O seminário discute tecidos e sua conservação em museus e coleções brasileiros, abordando origem de fibras têxteis, deterioração, conservação, armazenamento e exposição. Destaca experiências de conservação no Museu Histórico Nacional do Chile e no Museu Paulista, São Paulo, enfatizando a importância da documentação para gestão e preservação de acervos têxteis.
2. O seminário é um instrumento pedagógico que
tem como objetivo informar dados sobre o
assunto a ser investigado - TECIDOS E SUA
CONSERVAÇÃO NO BRASIL – MUSEUS E
COLEÇÕES
3. ORIGEM
FIBRA TÊXTIL - são classificadas em: Naturais e Não Naturais.
Naturais
Animais: Secreção Glandular - sedas (bicho da seda)
Vegetais: Semente – algodão, sumaúma (Há quem diga que elas originaram
rios e igarapés da Amazônia.
Fibras não Naturais
Artificiais/celulósicas – viscose
Sintéticas – Poliamida (nylon), Poliester e Acrílica.
Inorgânicas – vidro e metal
4. - O Conservador examina primeiro cada peça para identificar os
materiais dos componentes e o estado em que se encontra
individualmente para então, considerar em que medida os materiais
vão continuar a envelhecer e interagir.
- Alguns exemplos a citar incluem o uso de cortes estratigráficos para
estudos de têxteis com pinturas e a radiografia de suas várias camadas.
Para isto se realizam diagnósticos, tratamento de conservação e
restauração, além das atividades referentes à conservação preventiva.
5. Deterioração
- Um têxtil exposto a luz tende a descolorir e ocasionar a perda e a
flexibilidade da fibra e acelera o envelhecimento das fibras.
- Outro fator de degradação é a umidade e temperatura.
- A deterioração pode ser através da poeira e contaminação
atmosférica, pois atraem a umidade que corrói as fibras e favorece o
crescimento dos insetos, desta forma.
6.
7. Conservação
- A Conservação Preventiva visa assegurar vida longa ao patrimônio
documental, diminuindo tanto quanto possível a necessidade de
qualquer intervenção futura, é defender os bens culturais da ação de
agentes químicos, físicos e biológicos que os atacam, dando aos bens
um tratamento correto e a permanente fiscalização das condições
ambientais, manuseio e armazenamento.
- A conservação-restauração é o conjunto de práticas específicas,
destinadas a estabilizar o bem cultural sob a forma física em que se
encontra, ou no máximo, recuperando os elementos que o tornem
compreensível e utilizável, caso tenham deixado de sê-lo.
8. Armazenamento
- A seleção de materiais no armazenamento é um dos aspectos que
requer atenção especial.
- Em alguns Museus réplicas são apresentadas, enquanto os artefatos
originais ficam intocáveis em vitrines com monitoramentos específicos de
temperatura e umidade relativa do ar, desta forma, o tempo de vida será
prorrogado.
Conservação de estofados
À conservação dos estofados em têxteis, nos museus e casas históricas
resulta na soma de investigação, preservação e apresentação, os quais
representam uma variedade de desafios técnicos e soluções no acesso das
estruturas internas ocultas para fins de investigação e tratamento.
9. - Conseqüentemente, os resultados documentais podem ser menores
quando o objeto apresentar um estado de conservação mais completo
O raio X pode ser uma ferramenta eficiente de exame aplicada à uma
cadeira do século XIX, a qual proporcionou um maior entendimento
sobre a configuração e espectro dos materiais ocultos dentro das
estruturas do estofado.
- O exame não intervencionista e as técnicas de documentação por
não envolverem os materiais foi adotada no exame mais aprofundado
em uma cadeira do século XVII e as áreas parcialmente soltas ou
faltantes foram examinadas, usando ferramentas e técnicas básicas,
incluindo a ampliação, iluminação ultravioleta e a normal
10. - O raios X pode ser uma ferramenta eficiente de exame aplicada à
uma cadeira do século XIX, a qual proporcionou um maior
entendimento sobre a configuração e espectro dos materiais ocultos
dentro das estruturas do estofado.
Tratamentos intervencionistas: questões éticas e
práticas
- Tratamento
11. A compensação para a perda da forma e volume do enchimento
original de espuma foi conseguido com a adição de enchimentos
adequados à conservação, que ajudaram na sustentação do tecido de
revestimento e no restabelecimento do formato original da cadeira
Race. Com a finalidade de minimizar danos à estrutura do sofá de
Audley End durante as camadas estofadas foi não inserir todas as
tachas, embrulhando-se o madeiramento (mais interno) firmemente
com o tecido de linho, criando uma base sobre a qual a maioria das
camadas reintroduzidas pôde ser costurada.
De acordo com a conclusão de Kathryn Gill a conservação de estofados
tem como metas: a documentação e preservação dos materiais e das
evidências de tecnologia e de uso do objeto; ajudar a prevenir danos
futuros e, quando a reconstrução é considerada apropriada,
apresentar o estofado com a aparência tão próxima do original quanto
possível.
12. Cabe aqui salientar que os estofados são confeccionados com uma
estrutura de madeira e as madeiras empregadas como todo o material
orgânico, são vulneráveis as variações das condições ambientais
(principalmente referentes à mudanças de UR e T). Desta forma,
requerem cuidados especiais quando são retiradas de seu ambiente de
origem para serem expostas em outros locais.
13.
14. Em 1977 no Museo San Miguel de Azapa foram dados os primeiros
passos na conservação de têxteis, inclusive sendo o primeiro lugar a
ter uma especialista na área;
Em 1978 foi criado um departamento têxtil no Museo Histórico
Nacional;
em 1981 foi criado um laboratório de conservação no Museu de Arte
Pré-Colombiana;
em 1987 foi criado o Comitê Nacional de Conservación têxtil
em 1995 foi criado o Centro Patrimonial de conservación textil de
Valparaíso;
em 1999 forma-se o museu da Moda Têxtil com uma grande coleção de
vestuário e especialistas em conservação
15. Museo Histórico Nacional do Chile
O Museo Histórico Nacional possui um rico patrimônio têxtil.
No inicio a dedicação maior era com a restauração dos têxteis,
atualmente a prioridade é para o manejo da coleção e a
conservação preventiva, inclusive com um trabalho mais
cientifico em um laboratório químico criado em 1996 para dar
apoio à pesquisa e solucionar problemas com a conservação dos
objetos têxteis.
A administração da coleção implica no conhecimento da
localização dos objetos em depósito, em exposição e em
transito.
Atualmente o museu faz o manejo integral das coleções tanto
dentro como nas exposições temporárias e conjuntas.
16. Etapas para conservação da coleção têxtil:
- recepção
- procedência
- armazenagem
- depósito
Sistemas de armazenagens:
- horizontal
- vertical ou pendurado
- enrolado em cilindros
17.
18.
19.
20. Exposição:
forma ideal é em vitrinas, e quando exposto, sempre longe ao toque
do publico, evitar períodos longos de exposição da peça. O suporte da
peça deve ser recriada o mais parecido com a silhueta do período
correspondente oferecendo ao visitante a informação correta e a
proteção adequada a conservação sem ferir a sua integridade.
Museu Paulista – São Paulo - Brasil
O departamento de Têxteis do Museu Paulista foi estruturado
pela conservadora têxtil Teresa Cristina Toledo de Paula e para
ela a roupa deve ser analisada quanto a sua procedência,
tecnologia de manufatura, uso de matéria prima, modelagem,
acabamentos.
21. Para fazer a analise desta fonte inerte, segundo a bibliografia de
Barreto 1982/4,durbin; Morris: Wilkinson 1990, Prown 1994, horto ;
Grunberg; Moteiro 1999, Taylor 2002, cinco questões devem ser
abordadas quando estudamos um artefato têxtil como um vestido por
exemplo:
1- Observação das características físicas.
2- Descrição ou Registro.
3- A identificação.
4- Exploração ou especulação do problema.
5- Pesquisa em outras fontes e programas de pesquisa.
A roupa deve ser tratada como documento histórico, apesar das
dificuldades de fontes para estudos, pois há um riquíssimo valor
histórico no que vestimos e na preservação do nosso patrimônio
cultural.
22. A documentação de acervos museológicos é o conjunto de informações sobre
cada um dos seus itens e, por conseguinte, a representação destes por meio da
palavra e da imagem (fotografia). Ao mesmo tempo é um sistema de
recuperação de informação capaz de transformar as coleções dos museus em
fontes de pesquisa científica ou instrumentos de transmissão de conhecimento
( Helena Ferrez).
Aspectos da documentação da coleção têxtil e vestuário do Museu Histórico
Nacional do Chile
A documentação de têxteis é importante, tanto para a gestão eficiente da
coleção, como para garantir sua preservação. Se um objeto está bem
documentado e existe um sistema de controle da localização das peças
diminuirá consideravelmente o seu manuseio
23. Para o processo de documentação de suas coleções o Departamento
Textil conta com as seguintes ferramentas:
Livros de registros
Ficha de inventário
Ficha de catalogação ou classificação
Base de dados Sur Internet
Glossário de terminologia
Listas de localização
24. Existem outras fontes complementares de documentação de objetos, tais
como:
Relatórios de projetos de pesquisa realizados sobre a coleção
Histórico de empréstimos dos objetos
Publicações
E na área de conservação:
Fichas técnicas
Relatórios dos tratamentos realizados
Ainda temos como tarefa pendente a redação do manual de
procedimentos que complementa as políticas de coleções, e que
incluirá a padronização dos seguintes itens:
Localização do número do inventário
Descrição do objeto
Registro de medidas
Rotulação de containers, entre outros
25. A pesquisa
Na área da documentação, realizaram-se nos últimos anos, três
projetos em torno da coleção têxtil:
Estudo da documentação do traje do Chile de 1750 a 1890.
Recuperação e adequação para a exposição da coleção de
leques do MHN
Tecidos europeus no vestuário chileno do século XIX: coleção de
trajes do MHN, 1859 –1900
26. Complementar a informação existente na base de dados Sur, em
seus campos correspondentes, de modo que seja possível
realizar buscas através de tipologias ou períodos históricos.
Trasladar a seus respectivos campos a informação obtida através
das investigações.
Gerar um catálogo básico de consulta, com um sistema que
permita sua complementação através do tempo, a partir do
banco de imagens gerado com a documentação visual.
27. Projetor Multimídia/Microcomputador/Power, Point e arquivo de apresentação
Internet - Imagens
Internet - http://trajesdeportugal.blogspot.com.br/2009_06_01_archive.html
Confecção de Apostila sobre o Seminário
Bibliografia
1. Alegria, L. et al, Informe Proyeto ”Automatizacion y Manejo integral de colecciones del Museo Nacional”, Santiago, 2005.
Comité de Colecciones. Politica de coleciones Museo Historico Nacional, Santiago, 2005.
Helena Dodd Ferrez – Documentação Museológica: Teoria para uma Boa Prática.
2. Comité Nacional de Conservación Textil - Boletin Informativo 1990
3. EASTOP, Dinah. A conservação de têxteis como uma prática de conservação, de investigação e de apresentação. In: Anais do
Seminário Internacional: Tecidos e sua Conservação no Brasil: Museus e Coleções. São Paulo: Museu Paulista da USP, 2006. p.52-
58.
4. GILL, Kathryn. Conservação de Estofados: um desafio no acesso às estruturas internas ocultas de um objeto para fins de
investigação e preservação. In: Anais do Seminário Internacional: Tecidos e sua Conservação no Brasil: Museus e Coleções. São
Paulo: Museu Paulista da USP, 2006. p.59-66
5. MUJICA, Jayme. Curso de Conservação e Restauro – Ambiente e Conservação (aulas).
28.
O conhecimento absorvido em salas de aula, pesquisas, livros, etc. é que soma
“saberes” e torna o acadêmico erudito. As informações são estruturadas na
cultura de outros povos, estados e cidades, as quais, embora valiosas, muitas
vezes, não correspondem as nossas necessidades. Desta forma, nem sempre,
os métodos utilizados pelo Conservador e Restaurador serão os mesmos, em
virtude das diferentes áreas geográficas.
Para concluir o assunto sobre tecidos e têxteis, informamos aos colegas de
outros Estados que nesta cidade existiu uma grande fábrica, “Companhia
Fiação e Tecidos Pelotense”, em atividade no período de 5/2/1908 até
13/2/1974, da qual ficaram documentos fotográficos, simbolizando uma
memória individual e coletiva.
Quem desejar conhecer mais sobre a Fábrica de Tecidos visite este link:
http://www.revistaovies.com/reportagens/2011/06/ruinas-de-outra-epoca/
29.
30.
31.
32. Agradecemos a cada um dos presentes o interesse
por nosso Seminário.
Acadêmicas:
Sonia Elisa Garcia,
Tânia Fernandes
Vera Regina Peres.