SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 7
1
CREMAÇÃO E TRANSPLANTES
A) CREMAÇÃO E TRANSPLANTES
Uma vez ocorrida à morte, que destino dar ao corpo, que já não pode entreter
a vida? Enterra-lo ou cremá-lo, são as alternativas mais comuns. Agora, está em
evidência a questão da doação e transplantes de órgãos, que ajudam a
prolongar a vida daqueles que dependem desse gesto para sua sobrevivência.
Pode-se, até mesmo, pensar na doação de todo o corpo para estudos científicos,
mormente nos cursos de Medicina, como uma terceira hipótese. Analisemos,
porém, as duas primeiras alternativas, à luz da Doutrina Espírita.
Pois bem, diz-se que os gauleses abandonavam os corpos de seus soldados
mortos no campo de batalha, para espanto dos outros povos que com eles
combatiam, visto que só se importavam com a alma. O costume, no Ocidente,
porém, é de sepultar o corpo, no processo também chamado de inumação (do
latim in-em húmus-a terra, o chão). Trata-se na verdade de um hábito muito
antigo que remonta à era pré-histórica, do último período quando, há cerca de
30.000 anos, criou-se todo um ritual de sepultamento, que demostra até mesmo
que o homem daquele período, de alguma forma, já pensava na vida d’além-
túmulo.
Mas, segundo estudos arqueológicos, foi no período neolítico (a idade da pedra
polida), por volta de 7.000 a 5.000 anos atrás, que o homem começou a
incinerar os corpos de seus mortos, em um ou outro agrupamento. E, mais
recentemente, na idade do bronze e do ferro, passou-se à disseminação mais
ampla desse costume. Assim surgiu a cremação, costume presente em muitos
povos do Oriente, principalmente Índia e Japão. No Ocidente, porém, ela ainda
é praticada como uma opção, por falta de espaço nos cemitérios existentes e
pelo nosso apego ao corpo material.
A cremação, todavia, nada tem de prejudicial ao Espírito, visto que apenas o
corpo é consumido pelo fogo, depois de observados todos os trâmites legais para
o ato e o tempo de espera, que varia de 24 a 72 horas, em média. O processo
de desligamento do Espírito, em relação ao corpo biológico, tem início, como
2
revelaram os Espíritos a Kardec, algum tempo antes do suspiro final e se faz
gradualmente. Nunca é uma separação brusca, pois se assemelha à união do
Espírito ao corpo, no momento da encarnação, que se opera célula a célula.
O que é preciso ter em mente para a cremação, em linhas gerais, é o apego do
indivíduo á matéria, sua formação cultural e religiosa, isto é, a maneira como
encara a morte. Na verdade, o corpo sem vida orgânica não transmite nenhuma
sensação física ao Espírito e qualquer reflexo que o Espírito sinta, em razão da
cremação, será de ordem moral e não material. É certo que alguns Espíritos
ficam mais tempo “ligados” ao corpo que deixaram, muitas vezes
acompanhando até mesmo o processo de sua decomposição. Contudo, o liame é
apenas mental e não físico, de sorte que qualquer sensação que lhes advenha
daí, só pode ser moral ou psíquica.
Diante disso, torna-se fundamental a preparação para a morte, como faziam os
antigos egípcios, desde o nascimento do ser. É necessário um esforço de auto-
renovação, assim como a prática desinteressada do bem. Além disso, um certo
arrebatamento psíquico e um decidido desapego antecipado dos laços materiais
serão essenciais no momento da opção pela cremação, não deixando dúvidas
quanto ao que se deve fazer do corpo após a morte.
No que diz respeito ao transplante, também há registros muito antigos dessa
prática. Na Índia, há mais de 2.000 anos, praticavam-se transplantes autógenos,
isto é, com partes do corpo do próprio indivíduo, em relação a nariz, orelhas e
lábios. Em Alexandria, no Egito, lesões na face e outras partes do corpo eram
corrigidas com transplantes de pele.
A atual legislação brasileira, ou seja, a Lei nº. 9.434, de 04.02.97,
regulamentada pelo Decreto nº. 2.268, de 30.0.97, dispõe acerca da doação de
órgãos e transplantes, permitindo a retirada de órgãos de doadores presumidos,
que seriam aqueles que não declararam expressamente seu desejo de não os
doar. Já se pensa, porém, em modificar tal previsão legal, para que a retirada
de órgãos se faça apenas com a autorização prévia da família do morto, se este
não se dispôs a fazê-lo em vida.
3
A questão começou a ganhar importância, nos tempos atuais, com o primeiro
transplante de coração realizado pelo Dr. Cristian Barnard, na cidade do Cabo,
na África do Sul, nos idos de 1967, surgindo daí a discussão dos aspectos
científicos, ético e moral que envolvem a questão. Enfrentou-se, em primeiro
lugar, a questão da rejeição do organismo do receptor em relação ao órgão
transplantado. A Ciência então, desenvolveu-se novas técnicas e drogas anti-
rejeição bem sucedidas na maioria dos casos.
Hoje, porém, as preocupações da sociedade localizam-se mais nos aspectos
éticos da questão, principalmente no que diz respeito ao diagnóstico de morte.
Do ponto de vista científico, é a morte encefálica que define o quadro de
irreversibilidade de uma enfermidade, levando em pouco tempo à falência
múltipla dos órgãos do indivíduo. Nesse caso, não há qualquer esperança de
retorno à vida. E a possibilidade de erro de diagnóstico é remotíssima, em face
do progresso da Ciência Médica, que tem por meta aplicar todos os meios ao seu
alcance para dilatar a vida.
No momento em que é diagnosticada a morte encefálica, faz-se necessária a
retirada dos órgãos passíveis de aproveitamento no processo de transplante,
pois, “no estágio atual da Ciência, a cessação irreversível de todas as funções
vitais torna inviável o aproveitamento de órgãos para transplante,
principalmente no que diz respeito a órgãos vitais”, até porque é o encéfalo
quem comanda as demais funções do organismo.
A Doutrina Espírita define a causa da morte como a exaustão dos órgãos”(L.E.
68). E a morte, propriamente dita, bem definida por Kardec, “é apenas a
destruição do corpo” (L.E.. 155a). Contudo, enquanto o corpo puder servir aos
fins para os quais foi criado, é sempre louvável a doação e o transplante, até
porque não acarreta nenhum dano ao perispírito do doador, que passa para o
mundo espiritual íntegro. Aliás, só benefícios lhe traz o ato, mormente pela
alegria e pela gratidão do receptor e de seus familiares, em relação ao
prolongamento de sua vida. Trata-se de um ato de caridade: um gesto de amor
ao próximo, acima de tudo.
Kardec lembra que “as descobertas da ciência glorificam Deus, em lugar de O
4
rebaixar; elas não destroem senão o que os homens edificam sobre idéias falsas
que eles fizeram de Deus” (A Gênese, cap I, item 55). A Ciência busca
continuamente a melhoria da vida do homem na Terra. E os transplantes de
órgãos são um exemplo disso. Ademais, não cai uma folha de uma árvore sem
que se cumpra a vontade de Deus. Assim é que nos cabe fazer a nossa parte no
auxílio ao próximo, à luz do Evangelho de nosso Divino Mestre Jesus.
BIBLIOGRAFIA:
Xavier, F. C. - Escultores da Alma
Lisso, Wlademir - Doação de Órgãos e Transplantes
QUESTIONÁRIO:
1 - Que prejuízos pode trazer a cremação para o Espírito?
2 - O que significa a morte encefálica para a Ciência?
3 - Como a Doutrina Espírita avalia a questão da doação e transplantes de
órgãos?
B) AS BEM-AVENTURANÇAS
Jesus, quando aqui esteve, trouxe-nos inúmeras lições. Lições de bondade,
humildade, pacifismo, abnegação, renúncia e amor.
Para que tivéssemos gravados até hoje em nossa memória, Lucas e Mateus em
seus Evangelhos relatam-nos que Jesus, na cidade de Cafarnaum, no alto de um
monte, deu-nos talvez, a mais bela explanação sobre a forma de nos elevarmos
até Deus nosso Pai.
É uma lição de Amor, que nos traz sob a forma de um sermão. Conhecido como
Sermão do Monte, dá-nos as bem-aventuranças necessárias para que possamos
crescer para Deus. Para melhor entendermos o seu significado, vamos encontrar
no capítulo 5 do Evangelho segundo Mateus.
“Vendo Jesus aquela multidão, subiu a um monte e tendo-se sentado,
aproximaram-se dele os seus discípulos”.
5
E ele abrindo a sua boca os ensinara dizendo:
“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a Terra.
Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.
Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus.
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles
é o Reino dos Céus.
Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem, e mentindo
disserem todo o mal contra vós, por causa de mim.
Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus, pois assim
perseguiram os profetas que existiram antes de vós”.
Bem-aventurados os aflitos, por quê?
Quais as causas das nossas aflições?
São atuais essas aflições ou são anteriores a essa nossa passagem pelo planeta
Terra como espíritos encarnados?
Será que, no passado longínquo ou num passado tão remoto assim, não afligimos
a outros, em nossas intemperanças?
Será que Deus é que nos aflige?
Ora, hoje todos nós sabemos que tivemos muitas existências aqui ou em outros
orbes. Que causamos males, até mesmo a nós. Daí o motivo por que, muitas
vezes, sentimo-nos solitários. Nossos amigos espirituais, nunca nos abandonam,
entretanto, nós devemos passar por certas situações e compreendendo o
porquê delas, saberemos então, comportar-nos com mais humildade. Humildade
necessária, para que possamos alcançar o Reino de Deus. Bem-aventurados os
humildes. Bem-aventurados os mansos.
E o que é mansuetude? Será que todos nós temos já em nossos corações
implantado esse desejo de nos modificarmos assim, ao passarmos por situações,
6
por circunstâncias concretas, quando achamos que fomos agredidos?
Mansuetude é conquista. Nosso espírito, aos poucos, vai conquistando algumas
virtudes. Não só o ser manso, mas também ser caridoso. Ser amoroso, ser
benevolente, ser pacífico...
Bem-aventurados os pacíficos. Por quê? Porque é um dos atributos que devemos
buscar.
Em um planeta tão conturbado com guerras, violências e vícios, devemos olhar
os outros com olhos de paz. Paz que é uma conquista íntima do Espírito. Paz
que devemos buscar, orando e vigiando nossos pensamentos. Paz que buscamos
quando desejamos servir a Jesus, nosso divino Mestre e Salvador.
Paz que temos quando cumprimos as nossas tarefas do dia-a-dia, quando
cumprimos nossas tarefas de educadores dos nossos semelhantes, pelo exemplo
que possamos e devemos dar, em todas as circunstâncias que nos envolvem. Paz
de espírito é uma conquista que devemos buscar. Aos poucos e sempre.
Ao nos perguntarmos: “E quando nos ofendem no mais íntimo do nosso ser? “
Devemos orar por aqueles que nos caluniam. Devemos orar por aqueles que,
com esses atos e gestos, só ofendem a si mesmos. Devemos orar a Deus, nosso
Pai, a oração que Jesus nos deixou, compreendendo cada frase, cada palavra.
Deus concede-nos a cada dia, a cada hora, a oportunidade de nos modificarmos
para o bem, Concede-nos a oportunidade de compreendermos as belíssimas
lições que Jesus nos deixou.
E bem-aventurados aqueles que desejam se modificar. Bem-aventurados os que
desejam evoluir para Deus. Bem-aventurados os mansos, os pacíficos, os
pacificadores. E muito mais, ainda, aqueles que são injuriados por servirem a
Jesus.
Esses têm reservado seu lugar ao lado do Mestre. São os seus discípulos.
Discípulos são alunos bem-amados, que desejam seguir, ouvir e praticar as
lições do Mestre. E quando seguirem sem queixas, quando sofrerem
resignadamente terão o galardão do puro, do justo, do bom, do humilde, do
discípulo de Jesus. Nós todos, hoje, sabemos que os bem-aventurados puros de
7
coração são aqueles que seguem a vontade de Deus.
Deus deseja que subamos para Ele, com o coração sem mácula, sem nódoa, sem
manchas. Manchas, marcas, nódoas que adquirimos no passado, em que éramos
ignorantes do conhecimento do Evangelho de Jesus. Marcas ficaram e manchas
apagamos. Apagamos manchas e marcas quando desejamos nos modificar para o
bem. Apagamos manchas e nódoas quando amamos a nós mesmos; quando
passamos a compreender melhor o nosso próximo.
E se, por enquanto, só sabemos ou só podemos amar aos nossos filhos, nossos
familiares, nossos amigos mais próximos, já teremos alcançado um progresso.
Quem sabe se, já nessa encarnação, não ampliamos nosso círculo de amor?...
Tenhamos, todos nós, como um roteiro de vida, como uma página a ser lida e
relida muitas vezes, o Sermão da Montanha.
BIBLIOGRAFIA:
Almeida, João Ferreira - Evangelho segundo Mateus
QUESTIONÁRIO:
1 - Como conquistar as virtudes preconizadas por Jesus?
2 - Quem são os bem-aventurados, a que Jesus se refere?
3 - Por que o Sermão da Montanha dever ser entendido como um roteirode
vida?

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Ninguém pode ver o Reino dos Céus se não nascer de novo
Ninguém pode ver o Reino dos Céus se não nascer de novoNinguém pode ver o Reino dos Céus se não nascer de novo
Ninguém pode ver o Reino dos Céus se não nascer de novoCEENA_SS
 
Estado IntermediáRio Da Alma
Estado IntermediáRio Da Alma   Estado IntermediáRio Da Alma
Estado IntermediáRio Da Alma lcsmbr
 
10 levitico 1 7
10 levitico 1   710 levitico 1   7
10 levitico 1 7PIB Penha
 
Boletim o pae abril 2017
Boletim o pae   abril 2017Boletim o pae   abril 2017
Boletim o pae abril 2017O PAE PAE
 
Livro dos Espiritos questao 222
Livro dos Espiritos questao 222 Livro dos Espiritos questao 222
Livro dos Espiritos questao 222 Patricia Farias
 
O cuidado devido aos mortos santo agostinho
O cuidado devido aos mortos   santo agostinhoO cuidado devido aos mortos   santo agostinho
O cuidado devido aos mortos santo agostinhoVitor Rodrigo
 
Livro dos Espíritos Q.334 - Evangelho Cap. 28
Livro dos Espíritos Q.334 - Evangelho Cap. 28Livro dos Espíritos Q.334 - Evangelho Cap. 28
Livro dos Espíritos Q.334 - Evangelho Cap. 28Patricia Farias
 
Ressurreição & reencarnação
Ressurreição & reencarnaçãoRessurreição & reencarnação
Ressurreição & reencarnaçãocaminhodaluz41
 
Primeiro Módulo - Aula 13 - Resusurreição e reencarnação
Primeiro Módulo - Aula 13 - Resusurreição e reencarnaçãoPrimeiro Módulo - Aula 13 - Resusurreição e reencarnação
Primeiro Módulo - Aula 13 - Resusurreição e reencarnaçãoCeiClarencio
 
Lição 8 A morte para o verdadeiro cristão
Lição 8   A morte para o verdadeiro cristãoLição 8   A morte para o verdadeiro cristão
Lição 8 A morte para o verdadeiro cristãoWander Sousa
 
Lição 5: Ética Cristã, pena de morte e eutanásia
Lição 5: Ética Cristã, pena de morte e eutanásiaLição 5: Ética Cristã, pena de morte e eutanásia
Lição 5: Ética Cristã, pena de morte e eutanásiaHamilton Souza
 
2. o estado intermediario dos mortos
2. o estado intermediario dos mortos2. o estado intermediario dos mortos
2. o estado intermediario dos mortosMoisés Sampaio
 
Livro dos Espíritos - 344 ESE Cap 28 item 3_V
Livro dos Espíritos - 344 ESE Cap 28 item 3_VLivro dos Espíritos - 344 ESE Cap 28 item 3_V
Livro dos Espíritos - 344 ESE Cap 28 item 3_VPatricia Farias
 
Reencarnação e ressurreição - Palestra proferida pelo professor e poeta Danil...
Reencarnação e ressurreição - Palestra proferida pelo professor e poeta Danil...Reencarnação e ressurreição - Palestra proferida pelo professor e poeta Danil...
Reencarnação e ressurreição - Palestra proferida pelo professor e poeta Danil...Danilo Galvão
 
Evolução espiritual. Ressurreição e Reencarnação. / Spiritual evolution. Resu...
Evolução espiritual. Ressurreição e Reencarnação. / Spiritual evolution. Resu...Evolução espiritual. Ressurreição e Reencarnação. / Spiritual evolution. Resu...
Evolução espiritual. Ressurreição e Reencarnação. / Spiritual evolution. Resu...Marcelo Bomfim de Aguiar
 

Mais procurados (20)

Ninguém pode ver o Reino dos Céus se não nascer de novo
Ninguém pode ver o Reino dos Céus se não nascer de novoNinguém pode ver o Reino dos Céus se não nascer de novo
Ninguém pode ver o Reino dos Céus se não nascer de novo
 
Estado IntermediáRio Da Alma
Estado IntermediáRio Da Alma   Estado IntermediáRio Da Alma
Estado IntermediáRio Da Alma
 
10 levitico 1 7
10 levitico 1   710 levitico 1   7
10 levitico 1 7
 
A doutrina da morte
A doutrina da morteA doutrina da morte
A doutrina da morte
 
Boletim o pae abril 2017
Boletim o pae   abril 2017Boletim o pae   abril 2017
Boletim o pae abril 2017
 
Livro dos Espiritos questao 222
Livro dos Espiritos questao 222 Livro dos Espiritos questao 222
Livro dos Espiritos questao 222
 
O cuidado devido aos mortos santo agostinho
O cuidado devido aos mortos   santo agostinhoO cuidado devido aos mortos   santo agostinho
O cuidado devido aos mortos santo agostinho
 
NinguéM Poderá Ver O Reino De Deus Se
NinguéM Poderá Ver O Reino De Deus SeNinguéM Poderá Ver O Reino De Deus Se
NinguéM Poderá Ver O Reino De Deus Se
 
Livro dos Espíritos Q.334 - Evangelho Cap. 28
Livro dos Espíritos Q.334 - Evangelho Cap. 28Livro dos Espíritos Q.334 - Evangelho Cap. 28
Livro dos Espíritos Q.334 - Evangelho Cap. 28
 
Ressurreição & reencarnação
Ressurreição & reencarnaçãoRessurreição & reencarnação
Ressurreição & reencarnação
 
Primeiro Módulo - Aula 13 - Resusurreição e reencarnação
Primeiro Módulo - Aula 13 - Resusurreição e reencarnaçãoPrimeiro Módulo - Aula 13 - Resusurreição e reencarnação
Primeiro Módulo - Aula 13 - Resusurreição e reencarnação
 
Lição 8 A morte para o verdadeiro cristão
Lição 8   A morte para o verdadeiro cristãoLição 8   A morte para o verdadeiro cristão
Lição 8 A morte para o verdadeiro cristão
 
(1) por que a alma não é imortal#
(1) por que a alma não é imortal#(1) por que a alma não é imortal#
(1) por que a alma não é imortal#
 
Reencarnação e Ressurreição
Reencarnação e RessurreiçãoReencarnação e Ressurreição
Reencarnação e Ressurreição
 
#########Mortalidade da alma celso brasil
#########Mortalidade da alma   celso brasil#########Mortalidade da alma   celso brasil
#########Mortalidade da alma celso brasil
 
Lição 5: Ética Cristã, pena de morte e eutanásia
Lição 5: Ética Cristã, pena de morte e eutanásiaLição 5: Ética Cristã, pena de morte e eutanásia
Lição 5: Ética Cristã, pena de morte e eutanásia
 
2. o estado intermediario dos mortos
2. o estado intermediario dos mortos2. o estado intermediario dos mortos
2. o estado intermediario dos mortos
 
Livro dos Espíritos - 344 ESE Cap 28 item 3_V
Livro dos Espíritos - 344 ESE Cap 28 item 3_VLivro dos Espíritos - 344 ESE Cap 28 item 3_V
Livro dos Espíritos - 344 ESE Cap 28 item 3_V
 
Reencarnação e ressurreição - Palestra proferida pelo professor e poeta Danil...
Reencarnação e ressurreição - Palestra proferida pelo professor e poeta Danil...Reencarnação e ressurreição - Palestra proferida pelo professor e poeta Danil...
Reencarnação e ressurreição - Palestra proferida pelo professor e poeta Danil...
 
Evolução espiritual. Ressurreição e Reencarnação. / Spiritual evolution. Resu...
Evolução espiritual. Ressurreição e Reencarnação. / Spiritual evolution. Resu...Evolução espiritual. Ressurreição e Reencarnação. / Spiritual evolution. Resu...
Evolução espiritual. Ressurreição e Reencarnação. / Spiritual evolution. Resu...
 

Destaque

Dl nº 411 98 de 30 de dezembro
Dl nº 411 98 de 30 de dezembroDl nº 411 98 de 30 de dezembro
Dl nº 411 98 de 30 de dezembrouccarcozelo
 
Aia. cemiterio
Aia. cemiterioAia. cemiterio
Aia. cemiteriovgbarros
 
( Espiritismo) # - bismael b moraes - aspectos legais e espiritas da cremacao
( Espiritismo)   # - bismael b moraes - aspectos legais e espiritas da cremacao( Espiritismo)   # - bismael b moraes - aspectos legais e espiritas da cremacao
( Espiritismo) # - bismael b moraes - aspectos legais e espiritas da cremacaoInstituto de Psicobiofísica Rama Schain
 
Destinação final de resíduos cemitérios
Destinação final de resíduos   cemitériosDestinação final de resíduos   cemitérios
Destinação final de resíduos cemitériosPaulo H Bueno
 
Tongobriga filipa daniela_5_c (1)
Tongobriga filipa daniela_5_c (1)Tongobriga filipa daniela_5_c (1)
Tongobriga filipa daniela_5_c (1)Mariajosesantos57
 
Orientações técnicas funerárias
Orientações técnicas funeráriasOrientações técnicas funerárias
Orientações técnicas funeráriasgrupocortel
 
Manual aterro sanitário
Manual aterro sanitárioManual aterro sanitário
Manual aterro sanitárioJRSILVA0701
 
Escravatura
EscravaturaEscravatura
Escravaturaxicao97
 
R-2 Regulamento de Continências Honras Sinais de Respeito e Cerimonial Militar
R-2 Regulamento de Continências Honras Sinais de Respeito e Cerimonial MilitarR-2 Regulamento de Continências Honras Sinais de Respeito e Cerimonial Militar
R-2 Regulamento de Continências Honras Sinais de Respeito e Cerimonial MilitarFalcão Brasil
 

Destaque (19)

Dl nº 411 98 de 30 de dezembro
Dl nº 411 98 de 30 de dezembroDl nº 411 98 de 30 de dezembro
Dl nº 411 98 de 30 de dezembro
 
Cemitérios
CemitériosCemitérios
Cemitérios
 
Cremação
CremaçãoCremação
Cremação
 
Aia. cemiterio
Aia. cemiterioAia. cemiterio
Aia. cemiterio
 
Cemiterios
CemiteriosCemiterios
Cemiterios
 
( Espiritismo) # - amag ramgis - cremacao e transplantes
( Espiritismo)   # - amag ramgis - cremacao e transplantes( Espiritismo)   # - amag ramgis - cremacao e transplantes
( Espiritismo) # - amag ramgis - cremacao e transplantes
 
Cemiterios
CemiteriosCemiterios
Cemiterios
 
Cemitérios
CemitériosCemitérios
Cemitérios
 
9 aspectos legais_%20morte
9 aspectos legais_%20morte9 aspectos legais_%20morte
9 aspectos legais_%20morte
 
( Espiritismo) # - bismael b moraes - aspectos legais e espiritas da cremacao
( Espiritismo)   # - bismael b moraes - aspectos legais e espiritas da cremacao( Espiritismo)   # - bismael b moraes - aspectos legais e espiritas da cremacao
( Espiritismo) # - bismael b moraes - aspectos legais e espiritas da cremacao
 
Destinação final de resíduos cemitérios
Destinação final de resíduos   cemitériosDestinação final de resíduos   cemitérios
Destinação final de resíduos cemitérios
 
Tongobriga filipa daniela_5_c (1)
Tongobriga filipa daniela_5_c (1)Tongobriga filipa daniela_5_c (1)
Tongobriga filipa daniela_5_c (1)
 
Lei.3888
Lei.3888Lei.3888
Lei.3888
 
Orientações técnicas funerárias
Orientações técnicas funeráriasOrientações técnicas funerárias
Orientações técnicas funerárias
 
Manual aterro sanitário
Manual aterro sanitárioManual aterro sanitário
Manual aterro sanitário
 
Roots, 2012
Roots, 2012Roots, 2012
Roots, 2012
 
Escravatura
EscravaturaEscravatura
Escravatura
 
R-2 Regulamento de Continências Honras Sinais de Respeito e Cerimonial Militar
R-2 Regulamento de Continências Honras Sinais de Respeito e Cerimonial MilitarR-2 Regulamento de Continências Honras Sinais de Respeito e Cerimonial Militar
R-2 Regulamento de Continências Honras Sinais de Respeito e Cerimonial Militar
 
Arte paleocristã
Arte paleocristãArte paleocristã
Arte paleocristã
 

Semelhante a ( Espiritismo) # - amag ramgis - cremacao e transplantes

Etica Crista-Transplante-Transfusão de Sangue-Doação de Orgãos.pdf
Etica Crista-Transplante-Transfusão de Sangue-Doação de Orgãos.pdfEtica Crista-Transplante-Transfusão de Sangue-Doação de Orgãos.pdf
Etica Crista-Transplante-Transfusão de Sangue-Doação de Orgãos.pdfPecador Confesso
 
A reencarnação
A reencarnaçãoA reencarnação
A reencarnaçãoMaivo32
 
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de ÓrgãosLição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de ÓrgãosHamilton Souza
 
Livro dos Espiritos Q.240 ESE - cap 17 item 11
Livro dos Espiritos Q.240 ESE - cap 17 item 11Livro dos Espiritos Q.240 ESE - cap 17 item 11
Livro dos Espiritos Q.240 ESE - cap 17 item 11Patricia Farias
 
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de ÓrgãosLição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de ÓrgãosÉder Tomé
 
Evolução em dois mundos
Evolução em dois mundosEvolução em dois mundos
Evolução em dois mundosEWALDO DE SOUZA
 
Doação de órgãos word - religiões
Doação de órgãos   word - religiõesDoação de órgãos   word - religiões
Doação de órgãos word - religiõesPrLinaldo Junior
 
Doação de órgãos word - religiões
Doação de órgãos   word - religiõesDoação de órgãos   word - religiões
Doação de órgãos word - religiõesPrLinaldo Junior
 
10 acao e-reacao-1957
10 acao e-reacao-195710 acao e-reacao-1957
10 acao e-reacao-1957paulasa pin
 

Semelhante a ( Espiritismo) # - amag ramgis - cremacao e transplantes (20)

( Espiritismo) # - amag ramgis - reencarnacao # estudo geral # 1
( Espiritismo)   # - amag ramgis - reencarnacao # estudo geral # 1( Espiritismo)   # - amag ramgis - reencarnacao # estudo geral # 1
( Espiritismo) # - amag ramgis - reencarnacao # estudo geral # 1
 
( Espiritismo) # - amag ramgis - reencarnacao # estudo geral # 1
( Espiritismo)   # - amag ramgis - reencarnacao # estudo geral # 1( Espiritismo)   # - amag ramgis - reencarnacao # estudo geral # 1
( Espiritismo) # - amag ramgis - reencarnacao # estudo geral # 1
 
Etica Crista-Transplante-Transfusão de Sangue-Doação de Orgãos.pdf
Etica Crista-Transplante-Transfusão de Sangue-Doação de Orgãos.pdfEtica Crista-Transplante-Transfusão de Sangue-Doação de Orgãos.pdf
Etica Crista-Transplante-Transfusão de Sangue-Doação de Orgãos.pdf
 
Reencarnação
Reencarnação Reencarnação
Reencarnação
 
A reencarnação
A reencarnaçãoA reencarnação
A reencarnação
 
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de ÓrgãosLição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
 
Ressurreição da carne
Ressurreição da carneRessurreição da carne
Ressurreição da carne
 
Livro dos Espiritos Q.240 ESE - cap 17 item 11
Livro dos Espiritos Q.240 ESE - cap 17 item 11Livro dos Espiritos Q.240 ESE - cap 17 item 11
Livro dos Espiritos Q.240 ESE - cap 17 item 11
 
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de ÓrgãosLição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
Lição 7 - Ética Cristã e Doação de Órgãos
 
150 anos – livro o ese
150 anos – livro o ese150 anos – livro o ese
150 anos – livro o ese
 
Programa - Depois da morte
Programa - Depois da mortePrograma - Depois da morte
Programa - Depois da morte
 
Evolução em dois mundos
Evolução em dois mundosEvolução em dois mundos
Evolução em dois mundos
 
Doação de órgãos word - religiões
Doação de órgãos   word - religiõesDoação de órgãos   word - religiões
Doação de órgãos word - religiões
 
Doação de órgãos word - religiões
Doação de órgãos   word - religiõesDoação de órgãos   word - religiões
Doação de órgãos word - religiões
 
Geologiae religiao
Geologiae religiaoGeologiae religiao
Geologiae religiao
 
Ação e reção
Ação e reçãoAção e reção
Ação e reção
 
Ação e reação
Ação e reaçãoAção e reação
Ação e reação
 
10 acao e-reacao-1957
10 acao e-reacao-195710 acao e-reacao-1957
10 acao e-reacao-1957
 
Ação e reação
Ação e reaçãoAção e reação
Ação e reação
 
Ação e reação
Ação e reaçãoAção e reação
Ação e reação
 

Mais de Instituto de Psicobiofísica Rama Schain

( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...Instituto de Psicobiofísica Rama Schain
 
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...Instituto de Psicobiofísica Rama Schain
 

Mais de Instituto de Psicobiofísica Rama Schain (20)

( Espiritismo) # - influencia do meio
( Espiritismo)   # - influencia do meio( Espiritismo)   # - influencia do meio
( Espiritismo) # - influencia do meio
 
( Espiritismo) # - estudando a mediunidade
( Espiritismo)   # - estudando a mediunidade( Espiritismo)   # - estudando a mediunidade
( Espiritismo) # - estudando a mediunidade
 
( Espiritismo) # - ectoplasma mediunidade de efeitos fisicos
( Espiritismo)   # - ectoplasma mediunidade de efeitos fisicos( Espiritismo)   # - ectoplasma mediunidade de efeitos fisicos
( Espiritismo) # - ectoplasma mediunidade de efeitos fisicos
 
( Apometria) apometria em casa
( Apometria)   apometria em casa( Apometria)   apometria em casa
( Apometria) apometria em casa
 
( Apometria) apometria em casa(1)
( Apometria)   apometria em casa(1)( Apometria)   apometria em casa(1)
( Apometria) apometria em casa(1)
 
( Apometria) apometria e a cura quantica 2
( Apometria)   apometria e a cura quantica 2( Apometria)   apometria e a cura quantica 2
( Apometria) apometria e a cura quantica 2
 
( Apometria) apometria e a cura quantica 2(2)
( Apometria)   apometria e a cura quantica 2(2)( Apometria)   apometria e a cura quantica 2(2)
( Apometria) apometria e a cura quantica 2(2)
 
( Apometria) apometria e a cura quantica 2(1)
( Apometria)   apometria e a cura quantica 2(1)( Apometria)   apometria e a cura quantica 2(1)
( Apometria) apometria e a cura quantica 2(1)
 
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
 
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...( Apometria)   amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
( Apometria) amag ramgis - oracao inicial para pedir protecao trabalho de a...
 
( Apometria) a importancia da reforma intima no tratamento de apometria
( Apometria)   a importancia da reforma intima no tratamento de apometria( Apometria)   a importancia da reforma intima no tratamento de apometria
( Apometria) a importancia da reforma intima no tratamento de apometria
 
( Apometria) alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico
( Apometria)   alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico( Apometria)   alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico
( Apometria) alexandre d c lima - apometria cosmica # nivel basico
 
50209564 20090319-apost-taiji
50209564 20090319-apost-taiji50209564 20090319-apost-taiji
50209564 20090319-apost-taiji
 
49579762 apostila-mod-3
49579762 apostila-mod-349579762 apostila-mod-3
49579762 apostila-mod-3
 
47930901 37060761-apostila-auriculo-francesa
47930901 37060761-apostila-auriculo-francesa47930901 37060761-apostila-auriculo-francesa
47930901 37060761-apostila-auriculo-francesa
 
47477314 budo-1
47477314 budo-147477314 budo-1
47477314 budo-1
 
46879180 revista-homo-optimus-nu-07
46879180 revista-homo-optimus-nu-0746879180 revista-homo-optimus-nu-07
46879180 revista-homo-optimus-nu-07
 
46265526 6985232-fundamentos-da-medicina-tradicional-chinesa
46265526 6985232-fundamentos-da-medicina-tradicional-chinesa46265526 6985232-fundamentos-da-medicina-tradicional-chinesa
46265526 6985232-fundamentos-da-medicina-tradicional-chinesa
 
44970137 ana vitoriavieiramonteiro-xamanismoarteextase
44970137 ana vitoriavieiramonteiro-xamanismoarteextase44970137 ana vitoriavieiramonteiro-xamanismoarteextase
44970137 ana vitoriavieiramonteiro-xamanismoarteextase
 
44938076 moxa
44938076 moxa44938076 moxa
44938076 moxa
 

( Espiritismo) # - amag ramgis - cremacao e transplantes

  • 1. 1 CREMAÇÃO E TRANSPLANTES A) CREMAÇÃO E TRANSPLANTES Uma vez ocorrida à morte, que destino dar ao corpo, que já não pode entreter a vida? Enterra-lo ou cremá-lo, são as alternativas mais comuns. Agora, está em evidência a questão da doação e transplantes de órgãos, que ajudam a prolongar a vida daqueles que dependem desse gesto para sua sobrevivência. Pode-se, até mesmo, pensar na doação de todo o corpo para estudos científicos, mormente nos cursos de Medicina, como uma terceira hipótese. Analisemos, porém, as duas primeiras alternativas, à luz da Doutrina Espírita. Pois bem, diz-se que os gauleses abandonavam os corpos de seus soldados mortos no campo de batalha, para espanto dos outros povos que com eles combatiam, visto que só se importavam com a alma. O costume, no Ocidente, porém, é de sepultar o corpo, no processo também chamado de inumação (do latim in-em húmus-a terra, o chão). Trata-se na verdade de um hábito muito antigo que remonta à era pré-histórica, do último período quando, há cerca de 30.000 anos, criou-se todo um ritual de sepultamento, que demostra até mesmo que o homem daquele período, de alguma forma, já pensava na vida d’além- túmulo. Mas, segundo estudos arqueológicos, foi no período neolítico (a idade da pedra polida), por volta de 7.000 a 5.000 anos atrás, que o homem começou a incinerar os corpos de seus mortos, em um ou outro agrupamento. E, mais recentemente, na idade do bronze e do ferro, passou-se à disseminação mais ampla desse costume. Assim surgiu a cremação, costume presente em muitos povos do Oriente, principalmente Índia e Japão. No Ocidente, porém, ela ainda é praticada como uma opção, por falta de espaço nos cemitérios existentes e pelo nosso apego ao corpo material. A cremação, todavia, nada tem de prejudicial ao Espírito, visto que apenas o corpo é consumido pelo fogo, depois de observados todos os trâmites legais para o ato e o tempo de espera, que varia de 24 a 72 horas, em média. O processo de desligamento do Espírito, em relação ao corpo biológico, tem início, como
  • 2. 2 revelaram os Espíritos a Kardec, algum tempo antes do suspiro final e se faz gradualmente. Nunca é uma separação brusca, pois se assemelha à união do Espírito ao corpo, no momento da encarnação, que se opera célula a célula. O que é preciso ter em mente para a cremação, em linhas gerais, é o apego do indivíduo á matéria, sua formação cultural e religiosa, isto é, a maneira como encara a morte. Na verdade, o corpo sem vida orgânica não transmite nenhuma sensação física ao Espírito e qualquer reflexo que o Espírito sinta, em razão da cremação, será de ordem moral e não material. É certo que alguns Espíritos ficam mais tempo “ligados” ao corpo que deixaram, muitas vezes acompanhando até mesmo o processo de sua decomposição. Contudo, o liame é apenas mental e não físico, de sorte que qualquer sensação que lhes advenha daí, só pode ser moral ou psíquica. Diante disso, torna-se fundamental a preparação para a morte, como faziam os antigos egípcios, desde o nascimento do ser. É necessário um esforço de auto- renovação, assim como a prática desinteressada do bem. Além disso, um certo arrebatamento psíquico e um decidido desapego antecipado dos laços materiais serão essenciais no momento da opção pela cremação, não deixando dúvidas quanto ao que se deve fazer do corpo após a morte. No que diz respeito ao transplante, também há registros muito antigos dessa prática. Na Índia, há mais de 2.000 anos, praticavam-se transplantes autógenos, isto é, com partes do corpo do próprio indivíduo, em relação a nariz, orelhas e lábios. Em Alexandria, no Egito, lesões na face e outras partes do corpo eram corrigidas com transplantes de pele. A atual legislação brasileira, ou seja, a Lei nº. 9.434, de 04.02.97, regulamentada pelo Decreto nº. 2.268, de 30.0.97, dispõe acerca da doação de órgãos e transplantes, permitindo a retirada de órgãos de doadores presumidos, que seriam aqueles que não declararam expressamente seu desejo de não os doar. Já se pensa, porém, em modificar tal previsão legal, para que a retirada de órgãos se faça apenas com a autorização prévia da família do morto, se este não se dispôs a fazê-lo em vida.
  • 3. 3 A questão começou a ganhar importância, nos tempos atuais, com o primeiro transplante de coração realizado pelo Dr. Cristian Barnard, na cidade do Cabo, na África do Sul, nos idos de 1967, surgindo daí a discussão dos aspectos científicos, ético e moral que envolvem a questão. Enfrentou-se, em primeiro lugar, a questão da rejeição do organismo do receptor em relação ao órgão transplantado. A Ciência então, desenvolveu-se novas técnicas e drogas anti- rejeição bem sucedidas na maioria dos casos. Hoje, porém, as preocupações da sociedade localizam-se mais nos aspectos éticos da questão, principalmente no que diz respeito ao diagnóstico de morte. Do ponto de vista científico, é a morte encefálica que define o quadro de irreversibilidade de uma enfermidade, levando em pouco tempo à falência múltipla dos órgãos do indivíduo. Nesse caso, não há qualquer esperança de retorno à vida. E a possibilidade de erro de diagnóstico é remotíssima, em face do progresso da Ciência Médica, que tem por meta aplicar todos os meios ao seu alcance para dilatar a vida. No momento em que é diagnosticada a morte encefálica, faz-se necessária a retirada dos órgãos passíveis de aproveitamento no processo de transplante, pois, “no estágio atual da Ciência, a cessação irreversível de todas as funções vitais torna inviável o aproveitamento de órgãos para transplante, principalmente no que diz respeito a órgãos vitais”, até porque é o encéfalo quem comanda as demais funções do organismo. A Doutrina Espírita define a causa da morte como a exaustão dos órgãos”(L.E. 68). E a morte, propriamente dita, bem definida por Kardec, “é apenas a destruição do corpo” (L.E.. 155a). Contudo, enquanto o corpo puder servir aos fins para os quais foi criado, é sempre louvável a doação e o transplante, até porque não acarreta nenhum dano ao perispírito do doador, que passa para o mundo espiritual íntegro. Aliás, só benefícios lhe traz o ato, mormente pela alegria e pela gratidão do receptor e de seus familiares, em relação ao prolongamento de sua vida. Trata-se de um ato de caridade: um gesto de amor ao próximo, acima de tudo. Kardec lembra que “as descobertas da ciência glorificam Deus, em lugar de O
  • 4. 4 rebaixar; elas não destroem senão o que os homens edificam sobre idéias falsas que eles fizeram de Deus” (A Gênese, cap I, item 55). A Ciência busca continuamente a melhoria da vida do homem na Terra. E os transplantes de órgãos são um exemplo disso. Ademais, não cai uma folha de uma árvore sem que se cumpra a vontade de Deus. Assim é que nos cabe fazer a nossa parte no auxílio ao próximo, à luz do Evangelho de nosso Divino Mestre Jesus. BIBLIOGRAFIA: Xavier, F. C. - Escultores da Alma Lisso, Wlademir - Doação de Órgãos e Transplantes QUESTIONÁRIO: 1 - Que prejuízos pode trazer a cremação para o Espírito? 2 - O que significa a morte encefálica para a Ciência? 3 - Como a Doutrina Espírita avalia a questão da doação e transplantes de órgãos? B) AS BEM-AVENTURANÇAS Jesus, quando aqui esteve, trouxe-nos inúmeras lições. Lições de bondade, humildade, pacifismo, abnegação, renúncia e amor. Para que tivéssemos gravados até hoje em nossa memória, Lucas e Mateus em seus Evangelhos relatam-nos que Jesus, na cidade de Cafarnaum, no alto de um monte, deu-nos talvez, a mais bela explanação sobre a forma de nos elevarmos até Deus nosso Pai. É uma lição de Amor, que nos traz sob a forma de um sermão. Conhecido como Sermão do Monte, dá-nos as bem-aventuranças necessárias para que possamos crescer para Deus. Para melhor entendermos o seu significado, vamos encontrar no capítulo 5 do Evangelho segundo Mateus. “Vendo Jesus aquela multidão, subiu a um monte e tendo-se sentado, aproximaram-se dele os seus discípulos”.
  • 5. 5 E ele abrindo a sua boca os ensinara dizendo: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a Terra. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que sofrem perseguição por amor da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sois, quando vos injuriarem e vos perseguirem, e mentindo disserem todo o mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque é grande a vossa recompensa nos céus, pois assim perseguiram os profetas que existiram antes de vós”. Bem-aventurados os aflitos, por quê? Quais as causas das nossas aflições? São atuais essas aflições ou são anteriores a essa nossa passagem pelo planeta Terra como espíritos encarnados? Será que, no passado longínquo ou num passado tão remoto assim, não afligimos a outros, em nossas intemperanças? Será que Deus é que nos aflige? Ora, hoje todos nós sabemos que tivemos muitas existências aqui ou em outros orbes. Que causamos males, até mesmo a nós. Daí o motivo por que, muitas vezes, sentimo-nos solitários. Nossos amigos espirituais, nunca nos abandonam, entretanto, nós devemos passar por certas situações e compreendendo o porquê delas, saberemos então, comportar-nos com mais humildade. Humildade necessária, para que possamos alcançar o Reino de Deus. Bem-aventurados os humildes. Bem-aventurados os mansos. E o que é mansuetude? Será que todos nós temos já em nossos corações implantado esse desejo de nos modificarmos assim, ao passarmos por situações,
  • 6. 6 por circunstâncias concretas, quando achamos que fomos agredidos? Mansuetude é conquista. Nosso espírito, aos poucos, vai conquistando algumas virtudes. Não só o ser manso, mas também ser caridoso. Ser amoroso, ser benevolente, ser pacífico... Bem-aventurados os pacíficos. Por quê? Porque é um dos atributos que devemos buscar. Em um planeta tão conturbado com guerras, violências e vícios, devemos olhar os outros com olhos de paz. Paz que é uma conquista íntima do Espírito. Paz que devemos buscar, orando e vigiando nossos pensamentos. Paz que buscamos quando desejamos servir a Jesus, nosso divino Mestre e Salvador. Paz que temos quando cumprimos as nossas tarefas do dia-a-dia, quando cumprimos nossas tarefas de educadores dos nossos semelhantes, pelo exemplo que possamos e devemos dar, em todas as circunstâncias que nos envolvem. Paz de espírito é uma conquista que devemos buscar. Aos poucos e sempre. Ao nos perguntarmos: “E quando nos ofendem no mais íntimo do nosso ser? “ Devemos orar por aqueles que nos caluniam. Devemos orar por aqueles que, com esses atos e gestos, só ofendem a si mesmos. Devemos orar a Deus, nosso Pai, a oração que Jesus nos deixou, compreendendo cada frase, cada palavra. Deus concede-nos a cada dia, a cada hora, a oportunidade de nos modificarmos para o bem, Concede-nos a oportunidade de compreendermos as belíssimas lições que Jesus nos deixou. E bem-aventurados aqueles que desejam se modificar. Bem-aventurados os que desejam evoluir para Deus. Bem-aventurados os mansos, os pacíficos, os pacificadores. E muito mais, ainda, aqueles que são injuriados por servirem a Jesus. Esses têm reservado seu lugar ao lado do Mestre. São os seus discípulos. Discípulos são alunos bem-amados, que desejam seguir, ouvir e praticar as lições do Mestre. E quando seguirem sem queixas, quando sofrerem resignadamente terão o galardão do puro, do justo, do bom, do humilde, do discípulo de Jesus. Nós todos, hoje, sabemos que os bem-aventurados puros de
  • 7. 7 coração são aqueles que seguem a vontade de Deus. Deus deseja que subamos para Ele, com o coração sem mácula, sem nódoa, sem manchas. Manchas, marcas, nódoas que adquirimos no passado, em que éramos ignorantes do conhecimento do Evangelho de Jesus. Marcas ficaram e manchas apagamos. Apagamos manchas e marcas quando desejamos nos modificar para o bem. Apagamos manchas e nódoas quando amamos a nós mesmos; quando passamos a compreender melhor o nosso próximo. E se, por enquanto, só sabemos ou só podemos amar aos nossos filhos, nossos familiares, nossos amigos mais próximos, já teremos alcançado um progresso. Quem sabe se, já nessa encarnação, não ampliamos nosso círculo de amor?... Tenhamos, todos nós, como um roteiro de vida, como uma página a ser lida e relida muitas vezes, o Sermão da Montanha. BIBLIOGRAFIA: Almeida, João Ferreira - Evangelho segundo Mateus QUESTIONÁRIO: 1 - Como conquistar as virtudes preconizadas por Jesus? 2 - Quem são os bem-aventurados, a que Jesus se refere? 3 - Por que o Sermão da Montanha dever ser entendido como um roteirode vida?