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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
FACULDADE DE TECNOLOGIA DR. ARCHIMEDES LAMMOGLIA
CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA AEROPORTUÁRIA
PALOMA REGINA DE OLIVEIRA NUNES
RELATÓRIO DE MODELAGEM DO PROCESSO INBOUND
DA CADEIA QUÍMICA COM ÊNFASE EM MUNIÇÕES
INDAIATUBA
2020
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
FACULDADE DE TECNOLOGIA DR. ARCHIMEDES LAMMOGLIA
CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA AEROPORTUÁRIA
PALOMA REGINA DE OLIVEIRA NUNES
RELATORIO DE MODELAGEM DO PROCESSO INBOUND
DA CADEIA QUÍMICA COM ÊNFASE EM MUNIÇÕES
Trabalho de graduação apresentado pela
Paloma Regina de Oliveira Nunes como
pré-requisito para a conclusão do Curso
Superior de Tecnologia em Logística
Aeroportuária da Faculdade de
Tecnologia de Indaiatuba, elaborado sob
a orientação do Prof. Marcelo Carvalho
Costa.
INDAIATUBA
2020
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho primeiramente a
Deus e a todos os professores que me
ajudaram nesta trajetória, aos meus pais e
colegas por sempre me incentivarem a ir em
busca dos meus sonhos e objetivos e me ajudar
no desenvolvimento desse trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos os professores e
orientadores, por me proporcionarem o
conhecimento necessário para a realização
desse trabalho, aos meus familiares pelo
incentivo e a Deus pela saúde e força para
superar todos os obstáculos e dificuldades.
RESUMO
A cadeia química é bem vasta e tem um grande espaço no mercado, principalmente no
setor de munições onde o Brasil tem a maior fábrica de produtos bélicos já conhecida. O
setor químico vem agregando valor aos serviços e produtos, na qual busca a
competitividade no mercado externo e crescimento no mercado interno. O objetivo deste
relatório é modelar o processo inbound por meio da notação BPMN, levantar os custos e
os aspectos legais do processo modelado e verificar as contribuições que a modelagem de
processo oferece quanto ao conhecimento e desenvolvimento da cadeia logística. O
trabalho é dividido em quatro partes sendo inbound, interno, armazenagem e outbound,
os quais juntos formam todo o processo desde a compra da matéria prima, a fabricação
da munição, o armazenamento do produto já acabado e sua distribuição, o tema a ser
abordado nesse trabalho é o processo inbound (compra da matéria prima), para fabricação
de munições da empresa UPCM (Unidade Produtora de Cartuchos e Munições). Através
do estudo realizado, será apresentado três fluxos do processo inbound, onde conterá suas
etapas gerais, a margem de custo envolvida no processo e os aspectos legais para o
cumprimento da lei exigida pelo produto estudado, através desses fluxos serão estudados
possíveis problemas, que darão origem a um próximo trabalho, onde será incluído e
estudados os problemas das quatro áreas do processo da compra da matéria prima a
distribuição das munições.
Palavra-Chave: Inbound. Munição. Cadeia química. Logística.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Ciclo da gestão de processos............................................................... 15
Figura 2: Exemplo de um processo. ................................................................... 18
Figura 3: Perguntas que auxiliam na formação da visão organizacional............ 19
Figura 4: Exemplo de raias e piscinas. ............................................................... 21
Figura 5: Eventos de início................................................................................. 22
Figura 6: Eventos intermediários........................................................................ 23
Figura 7: Eventos de fim..................................................................................... 24
Figura 8: Atividades de tarefas........................................................................... 25
Figura 9: Atividades de subprocessos................................................................. 26
Figura 10: Gateways utilizados no BPMN. ........................................................ 26
Figura 11: Objetos de conexão. .......................................................................... 27
Figura 12: Artefatos utilizados no BPMN.......................................................... 27
Figura 13: Representação da logística Inbound.................................................. 29
Figura 14: Embalagem primaria das espoletas recebidas................................... 32
Figura 15: Embalagem segundaria das espoletas. .............................................. 33
Figura 16: Embalagem da pólvora...................................................................... 33
Figura 17: Lingote de chumbo utilizado para fazer o núcleo do projetil............ 33
Figura 18: Bobina de latão utilizada para fazer o corpo do projetil. .................. 34
Figura 19: Filme stretch utilizado na embalagem do produto ............................ 34
Figura 20: Embalagem utilizada........................................................................ 34
Figura 21: Fluxo de processo Inbound. .............................................................. 35
Figura 22:Diagrama de gastos de uma empresa. ................................................ 37
Figura 23: Exemplo de custo fixo e custo variável............................................. 38
Figura 24: Fluxo do processo inbound com os custos por atividades. ............... 46
Figura 25: Fluxo do processo inbound com os aspectos legais .......................... 51
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Exemplos de notações existentes........................................................ 20
Tabela 2: Custos diretos e indiretos do processo inbound.................................. 40
Tabela 3: Custo do processo de abastecimento, contas gerais e despesas
administrativas do processo inbound.................................................................. 41
Tabela 4: Despesas de documentação do processo inbound............................... 41
Tabela 5: Base de dados para apropriação de recursos do processo inbound. ... 42
Tabela 6: Recursos consumidos no processo inbound. ...................................... 42
Tabela 7: Custos por atividade - Logística de abastecimento – LMN................ 43
Tabela 8: Custo por atividades - logística de abastecimento – AMM................ 43
Tabela 9: Custo por atividades - logística de abastecimento – AMM - Part. 2. . 43
Tabela 10: Base de dados - direcionadores de atividades logística de
abastecimento. .................................................................................................... 44
Tabela 11: Atribuição dos custos das atividades da logística de abastecimento aos
objetos................................................................................................................. 44
Tabela 12: Demonstração de resultado gerencial - Custeio ABC. .................... 45
LISTA DE ANEXOS
Anexo 1: Exemplo 1º folha do contrato social da UPCM.................................. 56
Anexo 2: Exemplo 2º folha do contrato social da UPCM. ................................. 57
Anexo 3: Exemplo 3º folha do contrato social da UPCM. ................................. 58
Anexo 4: Exemplo de CNPJ............................................................................... 59
Anexo 5: Exemplo de alvará............................................................................... 59
Anexo 6: Exemplo de certifica de licença da Polícia Federal. ........................... 60
Anexo 7: Exemplo CR do Exército Brasileiro ................................................... 61
Anexo 8: Exemplo de autorização do Corpo de Bombeiro. ............................... 62
Anexo 9: Exemplo de apólice de seguro empresarial......................................... 63
Anexo 10: Exemplo 1º folha do contrato de trabalho......................................... 64
Anexo 11: Exemplo 2º folha do contrato de trabalho......................................... 65
Anexo 12: Exemplo 3º folha do contrato de trabalho......................................... 66
Anexo 13: Exemplo 1º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 67
Anexo 14: Exemplo 2º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 68
Anexo 15: Exemplo 3º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 69
Anexo 16: Exemplo 4º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 70
Anexo 17: Exemplo 5º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 71
Anexo 18: Exemplo 6º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 72
Anexo 19: Exemplo 7º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 73
Anexo 20: Exemplo 8º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 74
Anexo 21: Exemplo Nota Fiscal da pólvora....................................................... 75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABC Activity Based Costing
AMM Armazenamento
ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária
BPM Business Process Management
BPMI Business Process Management Iniciative
BPMN Business Process Model and Notation
CBC Companhia Brasileira de Cartuchos
CBOK Common Book of Knowledge
CLT Consolidação das Leis de Trabalho
COLOG Comando Logístico
DCPQ Divisão de Controle de Produtos Químicos da Polícia Federal
DFPC Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados
FP Folha de Pagamento
ID Identificação Direta
LMN Logística de Materiais Nacionais
MPF Ministério Público Federal
NR Norma Regulamentadora
OMG Object Management Group
PCE Produtos Controlados pelo Exército
RAS Rastreamento
RAT Rateamento
RF Receita Federal
TG Trabalho de Graduação
UPCM Unidade Produtora de Cartuchos e Munições
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11
1.0. Fundamentação Teórica............................................................................... 13
1.1. Modelagem de Processo ....................................................................... 13
1.2. Notação BPMN..................................................................................... 19
1.3. Logística Inbound ................................................................................. 28
2.0. Fluxo de Processo.................................................................................... 31
3.0. Custo do Processo.................................................................................... 36
4.0. Aspectos Legais....................................................................................... 47
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 52
Referências ......................................................................................................... 54
Anexo/Apêndice ................................................................................................. 56
Relatório Copyspider.......................................................................................... 76
11
INTRODUÇÃO
A cadeia química de munições é bem vasta, mais apesar disso há no Brasil,
somente três fabricantes de munições sendo a maior delas a CBC que obtém 50% do seu
faturamento com vendas no território brasileiro, seguida na segunda posição pela Imbel,
uma empresa estatal brasileira criada pela lei nº6.227 de 14 de julho de 1975, com sua
estrutura vinculada ao Ministério da Defesa, tendo suas atividades exclusivamente
subordinadas ao Exército Brasileiro e em terceiro lugar temos a Taurus que tem seu
foco maior na fabricação de armas. Segundo a folha de São Paulo (2020) a CBC faturou
em 2019, cerca de 24 bilhões de dólares sendo 15% referente a venda para o mercado
civil e os outros 35% para instituições policiais e militares, já a Taurus faturou R$164,871
milhões apresentando um aumento de 13% no primeiro trimestre do ano de 2004, como
a Imbel é uma estatal não tem seus números divulgados. As munições são muito
importantes, pois existem vários calibres, e seu uso depende muito do motivo para o qual
será usado, pois existem diferentes tipos de situações para sua aplicação, como contenção,
abate, caça, esporte, sinalização e até a defesa pessoal. Toda munição é composta de um
estojo (cápsula) que é um tubo oco, geralmente fabricado de metal ou latão, com um
propelente (pólvora) no seu interior, na sua parte aberta encontra-se preso o projetil
(ponta) e na sua base encontra-se a espoleta elemento de inicialização, esse tubo é
conhecido como estojo e tem a função de unir mecanicamente as outras partes do
cartucho.
A escolha do produto estudado – munições se deu por conta de ser um tema bem
interessante e não muito explorado pela sociedade, dado a restrição existente com o uso
e as informações com o tema, gerando assim um certo desafio. Embora a cadeia química
venha ganhando grande espaço no território nacional, e contenha uma grande gama de
produtos relacionados a cadeia, como por exemplo os produtos controlados pelo Exército
Brasileiro (munições) é restrita, sem contar que é um produto de extrema relevância no
mercado internacional e nacional, o que amplia as possibilidades de exploração do
trabalho por se tratar de um mercado de alta competitividade econômica.
Para que exista uma gestão eficiente no fluxo de processo da cadeia inbound, é
necessário o entendimento das atividades dessa operação, definindo assim um bom
desempenho na sua execução. Com a metodologia a ser estudada, buscou-se reunir
informações com o intuito de determinar a situação problema a ser investigada – Quais
12
as implicações da modelagem de processo por meio da notação BPMN aplicada a cadeia
logística química, mais especificamente no processo inbound da munição? Esse relatório
parte da ideia de que um processo modelado através da notação BPMN, pode contribuir
para melhor entendimento e conhecimento da cadeia química com foco em produtos
controlados – munições, oferecendo assim, a possibilidade de diagnosticar potenciais
problemas e apontar possíveis soluções.
Esse relatório tem como seu objetivo geral modelar o processo inbound por meio
da notação BPMN, levantar os custos e aspectos legais do processo modelado e verificar
as contribuições e desenvolvimento da cadeia logística química e de seu produto
modelado – munições.
Para a realização deste relatório foram utilizadas pesquisa exploratória,
bibliográficas e uma visita. A pesquisa exploratória foi baseada em artigos, publicações
e teses para que fosse obtida uma melhor forma de entrar no tema do trabalho de modo
claro e objetivo, já a pesquisa bibliográfica realizada através de livros e artigos sobre a
modelagem de processos, notação BPMN e o processo inbound, por último foi realizado
uma visita técnica na guarda civil para conhecer o processo de fabricação, carregamento
e compra das munições.
Esse relatório faz parte de um todo que foi dividido em quatro partes (inbound,
interno, armazenagem e outbound), onde o mesmo tratara sobre a parte inbound que foi
dividido em quatro capítulos, onde no primeiro capítulo é abordado e explicado os
conceitos das ferramentas utilizadas para a modelagem do processo baseada em vários
autores, além disso é explicado também o tema a ser abordado no relatório. O segundo
capítulo abordará o fluxo do processo modelado, descrevendo toda a operação com o
máximo de detalhes existentes. O terceiro capítulo apresentará o levantamento de todos
os custos logísticos envolvido na operação do processo inbound da munição. Por fim, o
quarto capítulo abordara todos os documentos, normas, decretos, leis e contratos
necessários para que haja o funcionamento adequado dessa operação.
1.0. Fundamentação Teórica
1.1. Modelagem de Processo
Para iniciar este trabalho, primeiro é necessário entender o conceito de processo,
que segundo Costa (2020), é um conjunto de atividades sequenciadas para alcançar um
determinado resultado, com seu início e fim bem definido. O MPF (Ministério Público
Federal), cita processo como:
“Compreendem um conjunto ordenado de atividades de trabalho, no tempo e
espaço, com início, além de entradas e saídas bem definidas. Têm como
objetivo gerar resultados para a organização e podem estar em níveis de
detalhamento, sendo comumente relacionados às áreas gerenciais, finalísticas
e de apoio”
De acordo com os conceitos acima podemos concluir que processos são utilizados
em uma organização, para possibilitar que a mesma seja vista, como um fluxo contínuo
de atividades e não só como um conjunto de setores separados, gerando um determinado
lucro a organização. Onde Adair e Murray (1996) cita que:
“Processo consiste em um conjunto de tarefas executadas sequencialmente
com a finalidade de gerar um resultado identificável, que pode ser um bem, um
serviço, dados ou informações. O resultado do processo é sempre direcionado
a um cliente – seja ele interno ou externo – que é quem define e avalia esse
resultado”.
Para o melhor gerenciamento e resultado de um processo é importante entender
quais os tipos de processos existentes dento de uma organização. De acordo com Hammer
(1997), a natureza da gestão de processos é garantir que seu desempenho esteja de acordo
com o seu potencial, buscando oportunidade de aperfeiçoamento e tornando essas
oportunidades em realidade, ou seja, trazendo esse processo para a realidade, permite-se
que seu gerenciamento se torne mais fácil, pois possibilita ao gestor conhecer a rotina da
empresa em um todo e assim monitorar seu desempenho.
De acordo com Santos (2017), gestão de processo refere-se à formação de
processos com o objetivo tático de uma empresa, planejando e executando arquiteturas
de processos, determinando sistemas de medição de processo que se alinhe com os
objetivos organizacionais, treinando gerentes para que eles façam a Gestão de Processos
efetivamente.
14
O gerenciamento de processos acaba por trazer inúmeras vantagens para a
empresa, como:
A. Aumento da produtividade e sua eficiência: Por estar padronizado, permite
com que reduza o retrabalho.
B. Aumento da integração: Todos os envolvidos conhecem o processo e suas
informações, agilizando o tempo de realização e tornando o processo mais
eficiente.
C. Redução de custos: Permite a empresa gerir melhor seu processo, e reduzir
a ociosidade no seu tempo de produção/trabalho.
D. Eliminação da falha de comunicação: Os setores não se comunicam entre
si, o que acaba por dificultar o funcionamento de sua operação, para que
haja essa interação o gerenciamento do processo acaba por promover uma
interação em todos os departamentos de uma organização, minimizando a
falha na comunicação.
Uma adequada gestão de processos, é dividida em seis fases, a saber:
1) Mapear: Necessário o entendimento da situação da empresa para uma ação
de intervenção. É a fase onde quem está realizando o gerenciamento de
processos deve conversar com profissionais que participam do processo,
para que haja o entendimento a demanda da organização e siga para a etapa
seguinte com o máximo de conhecimento possível. Há algumas técnicas
para facilitar esse processo como: entrevistar, questionários, reuniões,
análise de documentação existente e coleta de evidências.
2) Modelar: Essa etapa é onde começa a esquematização de todo o processo
que foi adquirido na etapa de mapeamento, desde os envolvidos nas
atividades, os componentes utilizados até a interação com os demais
setores.
3) Analisar: Nessa etapa vamos entender o estado atual do processo, ou seja,
identificar problemas, objetivos não atingidos, falha no contato com os
clientes, pontos em que não haja entendimento entre as áreas conectadas,
variações no processo e possíveis gargalos.
4) Desenhar: Fase em que já é começado a elaboração de um novo processo,
levando em consideração as correções e adequação dos problemas
15
identificados. O novo desenho deve ser alinhado as necessidades da
organização.
5) Implementar: Após todo o processo desenhado, nessa fase o gestor deve
encontrar a melhor forma de colocar o novo processo na empresa. Existem
duas formas dessa mudança ocorrer, de maneira progressiva, onde a
mudança vai sendo implementada aos poucos ou de maneira brusca, onde
a mudança ocorre de uma só vez.
6) Medir: Na última etapa é realizado uma análise com base nos indicadores
de desempenho (tempo, custo, qualidade e capacidade), onde é captado se
o rendimento do processo após a implementação foi positivo ou negativo.
Figura 1: Ciclo da gestão de processos.
Fonte: A autora (2020)
Após compreendermos o conceito de gestão de processos, pode-se concluir que
ela é uma parte fundamental para a estratégia de uma organização, ou seja, tem seu olhar
voltado a contínua melhoria e a qualidade de seus serviços ou produtos que são oferecidos
aos seus clientes. Para que seja oferecido resultados satisfatórios a esses processos, eles
precisam ser maleáveis, para que haja a oportunidade de mudanças podendo ser
implementada com facilidade, acompanhando as necessidades da empresa e de seus
setores. Mesmo que o ciclo da gestão de processos tenha seis fases, este trabalho será
16
focado somente na modelagem de processos, que além de entender o funcionamento do
processo atual, tem como objetivo esquematizar todos os setores e suas possíveis
interações.
Segundo BPM CBOK (2009) a definição de modelagem de processo é:
“modelagem de processo serve para prover estrutura as abordagens de
desenhos da empresa, dando menos destaque nos mapas de processos e mais
ênfase nas tarefas e capacidade de negócios, de modo que o processo atual
possa ser analisado e melhorado, pois o seu objetivo é aprimorar os processos
efetuados dentro de uma organização”.
Através disso a modelagem de processo acaba por unir melhor a estratégia ao
andamento de todo o processo em tempo real, para favorecer a capacidade de respostas.
Para isso a modelagem de processo requisita um relevante conjunto de competências e
estratégias para que permita comunicar, compreender e gerenciar componentes de
processos e negócios. Sendo assim a modelagem de processos uma atividade
indispensável para o gerenciamento da organização. Com isso, o tipo de modelo e o grau
de detalhamento é baseado no que se espera da modelagem, ou seja, um diagrama
simplificado pode ser suficiente em alguns casos, ao mesmo tempo em que um modelo
completo e detalhado seja necessário em outros.
Os processos de modelagem podem ser apresentados por mais de uma modelagem
em diversos níveis de detalhamento. Esses modelos podem ser matemáticos, físicos,
gráficos, narrativos ou a combinação deles. Os modelos de negócios completo geralmente
representa diversos pontos de vista, servindo para diferentes fins.
O modelo de processo contém ícones que simbolizam eventos, atividades,
decisões, condições e outros elementos do processo, onde podem conter ilustrações e
informações sobre: o relacionamento entre os ícones, como eles se comportam, o que
executam e seu relacionamento com o ambiente.
Alguns objetivos que justifiquem a modelagem de processos segundo CBOK
(2009), são:
a) Documentar o processo
b) Prover treinamento
c) Responder às mudanças
d) Estabelecer padrões de trabalho
e) Identificar oportunidades de melhoria
f) Desenhar um novo processo
17
g) Comunicar
h) Definir requisitos para novas operações
i) Medir o desempenho
j) Automatização
k) Viabilizar simulação e análise de impacto
Os modelos devem ser objetivos, fáceis e claros de se entender. Para proporcionar
essa ação, inúmeras e diferentes notações foram elaboradas com o passar do tempo. A
escolha dessas notações irá depender da cultura da organização a ter seu processo
modelado, do nível de detalhe e informações exigidas, e do entendimento das partes
interessadas em ler o modelo.
Existem dois tipos de modelos, o estático e o dinâmico. O modelo estático reflete
uma condição única de um modelo de processo de negócio, como:
a) Documentam etapas de configuração
b) Estabelecem linhas bases
c) Representam estados futuros a partir de pressupostos de metas ou riscos
do processo
d) Gerenciam mudanças
e) Levam o processo a um nível mais alto de maturidade
O modelo também pode ser construído de forma dinâmica, permitindo interação
com um ator de processo ou atos que comprovem o desenvolvimento de uma tendência
ao longo do tempo, podendo em alguns casos efetuar previsões de desempenho futuro. A
modelagem também muitas vezes se beneficia da combinação dos modelos estatísticos e
dinâmicos.
Existem ferramentas para a realização da modelagem de processo que especificam
propriedades, propósitos, comportamentos e outros elementos de um processo, algumas
dessas ferramentas são utilizadas para capturar, catalogar, organizar, analisar e gerenciar
o portfólio de processos da empresa.
Essas ferramentas variam em números e tipos de componentes e informações que
possam capturar, o que acaba por afetar os tipos e níveis da análise de desempenho de
processos que os modeladores podem realizar. Segundo o CBOK (2009), alguns dos
componentes de processo e informações que a modelagem de processos pode capturar
são:
a) Entradas/saídas
b) Padrões de chegada/distribuições
18
c) Eventos/resultados
d) Custos (diretos e indiretos)
e) Valor agregado
f) Regras de entrada
g) Papéis/organizações
h) Regras de saída
i) Dados/informação
j) Regra de decisão
k) Probabilidades
l) Regras de junção
m) Enfileiramento
n) Tempo de transmissão
o) Agrupamento
p) Tempo de espera
q) Número de pessoas disponíveis para desempenhar tarefas
Sendo assim a modelagem de processos utilizada com o objetivo de auxiliar na
construção de melhorias da organização.
Figura 2: Exemplo de um processo.
Fonte: Autora (2020).
Além disso alguns autores listam que a modelagem de processos possui algumas
atividades ou ações necessárias para o bom andamento do processo, tais como:
a) Modelagem de processos apropriada
b) Eliminar atividades desnecessárias
c) Aperfeiçoamento de atividades
d) Identificar e implementar melhorias
e) Profissionais capacitados
f) Racionalizar os controles
g) Coleta de documentos
h) Reduzir tempo de atividade
19
i) Eliminar gargalos
De acordo com Maranhão e Macieira (2004), e Rotandaro (2008), as atividades
têm a necessidade de ilustrar a estrutura de negócios através de perguntas simples para
que se possa identificar seu objetivo e assim estruturara-lo da melhor forma. Por isso
deve-se fazer as seguintes perguntas:
a) O que fazer?
b) Como fazer?
c) Quando fazer?
d) Onde fazer?
e) Quem vai fazer?
f) Por que fazer?
Figura 3: Perguntas que auxiliam na formação da visão organizacional.
Fonte: Autora (2020).
Para uma modelagem de processo de sucesso, é necessário a adequada escolha da
notação. O conceito de notação, sua aplicabilidade e a notação escolhida para esse
relatório, são assuntos do próximo tópico.
1.2. Notação BPMN
As notações quando bem escolhidas trazem muitas vantagens a modelagem de
processo, por esse motivo devemos considerar as especificidades da organização, sendo
20
apropriado as vezes utilizar diferentes notações para diferentes estágios, níveis ou
finalidades da modelagem.
Para que se possa entender o que é uma notação BPMN (Business Process Model
and Notation), primeiro deve-se saber o conceito de notação. É uma palavra que vem do
latim notatîo, é a ação de anotar algo, tomar nota, apontar, é usada para expressar algum
conceito. O CBOK (2009), define notação como “conjunto padronizado de símbolos e
regras que determinam o significado desses símbolos”, ou seja, a notação nada mais é do
que um padrão usado para apontar um determinado conceito. Existem vários tipos de
notações, e as mesmas são usadas para padronizar inúmeras coisas como: notação
cientifica, notação musical, notação matemática, notação algébrica e a notação de
modelagem. Na tabela 1 é mostrado exemplos de notações existentes para a modelagem
de processo.
Tabela 1: Exemplos de notações existentes.
Fonte: Adaptado de CBOK (2013, p.79).
Diante esse conhecimento e o fácil entendimento gerado pela modelagem de
processo, a notação BPMN será adotada para o desenvolvimento desse trabalho, onde ela
irá ilustrar o processo Inbound para a fabricação de munições, relacionado a cadeia
química.
Sabendo o que é uma notação agora podemos aprofundar mais no assunto notação
BPMN. Segundo Sordi (2005), existem diversos padrões de notação de modelagem, mais
a BPMN é a mais usada entre elas, por ser um método de fluxograma que modela a etapa
21
de ponta a ponta com clareza e objetividade, representando de forma visual uma
sequência minuciosa de atividades de negócio e fluxos de informações necessários para
a conclusão de um processo.
Essa notação foi desenvolvida pela BPMI (Business Process Management
Iniciative), e incorporada ao OMG (Object Management Group), um grupo que designa
padrões para sistemas de informações. O BPMN apresenta um robusto conjunto de
símbolos para modelagem de diversos aspectos de processos de negócio. Como nas outras
notações esses símbolos deixam claramente definidos os fluxos de atividades e a ordem
de precedência.
Segundo Conceito.de (2013) e Cornelios e Durand, simbologia é a ciência que
estuda a origem, interpretação e a arte de criar símbolos. Esses símbolos são usados para
expressar todo tipo de coisa como: mitos, crenças, fatos, situações, ideias, sendo usada
como uma das formas de representação da realidade. Os símbolos existem desde o
começo da humanidade e era utilizado como forma de comunicação.
Agora que já se sabe o conceito de simbologia, podemos entender melhor cada uma
das simbologias utilizadas pela notação BPMN.
Para que a modelagem fique clara o BPMN utiliza as Swinlanes (raias e piscinas)
figura 4, que são várias linhas paralelas. Cada uma dessas raias é definida por um ator1
na realização do trabalho, tendo um papel no desempenho do processo. A modelagem é
movida de atividade para atividade seguindo sempre o caminho do fluxo na ordem de
execução.
Figura 4: Exemplo de raias e piscinas.
Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.36).
Segundo Souza, Alencar (2013), para manter o fácil entendimento e comunicação
entre as pessoas é utilizado elementos que contém desenhos de modelagem de processos.
Esses elementos podem ser divididos em: eventos, atividades e decisões. Os eventos
1
Departamentos
22
afetam o fluxo e acontecem durante o curso do processo e podem ter uma causa
específica. Os eventos são representados por círculos vazados, permitindo que dentro
deles haja sinalizações que identifiquem os gatilhos ou resultados. Existe 3 tipos de
eventos os de início (figura 5), intermediários (figura 6) e final (figura 7).
Figura 5: Eventos de início.
Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p. 28).
23
Figura 6: Eventos intermediários.
Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.29).
24
Figura 7: Eventos de fim.
Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.30).
As atividades são usadas para determinar os trabalhos que são realizados pela
organização, podendo conter uma ou mais funções com níveis mais detalhados. Existem
três tipos de atividades que podem fazer parte de um processo de negócios, são eles:
processos, subprocessos e tarefas.
Segundo Souza, Alencar (2013), as tarefas (figura 8), e subprocessos (figura 9),
são representados por um retângulo com as quinas arredondadas, já os processos podem
tanto ser representados do mesmo modo, como também inseridos dentro de um pool 2
.
2
Termo referente a piscina, lugar onde é colocado o nome do processo na modelagem BPMN.
25
Figura 8: Atividades de tarefas.
Fonte: Adaptado de Manual de gestão por processos (2013, p.31, 32).
26
Figura 9: Atividades de subprocessos.
Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p. 33).
São usados ainda os gateways (figura 10), que auxiliam no rumo que o fluxo vai
seguir, controlando suas ramificações. Sua forma gráfica é um losango, e seu interior
indica o tipo de comportamento da decisão.
Figura 10: Gateways utilizados no BPMN.
Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.34).
27
Para fazer a conexão dos eventos, atividades, subprocessos e gateways o BPMN
utiliza objetos de conexão (figura 11), existem 3 tipos e cada um deles é utilizado para
um processo, ajudando a dar entendimento ao processo e saber qual a direção a ser
seguida.
Figura 11: Objetos de conexão.
Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.35).
Além disso vale lembrar também que existe os artefatos (figura 12), esses são
utilizados para informações dentro do processo de modelagem do BPMN, através deles
são adicionadas informações como tempo, documentação pedida, ou algo que não fique
específico na atividade descrita.
Figura 12: Artefatos utilizados no BPMN.
Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.37).
Agora que já sabemos o que é a notação BPMN e seus símbolos na figura 13 temos
um exemplo completo para seu melhor entendimento.
28
Figura 13: Fluxo em baixo nível com raias em BPMN.
Fonte: CBOK (2013, p.82).
1.3. Logística Inbound
Este trabalho abordará a modelagem de processo Inbound, porém o mesmo faz
parte de um todo, que envolve toda a modelagem da munição (produto da cadeia
química), começando pelo Inbound, que será abordado neste trabalho, passando pelo
interno - onde é produzida a munição, a armazenagem - onde será feito todo a etapa de
estocagem e expedição do produto, e por último, o processo Outbound – que abordara a
distribuição da munição.
Segundo Dantas (2005), a logística de abastecimento é o conjunto de matérias
necessárias para o funcionamento de uma empresa fabricante ou comercial. Santos (2017)
cita que:
29
“Logística Inbound é o termo para se referir, essencialmente, ao transporte,
armazenagem e entrega de bens e serviços dentro de um negócio, ou seja, o
seu negócio está adquirindo bens ou serviços de um fornecedor externo”
Esse processo engloba todo o controle de fluxo de materiais até a chegada à
empresa, como:
A. Processar informações
B. Encontrar bons fornecedores
C. Administrar o transporte do fornecedor até a empresa
D. Receber e verificar as matérias – primas recebidas
E. Estocar as matérias – primas
F. Auditar qualidade da produção
G. Retorno das embalagens
Esses são processos focados nos procedimentos que acontecem entre a compra da
matéria prima com o fornecedor e sua entrega na fábrica (figura 15). Em outras palavras,
a logística Inbound é o conjunto de atividades que cuida da entrada de bens e serviços na
empresa, ou seja, são os processos necessários para nutrir a sua cadeia logística. Assim
toda a fase de negociação com os fornecedores, definição dos processos, quantidade de
mercadoria e prazos é de total responsabilidade da logística Inbound. De acordo com
Santos (2017):
“A logística Inbound abrange tudo aquilo que sua empresa encomenda de
fornecedores, o que pode incluir serviços, ferramentas, matérias primas,
material de escritório e qualquer outro tipo de inventario. São, portanto, os
processos que garantem que as atividades de rotina da companhia possam ser
desenvolvidas dentro dos padrões e especificações necessárias”.
Figura 13: Representação da logística Inbound.
Fonte: Meira, Adaptado de Activecorp (2019).
30
Agora que já se sabe o conceito dessa logística, fica bem mais fácil entender e
entrar nas três funções principais:
A. Processamento de informações do seu fluxo de matérias: Deve -se ter um
verdadeiro controle sobre a demanda de materiais no estoque da empresa,
permitindo aos gestores visualizar as necessidades, garantindo assim a
disponibilidade de tudo o que é necessário na produção.
B. Recebimento e descarga da matéria – prima: Além da operacionalizar a
parte burocrática da relação com os fornecedores (negociação e
fechamento de contrato), os processos da logística Inbound abrange
também os recebimentos das mercadorias na empresa e o seu correto
armazenamento, conforme a necessidade da produção. Sendo essa uma
atividade estratégica, já que ela evita o deslocamento desnecessário dentro
do armazém, minimizando gastos e desperdício de tempo.
C. Avaliação da eficiência da produção: Como ela envolve uma visão
holística do processo produtivo, é sua função avaliar a qualidade da
produção, considerando a produtividade e principalmente a qualidade dos
processos produtivos. Através de indicadores próprios essa avaliação é
otimizada, reforçando ainda mais o sucesso do negócio.
Com isso é possível perceber que a logística Inbound é um dos braços mais
importantes desse setor, pois para que a empresa consiga manter um fluxo logístico
consistente, é essencial que os produtos e mercadorias necessárias cheguem à organização
a tempo.
As indústrias que necessitam de insumos para produzir, devem manter uma boa
relação com seus fornecedores, para não sofrerem com uma produção deficitária, ou seja,
a importância está exatamente em garantir esse fluxo comunicativo e a parceria,
viabilizando a entrega nos prazos estabelecidos. Essa eficiência em relação a
empresa/fornecedor é o que permite não só a continuidade na operação, mas também o
equilíbrio nos estoques, evitando que uma companhia tenha que manter grandes armazéns
para suprir suas demandas.
Com a logística inbound bem determinada, os insumos chegam à empresa em
fluxo contínuo e rígido, próximo do momento de serem utilizados na produção, assim
materializando o conhecido conceito just in time3
.
3
Na hora certa.
31
Outro ponto que demonstra sua relevância, é o reforço no cumprimento de prazos.
As empresas que operam com base nesse conceito conseguem organizar de forma muito
mais confiável o fluxo logístico, de modo em que a previsibilidade dos prazos é muito
maior e a ocorrência de falhas e atrasos reduzida. O fato é que como a cadeia toda é
gerenciada, os gestores têm total controle das matérias primas, desde o instante em que
elas deixam os fornecedores e se deslocam a empresa, permitindo assim manter o fluxo
sempre constante.
Agora já compreendemos do que se trata o conceito da logística de
abastecimento/Inbound e que a sua obrigação é cuidar de toda a parte desde o contato
com o fornecedor até o armazenamento da matéria prima utilizada para a fabricação das
munições. No próximo tópico será apresentado e explicado o fluxo do processo Inbound
para a fabricação de munições da empresa CBC.
2.0. Fluxo de Processo
O processo Inbound tem seu início na verificação da demanda de mercado, onde
o pessoal do administrativo (compras) da empresa bélica , vai avaliar quais os níveis de
demandas de cada munição para poder dar início na pesquisa de possíveis fornecedores,
após ser achados fornecedores que se enquadrem com as necessidades da empresa, o
responsável pelas compras entra em contato por e-mail ou telefone, para que seja feito a
cotação dos componentes necessários, geralmente é cotado o preço de 4 fornecedores,
após o responsável estar com os preços dos 4 fornecedores é feita uma reunião com a
equipe onde será realizada a escolha do fornecedor com base no menor orçamento, com
o fornecedor definido, o responsável das compras entra em contato com o mesmo para
fazer a solicitação do pedido de matéria prima necessário (bobina de latão, lingote de
chumbo, verniz, betume, pólvora, espoleta, embalagens blister, embalagem estojo de
papel, embalagem caixa de papelão e stretch), após o pedido ser confirmado, é recebido
por e-mail os dados referentes ao veículos e motorista que fará a entrega e a nota fiscal
do fornecedor contendo o valor total do pedido onde a empresa já paga o fornecedor e
aguarda a entrega que tem o prazo de 1 dia.
Após passado o prazo de 1 dia é recebido o caminhão do fornecedor na portaria
da empresa bélica, o responsável pela portaria no dia vai checar a documentação do
veículo (nota fiscal do pedido, habilitação do motorista, registro do veículo e o
32
conhecimento de transporte), se estiver tudo ok e bater com o mostrado no sistema o
caminhão é liberado e encaminhado para a doca de descarregamento, caso ocorra alguma
divergência na documentação, nesse caso o responsável pela portaria avisa o pessoal de
compras que entra em contato com o fornecedor e informa sobre a discrepância na
documentação, e o caminhão fica barrado na portaria até o recebimento da nova
documentação corrigida, após a chegada da documentação corrigida, é feita uma nova
averiguação para confirmar se a mesma agora se encontra correta, após a conferência o
caminhão é liberado.
Com a chegada do caminhão na doca o responsável pela expedição irá fazer uma
nova conferência da nota fiscal e averiguar se há avarias na carga, caso esteja tudo correto
o caminhão é descarregado, sendo realizada a conferência da matéria prima recebida a
mesma será encaminhada ao almoxarifado, caso tenha sido encontrado algum problema
na averiguação de avarias, o responsável da expedição informa o fornecedor sobre a
avaria ou falta da carga e dispensa o caminhão aguardando uma nova entrega correta, com
a chegada da nova mercadoria é realizado novamente todo o processo de verificação da
carga, estando correta a mesma é encaminhada para o almoxarifado.
Depois de encaminhado para o almoxarifado, simultaneamente os componentes
são recebidos e lançados no sistema para que seja emitida a etiqueta de localização do
estoque de matérias primas contendo o lote, produto e quantidade armazenada, após isso
o responsável pelo almoxarifado coloca as etiquetas e encaminha para o endereço de
armazenagem indicado na etiqueta, no qual será estocado nas prateleiras do almoxarifado,
a matéria prima fica armazenada até ser recebido um pedido de abastecimento da
produção, caso haja o suprimento pedido é separado e encaminhado para a produção, se
não houver o processo começa tudo novamente desde a solicitação da matéria prima para
o fornecedor.
Figura 14: Embalagem primaria das espoletas recebidas.
Fonte: Autora (2020)
33
Figura 15: Embalagem segundaria das espoletas.
Fonte: Autora (2020)
Figura 16: Embalagem da pólvora.
Fonte: Autora (2020)
Figura 17: Lingote de chumbo utilizado para fazer o núcleo do projetil.
Fonte: GRX (2020)
34
Figura 18: Bobina de latão utilizada para fazer o corpo do projetil.
Fonte: CBC.
Figura 19: Filme stretch utilizado na embalagem do produto
Fonte: Paperplast.
Figura 20: Embalagem utilizada.
Fonte: Autora (2020)
35
Figura 21: Fluxo de processo Inbound.
Fonte: Autora
36
3.0. Custo do Processo
Para compreender os custos gerais do processo inbound, é necessário o
conhecimento de alguns conceitos básicos referentes aos custos logísticos, sendo os
mesmos desde o processo de abastecimento (compra da matéria-prima), planta
(transformação da matéria-prima em produto acabado), armazenagem (armazenamento
temporário do produto acabado) e o processo de distribuição (transporte do produto final).
Ao ser levantado tais custos, deve-se examinar sua importância relativa em
diferentes tipos de negócios, para possibilitar à gestão logística a tomar decisões e ações
capazes de levar os níveis de serviço desejados ao menor custo total possível, nas mais
diversas situações práticas.
Cada empresa tem uma situação diferente relacionado aos seus custos logísticos,
algumas empresas vendem somente para o mercado nacional, enquanto outras exportam
seus produtos para vários países.
Abaixo será citado alguns conceitos básicos que são importantes para um bom
entendimento dos custos logísticos.
a) Gastos: Envolvem sacrifícios financeiros para uma empresa que
podem ser representados, Segundo Martins (2003, p.24), “pela entrega
ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)”. Os
sacrifícios financeiros segundo este autor é “um pagamento resultante
de obtenção de um bem ou serviço”, que não coincide necessariamente
com o momento do gasto.
b) Investimentos: Contemplam os recursos comprometidos para
funcionamento específico. São os gastos que fazem parte dos ativos da
empresa, composto por bens e direitos, de propriedades da empresa,
tais como equipamentos de movimentação, veículos instalações,
prateleiras os próprios estoques etc. podem ser considerados como
investimentos.
c) Perdas: Segundo Martins (2003), “aos bens ou serviços consumidos de
formas anormal ou involuntária, ou seja, algo inesperado, tal como a
obsolescência dos estoques. Podemos também, associar as perdas às
falhas e aos desperdícios incorridos no processo, por exemplo, com
37
atividades que não agregam valor e precisam ser minimizadas ou
eliminadas”.
d) Despesas: São todos os gastos incorridos no esforço de obter receitas,
como propagada e publicidade realizada pela área de Marketing para
conquistar cliente e com isso mais receitas.
e) Custos: São gastos relacionados aos sacrifícios dos recursos ocorridos
no processo produtivo. Como custos a depreciação de máquinas assim
como a mão de obra do pessoal envolvido na função de armazenagem
de matéria prima. Os custos são elementos essenciais, considerados
nas estratégias de uma empresa. Sink e Tuttle (1993, p. 67) afirmam
que “em algumas linhas de produtos ou serviços, o custo é o principal
determinante do sucesso competitivo” e a competitividade continuará
a forçar uma grande preocupação com custos em todos os processos
de negócios e segmentos da economia.
Figura 22:Diagrama de gastos de uma empresa.
Fonte: Gestão de custos riscos e perdas (2016, p.21)
Bloomberg et al. (2002) sugere que os custos sejam segregados em diretos e
indiretos, fixos e variáveis. Cada um destes custos revela a importância para a tomada de
decisões.
a) Custos diretos: Aqueles que podem ser diretamente apropriados a cada
tipo de objetos, por exemplo, os custos de transportes na distribuição,
38
que podem ser identificados em função dos produtos faturados e
entregues a cada cliente.
b) Custos indiretos: Os custos indiretos não se podem aplicar diretamente
ao tipo de objeto, pois não estar diretamente relacionados ao mesmo,
um exemplo são os custos com a tecnologia da informação utilizados
em um processo logístico que atenda a diversos clientes.
c) Custos fixos: São aqueles que não sofrem variações de um mês para o
outro, que independente da sua produção, continuam o mesmo.
d) Custos variáveis: Como o próprio nome já diz, esses variam de acordo
com o nível de produção ou atividade relacionada, ou seja, seu valor
depende diretamente do volume produzido ou volume de vendas em
um determinado período.
Para Martnelli (2013, p. 18), quando os custos logísticos são abordados, deve
existir muito cuidado e atentar-se as suas características para que haja uma correta
classificação entre o custo variável e o custo fixo. Isto porque, dependendo do contrato
com o fornecedor ou serviço contratado pode ter sua conotação variável ou fixa como
mostrado na Figura 23.
Figura 23: Exemplo de custo fixo e custo variável.
Fonte: Martinelli (2013, p. 18)
Após compreendido o conceito dos custos logísticos, será dada a continuidade no
conceito do custeio ABC (Activity Based Costing), o qual será utilizado para demostrar o
custo de cada atividade do processo inbound.
A ideia do custeio ABC surgiu do fato que os métodos de custeio utilizados
distorciam os valores, além de reconhecer que os custos indiretos de produção, de
automação e de deficiência da apropriação dos custos indiretos comuns com base em um
critério único: horas de mão de obra direta.
As empresas perceberam que os consumidores começaram a exigir maior
variedade de produtos em menores quantidades, levaram ao montante de que os custos
indiretos resultassem em uma parcela significativa nos custos totais das empresas.
39
Para Bornia (2009, p.111), a ideia básica do ABC consiste em identificar “os
custos das várias atividades e entender seu comportamento, encontrando bases que
representem as relações entre os produtos e essas atividades”. Já Young e O Byne (2003,
p.100) mencionam que este método ajuda as empresas a examinarem, mais
racionalmente, as forças que conduzem o consumo de recursos nas operações.
De acordo com Manning (1995, p.125), a gestão estratégica de custos, da qual faz
parte o ABC, identifica que os custos não são dirigidos exclusivamente para os bens
produzidos, mas também, para servir os clientes e os canais, por meio dos quais os
produtos são entregues, retirando a limitação de que todos os custos devam ser
relacionados aos produtos para que se tenha uma visão mais satisfatória dos custos
utilizados. De qualquer forma, esse tratamento nos dá uma informação adicional das
razões para a posição dos custos por produto, canal e por clientes. Dentro desse
entendimento, permite-se gerenciar e compreender os diferentes custos apresentado para
alguma dessas categorias ou para relacioná-las.
Como qualquer metodologia o ABC tem algumas limitações e restrições que serão
citadas agora conforme Kaplan e Anderson (2007, p. 08) comentam que a implementação
do ABC tem os seguintes problemas.
1. Os processos de entrevistas e levantamento de dados são demorados e
dispendiosos:
2. Os dados para o modelo ABC são subjetivos e de difícil validação:
3. O armazenamento o processamento e a apresentação dos dados são
dispendiosos:
4. A maioria dos modelos ABC foca processos específicos e não fornece
uma visão integrada das oportunidades de lucro em todo âmbito da
empresa:
5. O modelo ABC não é atualizável ou adaptável facilmente as novas
circunstâncias:
6. O modelo incorre em erro teórico ao ignorar a possibilidade de
capacidade ociosa.
Em seguida do conceito, aplica-se o custo ABC, onde é calculado todos os gastos
no processo inbound da cadeia química com ênfase no produto munições.
40
Com o detalhamento realizado, é possível verificar onde existe excessos dos
gastos de atividades que compõem o processo inbound, uma vez que avaliado será feito
a redução dos custos onde resultará em uma maior eficácia no processo.
A quantidade de matéria-prima adquirida mensalmente é de 2.534.400 espoletas
9 ¹/2 large rifle, 1.014 kg de pólvora, 22 unidades de bobina de latão, 105 unidades de
lingote de chumbo e 51 litros de betume e verniz. A política da empresa é de manter um
controle de estoque rigoroso, para que não ocorra de faltar matéria-prima para a produção,
e com isso é importante apurar o custo de manutenção do seu inventario.
Nas Tabelas 2, 3 e 4, podemos observar todos os recursos que foram utilizados no
período do processo inbound.
Tabela 2: Custos diretos e indiretos do processo inbound.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005 p.283)
41
Tabela 3: Custo do processo de abastecimento, contas gerais e despesas administrativas do processo inbound.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.283)
Tabela 4: Despesas de documentação do processo inbound.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.283)
Pode ser verificado que na Tabela 4 é disposto o custo das documentações
necessárias para o devido funcionamento da organização, essas documentações são
essenciais para que haja o seu bom funcionamento e o seguimento da lei perante a compra
de matérias primas para a fabricação de munições.
É possível observar também os recursos comuns, aqueles que devem ser
apropriados a todas as áreas da empresa, o qual foram registrados como “contas gerais”
(Tabela 3), para depois serem apropriados aos centros de custos, por meio de critérios
específicos, em função da utilização que o processo inbound como pode ser observado na
Tabela 5.
42
Tabela 5: Base de dados para apropriação de recursos do processo inbound.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.285)
Para a apropriação dos recursos, tais como “aluguel, energia elétrica e manutenção
do prédio”, foi utilizado como critério de apropriação o espaço utilizado em m² no
processo inbound. Para os recursos de telecomunicação foram utilizados a quantidade de
ramais existentes em cada centro do processo. Na Tabela 6 é possível observar melhor os
recursos consumidos pelo processo.
Tabela 6: Recursos consumidos no processo inbound.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.287)
.
Nas Tabelas 7, 8 e 9 é possível observar os custos por atividade realizada no
processo inbound, onde será especificado detalhadamente cada em sua devida atividade
no LMN (logística de materiais nacionais) e no AMM (armazenamento).
43
Tabela 7: Custos por atividade - Logística de abastecimento – LMN.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.304)
Tabela 8: Custo por atividades - logística de abastecimento – AMM.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.306)
Tabela 9: Custo por atividades - logística de abastecimento – AMM - Part. 2.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.306)
Após termos apropriado os recursos consumidos nas atividades da logística de
abastecimento, irá ser definido quais serão os objetos analisados e os referidos
direcionadores de atividades, que podem ser observados na Tabela 10.
44
Tabela 10: Base de dados - direcionadores de atividades logística de abastecimento.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.313)
Na Tabela 11 será evidenciado como deverá ser feita a apropriação dos custos
acumulados nas atividades aos respectivos objetos de custos. Todas as atividades foram
apropriadas aos referidos objetos, em função de Direcionadores de atividades por
Identificação direta (ID) ou Rastreamento (RAS).
Na logística de abastecimento costuma-se considerar como objeto os itens
controlados por esse processo, que nesse exemplo é a Matéria-prima (item) e as
Embalagens.
Para que os custos possam ser apropriados aos objetos finais, deve-se definir os
direcionadores de atividades que fossem mais coerentes com a apropriação aos objetos.
No caso da Tabela 11, como a empresa tem um único produto (munições), todos os custos
estão sendo apropriados a este objeto.
Tabela 11: Atribuição dos custos das atividades da logística de abastecimento aos objetos.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.314)
Tendo então, apropriado todos os recursos consumidos as atividades e aos objetos,
será apresentado na Tabela 12 a demonstração de resultados gerencial pelo método do
custeio ABC.
45
Tabela 12: Demonstração de resultado gerencial - Custeio ABC.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.318)
Na Figura 24 podemos observar o fluxo do processo inbound com os devidos valores por
etapas.
46
Figura 24: Fluxo do processo inbound com os custos por atividades.
Fonte: Autor (2020)
47
4.0. Aspectos Legais
Para o funcionamento do processo Inbound, primeiramente é necessário a
documentação de funcionamento da empresa, que comprove a existência a qual o
processo está ligado. A maneira mais adequada para a legalização de uma empresa é a
formalização do contrato social adequado e seu devido registro de funcionamento. A
partir disso será especificado abaixo os documentos indispensáveis para que possa haver
o processo de compra da matéria prima (processo inbound) necessária para a fabricação
de munições:
a) Contrato social: Documento específico que servirá para registrar de maneira
documental todas as características básicas da sua empresa. Sendo assim um acordo
que regula a convivência dos sócios de maneira organizada, protegendo os direitos e
a liberdade dos mesmos. Disponível no Anexo 1.
b) Cadastro nacional de pessoa jurídica: Cadastro no qual são inseridas todas as pessoas
jurídicas ou correspondentes antes de iniciar suas atividades. Disponível no Anexo 2
c) Alvará de funcionamento: Documento ou declaração governamental que autoriza a
prática de determinado ato. Disponível no Anexo 3
d) Certificado de licença de funcionamento da Polícia Federal: São os documentos que
habilitam as empresas a exercerem atividades com substâncias químicas controladas
pela DCPQ (Divisão de Controle de Produtos Químicos da Polícia Federal).
Disponível no Anexo 4
e) CR do Exército Brasileiro: Documento comprobatório do ato administrativo que
efetiva o registro da pessoa física ou jurídica no Exército para autorização do
exercício de atividades com PCE (produtos controlados pelo Exército). Disponível
no Anexo 5
f) Autorização do Corpo de Bombeiro: Documento emitido pelo Corpo de Bombeiros
certificando sobre uma licença que, durante a vistoria, a edificação possuía as
condições de segurança contra incêndio e explosão previsto pela legislação.
Disponível no Anexo 6
g) Seguro empresarial: É uma apólice que tem por objetivo garantir diversos riscos
comuns à atividade empresarial, tendo o risco de incêndio e explosão como cobertura
básica. Disponível no Anexo 7
48
h) Contrato trabalhista: Contrato que estabelece as regras da relação trabalhista, sendo
depois da legislação, a principal fonte que define as relações entre empregado e
empregador. Disponível no Anexo 8
i) Contrato com o fornecedor: Documento que estabelece os deveres e obrigações
acordadas entre as partes com um vínculo obrigacional. Disponível no Anexo 9
j) Nota fiscal de recebimento da matéria prima: Documento de emissão obrigatória para
a comprovação da realização de uma compra e vendas ou uma prestação de serviços.
Disponível no Anexo 10
Esses são todos os documentos necessários para que se possa começar qualquer
processo dentro de uma empresa, Importante mencionar que não são os únicos, pois para
que se possa praticar todos os atos necessários na cadeia de produção de munições é
necessário o atendimento a uma vasta e complexa legislação e obter a aprovação de vários
órgão governamentais, pelo fato de se tratar de um produto controlado por sua alta
periculosidade.
Começaremos analisando primeiramente os órgãos governamentais envolvidos e
quais suas funções. Segundo a Constituição Federal, em seu art. 37º “órgão público é o
centro de competências, unidade de ação instituído para o desempenho das funções
estatais, por meio de seus agentes que ocupam cargos públicos, cuja conduta é imputada4
à pessoa jurídica de direito público interno a que pertence”. Abaixo encontram-se
descritos os órgãos que fiscalizam a matéria prima para o processo de fabricação de
produtos bélicos.
a) ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): É uma agência reguladora que
adota a natureza jurídica de autarquia5
de regime especial que age junto com o
Ministério da Saúde, no exercício do controle sanitário sobre todos os produtos e
serviços.
b) RF (Receita Federal): Órgão que tem como responsabilidade a administração dos
tributos federais e o controle aduaneiro, combatendo a sonegação, contrabando,
descaminho, contrafação6
, tráfico de drogas, armas e animais
4
Que foi considerado inocente.
5
Forma de governo em que um indivíduo ou grupo tem poder absoluto sobre a nação.
6
Pirataria.
49
c) DFPC (Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados): Órgão de apoio técnico
e normativo ao Comando Logístico (COLOG), incumbido7
de fiscalizar no Brasil a
aquisição de armamentos, explosivos e outros materiais controlado pelo Exército
Brasileiro.
Além do atendimento das exigências dos citados órgãos é necessário ainda seguir
Normas Regulamentadoras (NR). Segundo Aurich (2017) NR trata-se de conjuntos de
requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância
obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo que possuam empregados
regidos pela CLT (Consolidação das Leis de Trabalho). Para o processo inbound é
necessário seguir a normatização de duas NR explicadas a seguir:
a) NR 9: Dispõe sobre o programa de prevenção de riscos ambientais. Essa norma dá
suporte na prevenção dos riscos ambientais e a saúde e integridade dos funcionários
já que haverá contato com lingote de chumbo e pólvora, que são materiais altamente
contaminantes e perigosos.
b) NR 11: Dispõe sobre transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de
materiais. Essa norma dá suporte e orientação sobre todos os equipamentos de
movimentação utilizados para que haja o manuseio da matéria prima adquirida, sua
armazenagem e o treinamento correto dos funcionários. (exemplo: Ponte rolante e
empilhadeiras).
c) NR 19: Dispõe sobre explosivos. Busca dar o suporte necessário para que haja o
correto manuseio, armazenagem da pólvora (material explosivo), não podendo ser
dentro da cidade e seu armazenamento mantendo uma distância das outras partes da
empresa, podendo somente 4 funcionários trabalhar nesse local.
Além das NRs existe também um Regulamento que fiscaliza a produção de
produtos controlados pelo Exército Brasileiro de acordo com o Decreto nº55.649- de 28
de janeiro de 1965. Observamos que regulamento, de acordo com a ABNT é um conjunto
de normas e orientações que tem como objetivo organizar uma atividade. O Regulamento
– 105: dispõe sobre a fiscalização de produtos controlados (embasado no Cap. Ⅰ Art. 1º §;
Art. 2º Ⅲ e Ⅳ; Cap. Ⅱ Art. 3º Ⅲ, Ⅳ e Ⅴ). Esse regulamento visa fiscalizar a estrutura
organizacional, as pessoas envolvidas no manuseio da matéria prima e os acessórios
iniciador (espoleta) e explosivo (pólvora).
7
Que foi encarregado de algo.
50
Existe também Leis, Decretos e Portarias que estabelecem parâmetros e normas a
serem seguidas na aquisição de matéria-prima para a produção de munições, esses devem
ser seguidos para que a empresa não sofra penalidades como multas ou a cassação do seu
alvará e licenciamento para compras dos produtos controlados pelo Exército Brasileiro.
Segundo Silva (1998 p.481), o conceito de Lei é:
“Lei no conceito jurídico, dentro de seu sentido originário, é a regra jurídica
escrita, instituída pelo legislador, no comprimento de um mandato, que ele é
outorgado8 pelo povo”
Ainda segundo Silva (1998 p.244), decreto é “uma decisão, determinação,
resolução, julgamento tomada por uma pessoa ou por uma instituição, a que se conferem
poderes especiais e próprios para decidir, julgar, resolver, determinar”. Silva (1998,
p.619) ainda define portaria como “documento expedido pelos chefes ou superiores
hierárquicos de um estabelecimento ou repartição, para que por ele transmita aos seus
subordinados as ordens de serviços ou determinações, que sejam de sua competência”.
De acordo com a Constituição Federal art. 21, Ⅵ, compete a união a autorização
e fiscalização da produção e comércio de materiais bélicos. No Decreto nº 20.531 de
24/01/46 – Título 1 – Generalidade art. 1º, prevê que de um modo geral cabe a diretoria
e ao órgão central de materiais bélicos controlar as questões referentes a produção,
aquisição, manutenção, estocagem e distribuição de materiais bélicos. Já a Portaria 118 –
COLOG de 04/10/19 (embasado no art. 1º Anexo Ⅰ; art. 2º Ⅰ, Ⅱ e Ⅲ), que estabelece uma
lista com os produtos controlados pelo Exército Brasileiro, suas informações adicionais e
sua nomenclatura.
Após todas essas documentações, autorizações e contratos pode se iniciar o
processo de inbound, porem vale ressaltar que mesmo cumprindo todas as exigências, há
sempre seus aspectos positivos e negativos, onde os positivos são, a transparência da
aquisição da matéria prima, na segurança por ser um produto regulamentado e na
agilidade do processo já os negativos são a burocracia para se conseguir as autorizações
necessárias, a periculosidade do processo, a dificuldade de padronização para conseguir
os certificados.
Na Figura 25 pode-se observar o fluxo do processo inbound com os documentos,
leis, decretos e normas regulamentadoras incluso em cada parte correspondente ao seu
procedimento.
8
Concedido, permitido.
51
Figura 25: Fluxo do processo inbound com os aspectos legais
Fonte: Autor (2020)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este relatório teve o objetivo de estudar e compreender o processo de modelagem
inbound mais especificamente na cadeia química focado no produto munições. O trabalho
foi feito de forma dinâmica, elaborando primeiramente a fundamentação teórica, para que
haja o melhor entendimento para o leitor de como foi realizada a coleta das informações
pelo processo BPMN.
De um modo geral, o interesse em trabalhar o tema, foi dado pela visão de realizar
um trabalho diferente e não muito explanado, criando assim um certo desafio para que
houvesse o seu desenvolvimento. Por ser um produto que tenha um uso restrito e diversas
formas de uso (caça, esportes, defesa pessoal e uso militar), o processo de compra da sua
matéria-prima deve ser cauteloso, para que não haja falhas e não coloque seu utilizador e
as pessoas ao seu redor em risco. É importante ressaltar que a aquisição da matéria-prima
deve-se basear em cotações com diferentes fornecedores e a verificação da qualidade do
material ofertado.
O relatório foi realizado através de uma visita técnica na Guarda Civil de
Indaiatuba com a supervisão do subinspetor Edson Cossa e o encarregado de equipe da
GCM 2 do guarda civil de Itu Carlos Henrique, contando ainda com a ajuda e
esclarecimento do Supervisor de Operações Logísticas da empresa CBC, Diego Roberto
Laffot. Através dos mesmos foi possível uma melhor compreensão no processo estudado,
tornando assim o desenvolvimento tanto do fluxo como do trabalho mais detalhadamente
e claro possível. Ainda para o melhor detalhamento do processo o relatório conta também
com os custos e aspectos legais envolvidos no processo inbound para seu melhor
funcionamento, sendo descrito nos mesmos todos os custos envolvidos desde a aquisição
da matéria prima até sua estocagem no almoxarifado e as leis, normas e documentações
necessárias para seu funcionamento dentro da lei exigida pelo produto. Com base na
questão problematizadora deste relatório, foram elaborados três fluxos (geral, custo e
aspectos legais), com o objetivo de trazer maior compreensão ao processo analisado.
Esse relatório partiu da hipótese que através da notação BPMN poderia ser
realizado a modelagem do fluxo de processo inbound da cadeia química mais
especificamente na aquisição da matéria-prima para a produção de munições. Com isso
foi possível observar que a notação BPMN pode sim contribuí para um melhor e maior
conhecimento sobre a cadeia logística e sobre o produto, ajudando assim na identificação
de possíveis problemas dentro do processo.
Como sugestão para trabalhos futuros, propõe-se, o estudo mais aprofundado do
processo inbound da cadeia química nas indústrias bélicas e a pesquisa das soluções para
os problemas encontrados, tornando assim o melhor aproveitamento do processo em si,
mitigando os possíveis riscos pertencentes a indústria bélica.
Conclui – se, após o término desse relatório, que a modelagem do processo tem
uma grande importância, pois através dela, pode-se identificar possíveis falhas que
ocorrem no dia a dia de uma operação e que por costume com a operação, as pessoas
envolvidas nesse processo não conseguem identificar. Tornando assim mais enriquecedor
para a empresa a utilização de uma modelagem de seus processos/atividades, para que
assim possa ser identificada todas as suas falhas, trazendo com isso suas melhorias e
consecutivamente propor ao seu cliente final a melhor experiência, tendo seus pedidos
atendidos e entregue com a competência e qualidade buscada. Logo pode se dizer que o
objetivo deste relatório foi concluído, pois foi utilizado todos os recursos para o
aprimoramento do processo inbound.
Referências
BERTAGLIA PAULO ROBERTO. Logística e Gerenciamento da Cadeia de
Abastecimento. 2009. Segunda Edição. Editora Saraiva.
BLOCKER, E. J. et al. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: McGraw-Hill,
2007.
Constituição Federal da República. Título III Da Organização do Estado:
Capítulo II Da União. Disponível em: https://www.senado.leg.br/atividade/const/con198
8/con1988_03.07.2019/art_21_.asp. Acesso em: 08 abr. 2020.
FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Gameiro da. Gestão de
Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividade (ABC), Balanced Scorecard (BSC)
e Valor Econômico Agragado (EVA). São Paulo: Atlas. 2005.
FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de Obrigações e
Contratos.2006. 26ºEdição São Paulo Editora: Malheoros Editores
KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo e desempenho: administre seus
custos para ser mais competitivo. São Paulo: Futura, 1998.
KELLY SGANDERLA. ABPMP CBOK. 2009.Disponível em: file:///D:/Fatec/
Versão%20alunos/ABPMP_CBO K_Guide__Portuguese.pdf.Acesso em:18 fev. 2020.
Ministério da Defesa do Exército Brasileiro. Portaria nº 118 - COLOG. 2019.
Disponível em: http://www.dfpc.eb.mil.br/phocadownload/Portarias_EB_COLO
G/Portarian118.pdf. Acesso em: 08 abr. 2020.
MPF. Manual de Gestão Por Processo. 2013. Disponível em: file:///D:/Fatec/
Versão%20alunos/manual-de-gestao-por-processos.pdf. Acesso em: 18 fev. 2020.
NAKAGAWA, Masayuki. ABC Custeio Baseado Em Atividades. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2001.
Poder Executivo Federal. DECRETO N. 20.531: Aprova o Regulamento da
Diretoria do Material Bélico. 1946. Disponível em: https://www.diariodasleis.com.br/legi
slacao/federal/117123-aprova-o-regulamento-da-diretoria-do-material-bulico.html. Aces
so em: 08 abr. 2020.
Presidência da República. Regulamento Para A Fiscalização De Produtos
Controlados (R-105). 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decr
eto/D2998regul.htm. Acesso em: 08 abr. 2020.
SCUCUGLIA, RAFAEL E PAVANI JÚNIOR ORLANDO. Mapeamento e
Gestão Por Processos – BPM (Bussines Process Management). 2011. Segunda Edição.
Editora Gauss.
SILVA, de Plácido. Vocabulário Jurídico. 1998. 15ºEdição Rio de Janeiro
Editora: Forense
SILVA, Rodilson. Segredos da logistica Inbount. 2020. Disponível em:
https://guiacorporativo.com.br/segredos-da-logistica-inbound-e-outbound/. Acesso em:
11 mar. 2020.
SORDI, JOSÉ OSVALDO DE. Gestão Por Processos Uma Abordagem da
Moderna Administração. 2009. Segunda Edição Revista e Atualizada. Editora Saraiva.
Anexo/Apêndice
Anexo 1: Exemplo 1º folha do contrato social da UPCM.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 2: Exemplo 2º folha do contrato social da UPCM.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 3: Exemplo 3º folha do contrato social da UPCM.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 4: Exemplo de CNPJ.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 5: Exemplo de alvará.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 6: Exemplo de certifica de licença da Polícia Federal.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 7: Exemplo CR do Exército Brasileiro
Fonte: Autora (2020)
Anexo 8: Exemplo de autorização do Corpo de Bombeiro.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 9: Exemplo de apólice de seguro empresarial.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 10: Exemplo 1º folha do contrato de trabalho.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 11: Exemplo 2º folha do contrato de trabalho.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 12: Exemplo 3º folha do contrato de trabalho.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 13: Exemplo 1º folha do contrato com o fornecedor.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 14: Exemplo 2º folha do contrato com o fornecedor.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 15: Exemplo 3º folha do contrato com o fornecedor.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 16: Exemplo 4º folha do contrato com o fornecedor.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 17: Exemplo 5º folha do contrato com o fornecedor.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 18: Exemplo 6º folha do contrato com o fornecedor.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 19: Exemplo 7º folha do contrato com o fornecedor.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 20: Exemplo 8º folha do contrato com o fornecedor.
Fonte: Autora (2020)
Anexo 21: Exemplo Nota Fiscal da pólvora.
Fonte: Autora (2020)
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Processo de Recebimento (Inbound) da Munição

  • 1. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DR. ARCHIMEDES LAMMOGLIA CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA AEROPORTUÁRIA PALOMA REGINA DE OLIVEIRA NUNES RELATÓRIO DE MODELAGEM DO PROCESSO INBOUND DA CADEIA QUÍMICA COM ÊNFASE EM MUNIÇÕES INDAIATUBA 2020
  • 2. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DR. ARCHIMEDES LAMMOGLIA CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA AEROPORTUÁRIA PALOMA REGINA DE OLIVEIRA NUNES RELATORIO DE MODELAGEM DO PROCESSO INBOUND DA CADEIA QUÍMICA COM ÊNFASE EM MUNIÇÕES Trabalho de graduação apresentado pela Paloma Regina de Oliveira Nunes como pré-requisito para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Logística Aeroportuária da Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba, elaborado sob a orientação do Prof. Marcelo Carvalho Costa. INDAIATUBA 2020
  • 3. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho primeiramente a Deus e a todos os professores que me ajudaram nesta trajetória, aos meus pais e colegas por sempre me incentivarem a ir em busca dos meus sonhos e objetivos e me ajudar no desenvolvimento desse trabalho.
  • 4. AGRADECIMENTOS Agradeço a todos os professores e orientadores, por me proporcionarem o conhecimento necessário para a realização desse trabalho, aos meus familiares pelo incentivo e a Deus pela saúde e força para superar todos os obstáculos e dificuldades.
  • 5. RESUMO A cadeia química é bem vasta e tem um grande espaço no mercado, principalmente no setor de munições onde o Brasil tem a maior fábrica de produtos bélicos já conhecida. O setor químico vem agregando valor aos serviços e produtos, na qual busca a competitividade no mercado externo e crescimento no mercado interno. O objetivo deste relatório é modelar o processo inbound por meio da notação BPMN, levantar os custos e os aspectos legais do processo modelado e verificar as contribuições que a modelagem de processo oferece quanto ao conhecimento e desenvolvimento da cadeia logística. O trabalho é dividido em quatro partes sendo inbound, interno, armazenagem e outbound, os quais juntos formam todo o processo desde a compra da matéria prima, a fabricação da munição, o armazenamento do produto já acabado e sua distribuição, o tema a ser abordado nesse trabalho é o processo inbound (compra da matéria prima), para fabricação de munições da empresa UPCM (Unidade Produtora de Cartuchos e Munições). Através do estudo realizado, será apresentado três fluxos do processo inbound, onde conterá suas etapas gerais, a margem de custo envolvida no processo e os aspectos legais para o cumprimento da lei exigida pelo produto estudado, através desses fluxos serão estudados possíveis problemas, que darão origem a um próximo trabalho, onde será incluído e estudados os problemas das quatro áreas do processo da compra da matéria prima a distribuição das munições. Palavra-Chave: Inbound. Munição. Cadeia química. Logística.
  • 6. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Ciclo da gestão de processos............................................................... 15 Figura 2: Exemplo de um processo. ................................................................... 18 Figura 3: Perguntas que auxiliam na formação da visão organizacional............ 19 Figura 4: Exemplo de raias e piscinas. ............................................................... 21 Figura 5: Eventos de início................................................................................. 22 Figura 6: Eventos intermediários........................................................................ 23 Figura 7: Eventos de fim..................................................................................... 24 Figura 8: Atividades de tarefas........................................................................... 25 Figura 9: Atividades de subprocessos................................................................. 26 Figura 10: Gateways utilizados no BPMN. ........................................................ 26 Figura 11: Objetos de conexão. .......................................................................... 27 Figura 12: Artefatos utilizados no BPMN.......................................................... 27 Figura 13: Representação da logística Inbound.................................................. 29 Figura 14: Embalagem primaria das espoletas recebidas................................... 32 Figura 15: Embalagem segundaria das espoletas. .............................................. 33 Figura 16: Embalagem da pólvora...................................................................... 33 Figura 17: Lingote de chumbo utilizado para fazer o núcleo do projetil............ 33 Figura 18: Bobina de latão utilizada para fazer o corpo do projetil. .................. 34 Figura 19: Filme stretch utilizado na embalagem do produto ............................ 34 Figura 20: Embalagem utilizada........................................................................ 34 Figura 21: Fluxo de processo Inbound. .............................................................. 35 Figura 22:Diagrama de gastos de uma empresa. ................................................ 37 Figura 23: Exemplo de custo fixo e custo variável............................................. 38 Figura 24: Fluxo do processo inbound com os custos por atividades. ............... 46 Figura 25: Fluxo do processo inbound com os aspectos legais .......................... 51
  • 7. LISTA DE TABELAS Tabela 1: Exemplos de notações existentes........................................................ 20 Tabela 2: Custos diretos e indiretos do processo inbound.................................. 40 Tabela 3: Custo do processo de abastecimento, contas gerais e despesas administrativas do processo inbound.................................................................. 41 Tabela 4: Despesas de documentação do processo inbound............................... 41 Tabela 5: Base de dados para apropriação de recursos do processo inbound. ... 42 Tabela 6: Recursos consumidos no processo inbound. ...................................... 42 Tabela 7: Custos por atividade - Logística de abastecimento – LMN................ 43 Tabela 8: Custo por atividades - logística de abastecimento – AMM................ 43 Tabela 9: Custo por atividades - logística de abastecimento – AMM - Part. 2. . 43 Tabela 10: Base de dados - direcionadores de atividades logística de abastecimento. .................................................................................................... 44 Tabela 11: Atribuição dos custos das atividades da logística de abastecimento aos objetos................................................................................................................. 44 Tabela 12: Demonstração de resultado gerencial - Custeio ABC. .................... 45
  • 8. LISTA DE ANEXOS Anexo 1: Exemplo 1º folha do contrato social da UPCM.................................. 56 Anexo 2: Exemplo 2º folha do contrato social da UPCM. ................................. 57 Anexo 3: Exemplo 3º folha do contrato social da UPCM. ................................. 58 Anexo 4: Exemplo de CNPJ............................................................................... 59 Anexo 5: Exemplo de alvará............................................................................... 59 Anexo 6: Exemplo de certifica de licença da Polícia Federal. ........................... 60 Anexo 7: Exemplo CR do Exército Brasileiro ................................................... 61 Anexo 8: Exemplo de autorização do Corpo de Bombeiro. ............................... 62 Anexo 9: Exemplo de apólice de seguro empresarial......................................... 63 Anexo 10: Exemplo 1º folha do contrato de trabalho......................................... 64 Anexo 11: Exemplo 2º folha do contrato de trabalho......................................... 65 Anexo 12: Exemplo 3º folha do contrato de trabalho......................................... 66 Anexo 13: Exemplo 1º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 67 Anexo 14: Exemplo 2º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 68 Anexo 15: Exemplo 3º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 69 Anexo 16: Exemplo 4º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 70 Anexo 17: Exemplo 5º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 71 Anexo 18: Exemplo 6º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 72 Anexo 19: Exemplo 7º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 73 Anexo 20: Exemplo 8º folha do contrato com o fornecedor. ............................. 74 Anexo 21: Exemplo Nota Fiscal da pólvora....................................................... 75
  • 9. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABC Activity Based Costing AMM Armazenamento ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária BPM Business Process Management BPMI Business Process Management Iniciative BPMN Business Process Model and Notation CBC Companhia Brasileira de Cartuchos CBOK Common Book of Knowledge CLT Consolidação das Leis de Trabalho COLOG Comando Logístico DCPQ Divisão de Controle de Produtos Químicos da Polícia Federal DFPC Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados FP Folha de Pagamento ID Identificação Direta LMN Logística de Materiais Nacionais MPF Ministério Público Federal NR Norma Regulamentadora OMG Object Management Group PCE Produtos Controlados pelo Exército RAS Rastreamento RAT Rateamento RF Receita Federal TG Trabalho de Graduação UPCM Unidade Produtora de Cartuchos e Munições
  • 10. SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................. 11 1.0. Fundamentação Teórica............................................................................... 13 1.1. Modelagem de Processo ....................................................................... 13 1.2. Notação BPMN..................................................................................... 19 1.3. Logística Inbound ................................................................................. 28 2.0. Fluxo de Processo.................................................................................... 31 3.0. Custo do Processo.................................................................................... 36 4.0. Aspectos Legais....................................................................................... 47 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 52 Referências ......................................................................................................... 54 Anexo/Apêndice ................................................................................................. 56 Relatório Copyspider.......................................................................................... 76
  • 11. 11 INTRODUÇÃO A cadeia química de munições é bem vasta, mais apesar disso há no Brasil, somente três fabricantes de munições sendo a maior delas a CBC que obtém 50% do seu faturamento com vendas no território brasileiro, seguida na segunda posição pela Imbel, uma empresa estatal brasileira criada pela lei nº6.227 de 14 de julho de 1975, com sua estrutura vinculada ao Ministério da Defesa, tendo suas atividades exclusivamente subordinadas ao Exército Brasileiro e em terceiro lugar temos a Taurus que tem seu foco maior na fabricação de armas. Segundo a folha de São Paulo (2020) a CBC faturou em 2019, cerca de 24 bilhões de dólares sendo 15% referente a venda para o mercado civil e os outros 35% para instituições policiais e militares, já a Taurus faturou R$164,871 milhões apresentando um aumento de 13% no primeiro trimestre do ano de 2004, como a Imbel é uma estatal não tem seus números divulgados. As munições são muito importantes, pois existem vários calibres, e seu uso depende muito do motivo para o qual será usado, pois existem diferentes tipos de situações para sua aplicação, como contenção, abate, caça, esporte, sinalização e até a defesa pessoal. Toda munição é composta de um estojo (cápsula) que é um tubo oco, geralmente fabricado de metal ou latão, com um propelente (pólvora) no seu interior, na sua parte aberta encontra-se preso o projetil (ponta) e na sua base encontra-se a espoleta elemento de inicialização, esse tubo é conhecido como estojo e tem a função de unir mecanicamente as outras partes do cartucho. A escolha do produto estudado – munições se deu por conta de ser um tema bem interessante e não muito explorado pela sociedade, dado a restrição existente com o uso e as informações com o tema, gerando assim um certo desafio. Embora a cadeia química venha ganhando grande espaço no território nacional, e contenha uma grande gama de produtos relacionados a cadeia, como por exemplo os produtos controlados pelo Exército Brasileiro (munições) é restrita, sem contar que é um produto de extrema relevância no mercado internacional e nacional, o que amplia as possibilidades de exploração do trabalho por se tratar de um mercado de alta competitividade econômica. Para que exista uma gestão eficiente no fluxo de processo da cadeia inbound, é necessário o entendimento das atividades dessa operação, definindo assim um bom desempenho na sua execução. Com a metodologia a ser estudada, buscou-se reunir informações com o intuito de determinar a situação problema a ser investigada – Quais
  • 12. 12 as implicações da modelagem de processo por meio da notação BPMN aplicada a cadeia logística química, mais especificamente no processo inbound da munição? Esse relatório parte da ideia de que um processo modelado através da notação BPMN, pode contribuir para melhor entendimento e conhecimento da cadeia química com foco em produtos controlados – munições, oferecendo assim, a possibilidade de diagnosticar potenciais problemas e apontar possíveis soluções. Esse relatório tem como seu objetivo geral modelar o processo inbound por meio da notação BPMN, levantar os custos e aspectos legais do processo modelado e verificar as contribuições e desenvolvimento da cadeia logística química e de seu produto modelado – munições. Para a realização deste relatório foram utilizadas pesquisa exploratória, bibliográficas e uma visita. A pesquisa exploratória foi baseada em artigos, publicações e teses para que fosse obtida uma melhor forma de entrar no tema do trabalho de modo claro e objetivo, já a pesquisa bibliográfica realizada através de livros e artigos sobre a modelagem de processos, notação BPMN e o processo inbound, por último foi realizado uma visita técnica na guarda civil para conhecer o processo de fabricação, carregamento e compra das munições. Esse relatório faz parte de um todo que foi dividido em quatro partes (inbound, interno, armazenagem e outbound), onde o mesmo tratara sobre a parte inbound que foi dividido em quatro capítulos, onde no primeiro capítulo é abordado e explicado os conceitos das ferramentas utilizadas para a modelagem do processo baseada em vários autores, além disso é explicado também o tema a ser abordado no relatório. O segundo capítulo abordará o fluxo do processo modelado, descrevendo toda a operação com o máximo de detalhes existentes. O terceiro capítulo apresentará o levantamento de todos os custos logísticos envolvido na operação do processo inbound da munição. Por fim, o quarto capítulo abordara todos os documentos, normas, decretos, leis e contratos necessários para que haja o funcionamento adequado dessa operação.
  • 13. 1.0. Fundamentação Teórica 1.1. Modelagem de Processo Para iniciar este trabalho, primeiro é necessário entender o conceito de processo, que segundo Costa (2020), é um conjunto de atividades sequenciadas para alcançar um determinado resultado, com seu início e fim bem definido. O MPF (Ministério Público Federal), cita processo como: “Compreendem um conjunto ordenado de atividades de trabalho, no tempo e espaço, com início, além de entradas e saídas bem definidas. Têm como objetivo gerar resultados para a organização e podem estar em níveis de detalhamento, sendo comumente relacionados às áreas gerenciais, finalísticas e de apoio” De acordo com os conceitos acima podemos concluir que processos são utilizados em uma organização, para possibilitar que a mesma seja vista, como um fluxo contínuo de atividades e não só como um conjunto de setores separados, gerando um determinado lucro a organização. Onde Adair e Murray (1996) cita que: “Processo consiste em um conjunto de tarefas executadas sequencialmente com a finalidade de gerar um resultado identificável, que pode ser um bem, um serviço, dados ou informações. O resultado do processo é sempre direcionado a um cliente – seja ele interno ou externo – que é quem define e avalia esse resultado”. Para o melhor gerenciamento e resultado de um processo é importante entender quais os tipos de processos existentes dento de uma organização. De acordo com Hammer (1997), a natureza da gestão de processos é garantir que seu desempenho esteja de acordo com o seu potencial, buscando oportunidade de aperfeiçoamento e tornando essas oportunidades em realidade, ou seja, trazendo esse processo para a realidade, permite-se que seu gerenciamento se torne mais fácil, pois possibilita ao gestor conhecer a rotina da empresa em um todo e assim monitorar seu desempenho. De acordo com Santos (2017), gestão de processo refere-se à formação de processos com o objetivo tático de uma empresa, planejando e executando arquiteturas de processos, determinando sistemas de medição de processo que se alinhe com os objetivos organizacionais, treinando gerentes para que eles façam a Gestão de Processos efetivamente.
  • 14. 14 O gerenciamento de processos acaba por trazer inúmeras vantagens para a empresa, como: A. Aumento da produtividade e sua eficiência: Por estar padronizado, permite com que reduza o retrabalho. B. Aumento da integração: Todos os envolvidos conhecem o processo e suas informações, agilizando o tempo de realização e tornando o processo mais eficiente. C. Redução de custos: Permite a empresa gerir melhor seu processo, e reduzir a ociosidade no seu tempo de produção/trabalho. D. Eliminação da falha de comunicação: Os setores não se comunicam entre si, o que acaba por dificultar o funcionamento de sua operação, para que haja essa interação o gerenciamento do processo acaba por promover uma interação em todos os departamentos de uma organização, minimizando a falha na comunicação. Uma adequada gestão de processos, é dividida em seis fases, a saber: 1) Mapear: Necessário o entendimento da situação da empresa para uma ação de intervenção. É a fase onde quem está realizando o gerenciamento de processos deve conversar com profissionais que participam do processo, para que haja o entendimento a demanda da organização e siga para a etapa seguinte com o máximo de conhecimento possível. Há algumas técnicas para facilitar esse processo como: entrevistar, questionários, reuniões, análise de documentação existente e coleta de evidências. 2) Modelar: Essa etapa é onde começa a esquematização de todo o processo que foi adquirido na etapa de mapeamento, desde os envolvidos nas atividades, os componentes utilizados até a interação com os demais setores. 3) Analisar: Nessa etapa vamos entender o estado atual do processo, ou seja, identificar problemas, objetivos não atingidos, falha no contato com os clientes, pontos em que não haja entendimento entre as áreas conectadas, variações no processo e possíveis gargalos. 4) Desenhar: Fase em que já é começado a elaboração de um novo processo, levando em consideração as correções e adequação dos problemas
  • 15. 15 identificados. O novo desenho deve ser alinhado as necessidades da organização. 5) Implementar: Após todo o processo desenhado, nessa fase o gestor deve encontrar a melhor forma de colocar o novo processo na empresa. Existem duas formas dessa mudança ocorrer, de maneira progressiva, onde a mudança vai sendo implementada aos poucos ou de maneira brusca, onde a mudança ocorre de uma só vez. 6) Medir: Na última etapa é realizado uma análise com base nos indicadores de desempenho (tempo, custo, qualidade e capacidade), onde é captado se o rendimento do processo após a implementação foi positivo ou negativo. Figura 1: Ciclo da gestão de processos. Fonte: A autora (2020) Após compreendermos o conceito de gestão de processos, pode-se concluir que ela é uma parte fundamental para a estratégia de uma organização, ou seja, tem seu olhar voltado a contínua melhoria e a qualidade de seus serviços ou produtos que são oferecidos aos seus clientes. Para que seja oferecido resultados satisfatórios a esses processos, eles precisam ser maleáveis, para que haja a oportunidade de mudanças podendo ser implementada com facilidade, acompanhando as necessidades da empresa e de seus setores. Mesmo que o ciclo da gestão de processos tenha seis fases, este trabalho será
  • 16. 16 focado somente na modelagem de processos, que além de entender o funcionamento do processo atual, tem como objetivo esquematizar todos os setores e suas possíveis interações. Segundo BPM CBOK (2009) a definição de modelagem de processo é: “modelagem de processo serve para prover estrutura as abordagens de desenhos da empresa, dando menos destaque nos mapas de processos e mais ênfase nas tarefas e capacidade de negócios, de modo que o processo atual possa ser analisado e melhorado, pois o seu objetivo é aprimorar os processos efetuados dentro de uma organização”. Através disso a modelagem de processo acaba por unir melhor a estratégia ao andamento de todo o processo em tempo real, para favorecer a capacidade de respostas. Para isso a modelagem de processo requisita um relevante conjunto de competências e estratégias para que permita comunicar, compreender e gerenciar componentes de processos e negócios. Sendo assim a modelagem de processos uma atividade indispensável para o gerenciamento da organização. Com isso, o tipo de modelo e o grau de detalhamento é baseado no que se espera da modelagem, ou seja, um diagrama simplificado pode ser suficiente em alguns casos, ao mesmo tempo em que um modelo completo e detalhado seja necessário em outros. Os processos de modelagem podem ser apresentados por mais de uma modelagem em diversos níveis de detalhamento. Esses modelos podem ser matemáticos, físicos, gráficos, narrativos ou a combinação deles. Os modelos de negócios completo geralmente representa diversos pontos de vista, servindo para diferentes fins. O modelo de processo contém ícones que simbolizam eventos, atividades, decisões, condições e outros elementos do processo, onde podem conter ilustrações e informações sobre: o relacionamento entre os ícones, como eles se comportam, o que executam e seu relacionamento com o ambiente. Alguns objetivos que justifiquem a modelagem de processos segundo CBOK (2009), são: a) Documentar o processo b) Prover treinamento c) Responder às mudanças d) Estabelecer padrões de trabalho e) Identificar oportunidades de melhoria f) Desenhar um novo processo
  • 17. 17 g) Comunicar h) Definir requisitos para novas operações i) Medir o desempenho j) Automatização k) Viabilizar simulação e análise de impacto Os modelos devem ser objetivos, fáceis e claros de se entender. Para proporcionar essa ação, inúmeras e diferentes notações foram elaboradas com o passar do tempo. A escolha dessas notações irá depender da cultura da organização a ter seu processo modelado, do nível de detalhe e informações exigidas, e do entendimento das partes interessadas em ler o modelo. Existem dois tipos de modelos, o estático e o dinâmico. O modelo estático reflete uma condição única de um modelo de processo de negócio, como: a) Documentam etapas de configuração b) Estabelecem linhas bases c) Representam estados futuros a partir de pressupostos de metas ou riscos do processo d) Gerenciam mudanças e) Levam o processo a um nível mais alto de maturidade O modelo também pode ser construído de forma dinâmica, permitindo interação com um ator de processo ou atos que comprovem o desenvolvimento de uma tendência ao longo do tempo, podendo em alguns casos efetuar previsões de desempenho futuro. A modelagem também muitas vezes se beneficia da combinação dos modelos estatísticos e dinâmicos. Existem ferramentas para a realização da modelagem de processo que especificam propriedades, propósitos, comportamentos e outros elementos de um processo, algumas dessas ferramentas são utilizadas para capturar, catalogar, organizar, analisar e gerenciar o portfólio de processos da empresa. Essas ferramentas variam em números e tipos de componentes e informações que possam capturar, o que acaba por afetar os tipos e níveis da análise de desempenho de processos que os modeladores podem realizar. Segundo o CBOK (2009), alguns dos componentes de processo e informações que a modelagem de processos pode capturar são: a) Entradas/saídas b) Padrões de chegada/distribuições
  • 18. 18 c) Eventos/resultados d) Custos (diretos e indiretos) e) Valor agregado f) Regras de entrada g) Papéis/organizações h) Regras de saída i) Dados/informação j) Regra de decisão k) Probabilidades l) Regras de junção m) Enfileiramento n) Tempo de transmissão o) Agrupamento p) Tempo de espera q) Número de pessoas disponíveis para desempenhar tarefas Sendo assim a modelagem de processos utilizada com o objetivo de auxiliar na construção de melhorias da organização. Figura 2: Exemplo de um processo. Fonte: Autora (2020). Além disso alguns autores listam que a modelagem de processos possui algumas atividades ou ações necessárias para o bom andamento do processo, tais como: a) Modelagem de processos apropriada b) Eliminar atividades desnecessárias c) Aperfeiçoamento de atividades d) Identificar e implementar melhorias e) Profissionais capacitados f) Racionalizar os controles g) Coleta de documentos h) Reduzir tempo de atividade
  • 19. 19 i) Eliminar gargalos De acordo com Maranhão e Macieira (2004), e Rotandaro (2008), as atividades têm a necessidade de ilustrar a estrutura de negócios através de perguntas simples para que se possa identificar seu objetivo e assim estruturara-lo da melhor forma. Por isso deve-se fazer as seguintes perguntas: a) O que fazer? b) Como fazer? c) Quando fazer? d) Onde fazer? e) Quem vai fazer? f) Por que fazer? Figura 3: Perguntas que auxiliam na formação da visão organizacional. Fonte: Autora (2020). Para uma modelagem de processo de sucesso, é necessário a adequada escolha da notação. O conceito de notação, sua aplicabilidade e a notação escolhida para esse relatório, são assuntos do próximo tópico. 1.2. Notação BPMN As notações quando bem escolhidas trazem muitas vantagens a modelagem de processo, por esse motivo devemos considerar as especificidades da organização, sendo
  • 20. 20 apropriado as vezes utilizar diferentes notações para diferentes estágios, níveis ou finalidades da modelagem. Para que se possa entender o que é uma notação BPMN (Business Process Model and Notation), primeiro deve-se saber o conceito de notação. É uma palavra que vem do latim notatîo, é a ação de anotar algo, tomar nota, apontar, é usada para expressar algum conceito. O CBOK (2009), define notação como “conjunto padronizado de símbolos e regras que determinam o significado desses símbolos”, ou seja, a notação nada mais é do que um padrão usado para apontar um determinado conceito. Existem vários tipos de notações, e as mesmas são usadas para padronizar inúmeras coisas como: notação cientifica, notação musical, notação matemática, notação algébrica e a notação de modelagem. Na tabela 1 é mostrado exemplos de notações existentes para a modelagem de processo. Tabela 1: Exemplos de notações existentes. Fonte: Adaptado de CBOK (2013, p.79). Diante esse conhecimento e o fácil entendimento gerado pela modelagem de processo, a notação BPMN será adotada para o desenvolvimento desse trabalho, onde ela irá ilustrar o processo Inbound para a fabricação de munições, relacionado a cadeia química. Sabendo o que é uma notação agora podemos aprofundar mais no assunto notação BPMN. Segundo Sordi (2005), existem diversos padrões de notação de modelagem, mais a BPMN é a mais usada entre elas, por ser um método de fluxograma que modela a etapa
  • 21. 21 de ponta a ponta com clareza e objetividade, representando de forma visual uma sequência minuciosa de atividades de negócio e fluxos de informações necessários para a conclusão de um processo. Essa notação foi desenvolvida pela BPMI (Business Process Management Iniciative), e incorporada ao OMG (Object Management Group), um grupo que designa padrões para sistemas de informações. O BPMN apresenta um robusto conjunto de símbolos para modelagem de diversos aspectos de processos de negócio. Como nas outras notações esses símbolos deixam claramente definidos os fluxos de atividades e a ordem de precedência. Segundo Conceito.de (2013) e Cornelios e Durand, simbologia é a ciência que estuda a origem, interpretação e a arte de criar símbolos. Esses símbolos são usados para expressar todo tipo de coisa como: mitos, crenças, fatos, situações, ideias, sendo usada como uma das formas de representação da realidade. Os símbolos existem desde o começo da humanidade e era utilizado como forma de comunicação. Agora que já se sabe o conceito de simbologia, podemos entender melhor cada uma das simbologias utilizadas pela notação BPMN. Para que a modelagem fique clara o BPMN utiliza as Swinlanes (raias e piscinas) figura 4, que são várias linhas paralelas. Cada uma dessas raias é definida por um ator1 na realização do trabalho, tendo um papel no desempenho do processo. A modelagem é movida de atividade para atividade seguindo sempre o caminho do fluxo na ordem de execução. Figura 4: Exemplo de raias e piscinas. Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.36). Segundo Souza, Alencar (2013), para manter o fácil entendimento e comunicação entre as pessoas é utilizado elementos que contém desenhos de modelagem de processos. Esses elementos podem ser divididos em: eventos, atividades e decisões. Os eventos 1 Departamentos
  • 22. 22 afetam o fluxo e acontecem durante o curso do processo e podem ter uma causa específica. Os eventos são representados por círculos vazados, permitindo que dentro deles haja sinalizações que identifiquem os gatilhos ou resultados. Existe 3 tipos de eventos os de início (figura 5), intermediários (figura 6) e final (figura 7). Figura 5: Eventos de início. Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p. 28).
  • 23. 23 Figura 6: Eventos intermediários. Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.29).
  • 24. 24 Figura 7: Eventos de fim. Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.30). As atividades são usadas para determinar os trabalhos que são realizados pela organização, podendo conter uma ou mais funções com níveis mais detalhados. Existem três tipos de atividades que podem fazer parte de um processo de negócios, são eles: processos, subprocessos e tarefas. Segundo Souza, Alencar (2013), as tarefas (figura 8), e subprocessos (figura 9), são representados por um retângulo com as quinas arredondadas, já os processos podem tanto ser representados do mesmo modo, como também inseridos dentro de um pool 2 . 2 Termo referente a piscina, lugar onde é colocado o nome do processo na modelagem BPMN.
  • 25. 25 Figura 8: Atividades de tarefas. Fonte: Adaptado de Manual de gestão por processos (2013, p.31, 32).
  • 26. 26 Figura 9: Atividades de subprocessos. Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p. 33). São usados ainda os gateways (figura 10), que auxiliam no rumo que o fluxo vai seguir, controlando suas ramificações. Sua forma gráfica é um losango, e seu interior indica o tipo de comportamento da decisão. Figura 10: Gateways utilizados no BPMN. Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.34).
  • 27. 27 Para fazer a conexão dos eventos, atividades, subprocessos e gateways o BPMN utiliza objetos de conexão (figura 11), existem 3 tipos e cada um deles é utilizado para um processo, ajudando a dar entendimento ao processo e saber qual a direção a ser seguida. Figura 11: Objetos de conexão. Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.35). Além disso vale lembrar também que existe os artefatos (figura 12), esses são utilizados para informações dentro do processo de modelagem do BPMN, através deles são adicionadas informações como tempo, documentação pedida, ou algo que não fique específico na atividade descrita. Figura 12: Artefatos utilizados no BPMN. Fonte: Manual de gestão por processos (2013, p.37). Agora que já sabemos o que é a notação BPMN e seus símbolos na figura 13 temos um exemplo completo para seu melhor entendimento.
  • 28. 28 Figura 13: Fluxo em baixo nível com raias em BPMN. Fonte: CBOK (2013, p.82). 1.3. Logística Inbound Este trabalho abordará a modelagem de processo Inbound, porém o mesmo faz parte de um todo, que envolve toda a modelagem da munição (produto da cadeia química), começando pelo Inbound, que será abordado neste trabalho, passando pelo interno - onde é produzida a munição, a armazenagem - onde será feito todo a etapa de estocagem e expedição do produto, e por último, o processo Outbound – que abordara a distribuição da munição. Segundo Dantas (2005), a logística de abastecimento é o conjunto de matérias necessárias para o funcionamento de uma empresa fabricante ou comercial. Santos (2017) cita que:
  • 29. 29 “Logística Inbound é o termo para se referir, essencialmente, ao transporte, armazenagem e entrega de bens e serviços dentro de um negócio, ou seja, o seu negócio está adquirindo bens ou serviços de um fornecedor externo” Esse processo engloba todo o controle de fluxo de materiais até a chegada à empresa, como: A. Processar informações B. Encontrar bons fornecedores C. Administrar o transporte do fornecedor até a empresa D. Receber e verificar as matérias – primas recebidas E. Estocar as matérias – primas F. Auditar qualidade da produção G. Retorno das embalagens Esses são processos focados nos procedimentos que acontecem entre a compra da matéria prima com o fornecedor e sua entrega na fábrica (figura 15). Em outras palavras, a logística Inbound é o conjunto de atividades que cuida da entrada de bens e serviços na empresa, ou seja, são os processos necessários para nutrir a sua cadeia logística. Assim toda a fase de negociação com os fornecedores, definição dos processos, quantidade de mercadoria e prazos é de total responsabilidade da logística Inbound. De acordo com Santos (2017): “A logística Inbound abrange tudo aquilo que sua empresa encomenda de fornecedores, o que pode incluir serviços, ferramentas, matérias primas, material de escritório e qualquer outro tipo de inventario. São, portanto, os processos que garantem que as atividades de rotina da companhia possam ser desenvolvidas dentro dos padrões e especificações necessárias”. Figura 13: Representação da logística Inbound. Fonte: Meira, Adaptado de Activecorp (2019).
  • 30. 30 Agora que já se sabe o conceito dessa logística, fica bem mais fácil entender e entrar nas três funções principais: A. Processamento de informações do seu fluxo de matérias: Deve -se ter um verdadeiro controle sobre a demanda de materiais no estoque da empresa, permitindo aos gestores visualizar as necessidades, garantindo assim a disponibilidade de tudo o que é necessário na produção. B. Recebimento e descarga da matéria – prima: Além da operacionalizar a parte burocrática da relação com os fornecedores (negociação e fechamento de contrato), os processos da logística Inbound abrange também os recebimentos das mercadorias na empresa e o seu correto armazenamento, conforme a necessidade da produção. Sendo essa uma atividade estratégica, já que ela evita o deslocamento desnecessário dentro do armazém, minimizando gastos e desperdício de tempo. C. Avaliação da eficiência da produção: Como ela envolve uma visão holística do processo produtivo, é sua função avaliar a qualidade da produção, considerando a produtividade e principalmente a qualidade dos processos produtivos. Através de indicadores próprios essa avaliação é otimizada, reforçando ainda mais o sucesso do negócio. Com isso é possível perceber que a logística Inbound é um dos braços mais importantes desse setor, pois para que a empresa consiga manter um fluxo logístico consistente, é essencial que os produtos e mercadorias necessárias cheguem à organização a tempo. As indústrias que necessitam de insumos para produzir, devem manter uma boa relação com seus fornecedores, para não sofrerem com uma produção deficitária, ou seja, a importância está exatamente em garantir esse fluxo comunicativo e a parceria, viabilizando a entrega nos prazos estabelecidos. Essa eficiência em relação a empresa/fornecedor é o que permite não só a continuidade na operação, mas também o equilíbrio nos estoques, evitando que uma companhia tenha que manter grandes armazéns para suprir suas demandas. Com a logística inbound bem determinada, os insumos chegam à empresa em fluxo contínuo e rígido, próximo do momento de serem utilizados na produção, assim materializando o conhecido conceito just in time3 . 3 Na hora certa.
  • 31. 31 Outro ponto que demonstra sua relevância, é o reforço no cumprimento de prazos. As empresas que operam com base nesse conceito conseguem organizar de forma muito mais confiável o fluxo logístico, de modo em que a previsibilidade dos prazos é muito maior e a ocorrência de falhas e atrasos reduzida. O fato é que como a cadeia toda é gerenciada, os gestores têm total controle das matérias primas, desde o instante em que elas deixam os fornecedores e se deslocam a empresa, permitindo assim manter o fluxo sempre constante. Agora já compreendemos do que se trata o conceito da logística de abastecimento/Inbound e que a sua obrigação é cuidar de toda a parte desde o contato com o fornecedor até o armazenamento da matéria prima utilizada para a fabricação das munições. No próximo tópico será apresentado e explicado o fluxo do processo Inbound para a fabricação de munições da empresa CBC. 2.0. Fluxo de Processo O processo Inbound tem seu início na verificação da demanda de mercado, onde o pessoal do administrativo (compras) da empresa bélica , vai avaliar quais os níveis de demandas de cada munição para poder dar início na pesquisa de possíveis fornecedores, após ser achados fornecedores que se enquadrem com as necessidades da empresa, o responsável pelas compras entra em contato por e-mail ou telefone, para que seja feito a cotação dos componentes necessários, geralmente é cotado o preço de 4 fornecedores, após o responsável estar com os preços dos 4 fornecedores é feita uma reunião com a equipe onde será realizada a escolha do fornecedor com base no menor orçamento, com o fornecedor definido, o responsável das compras entra em contato com o mesmo para fazer a solicitação do pedido de matéria prima necessário (bobina de latão, lingote de chumbo, verniz, betume, pólvora, espoleta, embalagens blister, embalagem estojo de papel, embalagem caixa de papelão e stretch), após o pedido ser confirmado, é recebido por e-mail os dados referentes ao veículos e motorista que fará a entrega e a nota fiscal do fornecedor contendo o valor total do pedido onde a empresa já paga o fornecedor e aguarda a entrega que tem o prazo de 1 dia. Após passado o prazo de 1 dia é recebido o caminhão do fornecedor na portaria da empresa bélica, o responsável pela portaria no dia vai checar a documentação do veículo (nota fiscal do pedido, habilitação do motorista, registro do veículo e o
  • 32. 32 conhecimento de transporte), se estiver tudo ok e bater com o mostrado no sistema o caminhão é liberado e encaminhado para a doca de descarregamento, caso ocorra alguma divergência na documentação, nesse caso o responsável pela portaria avisa o pessoal de compras que entra em contato com o fornecedor e informa sobre a discrepância na documentação, e o caminhão fica barrado na portaria até o recebimento da nova documentação corrigida, após a chegada da documentação corrigida, é feita uma nova averiguação para confirmar se a mesma agora se encontra correta, após a conferência o caminhão é liberado. Com a chegada do caminhão na doca o responsável pela expedição irá fazer uma nova conferência da nota fiscal e averiguar se há avarias na carga, caso esteja tudo correto o caminhão é descarregado, sendo realizada a conferência da matéria prima recebida a mesma será encaminhada ao almoxarifado, caso tenha sido encontrado algum problema na averiguação de avarias, o responsável da expedição informa o fornecedor sobre a avaria ou falta da carga e dispensa o caminhão aguardando uma nova entrega correta, com a chegada da nova mercadoria é realizado novamente todo o processo de verificação da carga, estando correta a mesma é encaminhada para o almoxarifado. Depois de encaminhado para o almoxarifado, simultaneamente os componentes são recebidos e lançados no sistema para que seja emitida a etiqueta de localização do estoque de matérias primas contendo o lote, produto e quantidade armazenada, após isso o responsável pelo almoxarifado coloca as etiquetas e encaminha para o endereço de armazenagem indicado na etiqueta, no qual será estocado nas prateleiras do almoxarifado, a matéria prima fica armazenada até ser recebido um pedido de abastecimento da produção, caso haja o suprimento pedido é separado e encaminhado para a produção, se não houver o processo começa tudo novamente desde a solicitação da matéria prima para o fornecedor. Figura 14: Embalagem primaria das espoletas recebidas. Fonte: Autora (2020)
  • 33. 33 Figura 15: Embalagem segundaria das espoletas. Fonte: Autora (2020) Figura 16: Embalagem da pólvora. Fonte: Autora (2020) Figura 17: Lingote de chumbo utilizado para fazer o núcleo do projetil. Fonte: GRX (2020)
  • 34. 34 Figura 18: Bobina de latão utilizada para fazer o corpo do projetil. Fonte: CBC. Figura 19: Filme stretch utilizado na embalagem do produto Fonte: Paperplast. Figura 20: Embalagem utilizada. Fonte: Autora (2020)
  • 35. 35 Figura 21: Fluxo de processo Inbound. Fonte: Autora
  • 36. 36 3.0. Custo do Processo Para compreender os custos gerais do processo inbound, é necessário o conhecimento de alguns conceitos básicos referentes aos custos logísticos, sendo os mesmos desde o processo de abastecimento (compra da matéria-prima), planta (transformação da matéria-prima em produto acabado), armazenagem (armazenamento temporário do produto acabado) e o processo de distribuição (transporte do produto final). Ao ser levantado tais custos, deve-se examinar sua importância relativa em diferentes tipos de negócios, para possibilitar à gestão logística a tomar decisões e ações capazes de levar os níveis de serviço desejados ao menor custo total possível, nas mais diversas situações práticas. Cada empresa tem uma situação diferente relacionado aos seus custos logísticos, algumas empresas vendem somente para o mercado nacional, enquanto outras exportam seus produtos para vários países. Abaixo será citado alguns conceitos básicos que são importantes para um bom entendimento dos custos logísticos. a) Gastos: Envolvem sacrifícios financeiros para uma empresa que podem ser representados, Segundo Martins (2003, p.24), “pela entrega ou promessa de entrega de ativos (normalmente dinheiro)”. Os sacrifícios financeiros segundo este autor é “um pagamento resultante de obtenção de um bem ou serviço”, que não coincide necessariamente com o momento do gasto. b) Investimentos: Contemplam os recursos comprometidos para funcionamento específico. São os gastos que fazem parte dos ativos da empresa, composto por bens e direitos, de propriedades da empresa, tais como equipamentos de movimentação, veículos instalações, prateleiras os próprios estoques etc. podem ser considerados como investimentos. c) Perdas: Segundo Martins (2003), “aos bens ou serviços consumidos de formas anormal ou involuntária, ou seja, algo inesperado, tal como a obsolescência dos estoques. Podemos também, associar as perdas às falhas e aos desperdícios incorridos no processo, por exemplo, com
  • 37. 37 atividades que não agregam valor e precisam ser minimizadas ou eliminadas”. d) Despesas: São todos os gastos incorridos no esforço de obter receitas, como propagada e publicidade realizada pela área de Marketing para conquistar cliente e com isso mais receitas. e) Custos: São gastos relacionados aos sacrifícios dos recursos ocorridos no processo produtivo. Como custos a depreciação de máquinas assim como a mão de obra do pessoal envolvido na função de armazenagem de matéria prima. Os custos são elementos essenciais, considerados nas estratégias de uma empresa. Sink e Tuttle (1993, p. 67) afirmam que “em algumas linhas de produtos ou serviços, o custo é o principal determinante do sucesso competitivo” e a competitividade continuará a forçar uma grande preocupação com custos em todos os processos de negócios e segmentos da economia. Figura 22:Diagrama de gastos de uma empresa. Fonte: Gestão de custos riscos e perdas (2016, p.21) Bloomberg et al. (2002) sugere que os custos sejam segregados em diretos e indiretos, fixos e variáveis. Cada um destes custos revela a importância para a tomada de decisões. a) Custos diretos: Aqueles que podem ser diretamente apropriados a cada tipo de objetos, por exemplo, os custos de transportes na distribuição,
  • 38. 38 que podem ser identificados em função dos produtos faturados e entregues a cada cliente. b) Custos indiretos: Os custos indiretos não se podem aplicar diretamente ao tipo de objeto, pois não estar diretamente relacionados ao mesmo, um exemplo são os custos com a tecnologia da informação utilizados em um processo logístico que atenda a diversos clientes. c) Custos fixos: São aqueles que não sofrem variações de um mês para o outro, que independente da sua produção, continuam o mesmo. d) Custos variáveis: Como o próprio nome já diz, esses variam de acordo com o nível de produção ou atividade relacionada, ou seja, seu valor depende diretamente do volume produzido ou volume de vendas em um determinado período. Para Martnelli (2013, p. 18), quando os custos logísticos são abordados, deve existir muito cuidado e atentar-se as suas características para que haja uma correta classificação entre o custo variável e o custo fixo. Isto porque, dependendo do contrato com o fornecedor ou serviço contratado pode ter sua conotação variável ou fixa como mostrado na Figura 23. Figura 23: Exemplo de custo fixo e custo variável. Fonte: Martinelli (2013, p. 18) Após compreendido o conceito dos custos logísticos, será dada a continuidade no conceito do custeio ABC (Activity Based Costing), o qual será utilizado para demostrar o custo de cada atividade do processo inbound. A ideia do custeio ABC surgiu do fato que os métodos de custeio utilizados distorciam os valores, além de reconhecer que os custos indiretos de produção, de automação e de deficiência da apropriação dos custos indiretos comuns com base em um critério único: horas de mão de obra direta. As empresas perceberam que os consumidores começaram a exigir maior variedade de produtos em menores quantidades, levaram ao montante de que os custos indiretos resultassem em uma parcela significativa nos custos totais das empresas.
  • 39. 39 Para Bornia (2009, p.111), a ideia básica do ABC consiste em identificar “os custos das várias atividades e entender seu comportamento, encontrando bases que representem as relações entre os produtos e essas atividades”. Já Young e O Byne (2003, p.100) mencionam que este método ajuda as empresas a examinarem, mais racionalmente, as forças que conduzem o consumo de recursos nas operações. De acordo com Manning (1995, p.125), a gestão estratégica de custos, da qual faz parte o ABC, identifica que os custos não são dirigidos exclusivamente para os bens produzidos, mas também, para servir os clientes e os canais, por meio dos quais os produtos são entregues, retirando a limitação de que todos os custos devam ser relacionados aos produtos para que se tenha uma visão mais satisfatória dos custos utilizados. De qualquer forma, esse tratamento nos dá uma informação adicional das razões para a posição dos custos por produto, canal e por clientes. Dentro desse entendimento, permite-se gerenciar e compreender os diferentes custos apresentado para alguma dessas categorias ou para relacioná-las. Como qualquer metodologia o ABC tem algumas limitações e restrições que serão citadas agora conforme Kaplan e Anderson (2007, p. 08) comentam que a implementação do ABC tem os seguintes problemas. 1. Os processos de entrevistas e levantamento de dados são demorados e dispendiosos: 2. Os dados para o modelo ABC são subjetivos e de difícil validação: 3. O armazenamento o processamento e a apresentação dos dados são dispendiosos: 4. A maioria dos modelos ABC foca processos específicos e não fornece uma visão integrada das oportunidades de lucro em todo âmbito da empresa: 5. O modelo ABC não é atualizável ou adaptável facilmente as novas circunstâncias: 6. O modelo incorre em erro teórico ao ignorar a possibilidade de capacidade ociosa. Em seguida do conceito, aplica-se o custo ABC, onde é calculado todos os gastos no processo inbound da cadeia química com ênfase no produto munições.
  • 40. 40 Com o detalhamento realizado, é possível verificar onde existe excessos dos gastos de atividades que compõem o processo inbound, uma vez que avaliado será feito a redução dos custos onde resultará em uma maior eficácia no processo. A quantidade de matéria-prima adquirida mensalmente é de 2.534.400 espoletas 9 ¹/2 large rifle, 1.014 kg de pólvora, 22 unidades de bobina de latão, 105 unidades de lingote de chumbo e 51 litros de betume e verniz. A política da empresa é de manter um controle de estoque rigoroso, para que não ocorra de faltar matéria-prima para a produção, e com isso é importante apurar o custo de manutenção do seu inventario. Nas Tabelas 2, 3 e 4, podemos observar todos os recursos que foram utilizados no período do processo inbound. Tabela 2: Custos diretos e indiretos do processo inbound. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005 p.283)
  • 41. 41 Tabela 3: Custo do processo de abastecimento, contas gerais e despesas administrativas do processo inbound. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.283) Tabela 4: Despesas de documentação do processo inbound. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.283) Pode ser verificado que na Tabela 4 é disposto o custo das documentações necessárias para o devido funcionamento da organização, essas documentações são essenciais para que haja o seu bom funcionamento e o seguimento da lei perante a compra de matérias primas para a fabricação de munições. É possível observar também os recursos comuns, aqueles que devem ser apropriados a todas as áreas da empresa, o qual foram registrados como “contas gerais” (Tabela 3), para depois serem apropriados aos centros de custos, por meio de critérios específicos, em função da utilização que o processo inbound como pode ser observado na Tabela 5.
  • 42. 42 Tabela 5: Base de dados para apropriação de recursos do processo inbound. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.285) Para a apropriação dos recursos, tais como “aluguel, energia elétrica e manutenção do prédio”, foi utilizado como critério de apropriação o espaço utilizado em m² no processo inbound. Para os recursos de telecomunicação foram utilizados a quantidade de ramais existentes em cada centro do processo. Na Tabela 6 é possível observar melhor os recursos consumidos pelo processo. Tabela 6: Recursos consumidos no processo inbound. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.287) . Nas Tabelas 7, 8 e 9 é possível observar os custos por atividade realizada no processo inbound, onde será especificado detalhadamente cada em sua devida atividade no LMN (logística de materiais nacionais) e no AMM (armazenamento).
  • 43. 43 Tabela 7: Custos por atividade - Logística de abastecimento – LMN. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.304) Tabela 8: Custo por atividades - logística de abastecimento – AMM. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.306) Tabela 9: Custo por atividades - logística de abastecimento – AMM - Part. 2. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.306) Após termos apropriado os recursos consumidos nas atividades da logística de abastecimento, irá ser definido quais serão os objetos analisados e os referidos direcionadores de atividades, que podem ser observados na Tabela 10.
  • 44. 44 Tabela 10: Base de dados - direcionadores de atividades logística de abastecimento. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.313) Na Tabela 11 será evidenciado como deverá ser feita a apropriação dos custos acumulados nas atividades aos respectivos objetos de custos. Todas as atividades foram apropriadas aos referidos objetos, em função de Direcionadores de atividades por Identificação direta (ID) ou Rastreamento (RAS). Na logística de abastecimento costuma-se considerar como objeto os itens controlados por esse processo, que nesse exemplo é a Matéria-prima (item) e as Embalagens. Para que os custos possam ser apropriados aos objetos finais, deve-se definir os direcionadores de atividades que fossem mais coerentes com a apropriação aos objetos. No caso da Tabela 11, como a empresa tem um único produto (munições), todos os custos estão sendo apropriados a este objeto. Tabela 11: Atribuição dos custos das atividades da logística de abastecimento aos objetos. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.314) Tendo então, apropriado todos os recursos consumidos as atividades e aos objetos, será apresentado na Tabela 12 a demonstração de resultados gerencial pelo método do custeio ABC.
  • 45. 45 Tabela 12: Demonstração de resultado gerencial - Custeio ABC. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.318) Na Figura 24 podemos observar o fluxo do processo inbound com os devidos valores por etapas.
  • 46. 46 Figura 24: Fluxo do processo inbound com os custos por atividades. Fonte: Autor (2020)
  • 47. 47 4.0. Aspectos Legais Para o funcionamento do processo Inbound, primeiramente é necessário a documentação de funcionamento da empresa, que comprove a existência a qual o processo está ligado. A maneira mais adequada para a legalização de uma empresa é a formalização do contrato social adequado e seu devido registro de funcionamento. A partir disso será especificado abaixo os documentos indispensáveis para que possa haver o processo de compra da matéria prima (processo inbound) necessária para a fabricação de munições: a) Contrato social: Documento específico que servirá para registrar de maneira documental todas as características básicas da sua empresa. Sendo assim um acordo que regula a convivência dos sócios de maneira organizada, protegendo os direitos e a liberdade dos mesmos. Disponível no Anexo 1. b) Cadastro nacional de pessoa jurídica: Cadastro no qual são inseridas todas as pessoas jurídicas ou correspondentes antes de iniciar suas atividades. Disponível no Anexo 2 c) Alvará de funcionamento: Documento ou declaração governamental que autoriza a prática de determinado ato. Disponível no Anexo 3 d) Certificado de licença de funcionamento da Polícia Federal: São os documentos que habilitam as empresas a exercerem atividades com substâncias químicas controladas pela DCPQ (Divisão de Controle de Produtos Químicos da Polícia Federal). Disponível no Anexo 4 e) CR do Exército Brasileiro: Documento comprobatório do ato administrativo que efetiva o registro da pessoa física ou jurídica no Exército para autorização do exercício de atividades com PCE (produtos controlados pelo Exército). Disponível no Anexo 5 f) Autorização do Corpo de Bombeiro: Documento emitido pelo Corpo de Bombeiros certificando sobre uma licença que, durante a vistoria, a edificação possuía as condições de segurança contra incêndio e explosão previsto pela legislação. Disponível no Anexo 6 g) Seguro empresarial: É uma apólice que tem por objetivo garantir diversos riscos comuns à atividade empresarial, tendo o risco de incêndio e explosão como cobertura básica. Disponível no Anexo 7
  • 48. 48 h) Contrato trabalhista: Contrato que estabelece as regras da relação trabalhista, sendo depois da legislação, a principal fonte que define as relações entre empregado e empregador. Disponível no Anexo 8 i) Contrato com o fornecedor: Documento que estabelece os deveres e obrigações acordadas entre as partes com um vínculo obrigacional. Disponível no Anexo 9 j) Nota fiscal de recebimento da matéria prima: Documento de emissão obrigatória para a comprovação da realização de uma compra e vendas ou uma prestação de serviços. Disponível no Anexo 10 Esses são todos os documentos necessários para que se possa começar qualquer processo dentro de uma empresa, Importante mencionar que não são os únicos, pois para que se possa praticar todos os atos necessários na cadeia de produção de munições é necessário o atendimento a uma vasta e complexa legislação e obter a aprovação de vários órgão governamentais, pelo fato de se tratar de um produto controlado por sua alta periculosidade. Começaremos analisando primeiramente os órgãos governamentais envolvidos e quais suas funções. Segundo a Constituição Federal, em seu art. 37º “órgão público é o centro de competências, unidade de ação instituído para o desempenho das funções estatais, por meio de seus agentes que ocupam cargos públicos, cuja conduta é imputada4 à pessoa jurídica de direito público interno a que pertence”. Abaixo encontram-se descritos os órgãos que fiscalizam a matéria prima para o processo de fabricação de produtos bélicos. a) ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária): É uma agência reguladora que adota a natureza jurídica de autarquia5 de regime especial que age junto com o Ministério da Saúde, no exercício do controle sanitário sobre todos os produtos e serviços. b) RF (Receita Federal): Órgão que tem como responsabilidade a administração dos tributos federais e o controle aduaneiro, combatendo a sonegação, contrabando, descaminho, contrafação6 , tráfico de drogas, armas e animais 4 Que foi considerado inocente. 5 Forma de governo em que um indivíduo ou grupo tem poder absoluto sobre a nação. 6 Pirataria.
  • 49. 49 c) DFPC (Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados): Órgão de apoio técnico e normativo ao Comando Logístico (COLOG), incumbido7 de fiscalizar no Brasil a aquisição de armamentos, explosivos e outros materiais controlado pelo Exército Brasileiro. Além do atendimento das exigências dos citados órgãos é necessário ainda seguir Normas Regulamentadoras (NR). Segundo Aurich (2017) NR trata-se de conjuntos de requisitos e procedimentos relativos à segurança e medicina do trabalho, de observância obrigatória às empresas privadas, públicas e órgãos do governo que possuam empregados regidos pela CLT (Consolidação das Leis de Trabalho). Para o processo inbound é necessário seguir a normatização de duas NR explicadas a seguir: a) NR 9: Dispõe sobre o programa de prevenção de riscos ambientais. Essa norma dá suporte na prevenção dos riscos ambientais e a saúde e integridade dos funcionários já que haverá contato com lingote de chumbo e pólvora, que são materiais altamente contaminantes e perigosos. b) NR 11: Dispõe sobre transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais. Essa norma dá suporte e orientação sobre todos os equipamentos de movimentação utilizados para que haja o manuseio da matéria prima adquirida, sua armazenagem e o treinamento correto dos funcionários. (exemplo: Ponte rolante e empilhadeiras). c) NR 19: Dispõe sobre explosivos. Busca dar o suporte necessário para que haja o correto manuseio, armazenagem da pólvora (material explosivo), não podendo ser dentro da cidade e seu armazenamento mantendo uma distância das outras partes da empresa, podendo somente 4 funcionários trabalhar nesse local. Além das NRs existe também um Regulamento que fiscaliza a produção de produtos controlados pelo Exército Brasileiro de acordo com o Decreto nº55.649- de 28 de janeiro de 1965. Observamos que regulamento, de acordo com a ABNT é um conjunto de normas e orientações que tem como objetivo organizar uma atividade. O Regulamento – 105: dispõe sobre a fiscalização de produtos controlados (embasado no Cap. Ⅰ Art. 1º §; Art. 2º Ⅲ e Ⅳ; Cap. Ⅱ Art. 3º Ⅲ, Ⅳ e Ⅴ). Esse regulamento visa fiscalizar a estrutura organizacional, as pessoas envolvidas no manuseio da matéria prima e os acessórios iniciador (espoleta) e explosivo (pólvora). 7 Que foi encarregado de algo.
  • 50. 50 Existe também Leis, Decretos e Portarias que estabelecem parâmetros e normas a serem seguidas na aquisição de matéria-prima para a produção de munições, esses devem ser seguidos para que a empresa não sofra penalidades como multas ou a cassação do seu alvará e licenciamento para compras dos produtos controlados pelo Exército Brasileiro. Segundo Silva (1998 p.481), o conceito de Lei é: “Lei no conceito jurídico, dentro de seu sentido originário, é a regra jurídica escrita, instituída pelo legislador, no comprimento de um mandato, que ele é outorgado8 pelo povo” Ainda segundo Silva (1998 p.244), decreto é “uma decisão, determinação, resolução, julgamento tomada por uma pessoa ou por uma instituição, a que se conferem poderes especiais e próprios para decidir, julgar, resolver, determinar”. Silva (1998, p.619) ainda define portaria como “documento expedido pelos chefes ou superiores hierárquicos de um estabelecimento ou repartição, para que por ele transmita aos seus subordinados as ordens de serviços ou determinações, que sejam de sua competência”. De acordo com a Constituição Federal art. 21, Ⅵ, compete a união a autorização e fiscalização da produção e comércio de materiais bélicos. No Decreto nº 20.531 de 24/01/46 – Título 1 – Generalidade art. 1º, prevê que de um modo geral cabe a diretoria e ao órgão central de materiais bélicos controlar as questões referentes a produção, aquisição, manutenção, estocagem e distribuição de materiais bélicos. Já a Portaria 118 – COLOG de 04/10/19 (embasado no art. 1º Anexo Ⅰ; art. 2º Ⅰ, Ⅱ e Ⅲ), que estabelece uma lista com os produtos controlados pelo Exército Brasileiro, suas informações adicionais e sua nomenclatura. Após todas essas documentações, autorizações e contratos pode se iniciar o processo de inbound, porem vale ressaltar que mesmo cumprindo todas as exigências, há sempre seus aspectos positivos e negativos, onde os positivos são, a transparência da aquisição da matéria prima, na segurança por ser um produto regulamentado e na agilidade do processo já os negativos são a burocracia para se conseguir as autorizações necessárias, a periculosidade do processo, a dificuldade de padronização para conseguir os certificados. Na Figura 25 pode-se observar o fluxo do processo inbound com os documentos, leis, decretos e normas regulamentadoras incluso em cada parte correspondente ao seu procedimento. 8 Concedido, permitido.
  • 51. 51 Figura 25: Fluxo do processo inbound com os aspectos legais Fonte: Autor (2020)
  • 52. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este relatório teve o objetivo de estudar e compreender o processo de modelagem inbound mais especificamente na cadeia química focado no produto munições. O trabalho foi feito de forma dinâmica, elaborando primeiramente a fundamentação teórica, para que haja o melhor entendimento para o leitor de como foi realizada a coleta das informações pelo processo BPMN. De um modo geral, o interesse em trabalhar o tema, foi dado pela visão de realizar um trabalho diferente e não muito explanado, criando assim um certo desafio para que houvesse o seu desenvolvimento. Por ser um produto que tenha um uso restrito e diversas formas de uso (caça, esportes, defesa pessoal e uso militar), o processo de compra da sua matéria-prima deve ser cauteloso, para que não haja falhas e não coloque seu utilizador e as pessoas ao seu redor em risco. É importante ressaltar que a aquisição da matéria-prima deve-se basear em cotações com diferentes fornecedores e a verificação da qualidade do material ofertado. O relatório foi realizado através de uma visita técnica na Guarda Civil de Indaiatuba com a supervisão do subinspetor Edson Cossa e o encarregado de equipe da GCM 2 do guarda civil de Itu Carlos Henrique, contando ainda com a ajuda e esclarecimento do Supervisor de Operações Logísticas da empresa CBC, Diego Roberto Laffot. Através dos mesmos foi possível uma melhor compreensão no processo estudado, tornando assim o desenvolvimento tanto do fluxo como do trabalho mais detalhadamente e claro possível. Ainda para o melhor detalhamento do processo o relatório conta também com os custos e aspectos legais envolvidos no processo inbound para seu melhor funcionamento, sendo descrito nos mesmos todos os custos envolvidos desde a aquisição da matéria prima até sua estocagem no almoxarifado e as leis, normas e documentações necessárias para seu funcionamento dentro da lei exigida pelo produto. Com base na questão problematizadora deste relatório, foram elaborados três fluxos (geral, custo e aspectos legais), com o objetivo de trazer maior compreensão ao processo analisado. Esse relatório partiu da hipótese que através da notação BPMN poderia ser realizado a modelagem do fluxo de processo inbound da cadeia química mais especificamente na aquisição da matéria-prima para a produção de munições. Com isso foi possível observar que a notação BPMN pode sim contribuí para um melhor e maior
  • 53. conhecimento sobre a cadeia logística e sobre o produto, ajudando assim na identificação de possíveis problemas dentro do processo. Como sugestão para trabalhos futuros, propõe-se, o estudo mais aprofundado do processo inbound da cadeia química nas indústrias bélicas e a pesquisa das soluções para os problemas encontrados, tornando assim o melhor aproveitamento do processo em si, mitigando os possíveis riscos pertencentes a indústria bélica. Conclui – se, após o término desse relatório, que a modelagem do processo tem uma grande importância, pois através dela, pode-se identificar possíveis falhas que ocorrem no dia a dia de uma operação e que por costume com a operação, as pessoas envolvidas nesse processo não conseguem identificar. Tornando assim mais enriquecedor para a empresa a utilização de uma modelagem de seus processos/atividades, para que assim possa ser identificada todas as suas falhas, trazendo com isso suas melhorias e consecutivamente propor ao seu cliente final a melhor experiência, tendo seus pedidos atendidos e entregue com a competência e qualidade buscada. Logo pode se dizer que o objetivo deste relatório foi concluído, pois foi utilizado todos os recursos para o aprimoramento do processo inbound.
  • 54. Referências BERTAGLIA PAULO ROBERTO. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento. 2009. Segunda Edição. Editora Saraiva. BLOCKER, E. J. et al. Gestão Estratégica de Custos. São Paulo: McGraw-Hill, 2007. Constituição Federal da República. Título III Da Organização do Estado: Capítulo II Da União. Disponível em: https://www.senado.leg.br/atividade/const/con198 8/con1988_03.07.2019/art_21_.asp. Acesso em: 08 abr. 2020. FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Gameiro da. Gestão de Custos Logísticos: Custeio Baseado em Atividade (ABC), Balanced Scorecard (BSC) e Valor Econômico Agragado (EVA). São Paulo: Atlas. 2005. FUHRER, Maximilianus Cláudio Américo. Resumo de Obrigações e Contratos.2006. 26ºEdição São Paulo Editora: Malheoros Editores KAPLAN, Robert S.; COOPER, Robin. Custo e desempenho: administre seus custos para ser mais competitivo. São Paulo: Futura, 1998. KELLY SGANDERLA. ABPMP CBOK. 2009.Disponível em: file:///D:/Fatec/ Versão%20alunos/ABPMP_CBO K_Guide__Portuguese.pdf.Acesso em:18 fev. 2020. Ministério da Defesa do Exército Brasileiro. Portaria nº 118 - COLOG. 2019. Disponível em: http://www.dfpc.eb.mil.br/phocadownload/Portarias_EB_COLO G/Portarian118.pdf. Acesso em: 08 abr. 2020. MPF. Manual de Gestão Por Processo. 2013. Disponível em: file:///D:/Fatec/ Versão%20alunos/manual-de-gestao-por-processos.pdf. Acesso em: 18 fev. 2020.
  • 55. NAKAGAWA, Masayuki. ABC Custeio Baseado Em Atividades. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2001. Poder Executivo Federal. DECRETO N. 20.531: Aprova o Regulamento da Diretoria do Material Bélico. 1946. Disponível em: https://www.diariodasleis.com.br/legi slacao/federal/117123-aprova-o-regulamento-da-diretoria-do-material-bulico.html. Aces so em: 08 abr. 2020. Presidência da República. Regulamento Para A Fiscalização De Produtos Controlados (R-105). 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decr eto/D2998regul.htm. Acesso em: 08 abr. 2020. SCUCUGLIA, RAFAEL E PAVANI JÚNIOR ORLANDO. Mapeamento e Gestão Por Processos – BPM (Bussines Process Management). 2011. Segunda Edição. Editora Gauss. SILVA, de Plácido. Vocabulário Jurídico. 1998. 15ºEdição Rio de Janeiro Editora: Forense SILVA, Rodilson. Segredos da logistica Inbount. 2020. Disponível em: https://guiacorporativo.com.br/segredos-da-logistica-inbound-e-outbound/. Acesso em: 11 mar. 2020. SORDI, JOSÉ OSVALDO DE. Gestão Por Processos Uma Abordagem da Moderna Administração. 2009. Segunda Edição Revista e Atualizada. Editora Saraiva.
  • 56. Anexo/Apêndice Anexo 1: Exemplo 1º folha do contrato social da UPCM. Fonte: Autora (2020)
  • 57. Anexo 2: Exemplo 2º folha do contrato social da UPCM. Fonte: Autora (2020)
  • 58. Anexo 3: Exemplo 3º folha do contrato social da UPCM. Fonte: Autora (2020)
  • 59. Anexo 4: Exemplo de CNPJ. Fonte: Autora (2020) Anexo 5: Exemplo de alvará. Fonte: Autora (2020)
  • 60. Anexo 6: Exemplo de certifica de licença da Polícia Federal. Fonte: Autora (2020)
  • 61. Anexo 7: Exemplo CR do Exército Brasileiro Fonte: Autora (2020)
  • 62. Anexo 8: Exemplo de autorização do Corpo de Bombeiro. Fonte: Autora (2020)
  • 63. Anexo 9: Exemplo de apólice de seguro empresarial. Fonte: Autora (2020)
  • 64. Anexo 10: Exemplo 1º folha do contrato de trabalho. Fonte: Autora (2020)
  • 65. Anexo 11: Exemplo 2º folha do contrato de trabalho. Fonte: Autora (2020)
  • 66. Anexo 12: Exemplo 3º folha do contrato de trabalho. Fonte: Autora (2020)
  • 67. Anexo 13: Exemplo 1º folha do contrato com o fornecedor. Fonte: Autora (2020)
  • 68. Anexo 14: Exemplo 2º folha do contrato com o fornecedor. Fonte: Autora (2020)
  • 69. Anexo 15: Exemplo 3º folha do contrato com o fornecedor. Fonte: Autora (2020)
  • 70. Anexo 16: Exemplo 4º folha do contrato com o fornecedor. Fonte: Autora (2020)
  • 71. Anexo 17: Exemplo 5º folha do contrato com o fornecedor. Fonte: Autora (2020)
  • 72. Anexo 18: Exemplo 6º folha do contrato com o fornecedor. Fonte: Autora (2020)
  • 73. Anexo 19: Exemplo 7º folha do contrato com o fornecedor. Fonte: Autora (2020)
  • 74. Anexo 20: Exemplo 8º folha do contrato com o fornecedor. Fonte: Autora (2020)
  • 75. Anexo 21: Exemplo Nota Fiscal da pólvora. Fonte: Autora (2020)