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1 Gestão de Segurança e
Conservação em Museus
Superintendência de Museus e Artes Visuais
Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais
coleção Falando de...
Belo Horizonte
GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Antônio Augusto Junho Anastasia
SECRETÁRIA DE ESTADO DE CULTURA
Eliane Parreiras
SECRETÁRIA ADJUNTA
Maria Olívia de Castro e Oliveira
SUPERINTENDENTE DE MUSEUS E ARTES VISUAIS
Léo Bahia
ASSESSORA DA SUPERINTENDÊNCIA DE MUSEUS E ARTES VISUAIS
Ana Maria Azeredo Furquim Werneck
DIRETORA DE DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES MUSEAIS
Silvana Cançado Trindade
DIRETORA DE GESTÃO DE ACERVOS MUSEOLÓGICOS
Maria Inez Cândido
DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGENS MUSEOLÓGICAS
Thiago Carlos Costa
MUSEU CASA GUIMARÃES ROSA
Ronaldo Alves de Oliveira
MUSEU MINEIRO
Francisco Magalhães
MUSEU DO CRÉDITO REAL
José Roberto Dilly
MUSEU CASA GUIGNARD
Gélcio Fortes
MUSEU CASA APHONSUS DE GUIMARAENS
Ana Cláudia Rôla Santos
PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO
Fernanda Camas Marques
REVISÃO DE TEXTO
Lyslei Nascimento
Para a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, lançar estes quatro ca-
dernos “Falando de...”, por intermédio da Superintendência de Museus e Artes
Visuais de Minas Gerais, é cumprir com algumas de suas diretrizes básicas: de-
mocratização do acesso à cultura, difusão da informação e capacitação de pesso-
al para gerir aparelhos culturais.
Os cadernos estão publicados na seguinte ordem:
- Caderno 1 – Falando de Gestão e Conservação em Museus. Os interessados
terão, neste primeiro volume, informações sobre as práticas de preservação e de
conservação de obras de arte dentro do museu e da reserva técnica;
- Caderno 2 – Falando de Planejamento Museológico. Este volume servirá de
base para que os técnicos possam construir um Plano Museológico, que deverá
responder a questões sobre o que fazer, para quem fazer, como fazer, com que
meios fazer e quando fazer as ações no museu;
- Caderno 3 – Falando de Planejamento e Gestão de Exposições em Museus. Nes-
te volume, serão apresentadas as etapas relacionadas à exposição no museu.
Uma planilha, que servirá de roteiro para a realização da exposição, acompanha
o exemplar;
- Caderno 4 – Falando de Ação Educativa em Museus. Nesta etapa, o volume
disponibilizará ao interessado noções sobre o que é uma ação educativa; sobre
como construir uma relação entre a exposição e o visitante e sobre as normas de
conduta que os profissionais que trabalham na ação educativa devem adotar.
Estes cadernos não pretendem esgotar os assuntos tratados, antes servir de
ponto de partida para que os gestores e interessados na área museológica pos-
sam ter uma direção, um auxílio para o início de seus trabalhos, ficando a Supe-
rintendência de Museus e Artes Visuais disponível para o aprofundamento das
questões e orientações que se fizerem necessárias.
Eliane Parreiras
Secretária de Estado de Cultura de Minas Gerais
Belo Horizonte, 04 de abril de 2011
Belo
Gestão de Segurança e Conservação em Museus: Caderno 01. Drumond,
Maria Cecília de Paula; Teixeira, Raquel; Dias, Tereza Cristina de Souza; Melo,
Litza Libero Alencar e. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Cultura/ Superin-
tendência de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais, 2010.
24 p. : il.
Inclui Bibliografia
ISBN: 978-85-99528-28-0
1. Museus. 2. Museologia. 3. Museus-Acervo.
I. Drumond, Maria Cecília de Paula; II. Teixeira, Raquel; III. Dias, Tereza Cristina de
Souza; IV. Melo, Litza Libero Alencar e.
CDD 069
sumário
Apresentação 6
Preservação e Conservação de Obras de Arte 7
O Profissional Envolvido na Execução do Trabalho
no Atelier 8
Ambiente de Guarda do Acervo/Reserva 9
Identificação/Ficha 10
Higienização, Manuseio, Acondicionamento 11
Normas de Conduta/Prevenção e Segurança 16
Prevenção e Segurança em Museus 18
Referências Bibliográficas 22
6 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus
Apresentação
A Superintendência de Museus e Artes Visuais, da Secretaria de Estado de Cultura de
Minas Gerais, tem por finalidade trabalhar pela implementação e pela consolidação
das políticas de Museus e das Artes Visuais para o Estado de Minas Gerais, de acordo
com os princípios de preservação, promoção e acesso ao patrimônio cultural. Desse
modo, ela atende a uma de suas principais ações, que consiste em promover a apli-
cação e a disseminação de conceitos e práticas que visem ao incentivo, à valorização
e ao aprimoramento das atividades relacionadas a museus e às artes visuais.
A partir dessa orientação, o lançamento da coleção de publicações técnicas, Falando
de..., tem por objetivo estimular a troca de experiências adquiridas pelo corpo técni-
co da SUMAV com o público e interessados no universo museológico. Ao utilizar uma
linguagem didática, a coleção se configura como um pequeno manual de ação para as
instituições museológicas, profissionais e estudantes da área em geral.
O objetivo e expectativa em torno dessas publicações, que serão disponibilizadas na
web para download gratuito (www.cultura.mg.gov.br), é o de promover a democrati-
zação e a interiorização da informação para o campo museológico em Minas Gerais.
Espera-se, desse modo, ampliar o fortalecimento das ações promovidas pela Superin-
tendência de Museus e Artes Visuais ao longo de sua existência.
Léo Bahia
Superintendente de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais
Ana Maria Azeredo Furquim Werneck
Assessora da Superintendência de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais
Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 7
Preservar
Significa observar previamente.
Prever os riscos, as possíveis alterações e os danos que colocam em risco a integri-
dade de um bem cultural.
Não basta apenas guardar um objeto, é preciso, também, conservá-lo.
Conservação
Significa resguardar de danos.
São medidas preventivas que devem ser tomadas para prolongar a vida útil do ob-
jeto.
Restauração
É uma intervenção específica e cautelosa que deve ser executada por um especia-
lista, cujo resultado objetive a recuperação da obra, sem alterá-la.
Atelier
Local ambientado e equipado para a realização de atividades ligadas à conservação
preventiva e restauração (pequenas intervenções) de bens culturais móveis. Nesse
espaço, tal devem ser observados cuidados específicos com relação à iluminação, à
ventilação, à segurança e ao mobiliário. A iluminação pode ser natural ou artificial.
PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE
OBRAS DE ARTE
Lupa, balança e câmara de desinfestação - Equipamentos utilizados no processo de restauração
Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves
8 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus
. Utilizar luvas de algodão, ou do tipo cirúrgicas, avental, máscara e toca para o
cabelo, durante o manuseio;
. Evitar fazer refeições no atelier;
. Evitar o transporte desnecessário do objeto;
. Evitar o uso de materiais que possam manchar o acervo.
O PROFISSIONAL ENVOLVIDO NA
EXECUÇÃO DO TRABALHO NO ATELIER
Imagens do processo de restauração - Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves
A ventilação do ambiente é de grande importância, seja ela natural ou artificial. O
mobiliário apropriado deve constar de mesa de grandes dimensões, protegida por
papel kraft em toda a sua extensão, armários para acondicionamento do acervo e
cadeiras confortáveis. Para se garantir a segurança do atelier, a circulação de pesso-
as no local deve ser controlada, as janelas e as portas devem dispor de trancas ade-
quadas e devem estar sinalizadas e desobstruídas as saídas de emergência. Quando
natural, devem ser observados: o posicionamento da janela, a intensidade de luz
e a criação de uma barreira, impedindo, assim, a incidência direta de luz sobre o
acervo.
Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 9
AMBIENTE DE GUARDA DO ACERVO/
RESERVA
. Estabelecer a Reserva Técnica como área de alta segurança;
. Observar a localização das janelas em relação à exposição das obras, evitando a
incidência direta de sol sobre elas;
. Evitar a colocação de peças na direção de correntes de ar vindas de portas e jane-
las;
. Manter o mobiliário afastado das paredes, propiciando a ventilação;
. Realizar inspeção periódica nos espaços, verificando as condições dos telhados,
das paredes internas e externas do prédio;
. Observar a ocorrência de vazamentos, goteiras, infiltrações e rachaduras;
. Observar possíveis defeitos em tomadas, odores de queimado, fios elétricos ex-
postos ou lâmpadas que queimam freqüentemente;
. Propiciar a troca de ar, inserindo ventiladores;
. Elaborar planos de escoamento e de remoção de acervo em casos de emergência,
estabelecendo prioridades;
. Registrar qualquer remoção de acervo;
. Responsabilizar os funcionários encarregados da guarda do acervo pelo controle
do acesso à Reserva Técnica;
. Programar leituras periódicas da umidade relativa e da temperatura, utilizando
equipamentos adequados como:
Recomendam-se os seguintes cuidados na limpeza da reserva:
. Não usar pano úmido na limpeza do chão e dos objetos;
Data Logger e Termohigrógrafo - Fotografias: Ronaldo Alves
10 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus
. Usar sempre aspirador de pó, para não levantar poeira, e flanela seca para limpeza
do mobiliário;
. Observar, durante a limpeza, se há excrementos de cupim, asas de insetos, túneis
(galerias externas) e pequenos orifícios próximos às obras ou no piso das salas de
exposição.
Principais causas de degradação de acervos
. Luz, Temperatura e Umidade;
. Agentes Biológicos: insetos xilófagos; fungos e
bactérias; traças, baratas e roedores;
. Agentes Químicos: poluentes e poeira;
. Agentes Mecânicos: vandalismo e manuseio
inadequado.
IDENTIFICAÇÃO/FICHA
Implantar um sistema de registro, lembrando que a marcação deste número não
pode causar nenhum tipo de dano ao acervo, não pode interferir na estética e nem
comprometer seu valor.
Primeiramente deve-se estabelecer o arranjo de coleções do acervo; em seguida,
estabelecer a categoria e criar o código de inventário.
Etiquetas de identificação - Acervo Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves
Esteriler - Equipamento usado no
combate a fungos - Fotografia: Ronal-
do Alves
Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 11
HIGIENIZAÇÃO, MANUSEIO, ACONDICIO-
NAMENTO
Higienização
. Remoção de materiais inadequados como clips e grampos.
. Remoção de poeira e de sujidades superficiais, com uma trincha ou pincel bem
macio, sobre o documento. Em caso de livro, em todas as folhas, observando-se
sempre a presença de traças, cupins e fungos. A limpeza de uma fotografia deve ser
feita, sempre com a emulsão voltada para cima.
. A limpeza deve ser iniciada sempre do centro para as bordas. No caso de livros,
deve-se limpar bem a união entre as folhas, porque as larvas vivas geralmente se
alojam nas costuras.
. Àlcool, benzina, água ou qualquer outro produto de limpeza não devem ser utili-
zados.
Manuseio
. Todas as obras devem ser mantidas com a face voltada para cima.
Acondicionamento de Obras sobre o Papel - Acervo Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves
SUPORTE PAPEL
Documentos, gravuras, fotografias, desenhos, jornais, recortes de jornais, cartões
postais, cartas, livros, revistas, mapas.
12 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus
. A obra sobre papel nunca pode ser enrolada. Caso seja inevitável, deve ser coloca-
da em um cilindro grosso.
. As peças sobre papel que não estão emolduradas ou encadernadas devem ser
carregadas sobre uma folha limpa.
. As obras encadernadas devem ser manuseadas cuidadosamente.
. Para documentos freqüentemente manuseados por pesquisadores, estudantes e
visitantes, recomenda-se o uso de reproduções.
. Não usar clipes, grampos, fitas adesivas, etiquetas, colas.
. Não escrever nos documentos.
Acondicionamento
. As obras sobre papel devem ser guardadas em mapotecas ou sobre uma superfície
plana, maior que a dimensão das obras.
. Quando empilhadas, as obras devem ser intercaladas por folhas de papel com PH
neutro.
. Quando as obras forem emolduradas, deve-se usar passe-partout.
. Os livros devem ser acondicionados em caixas de PH neutro.
. Não guardar as obras em ambientes que recebam luz solar direta sobre os arqui-
vos e lugares úmidos.
Acondicionamento de filme fotográfico
Fotografia: Ronaldo Alves
Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 13
SUPORTE TECIDO
Telas (pinturas), vestuário, tapetes, bandeiras, estandartes.
Higienização
. Passar uma trincha de cerda macia, em todo o verso da obra, removendo a sujida-
de superficial.
. Observar, na parte frontal, possíveis processos de degradação da camada pictóri-
ca. Em caso positivo, interromper o processo de higienização, registrar em ficha e
solicitar a avaliação de um especialista.
. Utilizar outra trincha, também de cerda macia, com o máximo de cuidado, não
havendo degradações.
Manuseio
. Manusear a obra sempre em posição horizontal.
. Transportar as obras uma a uma, evitando-se tocar diretamente nas telas.
. Nunca enrolar as telas. Caso seja inevitável, elas devem ser enroladas em cilindro
grosso, com a superfície pintada coberta por um papel neutro e voltada para fora.
Acondicionamento
. Obras em tecido nunca devem ser acondicionadas em sacos plásticos.
. Obras emolduradas devem ser acondicionadas de forma enfileirada, as maiores
atrás, as menores na frente, colocadas face a face, na posição vertical.
. As telas devem ser fixadas em traineis ou em uma estrutura de metalon.
. As obras em tecido nunca devem ser colocadas em contato direto com o chão.
. As peças de vestuários devem ser dependuradas em cabides acolchoados e forra-
dos com tecido sem cola.
14 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus
SUPORTE ESCULTURA
Madeira, metal, couro, porcelanas, cerâmica, pedras, acrílicos.
Higienização
. Usar trincha de cerda macia para retirar as sujidades.
Manuseio:
. Os objetos devem ser manuseados pela base, nunca pelas partes mais delicadas
. Os objetos grandes devem ser manuseados por duas ou mais pessoas.
Acondicionamento
. Os objetos devem ser acondicionados em estante de metal.
Acondicionamento de obras sobre tecido - Acervo Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves
Acondicionamento de esculturas - Acervo Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo
Alves
Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 15
EMBALAGEM
A embalagem é de extrema importância para que o transporte dos objetos ocorra
de forma correta e segura. Por isso, devem ser acondicionadas em caixotes sólidos
de madeira.
Antes de encaixotados, cada objeto deve ser revestido de material específico:
. Em primeiro lugar, com papel no-woven (entretela de papel sem goma), papel de
seda ou similar. Em seguida, com plástico bolha, com as bolhas viradas para fora, e,
por último, com papel kraft ou papelão corrugado.
. As obras com vidro devem ser embaladas com malha de fita crepe.
. Fita adesiva, grampos, barbante ou cola não devem ser utilizados diretamente
sobre as obras.
. As peças devem ser embaladas uma a uma.
. As embalagens devem ser marcadas em seu exterior com instruções que facilitem
o manuseio.
. As marcações devem ser as convencionais, claras e legíveis (“PARA CIMA”, “FRÁ-
GIL”, “CUIDADO”).
Processo de desembalagem da obra.
Fotografia: Maria Cecília Drumond
16 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus
TRANSPORTE DAS OBRAS DE ARTE
O transporte de acervos envolve vários riscos, como vibrações, golpes, impactos
por batidas ou quedas, mudanças bruscas de temperatura que provocam sérios da-
nos às peças, como perda da camada pictórica, no caso de pinturas, ou até mesmo
fraturas.
Para o empréstimo e transporte de obras é necessário:
. Planejar o seguro das obras;
. Selecionar as informações que irão acompanhar a obra;
. Estabelecer escolta 24h/dia até a instituição de destino;
. Elaborar o laudo técnico do estado de conservação de cada obra, assinado por um
restaurador/conservador habilitado;
. Prever a presença de um courier para acompanhar todos os processos de embala-
gem, desembalagem, reembalagem e conferência dos laudos;
. Estudar a melhor forma de realizar a embalagem;
. Planejar todo processo de remoção das obras;
. manter em poder do técnico responsável toda a documentação relativa ao proces-
so de empréstimo das obras.
NORMAS DE CONDUTA / PREVENÇÃO E
SEGURANÇA
Treinamento da equipe de segurança: monitores e guardas de patrimônio:
. Preparar a sinalização relativa à movimentação do público dentro do museu
como:
Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 17
. Normas de comportamento (cigarro, comida, bebida, etc);
. Identificação de áreas públicas e privadas;
. Horário de funcionamento;
. Procedimentos para evacuação do museu em caso de emergência.
Outras observações:
. Efetuar vistoria diariamente, no início e final do expediente, para conferência dos
objetos expostos e averiguação de possíveis danos;
. Bolsas, sacolas e máquinas fotográficas devem ser deixadas na portaria ou guarda-
volumes;
. As áreas de acesso ao público devem estar constantemente sob vigilância;
. Os objetos em exposição não podem ser tocados;
. Em hipótese alguma os vigilantes e os funcionários da recepção podem abandonar
seu posto;
. Após o término do horário de visita, os vigilantes devem fazer uma vistoria minu-
ciosa nas salas de exposição, verificando fechamento de portas e de janelas;
. Os vigilantes devem usar uniforme para sua identificação imediata.
Acervo em Sala de Consulta:
. Utilizar guarda-volumes, antes da sala de consulta;
. Não permitir que o usuário fique sozinho no local;
. Solicitar ao usuário respeito às regras, como:
18 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus
- Usar luvas para manipular os documentos;
- Não apoiar os cotovelos sobre o material;
- Não molhar os dedos para virar as páginas de obras encadernadas;
- Não marcar documentos com clipes, dobras;
- Não permitir bebida, fumo e alimentos na Sala de Consulta.
. Cadastrar os usuários;
. Conferir o acervo na entrega e na devolução;
. Incluir nas regras da sala: condições de acesso, permissão para reprodução e ta-
rifas;
. Conservar a sala em condições climáticas adequadas.
Uma Política de Prevenção e Segurança em Museus engloba responsabilidades que
vão muito além de uma simples instalação de alarme contra incêndio e intrusão.
Prevenção e Segurança incluem:
. Proteção ambiental: avaliação e prevenção para deslizamento de encosta, enchen-
tes;
. Segurança das áreas externas: fiscalização da área externa 24 horas, reforço nas
medidas de defesa, tais como cães, cercas;
. Segurança do prédio: controle de chaves, manutenção, vistorias;
. Proteção contra roubo: vigilância, alarme contra intrusão, CITV;
. Proteção contra incêndio: alarme, detector de fumaça, extintores;
. Segurança do acervo: documentação, inventário, controle de localização e mapea-
mento, controle de acesso aos bens;
. Segurança das pessoas – público e funcionários: controle de entrada, identifica-
ção, etc;
. Contratação de seguro “all risks”.
Procedimentos para assegurar uma boa prevenção em caso de empréstimo para
exposições em outras instituições:
PREVENÇÃO E SEGURANÇA EM MUSEUS
Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 19
. Elaboração e aprovação de um projeto de segurança pelo Corpo de Bombeiros
. Designação e capacitação de profissional a um responsável para:
- Instrução o corpo funcional para prevenir incêndio;
- Requisição do serviço de bombeiro local, assistência, vistoria e treinamento de
prevenção;
- Planejamento de ações para casos de incêndio, observando: a desocupação hu-
mana da área e o resgate do acervo de acordo com prioridades previamente defi-
nidas;
- Planejamento e realização de treinamentos periódicos.
. Programação de vistorias técnicas periódicas e edificação no entorno;
. Manutenção periódica dos equipamentos: ventilador, extintor de incêndio, apare-
lhos elétricos;
. Controle de acesso do público externo e circulação independente para funcioná-
rios;
. Identificação e controle de funcionários no prédio: uso obrigatório de crachá, proi-
bição de permanência e o acesso fora do horário de trabalho.
Segurança da Área Externa:
. Fiscalização da área externa 24 horas/dia;
. Iluminação externa instalada por todo o perímetro da edificação, para provocar
intimidação;
. Inspeção e controle do crescimento da vegetação próxima à edificação, incluindo
orientações sobre a poda de árvores e o monitoramento das raízes.
As árvores podem ocultar janelas e outros tipos de aberturas, facilitar o acesso e o
esconderijo de pessoas e objetos e ainda ocasionar danos como queda de galhos
sobre o prédio e as pessoas.
Segurança do Prédio:
. Elaboração de um cronograma de manutenção do prédio (calhas, telhados, insta-
lação elétrica, etc.). A entrada de pessoal da manutenção e de pessoal para mon-
tagem de exposição deve ser acompanhada por um funcionário da Instituição e
mediante autorização por escrito;
20 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus
. Rigor no controle das chaves de todos os cômodos e locais de acesso ao prédio,
estabelecendo:
- Normas e rotinas para registro, utilização e guarda das chaves;
- Política rígida quanto à entrega, posse e depósito das chaves;
- Distribuição das chaves mediante registro em livro;
- Registro em livro da movimentação diária das chaves;
- Substituição das fechaduras e segredo das chaves de portas internas em caso de
qualquer tipo de problema ou dúvida, sem anunciar;
- Troca de segredos das fechaduras das portas externas regularmente, sem anun-
ciar;
- Instalação e manutenção de equipamentos/medidas de proteção física, para a
segurança preventiva: detectores de fumaça, barreiras físicas (fitas, faixas de chão,
postes), outros tipos de proteção física (CITV).
Controle de acesso e da segurança de terceiros:
. Sinalização das áreas com restrição de acesso;
. Identificação prévia e acompanhamento de visitantes em áreas restritas;
. Controle do acesso aos prestadores de serviços (empresas e pessoas físicas), por
meio de cadastros, autorizações por escrito, identificações por crachás, registros de
entrada e saída;
. Controle da ocupação nas áreas de circulação e de visitação, para evitar a superpo-
pulação e garantir a proteção de todas as pessoas na instituição;
. Implantação e divulgação de normas de segurança, prevendo sanções para o caso
de seu descumprimento;
. Elaboração de programas de segurança para situações de emergência;
. Elaboração e disponibilização de instruções e procedimentos em caso de incêndio,
segundo orientações da brigada ou dos bombeiros.
Segurança do Acervo:
. Mapeamento e monitoramento do acervo: em exposição; na reserva técnica; em
empréstimo temporário; em processo de restauro.
Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 21
. Sistematização do acervo institucional por meio de seu processamento técnico:
registro; identificação e classificação dos objetos; arranjo em coleções; inventário
dos itens; reprodução fotográfica dos itens; informatização e disponibilização das
informações em banco de dados;
. Padronização dos instrumentos de pesquisa;
. Implantação de sistema de registro também para os acervos temporários;
. Comunicação imediata sobre perdas, violações e prejuízos ao acervo;
. Reconhecimento da Reserva Técnica como área de alta segurança e de acesso
restrito;
. Realização de conferência diária do acervo em exposição (horário de abertura e
de fechamento);
. Elaboração de planos de escoamento e remoção de acervo para casos de emer-
gência, estabelecendo prioridades.
22 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus
CADERNO de diretrizes museológicas I.Brasília: Ministério da Cultura/Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Departamento de Museus e Centros
Culturais. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Cultura/Superintendência de
Museus, 2006. 2º Edição
Política de Segurança para Bibliotecas, Arquivos e Museus/Museu de Astronomia
e Ciências Afins; Museu Villa-Lobos. Rio de Janeiro: MAST, 2006.
Resource: The Council fo Museums, Archives and Libraries. Tradução: Maurício O.
Santos, Patrícia Ceschi. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Vitae,
2003. (Série Museologia: roteiros práticos; 4).
ReferênciasBibliográficas
Superintendência de Museus e Artes Visuais - SUMAV
Av. João Pinheiro, 342 | Funcionários | Belo Horizonte, MG
CEP: 30130180
Tel.: (31) 3269-1168
Site: www.cultura.mg.gov.br
E-mail: sum.comunicacao@cultura.mg.gov.br
Museu Mineiro
Avenida João Pinheiro, 342
Funcionários |Belo Horizonte, MG
Tel.: (31) 3269-1168
E-mail: museumineiro@cultura.mg.gov.br
Museu Casa Guignard
Rua Conde de Bobadela(antiga Rua Direita), 110
Centro | Ouro Preto, MG
Tel.: (31) 3551-5155
E-mail: museuguignard@cultura.mg.gov.br
Museu Casa Alphonsus de Guimaraens
Rua Direita, 35 | Centro | Mariana, MG
Tel.: (31) 3557-3259
E-mail: museualphonsusguimaraes@cultura.mg.gov.br
Museu Casa Guimarães Rosa
Rua Padre João, 744 | Centro | Cordisburgo, MG
Tel.: (31) 3715-1425
E-mail: museuguimaraesrosa@cultura.mg.gov.br
Museu do Crédito Real
Rua Getúlio Vargas, 455 | Centro | Juiz de Fora, MG
Tel.: (32) 3211-0770
E-mail: museucreditoreal@cultura.mg.gov.br

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  • 1. 1 Gestão de Segurança e Conservação em Museus Superintendência de Museus e Artes Visuais Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais coleção Falando de... Belo Horizonte
  • 2. GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAIS Antônio Augusto Junho Anastasia SECRETÁRIA DE ESTADO DE CULTURA Eliane Parreiras SECRETÁRIA ADJUNTA Maria Olívia de Castro e Oliveira SUPERINTENDENTE DE MUSEUS E ARTES VISUAIS Léo Bahia ASSESSORA DA SUPERINTENDÊNCIA DE MUSEUS E ARTES VISUAIS Ana Maria Azeredo Furquim Werneck DIRETORA DE DESENVOLVIMENTO DE AÇÕES MUSEAIS Silvana Cançado Trindade DIRETORA DE GESTÃO DE ACERVOS MUSEOLÓGICOS Maria Inez Cândido DIRETOR DE DESENVOLVIMENTO DE LINGUAGENS MUSEOLÓGICAS Thiago Carlos Costa MUSEU CASA GUIMARÃES ROSA Ronaldo Alves de Oliveira MUSEU MINEIRO Francisco Magalhães MUSEU DO CRÉDITO REAL José Roberto Dilly MUSEU CASA GUIGNARD Gélcio Fortes MUSEU CASA APHONSUS DE GUIMARAENS Ana Cláudia Rôla Santos PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO E EDITORAÇÃO Fernanda Camas Marques REVISÃO DE TEXTO Lyslei Nascimento
  • 3. Para a Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, lançar estes quatro ca- dernos “Falando de...”, por intermédio da Superintendência de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais, é cumprir com algumas de suas diretrizes básicas: de- mocratização do acesso à cultura, difusão da informação e capacitação de pesso- al para gerir aparelhos culturais. Os cadernos estão publicados na seguinte ordem: - Caderno 1 – Falando de Gestão e Conservação em Museus. Os interessados terão, neste primeiro volume, informações sobre as práticas de preservação e de conservação de obras de arte dentro do museu e da reserva técnica; - Caderno 2 – Falando de Planejamento Museológico. Este volume servirá de base para que os técnicos possam construir um Plano Museológico, que deverá responder a questões sobre o que fazer, para quem fazer, como fazer, com que meios fazer e quando fazer as ações no museu; - Caderno 3 – Falando de Planejamento e Gestão de Exposições em Museus. Nes- te volume, serão apresentadas as etapas relacionadas à exposição no museu. Uma planilha, que servirá de roteiro para a realização da exposição, acompanha o exemplar; - Caderno 4 – Falando de Ação Educativa em Museus. Nesta etapa, o volume disponibilizará ao interessado noções sobre o que é uma ação educativa; sobre como construir uma relação entre a exposição e o visitante e sobre as normas de conduta que os profissionais que trabalham na ação educativa devem adotar. Estes cadernos não pretendem esgotar os assuntos tratados, antes servir de ponto de partida para que os gestores e interessados na área museológica pos- sam ter uma direção, um auxílio para o início de seus trabalhos, ficando a Supe- rintendência de Museus e Artes Visuais disponível para o aprofundamento das questões e orientações que se fizerem necessárias. Eliane Parreiras Secretária de Estado de Cultura de Minas Gerais Belo Horizonte, 04 de abril de 2011 Belo
  • 4. Gestão de Segurança e Conservação em Museus: Caderno 01. Drumond, Maria Cecília de Paula; Teixeira, Raquel; Dias, Tereza Cristina de Souza; Melo, Litza Libero Alencar e. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Cultura/ Superin- tendência de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais, 2010. 24 p. : il. Inclui Bibliografia ISBN: 978-85-99528-28-0 1. Museus. 2. Museologia. 3. Museus-Acervo. I. Drumond, Maria Cecília de Paula; II. Teixeira, Raquel; III. Dias, Tereza Cristina de Souza; IV. Melo, Litza Libero Alencar e. CDD 069
  • 5. sumário Apresentação 6 Preservação e Conservação de Obras de Arte 7 O Profissional Envolvido na Execução do Trabalho no Atelier 8 Ambiente de Guarda do Acervo/Reserva 9 Identificação/Ficha 10 Higienização, Manuseio, Acondicionamento 11 Normas de Conduta/Prevenção e Segurança 16 Prevenção e Segurança em Museus 18 Referências Bibliográficas 22
  • 6. 6 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus Apresentação A Superintendência de Museus e Artes Visuais, da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, tem por finalidade trabalhar pela implementação e pela consolidação das políticas de Museus e das Artes Visuais para o Estado de Minas Gerais, de acordo com os princípios de preservação, promoção e acesso ao patrimônio cultural. Desse modo, ela atende a uma de suas principais ações, que consiste em promover a apli- cação e a disseminação de conceitos e práticas que visem ao incentivo, à valorização e ao aprimoramento das atividades relacionadas a museus e às artes visuais. A partir dessa orientação, o lançamento da coleção de publicações técnicas, Falando de..., tem por objetivo estimular a troca de experiências adquiridas pelo corpo técni- co da SUMAV com o público e interessados no universo museológico. Ao utilizar uma linguagem didática, a coleção se configura como um pequeno manual de ação para as instituições museológicas, profissionais e estudantes da área em geral. O objetivo e expectativa em torno dessas publicações, que serão disponibilizadas na web para download gratuito (www.cultura.mg.gov.br), é o de promover a democrati- zação e a interiorização da informação para o campo museológico em Minas Gerais. Espera-se, desse modo, ampliar o fortalecimento das ações promovidas pela Superin- tendência de Museus e Artes Visuais ao longo de sua existência. Léo Bahia Superintendente de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais Ana Maria Azeredo Furquim Werneck Assessora da Superintendência de Museus e Artes Visuais de Minas Gerais
  • 7. Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 7 Preservar Significa observar previamente. Prever os riscos, as possíveis alterações e os danos que colocam em risco a integri- dade de um bem cultural. Não basta apenas guardar um objeto, é preciso, também, conservá-lo. Conservação Significa resguardar de danos. São medidas preventivas que devem ser tomadas para prolongar a vida útil do ob- jeto. Restauração É uma intervenção específica e cautelosa que deve ser executada por um especia- lista, cujo resultado objetive a recuperação da obra, sem alterá-la. Atelier Local ambientado e equipado para a realização de atividades ligadas à conservação preventiva e restauração (pequenas intervenções) de bens culturais móveis. Nesse espaço, tal devem ser observados cuidados específicos com relação à iluminação, à ventilação, à segurança e ao mobiliário. A iluminação pode ser natural ou artificial. PRESERVAÇÃO E CONSERVAÇÃO DE OBRAS DE ARTE Lupa, balança e câmara de desinfestação - Equipamentos utilizados no processo de restauração Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves
  • 8. 8 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus . Utilizar luvas de algodão, ou do tipo cirúrgicas, avental, máscara e toca para o cabelo, durante o manuseio; . Evitar fazer refeições no atelier; . Evitar o transporte desnecessário do objeto; . Evitar o uso de materiais que possam manchar o acervo. O PROFISSIONAL ENVOLVIDO NA EXECUÇÃO DO TRABALHO NO ATELIER Imagens do processo de restauração - Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves A ventilação do ambiente é de grande importância, seja ela natural ou artificial. O mobiliário apropriado deve constar de mesa de grandes dimensões, protegida por papel kraft em toda a sua extensão, armários para acondicionamento do acervo e cadeiras confortáveis. Para se garantir a segurança do atelier, a circulação de pesso- as no local deve ser controlada, as janelas e as portas devem dispor de trancas ade- quadas e devem estar sinalizadas e desobstruídas as saídas de emergência. Quando natural, devem ser observados: o posicionamento da janela, a intensidade de luz e a criação de uma barreira, impedindo, assim, a incidência direta de luz sobre o acervo.
  • 9. Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 9 AMBIENTE DE GUARDA DO ACERVO/ RESERVA . Estabelecer a Reserva Técnica como área de alta segurança; . Observar a localização das janelas em relação à exposição das obras, evitando a incidência direta de sol sobre elas; . Evitar a colocação de peças na direção de correntes de ar vindas de portas e jane- las; . Manter o mobiliário afastado das paredes, propiciando a ventilação; . Realizar inspeção periódica nos espaços, verificando as condições dos telhados, das paredes internas e externas do prédio; . Observar a ocorrência de vazamentos, goteiras, infiltrações e rachaduras; . Observar possíveis defeitos em tomadas, odores de queimado, fios elétricos ex- postos ou lâmpadas que queimam freqüentemente; . Propiciar a troca de ar, inserindo ventiladores; . Elaborar planos de escoamento e de remoção de acervo em casos de emergência, estabelecendo prioridades; . Registrar qualquer remoção de acervo; . Responsabilizar os funcionários encarregados da guarda do acervo pelo controle do acesso à Reserva Técnica; . Programar leituras periódicas da umidade relativa e da temperatura, utilizando equipamentos adequados como: Recomendam-se os seguintes cuidados na limpeza da reserva: . Não usar pano úmido na limpeza do chão e dos objetos; Data Logger e Termohigrógrafo - Fotografias: Ronaldo Alves
  • 10. 10 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus . Usar sempre aspirador de pó, para não levantar poeira, e flanela seca para limpeza do mobiliário; . Observar, durante a limpeza, se há excrementos de cupim, asas de insetos, túneis (galerias externas) e pequenos orifícios próximos às obras ou no piso das salas de exposição. Principais causas de degradação de acervos . Luz, Temperatura e Umidade; . Agentes Biológicos: insetos xilófagos; fungos e bactérias; traças, baratas e roedores; . Agentes Químicos: poluentes e poeira; . Agentes Mecânicos: vandalismo e manuseio inadequado. IDENTIFICAÇÃO/FICHA Implantar um sistema de registro, lembrando que a marcação deste número não pode causar nenhum tipo de dano ao acervo, não pode interferir na estética e nem comprometer seu valor. Primeiramente deve-se estabelecer o arranjo de coleções do acervo; em seguida, estabelecer a categoria e criar o código de inventário. Etiquetas de identificação - Acervo Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves Esteriler - Equipamento usado no combate a fungos - Fotografia: Ronal- do Alves
  • 11. Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 11 HIGIENIZAÇÃO, MANUSEIO, ACONDICIO- NAMENTO Higienização . Remoção de materiais inadequados como clips e grampos. . Remoção de poeira e de sujidades superficiais, com uma trincha ou pincel bem macio, sobre o documento. Em caso de livro, em todas as folhas, observando-se sempre a presença de traças, cupins e fungos. A limpeza de uma fotografia deve ser feita, sempre com a emulsão voltada para cima. . A limpeza deve ser iniciada sempre do centro para as bordas. No caso de livros, deve-se limpar bem a união entre as folhas, porque as larvas vivas geralmente se alojam nas costuras. . Àlcool, benzina, água ou qualquer outro produto de limpeza não devem ser utili- zados. Manuseio . Todas as obras devem ser mantidas com a face voltada para cima. Acondicionamento de Obras sobre o Papel - Acervo Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves SUPORTE PAPEL Documentos, gravuras, fotografias, desenhos, jornais, recortes de jornais, cartões postais, cartas, livros, revistas, mapas.
  • 12. 12 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus . A obra sobre papel nunca pode ser enrolada. Caso seja inevitável, deve ser coloca- da em um cilindro grosso. . As peças sobre papel que não estão emolduradas ou encadernadas devem ser carregadas sobre uma folha limpa. . As obras encadernadas devem ser manuseadas cuidadosamente. . Para documentos freqüentemente manuseados por pesquisadores, estudantes e visitantes, recomenda-se o uso de reproduções. . Não usar clipes, grampos, fitas adesivas, etiquetas, colas. . Não escrever nos documentos. Acondicionamento . As obras sobre papel devem ser guardadas em mapotecas ou sobre uma superfície plana, maior que a dimensão das obras. . Quando empilhadas, as obras devem ser intercaladas por folhas de papel com PH neutro. . Quando as obras forem emolduradas, deve-se usar passe-partout. . Os livros devem ser acondicionados em caixas de PH neutro. . Não guardar as obras em ambientes que recebam luz solar direta sobre os arqui- vos e lugares úmidos. Acondicionamento de filme fotográfico Fotografia: Ronaldo Alves
  • 13. Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 13 SUPORTE TECIDO Telas (pinturas), vestuário, tapetes, bandeiras, estandartes. Higienização . Passar uma trincha de cerda macia, em todo o verso da obra, removendo a sujida- de superficial. . Observar, na parte frontal, possíveis processos de degradação da camada pictóri- ca. Em caso positivo, interromper o processo de higienização, registrar em ficha e solicitar a avaliação de um especialista. . Utilizar outra trincha, também de cerda macia, com o máximo de cuidado, não havendo degradações. Manuseio . Manusear a obra sempre em posição horizontal. . Transportar as obras uma a uma, evitando-se tocar diretamente nas telas. . Nunca enrolar as telas. Caso seja inevitável, elas devem ser enroladas em cilindro grosso, com a superfície pintada coberta por um papel neutro e voltada para fora. Acondicionamento . Obras em tecido nunca devem ser acondicionadas em sacos plásticos. . Obras emolduradas devem ser acondicionadas de forma enfileirada, as maiores atrás, as menores na frente, colocadas face a face, na posição vertical. . As telas devem ser fixadas em traineis ou em uma estrutura de metalon. . As obras em tecido nunca devem ser colocadas em contato direto com o chão. . As peças de vestuários devem ser dependuradas em cabides acolchoados e forra- dos com tecido sem cola.
  • 14. 14 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus SUPORTE ESCULTURA Madeira, metal, couro, porcelanas, cerâmica, pedras, acrílicos. Higienização . Usar trincha de cerda macia para retirar as sujidades. Manuseio: . Os objetos devem ser manuseados pela base, nunca pelas partes mais delicadas . Os objetos grandes devem ser manuseados por duas ou mais pessoas. Acondicionamento . Os objetos devem ser acondicionados em estante de metal. Acondicionamento de obras sobre tecido - Acervo Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves Acondicionamento de esculturas - Acervo Museu Mineiro - Fotografias: Ronaldo Alves
  • 15. Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 15 EMBALAGEM A embalagem é de extrema importância para que o transporte dos objetos ocorra de forma correta e segura. Por isso, devem ser acondicionadas em caixotes sólidos de madeira. Antes de encaixotados, cada objeto deve ser revestido de material específico: . Em primeiro lugar, com papel no-woven (entretela de papel sem goma), papel de seda ou similar. Em seguida, com plástico bolha, com as bolhas viradas para fora, e, por último, com papel kraft ou papelão corrugado. . As obras com vidro devem ser embaladas com malha de fita crepe. . Fita adesiva, grampos, barbante ou cola não devem ser utilizados diretamente sobre as obras. . As peças devem ser embaladas uma a uma. . As embalagens devem ser marcadas em seu exterior com instruções que facilitem o manuseio. . As marcações devem ser as convencionais, claras e legíveis (“PARA CIMA”, “FRÁ- GIL”, “CUIDADO”). Processo de desembalagem da obra. Fotografia: Maria Cecília Drumond
  • 16. 16 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus TRANSPORTE DAS OBRAS DE ARTE O transporte de acervos envolve vários riscos, como vibrações, golpes, impactos por batidas ou quedas, mudanças bruscas de temperatura que provocam sérios da- nos às peças, como perda da camada pictórica, no caso de pinturas, ou até mesmo fraturas. Para o empréstimo e transporte de obras é necessário: . Planejar o seguro das obras; . Selecionar as informações que irão acompanhar a obra; . Estabelecer escolta 24h/dia até a instituição de destino; . Elaborar o laudo técnico do estado de conservação de cada obra, assinado por um restaurador/conservador habilitado; . Prever a presença de um courier para acompanhar todos os processos de embala- gem, desembalagem, reembalagem e conferência dos laudos; . Estudar a melhor forma de realizar a embalagem; . Planejar todo processo de remoção das obras; . manter em poder do técnico responsável toda a documentação relativa ao proces- so de empréstimo das obras. NORMAS DE CONDUTA / PREVENÇÃO E SEGURANÇA Treinamento da equipe de segurança: monitores e guardas de patrimônio: . Preparar a sinalização relativa à movimentação do público dentro do museu como:
  • 17. Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 17 . Normas de comportamento (cigarro, comida, bebida, etc); . Identificação de áreas públicas e privadas; . Horário de funcionamento; . Procedimentos para evacuação do museu em caso de emergência. Outras observações: . Efetuar vistoria diariamente, no início e final do expediente, para conferência dos objetos expostos e averiguação de possíveis danos; . Bolsas, sacolas e máquinas fotográficas devem ser deixadas na portaria ou guarda- volumes; . As áreas de acesso ao público devem estar constantemente sob vigilância; . Os objetos em exposição não podem ser tocados; . Em hipótese alguma os vigilantes e os funcionários da recepção podem abandonar seu posto; . Após o término do horário de visita, os vigilantes devem fazer uma vistoria minu- ciosa nas salas de exposição, verificando fechamento de portas e de janelas; . Os vigilantes devem usar uniforme para sua identificação imediata. Acervo em Sala de Consulta: . Utilizar guarda-volumes, antes da sala de consulta; . Não permitir que o usuário fique sozinho no local; . Solicitar ao usuário respeito às regras, como:
  • 18. 18 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus - Usar luvas para manipular os documentos; - Não apoiar os cotovelos sobre o material; - Não molhar os dedos para virar as páginas de obras encadernadas; - Não marcar documentos com clipes, dobras; - Não permitir bebida, fumo e alimentos na Sala de Consulta. . Cadastrar os usuários; . Conferir o acervo na entrega e na devolução; . Incluir nas regras da sala: condições de acesso, permissão para reprodução e ta- rifas; . Conservar a sala em condições climáticas adequadas. Uma Política de Prevenção e Segurança em Museus engloba responsabilidades que vão muito além de uma simples instalação de alarme contra incêndio e intrusão. Prevenção e Segurança incluem: . Proteção ambiental: avaliação e prevenção para deslizamento de encosta, enchen- tes; . Segurança das áreas externas: fiscalização da área externa 24 horas, reforço nas medidas de defesa, tais como cães, cercas; . Segurança do prédio: controle de chaves, manutenção, vistorias; . Proteção contra roubo: vigilância, alarme contra intrusão, CITV; . Proteção contra incêndio: alarme, detector de fumaça, extintores; . Segurança do acervo: documentação, inventário, controle de localização e mapea- mento, controle de acesso aos bens; . Segurança das pessoas – público e funcionários: controle de entrada, identifica- ção, etc; . Contratação de seguro “all risks”. Procedimentos para assegurar uma boa prevenção em caso de empréstimo para exposições em outras instituições: PREVENÇÃO E SEGURANÇA EM MUSEUS
  • 19. Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 19 . Elaboração e aprovação de um projeto de segurança pelo Corpo de Bombeiros . Designação e capacitação de profissional a um responsável para: - Instrução o corpo funcional para prevenir incêndio; - Requisição do serviço de bombeiro local, assistência, vistoria e treinamento de prevenção; - Planejamento de ações para casos de incêndio, observando: a desocupação hu- mana da área e o resgate do acervo de acordo com prioridades previamente defi- nidas; - Planejamento e realização de treinamentos periódicos. . Programação de vistorias técnicas periódicas e edificação no entorno; . Manutenção periódica dos equipamentos: ventilador, extintor de incêndio, apare- lhos elétricos; . Controle de acesso do público externo e circulação independente para funcioná- rios; . Identificação e controle de funcionários no prédio: uso obrigatório de crachá, proi- bição de permanência e o acesso fora do horário de trabalho. Segurança da Área Externa: . Fiscalização da área externa 24 horas/dia; . Iluminação externa instalada por todo o perímetro da edificação, para provocar intimidação; . Inspeção e controle do crescimento da vegetação próxima à edificação, incluindo orientações sobre a poda de árvores e o monitoramento das raízes. As árvores podem ocultar janelas e outros tipos de aberturas, facilitar o acesso e o esconderijo de pessoas e objetos e ainda ocasionar danos como queda de galhos sobre o prédio e as pessoas. Segurança do Prédio: . Elaboração de um cronograma de manutenção do prédio (calhas, telhados, insta- lação elétrica, etc.). A entrada de pessoal da manutenção e de pessoal para mon- tagem de exposição deve ser acompanhada por um funcionário da Instituição e mediante autorização por escrito;
  • 20. 20 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus . Rigor no controle das chaves de todos os cômodos e locais de acesso ao prédio, estabelecendo: - Normas e rotinas para registro, utilização e guarda das chaves; - Política rígida quanto à entrega, posse e depósito das chaves; - Distribuição das chaves mediante registro em livro; - Registro em livro da movimentação diária das chaves; - Substituição das fechaduras e segredo das chaves de portas internas em caso de qualquer tipo de problema ou dúvida, sem anunciar; - Troca de segredos das fechaduras das portas externas regularmente, sem anun- ciar; - Instalação e manutenção de equipamentos/medidas de proteção física, para a segurança preventiva: detectores de fumaça, barreiras físicas (fitas, faixas de chão, postes), outros tipos de proteção física (CITV). Controle de acesso e da segurança de terceiros: . Sinalização das áreas com restrição de acesso; . Identificação prévia e acompanhamento de visitantes em áreas restritas; . Controle do acesso aos prestadores de serviços (empresas e pessoas físicas), por meio de cadastros, autorizações por escrito, identificações por crachás, registros de entrada e saída; . Controle da ocupação nas áreas de circulação e de visitação, para evitar a superpo- pulação e garantir a proteção de todas as pessoas na instituição; . Implantação e divulgação de normas de segurança, prevendo sanções para o caso de seu descumprimento; . Elaboração de programas de segurança para situações de emergência; . Elaboração e disponibilização de instruções e procedimentos em caso de incêndio, segundo orientações da brigada ou dos bombeiros. Segurança do Acervo: . Mapeamento e monitoramento do acervo: em exposição; na reserva técnica; em empréstimo temporário; em processo de restauro.
  • 21. Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus 21 . Sistematização do acervo institucional por meio de seu processamento técnico: registro; identificação e classificação dos objetos; arranjo em coleções; inventário dos itens; reprodução fotográfica dos itens; informatização e disponibilização das informações em banco de dados; . Padronização dos instrumentos de pesquisa; . Implantação de sistema de registro também para os acervos temporários; . Comunicação imediata sobre perdas, violações e prejuízos ao acervo; . Reconhecimento da Reserva Técnica como área de alta segurança e de acesso restrito; . Realização de conferência diária do acervo em exposição (horário de abertura e de fechamento); . Elaboração de planos de escoamento e remoção de acervo para casos de emer- gência, estabelecendo prioridades.
  • 22. 22 Falando de...Gestão de Segurança e Conservação em Museus CADERNO de diretrizes museológicas I.Brasília: Ministério da Cultura/Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Departamento de Museus e Centros Culturais. Belo Horizonte: Secretaria de Estado de Cultura/Superintendência de Museus, 2006. 2º Edição Política de Segurança para Bibliotecas, Arquivos e Museus/Museu de Astronomia e Ciências Afins; Museu Villa-Lobos. Rio de Janeiro: MAST, 2006. Resource: The Council fo Museums, Archives and Libraries. Tradução: Maurício O. Santos, Patrícia Ceschi. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Vitae, 2003. (Série Museologia: roteiros práticos; 4). ReferênciasBibliográficas
  • 23.
  • 24. Superintendência de Museus e Artes Visuais - SUMAV Av. João Pinheiro, 342 | Funcionários | Belo Horizonte, MG CEP: 30130180 Tel.: (31) 3269-1168 Site: www.cultura.mg.gov.br E-mail: sum.comunicacao@cultura.mg.gov.br Museu Mineiro Avenida João Pinheiro, 342 Funcionários |Belo Horizonte, MG Tel.: (31) 3269-1168 E-mail: museumineiro@cultura.mg.gov.br Museu Casa Guignard Rua Conde de Bobadela(antiga Rua Direita), 110 Centro | Ouro Preto, MG Tel.: (31) 3551-5155 E-mail: museuguignard@cultura.mg.gov.br Museu Casa Alphonsus de Guimaraens Rua Direita, 35 | Centro | Mariana, MG Tel.: (31) 3557-3259 E-mail: museualphonsusguimaraes@cultura.mg.gov.br Museu Casa Guimarães Rosa Rua Padre João, 744 | Centro | Cordisburgo, MG Tel.: (31) 3715-1425 E-mail: museuguimaraesrosa@cultura.mg.gov.br Museu do Crédito Real Rua Getúlio Vargas, 455 | Centro | Juiz de Fora, MG Tel.: (32) 3211-0770 E-mail: museucreditoreal@cultura.mg.gov.br