1. A DISTRIBUIÇÃO DE MATÉRIA NOS
SERES VIVOS
Qual é a necessidade da existência de
sistemas de transporte especializados na
distribuição de substâncias no interior dos seres
vivos multicelulares?
2. O TRANSPORTE NOS SERES VIVOS
Os seres vivos necessitam de sistemas especializados de transporte de
substâncias no seu interior?
Seres unicelulares Seres multicelulares
Os seres vivos podem ser classificados em seres unicelulares e seres
multicelulares.
Não necessitam de sistemas
de transporte especializados
internos, por serem constituídos
por uma única célula.
Neste caso, as substâncias
difundem-se livremente no seu
interior.
Este fenómeno verifica-se em
todos os seres do reino Monera,
Protista e Fungi (mesmo nos
seres multicelulares dos dois
últimos reinos).
Nos seres multicelulares, mais
complexos (reino Animalia e Plantae), é
necessário que os nutrientes e os gases
(O2 nos animais e O2 e CO2 nas plantas)
cheguem a todas as células.
É necessário, também, que alguns
produtos metabólicos resultantes da
atividade celular sejam eliminados (como
o CO2).
Para tal, é necessário existirem
sistemas de transporte especializados no
transporte dessas substâncias.
3. O TRANSPORTE NOS SERES VIVOS
Existem diferenças entre os sistemas de transporte nos animais e nas
plantas?
Nas plantas não existe um sistema de bombagem de fluídos
internos, como o coração, presente nos seres do reino Animalia.
Como é que ocorre a distribuição de matéria nas plantas?
5. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
As plantas terão evoluído a
partir de algas (seres
protistas).
No meio aquático, as
algas multicelulares não
necessitam de sistemas de
transporte especializados,
porque as substâncias que
necessitam se encontram no
meio líquido que as envolve.
Deste modo, estas
substâncias difundem-se
para o interior das mesmas,
ao longo de toda a alga, por
difusão.
Como é que as plantas efetuam o transporte de substâncias?
Algas multicelulares marinhas
6. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Como é que as plantas efetuam o transporte de substâncias?
As plantas briófitas, como o musgo,
apresentam pequena dimensão, pelo que os
nutrientes e os gases se difundem no interior da
planta por difusão, enquanto a água se difunde
por osmose.
Estas plantas não necessitam, portanto, de um
sistema de transporte - são plantas avasculares.
Como é que ocorre o transporte nas plantas vasculares?
As plantas vasculares, porém, podem apresentar
grandes dimensões, pelo que necessitam de sistemas
de transporte especializados.
No meio terrestre, porém, a água encontra-se
apenas no solo, tendo que chegar às células mais
afastadas do mesmo.
Musgo
7. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Nos mamíferos, o transporte de substâncias é efetuado através de vasos
sanguíneos, sendo o sangue impulsionado pelo coração.
As plantas, porém, não apresentam, sistemas de bombeamento, como o
coração.
Como é que as plantas efetuam o transporte de substâncias?
As plantas vasculares são as mais adaptadas ao ambiente terrestre, sendo as mais
abundantes. Apresentam uma grande diversidade de tamanho e formas.
8. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Em que estruturas se efetua o transporte numa Planta Vascular?
Translocação
Movimento de água
e solutos no interior
da planta através
dos tecidos condu-
tores
9. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Plantas
Plantas avasculares Plantas Vasculares
Angiospérmicas
Briófitas
podem ser classificadas como
compreendem as
apresentam
Pteridófitas
Vasos Condutores
nomeadamente
Gimnospérmicas
Osmose
Difusão
Xilema Floema
Seiva
bruta
Seiva
elaborada
o transporte ocorre por
compreendem as
por onde circula
10. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Em que estruturas se efetua o transporte numa Planta Vascular?
1- Descreva o percurso efetuado pela água no interior da planta.
2- Refira quais são os tipos de tecidos de transporte indicados na figura.
3- Identifique o tipo de seiva que circula em cada um dos tecidos de transporte que
referiu na questão anterior.
11. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Os Tecidos Condutores
Xilema
O xilema, também conhecido por lenho ou tecido traqueano, é o tecido
onde se movimenta a seiva bruta, constituída por água e sais minerais,
desde a raiz até às folhas.
O xilema apresenta elementos
condutores constituídos por células
mortas, onde circula a seiva bruta.
12. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Os Tecidos Condutores
Floema
O floema, também conhecido por tecido crivoso ou líber, é o tecido onde
se movimenta a seiva elaborada, constituída por água e substâncias
orgânicas produzidas pela planta.
O floema apresenta:
Células dos tubos crivosos, são
células vivas, unidas entre si ao nível dos
topos, onde apresentam a parede
celular com orifícios (parecendo um
crivo) e por onde circula a seiva
elaborada;
Células de companhia, são células
que apresentam comunicações com as
células dos tubos crivosos, auxiliando-as
na sua função.
13. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Como se encontram dispostos os Tecidos Condutores nas Angiospérmicas?
Esquema representativo de um corte transversal de uma folha de dicotiledónea
14. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
As plantas perdem grande quantidade de água por transpiração através dos estomas
Os Estomas
As plantas terrestres apresentam uma epiderme impermeável, de modo a
não perder muita água para a atmosfera.
As estruturas especializadas que permitem as trocas gasosas entre a
planta e a atmosfera, a nível da epiderme, designam-se por estomas.
15. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Absorção Radicular
Como se processa a absorção de água e sais minerais pela planta?
Considere os seguintes factos:
A- O meio intracelular das células da raiz é hipertónico em relação ao exterior da planta;
B- Alguns sais minerais encontram-se na solução do solo em concentrações elevadas;
C- Alguns sais minerais encontram-se mais concentrados no meio intracelular das células da raiz;
D- Ocorre transporte ativo de sais minerais das células da periferia da raiz (zona cortical) até ao
xilema (zona medular ou cilindro central), gerando assim um gradiente osmótico.
Refira, justificando com base nos dados fornecidos, qual é o processo de:
a) entrada nas células da raiz, de cada uma das substâncias referidas em B e C, respetivamente.
b) movimentação da água da zona cortical para o xilema.
16. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Como se efetua o transporte numa Planta Vascular?
1- Transporte no Xilema
Hipótese da Pressão Radicular
Os fenómenos de exsudação e de gutação verificados em algumas
plantas evidenciam a existência de um transporte sob pressão da
seiva bruta nos vasos xilémicos.
A que se deve essa pressão?
17. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Como se efetua o transporte numa Planta Vascular?
1- Transporte no Xilema
Hipótese da Pressão Radicular
A figura apresentada ilustra o
resultado de uma experiência com
uma planta à qual foi cortada o caule
tendo o sistema radicular sido ligado
a um tubo manométrico com
mercúrio.
1- Refira quais foram os resultados
obtidos no final da experiência.
2- Interprete esses resultados.
18. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Como se efetua o transporte numa Planta Vascular?
1- Transporte no Xilema
Hipótese da Pressão Radicular
Esta hipótese considera que
no interior da raiz ocorre a
acumulação de sais minerais
para o xilema (por transporte
ativo), o que gera um aumento
do potencial osmótico*,
diminuindo, consequentemente,
o potencial hídrico**.
Como consequência, ocorre
entrada de água do solo para o
interior da raiz, gerando-se
assim uma pressão no xilema
que força a solução xilémica a
subir ao longo do mesmo.
19. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
*Potencial osmótico: encontra-se diretamente relacionado com a concentração de soluto:
se num meio a sua concentração for maior (meio hipertónico), o potencial osmótico é
maior, sendo menor no meio hipotónico.
A água tende a deslocar-se do meio de menor para o de maior potencial osmótico.
**Potencial hídrico: A água tende a deslocar-se do meio de maior para o de menor
potencial hídrico. O meio hipotónico possui maior potencial hídrico; contrariamente, o
meio hipertónico possui menor potencial hídrico.
A água tende a deslocar-se do meio de maior para o de menor potencial hídrico.
Como se efetua o transporte numa Planta Vascular?
1- Transporte no Xilema
Hipótese da Pressão Radicular
Em síntese, não deve esquecer que a água se desloca do meio:
hipotónico para o meio hipertónico (sempre em relação ao soluto);
de menor potencial osmótico para o de maior potencial osmótico;
de maior potencial hídrico para o de menor potencial hídrico.
20. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Constituem apoios a esta hipótese a ocorrência, em certas plantas da:
exsudação, quando são feitas podas tardias;
gutação, como resultado de uma elevada pressão radicular.
Porém, a pressão radicular não pode ser o único processo que explica a
ascensão do conteúdo xilémico porque:
a maior parte das plantas que não apresenta pressão radicular;
esta pressão é insuficiente para explicar a ascensão de água a
altura superiores a 10 metros.
Como se efetua o transporte numa Planta Vascular?
1- Transporte no Xilema
Hipótese da Pressão Radicular
Qual é o mecanismo que explica o transporte no xilema na maioria das
plantas?
21. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão
1. A análise dos dados do gráfico permite afirmar que…
A- A absorção é sempre mais intensa que a transpiração.
B- a absorção só ocorre quando há luz solar.
C- a transpiração cessa durante a noite.
D- os dois processos são mais intensos cerca das 16 horas.
O gráfico seguinte é relativo às taxas de absorção e de transpiração de uma planta, durante 24 horas.
22. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão
2. Quais são as estruturas foliares por onde ocorre, principalmente, a
transpiração?
3. Refira uma característica da epiderme da folha que restringe a perda de água
pela planta.
O gráfico seguinte é relativo às taxas de absorção e de transpiração de uma planta, durante 24 horas.
23. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão
Ligação química por
ponte de hidrogénio
24. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Hipótese da Tensão-Coesão-Adesão
Ligação química por
ponte de hidrogénio
25. O vapor de água que é perdido
pelas folhas por transpiração
origina o aumento a pressão
osmótica nas células do interior
das folhas.
Como consequência, a água
desloca-se do xilema em direção
a essas células (osmose) .
Como as moléculas de água se
ligam por ligações por pontes de
hidrogénio (forças de coesão),
movimentam-se em conjunto ao
longo dos vasos de xilema.
Deste modo podemos afirmar
que a transpiração, ao originar
esta movimentação de água, gera
uma tensão da coluna de água no
xilema.
A nível da raiz o potencial
osmótico aumenta (o potencial
hídrico diminui) pelo que a água
tende a entrar do solo para a raiz
(por osmose).
Devido às moléculas de água
apresentarem forças de adesão
às paredes vasos xilémicos e,
como estes são muito estreitos,
formam-se colunas de água ao
longo dos mesmos, por
capilaridade.
26. 2- Transporte no Floema
O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Quais são as características do transporte no Floema?
Qual é a composição da seiva floémica?
A seiva floémica, ou elaborada, contém compostos orgânicos resultantes
da fotossíntese – sacarose (10 a 20%), ou outros glícidos – aminoácidos,
nucleótidos, hormonas vegetais e sais minerais.
27. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
2- Transporte no Floema
No século XVII, Marcello Malpighi chamou a atenção para o inchaço
resultante da extração de uma incisão anelar, em caules, verificado na
experiência seguinte:
28. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Verifica-se, assim, que o fluxo floémico ocorre desde as folhas (órgãos de
produção) em direção aos caules e raízes (órgãos de consumo e armazenamento).
2- Transporte no Floema
29. 2- Transporte no Floema
O TRANSPORTE NAS PLANTAS
*Os afídeos são
insetos que
parasitam as
plantas
As experiências realizadas com afídeos* permitem esclarecer melhor a composição e a translocação
floémica
30. 2- Transporte no Floema
O TRANSPORTE NAS PLANTAS
A seiva floémica circula sob pressão e flui em todas as direções:
- dos órgãos de produção em direção aos órgãos de consumo e
armazenamento;
- dos órgãos de armazenamento em direção aos órgãos de consumo.
Quais são as características do transporte no Floema?
As experiências realizadas com afídeos* permitem esclarecer melhor a composição e a translocação
floémica
31. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Hipótese do Fluxo de Massa
2- Transporte no Floema
Nas plantas a glicose elaborada nas folhas (órgãos
fotossintéticos), é convertida em sacarose e
transferida do interior da folha para os elementos
dos tubos crivosos, por transporte ativo, com a ajuda
das células companheiras.
O aumento de concentração de sacarose no
floema provoca a entrada de água, vinda do xilema e
das células vizinhas, o que aumenta a pressão de
turgescência, originando a deslocação da seiva
elaborada através das placas crivosas, para os locais
onde a pressão osmótica é menor (locais de consumo
ou reserva).
Nestes locais, a sacarose é retirada, por transporte
ativo.
Esta saída da sacarose diminui a pressão osmótica
nas células dos tubos crivosos, pelo que a água tem
tendência a sair para as células vizinhas, principal-
mente para o xilema.
3% sacarose
20%
sacarose
32. 2- Transporte no Floema
O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Hipótese do Fluxo de Massa
T.A.
T.A. -Transporte ativo
Células do
parênquima
clorofilino
(mesófilo foliar)
Células de
companhia
33. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Hipótese do Fluxo de Massa
2- Transporte no Floema
I - Origem do movimento no floema: folhas
Nas folhas (órgãos de produção) ocorre a síntese de glícidos que são
transformados em sacarose;
A sacarose difunde-se do parênquima clorofilino para as células de
companhia e destas passa, por transporte ativo, para os elementos dos
tubos crivosos;
II - Origem do movimento no floema: tecidos de armazenamento
Nas tecidos de armazenamento a sacarose difunde-se para as células
de companhia e destas passa, por transporte ativo, para os elementos
dos tubos crivosos;
34. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Hipótese do Fluxo de Massa
2- Transporte no Floema
O aumento da concentração de sacarose nas células dos tubos crivosos
origina um aumento da pressão osmótica e, logo, a entrada de água
nestes, por osmose, proveniente do xilema;
Como consequência dessa entrada de água, as células dos elementos
dos tubos crivosos ficam túrgidas, aumentando a pressão de
turgescência;
O aumento da pressão de turgescência nestas células obriga a solução
de sacarose a deslocar-se no interior das células dos tubos crivosos em
direção aos locais de menor concentração da solução de sacarose (logo,
dos locais de maior pressão osmótica locais de menor pressão
osmótica, locais onde ocorre consumo ou armazenamento);
Nestes locais, a sacarose sai por transporte ativo dos elementos dos
tubos crivosos, e ocorrendo transporte ativo para o interior das células.
35. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Hipótese do Fluxo de Massa
2- Transporte no Floema
Onde se inicia o processo de movimento da seiva floémica?
O processo de movimento da seiva floémica inicia-se nas folhas
(parênquima clorofilino) ou nos tecidos de armazenamento.
Qual é o fenómeno que inicia o processo de movimentação da seiva
elaborada?
O fenómeno que inicia o processo da movimentação da seiva elaborada
é a concentração, por transporte ativo, de sacarose nos vasos
floémicos/elementos dos tubos crivosos.
Como é que ocorre essa movimentação no interior dos vasos
floémicos?
Nos elementos dos tubos crivosos o aumento da concentração de saca-
rose provoca um aumento da pressão osmótica no seu interior (diminuin-
do a pressão hídrica), o que provoca a entrada de água (osmose) e conse-
quente aumento da pressão de turgescência. A pressão assim originada
obriga a solução de sacarose/conteúdo floémico a movimentar-se.
36. O TRANSPORTE NAS PLANTAS
Hipótese do Fluxo de Massa
2- Transporte no Floema
Qual é o sentido de movimento da seiva elaborada?
A movimentação da seiva elaborada ocorre em direção aos órgãos em
que se verifica consumo ou armazenamento de sacarose.