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2022
Licenciatura em Pedagogia
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS V - EJA
FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS – FACUNICAMPS
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA
ADNA MOREIRA E ALVES DINIZ
LARA CAMILA MARQUES MARTINS
SUELEN SILVA RODRIGUES
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS V - EJA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
GOIÂNIA-GO
2022.1
ADNA MOREIRA E ALVES DINIZ
LARA CAMILA MARQUES MARTINS
SUELEN SILVA RODRIGUES
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS V - EJA
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
Portfólio apresentado como requisito
parcial necessário à aprovação na
disciplina Práticas Pedagógicas V - EJA,
da Faculdade Unida de Campinas -
FacUnicamps.
Orientador: Prof. Dr. Israel Serique dos
Santos.
GOIÂNIA-GO
2022.1
1 INTRODUÇÃO
Este portfólio de Pesquisa e Prática Pedagógica V tem por finalidade
apresentar uma reflexão sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA), e tem como
objetivo geral compreender o impacto social da EJA, enquanto modalidade de
formação direcionada a jovens e adultos, tendo o embasamento de que ela promove
a possibilidade de uma formação escolar de ensino fundamental e médio, é possível
compreender a importância individual e coletiva da mesma.
É notável que a Educação de Jovens e Adultos no presente momento enfrenta
inúmeras dificuldades, a falta de um espaço estudantil que seja planejado para
receber adultos é um dos principais problemas, junto com a falta de materiais de
estudo para alunos e professores. De acordo com os dados coletados para o
desenvolvimento desse trabalho, identificamos um número muito pequeno de escolas
Estaduais que possuem uma estrutura adequada para ministrar aulas da EJA, esse
portfólio apresentará de forma detalhada todas essas questões.
Pressupondo a importância de se alcançar o objetivo geral e compreender as
questões referentes à Educação de Jovens e Adultos (EJA) temos como objetivo
principal relatar sobre a funcionalidade da EJA dentro de uma instituição pública,
apresentando através dos dados coletados como ocorre o processo ensino-
aprendizagem.
O desenvolvimento deste trabalho é importante, pois nos ajuda a compreender
que a prática docente precisa estar interligada com as necessidades e expectativas
dos alunos da EJA tornando-os sujeitos críticos com valores e atitudes formadas,
partindo de uma postura ética e transformadora.
Além disso, este trabalho é relevante porque nos permite expressar uma visão
crítica e realista de como é o processo ensino aprendizagem da EJA na prática. É
possível entender através da vivência como funciona a formação de jovens e adultos
e como ocorre a aplicação de conteúdos na turma da EJA, a partir disso
desenvolvemos uma concepção real enquanto pedagogos em formação.
Por fim, pode-se justificar a importância deste trabalho na medida em que ele
agrupa, de forma teórico-prática, o que foi ministrado durante todo período cursando
a matéria Educação de Jovens e Adultos. Ao final desse portfólio é possível notar a
conclusão do que foi visto em sala de aula e vivenciado. Levando em consideração
que no processo de formação de qualquer indivíduo a leitura de mundo não ocorre de
forma neutra, pois a educação tem um objetivo claro para professores e alunos, dito
isso é possível chegar à consideração de que esse trabalho é um referencial para a
prática pedagógica.
Este trabalho está fundamentado nos textos de Ceratti (2007), Pinto (1993),
Spósito (2010) e Candau (2006).
Segundo o pensamento de Ceratti (2007), na década de 1950, a alfabetização
de adultos teve o propósito de transformar o analfabeto em um leitor em potencial. De
acordo com as teses desenvolvidas por Ceratti, o principal objetivo da EJA é tornar
possível a inclusão social de adultos que por inúmeros motivos não foram
alfabetizados, proporcionando assim a oportunidade de ler e compreender as notícias
presentes à sua volta e como isso interfere diretamente na vivencia pessoal.
Para Pinto (1993), a educação é uma função social permanente para a
sociedade. Para isso, é importante que o professor repense seus paradigmas,
conscientizando-se que os alunos são sujeitos ativos, constituídos de histórias de vida
e experiências. Dito isso, é importante levar em consideração que em qualquer
processo ensino-aprendizagem o aluno possui um entendimento básico de acordo
com a sua vivencia, cabe ao professor ministrar uma aula que atenda aos alunos,
levando em consideração que é uma turma composta por jovens e adultos.
Para Spósito (2010), é preciso buscar uma compreensão do processo de
socialização dos jovens em seus espaços não escolares a fim de enriquecer o diálogo
e a experiência no contexto escolar. É essencial trazer para o espaço escolar a
realidade experienciada pelos alunos, pois é dessa forma que a aprendizagem
significativa acontece, os novos conteúdos precisam ser apresentados estando em
ligação com o que já está no meio social dos alunos.
Por fim, para Candau (2006), além das desigualdades de acesso e
permanência na escola os jovens enfrentam a realidade de instituições públicas que
se orientam, predominantemente para a oferta de conteúdos curriculares formais e
considerados pouco interessantes pelos jovens. Atualmente muitos jovens se retiram
do ambiente escolar e interrompem sua formação por várias questões, sejam elas
sociais ou de desinteresse pessoal. As instituições públicas de ensino não têm sido
acolhedoras para atender aos alunos, o que promove um desinteresse ainda maior,
gerando assim um número muito alto de analfabetos.
Para a realização deste portfólio foram desenvolvidas atividades que
contribuíram para uma percepção mais adequada do trabalho pedagógico na EJA.
Entre estas atividades citamos pesquisas sociais, entrevistas com docentes e alunos,
entrevistas remotas, leitura de biografias de filósofos e pensadores que ajudaram na
criação e desenvoltura da EJA, e pesquisas públicas para melhor compreender como
ocorre a prática do Ensino de Jovens e Adultos.
O trabalho desenvolvido segue a seguinte estrutura. Em primeiro lugar
apresentamos o que será desenvolvido na estruturação do trabalho enquanto teoria.
A proposta metodológica da EJA é apresentada de forma teórica, tendo sua pauta
principal no que foi apresentado em sala de aula. Em seguida abordamos a prática de
uma turma da EJA, onde fica exposto como ocorre o processo ensino aprendizagem
de jovens e adultos em uma vivencia atual. Como último tópico o trabalho tem suas
considerações finais em um formato de artigo de opinião dos componentes, tendo
como base tudo que foi relatado nas pesquisas feitas dentro da instituição física,
juntamente com o que os profissionais da área relataram.
O portfólio retrata o que é a EJA, como se dá seu desenvolvimento, a quem ela
está destinada, sua importância reparadora e equalizadora, tanto no meio social como
individual, e como ocorre a formação de um profissional da EJA.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
No início do século XX o Brasil apresentava um grande contingente de adultos
analfabetos, e isso foi causando entraves para o desenvolvimento econômico do país,
pois até mesmo para exercerem funções grosseiras não apresentavam qualificação.
De acordo com o passar das décadas e mudança de cenário a visão sobre a educação
de Jovens e Adultos (EJA) foi sendo modificada. Da simples reparação da
escolarização ou preparação para o trabalho, para a inclusão social, preparo
profissional e aprendizagem ao longo da vida.
Na década de 1940 começaram a surgir as primeiras iniciativas
governamentais para lidar com o analfabetismo entre adultos BRASIL (2006a). Porém
somente a Constituição Federal de 1988 propôs a obrigatoriedade e gratuidade do
ensino primário a todos BRASIL (1988). Este foi o primeiro impulso para que aqueles
adultos pudessem atingir pelo menos o ensino primário, a alfabetização.
Como forma de buscar a erradicação do analfabetismo entre adultos foram
usadas diversas ações. Na década de 1950 só tinham direito de votar os
alfabetizados. Na década de 1960, a educação de adultos passou ser uma bandeira
política buscando igualdade de acesso à educação para todos. Ao se referirem a esse
período do início da década de 1960, Di Pierro, Joia e Ribeiro comentam que:
Embaladas pela efervescência política e cultural do período, essas
experiências evoluíam no sentido da organização de grupos populares
articulados a sindicatos e outros movimentos sociais. Professavam a
necessidade de realizar uma educação de adultos crítica, voltada à
transformação social e não apenas à adaptação da população a processos
de modernização conduzidos por forças exógenas. O paradigma pedagógico
que então se gestava preconizava com centralidade o diálogo como princípio
educativo e a assunção, por parte dos educandos adultos, de seu papel de
sujeitos de aprendizagem, de produção de cultura e de transformação do
mundo. (2001, s.p.)
Em 1964, com base nos pensamentos de Paulo Freire de que educar não é um
ato neutro, mas sim um ato político. Que tem como principais métodos o diálogo e o
desenvolvimento da criticidade do educando. O Ministério da Educação criou, em
1964, o Programa Nacional de alfabetização de Adultos. Porém em 1964 com a
admissão dos Governos Militares, Paulo Freire foi exilado. Mas as ideias Freireanas
continuaram vivas na educação não formal.
A segunda Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional — Lei
Federal nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971 — ampliou a obrigatoriedade do ensino
da educação básica de quatro para oito anos e trouxe também avanços para a EJA,
pois instituiu a educação supletiva possível para esse primeiro grau de escolarização
BRASIL (1971). Em outras palavras, aqueles que não concluíram o ensino obrigatório
na idade apropriada poderiam concluir a partir de “[...] cursos supletivos, centros de
estudo e ensino a distância, entre outras”. (DI PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001)
Na década de 1970 houve um aumento significativo de jovens na EJA, pois
estes buscavam conciliar seus trabalhos com a sua escolarização, que na verdade
começou a ser mais exigida no mercado de trabalho. Já em 1990 houve a Conferência
Mundial de Jomtien que resultou na Declaração Mundial sobre a Educação para
Todos, que propunha o aumento global dos níveis de educação básica.
A LDB de 1996 foi alterada em 2018, por meio da Lei nº. 13.632, de 6 de março
de 2018, definindo em seu art. 37 que:
Art. 37 A EJA será destinada àqueles que não tiveram acesso ou
continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria
e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida.
(BRASIL, 2018a)
Além disso, a LDB de 1996 também impõe que a EJA deverá articular-se com
a educação profissional desses jovens e adultos. O art. 38 define formas de
organização para a EJA:
Art. 38 Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que
compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao
prosseguimento de estudos em caráter regular.
§ 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão:
I — no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze
anos;
II — no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos.
§ 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios
informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames. (BRASIL, 1996)
É importante ressaltar que a EJA vai muito além de reparar ou compensar
aqueles que não puderam, por inúmeros motivos, estudar na idade apropriada. Ela
deve proporcionar e incentivar que os alunos continuem seus estudos ao longo da
vida. No Parecer do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica
(CNE/CEB) nº. 11/2000, que versa sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs)
para a EJA. Esse parecer esclarece que a EJA deve ser vista a partir das seguintes
funções BRASIL (2000): reparadora, equalizadora e qualificadora.
A função reparadora se relaciona com os alunos que não realizaram a
escolarização na época mais apropriada, que é essencial na atualidade para que se
cumpram os papéis sociais exigidos na contemporaneidade. Já a equalizadora tem a
ver com a reentrada no sistema educacional dos que tiveram uma interrupção forçada
seja por repetência ou evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência
ou outras condições adversas. Por último a qualificadora, busca acrescentar “valores”
ao educando, o desenvolvimento integral e a melhoria contínua dos sujeitos é um dos
objetivos perseguidos por esta função.
A Educação de Jovens e Adultos normalmente são distribuídas assim: ensino
fundamental/ primeiro segmento/ fase 1/ 1º ao 5º anos. Depois ensino fundamental/
segundo segmento/ fase 2/ 6º ao 9º anos. Temos também o ensino médio. E por último
o Encceja, que é uma avaliação aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em que a partir de 15 anos de idade,
os jovens podem realizar esta prova exclusivamente voltada para a conclusão do
Ensino fundamental. Já a partir dos 18 anos de idade, os alunos podem realizar essa
mesma avaliação para conclusão do ensino médio.
A EJA necessita ainda de muito investimento e políticas educacionais com o
objetivo de atingir o maior número de jovens e adultos e mudar essa realidade.
Segundo O Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014–2024 traz, em sua meta nº.
9, “[...] elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais
para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final
da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50%
(cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional”. (BRASIL, 2015)
A EJA por muito tempo teve como sua modalidade de ensino o método
tradicional, que consiste em reprodução de informações, como sendo o professor o
detentor do saber. Não levando em conta que o educando é um sujeito ativo em suas
relações sociaise culturais. Portanto, conforme Pinto (1993) o professor deve valorizar
a bagagem trazida pelo aluno, considerar que seus alunos são úteis, pensantes e
atuantes na sociedade. Diante disso, segundo Freire (1996), o professor não pode se
considerar o único detentor de saberes e conhecimentos, mas sim, de igual modo ao
seu aluno, está num processo inacabado e contínuo de aprendizagem, por meio do
processo de ensino e aprendizagem dialogado.
Contudo, o professor da EJA, seguindo as ideias de Freire, deve planejar aulas
dialogadas e reflexivas, fazendo com que seus alunos falem, atividades com situações
problematizadoras, envolvendo a realidade dos alunos, o cotidiano. Buscando sempre
conhecer a realidade social e cultural dos educandos. Os alunos devem entender que
seus conhecimentos prévios serão respeitados, ouvidos e transmutados em saberes
falados, ouvidos e escritos na sala de aula. O professor deve buscar as palavras
geradoras de temas geradores de discussões e reflexões em prol de mudanças
radicais da realidade opressora. Essa educação é chamada educação libertadora.
3 ENTREVISTAS COM PROFISSIONAIS DA EJA
A instituição em que foi realizada a entrevista é pública, da rede estadual, que
fica localizada em Vila Rica – Mato Grosso, é uma cidade de interior com poucos
habitantes, e de acordo com o que foi relatado pelos alunos a maioria dos comércios
presentes são de famílias que repassam de geração para geração. O horário de
funcionamento da escola é de 19:15 a 22:00, atualmente comporta em média 40
alunos por turma. Possui 1 diretor geral, 1 coordenador geral e 1 coordenador
educacional, 21 professores que intercalam em disciplinas e horários semanais.
A escola fica localizada em uma região no centro, é uma área comercial e por
isso tem bastante movimento em volta, é frequentada em sua maioria por alunos de
uma condição financeira baixíssima, a grande parte dessas pessoas residem em
setores isolados e distantes do centro, devido a isso muitos costumam chegar
atrasados, por isso as portas ficam abertas até as 20:00.
A Escola Estadual Professora Maria Esther Peres esteve fechada durante todo
o período de pandemia, e só reabriu esse ano. Enquanto esteve fechada as aulas
continuaram de forma remota, porém muitos alunos acabaram cancelando a matrícula
por falta de acesso a meios de assistir as aulas, e estão retornando agora, cerca de
25% optaram por recomeçar do início e não apenas retomar de onde pararam. Para
que ocorresse a reabertura foi necessária uma reforma geral, pois a instituição se
encontrava em péssimas condições, com muitas infiltrações, queda energia constante
e falta de livros didáticos.
A entrevista foi realizada de forma remota, em conjunto com 01 professor, 01
coordenador, 01 gestor e os componentes do grupo, sendo elas Adna Moreira, Lara
Camila e Suelen Silva. A reunião aconteceu antes da inicialização da aula, e assim
que finalizada foi possível para nós participarmos de forma remota da primeira aula,
que foi ministrada presencialmente pela professora (Claudete Oliveira Lima
Vasconcelos), responsável pela disciplina de matemática.
As fotos que tivemos acesso foram fotografadas pelo diretor responsável
(Domênico Dos Santos Medici). A Escola Estadual Professora Maria Esther Peres é
estruturada para receber os alunos da EJA no horário noturno, ela fornece lanche no
horário de intervalo, que de acordo com a coordenadora responsável (Mércia Mendes
Torres Morais) tem como função representar o horário de janta que muitos alunos não
têm acesso fora do ambiente escolar.
Em resumo, ao que se antecede das perguntas realizadas e as respostas
obtidas, podemos enquanto alunas que realizaram sua formação básica e média no
dito “tempo ideal” afirmar que a EJA traz uma vivencia de conteúdos diferente dos
quais são realizados no ensino fundamental e médio. Tendo em vista que os
componentes curriculares têm os mesmos objetivos da alfabetização inicial, cabe ao
professor mediador abordar todos os conteúdos de forma lúdica, propondo um
embasamento metodológico que atenda a realidade dos alunos aos quais os
conteúdos serão ofertados.
No presente momento, é possível analisar que a grande maioria dos jovens e
adultos que procuram realizar sua formação através da EJA, tem como objetivo
crescer profissionalmente e se incluírem no mercado de trabalho, de forma que seja
possível a eles terem uma renda de capital maior, que atenda às necessidades
econômicas individuais e familiar. No entanto isso não é uma regra, essa formação
não está restrita apenas a esses objetivos.
No período em que participamos da aula expositiva de matemática direcionada
a jovens e adultos, foi possível notarmos o comportamento e prioridades de alguns
alunos que estavam presentes, dos 36 alunos presentes, 11 tinham entre 47 e 64
anos, e se dedicavam apenas a desenvolver conhecimentos pessoais para seu
cotidiano individual e não diretamente profissional. Também foi possível para nós
observarmos a desigualdade presente na turma, enquanto alguns se mostraram muito
carentes, vindos de uma realidade econômica muito baixa, onde nitidamente lhes
faltava refeições básicas no dia a dia, outros já possuíam residência própria e vida
profissional estável. Dito isso, notamos a dificuldade da professora (Claudete Oliveira
Lima Vasconcelos) de desenvolver e ministrar uma aula que atenta a realidade de
todos os alunos envolvidos nesse espaço.
4 AS ESTRUTURAS DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL
Aqui temos a entrada da escola, há apenas uma entrada para professores, alunos,
gestores e auxiliares que trabalham na instituição. Como é possível notar na imagem,
a entrada está debilitada e devido a isso já sofreu inúmeros arrombamentos.
Nesse espaço ficam guardados todos os materiais da escola, entre eles livros,
agendas, folhas, entre outros.
Esse é o pátio inferior, onde a um local para guardar bicicletas, motos e carros.
É um local usado como garagem para gestores, professores, alunos e auxiliares.
Aqui é possível notar os corredores da instituição.
Todos os anos ocorre uma semana de jogos e gincanas, como forma de
incentivo aos alunos, mas a escola também participa de eventos esportivos fora em
ginásios junto a outras escolas. Na imagem vemos os troféus que foram conquistados
nesses jogos.
Nessas imagens temos o pátio onde os alunos residem nos 15 minutos de
intervalo liberados, não há cantina então é onde ocorre o lanche.
Aqui temos a quadra de jogos, onde ocorre as aulas de educação física uma
vez na semana, também é liberado passar o intervalo nesse local duas vezes na
semana.
5 PLANO DE AULA PARA A EJA
ESCOLA: EJA – Degraus do Conhecimento
PROFESSOR (A): Adna Moreira, Lara Camila e Suelen Silva
ETAPA: Fase 1 (1º ao 5º ano)
CARACTERIZAÇÃO DA TURMA: Homens e mulheres, agricultores de pequenas
chácaras. Que residem e tiram seu sustento da zona rural. Porém sem estudo e
grandes tecnologias, passam esse modo de sobrevivência de geração para geração
de forma experiencial.
DISCIPLINA: Ciências
EIXO: Ciências da natureza
UNIDADE TEMÁTICA: Vida e Evolução
OBJETO DO CONHECIMENTO/CONTEÚDO: Seres vivos no ambiente: Plantas;
Cadeias alimentares simples: Microrganismos
HABILIDADES:
(EF02CI05-A) Identificar a importância da água e da luz para a vida das plantas.
(EF02CI05-B) Investigar, por meio de práticas cotidianas, a consequência da falta de
água e luz para a nutrição das plantas.
(EF02CI06-B) Exemplificar e analisar as relações existentes entre as plantas, o
ambiente e os demais seres vivos.
(EF04CI04-A) Reconhecer o papel do Sol como fonte primária de energia na produção
de alimentos pelas plantas por meio da fotossíntese.
METODOLOGIA:
1. Aula expositiva sobre a temática.
2. Atividade lúdica: Peça teatral
2.1. Título: Fotossíntese na prática
2.2. Objetivo didático: Investigar a utilização e importância da luz solar
e da água no desenvolvimento das plantas
2.3. Orientações: Serão necessários 5 alunos. Eles receberão um roteiro e
a devida caracterização cada um. Então será encenado o ciclo da fotossíntese
na prática, sem utilizar termos técnicos e norma culta da linguagem. Para que
assim o conteúdo seja absorvido pelos alunos de forma mais simples.
2.4. Participantes: 5 alunos
2.5. Tempo de desenvolvimento: 10 minutos.
2.6. Material utilizado: Impressão em folha A4, fita adesiva, roteiro.
AVALIAÇÃO: Os alunos serão avaliados pela oralidade, pela evolução da aquisição
de conhecimento sobre o conteúdo e pelo uso de termos científicos.
CONTEÚDO
1. Introdução
As plantas são seres vivos, elas nascem, crescem se reproduzem e morrem, assim
como os animais. Elas cumprem papeis fundamentais para a vida na Terra. São
geradoras de oxigênio, alimento, fibras, combustíveis, remédios, são essenciais para
controlar a temperatura da Terra e também a atividade da água no planeta. As plantas
ainda absorvem dióxido de carbono, um importante gás do “efeito estufa” – se refere
aos gases na camada da atmosfera terrestre –, através da fotossíntese. Existem
fatores que são essenciais para o desempenho e manutenção desses papeis
desempenhados pelas plantas. São eles: luz e calor do Sol e água na forma líquida.
Desde o século XVIII com a Revolução Industrial, o termo “efeito estufa” se tornou
mais preocupante, pois devido a poluição, essa camada de gases está cada vez mais
espessa, impedindo que o calor aprisionado provocado pela irradiação solar se dissipe
no espaço. Em decorrência disso, há o aumento anormal das temperaturas que
reaviva o outro termo tão conhecido como “aquecimento global” – se refere a um
aumento progressivo das temperaturas médias de oceanos e da atmosfera terrestre
– que causa consequências como o degelo, o aumento do nível dos oceanos, a
alteração do regime das chuvas, inundações e a redução da biodiversidade.
Outro fator que é determinante para o bom desempenho e manutenção das plantas é
a alteração no ciclo da água. Qualquer mudança climática, na grande maioria causada
por forças humanas, pode fazer que haja alteração no regime das chuvas causando
longos períodos de seca, enchentes e escassez do recurso hídrico. Nesse aspecto
percebe-se que o planeta é um ecossistema sensível e que se por ações humanas
impensadas for provocada a ausência de um desses fatores que colaboram para a
manutenção da vida as consequências são catastróficas.
Em síntese, as plantas estão no mundo para ajudar os seres humanos e a vida na
Terra, realizando fotossíntese elas captam dióxido de carbono no ambiente e
transformam em oxigênio, diminuindo a poluição e a produção de gases. Atualmente
a liberação de CO2 para a atmosfera está maior do que os seres fotossintetizantes
podem consumir. A queima de combustíveis fósseis, principalmente, onde havia
carbono aprisionado, acaba liberando esse carbono para a atmosfera na forma de gás
carbônico. Devemos fazer e ensinar as gerações futuras a não desmatar e arborizar
para amenizar os danos já causados. Diminuir as emissões de dióxido de carbono e
outros gases de efeito estufa, juntamente com a conservação da nossa
biodiversidade é uma das formas de salvar o planeta de um colapso.
2. Fotossíntese
Fotossíntese é um processo realizado por organismos produtores em que se
observa a captura da energia solar e sua transformação em energia química.
Nas plantas, a fotossíntese acontece nos cloroplastos e caracteriza-se pelas
diversas reações químicas observadas. Essas reações podem ser agrupadas em dois
processos principais.
Reações luminosas: ocorrem na membrana do tilacoide (sistemas de membranas
internas do cloroplasto).
Reações de fixação de carbono: ocorrem no estroma do cloroplasto (fluido denso no
interior da organela).
→ Fotossistemas
Antes de entender cada reação que ocorre na fotossíntese, devemos conhecer o local
em que algumas dessas reações acontecem. As reações luminosas acontecem, por
exemplo, na membrana do tilacoide, mais precisamente nos chamados fotossistemas.
Os fotossistemas são unidades nos cloroplastos em que estão inseridas as clorofilas
a e b e os carotenoides. Nesses fotossistemas, é possível perceber duas porções
denominadas de complexo antena e centro de reação. No complexo antena são
encontradas moléculas de pigmento que captam a energia luminosa e as leva para o
centro de reação, um local rico em proteínas e clorofila.
No processo de fotossíntese, é possível verificar a presença de dois fotossistemas
ligados por uma cadeia transportadora de elétrons: o fotossistema I e o fotossistema
II. O fotossistema I absorve luz com comprimentos de onda de 700 nm ou mais,
enquanto o fotossistema II absorve comprimentos de onda de 680 nm ou menos.
→ Reações luminosas
Nas reações luminosas, inicialmente a energia luminosa entra no fotossistema II, onde
é aprisionada e levada até as moléculas de clorofila P680 do centro de reação. Essa
molécula de clorofila é excitada, seus elétrons são energizados e transportados da
clorofila em direção a um receptor de elétrons. A cada elétron transferido, ocorre a
substituição desse por um elétron proveniente do processo de fotólise da água.
Pares de elétrons saem do fotossistema I por uma cadeia transportadora de elétrons,
impulsionando a produção de ATP (grande fonte de energia química) pelo processo
conhecido como fotofosforilação. A energia absorvida pelo fotossistema I é transferida
para moléculas de clorofila P700 do centro de reação. Os elétrons energizados são
capturados pela molécula da coenzima NADP+ e são substituídos na clorofila pelos
elétrons provenientes do fotossistema II. A energia formada nesses processos é
guardada em moléculas de NADPH e ATP.
→ Fixação do carbono
Nas reações de fixação do carbono, o NADPH e o ATP produzidos anteriormente nas
reações luminosas são usados para reduzir o dióxido de carbono a carbônico
orgânico. Nessa etapa, ocorre uma série de reações denominadas ciclo de Calvin.
Nesse ciclo, três moléculas de CO2 combinam-se com um composto denominado
ribulose-1,5-bifosfato (RuBP), formando um composto intermediário instável que se
quebra produzindo seis moléculas de 3-fosfoglicerato (PGA).
As moléculas de PGA são então reduzidas a seis moléculas de gliceraldeído 3-fosfato
(PGAL). Cinco moléculas de PGAL rearranjam-se e formam três moléculas de RuBP.
O ganho do ciclo de Calvin então é de uma molécula de PGAL, a qual servirá para a
produção de sacarose e amido.
→ Equação da fotossíntese
A equação balanceada para a fotossíntese pode ser descrita da seguinte forma:
Observe a equação balanceada da fotossíntese.
É importante destacar que, geralmente, observa-se na equação da fotossíntese a
formação da glicose como carboidrato produzido. Entretanto, no processo de
fotossíntese, os primeiros carboidratos produzidos são os açúcares constituídos por
apenas três carbonos.
3. Atividade
Vamos debater sobre o conteúdo e desenvolver uma discussão reflexiva sobre a
fotossíntese? E analisar o seu envolvimento com o nosso ecossistema e como ela
auxilia a vida humana????
6 ANÁLISE DOS PLANOS DE AULA DESENVOLVIDOSEM SALA DE AULA
 Primeiro plano de aula analisado
O grupo composto somente pela estudante Bianca, abordou em seu plano de
aula o tema cultura africana, caracterizou a turma como maior parte mulheres donas
de casa e poucos homens sendo pequenos agricultores de uma região interiorana,
com uma idade média entre 35 a 55 anos.
Ela quis mostrar o quanto os traços da cultura africana ainda são fortes nos
dias de hoje, e que a grande maioria nem sabe que certas coisas da nossa região têm
relação com essa cultura que parece estar tão distante de nós aqui do Brasil, de Goiás,
de Goiânia.
Ela trouxe para os alunos alguns elementos relevantes que trouxe curiosidade
aos alunos de como ela iria relacionar aqueles elementos com a cultura africana, tendo
em vista que eles pareciam ser tão culturais para nós. Por exemplo, a pamonha. Ela
nos explicou que antigamente a pamonha era diferente desta de hoje em dia, era uma
mistura feita com fubá e era enrolada na folha de bananeira.
Bianca trouxe a feijoada e explicou que na época que os negros eram
escravizados a feijoada surgiu porque a eles era dado somente as partes inferiores,
os restos do porco. As partes nobres ficavam com os patrões. Então, eles cozinhavam
aquilo com o feijão para dar mais sustância. E hoje em dia, famílias inteiras, se reúnem
para comer esse prato típico que tem até um dia específico da semana para ser feito.
Trouxe também o pandeiro, que era utilizado nas danças africanas, e foi trazido
hoje em dia para vários gêneros musicais, tais como, samba, pagode etc. Essas
danças, geralmente, aconteciam com eles mascarados. E essas mascaras eram feitas
de forma caseira, com tintas de plantas, deixando um traço fortíssimo para nós do
artesanato.
Por último Bianca colocou uma música chamada EU SOU, com o cantor WD.
E ao terminar, pediu para nós opinarmos a importância daquela música nos dias de
hoje, tendo em vista que ela reforça a beleza negra, que a cor de pele é só uma
questão de cor, não uma questão de quem é inferior e quem é superior. Então, os
alunos expuseram sobre questões da baixa autoestima de mulheres negras, sobre
preconceito, etc.
 Segundo plano de aula analisado
O grupo composto pelas alunas, Auricélia Rodrigues, Jéssica Freitas, Nelciene
Gomes e Regiane Silva, trouxe em seu plano de aula, o tema, Cora Coralina, e por
meio dele, trouxe poema da mesma, contou sua história, e desenvolveu atividades.
A turma ficou caracterizada por 20 alunos, predominantemente formada por
mulheres entre 20 e 50 anos, onde a maioria são mães solos, entre elas algumas são
autônomas, trabalhadoras de confecção, 2 alunos do gênero masculino, trabalhadores
da confecção informal. Turma já alfabetizada, com habilidades de leitura, escrita e
interpretação de texto.
As alunas começaram a aula contando sobre a vida de Cora Coralina, sua
infância e seu amor pela poesia, a influência de seus pais para isso, e como Cora em
épocas de pessoas com mentes fechadas, pensava e refletia além das fronteiras.
Continuando a aula, houve a primeira dinâmica utilizando a contribuição dos
alunos, elas pediram para um aluno se voluntariar e declamar um poema que as
professoras levaram de Cora Coralina, depois que a aluna voluntária finalizou elas
fizeram um momento reflexivo, perguntando aos outros alunos que parte daquele
poema foi mais marcante.
Logo então houve uma atividade em forma de brincadeira, elas utilizaram de
uma bola e fizeram a mesma brincadeira da batata quente, e sobre quem a bola
parasse no fim da música, respondia algo sobre o poema em questão, como por
exemplo, quantas estrofes ele tinha, quantos versos, entre outras.
A aula finalizou com as professoras dando como atividade, para os alunos
reproduzirem seu próprio poema, usando de inspiração o poema de Cora. Quando os
alunos finalizaram, foi estendido o convite de declamar seu poema na frente da turma
e assim foi feito.
A aula dada pelas professoras, foi emotiva, reflexiva, atiçando a criatividade
dos alunos. Elas foram fiéis aos códigos da BNCC e a caraterização que foi colocada
em seu plano de aula. Elas envolveram a turma em todo momento, conseguindo
assim, prender a atenção de todos. Com bastante didática e linguagem fácil para a
compreensão de todos.
7 RESENHA DO LIVRO “CARTAS PARA MINHA AVÓ”
Nessa autobiografia a autora Djamila Ribeiro discorre sobre sua vivência
enquanto mulher negra na sociedade, dentro de uma perspectiva feminista ela
apresenta as dificuldades que sua família enfrentou para manter uma boa relação, as
histórias são direcionadas principalmente a avó, que é uma mulher negra, ela relata
como a avó lidou com questões sociais como racismo e intolerância religiosa, e como
ela conseguiu criar seus filhos. Ele é escrito como uma autobiografia direcionada a
avó de Djamila Ribeiro, por isso o nome “Cartas para minha avó”.
O livro relata momentos de extrema dificuldade financeira na residência onde a
autora cresceu com seus irmãos, sua mãe e seu pai, mesmo morando em um
apartamento localizado no centro, rodeado por famílias que possuíam uma renda
financeira considerável, notamos o esforço familiar dos pais de Djamila Ribeiro para
transparecer uma autoimagem digna de se residir naquele bairro. De acordo com o
que é relatado no livro, os estudos e a formação são uma prioridade na criação da
autora e seus irmãos, mas isso só ocorre na infância dos mesmos, onde o pai trabalha,
a mãe cuida da casa e da criação dos filhos, e os filhos precisam apenas ter foco em
conseguir uma formação, na medida em que eles crescem outras coisas acabam se
mostrando mais urgentes, com a separação dos pais e as doenças adquiridas por eles
torna-se prioridade para Djamila Ribeiro sustentar a renda econômica da casa e
auxiliar nas idas e vindas ao hospital. No decorrer do livro notamos sua dificuldade em
concluir os estudos na medida em que vai ficando mais velha, torna-se prioridade
trabalhar em tempo integral para manter a casa e sustentar a família.
Esse é um livro que relata muito sobre a vivencia da maioria dos alunos da EJA,
tendo em vista que ele aborda questões raciais, machismo, desigualdade social,
intolerância religiosa e o processo econômico dentro do ambiente familiar. É comum
encontramos jovens e adolescentes que são impedidos de continuar os estudos pela
necessidade urgente de trabalhar, em muitos casos a única renda familiar presente é
a do adolescente que na maioria das vezes adquiri um emprego informal, que não
possui auxílio médico e de alimentação, também não há garantias de segurança e
podem ser dispensados a qualquer momento, mas as empresas responsáveis pela
contração para esse tipo de serviço geralmente realizam inúmeras promessas de
crescimento dentro daquele ambiente, esse tipo de situação promove a desistência
de muitos alunos ainda no ensino fundamental, que é a chamada educação básica.
Outro problema recorrente é a falta de escolas públicas em bairros periféricos
para receber crianças, jovens e adultos, muitas famílias nem chegam a matricular as
crianças no ambiente escolar devido à falta de escolas acessíveis e até mesmo pela
falta de meios de locomoção. A fome também é a responsável pelo impedimento de
muitas pessoas conseguirem uma formação básica, pois não é possível conseguir
estudar sem ter ao menos uma refeição completa ao dia.
São inúmeras as dificuldades que levam alguém a desistir e negligenciar os
estudos na chamada “idade ideal”, que se dá no início da alfabetização infantil e segue
pela alfabetização fundamental, sendo concluída na alfabetização média. Por isso a
criação da EJA se tornou uma necessidade urgente, foi necessário desenvolver um
novo projeto capaz de alfabetizar jovens e adultos, e dessa forma promover a
alfabetização e inclusão social dos mesmos.
No desenvolvimento da alfabetização, principalmente em uma turma da EJA é
extremamente importante abordar temas e livros que sejam semelhantes a vivencia
dos alunos, somente dessa forma é possível gerar interesse pelo assunto que está
sendo desenvolvido, pois já é algo presente no cotidiano dos alunos, através disso
será possível para eles entender a importância da alfabetização no cotidiano. O
objetivo da EJA enquanto processo de alfabetização não está restrito somente a
teorias, a pratica pedagógica é essencial para que ocorra a compreensão da
importância social da alfabetização e como isso interfere diretamente na
individualidade.
A aplicação do livro ‘Cartas para minha avó’ na alfabetização é possível através
de sua temática que é abordada por uma perspectiva realista, tornando a leitura e
compreensão mais acessível, mesmo para pessoas que estão na inicialização da
alfabetização. Existem diversas atividades que podem ser planejadas através desse
livro, destacando os principais objetivos sociais junto aos alunos é possível notar como
o que é relatado condiz diretamente com o que os alunos da EJA experienciam.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No processo de formação de profissionais que irão atuar na educação, seja de
forma administrativa ou pratica, é de fundamental importância ter compreensão da
funcionalidade da EJA. Entender como ocorre sua aplicação, é indispensável, pois é
notável que muitas pessoas só terão a oportunidade de estudar no dito momento
tardio, e levando em consideração que o professor mediador será responsável por
ministrar em sala de aula os principais conteúdos de cada turma em questão,
pautados na BNCC, a formação desse professor precisa ter uma relação direta com a
realidade vivida, que em muitos momentos não é apresentada na teoria de estudos.
Tendo em vista que esse trabalho apresenta todos os aspectos educacionais
que foram ministrados em sala de aula, é possível notar a influência direta de como a
Educação de Jovens e Adultos atua na sociedade e, principalmente na economia
regional. Um Estado que visa formar cidadãos atuantes e conhecedores de suas
relações sociais dentro do mercado de trabalho, é claramente um Estado com uma
crescente economia.
Foi no decorrer desse processo em que o governo tinha como objetivo se
expandir em todos os aspectos sociais, que se tornou prioridade formar as pessoas
imersas na sociedade que não possuíam um diploma escolar ou não estavam aptas
a compreender seu papel social, por isso a necessidade de implantação da EJA.
Quando é colocado em pauta atualmente a necessidade de uma formação para
ingressar no campo trabalhista, é preciso levar em conta a realidade experienciada
por cada região, onde em muitos lugares o acesso à educação acaba sendo restrito,
ou a uma necessidade de capital financeiro urgente para a sobrevivência,
transformando a formação educacional em um “capricho” e não em necessidade. Com
o decorrer dos anos tem se exigido cada vez mais um diploma de formação na
educação básica, para aqueles que não o possuem fica difícil o acesso ao mercado
de trabalho, sobrando apenas a realização de trabalhos informais.
A prática da EJA no dia a dia dentro da escola é diretamente voltada para
atender aos interesses dos alunos, para cada turma é feito um planejamento
especifico, promovendo assim uma aprendizagem significativa. Diferentemente dos
componentes curriculares que englobam a pratica escolar dentro da educação infantil,
a Educação de Jovens e Adultos precisa ser muito bem objetificada de forma que faça
uma interligação com o que essas pessoas que serão alfabetizadas já estejam
vivendo, pois eles enquanto adultos já são cidadãos atuantes, por isso possuem uma
consciência formada e um senso de realidade mais apurado.
Em análise ao que foi apresentado nesse trabalho, é possível notar quais são
os principais objetivos da EJA, colocando em pauta que ela visa reparar e equalizar,
também é importante enfatizar sua posição social e econômica. Ela exerce uma
enorme influência no âmbito de proporcionar que os alunos, após sua formação, se
incluam em posições superiores no mercado de trabalho. Mas essa reparação não
ocorre só através de empregos que são melhores ofertados a pessoas com formação,
ela também tem como objetivo introduzir os mesmos em questões de conhecimentos
gerais que outrora não era possível a eles ter compreensão, ofertando dessa forma
respeito e acolhimento.
Através do acesso que nos foi proporcionado a conhecer a rotina geral de uma
instituição de ensino estadual que possui aulas da EJA, foi possível reconsiderar tudo
que a teoria não apresenta. É notável que as turmas que englobam a instituição têm
relações diretas umas com as outras, no entanto tem uma vivencia muito individual,
que apenas sendo analisada de forma pratica entram em ligação. Por isso urge a
necessidade de uma formação de professores que seja teórico-prática, usando a
aplicação de conhecimentos científicos e filosóficos na pratica, sem que esse vínculo
se perca.
Esse portfólio apresenta uma visão social de todo conteúdo que foi exposto na
aula da EJA, o que foi experienciado por nos enquanto colocados como alunos da
EJA traz uma nova perspectiva de mediação escolar social.
9 REFERÊNCIAS
BES, Pablo. Organização e Legislação da Educação. Educação de Jovens e
Adultos. Open LMS, 2022. Disponível em:
<https://unicamps.grupoa.education/sagah/object/default/19507479>. Acesso em: 05
maio 2022.
FREITAS, Maria. Alfabetização e Letramento. Paulo Freire e a leitura do
mundo. Open LMS, 2022. Disponível em: <
https://unicamps.grupoa.education/sagah/object/default/19507598>. Acesso em: 05
maio 2022.
SIQUEIRA, Antônio; GUIDOTTI, Viviane. Educação de Jovens e Adultos. Um
novo paradigma de aprendizagem de jovens e adultos. Open LMS, 2022. Disponível
em: < https://unicamps.grupoa.education/sagah/object/default/19507509>. Acesso
em: 05 maio 2022.
SIQUEIRA, Antônio; GUIDOTTI, Viviane. Educação de Jovens e Adultos.
Tendências do pensamento político-pedagógico sobre EJA: contexto sócio-histórico.
Open LMS, 2022. Disponível em: <
https://unicamps.grupoa.education/sagah/object/default/19507519>. Acesso em: 05
maio 2022.
ANEXOS
ENTREVISTAS COM PROFISSIONAIS DA EJA
Entrevista com o Diretor geral
Nome: Domênico dos Santos Medici
Formação: Educação Física. Esp. Em educação física escolar
Área de ensino atuante: Rede Estadual
01- Comente sua rotina no ensino da EJA:
Enquanto diretor e professor que já atuou na EJA, entendo que, a rotina de
ensino da EJA é voltada para a realidade em que os alunos estão inseridos,
adequando o conteúdo, tentar adaptar à realidade deles para facilitar o entendimento,
por que o objetivo da EJA é justamente tentar recuperar um pouco da defasagem dos
alunos, desses jovens e adultos.
02- Como é pensado o planejamento direcionado a EJA?
O planejamento é feito de forma que tem como objetivo atender as
especificidades dos alunos, um exemplo claro é agora nos jogos escolares, tem
muitas senhoras na EJA, nessa semana que vai entrar agora é uma semana de jogos
e nem todas as senhoras ali ou pessoas de mais idade da EJA participam, é com esse
calendário, essa proposta, tem professores que desenvolvem oficinas pra atender
esse público especifico da EJA, então tanto no planejamento tanto no nosso
calendário escolar tem ações amarradas ali no planejamento para atender as
especificidades desse público.
03- Na sua opinião qual o principal desafio em atuar em uma instituição de
ensino EJA?
Penso que o desafio na verdade não é nem atuar com a EJA, o desafio é atuar
em uma escola que tem ali várias modalidades de ensino, nós trabalhamos com o
novo ensino médio, que é recente, esse ano que foi implantado, trabalhamos com o
ensino médio regular, com o ensino fundamental, com o sistema prisional,
trabalhamos também com as salas anexas da educação do campo e a EJA, então são
várias modalidades né, e não é especifico para a EJA, como os CEJAs, penso que
essas escolas especificas pra EJA, atendem mais porque é um público celeto, quem
vai encaminhar para essas instituições são pessoas que de fato são da EJA, não vai
misturar modalidades de ensino etc, eu penso dessa forma, que atuar em uma
instituição de EJA nem é tanto desafiador, mas desafiador é trabalhar com várias
modalidades juntas na mesma instituição.
04- Na sua opinião a EJA tem função equalizadora e reparadora?
Sim, acredito que ela tem essa função de recuperar mesmo, equalizadora e
reparadora como você questionam na sua pergunta, de fato ela vem para tentar ofertar
um pouco mais de equidade, oportunizara ali a todos que tenham o mesmo acesso,
apesar de não ter tido acesso por vários motivos na idade adequada, mas acredito
sim que ela tenha essa função.
05- O trabalho desenvolvido na EJA é diferente das outras turmas na escola?
É sim, o trabalho desenvolvido na EJA, é diferente sim, ele precisa ser
adaptado, voltado para as realidades dos alunos, trazer o que tem de bagagem para
escola seja no que ele trabalha qual o cotidiano dele, transformar isso em ferramentas
pedagógicas, para um ensino na sala de aula.
06- Qual o maior desafio enfrentado no trabalho com a EJA?
O principal desafio enfrentado com o trabalho na EJA são as variações das
faixas etárias, pois lá você vai trabalhar com um aluno que tá defasado com a idade
série com 17, 18 anos e você vai trabalhar também com um aluno que tem uns 50, 60
anos, então varia muito a faixa etária, a abordagem tem que ter umas boas
especificidades devido a isso aí, para atender tanto um aluno com 17 anos tanto um
aluno com 40 anos pra frente, então esse eu penso ser o maior desafio, até pra você
elaborar um planejamento adequado.
07- O ensino da EJA recebe o suporte necessário contribuinte do Governo?
Infelizmente eu acredito que não recebe o suporte adequado, até quanto
formações o próprio material estruturado que chegou para a escola esse na escola
por exemplo para a EJA não veio material, só veio pro novo ensino médio regular, eles
deixaram faltando e foi feito uma cobrança até por mim mesmo a respeito desses
materiais, quando vão chegar, se estão vindo mesmo por que a escola tem que ser
atendida como um todo, e não simples alguns segmentos específicos da escola, igual
a gente que trabalha com várias modalidades de ensino, então que venha para todos,
a anos atrás vinha materiais específicos, da EJA, mas ai foi se passando os tempos,
e chegamos ao ponto dos materiais não virem mais de fato para a escola, mas esse
ano pós pandemia, esses dois últimos anos que tivemos um período longo de recesso,
que os alunos não estavam indo presencialmente para a escola, e acabou que esse
pessoal depoisque voltou as aulas totalmente presenciais, a escola tá recebendo uma
demanda muito grande de matrícula de alunos, estamos na média de 1.350 alunos na
escola hoje e muita gente voltou pra EJA, voltou a estudar pra recuperar o tempo
perdido, seja por tantos motivos, mas justamente essa defasagem de material de
recurso, até de formação, apesar da gente fazer formação especifica de outras áreas,
ainda o ensino da EJA deixa a desejar quanto essas formações, são poucas ás vezes
são longe, agora com a questão da gente poder estar fazendo as reuniões online tem
ajudado bastante, então a gente tem esperança de que melhore.
Entrevista com a coordenadora geral
Nome: Mércia Mendes Torres Morais
Formação: Graduada em Letras Português/Inglês
Pós-graduada em Docência do Ensino Superior
Qual a rede de educação? Rede Estadual
01- Como é sua rotina com os professores e alunos da EJA?
Como coordenadora acompanho a parte pedagógicacom professores e alunos
e faço o acompanhamento disciplinar dos alunos.
02- Qual é a proposta do ensino da EJA?
As especificidades pedagógicas e administrativas que caracterizam a
Modalidade EJA foram estabelecidas e são desenvolvidas em razão da diversidade
de perfis dos sujeitos sociais que a demandam, como estudantes; notadamente as
faixas etárias, os interesses, as condições de vida e trabalho – de modo a contemplar
os diversos segmentos ou grupos sociais: trabalhadores e trabalhadoras, donas de
casa, migrantes, aposentados, privados de liberdade, etc. À vista de que a EJA deve
ser desenvolvida, respeitando as identidades culturais e as condições
socioeconômicas e educacionais dos estudantes, as conexões entre estas e currículo
precisam expressar e oportunizar aprendizagens significativas, conforme
estabelecidas na BNCC e DRC-MT e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Básica – com efeito, desenvolvê-las mediante metodologias e formas
avaliativas adequadas às finalidades e especificidades da modalidade, considerando
os diferentes tempos de aprendizagem. Assim, a 53 unidade escolar que ofertar a EJA
deve elaborar o seu Projeto Político Pedagógico em conformidade com o art. 13 da
Resolução Normativa n° 003/2019- CEE/MT
03- No final do ano, existe algum documento de análise sobre cada aluno?
Existe sim esse documento é o Relatório de Avaliação Descritiva. “A avaliação
deverá ser inserida pelo professor no Relatório de Avaliação Descritiva. O lançamento
da Avaliação deverá anteceder a finalização do ano letivo do estudante,
independentemente da conclusão da Carga Horária Cursada (CHC), e considerará
seu percurso educacional e nível de proficiência. Segue na tabela abaixo os conceitos
possíveis.
04- Qual os maiores desafios de trabalhar na EJA?
A evasão, pois muitos alunos trabalham o dia todo e entre descansar e ir às
aulas preferem o descanso e assim desistem de estudar.
05- São feitas reuniões sobre o desenvolvimento das salas e professores nos
fins dos semestres?
Todo os bimestres nos conselhos de classe.
06- Como é feita as matrículas para a EJA, e quais são os requisitos para isso?
São feitas em qualquer momento como descrito com vistas a enfrentar o
desafio do acesso, permanência e conclusão da educação básica na modalidade EJA,
a SEDUC/SAGE/SUEB/COEJA implementou - desde o início do ano letivo de 2021 -
em todas as unidades escolares urbanas que ofertam a EJA, o modelo de Carga
Horária Etapa-Proficiência. O modelo de oferta Carga Horária Etapa-Proficiência
respeita o tempo de desenvolvimento e disponibilidade do estudante em cursar a
educação básica, ou seja, o estudante não terá prejuízos do tempo/carga horária dos
componentes curriculares cursados, bem como das avaliações do seu desempenho
registradas em sua vida escolar; assim, o estudante poderá reativar sua matrícula no
momento que lhe for possível retomar os estudos e o curso de sua escolaridade. 54
pela organização e oferta dos Cursos de EJA, Ensino Fundamental e Ensino Médio,
na forma da Carga Horária Etapa-Proficiência, o estudante tem a obrigação e o
compromisso de cumprir as horas estabelecidas legalmente para o respectivo curso,
de acordo com a carga horária prevista na Matriz Curricular – sem relação direta com
dias letivos. Com efeito, garante-se a flexibilidade no atendimento, de maneira que o
estudante cursa e conclui o Componente ou Componentes curriculares que lhe são
necessários, independentemente do Ano Letivo. Essa oferta mensura a carga horária
cursada, ou seja, a situação Retenção por falta não se aplica, pois, a perspectiva
desse formato de atendimento é garantir o nível de proficiência dos estudantes.
Entrevista com a professora responsável
Nome: Claudete Oliveira Lima Vasconcelos
Formação: Licenciatura em Matemática e Física e especialista em ensino de
ciências e matemática.
Qual a rede de educação? Rede Estadual
01- A quando tempo você atua no ensino EJA?
Há 10 anos, desde que comecei a minha inclusão como professora da EJA vejo
a necessidade reparadora que ela possui, atualmente esse é um trabalho
indispensável na minha vida enquanto profissional da educação. Me encontrei como
professora da EJA, procuro sempre incentivar meus colegas de profissão que estão
ingressando agora na área a seguir carreira enquanto profissionais da EJA, apesar de
todos os desafios que encontro me identifico muito com a EJA.
02- Como é sua rotina como professor (a) da EJA?
Participo de uma formação contínua específica do ensino da EJA. Trabalho
apenas com ensino médio as disciplinas de Física e Matemática. Procuro ministrar
conteúdos nessas disciplinas que estejam voltados a realidade de cada turma de EJA
pela qual sou responsável.
03- Qual etapa a senhora dá aula na EJA?
Ensino médio, meus conteúdos são diretamente ligados a formação media.
04- Qual os maiores desafios de dar aula na EJA?
A junção de jovens e adultos de idade avançada na mesma sala. Conseguir
conciliar os conteúdos que serão trabalhados de forma que o mesmo alcance a todos
é um desfio muito grande, pois a vivencia de cada um influencia diretamente na
aprendizagem significativa, por isso sempre encontro dificuldades na hora de montar
o planejamento das minhas aulas.
05- Qual o método de avaliação a senhora usa na EJA?
Avaliação contínua e processual.
06- Qual o plano de ensino de aula no ensino EJA?
O plano de aula é específico para a educação de jovens e adultos com
metodologias diferenciadas, que focam no dia a dia do aluno. Diferentemente da
educação infantil e fundamental, a ludicidade precisa ser elaborada de forma mais
realista. No ensino de matemática busco sempre estabelecer uma relação com a
economia atual, principalmente com assuntos que estejam percorrendo nas mídias
em geral.
Entrevista com o aluno (a)
Nome: Marlene da Silva Macedo
Idade: 43 anos
01- Atualmente, com o que você trabalha?
Sou faxineira em uma creche e faço faxinas em casas particulares nos horários
de folga.
02- Pode me dizer os motivos de ter parado os estudos?
Meu pai era um homem do mato, não via importância em estudar, depois, casei
nova com isso veio minhas três filhas, então meu estudo ficou em segundo plano.
03- Em que ano você está na EJA?
Estou no ensino médio, se Deus quiser termino ano que vem.
04- Qual o seu maior desafio de voltar aos estudos?
É conciliar o estudo com o trabalho e família, hoje em dia minhas filhas já são
casadas, mas veio meus netos e tenho meu marido, então ter tempo para dar atenção
a tudo fica mais difícil.
05- Ao aprendizado na escola, se tornou mais difícil, ou por ser adulto fácil de
entender?
Na verdade, parece que fiou pior, a concentração piorou, então para entender
algo demora mais, tenho vergonha de ficar perguntando algo, pois na minha idade eu
já deveria saber, então tenho que me esforçar bem mais, e ainda chego cansada do
serviço porque saio direto do trabalho para escola, então as vezes tenho que lutar
para ficar acordada também.
06- Você pretende avançar para o ensino superior ou o objetivo é somente a
conclusão do ensino médio?
Meu marido acha bobo, mas quero fazer faculdade ainda, de pedagogia, mas
quero continuar trabalhando na creche, ajudar as crianças não só limpando o chão,
mas ensinando elas.
07- Como é a experiência de voltar ao ensino médio tardiamente, depois de
tanto já vivido?
Dá um pouco de vergonha, na minha sala tem muito adolescente, então eu
acabo me sentindo uma estranha, mais depois de um tempo vai se acostumando, na
verdade nos dá muitas lembranças, de como teria sido se eu tivesse estudado na
idade certa o que eu teria vivido de diferente.

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  • 2. FACULDADE UNIDA DE CAMPINAS – FACUNICAMPS CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA ADNA MOREIRA E ALVES DINIZ LARA CAMILA MARQUES MARTINS SUELEN SILVA RODRIGUES PRÁTICAS PEDAGÓGICAS V - EJA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS GOIÂNIA-GO 2022.1
  • 3. ADNA MOREIRA E ALVES DINIZ LARA CAMILA MARQUES MARTINS SUELEN SILVA RODRIGUES PRÁTICAS PEDAGÓGICAS V - EJA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS Portfólio apresentado como requisito parcial necessário à aprovação na disciplina Práticas Pedagógicas V - EJA, da Faculdade Unida de Campinas - FacUnicamps. Orientador: Prof. Dr. Israel Serique dos Santos. GOIÂNIA-GO 2022.1
  • 4. 1 INTRODUÇÃO Este portfólio de Pesquisa e Prática Pedagógica V tem por finalidade apresentar uma reflexão sobre a Educação de Jovens e Adultos (EJA), e tem como objetivo geral compreender o impacto social da EJA, enquanto modalidade de formação direcionada a jovens e adultos, tendo o embasamento de que ela promove a possibilidade de uma formação escolar de ensino fundamental e médio, é possível compreender a importância individual e coletiva da mesma. É notável que a Educação de Jovens e Adultos no presente momento enfrenta inúmeras dificuldades, a falta de um espaço estudantil que seja planejado para receber adultos é um dos principais problemas, junto com a falta de materiais de estudo para alunos e professores. De acordo com os dados coletados para o desenvolvimento desse trabalho, identificamos um número muito pequeno de escolas Estaduais que possuem uma estrutura adequada para ministrar aulas da EJA, esse portfólio apresentará de forma detalhada todas essas questões. Pressupondo a importância de se alcançar o objetivo geral e compreender as questões referentes à Educação de Jovens e Adultos (EJA) temos como objetivo principal relatar sobre a funcionalidade da EJA dentro de uma instituição pública, apresentando através dos dados coletados como ocorre o processo ensino- aprendizagem. O desenvolvimento deste trabalho é importante, pois nos ajuda a compreender que a prática docente precisa estar interligada com as necessidades e expectativas dos alunos da EJA tornando-os sujeitos críticos com valores e atitudes formadas, partindo de uma postura ética e transformadora. Além disso, este trabalho é relevante porque nos permite expressar uma visão crítica e realista de como é o processo ensino aprendizagem da EJA na prática. É possível entender através da vivência como funciona a formação de jovens e adultos e como ocorre a aplicação de conteúdos na turma da EJA, a partir disso desenvolvemos uma concepção real enquanto pedagogos em formação. Por fim, pode-se justificar a importância deste trabalho na medida em que ele agrupa, de forma teórico-prática, o que foi ministrado durante todo período cursando a matéria Educação de Jovens e Adultos. Ao final desse portfólio é possível notar a
  • 5. conclusão do que foi visto em sala de aula e vivenciado. Levando em consideração que no processo de formação de qualquer indivíduo a leitura de mundo não ocorre de forma neutra, pois a educação tem um objetivo claro para professores e alunos, dito isso é possível chegar à consideração de que esse trabalho é um referencial para a prática pedagógica. Este trabalho está fundamentado nos textos de Ceratti (2007), Pinto (1993), Spósito (2010) e Candau (2006). Segundo o pensamento de Ceratti (2007), na década de 1950, a alfabetização de adultos teve o propósito de transformar o analfabeto em um leitor em potencial. De acordo com as teses desenvolvidas por Ceratti, o principal objetivo da EJA é tornar possível a inclusão social de adultos que por inúmeros motivos não foram alfabetizados, proporcionando assim a oportunidade de ler e compreender as notícias presentes à sua volta e como isso interfere diretamente na vivencia pessoal. Para Pinto (1993), a educação é uma função social permanente para a sociedade. Para isso, é importante que o professor repense seus paradigmas, conscientizando-se que os alunos são sujeitos ativos, constituídos de histórias de vida e experiências. Dito isso, é importante levar em consideração que em qualquer processo ensino-aprendizagem o aluno possui um entendimento básico de acordo com a sua vivencia, cabe ao professor ministrar uma aula que atenda aos alunos, levando em consideração que é uma turma composta por jovens e adultos. Para Spósito (2010), é preciso buscar uma compreensão do processo de socialização dos jovens em seus espaços não escolares a fim de enriquecer o diálogo e a experiência no contexto escolar. É essencial trazer para o espaço escolar a realidade experienciada pelos alunos, pois é dessa forma que a aprendizagem significativa acontece, os novos conteúdos precisam ser apresentados estando em ligação com o que já está no meio social dos alunos. Por fim, para Candau (2006), além das desigualdades de acesso e permanência na escola os jovens enfrentam a realidade de instituições públicas que se orientam, predominantemente para a oferta de conteúdos curriculares formais e considerados pouco interessantes pelos jovens. Atualmente muitos jovens se retiram do ambiente escolar e interrompem sua formação por várias questões, sejam elas sociais ou de desinteresse pessoal. As instituições públicas de ensino não têm sido
  • 6. acolhedoras para atender aos alunos, o que promove um desinteresse ainda maior, gerando assim um número muito alto de analfabetos. Para a realização deste portfólio foram desenvolvidas atividades que contribuíram para uma percepção mais adequada do trabalho pedagógico na EJA. Entre estas atividades citamos pesquisas sociais, entrevistas com docentes e alunos, entrevistas remotas, leitura de biografias de filósofos e pensadores que ajudaram na criação e desenvoltura da EJA, e pesquisas públicas para melhor compreender como ocorre a prática do Ensino de Jovens e Adultos. O trabalho desenvolvido segue a seguinte estrutura. Em primeiro lugar apresentamos o que será desenvolvido na estruturação do trabalho enquanto teoria. A proposta metodológica da EJA é apresentada de forma teórica, tendo sua pauta principal no que foi apresentado em sala de aula. Em seguida abordamos a prática de uma turma da EJA, onde fica exposto como ocorre o processo ensino aprendizagem de jovens e adultos em uma vivencia atual. Como último tópico o trabalho tem suas considerações finais em um formato de artigo de opinião dos componentes, tendo como base tudo que foi relatado nas pesquisas feitas dentro da instituição física, juntamente com o que os profissionais da área relataram. O portfólio retrata o que é a EJA, como se dá seu desenvolvimento, a quem ela está destinada, sua importância reparadora e equalizadora, tanto no meio social como individual, e como ocorre a formação de um profissional da EJA. 2 REFERENCIAL TEÓRICO No início do século XX o Brasil apresentava um grande contingente de adultos analfabetos, e isso foi causando entraves para o desenvolvimento econômico do país, pois até mesmo para exercerem funções grosseiras não apresentavam qualificação. De acordo com o passar das décadas e mudança de cenário a visão sobre a educação de Jovens e Adultos (EJA) foi sendo modificada. Da simples reparação da escolarização ou preparação para o trabalho, para a inclusão social, preparo profissional e aprendizagem ao longo da vida.
  • 7. Na década de 1940 começaram a surgir as primeiras iniciativas governamentais para lidar com o analfabetismo entre adultos BRASIL (2006a). Porém somente a Constituição Federal de 1988 propôs a obrigatoriedade e gratuidade do ensino primário a todos BRASIL (1988). Este foi o primeiro impulso para que aqueles adultos pudessem atingir pelo menos o ensino primário, a alfabetização. Como forma de buscar a erradicação do analfabetismo entre adultos foram usadas diversas ações. Na década de 1950 só tinham direito de votar os alfabetizados. Na década de 1960, a educação de adultos passou ser uma bandeira política buscando igualdade de acesso à educação para todos. Ao se referirem a esse período do início da década de 1960, Di Pierro, Joia e Ribeiro comentam que: Embaladas pela efervescência política e cultural do período, essas experiências evoluíam no sentido da organização de grupos populares articulados a sindicatos e outros movimentos sociais. Professavam a necessidade de realizar uma educação de adultos crítica, voltada à transformação social e não apenas à adaptação da população a processos de modernização conduzidos por forças exógenas. O paradigma pedagógico que então se gestava preconizava com centralidade o diálogo como princípio educativo e a assunção, por parte dos educandos adultos, de seu papel de sujeitos de aprendizagem, de produção de cultura e de transformação do mundo. (2001, s.p.) Em 1964, com base nos pensamentos de Paulo Freire de que educar não é um ato neutro, mas sim um ato político. Que tem como principais métodos o diálogo e o desenvolvimento da criticidade do educando. O Ministério da Educação criou, em 1964, o Programa Nacional de alfabetização de Adultos. Porém em 1964 com a admissão dos Governos Militares, Paulo Freire foi exilado. Mas as ideias Freireanas continuaram vivas na educação não formal. A segunda Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional — Lei Federal nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971 — ampliou a obrigatoriedade do ensino da educação básica de quatro para oito anos e trouxe também avanços para a EJA, pois instituiu a educação supletiva possível para esse primeiro grau de escolarização BRASIL (1971). Em outras palavras, aqueles que não concluíram o ensino obrigatório na idade apropriada poderiam concluir a partir de “[...] cursos supletivos, centros de estudo e ensino a distância, entre outras”. (DI PIERRO; JOIA; RIBEIRO, 2001) Na década de 1970 houve um aumento significativo de jovens na EJA, pois estes buscavam conciliar seus trabalhos com a sua escolarização, que na verdade começou a ser mais exigida no mercado de trabalho. Já em 1990 houve a Conferência
  • 8. Mundial de Jomtien que resultou na Declaração Mundial sobre a Educação para Todos, que propunha o aumento global dos níveis de educação básica. A LDB de 1996 foi alterada em 2018, por meio da Lei nº. 13.632, de 6 de março de 2018, definindo em seu art. 37 que: Art. 37 A EJA será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio na idade própria e constituirá instrumento para a educação e a aprendizagem ao longo da vida. (BRASIL, 2018a) Além disso, a LDB de 1996 também impõe que a EJA deverá articular-se com a educação profissional desses jovens e adultos. O art. 38 define formas de organização para a EJA: Art. 38 Os sistemas de ensino manterão cursos e exames supletivos, que compreenderão a base nacional comum do currículo, habilitando ao prosseguimento de estudos em caráter regular. § 1º Os exames a que se refere este artigo realizar-se-ão: I — no nível de conclusão do ensino fundamental, para os maiores de quinze anos; II — no nível de conclusão do ensino médio, para os maiores de dezoito anos. § 2º Os conhecimentos e habilidades adquiridos pelos educandos por meios informais serão aferidos e reconhecidos mediante exames. (BRASIL, 1996) É importante ressaltar que a EJA vai muito além de reparar ou compensar aqueles que não puderam, por inúmeros motivos, estudar na idade apropriada. Ela deve proporcionar e incentivar que os alunos continuem seus estudos ao longo da vida. No Parecer do Conselho Nacional de Educação/Câmara de Educação Básica (CNE/CEB) nº. 11/2000, que versa sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para a EJA. Esse parecer esclarece que a EJA deve ser vista a partir das seguintes funções BRASIL (2000): reparadora, equalizadora e qualificadora. A função reparadora se relaciona com os alunos que não realizaram a escolarização na época mais apropriada, que é essencial na atualidade para que se cumpram os papéis sociais exigidos na contemporaneidade. Já a equalizadora tem a ver com a reentrada no sistema educacional dos que tiveram uma interrupção forçada seja por repetência ou evasão, seja pelas desiguais oportunidades de permanência ou outras condições adversas. Por último a qualificadora, busca acrescentar “valores” ao educando, o desenvolvimento integral e a melhoria contínua dos sujeitos é um dos objetivos perseguidos por esta função.
  • 9. A Educação de Jovens e Adultos normalmente são distribuídas assim: ensino fundamental/ primeiro segmento/ fase 1/ 1º ao 5º anos. Depois ensino fundamental/ segundo segmento/ fase 2/ 6º ao 9º anos. Temos também o ensino médio. E por último o Encceja, que é uma avaliação aplicada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em que a partir de 15 anos de idade, os jovens podem realizar esta prova exclusivamente voltada para a conclusão do Ensino fundamental. Já a partir dos 18 anos de idade, os alunos podem realizar essa mesma avaliação para conclusão do ensino médio. A EJA necessita ainda de muito investimento e políticas educacionais com o objetivo de atingir o maior número de jovens e adultos e mudar essa realidade. Segundo O Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014–2024 traz, em sua meta nº. 9, “[...] elevar a taxa de alfabetização da população com 15 (quinze) anos ou mais para 93,5% (noventa e três inteiros e cinco décimos por cento) até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% (cinquenta por cento) a taxa de analfabetismo funcional”. (BRASIL, 2015) A EJA por muito tempo teve como sua modalidade de ensino o método tradicional, que consiste em reprodução de informações, como sendo o professor o detentor do saber. Não levando em conta que o educando é um sujeito ativo em suas relações sociaise culturais. Portanto, conforme Pinto (1993) o professor deve valorizar a bagagem trazida pelo aluno, considerar que seus alunos são úteis, pensantes e atuantes na sociedade. Diante disso, segundo Freire (1996), o professor não pode se considerar o único detentor de saberes e conhecimentos, mas sim, de igual modo ao seu aluno, está num processo inacabado e contínuo de aprendizagem, por meio do processo de ensino e aprendizagem dialogado. Contudo, o professor da EJA, seguindo as ideias de Freire, deve planejar aulas dialogadas e reflexivas, fazendo com que seus alunos falem, atividades com situações problematizadoras, envolvendo a realidade dos alunos, o cotidiano. Buscando sempre conhecer a realidade social e cultural dos educandos. Os alunos devem entender que seus conhecimentos prévios serão respeitados, ouvidos e transmutados em saberes falados, ouvidos e escritos na sala de aula. O professor deve buscar as palavras geradoras de temas geradores de discussões e reflexões em prol de mudanças radicais da realidade opressora. Essa educação é chamada educação libertadora.
  • 10. 3 ENTREVISTAS COM PROFISSIONAIS DA EJA A instituição em que foi realizada a entrevista é pública, da rede estadual, que fica localizada em Vila Rica – Mato Grosso, é uma cidade de interior com poucos habitantes, e de acordo com o que foi relatado pelos alunos a maioria dos comércios presentes são de famílias que repassam de geração para geração. O horário de funcionamento da escola é de 19:15 a 22:00, atualmente comporta em média 40 alunos por turma. Possui 1 diretor geral, 1 coordenador geral e 1 coordenador educacional, 21 professores que intercalam em disciplinas e horários semanais. A escola fica localizada em uma região no centro, é uma área comercial e por isso tem bastante movimento em volta, é frequentada em sua maioria por alunos de uma condição financeira baixíssima, a grande parte dessas pessoas residem em setores isolados e distantes do centro, devido a isso muitos costumam chegar atrasados, por isso as portas ficam abertas até as 20:00. A Escola Estadual Professora Maria Esther Peres esteve fechada durante todo o período de pandemia, e só reabriu esse ano. Enquanto esteve fechada as aulas continuaram de forma remota, porém muitos alunos acabaram cancelando a matrícula por falta de acesso a meios de assistir as aulas, e estão retornando agora, cerca de 25% optaram por recomeçar do início e não apenas retomar de onde pararam. Para que ocorresse a reabertura foi necessária uma reforma geral, pois a instituição se encontrava em péssimas condições, com muitas infiltrações, queda energia constante e falta de livros didáticos. A entrevista foi realizada de forma remota, em conjunto com 01 professor, 01 coordenador, 01 gestor e os componentes do grupo, sendo elas Adna Moreira, Lara Camila e Suelen Silva. A reunião aconteceu antes da inicialização da aula, e assim que finalizada foi possível para nós participarmos de forma remota da primeira aula, que foi ministrada presencialmente pela professora (Claudete Oliveira Lima Vasconcelos), responsável pela disciplina de matemática. As fotos que tivemos acesso foram fotografadas pelo diretor responsável (Domênico Dos Santos Medici). A Escola Estadual Professora Maria Esther Peres é estruturada para receber os alunos da EJA no horário noturno, ela fornece lanche no horário de intervalo, que de acordo com a coordenadora responsável (Mércia Mendes
  • 11. Torres Morais) tem como função representar o horário de janta que muitos alunos não têm acesso fora do ambiente escolar. Em resumo, ao que se antecede das perguntas realizadas e as respostas obtidas, podemos enquanto alunas que realizaram sua formação básica e média no dito “tempo ideal” afirmar que a EJA traz uma vivencia de conteúdos diferente dos quais são realizados no ensino fundamental e médio. Tendo em vista que os componentes curriculares têm os mesmos objetivos da alfabetização inicial, cabe ao professor mediador abordar todos os conteúdos de forma lúdica, propondo um embasamento metodológico que atenda a realidade dos alunos aos quais os conteúdos serão ofertados. No presente momento, é possível analisar que a grande maioria dos jovens e adultos que procuram realizar sua formação através da EJA, tem como objetivo crescer profissionalmente e se incluírem no mercado de trabalho, de forma que seja possível a eles terem uma renda de capital maior, que atenda às necessidades econômicas individuais e familiar. No entanto isso não é uma regra, essa formação não está restrita apenas a esses objetivos. No período em que participamos da aula expositiva de matemática direcionada a jovens e adultos, foi possível notarmos o comportamento e prioridades de alguns alunos que estavam presentes, dos 36 alunos presentes, 11 tinham entre 47 e 64 anos, e se dedicavam apenas a desenvolver conhecimentos pessoais para seu cotidiano individual e não diretamente profissional. Também foi possível para nós observarmos a desigualdade presente na turma, enquanto alguns se mostraram muito carentes, vindos de uma realidade econômica muito baixa, onde nitidamente lhes faltava refeições básicas no dia a dia, outros já possuíam residência própria e vida profissional estável. Dito isso, notamos a dificuldade da professora (Claudete Oliveira Lima Vasconcelos) de desenvolver e ministrar uma aula que atenta a realidade de todos os alunos envolvidos nesse espaço. 4 AS ESTRUTURAS DA INSTITUIÇÃO EDUCACIONAL
  • 12. Aqui temos a entrada da escola, há apenas uma entrada para professores, alunos, gestores e auxiliares que trabalham na instituição. Como é possível notar na imagem, a entrada está debilitada e devido a isso já sofreu inúmeros arrombamentos.
  • 13. Nesse espaço ficam guardados todos os materiais da escola, entre eles livros, agendas, folhas, entre outros. Esse é o pátio inferior, onde a um local para guardar bicicletas, motos e carros. É um local usado como garagem para gestores, professores, alunos e auxiliares.
  • 14. Aqui é possível notar os corredores da instituição. Todos os anos ocorre uma semana de jogos e gincanas, como forma de incentivo aos alunos, mas a escola também participa de eventos esportivos fora em ginásios junto a outras escolas. Na imagem vemos os troféus que foram conquistados nesses jogos. Nessas imagens temos o pátio onde os alunos residem nos 15 minutos de intervalo liberados, não há cantina então é onde ocorre o lanche.
  • 15. Aqui temos a quadra de jogos, onde ocorre as aulas de educação física uma vez na semana, também é liberado passar o intervalo nesse local duas vezes na semana. 5 PLANO DE AULA PARA A EJA ESCOLA: EJA – Degraus do Conhecimento PROFESSOR (A): Adna Moreira, Lara Camila e Suelen Silva ETAPA: Fase 1 (1º ao 5º ano) CARACTERIZAÇÃO DA TURMA: Homens e mulheres, agricultores de pequenas chácaras. Que residem e tiram seu sustento da zona rural. Porém sem estudo e grandes tecnologias, passam esse modo de sobrevivência de geração para geração de forma experiencial. DISCIPLINA: Ciências EIXO: Ciências da natureza UNIDADE TEMÁTICA: Vida e Evolução OBJETO DO CONHECIMENTO/CONTEÚDO: Seres vivos no ambiente: Plantas; Cadeias alimentares simples: Microrganismos HABILIDADES: (EF02CI05-A) Identificar a importância da água e da luz para a vida das plantas.
  • 16. (EF02CI05-B) Investigar, por meio de práticas cotidianas, a consequência da falta de água e luz para a nutrição das plantas. (EF02CI06-B) Exemplificar e analisar as relações existentes entre as plantas, o ambiente e os demais seres vivos. (EF04CI04-A) Reconhecer o papel do Sol como fonte primária de energia na produção de alimentos pelas plantas por meio da fotossíntese. METODOLOGIA: 1. Aula expositiva sobre a temática. 2. Atividade lúdica: Peça teatral 2.1. Título: Fotossíntese na prática 2.2. Objetivo didático: Investigar a utilização e importância da luz solar e da água no desenvolvimento das plantas 2.3. Orientações: Serão necessários 5 alunos. Eles receberão um roteiro e a devida caracterização cada um. Então será encenado o ciclo da fotossíntese na prática, sem utilizar termos técnicos e norma culta da linguagem. Para que assim o conteúdo seja absorvido pelos alunos de forma mais simples. 2.4. Participantes: 5 alunos 2.5. Tempo de desenvolvimento: 10 minutos. 2.6. Material utilizado: Impressão em folha A4, fita adesiva, roteiro. AVALIAÇÃO: Os alunos serão avaliados pela oralidade, pela evolução da aquisição de conhecimento sobre o conteúdo e pelo uso de termos científicos. CONTEÚDO 1. Introdução
  • 17. As plantas são seres vivos, elas nascem, crescem se reproduzem e morrem, assim como os animais. Elas cumprem papeis fundamentais para a vida na Terra. São geradoras de oxigênio, alimento, fibras, combustíveis, remédios, são essenciais para controlar a temperatura da Terra e também a atividade da água no planeta. As plantas ainda absorvem dióxido de carbono, um importante gás do “efeito estufa” – se refere aos gases na camada da atmosfera terrestre –, através da fotossíntese. Existem fatores que são essenciais para o desempenho e manutenção desses papeis desempenhados pelas plantas. São eles: luz e calor do Sol e água na forma líquida. Desde o século XVIII com a Revolução Industrial, o termo “efeito estufa” se tornou mais preocupante, pois devido a poluição, essa camada de gases está cada vez mais espessa, impedindo que o calor aprisionado provocado pela irradiação solar se dissipe no espaço. Em decorrência disso, há o aumento anormal das temperaturas que reaviva o outro termo tão conhecido como “aquecimento global” – se refere a um aumento progressivo das temperaturas médias de oceanos e da atmosfera terrestre – que causa consequências como o degelo, o aumento do nível dos oceanos, a alteração do regime das chuvas, inundações e a redução da biodiversidade.
  • 18. Outro fator que é determinante para o bom desempenho e manutenção das plantas é a alteração no ciclo da água. Qualquer mudança climática, na grande maioria causada por forças humanas, pode fazer que haja alteração no regime das chuvas causando longos períodos de seca, enchentes e escassez do recurso hídrico. Nesse aspecto percebe-se que o planeta é um ecossistema sensível e que se por ações humanas impensadas for provocada a ausência de um desses fatores que colaboram para a manutenção da vida as consequências são catastróficas.
  • 19. Em síntese, as plantas estão no mundo para ajudar os seres humanos e a vida na Terra, realizando fotossíntese elas captam dióxido de carbono no ambiente e transformam em oxigênio, diminuindo a poluição e a produção de gases. Atualmente a liberação de CO2 para a atmosfera está maior do que os seres fotossintetizantes podem consumir. A queima de combustíveis fósseis, principalmente, onde havia carbono aprisionado, acaba liberando esse carbono para a atmosfera na forma de gás carbônico. Devemos fazer e ensinar as gerações futuras a não desmatar e arborizar para amenizar os danos já causados. Diminuir as emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa, juntamente com a conservação da nossa biodiversidade é uma das formas de salvar o planeta de um colapso. 2. Fotossíntese Fotossíntese é um processo realizado por organismos produtores em que se observa a captura da energia solar e sua transformação em energia química. Nas plantas, a fotossíntese acontece nos cloroplastos e caracteriza-se pelas diversas reações químicas observadas. Essas reações podem ser agrupadas em dois processos principais.
  • 20. Reações luminosas: ocorrem na membrana do tilacoide (sistemas de membranas internas do cloroplasto). Reações de fixação de carbono: ocorrem no estroma do cloroplasto (fluido denso no interior da organela). → Fotossistemas Antes de entender cada reação que ocorre na fotossíntese, devemos conhecer o local em que algumas dessas reações acontecem. As reações luminosas acontecem, por exemplo, na membrana do tilacoide, mais precisamente nos chamados fotossistemas. Os fotossistemas são unidades nos cloroplastos em que estão inseridas as clorofilas a e b e os carotenoides. Nesses fotossistemas, é possível perceber duas porções denominadas de complexo antena e centro de reação. No complexo antena são encontradas moléculas de pigmento que captam a energia luminosa e as leva para o centro de reação, um local rico em proteínas e clorofila. No processo de fotossíntese, é possível verificar a presença de dois fotossistemas ligados por uma cadeia transportadora de elétrons: o fotossistema I e o fotossistema II. O fotossistema I absorve luz com comprimentos de onda de 700 nm ou mais, enquanto o fotossistema II absorve comprimentos de onda de 680 nm ou menos. → Reações luminosas Nas reações luminosas, inicialmente a energia luminosa entra no fotossistema II, onde é aprisionada e levada até as moléculas de clorofila P680 do centro de reação. Essa
  • 21. molécula de clorofila é excitada, seus elétrons são energizados e transportados da clorofila em direção a um receptor de elétrons. A cada elétron transferido, ocorre a substituição desse por um elétron proveniente do processo de fotólise da água. Pares de elétrons saem do fotossistema I por uma cadeia transportadora de elétrons, impulsionando a produção de ATP (grande fonte de energia química) pelo processo conhecido como fotofosforilação. A energia absorvida pelo fotossistema I é transferida para moléculas de clorofila P700 do centro de reação. Os elétrons energizados são capturados pela molécula da coenzima NADP+ e são substituídos na clorofila pelos elétrons provenientes do fotossistema II. A energia formada nesses processos é guardada em moléculas de NADPH e ATP. → Fixação do carbono Nas reações de fixação do carbono, o NADPH e o ATP produzidos anteriormente nas reações luminosas são usados para reduzir o dióxido de carbono a carbônico orgânico. Nessa etapa, ocorre uma série de reações denominadas ciclo de Calvin. Nesse ciclo, três moléculas de CO2 combinam-se com um composto denominado ribulose-1,5-bifosfato (RuBP), formando um composto intermediário instável que se quebra produzindo seis moléculas de 3-fosfoglicerato (PGA). As moléculas de PGA são então reduzidas a seis moléculas de gliceraldeído 3-fosfato (PGAL). Cinco moléculas de PGAL rearranjam-se e formam três moléculas de RuBP.
  • 22. O ganho do ciclo de Calvin então é de uma molécula de PGAL, a qual servirá para a produção de sacarose e amido. → Equação da fotossíntese A equação balanceada para a fotossíntese pode ser descrita da seguinte forma: Observe a equação balanceada da fotossíntese. É importante destacar que, geralmente, observa-se na equação da fotossíntese a formação da glicose como carboidrato produzido. Entretanto, no processo de fotossíntese, os primeiros carboidratos produzidos são os açúcares constituídos por apenas três carbonos. 3. Atividade Vamos debater sobre o conteúdo e desenvolver uma discussão reflexiva sobre a fotossíntese? E analisar o seu envolvimento com o nosso ecossistema e como ela auxilia a vida humana???? 6 ANÁLISE DOS PLANOS DE AULA DESENVOLVIDOSEM SALA DE AULA
  • 23.  Primeiro plano de aula analisado O grupo composto somente pela estudante Bianca, abordou em seu plano de aula o tema cultura africana, caracterizou a turma como maior parte mulheres donas de casa e poucos homens sendo pequenos agricultores de uma região interiorana, com uma idade média entre 35 a 55 anos. Ela quis mostrar o quanto os traços da cultura africana ainda são fortes nos dias de hoje, e que a grande maioria nem sabe que certas coisas da nossa região têm relação com essa cultura que parece estar tão distante de nós aqui do Brasil, de Goiás, de Goiânia. Ela trouxe para os alunos alguns elementos relevantes que trouxe curiosidade aos alunos de como ela iria relacionar aqueles elementos com a cultura africana, tendo em vista que eles pareciam ser tão culturais para nós. Por exemplo, a pamonha. Ela nos explicou que antigamente a pamonha era diferente desta de hoje em dia, era uma mistura feita com fubá e era enrolada na folha de bananeira. Bianca trouxe a feijoada e explicou que na época que os negros eram escravizados a feijoada surgiu porque a eles era dado somente as partes inferiores, os restos do porco. As partes nobres ficavam com os patrões. Então, eles cozinhavam aquilo com o feijão para dar mais sustância. E hoje em dia, famílias inteiras, se reúnem para comer esse prato típico que tem até um dia específico da semana para ser feito. Trouxe também o pandeiro, que era utilizado nas danças africanas, e foi trazido hoje em dia para vários gêneros musicais, tais como, samba, pagode etc. Essas danças, geralmente, aconteciam com eles mascarados. E essas mascaras eram feitas de forma caseira, com tintas de plantas, deixando um traço fortíssimo para nós do artesanato. Por último Bianca colocou uma música chamada EU SOU, com o cantor WD. E ao terminar, pediu para nós opinarmos a importância daquela música nos dias de hoje, tendo em vista que ela reforça a beleza negra, que a cor de pele é só uma questão de cor, não uma questão de quem é inferior e quem é superior. Então, os alunos expuseram sobre questões da baixa autoestima de mulheres negras, sobre preconceito, etc.
  • 24.  Segundo plano de aula analisado O grupo composto pelas alunas, Auricélia Rodrigues, Jéssica Freitas, Nelciene Gomes e Regiane Silva, trouxe em seu plano de aula, o tema, Cora Coralina, e por meio dele, trouxe poema da mesma, contou sua história, e desenvolveu atividades. A turma ficou caracterizada por 20 alunos, predominantemente formada por mulheres entre 20 e 50 anos, onde a maioria são mães solos, entre elas algumas são autônomas, trabalhadoras de confecção, 2 alunos do gênero masculino, trabalhadores da confecção informal. Turma já alfabetizada, com habilidades de leitura, escrita e interpretação de texto. As alunas começaram a aula contando sobre a vida de Cora Coralina, sua infância e seu amor pela poesia, a influência de seus pais para isso, e como Cora em épocas de pessoas com mentes fechadas, pensava e refletia além das fronteiras. Continuando a aula, houve a primeira dinâmica utilizando a contribuição dos alunos, elas pediram para um aluno se voluntariar e declamar um poema que as professoras levaram de Cora Coralina, depois que a aluna voluntária finalizou elas fizeram um momento reflexivo, perguntando aos outros alunos que parte daquele poema foi mais marcante. Logo então houve uma atividade em forma de brincadeira, elas utilizaram de uma bola e fizeram a mesma brincadeira da batata quente, e sobre quem a bola parasse no fim da música, respondia algo sobre o poema em questão, como por exemplo, quantas estrofes ele tinha, quantos versos, entre outras. A aula finalizou com as professoras dando como atividade, para os alunos reproduzirem seu próprio poema, usando de inspiração o poema de Cora. Quando os alunos finalizaram, foi estendido o convite de declamar seu poema na frente da turma e assim foi feito. A aula dada pelas professoras, foi emotiva, reflexiva, atiçando a criatividade dos alunos. Elas foram fiéis aos códigos da BNCC e a caraterização que foi colocada em seu plano de aula. Elas envolveram a turma em todo momento, conseguindo assim, prender a atenção de todos. Com bastante didática e linguagem fácil para a compreensão de todos.
  • 25. 7 RESENHA DO LIVRO “CARTAS PARA MINHA AVÓ” Nessa autobiografia a autora Djamila Ribeiro discorre sobre sua vivência enquanto mulher negra na sociedade, dentro de uma perspectiva feminista ela apresenta as dificuldades que sua família enfrentou para manter uma boa relação, as histórias são direcionadas principalmente a avó, que é uma mulher negra, ela relata como a avó lidou com questões sociais como racismo e intolerância religiosa, e como ela conseguiu criar seus filhos. Ele é escrito como uma autobiografia direcionada a avó de Djamila Ribeiro, por isso o nome “Cartas para minha avó”. O livro relata momentos de extrema dificuldade financeira na residência onde a autora cresceu com seus irmãos, sua mãe e seu pai, mesmo morando em um apartamento localizado no centro, rodeado por famílias que possuíam uma renda financeira considerável, notamos o esforço familiar dos pais de Djamila Ribeiro para transparecer uma autoimagem digna de se residir naquele bairro. De acordo com o que é relatado no livro, os estudos e a formação são uma prioridade na criação da autora e seus irmãos, mas isso só ocorre na infância dos mesmos, onde o pai trabalha, a mãe cuida da casa e da criação dos filhos, e os filhos precisam apenas ter foco em conseguir uma formação, na medida em que eles crescem outras coisas acabam se mostrando mais urgentes, com a separação dos pais e as doenças adquiridas por eles torna-se prioridade para Djamila Ribeiro sustentar a renda econômica da casa e auxiliar nas idas e vindas ao hospital. No decorrer do livro notamos sua dificuldade em concluir os estudos na medida em que vai ficando mais velha, torna-se prioridade trabalhar em tempo integral para manter a casa e sustentar a família. Esse é um livro que relata muito sobre a vivencia da maioria dos alunos da EJA, tendo em vista que ele aborda questões raciais, machismo, desigualdade social, intolerância religiosa e o processo econômico dentro do ambiente familiar. É comum encontramos jovens e adolescentes que são impedidos de continuar os estudos pela necessidade urgente de trabalhar, em muitos casos a única renda familiar presente é a do adolescente que na maioria das vezes adquiri um emprego informal, que não possui auxílio médico e de alimentação, também não há garantias de segurança e podem ser dispensados a qualquer momento, mas as empresas responsáveis pela contração para esse tipo de serviço geralmente realizam inúmeras promessas de
  • 26. crescimento dentro daquele ambiente, esse tipo de situação promove a desistência de muitos alunos ainda no ensino fundamental, que é a chamada educação básica. Outro problema recorrente é a falta de escolas públicas em bairros periféricos para receber crianças, jovens e adultos, muitas famílias nem chegam a matricular as crianças no ambiente escolar devido à falta de escolas acessíveis e até mesmo pela falta de meios de locomoção. A fome também é a responsável pelo impedimento de muitas pessoas conseguirem uma formação básica, pois não é possível conseguir estudar sem ter ao menos uma refeição completa ao dia. São inúmeras as dificuldades que levam alguém a desistir e negligenciar os estudos na chamada “idade ideal”, que se dá no início da alfabetização infantil e segue pela alfabetização fundamental, sendo concluída na alfabetização média. Por isso a criação da EJA se tornou uma necessidade urgente, foi necessário desenvolver um novo projeto capaz de alfabetizar jovens e adultos, e dessa forma promover a alfabetização e inclusão social dos mesmos. No desenvolvimento da alfabetização, principalmente em uma turma da EJA é extremamente importante abordar temas e livros que sejam semelhantes a vivencia dos alunos, somente dessa forma é possível gerar interesse pelo assunto que está sendo desenvolvido, pois já é algo presente no cotidiano dos alunos, através disso será possível para eles entender a importância da alfabetização no cotidiano. O objetivo da EJA enquanto processo de alfabetização não está restrito somente a teorias, a pratica pedagógica é essencial para que ocorra a compreensão da importância social da alfabetização e como isso interfere diretamente na individualidade. A aplicação do livro ‘Cartas para minha avó’ na alfabetização é possível através de sua temática que é abordada por uma perspectiva realista, tornando a leitura e compreensão mais acessível, mesmo para pessoas que estão na inicialização da alfabetização. Existem diversas atividades que podem ser planejadas através desse livro, destacando os principais objetivos sociais junto aos alunos é possível notar como o que é relatado condiz diretamente com o que os alunos da EJA experienciam.
  • 27. 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS No processo de formação de profissionais que irão atuar na educação, seja de forma administrativa ou pratica, é de fundamental importância ter compreensão da funcionalidade da EJA. Entender como ocorre sua aplicação, é indispensável, pois é notável que muitas pessoas só terão a oportunidade de estudar no dito momento tardio, e levando em consideração que o professor mediador será responsável por ministrar em sala de aula os principais conteúdos de cada turma em questão, pautados na BNCC, a formação desse professor precisa ter uma relação direta com a realidade vivida, que em muitos momentos não é apresentada na teoria de estudos. Tendo em vista que esse trabalho apresenta todos os aspectos educacionais que foram ministrados em sala de aula, é possível notar a influência direta de como a Educação de Jovens e Adultos atua na sociedade e, principalmente na economia regional. Um Estado que visa formar cidadãos atuantes e conhecedores de suas relações sociais dentro do mercado de trabalho, é claramente um Estado com uma crescente economia. Foi no decorrer desse processo em que o governo tinha como objetivo se expandir em todos os aspectos sociais, que se tornou prioridade formar as pessoas imersas na sociedade que não possuíam um diploma escolar ou não estavam aptas a compreender seu papel social, por isso a necessidade de implantação da EJA. Quando é colocado em pauta atualmente a necessidade de uma formação para ingressar no campo trabalhista, é preciso levar em conta a realidade experienciada por cada região, onde em muitos lugares o acesso à educação acaba sendo restrito, ou a uma necessidade de capital financeiro urgente para a sobrevivência, transformando a formação educacional em um “capricho” e não em necessidade. Com o decorrer dos anos tem se exigido cada vez mais um diploma de formação na educação básica, para aqueles que não o possuem fica difícil o acesso ao mercado de trabalho, sobrando apenas a realização de trabalhos informais. A prática da EJA no dia a dia dentro da escola é diretamente voltada para atender aos interesses dos alunos, para cada turma é feito um planejamento especifico, promovendo assim uma aprendizagem significativa. Diferentemente dos componentes curriculares que englobam a pratica escolar dentro da educação infantil,
  • 28. a Educação de Jovens e Adultos precisa ser muito bem objetificada de forma que faça uma interligação com o que essas pessoas que serão alfabetizadas já estejam vivendo, pois eles enquanto adultos já são cidadãos atuantes, por isso possuem uma consciência formada e um senso de realidade mais apurado. Em análise ao que foi apresentado nesse trabalho, é possível notar quais são os principais objetivos da EJA, colocando em pauta que ela visa reparar e equalizar, também é importante enfatizar sua posição social e econômica. Ela exerce uma enorme influência no âmbito de proporcionar que os alunos, após sua formação, se incluam em posições superiores no mercado de trabalho. Mas essa reparação não ocorre só através de empregos que são melhores ofertados a pessoas com formação, ela também tem como objetivo introduzir os mesmos em questões de conhecimentos gerais que outrora não era possível a eles ter compreensão, ofertando dessa forma respeito e acolhimento. Através do acesso que nos foi proporcionado a conhecer a rotina geral de uma instituição de ensino estadual que possui aulas da EJA, foi possível reconsiderar tudo que a teoria não apresenta. É notável que as turmas que englobam a instituição têm relações diretas umas com as outras, no entanto tem uma vivencia muito individual, que apenas sendo analisada de forma pratica entram em ligação. Por isso urge a necessidade de uma formação de professores que seja teórico-prática, usando a aplicação de conhecimentos científicos e filosóficos na pratica, sem que esse vínculo se perca. Esse portfólio apresenta uma visão social de todo conteúdo que foi exposto na aula da EJA, o que foi experienciado por nos enquanto colocados como alunos da EJA traz uma nova perspectiva de mediação escolar social. 9 REFERÊNCIAS BES, Pablo. Organização e Legislação da Educação. Educação de Jovens e Adultos. Open LMS, 2022. Disponível em: <https://unicamps.grupoa.education/sagah/object/default/19507479>. Acesso em: 05 maio 2022.
  • 29. FREITAS, Maria. Alfabetização e Letramento. Paulo Freire e a leitura do mundo. Open LMS, 2022. Disponível em: < https://unicamps.grupoa.education/sagah/object/default/19507598>. Acesso em: 05 maio 2022. SIQUEIRA, Antônio; GUIDOTTI, Viviane. Educação de Jovens e Adultos. Um novo paradigma de aprendizagem de jovens e adultos. Open LMS, 2022. Disponível em: < https://unicamps.grupoa.education/sagah/object/default/19507509>. Acesso em: 05 maio 2022. SIQUEIRA, Antônio; GUIDOTTI, Viviane. Educação de Jovens e Adultos. Tendências do pensamento político-pedagógico sobre EJA: contexto sócio-histórico. Open LMS, 2022. Disponível em: < https://unicamps.grupoa.education/sagah/object/default/19507519>. Acesso em: 05 maio 2022. ANEXOS ENTREVISTAS COM PROFISSIONAIS DA EJA Entrevista com o Diretor geral Nome: Domênico dos Santos Medici Formação: Educação Física. Esp. Em educação física escolar Área de ensino atuante: Rede Estadual 01- Comente sua rotina no ensino da EJA: Enquanto diretor e professor que já atuou na EJA, entendo que, a rotina de ensino da EJA é voltada para a realidade em que os alunos estão inseridos,
  • 30. adequando o conteúdo, tentar adaptar à realidade deles para facilitar o entendimento, por que o objetivo da EJA é justamente tentar recuperar um pouco da defasagem dos alunos, desses jovens e adultos. 02- Como é pensado o planejamento direcionado a EJA? O planejamento é feito de forma que tem como objetivo atender as especificidades dos alunos, um exemplo claro é agora nos jogos escolares, tem muitas senhoras na EJA, nessa semana que vai entrar agora é uma semana de jogos e nem todas as senhoras ali ou pessoas de mais idade da EJA participam, é com esse calendário, essa proposta, tem professores que desenvolvem oficinas pra atender esse público especifico da EJA, então tanto no planejamento tanto no nosso calendário escolar tem ações amarradas ali no planejamento para atender as especificidades desse público. 03- Na sua opinião qual o principal desafio em atuar em uma instituição de ensino EJA? Penso que o desafio na verdade não é nem atuar com a EJA, o desafio é atuar em uma escola que tem ali várias modalidades de ensino, nós trabalhamos com o novo ensino médio, que é recente, esse ano que foi implantado, trabalhamos com o ensino médio regular, com o ensino fundamental, com o sistema prisional, trabalhamos também com as salas anexas da educação do campo e a EJA, então são várias modalidades né, e não é especifico para a EJA, como os CEJAs, penso que essas escolas especificas pra EJA, atendem mais porque é um público celeto, quem vai encaminhar para essas instituições são pessoas que de fato são da EJA, não vai misturar modalidades de ensino etc, eu penso dessa forma, que atuar em uma instituição de EJA nem é tanto desafiador, mas desafiador é trabalhar com várias modalidades juntas na mesma instituição. 04- Na sua opinião a EJA tem função equalizadora e reparadora? Sim, acredito que ela tem essa função de recuperar mesmo, equalizadora e reparadora como você questionam na sua pergunta, de fato ela vem para tentar ofertar
  • 31. um pouco mais de equidade, oportunizara ali a todos que tenham o mesmo acesso, apesar de não ter tido acesso por vários motivos na idade adequada, mas acredito sim que ela tenha essa função. 05- O trabalho desenvolvido na EJA é diferente das outras turmas na escola? É sim, o trabalho desenvolvido na EJA, é diferente sim, ele precisa ser adaptado, voltado para as realidades dos alunos, trazer o que tem de bagagem para escola seja no que ele trabalha qual o cotidiano dele, transformar isso em ferramentas pedagógicas, para um ensino na sala de aula. 06- Qual o maior desafio enfrentado no trabalho com a EJA? O principal desafio enfrentado com o trabalho na EJA são as variações das faixas etárias, pois lá você vai trabalhar com um aluno que tá defasado com a idade série com 17, 18 anos e você vai trabalhar também com um aluno que tem uns 50, 60 anos, então varia muito a faixa etária, a abordagem tem que ter umas boas especificidades devido a isso aí, para atender tanto um aluno com 17 anos tanto um aluno com 40 anos pra frente, então esse eu penso ser o maior desafio, até pra você elaborar um planejamento adequado. 07- O ensino da EJA recebe o suporte necessário contribuinte do Governo? Infelizmente eu acredito que não recebe o suporte adequado, até quanto formações o próprio material estruturado que chegou para a escola esse na escola por exemplo para a EJA não veio material, só veio pro novo ensino médio regular, eles deixaram faltando e foi feito uma cobrança até por mim mesmo a respeito desses materiais, quando vão chegar, se estão vindo mesmo por que a escola tem que ser atendida como um todo, e não simples alguns segmentos específicos da escola, igual a gente que trabalha com várias modalidades de ensino, então que venha para todos, a anos atrás vinha materiais específicos, da EJA, mas ai foi se passando os tempos, e chegamos ao ponto dos materiais não virem mais de fato para a escola, mas esse ano pós pandemia, esses dois últimos anos que tivemos um período longo de recesso, que os alunos não estavam indo presencialmente para a escola, e acabou que esse
  • 32. pessoal depoisque voltou as aulas totalmente presenciais, a escola tá recebendo uma demanda muito grande de matrícula de alunos, estamos na média de 1.350 alunos na escola hoje e muita gente voltou pra EJA, voltou a estudar pra recuperar o tempo perdido, seja por tantos motivos, mas justamente essa defasagem de material de recurso, até de formação, apesar da gente fazer formação especifica de outras áreas, ainda o ensino da EJA deixa a desejar quanto essas formações, são poucas ás vezes são longe, agora com a questão da gente poder estar fazendo as reuniões online tem ajudado bastante, então a gente tem esperança de que melhore. Entrevista com a coordenadora geral Nome: Mércia Mendes Torres Morais Formação: Graduada em Letras Português/Inglês Pós-graduada em Docência do Ensino Superior Qual a rede de educação? Rede Estadual 01- Como é sua rotina com os professores e alunos da EJA? Como coordenadora acompanho a parte pedagógicacom professores e alunos e faço o acompanhamento disciplinar dos alunos. 02- Qual é a proposta do ensino da EJA? As especificidades pedagógicas e administrativas que caracterizam a Modalidade EJA foram estabelecidas e são desenvolvidas em razão da diversidade de perfis dos sujeitos sociais que a demandam, como estudantes; notadamente as faixas etárias, os interesses, as condições de vida e trabalho – de modo a contemplar os diversos segmentos ou grupos sociais: trabalhadores e trabalhadoras, donas de casa, migrantes, aposentados, privados de liberdade, etc. À vista de que a EJA deve ser desenvolvida, respeitando as identidades culturais e as condições socioeconômicas e educacionais dos estudantes, as conexões entre estas e currículo precisam expressar e oportunizar aprendizagens significativas, conforme estabelecidas na BNCC e DRC-MT e nas Diretrizes Curriculares Nacionais para a
  • 33. Educação Básica – com efeito, desenvolvê-las mediante metodologias e formas avaliativas adequadas às finalidades e especificidades da modalidade, considerando os diferentes tempos de aprendizagem. Assim, a 53 unidade escolar que ofertar a EJA deve elaborar o seu Projeto Político Pedagógico em conformidade com o art. 13 da Resolução Normativa n° 003/2019- CEE/MT 03- No final do ano, existe algum documento de análise sobre cada aluno? Existe sim esse documento é o Relatório de Avaliação Descritiva. “A avaliação deverá ser inserida pelo professor no Relatório de Avaliação Descritiva. O lançamento da Avaliação deverá anteceder a finalização do ano letivo do estudante, independentemente da conclusão da Carga Horária Cursada (CHC), e considerará seu percurso educacional e nível de proficiência. Segue na tabela abaixo os conceitos possíveis. 04- Qual os maiores desafios de trabalhar na EJA? A evasão, pois muitos alunos trabalham o dia todo e entre descansar e ir às aulas preferem o descanso e assim desistem de estudar. 05- São feitas reuniões sobre o desenvolvimento das salas e professores nos fins dos semestres? Todo os bimestres nos conselhos de classe. 06- Como é feita as matrículas para a EJA, e quais são os requisitos para isso? São feitas em qualquer momento como descrito com vistas a enfrentar o desafio do acesso, permanência e conclusão da educação básica na modalidade EJA, a SEDUC/SAGE/SUEB/COEJA implementou - desde o início do ano letivo de 2021 - em todas as unidades escolares urbanas que ofertam a EJA, o modelo de Carga Horária Etapa-Proficiência. O modelo de oferta Carga Horária Etapa-Proficiência respeita o tempo de desenvolvimento e disponibilidade do estudante em cursar a educação básica, ou seja, o estudante não terá prejuízos do tempo/carga horária dos
  • 34. componentes curriculares cursados, bem como das avaliações do seu desempenho registradas em sua vida escolar; assim, o estudante poderá reativar sua matrícula no momento que lhe for possível retomar os estudos e o curso de sua escolaridade. 54 pela organização e oferta dos Cursos de EJA, Ensino Fundamental e Ensino Médio, na forma da Carga Horária Etapa-Proficiência, o estudante tem a obrigação e o compromisso de cumprir as horas estabelecidas legalmente para o respectivo curso, de acordo com a carga horária prevista na Matriz Curricular – sem relação direta com dias letivos. Com efeito, garante-se a flexibilidade no atendimento, de maneira que o estudante cursa e conclui o Componente ou Componentes curriculares que lhe são necessários, independentemente do Ano Letivo. Essa oferta mensura a carga horária cursada, ou seja, a situação Retenção por falta não se aplica, pois, a perspectiva desse formato de atendimento é garantir o nível de proficiência dos estudantes. Entrevista com a professora responsável Nome: Claudete Oliveira Lima Vasconcelos Formação: Licenciatura em Matemática e Física e especialista em ensino de ciências e matemática. Qual a rede de educação? Rede Estadual 01- A quando tempo você atua no ensino EJA? Há 10 anos, desde que comecei a minha inclusão como professora da EJA vejo a necessidade reparadora que ela possui, atualmente esse é um trabalho indispensável na minha vida enquanto profissional da educação. Me encontrei como professora da EJA, procuro sempre incentivar meus colegas de profissão que estão ingressando agora na área a seguir carreira enquanto profissionais da EJA, apesar de todos os desafios que encontro me identifico muito com a EJA. 02- Como é sua rotina como professor (a) da EJA? Participo de uma formação contínua específica do ensino da EJA. Trabalho apenas com ensino médio as disciplinas de Física e Matemática. Procuro ministrar
  • 35. conteúdos nessas disciplinas que estejam voltados a realidade de cada turma de EJA pela qual sou responsável. 03- Qual etapa a senhora dá aula na EJA? Ensino médio, meus conteúdos são diretamente ligados a formação media. 04- Qual os maiores desafios de dar aula na EJA? A junção de jovens e adultos de idade avançada na mesma sala. Conseguir conciliar os conteúdos que serão trabalhados de forma que o mesmo alcance a todos é um desfio muito grande, pois a vivencia de cada um influencia diretamente na aprendizagem significativa, por isso sempre encontro dificuldades na hora de montar o planejamento das minhas aulas. 05- Qual o método de avaliação a senhora usa na EJA? Avaliação contínua e processual. 06- Qual o plano de ensino de aula no ensino EJA? O plano de aula é específico para a educação de jovens e adultos com metodologias diferenciadas, que focam no dia a dia do aluno. Diferentemente da educação infantil e fundamental, a ludicidade precisa ser elaborada de forma mais realista. No ensino de matemática busco sempre estabelecer uma relação com a economia atual, principalmente com assuntos que estejam percorrendo nas mídias em geral. Entrevista com o aluno (a) Nome: Marlene da Silva Macedo Idade: 43 anos
  • 36. 01- Atualmente, com o que você trabalha? Sou faxineira em uma creche e faço faxinas em casas particulares nos horários de folga. 02- Pode me dizer os motivos de ter parado os estudos? Meu pai era um homem do mato, não via importância em estudar, depois, casei nova com isso veio minhas três filhas, então meu estudo ficou em segundo plano. 03- Em que ano você está na EJA? Estou no ensino médio, se Deus quiser termino ano que vem. 04- Qual o seu maior desafio de voltar aos estudos? É conciliar o estudo com o trabalho e família, hoje em dia minhas filhas já são casadas, mas veio meus netos e tenho meu marido, então ter tempo para dar atenção a tudo fica mais difícil. 05- Ao aprendizado na escola, se tornou mais difícil, ou por ser adulto fácil de entender? Na verdade, parece que fiou pior, a concentração piorou, então para entender algo demora mais, tenho vergonha de ficar perguntando algo, pois na minha idade eu já deveria saber, então tenho que me esforçar bem mais, e ainda chego cansada do serviço porque saio direto do trabalho para escola, então as vezes tenho que lutar para ficar acordada também. 06- Você pretende avançar para o ensino superior ou o objetivo é somente a conclusão do ensino médio? Meu marido acha bobo, mas quero fazer faculdade ainda, de pedagogia, mas quero continuar trabalhando na creche, ajudar as crianças não só limpando o chão, mas ensinando elas.
  • 37. 07- Como é a experiência de voltar ao ensino médio tardiamente, depois de tanto já vivido? Dá um pouco de vergonha, na minha sala tem muito adolescente, então eu acabo me sentindo uma estranha, mais depois de um tempo vai se acostumando, na verdade nos dá muitas lembranças, de como teria sido se eu tivesse estudado na idade certa o que eu teria vivido de diferente.