O documento discute conceitos básicos de cirurgia e anestesia veterinária. A cirurgia é definida como a manipulação para diagnóstico e tratamento de doenças, enquanto a anestesia geral é a paralisia controlada e reversível do SNC, levando à perda da consciência. Também são descritos os procedimentos pré-anestésicos como a avaliação clínica do paciente e preparo pré-operatório.
2. Conceitos Básicos
•Cirurgia: uso da manipulação para o diagnóstico e
tratamento de doenças, para modificar a função
fisiológica ou estrutura anatômica, ou ainda, para cumprir
propósitos específicos.
•Clínica cirúrgica: é a parte da medicina que têm por
finalidade sanar uma doença plausível de cura, pela
cirurgia através de instrumentos e com as próprias mãos.
3. A clínica cirúrgica soluciona o problema dos pacientes com auxílio da:
1) Operação:
Conjunto de manobras manuais e instrumentais em incisões
planificadas ou ferimentos pré-existentes.
2) Operador ou cirurgião:
Aquele que pratica a operação, operado é o indivíduo que sofre a
operação (o paciente).
Conceitos Básicos
4. O ambiente cirúrgico deve ter:
uma sala de cirurgia;
uma mesa de cirurgia;
três mesas auxiliares;
foco de iluminação;
aparelho de ar condicionado;
uma garrafa de oxigênio;
aparelho de anestesia volátil
(principalmente para cirurgias de abertura de tórax).
Conceitos Básicos
5.
6.
7.
8. A cirurgia veterinária surgiu com os diversos
propósitos:
Aumento do valor econômico dos pacientes: orquiectomia em eqüinos;
descorna em bovinos.
Aumento do valor afetivo dos animais de estimação: ovariohisterectomia
na cadela.
Diagnóstico de doenças através de cirurgias exploratórias: celiotomia
exploratória.
Abordagem com objetivos pré-determinados ou para o tratamento de
afecções cirúrgicas: introdução de catéteres para a verificação da pressão
sanguínea, cistorrafia nas perfurações de bexiga.
Cirurgia experimental: importante recurso na pesquisa biomédica.
9. CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS:
• DE ACORDO COM AATIVIDADE:
Reparação de feridas: parte fundamental de qualquer procedimento
cirúrgico.
Cirurgia de extirpação: remoção de órgãos ou tecidos doentes.
Cirurgia de reconstituição: reconstitui órgãos ou tecidos lesados.
Ex: osteossínteses.
Cirurgia fisiológica: que modificam a fisiologia do animal.
Ex:: ovariohisterectomia.
10. QUANTO AO TIPO DE CIRURGIA:
Leve: Sem risco de vida.
Grave: Com risco de vida.
Simples: Rápida que envolve somente uma estrutura ou tecido. Ex: retirada
de um nódulo da pele.
Composta: Meticulosa, envolve várias estruturas. Ex: cesariana.
Cruenta: Presença de muito sangue durante o ato cirúrgico. Ex: enucleação
ocular, extração dentária.
Regular: Planejada seguindo normas pré-estabelecidas. Ex:
ovariohisterectomia em animais sadios.
Irregular: Sem planejamento prévio.
Urgente: Apresentação grave, com o paciente correndo risco de vida.
Eletiva ou não urgente: Não é grave, pode ser protelada.
Paleativa: Melhora as condições de vida do paciente, mas não cura a doença
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS:
11. DE ACORDO COM A ESPECIALIDADE (baseada em sistemas):
Cirurgia cardiovascular
Cirurgia do trato respiratório
Cirurgia gênito-urinária
Neurocirurgia
Cirurgia oftálmica, etc...
CLASSIFICAÇÃO DAS CIRURGIAS:
12. TEMPOS OPERATÓRIOS OU CIRÚRGICOS:
A reunião e classificação de muitas manobras gerais, ordenadas e
executadas em uma determinada região anatômica, com finalidade
didática, descritiva e de estudo.
FINALIDADE DA CIRURGIA:
Cirurgia humana / veterinária: salvar ou manter a vida dos pacientes a
qualquer custo (muitas vezes exigindo mutilações);
A veterinária (para pequenos animais) por via de regra apresenta-se da
mesma forma pois existe envolvimento afetivo entre paciente e cliente;
Para grandes animais geralmente ocorrem limitações de ordem
econômica, cujo principal objetivo passa a ser a qualidade de produção e
trabalho do paciente.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
24.
25.
26. ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTÉSICA
• CONSIDERAÇÕES GERAIS:
A anestesiologia veterinária, é uma clínica multidisciplinar;
Envolve conhecimentos de clínica médica, farmacologia e
Fisiologia.
Exames físicos e laboratoriais, determinam o risco cirúrgico.
27. IDENTIFICAÇÃO DO ANIMAL
PRIMEIRA FASE DA AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA
ESPÉCIE:
A anestesia em gatos pode variar substancialmente em relação ao cão.
Os gatos tem limitação na capacitação de conjugação e glucuronização
hepática, dependendo da excreção renal de determinados fármacos.
São animais de difícil contenção, abordagem, mesmo os mansos,
dificultando as aplicações I.V.
ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
28. Em animais de grande porte como equínos e bovinos, há
particuliaridades fisiológicas que devem ser observadas em função do
seu impacto na anestesia.
A anestesia em equinos apresentam maior risco de
complicação durante o procedimento anestésico, quando
comparada a anestesia em pequenos animais;
A mortalidade após 7 dias pós-operatória é alta,
principalmente em casos de cólicas.
RISCOS PARA O PROFISSIONAL
ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
29. RAÇA:
Algumas raças apresentam respostas diferentes à determinados
fármacos:
Cães como galgos, apresentam recuperação prolongada após o emprego do
thiopental, devido ao pouco tecido adiposo que limitam a distribuição de
fármacos do SNC para outros tecidos.
As raças de focinho curto (BRAQUICEFÁLICOS) são predisposta a
obstrução das vias aéreas e dispnéia, isto ocorre devido ao pequeno
diâmetro faringe/laringe e excesso de tecido mole, exigindo maior atenção
sobre as vias aéreas na fase de recuperação.
Temperamento também está relacionado com a raça:
Animais agressivos dificultam a avaliação associada ao stress de contenção
podendo aumentar o risco anestésico.
ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
30. IDADE:
Animais muito jovens ou muito idosos, tem dificuldade de manter a
temperatura corporal e compensar eventuais alterações cardiopulmonares.
BIOTRANSFORMAÇÃO DOS FÁRMACOS. (Imaturidade do
sistema enzimático do fígado).
IDOSOS – PRESENÇA DE DOENÇAS :
Diabeti melitus
Cardiomiopatias
Hipotreoidismo
RESTABELECER A CONDIÇÃO CLÍNICA
ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
31. SEXO :
Não altera a resposta anestésica de um modo geral porém:
Há um maior risco de sangramento intra-operatório durante o cio devido a
presença de fibrinolisina.
As gestantes podem apresentar alterações fisiológicas que podem alterar
a resposta anestésica.
ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
32. • ANAMNESE:
Respiratório (tosse, dispnéia e secreções)
Endócrino
Sistema Nervoso Central (convulsões, epilepsias)
Digestório (vômito e diarréia)
Cardiovascular (Tosse,cansaço fácil, ascite, sincopes)
Hematológicos (transfusões recentes, anemias)
VERIFICAR OUTRAS DOENÇAS, BEM COMO MEDICAÇÕES
ADIMINISTRADAS .
ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
33. • EXAMES CLÍNICO.
• EXAME- FÍSICO
Peso = dose
Constituição física:
Animais desnutridos podem apresentar: hipoproteinemia, aumentando a fração
livre do fármaco no snc maior depressão.
Diminuição da resposta imunológica, diminuição da capacidade vital pulmonar,
devido a diminuição da massa muscular, maior incidência de edema pulmonar e
intersticial.
Anemia, desidratação ou perdas sanguíneas significativas, são verificadas através
o status volêmico.
ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
34. • Elasticidade da Pele
• Coloração das Mucosas
• Tempo de Preenchimento Capilar
• Temperatura Corporal.
Animais com hipotermia previamente a indução, será agravado
com a anestesia.
Animais de porte pequenos são mais susceptível a hipotermia,
devido a uma maior relação superfície/massa corpórea.
ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
35. • Sugestões de solicitação de exames:
Estado físico até 6 meses 6 mese a 6 anos mais de 6 anos
hematócrito,proteina hematócrito,proteina hematócrito,proteína
I e II glicemia função renal função renal,ECG e
urinálie
hemograma, ptn, hemo,ECG,glicose hemog,glicose,ECG,
III função renal,ph,HCO3 EAS, função hepatica função renal,hepática
urinálise, gasometria PH, gasometria,função eletrólitos,Na,K,Ca,PH
renal gasometria
IV e V hemograma, glicose, hemograma,ECG, hemograma,ECG,gli
função renal,hepática, glicose,fn renal,hepá cose,fun renal,hepá
Na,K,Ca,PH,HCO3,gases tica,eletrólitos tica,eletrólitos,gases,
urinálise urinálise urinálise
ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
36. • PREPARO DO PACIENTE PARA ANESTESIA
• JEJUM : RISCO DE VÔMITO OU REGURGITAÇÃO
• 8 a 12 HORAS, DEVEMOS OBSERVAR AS MARCAÇÕES PARA NÃO
HAVER ACIDOSE OU DESIDRATAÇÃO DO ANIMAL.
• CÃES E GATOS COM MENOS DE 8 SEMANAS NÃO NECESSITAM DE
JEJUM.
• ANIMAIS DE GRANDE PORTE, DEVEMOS REALIZAR O JEJUM DE 24
HORAS (BOVINOS E EQÜÍNOS E PEQUENOS RUMINANTES).
• TIMPANISMO PODE OCORRER. COMPRESSÃO DIAFRAGMÁTICA,
DIMINUIÇÃO DA EXPANSIBILIDADE TORÁCICA, ASFIXIA E MORTE.
ANESTESIOLOGIA VETERINÁRIA
38. ANESTÉSICOS LOCAIS
São substâncias capazes de bloquear de maneira reversível os
impulsos nervosos aferentes, especialmente os que conduzem
estímulos dolorosos no local de sua aplicação causando a perda da
sensibilidade.
DEFINIÇÃO :
39. • Anatomia Nervosa:
O anestésico local tem que ultrapassar várias estruturas:
epineuro – tecido conjuntivo frouxo que agrega vários feixes de fibras, contendo
vasos que irão nutrir o nervo.
perineuro – são agregados de feixes de fibras em fasciculos
endoneuro – que reveste cada fibra ou axônio.
ANESTÉSICOS LOCAIS
40. LIDOCAÍNA: (AMINO-AMINA – XILIDINAS)/75%
METABOLIZADA NO FÍGADO, EXCRETADA VIA BILIAR,
RENAL 20% E DE DORMA INALTERADA NA URINA;
BUPIVACAÍNA: 3 a 4 VEZES MAIS POTENTE, EFEITO
PROLONGADO, MAIS USADA EM BLOQUEIO DE
CONDUÇÃO É MAIS TÓXICA;
ROPIVACAÍNA;
PROCAÍNA.
ANESTÉSICOS LOCAIS
41.
42. ANESTESIA GERAL
DEFINIÇÃO :
PARALISIA CONTROLADA, REGULAR E REVERSÍVEL DE
CELULAS DO SNC DETERMINANDO A PERDA DA
CONCIÊNCIA DO PACIENTE, ESTE ESTADO NORMALMENTE
É CONSEGUIDO ATRAVÉS A APLICAÇÃO DE UMA SUBTÂNCIA
QUÍMICA .
43. ANESTESIA GERAL
• A MEDICAÇÃO PODE SER INTRODUZIDA NO ORGANISMO POR VIA :
IM,EV,SC,INALATÓRIA, ORAL RETAL,ATINGIR A CORRENTE SANGUINEA , E
CHEGA AS ZONAS SUSCEPTÍVEIS DO SN, ONDE EXERCE UMA AÇÃO
DEPRESSORA SOBRE AS CELULAS NERVOSAS,QUANDO ATINGE UMA
DETERMINADA CONCENTRAÇÃO ATÉ ATINGIR A INCONSCÊNCIA.
• OUTRO FATOR É O OXIGÊNIO,PARA MANTER AS NECESSIDADES
METABÓLICAS DO PACIENTE COMO A ELIMINAÇÃO DE CO2.
44. ANESTESIA GERAL
• FASE DE RECUPERAÇÃO
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO CARDIO CIRCULATÓRIA
TEMPERATURA CORPORAL
REFLEXOS BÁSICOS DE RECUPERAÇÃO
AVALIAÇÃO DO GRAU DE CONSCIÊNCIA
45. ANESTESIA GERAL
• A DEPRESSÃO DO SNC SE FAZ DE FORMA DESCEDENTE COMO:
• CEREBRO - CORTEX CEREBRAL
CEREBELO ( GANGLIOS BASAIS) COORDENAÇÃO
MUSCULAR
MEDULA ESPINHAL ( IMPULSOS MOTORES E SENSORIAIS)
CENTROS MEDULARES ( RESPIRATÓRIOS E CIRCULATÓRIOS)
46. ANESTESIA GERAL
• PROMOVE ATRAVÉS DA DEPRESSÃO DAS CELULAS NERVOSAS
BLOQUEIOS COMO:
WOODBRIDGE
• MENTAL ( SONO )
• MOTOR ( MOVIMENTOS MUSCULARES )
• GASTRINTESTINAIS ( ILEO PARALÍTICO )
• SENSIBILIDADE ( DOLOROSA )
47. ANESTESIA GERAL
• FASES E ETAPAS DA ANESTESIA GERAL
• GUEDEL EM 1920 .
• SÃO DISTINTAS 4 FASES .
FASE DE INDUÇÃO = 10 ESTÁGIO DE GUEDEL
É O PERÍODO QUE VAI DA MEDICAÇÃO PRÉVIA ATÉ QUE
OCORRA A DEPRESSÃO DO SISTEMA NERVOSO.
48. ANESTEISIA GERAL
• 20 ESTÁGIO DE GUEDEL
DECORTICAÇÃO / DESCEREBRAÇÃO
FASE DE EXCITAÇÃO / É UMA ETAPA SUPERFICIAL ONDE OS SENTIDOS DE
OLFATO, AUDIÇÃO NÃO ESTÃO ABOLIDAS , DEVE-SE MANTER O SILÊNCIO
A CALMA NO AMBIENTE PARA QUE NÃO OCORRA EXCITÇÃO DO
PACIENTE.
49. ANESTESIA GERAL
• 30 ESTÁGIO DE GUEDEL
• NESTA ETAPA A DEPESSÃO DO SISTEMA NERVOSO ATINGE
UMA INTENSIDADE QUE O PACIENTE NÃO MAIS OFERECE
RESPOSTA AO ESTÍMULO DOLOROSO, HÁ UMA
INCAPACIDADE DE TRANSMISSÃO DOS IMPULSOS
MOTORES E SENSORIAIS, SENDO COMPOSTA DE 3 PLANOS
DISTINTOS DE ANESTESIA.
50. ANESTESIA GERAL
PLANO SUPERFICIAL: NÃO PERMITE REAÇÃO AOS ESTÍMULOS
DOLOROSOS, RESPIRAÇÃO EXPONTÂNEA QUE PERMITE
MANTER UMA OXIGEÑAÇÃO ADEQUADA E UMA
ELIMINAÇÃO DE CO2 SUFICIENTE.
PLANO MODERADO: AS CONDIÇÕES SÃO AFETADAS, TENDO-
SE QUE MANTER UMA MELHOR OXIGENAÇÃO DO PACIENTE
PLANO PROUFNDO: CUIDADOS SÃO NESCESSÁRIOS