Este documento fornece orientações sobre o manejo de leitões desde o nascimento até a desmama, incluindo a preparação da maternidade, cuidados com os leitões recém-nascidos, importância do colostro e da primeira mamada.
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energia. O alto teor de energia do colostro (Tabela 1) e do leite proporciona o acúmulo de reservas de
gordura para o período de aleitamento, que chegam de 12 a 15% do peso corporal ao desmame realizado
entre a terceira e quarta semana de vida.
Tabela 1 Composição nutricional do colostro da matriz
Composição MS
Matéria seca, % 87,00
Proteína Bruta, % 24,84
EB calculada, kcal/kg 5801
Gordura, % 39,19
Lactose, % 20,01
Cinzas, % 3,37
Cálcio, % 1,00
Fósforo total, % 0,79
Fonte: adaptado de Ferreira et al. (1986).
Auxiliar o leitão mais fraco a mamar é uma prática indispensável, pois estes animais têm dificuldade
para disputar as tetas com os irmãos mais pesados. Não mamar o colostro significa perder a proteção da
imunidade passiva fornecida pelos anticorpos e sofrer consequências até os 25/30 dias de idade, quando o
leitão terá sua imunidade ativa. Quanto ao ganho de peso, podemos observar na tabela a seguir (tabela 2),
que já no primeiro dia de vida, a não ingestão de colostro pode representar uma perda considerável de até 9%
no peso corporal do leitão.
Tabela 2. Ganho de peso de leitões que receberam ou não o colostro
Peso do leitão (g)
Ganho de peso (g)
Ao nascer 24 horas
Com colostro 1.249 1.345 + 96
Sem colostro 1.242 1.142 100
Fonte: www.porkworld.com.br
2.5 Primeira mamada
A porca tem suas glândulas mamárias distribuídas em duas fileiras paralelas desde a região peitoral até a
prega da virilha, estando dispostas em três grupos: peitorais, abdominais e inguinais. As glândulas peitorais
apresentam certas vantagens em relação às demais, como: leite mais abundante, mais adocicado e mais
gorduroso; com a estimulação, os leitões podem ter maior sucesso para promover a descida do leite; os tetos
são mais compridos e flácidos, sendo os preferidos pelos leitões por permitir melhor contato durante a
mamada; os tetos dianteiros, na fileira junto ao piso, estão mais disponíveis, quando a porca está deitada.
Estes fatores mostram por que os leitões dão preferência às glândulas mamárias peitorais, para as outras
preferem as intermediárias e depois as inguinais. Como cada leitão escolhe seu teto, os animais mais pesados
localizamse nas mamas peitorais, os médios nas intermediárias e os menos pesados nas inguinais. Os leitões
escolhem seu teto nos primeiros três dias após o parto, e não dividem o mesmo teto.
Para evitar a desigualdade na leitegada, recomendase orientar o leitão nas primeiras mamadas, colocando
os leitões mais fracos para mamar, sozinhos, nos tetos peitorais. Após estes terem mamado, soltamse os
demais. Este procedimento deve ser seguido até a leitegada aparentar uniforme.
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2.6 Capacidade de aleitamento e transferência de leitões
Como a capacidade de criação da porca está relacionada, com número de glândulas mamárias e tetos
funcionais que têm, quando o número de leitões nascidos ultrapassa essa capacidade, devese transferir
alguns leitões para porcas recémparidas.
Essa transferência deve ser feita o mais tardar nos primeiros três dias da porca adotiva, já que as glândulas
mamárias não utilizadas, tendem a involuir. Como nunca se sabe se a porca vai rejeitar o leitão, recomenda
se esfregar a placenta da porca adotiva nos leitões a serem transferidos, isso se a transferência for feita logo
após o parto. Quando não há esta possibilidade, devese juntar os leitões da porca adotiva, com aqueles a
serem transferidos no escamoteador, ou um cesto, durante 20 minutos e pulverizálos com uma solução fraca
de creolina ou outro produto, para que fiquem com o mesmo cheiro dos filhos dela, outra maneira é manter o
grupo, com os leitões adotivos, separados da mãe adotiva, durante 23 horas para o úbere ficar cheio num
ponto que a porca sinta necessidade de amamentálos.
2.7 Transferência cruzada de leitões
Em criações onde as maiorias dos partos se concentram num intervalo programado, ou sincronização
de partos, praticase a transferência cruzada de leitões, visando igualar o peso e o número de leitões por
leitegada. Os leitões mais leves devem ser transferidos para uma porca, de primeiro ou segundo parto, que
possui tetos pequenos. A transferência cruzada pode trazer bons resultados ao produtor quando procura
melhorar o desenvolvimento e reduzir o índice de mortalidade do leitão. Lembrandose que a transferência
deve ser realizada até 24 após o parto, antes que cada leitão determine seu teto.
2.8 Criação ou aleitamento artificial de leitões
Ocorrem situações em que a porca adoece após o parto, de tal maneira que diminui a produção de leite, ou
mesmo morre, e não há a possibilidade de transferir os leitões para outra fêmea, que há a necessidade de criá
lo artificialmente. Porém a sobrevivência do recémnascido depende da imediata iniciação da alimentação
artificial e fornecimento de ambiente aquecido.
O sucesso do método depende dos leitões mamarem o colostro, quando isto não ocorre devese
fornecer o colostro de vaca. O leitão mama a cada 60 minutos, cada mamada dura 25 segundos, onde o leitão
ingere 20 a 60 g de leite, dessa maneira deve alimentar o leitão cerca de 22 vezes por dia.
Como substituto do leite da porca, podese utilizar leite de vaca, de ovelha ou de cabra, como mostra
a tabela 3.
Tabela 3. Receita para substitutos de leite da porca
Componentes e
volume
Tipo de leite
Vaca Cabra Ovelha
Volume ¼ litro ¼ litro ¼ litro
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Nata 1 colher de sopa
Ácido cítrico1 0,1 – 0,2 g 0,1 – 0,2 g 0,1 – 0,2 g
Tetraciclina 50 mg 50 mg 50 mg
1 o ácido cítrico pode ser substituído por suco de limão, na dosagem de uma colher de chá até uma de sopa.
A dosagem do substituto do leite depende da idade do leitão, variando de 20 ml (2 colheres de sopa) a 50
ml, numa frequência de 22 vezes ao dia para leitões recémnascidos. Pode aumentar a dosagem conforme a
idade dos animais. Com uma semana de vida pode aumentar o intervalo de fornecimento do substituto do
leite e colocase a disposição dos animais ração préinicial. Com três semanas de idade pode substituir o
substituto de leite pela ração. O substituto do leite deve estar a 38°C, no momento da amamentação.
2.9 Aplicação de glicose a 5% via intraperitonial ou subcutânea
Para fortificar leitões fracos, ou animais que perderam muito sangue durante o nascimento, recomendase
aplicar 3 a 5 ml de solução de glicose a 5% por via intraperitonial ou subcutânea, no primeiro dia de vida,
como fonte de energia. A aplicação poderá ser repetida no terceiro ou quarto dia, por ocasião do tratamento
profilático contra anemia ferropriva.
Utilizar sempre agulhas e seringas limpas e esterilizadas. Verificar se o soro glicosado está bem
conservado, sem depósitos ou turbidez. Frascos de soro já usados devem ser bem fechados e mantidos em
geladeiras, por curto espaço de tempo. Aplicar o soro na temperatura ambiente. Sem esses cuidados na
aplicação de soro via peritonial, podem ocorrer problemas de peritonite.
2.10 Eliminação dos leitões
O índice de mortalidade entre leitões durante o período de lactação, bem como seu desenvolvimento, está
intimamente relacionado com o peso e o vigor ao nascimento. Para que o leitão tenha boa chance de
desenvolvimento, seu peso ao nascer deve ser igual ou superior a 1.200 g. Em criações que se trabalha com
grupos de fêmeas, podese aumentar a chance de sobrevivência de leitões com peso entre 700 a 1.200 g,
através da transferência cruzada de leitões e da orientação das primeiras mamadas. Recomendase eliminar
leitões com peso abaixo de 700 g.
2.11 Corte da cauda
Como medida preventiva ao canibalismo é adotado o corte do último terço da cauda. A prática do corte deve
ser feita nos primeiros três dias de vida do leitão, sendo efetuada de várias maneiras:
a) Com alicate desinfetado, podendo ser o mesmo utilizado para corte dos dentes, cortase o
último terço de uma só vez, aplicando uma solução de iodo para desinfetar o local;
b) No ultimo terço da cauda, esmagase com um alicate. Dentro de quatro dias haverá a queda do
terço final da cauda, como conseqüência do esmagamento. Este método evita hemorragia no
local do corte;
c) Alguns criadores vêm utilizando um pequeno soldador elétrico, com a extremidade
semelhante a um pequeno machado que aquece com o aparelho ligado. Segurase o animal com
a cauda apoiada sobre uma superfície plana (tábua), e num único gesto cortase a cauda do
leitão.
2.12 Medicação preventiva contra anemia ferropriva
Considerase eficiente e correta uma aplicação subcutânea ou intramuscular de 200 mg de ferro dextran
entre o terceiro e quinto dia de vida.
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Rinite atrófica 7 ou 14 21 ou 35
Salmonelose 21 60
Hemophilus parasuis (Glasser) 28 ou 35 42 ou 56
Carbúnculo sintomático 21 42
Filhos de porcas não vacinadas Filhos de porcas vacinadas
1a dose 2a dose 1a dose
Aujeszky 5 dias 1520 dias 6070
Peste Suína Clássica 7 ou 14 60
Para a doença de Aujeszky, como a doença existe na forma endêmica (regional), o uso de vacina só pode
ser feito com permissão do Ministério da Agricultura.
A vacinação para a PSC é usada nas áreas ainda não declaradas livres da doença, no caso só Norte e
Nordeste não são livres da doença.
Rinite atrófica pode ser através da imunização apenas das porcas e marrãs:
* Marrãs 6 a 3 semanas antes do parto previsto;
* Porcas: 3 semanas antes de cada parto subseqüente.
Lembrando que primeiro devese observar que doenças ocorrem na região e na propriedade, para fazer o
esquema de vacinação de acordo com a exigência do local.
2.17 Desmame
O processo de desmame é difícil para o leitão em qualquer idade, pois além de perder o contato com a
porca, ocorrem vários fatores estressantes, como a troca de alimentação; perda da proteção de anticorpos
proporcionada pela ingestão do leite; mudança de ambiente, brigas, entre outros.
O manejo no desmame será discutido em próximo encontro.
2.18 Resumo das práticas no manejo dos leitões
Na tabela 4 encontrase resumido as práticas de manejo para os leitões na maternidade.
Tabela 4. Práticas de manejo de acordo com a idade do leitão
IDADE DO LEITÃO PRÁTICAS DE MANEJO
Nascimento
Secar narinas e limpar boca;
Massagear o leitão na região lombar;
Amarrar, cortar e desinfetar o cordão umbilical;
Colocar os leitões para mamar o colostro, orientando as mamadas;
Cortar os dentes;
Após o parto, retirar a placenta e limpar a baia;
Aplicação de glicose, caso necessário.
1 ou 2 dias de vida
Pesagem e mossagem dos leitões;
Corte da cauda;