfazotrim, Ampicilina, Cefalotina, Cefepime, Amoxicilina + Ac. Clavulânico, Ceftazidima, Meropenem e a Cefuroxima.
  • 51. 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os artigos analisados, os dados apresentados nos site governamentais como ANVISA, descrevem as infecções urinárias com uma das principais ocorrências de infecções em hospitais e na comunidade. Analisando os resultados obtidos na referente pesquisa, consolidamos os dados como equivalentes as literaturas pesquisadas. O micro-organismo de maior prevalência de acordo com as análises dos resultados é E. coli, seguido da Klebsiella sp, Enterobacter sp, Morganella morgani. As Infecções do Trato Urinário (ITU) são de maior ocorrência no gênero feminino fato este explicado devido anatomia feminina, porém deve-se intensificar as campanhas de educação para evitar as ITU e o uso indiscriminado de antibióticos. Como podemos observar os uropatógenos identificados pelo Laboratório Escola de Análises Clínicas FIFE/FEF apresentaram resistência a vários agentes antimicrobianos resultado este que podemos atribuir ao uso irracional de antibióticos. Dentre todas as uroculturas analisadas apenas uma apresentou crescimento de micro-organismo gram-positivo (Staphylococcus saprophyticus), sendo o mesmo isolado do gênero feminino.
  • 52. 50 REFERÊNCIAS AMADEU, A. R. de O. R. M; SUCUPIRA, J. S; JESUS, R. M. M. de J; ROCHA, M. L. P; Infecções do Trato Urinário: análise da frequência e do perfil de sensibilidade da Escherichia coli como agente causador dessas infecções. rev. RBAC. vol. 41, 2009, 275p. BARROS, M. S. B; MENEZES, M. M. M; Infecção do Trato Urinário na Infância. 107. ed. rev. newsLab. Aracaju: UNIT, 2011, 160p. CORREIA, C. E. D; Infecções Urinárias e Suscetibilidade de Uropatógenos aos Antimicrobianos. Tese de mestrado. Universidade de Aveiro. Departamento de Biologia, 2009. DAMASCENO, D. D; TERRA, F. de S; LIBANIO, S. I. C; Perfil Da Resistencia Antimicrobiana Nas Infecções Do Trato Urinário Em Uma Instituição Hospitalar. Rev. HOLOS. Ano27. Vol.I, 2011. DAOUD, Z; Afif, C; Escherichia coli isoladas de infecções do trato urinário de pacientes libaneses, entre 2000 e 2009: Epidemiologia e Perfis de Resistência. Faculdade de Medicina e Ciências Médicas,da Universidade de Balamand, 2011. DUARTE, I. D. C; ARAÚJO, B. C; Prevalência de Micro-organismos em Infecções do Trato Urinário de Pacientes Atendidos no Laboratório Hospitalar de Pato de Minas, MG. 113ªed. Newslab. 2012. GRAAFF De, K. M. V; Anatomia Humana. 6ªed. rev. Manoli. 2003. KAZMIRCZAK, A; GIOVELLI, F. H; GOULART, L. S; Caracterização das Infecções do Trato Urinário Diagnosticadas no Município de Guarani das Missões – RS. Rev. RBAC, Vol 37, 2005.
  • 53. 51 LABORCLIN. Manual para Antibiograma: Difusão em Disco (Kirby & Bauer). Rev. Laborclin: 05. 2011. LEVY, C. E; Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde; Módulo 1: Principais Síndromes Infecciosas. 1ed. rev. ANVISA, Brasil, 2004. LEVY, C. E; Manual de Microbiologia Clínica para o Controle de Infecção em Serviços de Saúde; Módulo 3: Procedimentos Laboratoriais: da Requisição do Exame à Análise Microbiológica. 1ed. rev. ANVISA, Brasil, 2004. MAIA, A. S. C; Etiologia das Infecções Urinárias e Susceptibilidade aos Antibióticos. Tese de Mestrado, Universidade de Aveiro. Departamento de Biologia, 2010. MALDANER, N. I; CAVALLI, V; ROSSI, E. M; SCAPIN, D; SARDIGLA, C. U; Perfil Antimicrobiano de Cepas de Escherichia coli isolados de Pessoas com Suspeita de Infecção do Trato Urinário. rev. RBAC, vol. 43, 2011. MORAES, C. A; COLICIGNO, P. R. C; Estudo morfofuncional do sistema renal. rev. Digital Anhanguera, 2007. MOREIRA, M. G; Infecção do Trato Urinário na Criança e no Adolescente. Tese de Mestrado. Faculdade de Medicina Universidade do Porto, 2010. MOURA, L. B. de M; FERNANDES, M. G; A incidência de Infecção Urinária Causadas por E.Coli. rev. Olhar Cientifico. Faculdades Associadas Ariquemes. vol. 1, 2010,411p. MULLER, E. V; SANTOS, D. F. dos S; CORRÊA, N. A. B; Prevalência de microrganismos em infecções do trato urinário de pacientes atendidos no laboratório de análises clínicas da Universidade Paranaense – Umuarama – PR. rev. RBAC. vol. 40, 2008, 36p.
  • 54. 52 NISHIURA, J. L; HEILBERG, I. P; Infecção Urinária. Ed.Copyright Moreira Jr., 2009. PELIZZARI, S. A; PREVALÊNCIA E SUSCETIBILIDADE ANTIMICROBIANA DE BACTÉRIAS ISOLADAS DE INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO, EM PACIENTES ATENDIDOS NO HOSPITAL DE CARIDADE DE CARAZINHO-RS- BRASIL. Trabalho realizado no hospital de caridade de Carazinho, Baldo e Albuquerque, 2008. RIBEIRO, E. C. C; LUZ, A. C; Perfil Microbiológico De Pacientes Ambulatoriais Com Infecção Urinaria. 01, ed. rev., Florence. São Luís, 2011. SCHECHTER, M; MARANGONI, D. V; Doenças infecciosas: conduta diagnóstica e terapêutica. 2ªed. rev. Guanabara Koogan, 1998. SPENCE, A. P; Anatomia Humana Básica. 2ªed. Manole, 1991. STRASINGER, S. K. Uroanálise e Fluídos Biológicos. 3.ed. premier, 1998.p 3. TRUCOM, C; As Funções dos Rins. Disponível em: <http://somostodosum.ig.com.br/>, 2008. Acesso em : 02 out. 2012.