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1
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
O prémio Nobel de Física 2001O prémio Nobel de Física 2001
F. ParenteF. Parente
Departamento de Física e Centro de Física AtómicaDepartamento de Física e Centro de Física Atómica
da Universidade de Lisboada Universidade de Lisboa
12 de Dezembro de 200112 de Dezembro de 2001
2
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Tópicos
1. Os vencedores
2. Um pouco de História.
3. Alguma estatística quântica
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3
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
4
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5
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6
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
7
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Satyendra Nath Bose (1894-1974)
Em 1924 um artigo seu foi rejeitado
pelo “Phisosophical Magazine”. Neste
artigo estava uma nova dedução da lei
de Planck.
Numa carta a Einstein, Bose solicitava a este último
os seus bons ofícios para que conseguisse a
publicação do artigo no “Zeitschrift für Physik”, se
entendesse que tinha mérito.
8
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Em 1925, Einstein mencionou o hidrogénio, o hélio e o
gás de neutrões como possíveis candidatos para
observação da condensação de Bose-Einstein
Em Dezembro de 1924, Einstein
escreveu a Ehrenfest:
A partir de uma certa temperatura, as
moléculas “condensam-se” sem forças
atractivas, isto é, acumulam-se a
velocidades nulas. A teoria é atraente,
mas haverá nela alguma coisa de
verdade?
9
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
1928 - Willhem Hendrick descobriu a transição de
fase He I – He II
O He II comporta-se como uma mistura superfluida e outra
normal. A componente superfluida não possui capacidade
calorífica e viscosidade. A fracção de fluido normal tende
para zero quando T = 0 K.
1938 – Fritz London propôs a interpretação dessa
transição de fase como uma condensação de Bose-
Einstein.
Tc exp = 2.19 K Tc teór = 3.1 K
Esta diferença foi atribuída à não consideração das
forças intermoleculares nas deduções teóricas.
10
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Num sistema quântico de partículas, muitas propriedades
observadas podem ser descritas em termos de leis de
distribuição estatística semelhantes às utilizadas para
sistemas clássicos. A própria complexidade do sistema pode
conduzir a propriedades simples que correspondem a um
comportamento estatisticamente provável do sistema.
Vamos considerar um sistema constituído por um grande
número de elementos quânticos idênticos que interactuam
muito fracamente uns com os outros.
Supomos que o sistema transfere lentamente energia entre
os seus vários elementos componentes de tal modo que
existe uma condição de equilíbrio, isto é, o número de
elementos que possuem uma dada energia não varia
sistematicamente com o tempo.
11
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Podemos considerar três tipos de sistemas:
a) Partículas, ou outros elementos, idênticas mas que se
podem distinguir umas das outras;
b) Partículas idênticas, de spin semi-inteiro, que não se
distinguem umas das outras (fermiões): electrões,
protões, alguns átomos
c) Partículas idênticas, de spin inteiro, que não se
distinguem umas das outras (bosões): fotões, fonões, a
maioria dos átomos
12
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Os vários estados próprios da energia para o sistema
completo podem ser expressos como um produto, para o
caso (a), ou combinações anti-simétricas, para o caso (b),
ou simétricas, para o caso (c), de funções próprias de uma
partícula:
Caso a)
Caso b)
Caso c)
( ) ( ) ( )NNN iiiiii ψψψ  21 2121
=Ψ
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )NNN
N
N
N
N
N
iii
iii
iii
iii
ψψψ
ψψψ
ψψψ




21
21
21
21 222
111
!
1
=Ψ
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
]partículasdepossíveisspermutaçõeastodas
1221[ 212121
N
NN NNN iiiiiiiii
++
+=Ψ

 ψψψψψψ
13
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Partículas que se distinguem
1
1
1
1
2
2
2
2
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A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Partículas que não se distinguem
15
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Fermiões – Solitários (territorialmente
individualistas)
16
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Bosões – sociáveis, gregários, gostam de fazer todos a
mesma coisa
17
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Os bosões são extremamente gregários. Se um bosão
está num estado quântico particular, todos os outros
bosões são “convidados” a juntar-se a ele
- Laser (fotões)
- Supercondutividade (pares de electrões “spin-
correlated”)
- Superfluidez do hélio (átomos de hélio)
18
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Estatística de Maxwell-Boltzmann
R = Prob. de encontrar duas partículas
no mesmo estado / Prob de encontrar
duas partículas em estados diferentes
RMB= 3/6 = 1/2
19
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Estatística de Bose-Einstein
RBE= 3/3 = 1
20
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Estatística de Fermi-Dirac
RFD= 0/3 = 0
21
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Vamos concentrar-nos num sistema de N partículas
idênticas que não interactuam, movendo-se sob a
influência do mesmo potencial V(x,y,z).
Quando consideradas individualmente, podem existirem
qualquer um de um número de estados ψi de energia εi
(i = 0, 1, 2, ...).
Para simplificar, supomos que os níveis de energia são não
degenerados, isto é há uma correspondência biunívoca
entre níveis de energia e funções de onda. Os níveis de
energia podem ser enumerados por ordem de energia
crescente.
22
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Vamos:
- denotar os vários estados quânticos possíveis por i ;
- definir a energia de uma partícula no estado i por εi ;
- chamar ni ao número de partículas no estado i .
No estado de equilíbrio estatístico, verifica-se
∑
∑
∞
=
∞
=
=
=
1
1
i
ii
i
i
En
Nn
ε
E ainda, para fermiões, o princípio de Pauli deverá ser cumprido.
23
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Supomos que o sistema está em equilíbrio estatístico a
esta energia E.
Estudamos as várias maneiras em que as partículas
podem estar distribuídas entre os diferentes níveis εi
possíveis e determinar qual é a distribuição
estatisticamente mais provável.
O cálculo da distribuição mais provável para cada tipo
de partículas conduz a uma expressão para o número
médio de partículas no nível i para um sistema em
equilíbrio à temperatura T
24
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Para cada tipo de partículas, o número médio de
partículas no estado i, para um sistema à temperatura T, é
dado por
( )
( )
( )
1
1
1
1
1
/BE
/FD
/MB
−
=
+
=
=
−
−
−
kTi
kTi
kTi
i
i
i
e
n
e
n
e
n
µε
µε
µε
25
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Wieman and Cornell produziram um
BEC de átomos de 87
Rb
sobrearrefecidos. O rubídio é um
metal alcalino (1.ª coluna da tabela
periódica) e tem um spin electrónico
total de 1/2.
Então não é um fermião?
O núcleo de rubídio 87 tem spin 3/2.
Consequentemente, o spin total do
átomo é inteiro.
26
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
27
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Para produzir um condensado de Bose-Einstein (CBE),
um gás de moléculas bosónicas tem de ser arrefecido
até atingir a temperatura (extremamente baixa) a que o
seu comprimento de onda de de Broglie se torna
superior à distância média. Como
mkTh πλ 2/dB =
um CBE só pode formar-se a uma temperatura de
170 nK
28
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Para um gás quântico ideal, a transição corre
quando a densidade do espaço de fases (que é
uma medida da sobreposição dos átomos)
assume o valor nλ3
= 2.612.
Na experiência original com rubídio foi
atingida a temperatura T ~ 100 nK
e a densidade ρ ~ 5 x 1012
at/cm3
.
10 ordens de grandeza abaixo da matéria
condensada
e muitas ordens de grandeza abaixo da
densidade do ar.
29
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
30
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Na região proibida não é possível penetrar em
condições de equilíbrio térmico.
31
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Como penetrar na região proibida?
Num estado meta-estável, assim chamado porque
mantem-se estável de não houver partículas em torno
das quais os átomos se aglutinem para formar gotículas,
condensando-se.
Para evitar que os átomos (num ambiente super-limpo e
sem tocarem as paredes) se condensem em gelo
(deixando apenas um vapor fino) o truque é manter a
densidade muito baixa para evitar as colisões de três
corpos, que conduziriam à formação de moléculas.
32
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
33
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Arrefecimento
magneto-óptico
34
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Arrefecimento magneto-
óptico com confinamento
MOT
Melaço óptico !!!Melaço óptico !!!
T ~ 10 mK
ρ~ 1011
at/cm3
Densidade de espaço de
fases ~ 10-5
Longe das condições para
a formação de BEC!!!
35
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Linhas de força Equipotenciais
mc
e
dz
Bd
MgFBMgBU
2
..
B
BB


=
−==−=
µ
µµµ
36
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Confinamento magnético de átomos
Um átomo com o spin
paralelo ao campo magnético
é atraído para o mínimo do
campo.
Para spin anti-paralelo ao
campo, o átomo é repelido
pelo mínimo do campo.
37
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Confinamento magnético de átomos
TOP trap
38
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Arrefecimento por evaporação
O “escalpelo” de
radio-frequência
39
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42
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Se a nuvem se torna dez vezes menor na dimensão linear a
sua temperatura baixou de duas ordens de grandeza
Se a sombra tem a mesma intensidade, isso significa que a
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Conclusão: a densidade de fase de espaço aumentou de 4
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A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Physical Review Letters -- November 2, 1998 -- Volume 81, Issue 18 pp. 3811-3814
Bose-Einstein Condensation of Atomic Hydrogen
Dale G. Fried, Thomas C. Killian, Lorenz Willmann, David Landhuis,
Stephen C. Moss, Daniel Kleppner, and Thomas J. Greytak
Department of Physics and Center for Materials Science and
Engineering, Massachusetts Institute of Technology, Cambridge,
Massachusetts 02139
(Received 11 September 1998)
Wereport observation of Bose-Einstein condensation (BEC) of a
trapped, dilute gas of atomic hydrogen. The condensate and normal
gas arestudied by two-photon spectroscopy of the 1S-2S transition.
Interactions among the atoms produce a shift of the resonance
frequency proportional to density. The condensate is clearly
distinguished by its large frequency shift. The peak condensate
density is 4.8 ± 1.1 × 1015
cm–3
, corresponding to a condensate
population of 109
atoms. The BEC transition occurs at about T = 50
µK and n = 1.8 × 1014
cm–3
. ©1998 The American Physical Society
49
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
A dimensão de um BEC com qualquer número de
átomos é o mesmo que a dimensão de um átomo no
mesmo estado. BEC pode produzir matéria ultra-
compacta. BEC é um armário para guardar átomos que
nunca está cheio. Quanto mais átomos ali estiverem,
mais átomos são “convidados” a juntar-se. BEC é tão
compacto e denso que, com um número suficiente de
átomos, um mini-buraco negro de dimensão atónica
pode formar-se.
50
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Raio atómico do Rb = 3 x 10-10
m
Seria necessário 2 x 1017
kg de rubídio para formar um
BEC desta dimensão (~20 vezes a massa de Phobos, o
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51
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
52
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
53
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Prémios Nobel em Física na área de Física Atómica,
Molecular e Óptica desde 1964:
1964: Nicolai Basov – Electrónica quântica
Alesandr Prokhorov – Radiofísica quântica e electrónica quântica
Charles Townes – Electrónica quântica
1966: Alfred Kastler – Espectroscopia óptica e ressonâncias hertzianas
Robert Mulliken – Química estrutural
1967: Ronald Norrish – Fotoquímica e cinética das reacções
George Porter – Fotoquímica e cinética das reacções
1971: Dennis Gabor – Óptica electrónica e holografia
Gerhard Herzberg – Espectroscopia molecular
54
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
1976: William Lipscomp, Jr. – Química dos boranos e cristalografia de raios X
1981: Nicolaas Bloembergem – Óptice e electrónica quântica
Kenichi Fukui – Estrutura electrónica e reacções orgânicas
Roald Hoffmann – Estrutura electrónica de compostos
Arthur Schawlow – Óptica e espectroscopia laser
Kai Sirgbahn – Física Química
1986: Dudley Herschbach – Dinâmica de reacções moleculares
Yuan Lee – Dinâmica de reacções moleculares e fotoquímica
John Polanyi – Dinâmica de reacções moleculares
Gerd Binnig – Ciência de superfícies
H. Rohrer – Ciência de superfícies
55
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
1989: Hans Dehmelt – Espectroscopia atómica
Wolfgang Paul – Física atómica
Nprman Ramsey – Física atómica
1991: Richard Ernst – Imagem por ressonância magnética
1992: Rudolph Marcus – Química Física
1997: Steven Chu – Física atómica
Claude Cohen-Tannoudji – Física atómica
William Philips - Física atómica
2001: Eric Cornell –
Carl Wieman –
Wolfgang Ketterlee
“for the achievement of Bose-Einstein condensation in dilute gases of alkali
atomsand for early fundamental studies of the properties of the condensates”
56
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
Baseado em
Eric Cornell
Very Cold Indeed: The Nanokelvin Physics of Bose-
Einstein Condensation
J. Res. Natl. Inst. Stand. Technol. 101, 419 (1996)
57
A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
BEC homepage (!!!)
http://www.colorado.edu/physics/2000/bec/
Edição especial do J. Res. Natl. Inst. Stand. Technol
http://physics.nist.gov/Pubs/Bec/TofCont.html
Outra BEC homepage
http://bec01.phy.gasou.edu/bec.html/

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BEC Rubidio 87 Nobel 2001

  • 1. 1 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos O prémio Nobel de Física 2001O prémio Nobel de Física 2001 F. ParenteF. Parente Departamento de Física e Centro de Física AtómicaDepartamento de Física e Centro de Física Atómica da Universidade de Lisboada Universidade de Lisboa 12 de Dezembro de 200112 de Dezembro de 2001
  • 2. 2 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Tópicos 1. Os vencedores 2. Um pouco de História. 3. Alguma estatística quântica 4. A formação de BEC do rubídio 87 5. O futuro?
  • 3. 3 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 4. 4 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 5. 5 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 6. 6 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 7. 7 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Satyendra Nath Bose (1894-1974) Em 1924 um artigo seu foi rejeitado pelo “Phisosophical Magazine”. Neste artigo estava uma nova dedução da lei de Planck. Numa carta a Einstein, Bose solicitava a este último os seus bons ofícios para que conseguisse a publicação do artigo no “Zeitschrift für Physik”, se entendesse que tinha mérito.
  • 8. 8 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Em 1925, Einstein mencionou o hidrogénio, o hélio e o gás de neutrões como possíveis candidatos para observação da condensação de Bose-Einstein Em Dezembro de 1924, Einstein escreveu a Ehrenfest: A partir de uma certa temperatura, as moléculas “condensam-se” sem forças atractivas, isto é, acumulam-se a velocidades nulas. A teoria é atraente, mas haverá nela alguma coisa de verdade?
  • 9. 9 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos 1928 - Willhem Hendrick descobriu a transição de fase He I – He II O He II comporta-se como uma mistura superfluida e outra normal. A componente superfluida não possui capacidade calorífica e viscosidade. A fracção de fluido normal tende para zero quando T = 0 K. 1938 – Fritz London propôs a interpretação dessa transição de fase como uma condensação de Bose- Einstein. Tc exp = 2.19 K Tc teór = 3.1 K Esta diferença foi atribuída à não consideração das forças intermoleculares nas deduções teóricas.
  • 10. 10 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Num sistema quântico de partículas, muitas propriedades observadas podem ser descritas em termos de leis de distribuição estatística semelhantes às utilizadas para sistemas clássicos. A própria complexidade do sistema pode conduzir a propriedades simples que correspondem a um comportamento estatisticamente provável do sistema. Vamos considerar um sistema constituído por um grande número de elementos quânticos idênticos que interactuam muito fracamente uns com os outros. Supomos que o sistema transfere lentamente energia entre os seus vários elementos componentes de tal modo que existe uma condição de equilíbrio, isto é, o número de elementos que possuem uma dada energia não varia sistematicamente com o tempo.
  • 11. 11 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Podemos considerar três tipos de sistemas: a) Partículas, ou outros elementos, idênticas mas que se podem distinguir umas das outras; b) Partículas idênticas, de spin semi-inteiro, que não se distinguem umas das outras (fermiões): electrões, protões, alguns átomos c) Partículas idênticas, de spin inteiro, que não se distinguem umas das outras (bosões): fotões, fonões, a maioria dos átomos
  • 12. 12 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Os vários estados próprios da energia para o sistema completo podem ser expressos como um produto, para o caso (a), ou combinações anti-simétricas, para o caso (b), ou simétricas, para o caso (c), de funções próprias de uma partícula: Caso a) Caso b) Caso c) ( ) ( ) ( )NNN iiiiii ψψψ  21 2121 =Ψ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )NNN N N N N N iii iii iii iii ψψψ ψψψ ψψψ     21 21 21 21 222 111 ! 1 =Ψ ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ]partículasdepossíveisspermutaçõeastodas 1221[ 212121 N NN NNN iiiiiiiii ++ +=Ψ   ψψψψψψ
  • 13. 13 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Partículas que se distinguem 1 1 1 1 2 2 2 2
  • 14. 14 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Partículas que não se distinguem
  • 15. 15 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Fermiões – Solitários (territorialmente individualistas)
  • 16. 16 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Bosões – sociáveis, gregários, gostam de fazer todos a mesma coisa
  • 17. 17 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Os bosões são extremamente gregários. Se um bosão está num estado quântico particular, todos os outros bosões são “convidados” a juntar-se a ele - Laser (fotões) - Supercondutividade (pares de electrões “spin- correlated”) - Superfluidez do hélio (átomos de hélio)
  • 18. 18 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Estatística de Maxwell-Boltzmann R = Prob. de encontrar duas partículas no mesmo estado / Prob de encontrar duas partículas em estados diferentes RMB= 3/6 = 1/2
  • 19. 19 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Estatística de Bose-Einstein RBE= 3/3 = 1
  • 20. 20 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Estatística de Fermi-Dirac RFD= 0/3 = 0
  • 21. 21 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Vamos concentrar-nos num sistema de N partículas idênticas que não interactuam, movendo-se sob a influência do mesmo potencial V(x,y,z). Quando consideradas individualmente, podem existirem qualquer um de um número de estados ψi de energia εi (i = 0, 1, 2, ...). Para simplificar, supomos que os níveis de energia são não degenerados, isto é há uma correspondência biunívoca entre níveis de energia e funções de onda. Os níveis de energia podem ser enumerados por ordem de energia crescente.
  • 22. 22 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Vamos: - denotar os vários estados quânticos possíveis por i ; - definir a energia de uma partícula no estado i por εi ; - chamar ni ao número de partículas no estado i . No estado de equilíbrio estatístico, verifica-se ∑ ∑ ∞ = ∞ = = = 1 1 i ii i i En Nn ε E ainda, para fermiões, o princípio de Pauli deverá ser cumprido.
  • 23. 23 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Supomos que o sistema está em equilíbrio estatístico a esta energia E. Estudamos as várias maneiras em que as partículas podem estar distribuídas entre os diferentes níveis εi possíveis e determinar qual é a distribuição estatisticamente mais provável. O cálculo da distribuição mais provável para cada tipo de partículas conduz a uma expressão para o número médio de partículas no nível i para um sistema em equilíbrio à temperatura T
  • 24. 24 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Para cada tipo de partículas, o número médio de partículas no estado i, para um sistema à temperatura T, é dado por ( ) ( ) ( ) 1 1 1 1 1 /BE /FD /MB − = + = = − − − kTi kTi kTi i i i e n e n e n µε µε µε
  • 25. 25 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Wieman and Cornell produziram um BEC de átomos de 87 Rb sobrearrefecidos. O rubídio é um metal alcalino (1.ª coluna da tabela periódica) e tem um spin electrónico total de 1/2. Então não é um fermião? O núcleo de rubídio 87 tem spin 3/2. Consequentemente, o spin total do átomo é inteiro.
  • 26. 26 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 27. 27 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Para produzir um condensado de Bose-Einstein (CBE), um gás de moléculas bosónicas tem de ser arrefecido até atingir a temperatura (extremamente baixa) a que o seu comprimento de onda de de Broglie se torna superior à distância média. Como mkTh πλ 2/dB = um CBE só pode formar-se a uma temperatura de 170 nK
  • 28. 28 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Para um gás quântico ideal, a transição corre quando a densidade do espaço de fases (que é uma medida da sobreposição dos átomos) assume o valor nλ3 = 2.612. Na experiência original com rubídio foi atingida a temperatura T ~ 100 nK e a densidade ρ ~ 5 x 1012 at/cm3 . 10 ordens de grandeza abaixo da matéria condensada e muitas ordens de grandeza abaixo da densidade do ar.
  • 29. 29 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 30. 30 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Na região proibida não é possível penetrar em condições de equilíbrio térmico.
  • 31. 31 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Como penetrar na região proibida? Num estado meta-estável, assim chamado porque mantem-se estável de não houver partículas em torno das quais os átomos se aglutinem para formar gotículas, condensando-se. Para evitar que os átomos (num ambiente super-limpo e sem tocarem as paredes) se condensem em gelo (deixando apenas um vapor fino) o truque é manter a densidade muito baixa para evitar as colisões de três corpos, que conduziriam à formação de moléculas.
  • 32. 32 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 33. 33 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Arrefecimento magneto-óptico
  • 34. 34 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Arrefecimento magneto- óptico com confinamento MOT Melaço óptico !!!Melaço óptico !!! T ~ 10 mK ρ~ 1011 at/cm3 Densidade de espaço de fases ~ 10-5 Longe das condições para a formação de BEC!!!
  • 35. 35 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Linhas de força Equipotenciais mc e dz Bd MgFBMgBU 2 .. B BB   = −==−= µ µµµ
  • 36. 36 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Confinamento magnético de átomos Um átomo com o spin paralelo ao campo magnético é atraído para o mínimo do campo. Para spin anti-paralelo ao campo, o átomo é repelido pelo mínimo do campo.
  • 37. 37 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Confinamento magnético de átomos TOP trap
  • 38. 38 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Arrefecimento por evaporação O “escalpelo” de radio-frequência
  • 39. 39 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 40. 40 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 41. 41 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 42. 42 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Se a nuvem se torna dez vezes menor na dimensão linear a sua temperatura baixou de duas ordens de grandeza Se a sombra tem a mesma intensidade, isso significa que a densidade atómica aumentou de um factor de 10 Conclusão: a densidade de fase de espaço aumentou de 4 ordens de grandeza
  • 43. 43 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 44. 44 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 45. 45 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 46. 46 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 47. 47 A Condensação de Bose-Einstein em Átomos - 17A Condensação de Bose-Einstein em Átomos - 17
  • 48. 48 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Physical Review Letters -- November 2, 1998 -- Volume 81, Issue 18 pp. 3811-3814 Bose-Einstein Condensation of Atomic Hydrogen Dale G. Fried, Thomas C. Killian, Lorenz Willmann, David Landhuis, Stephen C. Moss, Daniel Kleppner, and Thomas J. Greytak Department of Physics and Center for Materials Science and Engineering, Massachusetts Institute of Technology, Cambridge, Massachusetts 02139 (Received 11 September 1998) Wereport observation of Bose-Einstein condensation (BEC) of a trapped, dilute gas of atomic hydrogen. The condensate and normal gas arestudied by two-photon spectroscopy of the 1S-2S transition. Interactions among the atoms produce a shift of the resonance frequency proportional to density. The condensate is clearly distinguished by its large frequency shift. The peak condensate density is 4.8 ± 1.1 × 1015 cm–3 , corresponding to a condensate population of 109 atoms. The BEC transition occurs at about T = 50 µK and n = 1.8 × 1014 cm–3 . ©1998 The American Physical Society
  • 49. 49 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos A dimensão de um BEC com qualquer número de átomos é o mesmo que a dimensão de um átomo no mesmo estado. BEC pode produzir matéria ultra- compacta. BEC é um armário para guardar átomos que nunca está cheio. Quanto mais átomos ali estiverem, mais átomos são “convidados” a juntar-se. BEC é tão compacto e denso que, com um número suficiente de átomos, um mini-buraco negro de dimensão atónica pode formar-se.
  • 50. 50 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Raio atómico do Rb = 3 x 10-10 m Seria necessário 2 x 1017 kg de rubídio para formar um BEC desta dimensão (~20 vezes a massa de Phobos, o maior satélite de Marte).
  • 51. 51 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 52. 52 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos
  • 53. 53 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Prémios Nobel em Física na área de Física Atómica, Molecular e Óptica desde 1964: 1964: Nicolai Basov – Electrónica quântica Alesandr Prokhorov – Radiofísica quântica e electrónica quântica Charles Townes – Electrónica quântica 1966: Alfred Kastler – Espectroscopia óptica e ressonâncias hertzianas Robert Mulliken – Química estrutural 1967: Ronald Norrish – Fotoquímica e cinética das reacções George Porter – Fotoquímica e cinética das reacções 1971: Dennis Gabor – Óptica electrónica e holografia Gerhard Herzberg – Espectroscopia molecular
  • 54. 54 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos 1976: William Lipscomp, Jr. – Química dos boranos e cristalografia de raios X 1981: Nicolaas Bloembergem – Óptice e electrónica quântica Kenichi Fukui – Estrutura electrónica e reacções orgânicas Roald Hoffmann – Estrutura electrónica de compostos Arthur Schawlow – Óptica e espectroscopia laser Kai Sirgbahn – Física Química 1986: Dudley Herschbach – Dinâmica de reacções moleculares Yuan Lee – Dinâmica de reacções moleculares e fotoquímica John Polanyi – Dinâmica de reacções moleculares Gerd Binnig – Ciência de superfícies H. Rohrer – Ciência de superfícies
  • 55. 55 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos 1989: Hans Dehmelt – Espectroscopia atómica Wolfgang Paul – Física atómica Nprman Ramsey – Física atómica 1991: Richard Ernst – Imagem por ressonância magnética 1992: Rudolph Marcus – Química Física 1997: Steven Chu – Física atómica Claude Cohen-Tannoudji – Física atómica William Philips - Física atómica 2001: Eric Cornell – Carl Wieman – Wolfgang Ketterlee “for the achievement of Bose-Einstein condensation in dilute gases of alkali atomsand for early fundamental studies of the properties of the condensates”
  • 56. 56 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos Baseado em Eric Cornell Very Cold Indeed: The Nanokelvin Physics of Bose- Einstein Condensation J. Res. Natl. Inst. Stand. Technol. 101, 419 (1996)
  • 57. 57 A Condensação de Bose-Einstein em ÁtomosA Condensação de Bose-Einstein em Átomos BEC homepage (!!!) http://www.colorado.edu/physics/2000/bec/ Edição especial do J. Res. Natl. Inst. Stand. Technol http://physics.nist.gov/Pubs/Bec/TofCont.html Outra BEC homepage http://bec01.phy.gasou.edu/bec.html/

Notas do Editor

  1. Há muitissimas maneiras de distribuir as N partículas pelas células e muitíssimas maneiras de distribuir as ns partículas de uma célula entre os vários níveis de energia da célula.
  2. Há muitissimas maneiras de distribuir as N partículas pelas células e muitíssimas maneiras de distribuir as ns partículas de uma célula entre os vários níveis de energia da célula.
  3. O que é equilíbrio estatístico?