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A INCLUSÃO DO SURDO NA ESCOLA REGULAR : UMA MISSÃO POSSÍVEL
A inclusão de surdos em escola regular é um assunto muito complexo, onde a
situação deve ser pensada como um todo, a partir da realidade de cada local. Para
conseguir analisar a situação amplamente, necessita-se conhecer melhor sobre o surdo, sua
situação cotidiana de inclusão/exclusão na sociedade como um todo, discutir práticas e
teorias partindo de uma questão sociocultural (não apenas audiológica), onde o surdo é um
sujeito que possui uma língua natural, a Língua de Sinais.
Segundo Marisa Faermann Eizirik (2000), "na inclusão o que está em jogo é a
ruptura com o conceito estático do homem, de mundo, de conhecimento; é a necessidade
de cruzar experiências, de compartilhar caminhos, de compreender a complexidade e a
diversidade através da abertura de canais para o diferente, o que não é meu, nem igual ao
meu, mas por isso mesmo, merece respeito. E esse respeito descortina a possibilidade da
descoberta de coisas. pessoas, situações, - insuspeitáveis, fascinantes. - É certo que esse
caminho provoca ferimentos pela insegurança, pela quebra de certezas, de normas
estáveis."
Há uma diversidade de fatores e experiências em cada indivíduo e, quando fala-se de
inclusão de surdos, além da diversidade, retrata-se o diferente (língua, cultura,
tradições,...). Neste convívio, entre duas comunidades (surda e ouvinte), há sempre a
situação de uma nova língua, ou seja, para o ouvinte, a língua de sinais e para o surdo, a
língua portuguesa. Retratando da segunda língua, pode-se reportar à Poersch (1995), "há
três fatores para o aprendizado de uma segunda língua: - fatores motivacionais, fatores
construídos no sujeito aprendiz devido ao contexto comunicacional lingüístico em que ele se
insere; - atenção, que é derivada da motivação, ou seja, dependerá da maneira como o
aprendiz tem contato com a língua a ser aprendida (métodos e técnicas utilizadas no
ensino, oportunidades e qualidades da utilização da língua); - memória, que provém da
atenção e está relacionada à aptidão do indivíduo para o aprendizado de novas línguas".
Na inclusão, é importante lembrar de alguns fatores primordiais quando pensamos
em surdos:
Oportunizar o aprendizado favorecendo a diferença sócio-lingüística e valorizando a
comunicação espaço/visual em todos os momentos deste processo, já que, segundo Skliar
(1998), "... todos os mecanismos de processamento da informação, e todas as formas de
compreender o universo em seu entorno, se constróem como experiência visual".
A língua de sinais não deve ser encarada pelo professor como um instrumento de trabalho,
mas sim, como parte da cultura da comunidade surda, sendo sua língua oficial.
Deve-se favorecer o aprendizado do indivíduo surdo utilizando a língua de sinais, se
ao iniciar o trabalho de inclusão esta não for possível, utilizar todos os recursos de
comunicação (não simultaneamente), para que a partir destes tenha-se a certeza de que o
surdo adquiriu o conhecimento. A partir disto pode-se reportar ao livro "O vôo da gaivota"
da autora surda Emmanuelle Laborit (1996): "Utilizo a língua dos ouvintes, minha segunda
língua, para expressar minha certeza absoluta de que a Língua de Sinais é nossa primeira
Língua, aquela que nos permite ser seres humanos comunicadores. Para dizer, também,
que nada deve ser recusado aos Surdos, que todas as linguagens podem ser utilizadas, a
fim de se ter acesso à vida."
Simone Cristina de Almeida
27 de maio de 2009.
Bibliografia:BRITTO, Lucinda F. Integração social & educação de surdos. Rio de Janeiro: Babel, 1993.
EIZIRIK, Marisa Faermann, Porque a diferença encomoda tanto? Texto em artigo. Porto Alegre, 2000.

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  • 1. A INCLUSÃO DO SURDO NA ESCOLA REGULAR : UMA MISSÃO POSSÍVEL A inclusão de surdos em escola regular é um assunto muito complexo, onde a situação deve ser pensada como um todo, a partir da realidade de cada local. Para conseguir analisar a situação amplamente, necessita-se conhecer melhor sobre o surdo, sua situação cotidiana de inclusão/exclusão na sociedade como um todo, discutir práticas e teorias partindo de uma questão sociocultural (não apenas audiológica), onde o surdo é um sujeito que possui uma língua natural, a Língua de Sinais. Segundo Marisa Faermann Eizirik (2000), "na inclusão o que está em jogo é a ruptura com o conceito estático do homem, de mundo, de conhecimento; é a necessidade de cruzar experiências, de compartilhar caminhos, de compreender a complexidade e a diversidade através da abertura de canais para o diferente, o que não é meu, nem igual ao meu, mas por isso mesmo, merece respeito. E esse respeito descortina a possibilidade da descoberta de coisas. pessoas, situações, - insuspeitáveis, fascinantes. - É certo que esse caminho provoca ferimentos pela insegurança, pela quebra de certezas, de normas estáveis." Há uma diversidade de fatores e experiências em cada indivíduo e, quando fala-se de inclusão de surdos, além da diversidade, retrata-se o diferente (língua, cultura, tradições,...). Neste convívio, entre duas comunidades (surda e ouvinte), há sempre a situação de uma nova língua, ou seja, para o ouvinte, a língua de sinais e para o surdo, a língua portuguesa. Retratando da segunda língua, pode-se reportar à Poersch (1995), "há três fatores para o aprendizado de uma segunda língua: - fatores motivacionais, fatores construídos no sujeito aprendiz devido ao contexto comunicacional lingüístico em que ele se insere; - atenção, que é derivada da motivação, ou seja, dependerá da maneira como o aprendiz tem contato com a língua a ser aprendida (métodos e técnicas utilizadas no ensino, oportunidades e qualidades da utilização da língua); - memória, que provém da atenção e está relacionada à aptidão do indivíduo para o aprendizado de novas línguas". Na inclusão, é importante lembrar de alguns fatores primordiais quando pensamos em surdos: Oportunizar o aprendizado favorecendo a diferença sócio-lingüística e valorizando a comunicação espaço/visual em todos os momentos deste processo, já que, segundo Skliar (1998), "... todos os mecanismos de processamento da informação, e todas as formas de compreender o universo em seu entorno, se constróem como experiência visual". A língua de sinais não deve ser encarada pelo professor como um instrumento de trabalho, mas sim, como parte da cultura da comunidade surda, sendo sua língua oficial. Deve-se favorecer o aprendizado do indivíduo surdo utilizando a língua de sinais, se ao iniciar o trabalho de inclusão esta não for possível, utilizar todos os recursos de comunicação (não simultaneamente), para que a partir destes tenha-se a certeza de que o surdo adquiriu o conhecimento. A partir disto pode-se reportar ao livro "O vôo da gaivota" da autora surda Emmanuelle Laborit (1996): "Utilizo a língua dos ouvintes, minha segunda língua, para expressar minha certeza absoluta de que a Língua de Sinais é nossa primeira Língua, aquela que nos permite ser seres humanos comunicadores. Para dizer, também, que nada deve ser recusado aos Surdos, que todas as linguagens podem ser utilizadas, a fim de se ter acesso à vida." Simone Cristina de Almeida 27 de maio de 2009. Bibliografia:BRITTO, Lucinda F. Integração social & educação de surdos. Rio de Janeiro: Babel, 1993. EIZIRIK, Marisa Faermann, Porque a diferença encomoda tanto? Texto em artigo. Porto Alegre, 2000.