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CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
FACULDADE DE TECNOLOGIA DR. ARCHIMEDES LAMMOGLIA
CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA AEROPORTUÁRIA
KIMBERLY LOPES CRUZ SANTOS
RELATÓRIO DE MODELAGEM DO PROCESSO DE
ARMAZENAGEM DA CADEIA QUÍMICA COM ÊNFASE EM
MUNIÇÕES.
INDAIATUBA/SP
2020
CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA
FACULDADE DE TECNOLOGIA DR. ARCHIMEDES LAMMOGLIA
CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA AEROPORTUÁRIA
KIMBERLY LOPES CRUZ SANTOS
RELATÓRIO DE MODELAGEM DO PROCESSO DE
ARMAZENAGEM DA CADEIA QUÍMICA COM ÊNFASE EM
MUNIÇÕES.
Trabalho de Graduação apresentado por
Kimberly Lopes Cruz Santos como pré-
requisito para a conclusão do Curso Superior
de Tecnologia em Logística Aeroportuária, da
Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba,
elaborado sob a orientação do Prof. Marcelo
Carvalho Costa
INDAIATUBA/SP
2020
AGRADECIMENTO
Enfim chegou o fim da primeira fase de um ciclo da conclusão do curso que escolhi e escolheria
mil vezes. Uma fase de muitas risadas, felicidades mais também choros e frustações. Um longo
caminho percorrido com inúmeros momentos difíceis e a primeira coisa que vem a cabeça é
agradecer a Deus por me dar forças e saúde para continuar e por ficar sussurrando no ouvido
“Você consegue superar os seus limites, não é porque está difícil que você irá desistir”. A Ele
eu devo minha eterna gratidão.
Agradeço também a melhor, sim a melhor segunda casa intitulada faculdade de todas por
oferecer um ensino de qualidade e toda a infraestrutura necessária para alunos, corpo docente,
coordenação, administração e aos que cuidam da limpeza do prédio para garantir mais conforto
de todos.
Um agradecimento infinito a todo o corpo docente da Fatec Indaiatuba por compartilhar
conhecimento, ter o prazer de dar aula, porque aguentar alunos não deve ser fácil e por tem
paciência de responder milhões de perguntas. Não posso deixar de agradecer o orientador do
projeto integrador do 4° semestre – Professor Toso por ajudar a definir o tema lá trás que
simplesmente me fez entrar em um mundo cheio de desafios e encara-los de forma persistente,
independente do que acontecer, e agradecer também ao meu (e do quinto semestre inteiro)
Professor Marcelo por ter muita mais muita paciência na hora de corrigir (e corrigir novamente),
e por gostar de passar conteúdo e conhecimento (pensa em uma aula maravilhosa).
O meu grupo (apesar de ser a única sobrevivente desde o primeiro semestre da QuimLOG, elas
chegaram para somar e abrilhantar), mais especificamente Elisângela Halltoffe, Paloma Regina
e Stefani Freitas que aos trancos e barrancos tudo foi tomando forma. As reuniões de mais de
dez horas (Durante o recesso da quarentena e ao longo do percurso), as “brigas” que no final
ficava tudo de boa, as opiniões divergentes, as conversas aleatória no momento de
concentração, enfim meu muito obrigada a amizade de vocês (eu amo vocês de coração), que
assim seja depois da faculdade (talvez presas kk).
E por fim, a minha família que por estar sempre comigo nos momentos difíceis e de alegria, a
mãe por puxar minha or elha quando reclamava e xingava, por falar alto nos horários que todos
estavam dormindo, minha irmã por me distrair quando estava prestes a jogar o notebook longe
(jogando Free Fire) e meu pai que de longe comprou um computador novo, que aguenta as
milhões de foto do trabalho, enfim agradeço imensamente, eu amo grandemente eles. Obrigada!
RESUMO
A cadeia química hoje em dia no país é um grande setor que contribui para a geração de novos
empregos, e principalmente nas atividades econômicas. Pode ser encontrado diversos desafios
dentro do setor químico, como o alto custo da matéria prima, não só isso mais também exige
um serviço altamente especializado de armazenagem e transporte de produtos pertencentes a
esse setor. Por ser um setor diversificado, a Indústria da Defesa é caracterizada como cadeia
química, sendo uma das maiores no País tendo uma vasta gama de exportações de seus
respectivos produtos (como munições, armas, tanques, entre outros) para diversos países. Com
isso, dado o objetivo deste relatório é explorar um tema ainda pouco abordado pela sociedade
– armazenamento de munições, (produto controlado) com início na modelagem de processos.
Esse relatório deu-se através de pesquisas exploratória sobre o armazenamento de produtos
controlados, entrevista com o supervisor de operações da Companhia Brasileira de Cartuchos e
uma visita na Guarda Civil de Indaiatuba, para assim poder sintetizar neste relatório um assunto
com mais propriedade nas palavras. Em conjunto com o projeto integrador V este relatório parte
da ideia de que a partir da modelagem de processos leva o aluno a identificar potenciais
problemas (citados no projeto integrador 5) e em trabalhos futuros apontar possíveis soluções.
Palavras – Chave: Processo. Armazenagem. Munições
ABSTRACT
The chemical chain today in the country is a large sector that contributes to the generation of
new jobs, and mainly in economic activities. Several challenges can be found within the
chemical sector, such as the high cost of raw materials, not only does this also require a highly
specialized service for storing and transporting products belonging to this sector. As a
diversified sector, the Defense Industry is characterized as a chemical chain, being one of the
largest in the country, with a wide range of exports of its respective products (such as
ammunition, weapons, tanks, among others) to several countries. Thus, given the objective of
this report, it is to explore a theme that is still little addressed by society - ammunition storage,
(controlled product), beginning with process modeling. This report took place through
exploratory research on the storage of controlled products, an interview with the operations
supervisor of Companhia Brasileira de Cartuchos and a visit to the Civil Guard of Indaiatuba,
so that I could summarize in this report a subject with more property in the words. Together
with the integrative project V, this report starts from the idea that from the process modeling it
takes the student to identify potential problems (mentioned in the integrator project 5) and in
future works to point out possible solutions.
Keywords: Process, storage, ammunition.
LISTA DE FIGURA
Figura 1 - Fases da Gestão de Processos............................................................................................... 11
Figura 2 - Notações utilizadas para modelar um processo.................................................................... 12
Figura 3 - Etapas da fase Desenhar o processo. .................................................................................... 12
Figura 4 - Etapas da Modelagem........................................................................................................... 14
Figura 5 - Perguntas que auxiliar na formação da visão organizacional............................................... 15
Figura 6 - Swinlane............................................................................................................................... 17
Figura 7 - Evento inicial e intermediário............................................................................................... 18
Figura 8 - Evento de finalização ........................................................................................................... 18
Figura 9 - Atividades............................................................................................................................. 19
Figura 10 - Decisões (gateways)........................................................................................................... 19
Figura 11 - Exemplo de utilização da notação BPMN.......................................................................... 20
Figura 12 - Funções da Armazenagem.................................................................................................. 22
Figura 13 – Embalagem da mercadoria................................................................................................. 25
Figura 14 - Ilustração de como a mercadoria chega no armazém......................................................... 25
Figura 15 - Momento em que o veículo passa pela conferência. .......................................................... 26
Figura 16 - Exemplo de etiqueta gerada pelo sistema........................................................................... 27
Figura 17- Estoque temporário.............................................................................................................. 28
Figura 18 - Exemplo de uma área de expedição. .................................................................................. 29
Figura 19 - Diagrama da Classificação de Gastos de uma Empresa..................................................... 31
Figura 20 - Como é feito o Custeio ABC.............................................................................................. 33
Figura 21 - Custos diretos e indiretos da armazenagem........................................................................ 35
Figura 22 - Despesas administrativas e gastos com documentação do processo. ................................. 36
Figura 23 - Base de Dados do Critério de Apropriação das Atividades................................................ 36
Figura 24 - Recursos Consumidos por centro de custos. ...................................................................... 38
Figura 25 - Custos por atividade -Logística de Armazenagem – LMN. ............................................... 39
Figura 26 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem – PPCP............................................ 39
Figura 27 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - MOV............................................. 39
Figura 28 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - APA.............................................. 40
Figura 29 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - LDN.............................................. 40
Figura 30 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - LDE. ............................................. 40
Figura 31 - Base de Dados - Direcionadores de Atividades.................................................................. 41
Figura 32 - Atribuição dos Custos das Atividades da Logística de Armazenagem aos Objetos........... 41
Figura 33 - Estoque Final Gerencial - Método ABC............................................................................. 42
Figura 34 - Continuação - Estoque Final Gerencial -Método ABC...................................................... 43
Figura 35 - Órgãos de fiscalização direta.............................................................................................. 45
Figura 36 - Regiões Militares Existentes. ............................................................................................. 46
Sumário
INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 7
1. Fundamentação Teórica.................................................................................................................. 9
1.1. Modelagem de Processos ....................................................................................................... 9
1.2. Notação BPMN...................................................................................................................... 16
1.3. Logística de Armazenagem ................................................................................................... 20
2. Fluxo do Processo.......................................................................................................................... 25
3. Custos do Processo........................................................................................................................ 29
4. Aspectos Legais ............................................................................................................................. 44
CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................................ 49
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................... 51
ANEXOS ................................................................................................................................................. 54
RELATÓRIO CopySpider......................................................................................................................... 87
7
INTRODUÇÃO
O setor químico hoje em dia no Brasil é distinto por ser um setor estratégico onde não
só cria oportunidades de emprego, como contribui nas atividades econômicas do País. É uma
esfera que vem crescendo e ganhando espaço no mercado, apesar de ser um campo que existe
grandes desafios (alto valor agregado da matéria prima, custos logísticos) o setor representa
segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (2018) 10% do PIB (Produto Interno
Bruto) da indústria nacional e 2,5% do PIB total. Hoje em dia encontra-se esse setor em áreas
como: agricultura, transporte, saúde, serviços e afins, inclusive a área apresentada neste
trabalho, indústria da defesa com foco em munições. Desta forma, a indústria da defesa busca
incorporar ciência, tecnologia e inovação em seus bens e serviços produzidos, com isso ela se
torna destaque no mercado internacional e traz vantagem para o setor econômico. Nos dias de
hoje a grande fábrica que gere o setor da defesa no Brasil é a Companhia Brasileira de Cartuchos
(CBC), tendo segundo a Revista Exame (2012) 70% da sua produção exportada para 40 países.
Desta forma, o presente trabalho tem como foco prover um estudo sobre o processo de
armazenagem da munição com base em pesquisas sobre o sistema de armazenagem da CBC. A
escolha desse setor se deu por conta de ser uma área de grande relevância no mercado nacional,
principalmente internacional e por ser um mercado de alta competitividade. Dessa forma as
organizações devem buscar um diferencial para obter uma vantagem em seus processos
(operação), o conteúdo deste relatório através de ferramentas uma melhor visualização do
processo garantindo vantagem sobre a gestão. Não só por esse motivo, mas também pelo fato
de ser um tema pouco abordado na sociedade.
Diante do fato de ser um setor que necessita ser eficaz em todos seus processos, a
questão problematizadora deste relatório é a seguinte: Quais as implicações da modelagem de
processos por meio da notação BPMN aplicada a cadeia logística química, com foco no
processo de armazenagem da munição?” Esse relatório parte da ideia de que um processo
modelado através da notação BPMN, pode contribuir para melhor entendimento e
conhecimento da cadeia química com foco em produtos controlados – munições, visando
oferecer possibilidades maiores de encontrar potenciais problemas e apontar possíveis soluções.
O objetivo deste relatório é a partir do tema estabelecido modelar o fluxo do processo
de armazenagem do produto controlado – munição através da notação BPMN, levantar os
custos e os aspectos legais do processo modelado e verificar as contribuições que a modelagem
8
de processo oferece quanto ao conhecimento e desenvolvimento da cadeia química e do produto
modelado.
Para a realização deste trabalho foram utilizadas pesquisas exploratória, bibliográfica e
entrevista (via e-mail). A pesquisa exploratória baseou-se em artigos, publicações, teses da área
de operador de logístico e armazenagem para entrar no assunto. Depois foi realizado uma
pesquisa bibliográfica se deu através de livros e artigos sobre modelar um processo, notação
BPMN e armazenamento. Já a entrevista foi desenvolvida para sanar dúvidas sobre quais as
normas e procedimentos que são seguidas perante o Exército para esse tipo de projeto que
envolveu o supervisor de operações logísticas da CBC. E por último uma visita técnica na
guarda civil de Indaiatuba para conhecer o processo de fabricação da munição.
Este relatório está dividido em quatro partes, encontra-se no primeiro tópico os
conceitos das ferramentas utilizadas com base em diversos autores, além de exemplificar qual
será o tema trabalhado neste relatório. No segundo tópico é abordado o fluxo do processo
modelado e é descrito com máximo de detalhes a operação modelada. Na terceira parte
apresenta o levantamento de todos os custos logísticos que envolve a operação de armazenagem
da munição. E por fim, o quarto tópico é aborda normas, decretos, contratos de serviço que
satisfazem essa operação.
9
1. Fundamentação Teórica
1.1. Modelagem de Processos
Processo é uma sequência lógica de atividades da organização, que tem como objetivos
gerar e/ou produzir um bem ou serviço, que agrega valor ao resultado. Segundo Harrington
(1993, p. 10), “processo é qualquer atividade que recebe uma entrada - input, agrega valor e
gera uma saída - output para um cliente interno ou externo”.
Processo são atividades coordenadas que envolvem pessoas, procedimentos e
tecnologias, a fim de resultar num produto especificado para determinado cliente. Segundo
Gonçalves (2000, p. 156), “os processos utilizam os recursos da organização para oferecer
resultados objetivos aos seus clientes.
Adair e Murray (1996, p.26) cita que,
“Processo consiste em um conjunto de tarefas executadas
sequencialmente com a finalidade de gerar um resultado identificável,
que pode ser um bem, um serviço, dados ou informações. O resultado
do processo é sempre direcionado a um cliente - seja ele interna ou
externo - que é quem define e avalia esse resultado”.
Com os conceitos acima, podemos concluir que processo é um conjunto de atividades
de uma organização que acontecem em uma sequência e que apresentam uma relação lógica
entre si.
Todo trabalho de uma organização é parte de um processo, não existe um trabalho que
não seja parte de processo, como também não há um processo se não oferecer um bem e/ou
serviço que agregue valor ao externo e/ou interno. A utilização de processos dentro de uma
organização possibilita que mesma seja vista, não só como um conjunto de setores, mais sim
como um fluxo contínuo das atividades. Segundo Gonçalves (2000, p.154), entender como os
processos funcionam e quais são os tipos de processos existentes em uma organização é
importante para determinar como eles devem ser gerenciadas para a obtenção do melhor
resultado.
Hammer (1997, p.232), enfatiza que,
"A essência da gestão de processos é a administração de seus processos,
garantindo que seu desempenho esteja de acordo com seu potencial,
procurando oportunidades de aperfeiçoá-los e traduzindo tais
oportunidades em realidade”.
10
Trazendo os processos de uma organização para a realidade, permite que o
gerenciamento fique mais fácil, pois permite conhecer a rotina da organização como um todo e
monitorar o desempenho da empresa, como também, faz com que todos os funcionários
entendam e se sintam parte do fluxo organizacional. Segundo o site Bluecore (2016), “o
principal foco da gestão de processos é o alcance de objetivos da organização, junto com a
maximização da qualidade, produtividade e inovação”.
O gerenciamento de processos além de trazer benefícios para a organização, traz ótimas
vantagens, como:
a) Aumento da produtividade e eficiência: por ter os processos planejados e padronizados,
há uma perspectiva dele, o que reduz erros e retrabalhos;
b) Aumento da integração: todos conhecem os processos fazendo com que a informação
circule de forma mais eficiente. E auxilia no controle do tempo, onde as tarefas são
realizadas mais rápidas, porém com rigor no monitoramento;
c) Redução de custos: possibilita que a organização tenha um controle mais efetivo,
gerindo melhor os seus processos e a ociosidade no tempo trabalhado;
d) Eliminação de falhas de comunicação: organizações tem o costume de não se comunicar
com outros setores, o que dificulta o funcionamento da operação, para isso, o
gerenciamento de processos promove uma integração entre todos os departamentos,
minimizando falhas de comunicação.
A gestão desses processos além de auxiliar a organização a alcançar seus objetivos,
conhecer seus processos de forma detalhada e ajudar na melhoria dessas atividades, ela é
dividida em seis fases principais. Essas fases são fragmentadas, para trazer foco para gestores
e colaboradores, para que os processos avancem de forma gradativa. A seguir, serão descritas
essas fases com base na figura abaixo.
11
Figura 1 - Fases da Gestão de Processos.
Fonte: BPM CBOK. São Paulo: Association of Business Process Management Professionals, 2013, p.52
a) Mapear: toda ação de intervenção em uma organização precisa ter o entendimento da
situação atual da empresa. Essa fase é justamente para que quem esteja realizando o
gerenciamento de processos, sente com profissionais que participem do processo, para
entender a demanda da organização e siga para a próxima etapa com o máximo de
conhecimento possível. Além de conhecer a organização e entender o motivo de se
realizar o mapeamento, algumas técnicas facilitam esse processo. As técnicas são:
entrevistas, workshops, questionários, reuniões, análise da documentação existente,
coleta de evidência, entre outras;
b) Modelar: essa é uma etapa em que será possível esquematizar todo o processo que foi
pesquisado na etapa - modelar, desde quem participa das atividades, quais são os
componentes e a interação com os demais setores. Além de ser uma etapa será tratada
com ênfase neste trabalho, a seguir algumas notações que podem ser utilizadas para
realizar a modelagem de processos.
12
Figura 2 - Notações utilizadas para modelar um processo.
Fonte: BPM CBOK. São Paulo: Association of Business Process Management Professionals, 2013, p.79.
c) Analisar: Entender o estado atual do processo de uma organização. Identificar
problemas, como – objetivos não atingidos, falha no contato com cliente, handoffs1 que
criam desconexões, variações no processo e possíveis gargalos2.
d) Desenhar: Elaborar um novo processo, com base no anterior onde se realiza correções
e adequações. Esse novo desenho deve se alinhar as atuais necessidades da organização
com o mercado, e utilizando de notações existentes descritas na parte modelagem de
processos.
Figura 3 - Etapas da fase Desenhar o processo.
Fonte: A autora, 2020.
1
Ponto em processo que a informação e/ou um trabalho passa para outra pessoa e/ou função.
2
Cria uma fila no processo.
13
e) Implementar: Encontrar a melhor maneira de colocar esse novo processo na
organização. Existem duas opções de colocação de um processo novo em uma empresa
– de maneira progressiva, onde aos poucos as mudanças vão acontecendo ou uma
maneira brusca, que quebra a prática atual, e impõe as mudanças;
f) Medir: Realiza uma análise com base nos indicadores de desempenho (tempo, custo,
qualidade e capacidade), que captam se o rendimento após a implantação do novo
processo foi positivo ou negativo;
Com a gestão de processos conceituada acima, podemos concluir que ela é parte
fundamental na estratégia de uma organização, e não uma atividade única que é concluída e só.
É necessário dar enfoque em melhoria contínua dos processos (deixar os processos mais
suscetíveis a mudanças), transformar um processo, dando a ele a possibilidade de acompanhar
as necessidades da organização perante o mercado. Para ilustrar essa melhoria contínua
(gerenciamento) esse trabalho tem foco a modelagem de processos, que além de entender como
funciona o processo atual, tem como objetivo esquematizar todos os setores com as possíveis
interações.
Conforme com a definição do BPM CBOK (2013, p.35), “Modelagem de processo é
uma agregação de atividades e comportamento executado por humanos ou máquinas para
alcançar um ou mais resultados”.
Segundo Oliveira e Almeida Neto (2009, p.153), “a modelagem visa criar um modelo a
partir de processos por meio da construção de diagramas operacionais sobre o seu
comportamento”. Modelar processos é a maneira de dizer que um sistema gera fluxos que
mostram as atividades de um determinado negócio, e a ordem em que elas são executadas. O
objetivo da modelagem é ilustrar um processo completo, permitindo aos gestores, consultores
e colaboradores melhorarem o fluxo e aperfeiçoarem o processo.
Segundo Roam (2008, p.136),
“Modelagem é a capacidade de gerar abstrações de algo que existe no
mundo real. Uma habilidade que também pode ser apresentada como
raciocínio visual, que é formado por três sentidos: a visão, a imaginação
e o tato, e por quatro etapas, que são enxergar, analisar, imaginar e
apresentar. ”
A modelagem de processos é muito utilizada para descrever processos para facilitar o
entendimento e dar maior visibilidade das atividades dentro de uma organização, que segundo
Davenport (1994, p.258), trata de uma linha teórica com base na reengenharia de processos e,
14
por contribuir com alguns propósitos, como por exemplo: explicar o conhecimento; entender
como funciona; controlar ou monitorar; tomar decisões; analisar alguns aspectos da
organização; simular o comportamento de algumas partes; reprojetar e racionalizar. A
modelagem tem um papel fundamental para as pessoas, visto que ela facilita o entendimento,
análise e comunicação para outros setores, e ajuda no processo de mudança. Com os conceitos
citados, pode-se dizer que modelagem de processos é uma visão dinâmica da maneira pela qual
a organização produz valor.
Figura 4 - Etapas da Modelagem.
Fonte: Jeane Mendes, CIN-UFPE, 2007 p.03
Alguns autores listam principais atividades ou ações necessárias para a otimização dos
processos:
a) Obter ajuda de profissionais que atuam na área de processos;
b) Eliminar atividades que não agreguem valor ou que estejam sendo feitas como um
retrabalho;
c) Identificar e melhoras as atividades, que evite retrocesso;
d) Selecionar e designar a melhor pessoa para executar determinada atividade;
e) Transferir as decisões operacionais para nível de processo;
f) Racionalizar os controles;
g) Reduzir tempo de atividade;
h) Eliminar os pontos de gargalos.
Além dessas atividades, Rotondaro (2008, p.26) propõe também questões para avaliar
as atividades com objetivo de melhorar os processos.
15
A atividade pode ser suprimida? Nesta questão será avaliado o valor que essa atividade
agrega para o cliente e o efeito de perda sobre o processo.
A atividade pode ser comprimida / acumulada? Como benefício da melhoria de
processos, é de juntar várias atividades em uma única.
A atividade pode ser feita em um nível hierárquico mais baixo? O uso das ferramentas
de modelagem possibilita que funcionários que desempenham funções mais baixas executem
algumas atividades que níveis hierárquicos mais altos executam, visto que as informações são
padronizadas e disponibilizadas adequadamente.
Atividades em série podem ser executadas paralelamente? É necessário avaliar se a
sequência das atividades do atual processo é um requisito, e avaliar se existem gargalos no
processo.
“O propósito da modelagem é fornecer uma perspectiva simplificada da
estrutura de negócio, como um meio para atingir o fim, permitindo
comunicar, documentar e entender as atividades da organização. Assim,
a modelagem pode ser utilizada melhoria e reengenharia dos
processos”. (LUIZA, 2013, p.19);
Entende-se então que modelagem de processo tem como objetivo auxiliar na construção
de melhoria da organização, com base nas respostas de questões realizadas para entender a visão
da organização.
Figura 5 - Perguntas que auxiliar na formação da visão organizacional.
Fonte: Página da Dissertação sobre Modelagem de Processos de Negócios3
, 2013, p.20.
3
Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/10986/10986_3.PDF
16
Diante o fácil entendimento da modelagem de processos, a notação BPMN, será adotada
para o desenvolvimento desse trabalho, onde irá ilustrar o processo de armazenagem de um
produto (munições) relacionado a cadeia química.
1.2. Notação BPMN
De acordo com o dicionário Silveira Bueno (2016, p.572) notação é, “uma forma de
representar algo. Um sistema de representação ou designação ou um conjunto de sinais com
que se faz essa representação ou designação”.
Segundo o site OMG4
(2008) notação pode ser definida como,
“Qualquer sistema de símbolos e abreviações que ajuda as pessoas a
trabalharem em um determinado assunto. Ação de indicar, de
representar por sinais convencionados”.
Objetivo de uma notação é oferecer uma visualização mais ampla e detalhada sobre um
determinado assunto, que na maioria das vezes é complicado de entender sem um modelo de
apoio, sendo assim uma notação serve para ajudar uma organização a modelar seu processo,
com rigor no seu detalhamento.
Segundo Almeida Neto (2009, p.48), BPMN é um padrão utilizado para modelar os
processos, é direcionada para a definição e documentação de processos. BPMN5
é uma notação
que descreve passo a passo o processo das atividades de uma organização. É formada por
elementos que são estruturados e bem detalhados, de forma que pessoas que entendam ou não
consigam compreender e interpretar o modelo organizacional. Segundo White e Miers (2007,
p.352), o BPMN tem como principal objetivo fornecer uma notação para a compreensão de
todos os usuários dentre eles podemos citar: analistas de negócios, os desenvolvedores técnicos
e os demais funcionários que irão trabalhar com o gerenciamento e monitoramento dos
processos.
A ideia principal do BPMN é criar um modelo que seja simples, e ao mesmo tempo
consiga mostrar com detalhes os processos organizacionais. Dessa forma, a notação é
estruturada em um diagrama denominado DPN6
, onde é fornecido recursos de fácil utilização
para a criação do modelo de processo da organização.
4
Object Management Group.
5
Sigla para Business Process Modeling Language.
6
Sigla para Diagrama de Processo de Negócio.
17
Os recursos oferecidos na notação são agrupados em: eventos, decisões, piscinas e raias,
atividades. Utiliza-se de termos simples, para padronizar e facilitar o entendimento e
comunicação.
A seguir são detalhados de forma clara informações de cada de elemento da modelagem
de processos.
a) Swinlanes (piscina e raias): Representa um participante dentro do processo, e pode atuar
com Lane – subprocesso dentro de um processo e usada para aumentar/categorizar o
aumento de um processo.
Figura 6 - Swinlane.
Fonte: a autora, 2020.
b) Eventos: acontece durante o percurso do processo. São representados por meio de um
círculo vazados nas cores; verde, amarelo e vermelho que respectivamente
representam: início, meio e fim;
18
Figura 7 - Evento inicial e intermediário.
Fonte: Adaptado de Bilodeau, Powell e Vitkus, 2013, p.28/29
Figura 8 - Evento de finalização
Fonte: Adaptado de Bilodeau, Powell e Vitkus, 2013, p.30
19
c) Atividades: São recursos para representar o trabalho que a organização realiza. Sendo
que eles, podem fazer parte de diferentes atividades: tarefas, subprocesso
(representados por um retângulo com bordas arredondadas) e processos;
Figura 9 - Atividades.
Fonte: Adaptado de Bilodeau, Powell e Vitkus, 2013, p.31
d) Decisões: Usados para definir o rumo que o fluxo vai seguir, podendo utilizar de três
indicadores: simultâneo – atividades que se iniciam junto; Paralelo -; Decisão –
atividades onde deve-se tomar uma decisão, exemplo: sim, não ou refazer; e controlar
as ramificações do processo.
Figura 10 - Decisões (gateways).
Fonte: Adaptado de Bilodeau, Powell e Vitkus, 2013, p.34.
20
A notação BPMN contribui para a representação de processos de negócios de modo a
apresentar fluxos modelados a partir de um padrão universal e de fácil compreensão por todos
os setores de uma organização. Por ser um modelo simples, a notação tornou-se padrão para a
modelagem de processos.
Figura 11 - Exemplo de utilização da notação BPMN.
Fonte: BPM CBOK, 2013, p.82;
1.3. Logística de Armazenagem
Neste trabalho será abordado a modelagem do processo de armazenagem do produto
intitulado munição pertencente a cadeia química , porém o mesmo faz parte de um todo, que
envolve toda a modelagem de processo da munição (que é um produto relacionado a cadeia
química), desde o processo Inbound – onde é mantida a relação com fornecedores, recebimento
de matéria prima, Interna – processo de produção da munição, Armazenagem - que será
modelado neste trabalho, e por fim, o Outbound – que modelará o processo de distribuição,
marketing, transporte e afins.
Segundo Ballou (1993, p.47), o conceito de armazenagem foi estabelecido quando o
homem primitivo viu que era possível guardar para o futuro os produtos que excedia a sua
necessidade, ou ainda para efetuar trocas com outros homens, de produtos que não obtinham.
21
Com isso armazenagem tem como definição o gerenciamento de um espaço adequado que é
colocado à disposição para a guarda de produtos que mais tarde serão movimentados com
procedimentos na qual obedecem às características e limitações do produto. Para Dias (2005,
p. 189), também é constituída por um conjunto de funções de recepção, descarga, carregamento,
arrumação e conservação de matérias-primas, produtos acabados ou semiacabados.
A armazenagem é mais do que apenas guardar e despachar matérias, mais também
envolve atividade administrativas, processos auxiliares da produção, como por exemplo, o
acondicionamento, conservação e o recondicionamento do produto. Segundo o Manual de
Logística: armazenagem e distribuição física (1997, p.3), “ Armazenagem é uma atividade que
diz respeito da estocagem ordenada e à distribuição de produtos acabados, em processo e/ou
matéria prima dentro da própria fábrica ou em locais destinados a este fim, pelos fabricantes,
ou através de um processo de expedição”.
Para Alvarenga e Novaes (2005 p. 143),
“O objetivo primeiro da armazenagem é o de guardar a mercadoria por
um certo tempo. O intuito da guarda de mercadoria é para depois
redistribuir conforme sua necessidade para comercialização. Onde os
autores ainda destacam que “características importantes devem ser
observadas ao se armazenar o produto, principalmente no que diz
respeito à segurança, evitando-se avarias e quebras, extravios, furtos
etc”.
Assim também podemos dizer que a armazenagem é uma atividade que engloba todas
as etapas de uma operação, desde o recebimento até a expedição de qualquer carga, em todas
as etapas dessas atividades envolvem o planejamento, a coordenação e o controle para que essas
cargas sejam armazenadas e movimentadas corretamente. Segundo Gasnier & Banzato (2001,
p.658), a armazenagem é tida como uma importante função para atender com efetividade a
gestão da cadeia de suprimento. Sua importância reside no fato de ser um sistema de
abastecimento em relação ao fluxo logístico, que serve de base para sua uniformidade e
continuidade, assegurando um adequado nível de serviço e agregando valor ao produto.
Com conceito de armazenagem definido, sabe-se que é uma atividade ampla e
complexa, então elas se dividem em funções, com objetivo de estabelecer um ciclo produtivo
contínuo, e uma boa gestão dentro da cadeia produtiva. As funções da armazenagem serão
descritas na figura abaixo.
22
Figura 12 - Funções da Armazenagem.
Fonte: Manual de logística: Armazenagem: do recebimento à expedição em almoxarifados ou centros de
distribuição, 2008, p.53.
a) Recebimento (descarga): Segundo Paoleschi (2018, s/p) o recebimento é uma área que
trabalha integrado com os setores de contabilidade, compras, planejamento e controle
da produção (PCP) e transporte. É o elo entre o atendimento ao fornecedor e o estoque
físicos. Na hora da entrega do material o fornecedor é como se fosse um cliente para o
setor da empresa, o mesmo deve ser tratado com procedimentos adequados para um
cliente por mais simples que seja a operação. Assim, com os procedimentos adequados
já na portaria da empresa, a liberação da carga flui mais rapidamente, os tais
procedimentos devem apresentar uma comunicação eficiente entre portaria e a equipe
do setor, pessoal altamente treinado para exercer a função de entrada, fiscalização da
mercadoria e nota fiscal.
b) Identificação e endereçamento: é uma função que se preocupa com o que é recebido
para armazenar e onde esse material vai ser estocado. É uma função que engloba
atividades dentro dela, como por exemplo; gerar um relatório de entrada do produto,
23
registros atualizados no sistema, realizar conferência física de itens com o relatório
gerado na entrada dos mesmos, separar itens quando houver alguma dúvida no
recebimento (exemplo: falta e/ou excesso de produto, dano), etiquetar/reidentificar os
produtos (usando a identificação de uso da empresa), embalar/reembalar se necessário
e paletizar.
c) Envio para o estoque: pode ser uma atividade de movimentação dos produtos para uma
área de inspeção, como também a estocagem. Uma vez que o produto foi aceito e
inventariado, ele está pronto para seguir a área de estocagem.
d) Localização no estoque: refere-se ao endereço dado ao material quando o mesmo foi
lançado no sistema. Existem maneiras de colocar um material no estoque, para facilitar
a localização, como por exemplo: característica do produto, grande e/ou pequenos lotes,
itens pesados próximo da área de expedição, itens que tem mais demando em áreas
próxima a saída e em locais baixos, entre outras.
e) Separação dos pedidos: é o processo de retirada do produto do estoque, onde é realizado
atividades como: encontrar o material, recolher, conferir e embalar, segundo Reinaldo
A. Moura (2005 p.146), “a separação de pedidos é uma atividade pela qual um pequeno
número de unidades é extraído de um sistema de armazenagem para satisfazer a um
certo número de pedidos de cliente”. É uma área que envolve alto custo de mão de obra
e as consequências pode ser significativa para a organização. O sistema de separar
pedido pode ser de duas maneiras – separar por pedido: mais comum, e satisfaz um
produto de cada vez; e separar por artigo: separa um lote de pedidos.
f) Acumulação de pedidos: um pedido pode exigir um grande de número de itens
diferentes, na qual são separados por pessoas diferentes e advindo de áreas distintas do
armazém. No final, todos esses itens devem estar juntos para que possa ser realizada a
conferência juntamente com o pedido original.
g) Embalagem: É a área em que o produto é embalado para garantir a proteção durante o
embarque e transporte.
h) Carregamento: É uma área onde a mercadoria vai ficar na espera para o carregamento.
Essa área deve ter demarcações, como por exemplo – pedido número 1 vai para o
aeroporto de SP junto como pedido do seu Nelson, então esses pedidos devem estar na
mesma área (doca de saída) e/ou por transportadora. Assim com demarcações, as
operações de carregamento podem ser planejadas.
i) Expedição: É a última fase da armazenagem, onde o produto é embarcado e levado ao
cliente ou entrega do produto onde ele será utilizado (fabricação ou montagem). Nesta
24
etapa é necessário levar em conta alguns itens para o planejamento, como por exemplo
– quantidade total a ser expedida, peso e/ou volume do material, maneiras de transporte,
data de entrega e documentação.
j) Registro das operações: É uma atividade inicial e final da armazenagem, que tem o
intuito de alimentar o sistema de informações da organização. Essa função permite que
gere relatórios (manual e/ou eletrônico) de controle de material. De acordo com
Reinaldo A. Moura, “o sistema de relatório é a janela para ver o que está acontecendo
aos materiais recebidos, estocados, emitidos e expedidos. Gerando esse relatório,
permite que a administração contabilize as receitas e custos, por exemplo – o que a
empresa recebeu? O que ela aceitou? O que ela pediu? O que foi devolvido ao
fornecedor.
Não só a armazenagem é importante para um bom acondicionamento do produto, mais
também a movimentação e estrutura dessa armazenagem. Podemos dizer que a movimentação
é o transporte de pequenas quantidades de mercadorias em uma “curta” distância dentro de um
armazém, em outras palavras a movimentação na armazenagem é a operação de deslocamento
de materiais no interior de sua instalação. O processo de movimentação deve obedecer a um
esquema logístico na qual deve garantir a eficiência e fluidez. Já as estruturas de armazenagem
devem ser adequadas às necessidades da empresa e, por isso, é essencial criar um planejamento
para que tudo possa funcionar de forma otimizada, mantendo toda a cadeia de processos
exigidos pela produção ou comercialização. Para isso, a armazenagem de acordo com
Vieira/Roux, (2011, s/p), deve-se levar em conta tipo de produto que irá ser armazenado, o tipo
de movimentação de materiais, giro de produtos, o local, os equipamentos de movimentação, a
necessidade do uso de empilhadeira ou paleteiras.
Dispondo do conceito de armazenagem e suas respectivas funções, será apresentado em
arquivo PDF fora deste relatório a modelagem de processos em que tornará mais fácil a
compreensão de onde inicia-se o curso das atividades relacionadas a armazenagem da munição,
produto pertencente a cadeia química. Pode-se dizer que dentro do processo de armazenagem,
existem subprocessos na qual se orienta da seguinte maneira: Portaria- recebimento do veículo
com o produto acabado, em processo ou matéria prima; Doca - processo de receber o produto
e conferir o produto; Estoque – Guardar a mercadoria para a vistoria; e por fim Expedição –
preparar o pedido para ser transportado até o cliente e carregar o caminhão.
25
2. Fluxo do Processo
O processo de armazenagem começa quando a carga intitulada munição sai do
fornecedor (fábrica) já finalizada e embalada (caixa de papelão contendo 20 caixetas com 1000
unidades (50 por caixeta), e segue para a área de armazenamento, onde ficará estocada
aguardando a vistoria do Exército. Os lotes que seguirão para a área de armazenagem já têm
um destino definido, fica no estoque só para a vistoria ou o fechamento do pedido.
Figura 13 – Embalagem da mercadoria.
Fonte: a autora, 2019.
Figura 14 - Ilustração de como a mercadoria chega no armazém.
Fonte: Página da Freepik7
, 2010.
Para que a carga entre no armazém, ela inicia o processo na portaria, onde irá acontecer
uma vistoria rigorosa na documentação do veículo que está vindo da fábrica, e também na do
7
Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-premium/caixas-de-caixa-em-paletes-arborizadas-caixa-de-
papelao-no-armazenamento-do-armazem-de-fabrica_4906814.htm
26
motorista, isso ocorrerá para que o funcionário encarregado por receber essa carga tenha a
absoluta certeza de que o caminhão que está no sistema (a chegar) é o mesmo que chegou. Na
conferência, é solicitado a nota fiscal da mercadoria junto com a carteira de habilitação do
motorista, em seguida com os documentos em mãos, é verificado no sistema a compatibilidade
de ambos, se caso houver convergência entre documento e o sistema da portaria, o contratado
tem total liberdade de entrar em contato com a fábrica e explicar essa incompatibilidade. Sendo
assim, o responsável aguarda uma resposta da fábrica, onde a mesma vai verificar em seu
sistema o veículo que mandou para essa distribuição, para então poder encaminhar uma resposta
concreta sobre a divergência - se a fábrica disser que o veículo não é mesmo que chegou no
local, o contratado da portaria tem autonomia de bloquear a entrada desse veículo, e
imediatamente mobilizar as autoridades, se o erro for no sistema do próprio armazém (onde o
veículo se encontra) e a fábrica (de onde veio o caminhão) disser que é sim o mesmo caminhão
e motorista que eles enviaram para esta operação, a portaria pode solicitar a assinatura do
motorista na nota fiscal, e realiza a solicitação de entrada para o setor recebimento. Liberada a
entrada, o caminhão é direcionado para a doca, e é recebido por um funcionário do setor de
recebimento.
Figura 15 - Momento em que o veículo passa pela conferência.
Fonte: Página da BGESP Segurança Privada8
, 2019.
No momento em que o caminhão é admitido na doca de recebimento, o encarregado do
setor irá realizar uma conferência da carga antes da mesma ser descarregada, para que não haja
nenhum tipo de avaria da mercadoria. Se no momento dessa conferência – se o funcionário
perceber alguma avaria, ele deverá chamar o supervisor do departamento, e pedir para que ele
faça uma segunda vistoria (a segunda é para que comprove a existência dessa avaria). Se
8
Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/eclusas-utilizacao-seguranca-fisica
27
realmente a carga está avariada, o supervisor entrará em contato com a fábrica informando o
problema, e encaminhará o caminhão com a mercadoria de volta., no caso de a carga estar em
condições corretas (não avariada), é liberado o descarregamento do caminhão. Agora com a
carga descarregada, é realizada uma segunda conferência, porém agora essa verificação é
quantitativa e manual, onde o funcionário pega a nota fiscal e confere com as caixas que foram
descarregadas - Caso nessa conferência haja alguma divergência quantitativa9
, o responsável
tem independência de contatar a fábrica, explicar a discrepância da mercadoria com a nota
fiscal, e então solicitar uma nova nota fiscal, para então poder lançar essa mercadoria no
sistema, se não houver discrepância na nota fiscal, o produto é diretamente lançado no sistema.
No instante que esse produto entrou no sistema, o mesmo gera uma etiqueta que deve
conter informações da localização da mercadoria dentro do estoque, e também para ajudar a ter
uma noção de qualquer movimentação dessa mercadoria dentro do centro de distribuição, e para
a contagem de produtos (inventário), gerado essa etiqueta, a mesma deve ser colocada em cada
caixa (mercadoria).
Figura 16 - Exemplo de etiqueta gerada pelo sistema.
Fonte: Página da CanStock Photo10
, 2010
Feito isso, é iniciado o processo de alocar esse produto dentro do estoque – um cofre11
que deverá ser monitorado 24 horas, é composto por estantes de cinco níveis, onde produtos
que entra primeiro são colocados mais próximos da área de expedição – o sistema de estocagem
utilizado é o FIFO12
, para que aconteça o armazenamento temporário, o responsável pelo setor
solicita ao funcionário que é encarregado de manusear a empilhadeira para levar o produto até
o seu endereço no estoque, sendo assim, a mercadoria fica armazenada aguardando a vistoria
do Exército ou o fechamento do pedido.
9
Tem o objetivo de analisar um objeto numericamente.
10
Disponível em: https://www.canstockphoto.com.br/pessoas-caixas-caminh%C3%A3o-branca-11786548.html
11
Com controle de acesso, somente o responsável do setor e o encarregado de manusear o produto tem acesso.
12
Primeiro que entra, primeiro que sai.
28
Figura 17- Estoque temporário.
Fonte: Diego, supervisor de operações logística da CBC, (2020).
Logo que a mercadoria entra em estoque, ela fica aguardando a vistoria do Exército
Brasileiro – Se o lote for retido por ele, o supervisor é acionado e ele comunica a fábrica sobre
o erro no lote, e em seguida solicita a retirada da mercadoria e a devolução para a fábrica (para
averiguação do erro), se quando o lote for vistoriado e tiver o aval ele segue para a área de
expedição para ser preparado e enviado para o cliente. Os documentos que devem ser emitidos
nesta etapa são: Guia de tráfego – documento que autoriza o transporte de produtos controlados,
autorização do Exército Brasileiro – autoriza a armazenagem de produtos perigosos e
controlados, contrato de despachante – direitos e deveres sobre a carga transportada, nota fiscal
– física e eletrônica, conhecimento de transporte.
Dada entrada na documentação necessário, o lote (pedido) pronto segue para a área de
preparação de carregamento, onde o lote será strechado para garantir a segurança desse pallet
na hora do transporte. Assim que o pallet fica pronto (strechado), ele vai para a área projetada
para organizar os caminhões com pedidos que vão para regiões próximos (exemplo: pedido 01
vai para Sumaré junto com o pedido 05 que irá para Piracicaba). Colocados nessa área, um
encarregado coloca o packing list13
em cada pallet e encaminha a documentação emitida para o
despachante (um agente que ficará no aeroporto aguardando a chegada da carga, para poder
realizar todo o processo de auxílio para a liberação da carga pelo auditor) e em seguida autoriza
o carregamento do caminhão.
13
Documento que auxilia na conferência da carga.
29
Figura 18 - Exemplo de uma área de expedição.
Fonte: Página da revista OE14
, 2019.
3. Custos do Processo
Para iniciar o entendimento dos custos relacionados ao processo de armazenagem do
produto munição, é necessário conhecer alguns termos simples que se refere a apuração dos
custos logísticos de um processo.
Ao abordar custos de um processo, deve-se iniciar o entendimento a partir da gestão
deles onde será possível entender cada atividade da empresa e seus respectivos gastos e
despesas, possibilitando ações e tomadas de decisões mais precisas. O gerenciamento de custos
logístico é visto como uma vantagem competitiva. Isso se deu por conta do processo de se
diferenciar perante o mercado e/ou reduzir custos de produtos/serviços, o que interfere na
rentabilidade (rendimento) da empresa. Para explicar o conceito de gerenciamento de custos
logísticos, nota-se que é um papel fundamental para que ocorra uma boa gestão, onde se torna
importante o conhecimento por parte do gestor de todos os custos envolvidos em uma operação.
Uma boa gestão de custos logísticos traz para a empresa resultados positivos e garante processos
eficientes.
Segundo Hansen e Mowen (2001, p.423),
“A gestão de custos pode ser definida com o uso de dados de custo para
desenvolver e identificar estratégias superiores que produzirão uma
vantagem competitiva sustentável”
14
Disponível em: https://revistaoe.com.br/cnh-ecommerce-exclusivo-pecas/
30
Além de conhecer todos os custos envolvidos na operação da própria empresa, é
necessário analisar a cadeia dessa operação como um todo, como por exemplo conhecer os
custos de seus fornecedores e clientes. Segundo Martins (2003, p.154), “A gestão de custos
vem sendo utilizada nos últimos tempos para designar a relação que deve haver entre o processo
de gestão de custos e o processo de gestão da empresa como um todo, pois a mesma requer
análises que vão além dos limites da empresa, tornando-se necessário conhecer não apenas os
de cada entidade, mas também dos seus fornecedores e clientes, identificando ao longo da
cadeia de valores, até chegar ao consumidor final, onde estão as chances de redução de custos
e de aumento de competitividade”.
Para melhor entender e realizar um processo de gerenciamento de custos de uma
empresa, é necessário ter uma base de entendimento sobre alguns conceitos relacionados a uma
boa prática de gestão de custos. Para iniciar o entendimento de gestão de custos logísticos
precisamos entender o que significa o mesmo. Pode-se dizer que custos logísticos são todos
aqueles envolvidos na operação de uma organização desde a chegada da matéria prima até a
distribuição de seu produto.
Segundo Freires (2000, p.29), “os custos logísticos são aqueles relacionados às
atividades de planejar, implantar e controlar todos os materiais e serviços de entrada, os
materiais em processos e os produtos ou serviços de saída, desde o ponto de origem até o ponto
de consumo”. Os custos logísticos se for parar para pensar são um conjunto de custos que
envolvem uma operação, onde são levados em conta expensas15
referentes a estoques,
armazenagem, transporte e distribuição, mais não se limita somente a esses fatores, ele também
está atrelado segundo Faria e Robles (2002, p.3), ao nível de serviço – perda de cliente, prazos
de entrega, indisponibilidade do produto; custos de lotes – expensas relativas a aquisição de
matérias para produção; de embalagem – disposição do produto perante a distribuição aos
clientes; inventário – perda/roubo de mercadoria, investimento do estoque; planejamento e
controle da produção – custos que dependem de oferta e demanda; processamento de pedidos-
custos com o processamento de pedidos.
Como conceituado acima, é necessário que o gestor conheça os custos logísticos da
empresa, para que assim ele consiga visualizar com facilidade os gastos envolvidos. Para ajudar
essa facilitação, esses custos são classificados em fixos, variáveis, diretos e indiretos.
15
Despesas, custos.
31
a) Fixos: São aqueles que havendo ou não produção eles são mantidos. Exemplo:
Segurança, depreciação, funcionários.
b) Variáveis: São os custos que aumentam ou diminuem conforme o volume da produção.
Exemplo: Fornecedores, energia, frete.
c) Diretos: É tudo que está relacionado diretamente com a execução de um serviço ou
produto. Exemplo: Mão de obra direta (ligada a fabricação do produto) e matéria prima.
d) Indiretos: É tudo que está relacionado aos gastos do funcionamento de uma empresa:
Exemplo: mão de obra indireta (gestores, supervisores e diretores).
Figura 19 - Diagrama da Classificação de Gastos de uma Empresa.
Fonte: Página da Revista Eletrônica Gestão e Sociedade16
(Ed. 2, 2007).
16
Disponível em: Repositório da Universidade Metodista de Piracicaba.
32
Com a fácil visualização desses gastos pelo gestor ele consegue analisar financeiramente
o desempenho da organização, onde assim ele realiza um registro de todos os gastos, e identifica
pontos de expensas desnecessários e os que são importantes na qualidade do funcionamento da
empresa. Ao identificar e separar esses pontos, o responsável consegue eliminar pontos
negativos, assim trazendo de ganhos para a própria empresa, como:
a) Queda nos gastos: Permite compras de insumo de acordo com a demanda da empresa.
b) Mais qualidade para produtos e serviços: Sabendo os produtos de melhor excelência no
mercado, a empresa força seus esforços na produção e distribuição deles.
c) Aumento da lucratividade: Quando se elimina gastos desnecessários com a produção de
um produto e não se altera o valor de mercado a empresa acaba lucrando, pois, ela
conseguiu diminuir gastos sem alterar a qualidade e o valor do produto no mercado.
d) Diminuição dos riscos do negócio: Com uma visão detalhada dos custos de uma
empresa, os gestores acabam por conhecer melhor sua operação e investimentos,
reduzindo assim os riscos de se envolver em grandes dívidas ou declarar falência.
Para começar a falar sobre os métodos existentes que auxiliam na prática da gestão dos
custos logísticos é necessário entender para o que cada um desses recursos será utilizado. São
no total cinco métodos, onde a aplicação ABC (Activity Based Cost) que auxilia a avaliar os
custos de cada atividade dentro de uma operação, e as outras (4) são para facilitar o controle
sobre a gestão desses custos e a tomada de decisões com relação a operação – DPP (Direct
Product Profitability), CPA (Customer Profitability Analysis), ECR (Efficient Consumer
Response), TCO (Total Cost of Ownership). Essas ferramentas em si cada uma tem aplicação
diferente, o que as diferenciam são o foco em funções que se quer analisar dentro de uma
operação. Vamos agora entender melhor o que de fato significa cada uma dessas aplicações.
a) Aplicação ABC, ou atividade baseada nos custos: é a aplicação que fornece uma análise
mais completa dos custos envolvidos na operação. Esse método oferece uma
visualização mais detalhada dos custos, onde o gestor consegue ver as atividades
separadas e os custos envolvidos de cada uma. Como na figura abaixo, pode-se dizer
que a aplicação é baseada em listar todos os gastos e despesas envolvidas para realizar
uma operação e assim classificá-la de a partir de um recurso direcionador, onde será
possível direcionar cada custo com suas respectivas atividades. Sendo assim, facilita a
visualização de onde cada recurso está sendo gasto e por que está sendo gasto,
possibilitando uma tomada de decisão mais eficaz.
33
Figura 20 - Como é feito o Custeio ABC.
Fonte: Página da Gran Cursos Online17
, 2019.
b) Método DPP, ou lucratividade direta do produto: é um método que leva em conta os
custos do produto ao longo do canal de distribuição, ou seja, é necessário conhecer e
avaliar as expensas envolvidas nesse caminho para aferir se o produto tem impacto
positivo ou negativo na cadeia de suprimentos.
c) Método CPA, ou análise de contribuição do cliente: essa é uma ferramenta que identifica
os custos e despesas relativas a cada cliente, e o impacto que eles têm na empresa. Da
mesma forma que a aplicação ABC aloca os custos dos produtos e averigua o impacto
deles na cadeia produtiva, o método CPA faz a mesma, porém com cada cliente que a
empresa possui. Neste método, uma pergunta é capaz de definir o conceito “Quais os
custos e despesas não existiram se não houvesse o contato com esse cliente?”, ou seja,
vale a pena ter negócio com cliente?
d) Método TCO, ou custo total da propriedade: é uma ferramenta que fornece informações
relacionadas ao fornecedor (desempenho fornecedor – comprador), onde é o comprador
que avalia os custos da sua aquisição, ou seja, ele identifica fornecedores de baixo custo,
levando em conta expensas relacionadas a manuseio, preço da compra, entrega e
descarga.
e) Método ECR, ou resposta eficiente do consumidor: é o elo entre integrantes da cadeia
de suprimentos, a fim de melhorar a resposta ao cliente e reduzir custos e ineficiências
durante o processo. Segundo Wanke (2004, p.45), o ECR deve coordenar a troca de
informações entre indústria e varejo, possibilitando um fluxo de produtos e estoques
17
Disponível em: https://blog.grancursosonline.com.br/a-importancia-conhecimento-sistemas-custeio-
trabalho-auditor-fiscal-receita-federal/
34
sincronizado com as informações de demanda oriundas em tempo real diretamente dos
pontos de venda, permitindo uma melhoria do desempenho na cadeia de suprimentos.
Apesar de existirem diversos métodos de executar uma boa prática da gestão desses
custos relacionados a operação de uma cadeia de suprimentos, a aplicação apresentada neste
trabalho será o Activity Based Cost (ABC) que será mais bem detalhada e explicado os ganhos
dela para a cadeia estudada.
Como conceituado acima a aplicação ABC é uma ferramenta que auxilia na averiguação
de todas as atividades de uma empresa, que se dispõe de indicadores para avaliar os custos
indiretos e despesas mais realista referente ao produto e/ou serviço, ou seja, é um método de
custeio que está baseado nos recursos em que a empresa utiliza para a fabricação dos seus
produtos e/ou serviços. Segundo Nagawaga (1994, p.40), “o ABC é algo muito simples. Trata-
se de uma metodologia desenvolvida que facilita uma análise mais estratégica de custos
indiretos referente as atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma
organização”.
O objetivo principal do ABC é dar uma visão mais detalhada dos custos que a empresa
tem para produzir o seu serviço e/ou produto, assim oferecendo um controle mais efetivo do
mesmo e um suporte maior na tomada de decisão por parte dos gestores. De acordo com
Nagawaga (1994, p.40), “o fundamento básico do ABC pode ser definido como um processo
que combina pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a
produção de produtos e serviços, descrevendo a maneira como a empresa utiliza seu tempo e
recursos para cumprir sua missão, objetivos e metas”.
Pode-se dizer então que o ABC é uma ferramenta importante na qual fornece
informações de custos para a análise rigorosa de cada atividade relevante dentro de uma
empresa e em toda a sua cadeia produtiva, assim identificando e eliminando atividades que não
agregam valor dentro da operação (cadeia de suprimento). Com isso, o método traz benefícios
significativos para organização, como também traz desvantagens, abaixo será mostrado
vantagens de se implantar o método do custeio ABC.
a) Proporciona visibilidade dos fluxos dos processos;
b) Possibilita a eliminação e a reduzir atividades que não agregam valor;
c) Identifica as expensas de cada atividade em relação aos custos gerais da empresa;
d) Utilizado em diversos segmentos de empresas;
e) Exige que haja a implantação, permanência e revisão de controles internos;
35
Por outro lado, também apresenta desvantagens:
a) Necessita ser revisado constantemente;
b) Grande preocupação em delinear informações estratégicas do que em usá-las;
c) Dificuldade de integrar as informações entre setores da empresa;
d) Necessidade de reorganizar a empresa antes de implantar;
Agora que foi conceituado alguns conceitos básicos de custos logísticos, será descrito
os custos do processo estudado neste relatório, onde a aplicação ABC é o método adotado para
apurar todos os gastos e despesas dentro do armazenamento do produto munição, assim
podendo auxiliar a tomada de decisão sobre os custos de alguma atividade de forma mais
certeira.
A averiguação de custos do processo de armazenamento inicia-se quando a produção
(interno) manda 2.304.000 (dois milhões e trezentos e quatro mil) munições em forma de lote
palletizado para ser estocado temporariamente e aguardar a vistoria do Exército Brasileiro. Com
base nisso é feito a apuração de toda a estrutura necessária para guardar essa mercadoria.
Figura 21 - Custos diretos e indiretos da armazenagem.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.283-284).
36
Figura 22 - Despesas administrativas e gastos com documentação do processo.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.283-284).
Além de apurar gastos com a estrutura para o produto, a Figura 22 também demostra
expensas da documentação que é necessária para a correta implantação de um centro de
distribuição voltado para o armazenamento de produtos controlados e aos dispêndios
relacionados à segurança e funcionamento desse armazém.
Algumas atividades do processo são utilizados em vários subprocessos da
armazenagem, para isso é utilizado de critérios de apropriação (Figura 23) para definir o centro
de custos associado cada atividade dentro do processo logístico.
Figura 23 - Base de Dados do Critério de Apropriação das Atividades.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.285).
37
Na próxima tabela (Figura 24) é explícito mais detalhadamente quais são recursos
consumidos em atividades e os seus respectivos custos envolvidos em cada processo da
armazenagem, desde a logística de materiais nacionais (o abastecimento do armazém com
produtos vindo da fábrica) até a logística de distribuição de exportação (que consiste em
preparar a mercadoria e carregar a mesma no caminhão18
), vale ressaltar que a atribuição dos
recursos consumidos à atividade referida, é feita a partir do critério de rateio entre espaço
utilizado por cada atividade e identificação direta da atividade (como por exemplo, o salário
do funcionário que a identificação do custo é feita a partir da folha de pagamento).
As tabelas em seguida (Figuras 25,26,27,28,29 e 30) demonstram os custos do processo
de armazenamento em seus respectivos centros de custos, e estes, estão apropriados as
respectivas atividades (verbos de funcionamento do armazém) em função dos direcionadores.
A logística de armazenagem apresenta os seguintes centros de custos: LMN (logística de
material nacional), PPCP (programação, planejamento e controle de produção), MOV
(movimentação), LDL (logística de distribuição nacional) e LDE (logística de distribuição -
exportação). A primeira Figura 25 está relacionado ao centro de custos do abastecimento do
produto acabado no armazém, ou seja, é a atividade queda início onde a fábrica (processo
interno – produção) envia o produto em forma de lote para o armazém – Em seguida, a Figura
26 apresenta centro de custos do planejamento de layout de estoque e movimentação interna do
produto. A Figura 27 retrata os custos de equipamentos e estrutura para o manuseio interno de
cada lote do produto. As duas últimas Figuras 29 e 30, representa o centro de custos da
expedição do produto, onde estão estimados os equipamentos e estrutura necessária para a
preparação da carga e carregamento do veículo.
18
Assim que o armazenamento carrega o caminhão, o responsável pela distribuição é o processo Outbound.
38
Figura 24 - Recursos Consumidos por centro de custos.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.292).
39
Figura 25 - Custos por atividade -Logística de Armazenagem – LMN.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.304).
Figura 26 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem – PPCP.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.307).
Figura 27 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - MOV.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.308).
40
Figura 28 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - APA.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.310).
Figura 29 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - LDN
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.311).
Figura 30 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - LDE.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.312).
Devidamente apropriado os recursos consumidos em cada centro de custos às suas
respectivas atividades no processo logístico, agora é o momento de definir quais serão os
objetos de análise e seus referidos direcionadores de atividades.
41
Figura 31 - Base de Dados - Direcionadores de Atividades.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.313).
Figura 32 - Atribuição dos Custos das Atividades da Logística de Armazenagem aos Objetos.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.314-316).
Os custos das atividades da Logística de Armazenagem foram atribuídos aos objetos do
produto acabado (no caso, as munições). Os custos foram atribuídos a partir da identificação
direta, pois a empresa trabalha com um único tipo de produto. Portando, então, apropriados
42
todos os recursos consumidos às atividades e aos objetos de análise, vamos agora, apresentar a
demonstração de resultado gerencial da armazenagem da munição pelo Método do Custeio em
Atividades (ABC).
Figura 33 - Estoque Final Gerencial - Método ABC.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.321).
43
Figura 34 - Continuação - Estoque Final Gerencial -Método ABC.
Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.321).
Com a parte de apuração dos custos do processo de armazenagem da munição através
do método ABC finalizada pode-se obter valores mais explícitos da operação logística e assim
facilita a tomada de decisões sobre o que fazer com recursos que podem gerar falhas em
atividades por estarem sendo utilizados em mais de um lugar. Será apresentado em arquivo PDF
fora deste relatório, dentre dos os custos aqui descritos os mais importantes de cada atividades
do processo no fluxo de armazenagem da munição.
44
4. Aspectos Legais
Para entender a importância dos contratos e documentos dentro do processo estudado
será apresentado em arquivo PDF fora deste relatório o fluxo modelado com os respectivos
contratos colocados nas atividades que podem vir a dar algum problema para a empresa e o
momento em que os documentos são emitidos.
Como já apresentado neste trabalho, o tema abordado é a armazenagem de munições,
um produto controlado pelo Exército Brasileiro. Para iniciar este próximo tema é necessário
abordar alguns critérios definidos pela legislação de produtos controlados. São instrumentos
legais que uma fábrica deve seguir para que os procedimentos no tocante ao armazenamento,
fabricação, comercialização, importação e exportação não acarretem sanções administrativas
ou até criminais. Também serão descritos neste trabalho os contratos firmados para que os
procedimentos de armazenagem de munições ocorram conforme as determinações do Exército
Brasileiro.
Inicialmente abordaremos as normas e procedimentos que regem o armazenamento de
produtos controlados, é necessário abordar dois critérios indispensáveis para uma fábrica de
munições e afins. Toda pessoa seja física e/ou jurídica que exerce atividade de fabricação,
comercialização, armazenamento, importação ou exportação tem a obrigação de se registrar
perante os órgãos competentes e obter o documento para a aquisição de produtos controlados
(anexo a). Para isso, existem duas certificações que pode solicitar para regularizar essa
certificação:
a) Título de Registro, ou TR: para a fabricação, comercialização e afins, e tem 03 anos de
validade (Anexo B);
b) Certificado de Registro, ou CR: para importação e exportação dos produtos, com
validade de 03 anos (Anexo C).
A partir da obtenção de ambos as certificações cabe aos órgãos competentes fixar as
normas, controlar e fiscalizar se as atividades estão sendo desenvolvidas conforme descrito no
DECRETO N° 55.649. Há uma hierarquia no sistema de fiscalização, que o poder mais alto –
Ministério da Defesa, é o que dita as normas e procedimentos que devem ser seguidos e os
demais órgãos de fiscalização direto no âmbito federal, estadual e municipal ficam
encarregados de fiscalizar, controlar e vistoriar as atividades.
45
Art. 6º No intuito de que sejam produzidos no País, armas, munições, pólvora,
todos para usos civis, do melhor padrão de qualidade, visando, a entrada de
tais produtos na pauta de exportação, o Ministério da Defesa,
preferencialmente através de grupos de trabalho ou comissões organizadas
com componentes de associações civis adequadas, providenciará a elaboração
de Normas e Padrões Técnicos que sirvam de elementos de controle na
aferição de sua qualidade. (FEDERAL, 1965).
Figura 35 - Órgãos de fiscalização direta.
Fonte: Guia de fiscalização de produtos controlados, DFPC - p.09, 2018.
Pelo fato de ser um setor que exige um alto grau de rigor na fiscalização e que possui
uma gama de atividades e responsabilidades, fez necessário criar um órgão centralizador e com
isso fundiu-se os órgãos Departamento de Material Bélico e o SFIDT19
que realizava
separadamente as funções de autorizar e fiscalizar o comércio, fabricação e afins de produtos
controlados. Com a junção desses órgãos criou-se o DFPC (Diretoria de Fiscalização de
Produtos Controlados) que autoriza e fiscaliza a produção, comércio e outras atividades
atribuídas a produtos controlados. Essa diretoria contém seções internas administrativas
juntamente com o COLOG (Comando Logístico) tem o dever de coordenar as atividades de
fiscalização em âmbito federal. Já no âmbito estadual e municipal existem as chamadas regiões
militares (RM) que são departamentos, como por exemplo: polícia militar, postos de
fiscalização, fábricas que possuem fiscais militares, cabe a eles coordenar e fiscalizar a rede
regional, ou seja, fábricas que trabalham com produtos controlados e necessitam de vistoria, a
RM mais próxima que realizará.
“As atividades de fiscalização de competência do Exército serão
supervisionadas pelo Comando Logístico (COLOG), por intermédio da
Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), e autorizadas e
fiscalizadas pelas Regiões Militares (RM).” (DIRETORIA DE
FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONTROLADOS20
, 2018).
19
Seção de Fiscalização, Importação, Depósito e Tráfego de Produtos Controlados.
20
Disponível em: http://www.dfpc.eb.mil.br
46
Figura 36 - Regiões Militares Existentes.
Fonte: Página da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados21
, 2018.
O sistema utilizado que integra o DFPC para a auxiliar a regulamentação, autorização e
a fiscalização de atividades relacionadas a produtos controlados é SisFPC – de acordo com
página (DFPC, s.d.) tem por finalidade a emissão de autorização para a fabricação, importação,
exportação, comércio, tráfego, desembaraço alfandegário e utilização de produtos controlados
pelo Exército, incluindo a autorização para aquisição de armas de fogo por atiradores, caçadores
e colecionadores e de armas de fogo de uso restrito por cidadãos de determinadas categorias
profissionais autorizadas a portar armas de fogo, além de autorização para blindagem de
veículos automotores.
“Sistema de Fiscalização Produtos Controlados pelo Exército (SisFPC)
compete regulamentar, fiscalizar e autorizar as atividades de pessoas
físicas e jurídicas referentes ao trabalho com Produtos Controlados pelo
Exército, com as finalidades de obtenção de conhecimento sobre a
capacidade industrial mobilizável do País e de garantia da segurança e
tranquilidade públicas no que se refere ao trato com tais produtos”.
(DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONTROLADOS22
,
2018).
21
Disponível em: http://www.dfpc.eb.mil.br/mapa/
22
Disponível em: http://www.dfpc.eb.mil.br
47
Além de registrar a fábrica de produtos controlados perante o Ministério da Defesa e o
DFPC, é necessário seguir o regulamento R-105 (que trata sobre regras e condições para a
implantação de uma fábrica PCE23
). De acordo com (FEDERAL, 1965), art. 58. “as fábricas de
produtos controlados pelo Ministério da Defesa só poderão funcionar, se, além das exigências
estipuladas pelas leis estaduais e municipais, satisfizerem às condições gerais e técnicas
estabelecidas no presente Regulamento (R-105)”.
Para a instalação de um armazém (fábrica PCE) seguindo os padrões (normas)
estabelecidos pelo regulamento, o mesmo deve ser instalado em um local afastado do perímetro
urbano (cidades, vila, povoado), em uma área determinada para esse tipo de armazém – lugar
afastado de tudo (nada ao redor), porém com fácil acesso aos meios de transporte comum.
De acordo com o capítulo 8, art. 59 § 1º (FEDERAL, 1965), conceitua área perigosa
como:
“é a área do terreno julgada necessária para o funcionamento de uma
fábrica ou localização de um paiol ou depósito, dentro das exigências
do regulamento, de modo que, na eventual deflagração ou detonação de
um explosivo, somente pessoas ou materiais que se encontrem dentro
da mesma tenham maior probabilidade de serem atingidos”.
Além de afastados da população (caso ocorra uma explosão somente pessoas que estão
ali tem a possibilidade de serem atingidas), cada processo (atividade) da fábrica devem estar
localizados em prédios distintos, (exemplo: fabricação – prédio A, armazenagem – prédio B e
administração e portaria – prédio C), segundo o art.65 §3° (FEDERAL, 1965), “os depósitos
destinados aos produtos acabados e os de matérias-primas, assim como os edifícios que sirvam
de habitação, formam grupos distintos”. Essa distinção além de facilitar a fiscalização, se caso
venha ocorrer uma detonação e/ou explosão tem a probabilidade de não atingir os demais.
Também deve ser um terreno isolado com muros com altura de no mínimo dois (02) metros
feito de concreto armado e com cercas elétricas, na entrada da empresa deve ter no máximo
dois (02) portões - um para pedestres e outro para veículos , o que também facilita a fiscalização
e vigilância por parte das autoridades.
Todos esses procedimentos são fiscalizados (vistoriados) periodicamente pelo Exército
onde todos os requisitos são submetidos a avaliação de conformidade, se ele não estiver de
acordo com a norma, acarretará multa ou até suspensão de certificado e/ou de registro da
fábrica. Nessa avaliação são observados requisitos, como, qualidade, segurança, durabilidade e
23
Produtos Controlados pelo Exército.
48
desempenho da operação, podendo ser adicionados requisitos como a padronização de
equipamentos, de tecnologias e dos procedimentos - se essa avaliação for positiva a empresa
recebe o certificado de conformidade (Anexo d) emitido pela OAC (Organização de Avaliação
de Conformidade) com validade definida pelo Exército. Além da avaliação de conformidade,
a fábrica tem que ter constado (apostilado) no certificado de registro processos que afirmem
que a pessoa tem capacidade (aptidão) de abrir uma empresa de produtos controlados –
inscrição de pessoa jurídica (Anexo E) e também o plano de segurança PCE (será solicitado na
vistoria feita pelo Exército) – (Anexo F).
Não só as normas e procedimentos para a implantação e fiscalização de um depósito de
produtos controlados, são necessários também funcionários que auxiliam na parte
administrativa e operacional da empresa, e com isso é fundamental a realização de contratos de
prestação de serviço de armazenamento de munições e as burocracias que sucedem a
contratação de um funcionário (exame admissional, assinar carteira de trabalho e afins), como
também é necessário o contratro de seguro de vida dos operadores do armazém (Anexo I), por
se tratar de um produto que coloca a vida deles em riscos. Alguns dos documentos que são
exigidos no transporte do material PCE são admitidos no momento em que a mercadoria está
sendo preprarada para ser carregada, são eles: guia de trafégo (Anexo G), contrato com
despachante aduaneiro (agente que ficará no aeroporto no aguardo da carga para realizar
liberaçao dela – Anexo H), nota fiscal, autorização Exército/RF e conhecimento de transporte
(documento que demonstra o que está sendo transportado).
49
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A elaboração deste relatório proporcionou uma visão sobre uma cadeia que vem
crescendo cada vez mais no país, e que não é muito explorado no mundo acadêmico e se
encontra distante da sociedade, dado as restrições do tema pode gerar um desafio grande para
o desenvolvimento do trabalho. Pelo fato dos enormes desafios que tema oferece, despertou a
vontade de se aprofundar no assunto e trazer ele para a realidade universitária.
Com isso, o conteúdo deste relatório tem o objetivo de analisar a cadeia química voltada
para o processo de armazenagem de produtos controlados pelo Exército Brasileiro: munições.
Dentro do contexto trabalhado, foi elaborado a parte teórica da pesquisa para se compreender
melhor como constatar as informações obtidas sobre as atividades do processo, através da
notação BPMN (Notação e Gerenciamento de processos de negócios). O relatório partiu da
ideia de modelar o processo estudado afim de entender o funcionamento de cada atividade
dentro da operação, para assim reforçar o entendimento do assunto.
Ao se aprofundar no estudo com a ajuda de especialistas da área, através de entrevista
via mensagens com o operador de operações logísticas Diego Roberto Laffot da Companhia
Brasileira de Cartuchos e uma visita técnica na Guarda Civil de Indaiatuba ministrada pelo
Subinspetor Edson Cossa juntamente com o encarregado de equipe da Guarda Civil de Itu, foi
possível elaborar as etapas do todo o processo trabalhado. O presente trabalho conta também
com um estudo da gestão de custos da operação e a parte jurídica de funcionamento da empresa,
através de ambos foi possível apurar uma base dos custos independentes de cada atividade
realizada e a legislação que rege a Indústria da Defesa para o funcionamento de armazém de
munições e também a relação contratual com certas atividades do fluxo que necessitam de
atenção especial. A partir da questão problematizadora deste trabalho, foram elaborados três
fluxos de processos (geral, aspectos legais e custos) com o objetivo de trazer uma visão mais
detalhada de cada fluxo e uma maior compreensão de ambos.
O relatório partiu da hipótese que mediante a utilização da notação BPMN pode ser
modelado o processo de armazenagem de produtos controlados pelo Exército Brasileiro, com
ênfase em munições. Portanto, a partir da notação foi possível constatar que ela contribui para
a melhor compreensão e conhecimento sobre a cadeia logística e o produto trabalhado,
contribuindo com a identificação de potenciais problemas dentro do fluxo do processo. O
gerenciamento de processos permite conhecer o funcionamento da organização além de trazer
produtividade e eficiência para o processo.
50
Dessa forma o presente relatório dá a devida importância em determinar de uma forma
mais ampla o conhecimento sobre o tipo de produto trabalhado (Produtos Controlados pelo
Exército Brasileiro – Munições) através das ferramentas aplicadas a este trabalho, em que foi
feita a partir das fases da gestão de processos: mapeamento, modelagem e análise. Com isso é
possível analisar as implicações do fluxo modelado garantindo sua qualidade e eficiência. Além
da análise sobre o fluxo, foi estudado os custos operacionais em que pôde-se observar
atividades que não agregam valor dentro da operação e reorganiza-la de maneira a otimizar
esses custos, outro aspecto trabalhado foi o jurídico na qual garantiram uma visão sobre a
legislação vigente para o funcionamento da empresa e os contratos que são necessários em
atividades deste tipo de produto. Assim sendo, pode-se dizer que o objetivo proposto foi
concluído com êxito.
A partir deste relatório em conjunto com o projeto integrador do quinto semestre foi
proposto com base na análise do fluxo modelado dois potenciais problemas do processo de
armazenagem da munição, o que deixa para estudos futuros a continuação dele agora propondo
possíveis soluções para os problemas encontrados.
51
REFERÊNCIAS
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Processos. Brasília: Ministério Público Federal, 2013.
BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 4. ed. Porto Alegre:
Artmed S.a., 2003.
BB SEGUROS. CONDIÇÕES GERAIS DO APÓLICE DE SEGURO DE VIDA NO
GRUPO. Disponível em: https://www.bb.com.br/docs/pub/emp/mpe/dwn/SVGV.pdf. Acesso
em: 2 jun. 2020.
BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 2. ed.
São Paulo: Saraiva, 2009.
BRANDÃO, Rodrigo Rolim. Melhorias no processo de armazenagem em um almoxarifado
de embalagens: estudo de caso numa indústria alimentícia. Estudo de caso numa indústria
alimentícia. 2015. 57 f. TCC (Graduação) - Curso de Administração de Materiais, Universidade
Federal da Paraíba, João Pessoa, 2015.
BRASIL. Assembleia Legislativa. Constituição (1965). Decreto nº 55649, de 28 de janeiro de
1965. Regulamento Para O "serviço de Fiscalização da Importação, Deposito e Tráfego
de Produtos Controlados Pelo Ministério da Defesa.
BRASIL. Assembleia Legislativa. Constituição (2019). Decreto nº 10030, de 30 de setembro
de 2019. Regulamento de Produtos Controlados.
BRASIL, Association Of Business Process Management Professionals. BPM CBOK: guia
para o gerenciamento de processos de negócio corpo comum de conhecimento abpmp bpm
cbok v3.0. Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio Corpo Comum de
Conhecimento ABPMP BPM CBOK V3.0. São Paulo: ABPMP, 2013.
BRASIL. Constituição (1965). Portaria nº 136, de 08 de novembro de 2019. Dispõe Sobre
Aquisição de Armas de Fogo, Munições e Demais Produtos Controlados de
Competência do Comando do Exército.
COSTA, Marcelo Carvalho. Gestão de Processo e Serviços. Indaiatuba: Fatec Indaiatuba,
2020. Color.
52
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UTILIZANDO BPMN. 2008. 7 f. Tese (Doutorado) - Curso de Administração, Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2008.
DIAS, Meire Helen Batista; OLIVEIRA, Cristina Corrêa de; ABE, Jair Minoro. A Integração
Entre a Bpmn e a Uml. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA,
9., 2012, São Paulo. Gestão, inovação e tecnologia para a sustentabilidade. São Paulo:
Seget, 2012. p. 1 – 14.
FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Gameiro da. Gestão dos Custos
Logísticos. São Paulo: Atlas, 2005. 448 p.
GOIAS, Universidade de. Manual de modelagem de processos. Disponível em:
http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2017-04/manual-de-modelagem-de-processos-
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GROUP), Omg (object Management. BUSINESS PROCESS MODEL & NOTATION™:
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armazenagem e movimentação de materiais na indústria: um estudo de caso realizado na
empresa maratá sucos de nordeste ltda. Um estudo de caso realizado na empresa maratá
sucos de nordeste ltda. 2016. 12 f. TCC (Graduação) - Curso de Ciências Humanas e Sociais,
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KALIL, Fernando Albuquerque. ANÁLISE E MODELAGEM DE PROCESSOS DE
NEGÓCIOS PARA A DEFINIÇÃO DE REQUISITOS DE UM SISTEMA DE
INFORMAÇÃO. 2010. 93 f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia de
Produção, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.
LUCCAS, Mariana Gonçalves; SILVA, Janete de Fátima Peracini Feliciano da; RAMAZOTTI,
Keila Maria. Armazenamento de Materiais. 2019. 15 f. - Curso de Administração,
Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019.
MASENSSINE, Sérgio Roberto; CORRÊA, Elaine Maria; MONTEIRO, Adival de Souza;
BARBOSA, Marcus Vinicius. Gestão de Processos de Estoque e Armazenagem visando
53
redução de custos. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 15.,
2018, São Paulo. Indústria 4.0. São Paulo: Seget, 2018. p. 2 - 17.
MOURA, Reinaldo A. Sistema e Técnicas de Movimentação e Armazenagem de
Materiais. 5. ed. São Paulo: Rev, 2005.
PEREIRA, Maurício Fernandes. MODELO DE PRODUÇÃO DE MATERIAL
DIDÁTICO: O USO DA NOTAÇÃO BPMN EM CURSO A DISTÂNCIA. 2011. 23 f.
Monografia (Especialização) - Curso de Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo,
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SILVA, Silvana Ferreira Pinheiro e. Materiais e Logística. 2010. 117 f. Monografia
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TOLFO, Cristiano; MEDEIROS, Thiarles Soares; MOMBACH, Jaline Goncalves. Modelagem
De Processos Com Bpmn Em Pequenas Empresas: Um Estudo De Caso. In: ENCONTRO
NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO, 33., 2013, Salvador. A Gestão dos
Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos
Sistemas Produtivos. Salvador: Enegeb, 2013. p. 1 - 16.
54
ANEXOS
ANEXO A – Aquisição de Produtos Controlados
55
Anexo B – Título de Registro
56
ANEXO C – Certificado de registro
57
ANEXO D – Certificado de Conformidade
58
ANEXO E – Inscrição de Pessoa Jurídica
59
ANEXO F – Plano de Segurança PCE
60
ANEXO G – Guia de Tráfego
61
ANEXO H – Contrato de Despachante – 1/15
62
ANEXO H – 2/14
63
ANEXO H – 3/14
64
ANEXO H – 4/14
65
ANEXO H – 5/14
66
ANEXO H -6/14
67
ANEXO H -7/14
68
ANEXO H – 8/14
69
ANEXO H – 9/14
70
ANEXO H 10/10
71
ANEXO H – 11/14
72
ANEXO H – 12/14
73
ANEXO H – 13/14
74
ANEXO H – 14/14
75
ANEXO I – 1/12
76
ANEXO I – 2/12
77
ANEXO I – 3/12
78
ANEXO I – 4/12
79
ANEXO I – 5/12
80
ANEXO I – 6/12
81
ANEXO I –7 /12
82
ANEXO I – 8/12
83
ANEXO I – 9/12
84
ANEXO I – 10/12
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86
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  • 1. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DR. ARCHIMEDES LAMMOGLIA CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA AEROPORTUÁRIA KIMBERLY LOPES CRUZ SANTOS RELATÓRIO DE MODELAGEM DO PROCESSO DE ARMAZENAGEM DA CADEIA QUÍMICA COM ÊNFASE EM MUNIÇÕES. INDAIATUBA/SP 2020
  • 2. CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DR. ARCHIMEDES LAMMOGLIA CURSO DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA AEROPORTUÁRIA KIMBERLY LOPES CRUZ SANTOS RELATÓRIO DE MODELAGEM DO PROCESSO DE ARMAZENAGEM DA CADEIA QUÍMICA COM ÊNFASE EM MUNIÇÕES. Trabalho de Graduação apresentado por Kimberly Lopes Cruz Santos como pré- requisito para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Logística Aeroportuária, da Faculdade de Tecnologia de Indaiatuba, elaborado sob a orientação do Prof. Marcelo Carvalho Costa INDAIATUBA/SP 2020
  • 3. AGRADECIMENTO Enfim chegou o fim da primeira fase de um ciclo da conclusão do curso que escolhi e escolheria mil vezes. Uma fase de muitas risadas, felicidades mais também choros e frustações. Um longo caminho percorrido com inúmeros momentos difíceis e a primeira coisa que vem a cabeça é agradecer a Deus por me dar forças e saúde para continuar e por ficar sussurrando no ouvido “Você consegue superar os seus limites, não é porque está difícil que você irá desistir”. A Ele eu devo minha eterna gratidão. Agradeço também a melhor, sim a melhor segunda casa intitulada faculdade de todas por oferecer um ensino de qualidade e toda a infraestrutura necessária para alunos, corpo docente, coordenação, administração e aos que cuidam da limpeza do prédio para garantir mais conforto de todos. Um agradecimento infinito a todo o corpo docente da Fatec Indaiatuba por compartilhar conhecimento, ter o prazer de dar aula, porque aguentar alunos não deve ser fácil e por tem paciência de responder milhões de perguntas. Não posso deixar de agradecer o orientador do projeto integrador do 4° semestre – Professor Toso por ajudar a definir o tema lá trás que simplesmente me fez entrar em um mundo cheio de desafios e encara-los de forma persistente, independente do que acontecer, e agradecer também ao meu (e do quinto semestre inteiro) Professor Marcelo por ter muita mais muita paciência na hora de corrigir (e corrigir novamente), e por gostar de passar conteúdo e conhecimento (pensa em uma aula maravilhosa). O meu grupo (apesar de ser a única sobrevivente desde o primeiro semestre da QuimLOG, elas chegaram para somar e abrilhantar), mais especificamente Elisângela Halltoffe, Paloma Regina e Stefani Freitas que aos trancos e barrancos tudo foi tomando forma. As reuniões de mais de dez horas (Durante o recesso da quarentena e ao longo do percurso), as “brigas” que no final ficava tudo de boa, as opiniões divergentes, as conversas aleatória no momento de concentração, enfim meu muito obrigada a amizade de vocês (eu amo vocês de coração), que assim seja depois da faculdade (talvez presas kk). E por fim, a minha família que por estar sempre comigo nos momentos difíceis e de alegria, a mãe por puxar minha or elha quando reclamava e xingava, por falar alto nos horários que todos estavam dormindo, minha irmã por me distrair quando estava prestes a jogar o notebook longe (jogando Free Fire) e meu pai que de longe comprou um computador novo, que aguenta as milhões de foto do trabalho, enfim agradeço imensamente, eu amo grandemente eles. Obrigada!
  • 4. RESUMO A cadeia química hoje em dia no país é um grande setor que contribui para a geração de novos empregos, e principalmente nas atividades econômicas. Pode ser encontrado diversos desafios dentro do setor químico, como o alto custo da matéria prima, não só isso mais também exige um serviço altamente especializado de armazenagem e transporte de produtos pertencentes a esse setor. Por ser um setor diversificado, a Indústria da Defesa é caracterizada como cadeia química, sendo uma das maiores no País tendo uma vasta gama de exportações de seus respectivos produtos (como munições, armas, tanques, entre outros) para diversos países. Com isso, dado o objetivo deste relatório é explorar um tema ainda pouco abordado pela sociedade – armazenamento de munições, (produto controlado) com início na modelagem de processos. Esse relatório deu-se através de pesquisas exploratória sobre o armazenamento de produtos controlados, entrevista com o supervisor de operações da Companhia Brasileira de Cartuchos e uma visita na Guarda Civil de Indaiatuba, para assim poder sintetizar neste relatório um assunto com mais propriedade nas palavras. Em conjunto com o projeto integrador V este relatório parte da ideia de que a partir da modelagem de processos leva o aluno a identificar potenciais problemas (citados no projeto integrador 5) e em trabalhos futuros apontar possíveis soluções. Palavras – Chave: Processo. Armazenagem. Munições
  • 5. ABSTRACT The chemical chain today in the country is a large sector that contributes to the generation of new jobs, and mainly in economic activities. Several challenges can be found within the chemical sector, such as the high cost of raw materials, not only does this also require a highly specialized service for storing and transporting products belonging to this sector. As a diversified sector, the Defense Industry is characterized as a chemical chain, being one of the largest in the country, with a wide range of exports of its respective products (such as ammunition, weapons, tanks, among others) to several countries. Thus, given the objective of this report, it is to explore a theme that is still little addressed by society - ammunition storage, (controlled product), beginning with process modeling. This report took place through exploratory research on the storage of controlled products, an interview with the operations supervisor of Companhia Brasileira de Cartuchos and a visit to the Civil Guard of Indaiatuba, so that I could summarize in this report a subject with more property in the words. Together with the integrative project V, this report starts from the idea that from the process modeling it takes the student to identify potential problems (mentioned in the integrator project 5) and in future works to point out possible solutions. Keywords: Process, storage, ammunition.
  • 6. LISTA DE FIGURA Figura 1 - Fases da Gestão de Processos............................................................................................... 11 Figura 2 - Notações utilizadas para modelar um processo.................................................................... 12 Figura 3 - Etapas da fase Desenhar o processo. .................................................................................... 12 Figura 4 - Etapas da Modelagem........................................................................................................... 14 Figura 5 - Perguntas que auxiliar na formação da visão organizacional............................................... 15 Figura 6 - Swinlane............................................................................................................................... 17 Figura 7 - Evento inicial e intermediário............................................................................................... 18 Figura 8 - Evento de finalização ........................................................................................................... 18 Figura 9 - Atividades............................................................................................................................. 19 Figura 10 - Decisões (gateways)........................................................................................................... 19 Figura 11 - Exemplo de utilização da notação BPMN.......................................................................... 20 Figura 12 - Funções da Armazenagem.................................................................................................. 22 Figura 13 – Embalagem da mercadoria................................................................................................. 25 Figura 14 - Ilustração de como a mercadoria chega no armazém......................................................... 25 Figura 15 - Momento em que o veículo passa pela conferência. .......................................................... 26 Figura 16 - Exemplo de etiqueta gerada pelo sistema........................................................................... 27 Figura 17- Estoque temporário.............................................................................................................. 28 Figura 18 - Exemplo de uma área de expedição. .................................................................................. 29 Figura 19 - Diagrama da Classificação de Gastos de uma Empresa..................................................... 31 Figura 20 - Como é feito o Custeio ABC.............................................................................................. 33 Figura 21 - Custos diretos e indiretos da armazenagem........................................................................ 35 Figura 22 - Despesas administrativas e gastos com documentação do processo. ................................. 36 Figura 23 - Base de Dados do Critério de Apropriação das Atividades................................................ 36 Figura 24 - Recursos Consumidos por centro de custos. ...................................................................... 38 Figura 25 - Custos por atividade -Logística de Armazenagem – LMN. ............................................... 39 Figura 26 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem – PPCP............................................ 39 Figura 27 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - MOV............................................. 39 Figura 28 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - APA.............................................. 40 Figura 29 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - LDN.............................................. 40 Figura 30 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - LDE. ............................................. 40 Figura 31 - Base de Dados - Direcionadores de Atividades.................................................................. 41 Figura 32 - Atribuição dos Custos das Atividades da Logística de Armazenagem aos Objetos........... 41 Figura 33 - Estoque Final Gerencial - Método ABC............................................................................. 42 Figura 34 - Continuação - Estoque Final Gerencial -Método ABC...................................................... 43 Figura 35 - Órgãos de fiscalização direta.............................................................................................. 45 Figura 36 - Regiões Militares Existentes. ............................................................................................. 46
  • 7. Sumário INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 7 1. Fundamentação Teórica.................................................................................................................. 9 1.1. Modelagem de Processos ....................................................................................................... 9 1.2. Notação BPMN...................................................................................................................... 16 1.3. Logística de Armazenagem ................................................................................................... 20 2. Fluxo do Processo.......................................................................................................................... 25 3. Custos do Processo........................................................................................................................ 29 4. Aspectos Legais ............................................................................................................................. 44 CONSIDERAÇÕES FINAIS........................................................................................................................ 49 REFERÊNCIAS......................................................................................................................................... 51 ANEXOS ................................................................................................................................................. 54 RELATÓRIO CopySpider......................................................................................................................... 87
  • 8. 7 INTRODUÇÃO O setor químico hoje em dia no Brasil é distinto por ser um setor estratégico onde não só cria oportunidades de emprego, como contribui nas atividades econômicas do País. É uma esfera que vem crescendo e ganhando espaço no mercado, apesar de ser um campo que existe grandes desafios (alto valor agregado da matéria prima, custos logísticos) o setor representa segundo a Associação Brasileira da Indústria Química (2018) 10% do PIB (Produto Interno Bruto) da indústria nacional e 2,5% do PIB total. Hoje em dia encontra-se esse setor em áreas como: agricultura, transporte, saúde, serviços e afins, inclusive a área apresentada neste trabalho, indústria da defesa com foco em munições. Desta forma, a indústria da defesa busca incorporar ciência, tecnologia e inovação em seus bens e serviços produzidos, com isso ela se torna destaque no mercado internacional e traz vantagem para o setor econômico. Nos dias de hoje a grande fábrica que gere o setor da defesa no Brasil é a Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC), tendo segundo a Revista Exame (2012) 70% da sua produção exportada para 40 países. Desta forma, o presente trabalho tem como foco prover um estudo sobre o processo de armazenagem da munição com base em pesquisas sobre o sistema de armazenagem da CBC. A escolha desse setor se deu por conta de ser uma área de grande relevância no mercado nacional, principalmente internacional e por ser um mercado de alta competitividade. Dessa forma as organizações devem buscar um diferencial para obter uma vantagem em seus processos (operação), o conteúdo deste relatório através de ferramentas uma melhor visualização do processo garantindo vantagem sobre a gestão. Não só por esse motivo, mas também pelo fato de ser um tema pouco abordado na sociedade. Diante do fato de ser um setor que necessita ser eficaz em todos seus processos, a questão problematizadora deste relatório é a seguinte: Quais as implicações da modelagem de processos por meio da notação BPMN aplicada a cadeia logística química, com foco no processo de armazenagem da munição?” Esse relatório parte da ideia de que um processo modelado através da notação BPMN, pode contribuir para melhor entendimento e conhecimento da cadeia química com foco em produtos controlados – munições, visando oferecer possibilidades maiores de encontrar potenciais problemas e apontar possíveis soluções. O objetivo deste relatório é a partir do tema estabelecido modelar o fluxo do processo de armazenagem do produto controlado – munição através da notação BPMN, levantar os custos e os aspectos legais do processo modelado e verificar as contribuições que a modelagem
  • 9. 8 de processo oferece quanto ao conhecimento e desenvolvimento da cadeia química e do produto modelado. Para a realização deste trabalho foram utilizadas pesquisas exploratória, bibliográfica e entrevista (via e-mail). A pesquisa exploratória baseou-se em artigos, publicações, teses da área de operador de logístico e armazenagem para entrar no assunto. Depois foi realizado uma pesquisa bibliográfica se deu através de livros e artigos sobre modelar um processo, notação BPMN e armazenamento. Já a entrevista foi desenvolvida para sanar dúvidas sobre quais as normas e procedimentos que são seguidas perante o Exército para esse tipo de projeto que envolveu o supervisor de operações logísticas da CBC. E por último uma visita técnica na guarda civil de Indaiatuba para conhecer o processo de fabricação da munição. Este relatório está dividido em quatro partes, encontra-se no primeiro tópico os conceitos das ferramentas utilizadas com base em diversos autores, além de exemplificar qual será o tema trabalhado neste relatório. No segundo tópico é abordado o fluxo do processo modelado e é descrito com máximo de detalhes a operação modelada. Na terceira parte apresenta o levantamento de todos os custos logísticos que envolve a operação de armazenagem da munição. E por fim, o quarto tópico é aborda normas, decretos, contratos de serviço que satisfazem essa operação.
  • 10. 9 1. Fundamentação Teórica 1.1. Modelagem de Processos Processo é uma sequência lógica de atividades da organização, que tem como objetivos gerar e/ou produzir um bem ou serviço, que agrega valor ao resultado. Segundo Harrington (1993, p. 10), “processo é qualquer atividade que recebe uma entrada - input, agrega valor e gera uma saída - output para um cliente interno ou externo”. Processo são atividades coordenadas que envolvem pessoas, procedimentos e tecnologias, a fim de resultar num produto especificado para determinado cliente. Segundo Gonçalves (2000, p. 156), “os processos utilizam os recursos da organização para oferecer resultados objetivos aos seus clientes. Adair e Murray (1996, p.26) cita que, “Processo consiste em um conjunto de tarefas executadas sequencialmente com a finalidade de gerar um resultado identificável, que pode ser um bem, um serviço, dados ou informações. O resultado do processo é sempre direcionado a um cliente - seja ele interna ou externo - que é quem define e avalia esse resultado”. Com os conceitos acima, podemos concluir que processo é um conjunto de atividades de uma organização que acontecem em uma sequência e que apresentam uma relação lógica entre si. Todo trabalho de uma organização é parte de um processo, não existe um trabalho que não seja parte de processo, como também não há um processo se não oferecer um bem e/ou serviço que agregue valor ao externo e/ou interno. A utilização de processos dentro de uma organização possibilita que mesma seja vista, não só como um conjunto de setores, mais sim como um fluxo contínuo das atividades. Segundo Gonçalves (2000, p.154), entender como os processos funcionam e quais são os tipos de processos existentes em uma organização é importante para determinar como eles devem ser gerenciadas para a obtenção do melhor resultado. Hammer (1997, p.232), enfatiza que, "A essência da gestão de processos é a administração de seus processos, garantindo que seu desempenho esteja de acordo com seu potencial, procurando oportunidades de aperfeiçoá-los e traduzindo tais oportunidades em realidade”.
  • 11. 10 Trazendo os processos de uma organização para a realidade, permite que o gerenciamento fique mais fácil, pois permite conhecer a rotina da organização como um todo e monitorar o desempenho da empresa, como também, faz com que todos os funcionários entendam e se sintam parte do fluxo organizacional. Segundo o site Bluecore (2016), “o principal foco da gestão de processos é o alcance de objetivos da organização, junto com a maximização da qualidade, produtividade e inovação”. O gerenciamento de processos além de trazer benefícios para a organização, traz ótimas vantagens, como: a) Aumento da produtividade e eficiência: por ter os processos planejados e padronizados, há uma perspectiva dele, o que reduz erros e retrabalhos; b) Aumento da integração: todos conhecem os processos fazendo com que a informação circule de forma mais eficiente. E auxilia no controle do tempo, onde as tarefas são realizadas mais rápidas, porém com rigor no monitoramento; c) Redução de custos: possibilita que a organização tenha um controle mais efetivo, gerindo melhor os seus processos e a ociosidade no tempo trabalhado; d) Eliminação de falhas de comunicação: organizações tem o costume de não se comunicar com outros setores, o que dificulta o funcionamento da operação, para isso, o gerenciamento de processos promove uma integração entre todos os departamentos, minimizando falhas de comunicação. A gestão desses processos além de auxiliar a organização a alcançar seus objetivos, conhecer seus processos de forma detalhada e ajudar na melhoria dessas atividades, ela é dividida em seis fases principais. Essas fases são fragmentadas, para trazer foco para gestores e colaboradores, para que os processos avancem de forma gradativa. A seguir, serão descritas essas fases com base na figura abaixo.
  • 12. 11 Figura 1 - Fases da Gestão de Processos. Fonte: BPM CBOK. São Paulo: Association of Business Process Management Professionals, 2013, p.52 a) Mapear: toda ação de intervenção em uma organização precisa ter o entendimento da situação atual da empresa. Essa fase é justamente para que quem esteja realizando o gerenciamento de processos, sente com profissionais que participem do processo, para entender a demanda da organização e siga para a próxima etapa com o máximo de conhecimento possível. Além de conhecer a organização e entender o motivo de se realizar o mapeamento, algumas técnicas facilitam esse processo. As técnicas são: entrevistas, workshops, questionários, reuniões, análise da documentação existente, coleta de evidência, entre outras; b) Modelar: essa é uma etapa em que será possível esquematizar todo o processo que foi pesquisado na etapa - modelar, desde quem participa das atividades, quais são os componentes e a interação com os demais setores. Além de ser uma etapa será tratada com ênfase neste trabalho, a seguir algumas notações que podem ser utilizadas para realizar a modelagem de processos.
  • 13. 12 Figura 2 - Notações utilizadas para modelar um processo. Fonte: BPM CBOK. São Paulo: Association of Business Process Management Professionals, 2013, p.79. c) Analisar: Entender o estado atual do processo de uma organização. Identificar problemas, como – objetivos não atingidos, falha no contato com cliente, handoffs1 que criam desconexões, variações no processo e possíveis gargalos2. d) Desenhar: Elaborar um novo processo, com base no anterior onde se realiza correções e adequações. Esse novo desenho deve se alinhar as atuais necessidades da organização com o mercado, e utilizando de notações existentes descritas na parte modelagem de processos. Figura 3 - Etapas da fase Desenhar o processo. Fonte: A autora, 2020. 1 Ponto em processo que a informação e/ou um trabalho passa para outra pessoa e/ou função. 2 Cria uma fila no processo.
  • 14. 13 e) Implementar: Encontrar a melhor maneira de colocar esse novo processo na organização. Existem duas opções de colocação de um processo novo em uma empresa – de maneira progressiva, onde aos poucos as mudanças vão acontecendo ou uma maneira brusca, que quebra a prática atual, e impõe as mudanças; f) Medir: Realiza uma análise com base nos indicadores de desempenho (tempo, custo, qualidade e capacidade), que captam se o rendimento após a implantação do novo processo foi positivo ou negativo; Com a gestão de processos conceituada acima, podemos concluir que ela é parte fundamental na estratégia de uma organização, e não uma atividade única que é concluída e só. É necessário dar enfoque em melhoria contínua dos processos (deixar os processos mais suscetíveis a mudanças), transformar um processo, dando a ele a possibilidade de acompanhar as necessidades da organização perante o mercado. Para ilustrar essa melhoria contínua (gerenciamento) esse trabalho tem foco a modelagem de processos, que além de entender como funciona o processo atual, tem como objetivo esquematizar todos os setores com as possíveis interações. Conforme com a definição do BPM CBOK (2013, p.35), “Modelagem de processo é uma agregação de atividades e comportamento executado por humanos ou máquinas para alcançar um ou mais resultados”. Segundo Oliveira e Almeida Neto (2009, p.153), “a modelagem visa criar um modelo a partir de processos por meio da construção de diagramas operacionais sobre o seu comportamento”. Modelar processos é a maneira de dizer que um sistema gera fluxos que mostram as atividades de um determinado negócio, e a ordem em que elas são executadas. O objetivo da modelagem é ilustrar um processo completo, permitindo aos gestores, consultores e colaboradores melhorarem o fluxo e aperfeiçoarem o processo. Segundo Roam (2008, p.136), “Modelagem é a capacidade de gerar abstrações de algo que existe no mundo real. Uma habilidade que também pode ser apresentada como raciocínio visual, que é formado por três sentidos: a visão, a imaginação e o tato, e por quatro etapas, que são enxergar, analisar, imaginar e apresentar. ” A modelagem de processos é muito utilizada para descrever processos para facilitar o entendimento e dar maior visibilidade das atividades dentro de uma organização, que segundo Davenport (1994, p.258), trata de uma linha teórica com base na reengenharia de processos e,
  • 15. 14 por contribuir com alguns propósitos, como por exemplo: explicar o conhecimento; entender como funciona; controlar ou monitorar; tomar decisões; analisar alguns aspectos da organização; simular o comportamento de algumas partes; reprojetar e racionalizar. A modelagem tem um papel fundamental para as pessoas, visto que ela facilita o entendimento, análise e comunicação para outros setores, e ajuda no processo de mudança. Com os conceitos citados, pode-se dizer que modelagem de processos é uma visão dinâmica da maneira pela qual a organização produz valor. Figura 4 - Etapas da Modelagem. Fonte: Jeane Mendes, CIN-UFPE, 2007 p.03 Alguns autores listam principais atividades ou ações necessárias para a otimização dos processos: a) Obter ajuda de profissionais que atuam na área de processos; b) Eliminar atividades que não agreguem valor ou que estejam sendo feitas como um retrabalho; c) Identificar e melhoras as atividades, que evite retrocesso; d) Selecionar e designar a melhor pessoa para executar determinada atividade; e) Transferir as decisões operacionais para nível de processo; f) Racionalizar os controles; g) Reduzir tempo de atividade; h) Eliminar os pontos de gargalos. Além dessas atividades, Rotondaro (2008, p.26) propõe também questões para avaliar as atividades com objetivo de melhorar os processos.
  • 16. 15 A atividade pode ser suprimida? Nesta questão será avaliado o valor que essa atividade agrega para o cliente e o efeito de perda sobre o processo. A atividade pode ser comprimida / acumulada? Como benefício da melhoria de processos, é de juntar várias atividades em uma única. A atividade pode ser feita em um nível hierárquico mais baixo? O uso das ferramentas de modelagem possibilita que funcionários que desempenham funções mais baixas executem algumas atividades que níveis hierárquicos mais altos executam, visto que as informações são padronizadas e disponibilizadas adequadamente. Atividades em série podem ser executadas paralelamente? É necessário avaliar se a sequência das atividades do atual processo é um requisito, e avaliar se existem gargalos no processo. “O propósito da modelagem é fornecer uma perspectiva simplificada da estrutura de negócio, como um meio para atingir o fim, permitindo comunicar, documentar e entender as atividades da organização. Assim, a modelagem pode ser utilizada melhoria e reengenharia dos processos”. (LUIZA, 2013, p.19); Entende-se então que modelagem de processo tem como objetivo auxiliar na construção de melhoria da organização, com base nas respostas de questões realizadas para entender a visão da organização. Figura 5 - Perguntas que auxiliar na formação da visão organizacional. Fonte: Página da Dissertação sobre Modelagem de Processos de Negócios3 , 2013, p.20. 3 Disponível em: https://www.maxwell.vrac.puc-rio.br/10986/10986_3.PDF
  • 17. 16 Diante o fácil entendimento da modelagem de processos, a notação BPMN, será adotada para o desenvolvimento desse trabalho, onde irá ilustrar o processo de armazenagem de um produto (munições) relacionado a cadeia química. 1.2. Notação BPMN De acordo com o dicionário Silveira Bueno (2016, p.572) notação é, “uma forma de representar algo. Um sistema de representação ou designação ou um conjunto de sinais com que se faz essa representação ou designação”. Segundo o site OMG4 (2008) notação pode ser definida como, “Qualquer sistema de símbolos e abreviações que ajuda as pessoas a trabalharem em um determinado assunto. Ação de indicar, de representar por sinais convencionados”. Objetivo de uma notação é oferecer uma visualização mais ampla e detalhada sobre um determinado assunto, que na maioria das vezes é complicado de entender sem um modelo de apoio, sendo assim uma notação serve para ajudar uma organização a modelar seu processo, com rigor no seu detalhamento. Segundo Almeida Neto (2009, p.48), BPMN é um padrão utilizado para modelar os processos, é direcionada para a definição e documentação de processos. BPMN5 é uma notação que descreve passo a passo o processo das atividades de uma organização. É formada por elementos que são estruturados e bem detalhados, de forma que pessoas que entendam ou não consigam compreender e interpretar o modelo organizacional. Segundo White e Miers (2007, p.352), o BPMN tem como principal objetivo fornecer uma notação para a compreensão de todos os usuários dentre eles podemos citar: analistas de negócios, os desenvolvedores técnicos e os demais funcionários que irão trabalhar com o gerenciamento e monitoramento dos processos. A ideia principal do BPMN é criar um modelo que seja simples, e ao mesmo tempo consiga mostrar com detalhes os processos organizacionais. Dessa forma, a notação é estruturada em um diagrama denominado DPN6 , onde é fornecido recursos de fácil utilização para a criação do modelo de processo da organização. 4 Object Management Group. 5 Sigla para Business Process Modeling Language. 6 Sigla para Diagrama de Processo de Negócio.
  • 18. 17 Os recursos oferecidos na notação são agrupados em: eventos, decisões, piscinas e raias, atividades. Utiliza-se de termos simples, para padronizar e facilitar o entendimento e comunicação. A seguir são detalhados de forma clara informações de cada de elemento da modelagem de processos. a) Swinlanes (piscina e raias): Representa um participante dentro do processo, e pode atuar com Lane – subprocesso dentro de um processo e usada para aumentar/categorizar o aumento de um processo. Figura 6 - Swinlane. Fonte: a autora, 2020. b) Eventos: acontece durante o percurso do processo. São representados por meio de um círculo vazados nas cores; verde, amarelo e vermelho que respectivamente representam: início, meio e fim;
  • 19. 18 Figura 7 - Evento inicial e intermediário. Fonte: Adaptado de Bilodeau, Powell e Vitkus, 2013, p.28/29 Figura 8 - Evento de finalização Fonte: Adaptado de Bilodeau, Powell e Vitkus, 2013, p.30
  • 20. 19 c) Atividades: São recursos para representar o trabalho que a organização realiza. Sendo que eles, podem fazer parte de diferentes atividades: tarefas, subprocesso (representados por um retângulo com bordas arredondadas) e processos; Figura 9 - Atividades. Fonte: Adaptado de Bilodeau, Powell e Vitkus, 2013, p.31 d) Decisões: Usados para definir o rumo que o fluxo vai seguir, podendo utilizar de três indicadores: simultâneo – atividades que se iniciam junto; Paralelo -; Decisão – atividades onde deve-se tomar uma decisão, exemplo: sim, não ou refazer; e controlar as ramificações do processo. Figura 10 - Decisões (gateways). Fonte: Adaptado de Bilodeau, Powell e Vitkus, 2013, p.34.
  • 21. 20 A notação BPMN contribui para a representação de processos de negócios de modo a apresentar fluxos modelados a partir de um padrão universal e de fácil compreensão por todos os setores de uma organização. Por ser um modelo simples, a notação tornou-se padrão para a modelagem de processos. Figura 11 - Exemplo de utilização da notação BPMN. Fonte: BPM CBOK, 2013, p.82; 1.3. Logística de Armazenagem Neste trabalho será abordado a modelagem do processo de armazenagem do produto intitulado munição pertencente a cadeia química , porém o mesmo faz parte de um todo, que envolve toda a modelagem de processo da munição (que é um produto relacionado a cadeia química), desde o processo Inbound – onde é mantida a relação com fornecedores, recebimento de matéria prima, Interna – processo de produção da munição, Armazenagem - que será modelado neste trabalho, e por fim, o Outbound – que modelará o processo de distribuição, marketing, transporte e afins. Segundo Ballou (1993, p.47), o conceito de armazenagem foi estabelecido quando o homem primitivo viu que era possível guardar para o futuro os produtos que excedia a sua necessidade, ou ainda para efetuar trocas com outros homens, de produtos que não obtinham.
  • 22. 21 Com isso armazenagem tem como definição o gerenciamento de um espaço adequado que é colocado à disposição para a guarda de produtos que mais tarde serão movimentados com procedimentos na qual obedecem às características e limitações do produto. Para Dias (2005, p. 189), também é constituída por um conjunto de funções de recepção, descarga, carregamento, arrumação e conservação de matérias-primas, produtos acabados ou semiacabados. A armazenagem é mais do que apenas guardar e despachar matérias, mais também envolve atividade administrativas, processos auxiliares da produção, como por exemplo, o acondicionamento, conservação e o recondicionamento do produto. Segundo o Manual de Logística: armazenagem e distribuição física (1997, p.3), “ Armazenagem é uma atividade que diz respeito da estocagem ordenada e à distribuição de produtos acabados, em processo e/ou matéria prima dentro da própria fábrica ou em locais destinados a este fim, pelos fabricantes, ou através de um processo de expedição”. Para Alvarenga e Novaes (2005 p. 143), “O objetivo primeiro da armazenagem é o de guardar a mercadoria por um certo tempo. O intuito da guarda de mercadoria é para depois redistribuir conforme sua necessidade para comercialização. Onde os autores ainda destacam que “características importantes devem ser observadas ao se armazenar o produto, principalmente no que diz respeito à segurança, evitando-se avarias e quebras, extravios, furtos etc”. Assim também podemos dizer que a armazenagem é uma atividade que engloba todas as etapas de uma operação, desde o recebimento até a expedição de qualquer carga, em todas as etapas dessas atividades envolvem o planejamento, a coordenação e o controle para que essas cargas sejam armazenadas e movimentadas corretamente. Segundo Gasnier & Banzato (2001, p.658), a armazenagem é tida como uma importante função para atender com efetividade a gestão da cadeia de suprimento. Sua importância reside no fato de ser um sistema de abastecimento em relação ao fluxo logístico, que serve de base para sua uniformidade e continuidade, assegurando um adequado nível de serviço e agregando valor ao produto. Com conceito de armazenagem definido, sabe-se que é uma atividade ampla e complexa, então elas se dividem em funções, com objetivo de estabelecer um ciclo produtivo contínuo, e uma boa gestão dentro da cadeia produtiva. As funções da armazenagem serão descritas na figura abaixo.
  • 23. 22 Figura 12 - Funções da Armazenagem. Fonte: Manual de logística: Armazenagem: do recebimento à expedição em almoxarifados ou centros de distribuição, 2008, p.53. a) Recebimento (descarga): Segundo Paoleschi (2018, s/p) o recebimento é uma área que trabalha integrado com os setores de contabilidade, compras, planejamento e controle da produção (PCP) e transporte. É o elo entre o atendimento ao fornecedor e o estoque físicos. Na hora da entrega do material o fornecedor é como se fosse um cliente para o setor da empresa, o mesmo deve ser tratado com procedimentos adequados para um cliente por mais simples que seja a operação. Assim, com os procedimentos adequados já na portaria da empresa, a liberação da carga flui mais rapidamente, os tais procedimentos devem apresentar uma comunicação eficiente entre portaria e a equipe do setor, pessoal altamente treinado para exercer a função de entrada, fiscalização da mercadoria e nota fiscal. b) Identificação e endereçamento: é uma função que se preocupa com o que é recebido para armazenar e onde esse material vai ser estocado. É uma função que engloba atividades dentro dela, como por exemplo; gerar um relatório de entrada do produto,
  • 24. 23 registros atualizados no sistema, realizar conferência física de itens com o relatório gerado na entrada dos mesmos, separar itens quando houver alguma dúvida no recebimento (exemplo: falta e/ou excesso de produto, dano), etiquetar/reidentificar os produtos (usando a identificação de uso da empresa), embalar/reembalar se necessário e paletizar. c) Envio para o estoque: pode ser uma atividade de movimentação dos produtos para uma área de inspeção, como também a estocagem. Uma vez que o produto foi aceito e inventariado, ele está pronto para seguir a área de estocagem. d) Localização no estoque: refere-se ao endereço dado ao material quando o mesmo foi lançado no sistema. Existem maneiras de colocar um material no estoque, para facilitar a localização, como por exemplo: característica do produto, grande e/ou pequenos lotes, itens pesados próximo da área de expedição, itens que tem mais demando em áreas próxima a saída e em locais baixos, entre outras. e) Separação dos pedidos: é o processo de retirada do produto do estoque, onde é realizado atividades como: encontrar o material, recolher, conferir e embalar, segundo Reinaldo A. Moura (2005 p.146), “a separação de pedidos é uma atividade pela qual um pequeno número de unidades é extraído de um sistema de armazenagem para satisfazer a um certo número de pedidos de cliente”. É uma área que envolve alto custo de mão de obra e as consequências pode ser significativa para a organização. O sistema de separar pedido pode ser de duas maneiras – separar por pedido: mais comum, e satisfaz um produto de cada vez; e separar por artigo: separa um lote de pedidos. f) Acumulação de pedidos: um pedido pode exigir um grande de número de itens diferentes, na qual são separados por pessoas diferentes e advindo de áreas distintas do armazém. No final, todos esses itens devem estar juntos para que possa ser realizada a conferência juntamente com o pedido original. g) Embalagem: É a área em que o produto é embalado para garantir a proteção durante o embarque e transporte. h) Carregamento: É uma área onde a mercadoria vai ficar na espera para o carregamento. Essa área deve ter demarcações, como por exemplo – pedido número 1 vai para o aeroporto de SP junto como pedido do seu Nelson, então esses pedidos devem estar na mesma área (doca de saída) e/ou por transportadora. Assim com demarcações, as operações de carregamento podem ser planejadas. i) Expedição: É a última fase da armazenagem, onde o produto é embarcado e levado ao cliente ou entrega do produto onde ele será utilizado (fabricação ou montagem). Nesta
  • 25. 24 etapa é necessário levar em conta alguns itens para o planejamento, como por exemplo – quantidade total a ser expedida, peso e/ou volume do material, maneiras de transporte, data de entrega e documentação. j) Registro das operações: É uma atividade inicial e final da armazenagem, que tem o intuito de alimentar o sistema de informações da organização. Essa função permite que gere relatórios (manual e/ou eletrônico) de controle de material. De acordo com Reinaldo A. Moura, “o sistema de relatório é a janela para ver o que está acontecendo aos materiais recebidos, estocados, emitidos e expedidos. Gerando esse relatório, permite que a administração contabilize as receitas e custos, por exemplo – o que a empresa recebeu? O que ela aceitou? O que ela pediu? O que foi devolvido ao fornecedor. Não só a armazenagem é importante para um bom acondicionamento do produto, mais também a movimentação e estrutura dessa armazenagem. Podemos dizer que a movimentação é o transporte de pequenas quantidades de mercadorias em uma “curta” distância dentro de um armazém, em outras palavras a movimentação na armazenagem é a operação de deslocamento de materiais no interior de sua instalação. O processo de movimentação deve obedecer a um esquema logístico na qual deve garantir a eficiência e fluidez. Já as estruturas de armazenagem devem ser adequadas às necessidades da empresa e, por isso, é essencial criar um planejamento para que tudo possa funcionar de forma otimizada, mantendo toda a cadeia de processos exigidos pela produção ou comercialização. Para isso, a armazenagem de acordo com Vieira/Roux, (2011, s/p), deve-se levar em conta tipo de produto que irá ser armazenado, o tipo de movimentação de materiais, giro de produtos, o local, os equipamentos de movimentação, a necessidade do uso de empilhadeira ou paleteiras. Dispondo do conceito de armazenagem e suas respectivas funções, será apresentado em arquivo PDF fora deste relatório a modelagem de processos em que tornará mais fácil a compreensão de onde inicia-se o curso das atividades relacionadas a armazenagem da munição, produto pertencente a cadeia química. Pode-se dizer que dentro do processo de armazenagem, existem subprocessos na qual se orienta da seguinte maneira: Portaria- recebimento do veículo com o produto acabado, em processo ou matéria prima; Doca - processo de receber o produto e conferir o produto; Estoque – Guardar a mercadoria para a vistoria; e por fim Expedição – preparar o pedido para ser transportado até o cliente e carregar o caminhão.
  • 26. 25 2. Fluxo do Processo O processo de armazenagem começa quando a carga intitulada munição sai do fornecedor (fábrica) já finalizada e embalada (caixa de papelão contendo 20 caixetas com 1000 unidades (50 por caixeta), e segue para a área de armazenamento, onde ficará estocada aguardando a vistoria do Exército. Os lotes que seguirão para a área de armazenagem já têm um destino definido, fica no estoque só para a vistoria ou o fechamento do pedido. Figura 13 – Embalagem da mercadoria. Fonte: a autora, 2019. Figura 14 - Ilustração de como a mercadoria chega no armazém. Fonte: Página da Freepik7 , 2010. Para que a carga entre no armazém, ela inicia o processo na portaria, onde irá acontecer uma vistoria rigorosa na documentação do veículo que está vindo da fábrica, e também na do 7 Disponível em: https://br.freepik.com/vetores-premium/caixas-de-caixa-em-paletes-arborizadas-caixa-de- papelao-no-armazenamento-do-armazem-de-fabrica_4906814.htm
  • 27. 26 motorista, isso ocorrerá para que o funcionário encarregado por receber essa carga tenha a absoluta certeza de que o caminhão que está no sistema (a chegar) é o mesmo que chegou. Na conferência, é solicitado a nota fiscal da mercadoria junto com a carteira de habilitação do motorista, em seguida com os documentos em mãos, é verificado no sistema a compatibilidade de ambos, se caso houver convergência entre documento e o sistema da portaria, o contratado tem total liberdade de entrar em contato com a fábrica e explicar essa incompatibilidade. Sendo assim, o responsável aguarda uma resposta da fábrica, onde a mesma vai verificar em seu sistema o veículo que mandou para essa distribuição, para então poder encaminhar uma resposta concreta sobre a divergência - se a fábrica disser que o veículo não é mesmo que chegou no local, o contratado da portaria tem autonomia de bloquear a entrada desse veículo, e imediatamente mobilizar as autoridades, se o erro for no sistema do próprio armazém (onde o veículo se encontra) e a fábrica (de onde veio o caminhão) disser que é sim o mesmo caminhão e motorista que eles enviaram para esta operação, a portaria pode solicitar a assinatura do motorista na nota fiscal, e realiza a solicitação de entrada para o setor recebimento. Liberada a entrada, o caminhão é direcionado para a doca, e é recebido por um funcionário do setor de recebimento. Figura 15 - Momento em que o veículo passa pela conferência. Fonte: Página da BGESP Segurança Privada8 , 2019. No momento em que o caminhão é admitido na doca de recebimento, o encarregado do setor irá realizar uma conferência da carga antes da mesma ser descarregada, para que não haja nenhum tipo de avaria da mercadoria. Se no momento dessa conferência – se o funcionário perceber alguma avaria, ele deverá chamar o supervisor do departamento, e pedir para que ele faça uma segunda vistoria (a segunda é para que comprove a existência dessa avaria). Se 8 Disponível em: https://gestaodesegurancaprivada.com.br/eclusas-utilizacao-seguranca-fisica
  • 28. 27 realmente a carga está avariada, o supervisor entrará em contato com a fábrica informando o problema, e encaminhará o caminhão com a mercadoria de volta., no caso de a carga estar em condições corretas (não avariada), é liberado o descarregamento do caminhão. Agora com a carga descarregada, é realizada uma segunda conferência, porém agora essa verificação é quantitativa e manual, onde o funcionário pega a nota fiscal e confere com as caixas que foram descarregadas - Caso nessa conferência haja alguma divergência quantitativa9 , o responsável tem independência de contatar a fábrica, explicar a discrepância da mercadoria com a nota fiscal, e então solicitar uma nova nota fiscal, para então poder lançar essa mercadoria no sistema, se não houver discrepância na nota fiscal, o produto é diretamente lançado no sistema. No instante que esse produto entrou no sistema, o mesmo gera uma etiqueta que deve conter informações da localização da mercadoria dentro do estoque, e também para ajudar a ter uma noção de qualquer movimentação dessa mercadoria dentro do centro de distribuição, e para a contagem de produtos (inventário), gerado essa etiqueta, a mesma deve ser colocada em cada caixa (mercadoria). Figura 16 - Exemplo de etiqueta gerada pelo sistema. Fonte: Página da CanStock Photo10 , 2010 Feito isso, é iniciado o processo de alocar esse produto dentro do estoque – um cofre11 que deverá ser monitorado 24 horas, é composto por estantes de cinco níveis, onde produtos que entra primeiro são colocados mais próximos da área de expedição – o sistema de estocagem utilizado é o FIFO12 , para que aconteça o armazenamento temporário, o responsável pelo setor solicita ao funcionário que é encarregado de manusear a empilhadeira para levar o produto até o seu endereço no estoque, sendo assim, a mercadoria fica armazenada aguardando a vistoria do Exército ou o fechamento do pedido. 9 Tem o objetivo de analisar um objeto numericamente. 10 Disponível em: https://www.canstockphoto.com.br/pessoas-caixas-caminh%C3%A3o-branca-11786548.html 11 Com controle de acesso, somente o responsável do setor e o encarregado de manusear o produto tem acesso. 12 Primeiro que entra, primeiro que sai.
  • 29. 28 Figura 17- Estoque temporário. Fonte: Diego, supervisor de operações logística da CBC, (2020). Logo que a mercadoria entra em estoque, ela fica aguardando a vistoria do Exército Brasileiro – Se o lote for retido por ele, o supervisor é acionado e ele comunica a fábrica sobre o erro no lote, e em seguida solicita a retirada da mercadoria e a devolução para a fábrica (para averiguação do erro), se quando o lote for vistoriado e tiver o aval ele segue para a área de expedição para ser preparado e enviado para o cliente. Os documentos que devem ser emitidos nesta etapa são: Guia de tráfego – documento que autoriza o transporte de produtos controlados, autorização do Exército Brasileiro – autoriza a armazenagem de produtos perigosos e controlados, contrato de despachante – direitos e deveres sobre a carga transportada, nota fiscal – física e eletrônica, conhecimento de transporte. Dada entrada na documentação necessário, o lote (pedido) pronto segue para a área de preparação de carregamento, onde o lote será strechado para garantir a segurança desse pallet na hora do transporte. Assim que o pallet fica pronto (strechado), ele vai para a área projetada para organizar os caminhões com pedidos que vão para regiões próximos (exemplo: pedido 01 vai para Sumaré junto com o pedido 05 que irá para Piracicaba). Colocados nessa área, um encarregado coloca o packing list13 em cada pallet e encaminha a documentação emitida para o despachante (um agente que ficará no aeroporto aguardando a chegada da carga, para poder realizar todo o processo de auxílio para a liberação da carga pelo auditor) e em seguida autoriza o carregamento do caminhão. 13 Documento que auxilia na conferência da carga.
  • 30. 29 Figura 18 - Exemplo de uma área de expedição. Fonte: Página da revista OE14 , 2019. 3. Custos do Processo Para iniciar o entendimento dos custos relacionados ao processo de armazenagem do produto munição, é necessário conhecer alguns termos simples que se refere a apuração dos custos logísticos de um processo. Ao abordar custos de um processo, deve-se iniciar o entendimento a partir da gestão deles onde será possível entender cada atividade da empresa e seus respectivos gastos e despesas, possibilitando ações e tomadas de decisões mais precisas. O gerenciamento de custos logístico é visto como uma vantagem competitiva. Isso se deu por conta do processo de se diferenciar perante o mercado e/ou reduzir custos de produtos/serviços, o que interfere na rentabilidade (rendimento) da empresa. Para explicar o conceito de gerenciamento de custos logísticos, nota-se que é um papel fundamental para que ocorra uma boa gestão, onde se torna importante o conhecimento por parte do gestor de todos os custos envolvidos em uma operação. Uma boa gestão de custos logísticos traz para a empresa resultados positivos e garante processos eficientes. Segundo Hansen e Mowen (2001, p.423), “A gestão de custos pode ser definida com o uso de dados de custo para desenvolver e identificar estratégias superiores que produzirão uma vantagem competitiva sustentável” 14 Disponível em: https://revistaoe.com.br/cnh-ecommerce-exclusivo-pecas/
  • 31. 30 Além de conhecer todos os custos envolvidos na operação da própria empresa, é necessário analisar a cadeia dessa operação como um todo, como por exemplo conhecer os custos de seus fornecedores e clientes. Segundo Martins (2003, p.154), “A gestão de custos vem sendo utilizada nos últimos tempos para designar a relação que deve haver entre o processo de gestão de custos e o processo de gestão da empresa como um todo, pois a mesma requer análises que vão além dos limites da empresa, tornando-se necessário conhecer não apenas os de cada entidade, mas também dos seus fornecedores e clientes, identificando ao longo da cadeia de valores, até chegar ao consumidor final, onde estão as chances de redução de custos e de aumento de competitividade”. Para melhor entender e realizar um processo de gerenciamento de custos de uma empresa, é necessário ter uma base de entendimento sobre alguns conceitos relacionados a uma boa prática de gestão de custos. Para iniciar o entendimento de gestão de custos logísticos precisamos entender o que significa o mesmo. Pode-se dizer que custos logísticos são todos aqueles envolvidos na operação de uma organização desde a chegada da matéria prima até a distribuição de seu produto. Segundo Freires (2000, p.29), “os custos logísticos são aqueles relacionados às atividades de planejar, implantar e controlar todos os materiais e serviços de entrada, os materiais em processos e os produtos ou serviços de saída, desde o ponto de origem até o ponto de consumo”. Os custos logísticos se for parar para pensar são um conjunto de custos que envolvem uma operação, onde são levados em conta expensas15 referentes a estoques, armazenagem, transporte e distribuição, mais não se limita somente a esses fatores, ele também está atrelado segundo Faria e Robles (2002, p.3), ao nível de serviço – perda de cliente, prazos de entrega, indisponibilidade do produto; custos de lotes – expensas relativas a aquisição de matérias para produção; de embalagem – disposição do produto perante a distribuição aos clientes; inventário – perda/roubo de mercadoria, investimento do estoque; planejamento e controle da produção – custos que dependem de oferta e demanda; processamento de pedidos- custos com o processamento de pedidos. Como conceituado acima, é necessário que o gestor conheça os custos logísticos da empresa, para que assim ele consiga visualizar com facilidade os gastos envolvidos. Para ajudar essa facilitação, esses custos são classificados em fixos, variáveis, diretos e indiretos. 15 Despesas, custos.
  • 32. 31 a) Fixos: São aqueles que havendo ou não produção eles são mantidos. Exemplo: Segurança, depreciação, funcionários. b) Variáveis: São os custos que aumentam ou diminuem conforme o volume da produção. Exemplo: Fornecedores, energia, frete. c) Diretos: É tudo que está relacionado diretamente com a execução de um serviço ou produto. Exemplo: Mão de obra direta (ligada a fabricação do produto) e matéria prima. d) Indiretos: É tudo que está relacionado aos gastos do funcionamento de uma empresa: Exemplo: mão de obra indireta (gestores, supervisores e diretores). Figura 19 - Diagrama da Classificação de Gastos de uma Empresa. Fonte: Página da Revista Eletrônica Gestão e Sociedade16 (Ed. 2, 2007). 16 Disponível em: Repositório da Universidade Metodista de Piracicaba.
  • 33. 32 Com a fácil visualização desses gastos pelo gestor ele consegue analisar financeiramente o desempenho da organização, onde assim ele realiza um registro de todos os gastos, e identifica pontos de expensas desnecessários e os que são importantes na qualidade do funcionamento da empresa. Ao identificar e separar esses pontos, o responsável consegue eliminar pontos negativos, assim trazendo de ganhos para a própria empresa, como: a) Queda nos gastos: Permite compras de insumo de acordo com a demanda da empresa. b) Mais qualidade para produtos e serviços: Sabendo os produtos de melhor excelência no mercado, a empresa força seus esforços na produção e distribuição deles. c) Aumento da lucratividade: Quando se elimina gastos desnecessários com a produção de um produto e não se altera o valor de mercado a empresa acaba lucrando, pois, ela conseguiu diminuir gastos sem alterar a qualidade e o valor do produto no mercado. d) Diminuição dos riscos do negócio: Com uma visão detalhada dos custos de uma empresa, os gestores acabam por conhecer melhor sua operação e investimentos, reduzindo assim os riscos de se envolver em grandes dívidas ou declarar falência. Para começar a falar sobre os métodos existentes que auxiliam na prática da gestão dos custos logísticos é necessário entender para o que cada um desses recursos será utilizado. São no total cinco métodos, onde a aplicação ABC (Activity Based Cost) que auxilia a avaliar os custos de cada atividade dentro de uma operação, e as outras (4) são para facilitar o controle sobre a gestão desses custos e a tomada de decisões com relação a operação – DPP (Direct Product Profitability), CPA (Customer Profitability Analysis), ECR (Efficient Consumer Response), TCO (Total Cost of Ownership). Essas ferramentas em si cada uma tem aplicação diferente, o que as diferenciam são o foco em funções que se quer analisar dentro de uma operação. Vamos agora entender melhor o que de fato significa cada uma dessas aplicações. a) Aplicação ABC, ou atividade baseada nos custos: é a aplicação que fornece uma análise mais completa dos custos envolvidos na operação. Esse método oferece uma visualização mais detalhada dos custos, onde o gestor consegue ver as atividades separadas e os custos envolvidos de cada uma. Como na figura abaixo, pode-se dizer que a aplicação é baseada em listar todos os gastos e despesas envolvidas para realizar uma operação e assim classificá-la de a partir de um recurso direcionador, onde será possível direcionar cada custo com suas respectivas atividades. Sendo assim, facilita a visualização de onde cada recurso está sendo gasto e por que está sendo gasto, possibilitando uma tomada de decisão mais eficaz.
  • 34. 33 Figura 20 - Como é feito o Custeio ABC. Fonte: Página da Gran Cursos Online17 , 2019. b) Método DPP, ou lucratividade direta do produto: é um método que leva em conta os custos do produto ao longo do canal de distribuição, ou seja, é necessário conhecer e avaliar as expensas envolvidas nesse caminho para aferir se o produto tem impacto positivo ou negativo na cadeia de suprimentos. c) Método CPA, ou análise de contribuição do cliente: essa é uma ferramenta que identifica os custos e despesas relativas a cada cliente, e o impacto que eles têm na empresa. Da mesma forma que a aplicação ABC aloca os custos dos produtos e averigua o impacto deles na cadeia produtiva, o método CPA faz a mesma, porém com cada cliente que a empresa possui. Neste método, uma pergunta é capaz de definir o conceito “Quais os custos e despesas não existiram se não houvesse o contato com esse cliente?”, ou seja, vale a pena ter negócio com cliente? d) Método TCO, ou custo total da propriedade: é uma ferramenta que fornece informações relacionadas ao fornecedor (desempenho fornecedor – comprador), onde é o comprador que avalia os custos da sua aquisição, ou seja, ele identifica fornecedores de baixo custo, levando em conta expensas relacionadas a manuseio, preço da compra, entrega e descarga. e) Método ECR, ou resposta eficiente do consumidor: é o elo entre integrantes da cadeia de suprimentos, a fim de melhorar a resposta ao cliente e reduzir custos e ineficiências durante o processo. Segundo Wanke (2004, p.45), o ECR deve coordenar a troca de informações entre indústria e varejo, possibilitando um fluxo de produtos e estoques 17 Disponível em: https://blog.grancursosonline.com.br/a-importancia-conhecimento-sistemas-custeio- trabalho-auditor-fiscal-receita-federal/
  • 35. 34 sincronizado com as informações de demanda oriundas em tempo real diretamente dos pontos de venda, permitindo uma melhoria do desempenho na cadeia de suprimentos. Apesar de existirem diversos métodos de executar uma boa prática da gestão desses custos relacionados a operação de uma cadeia de suprimentos, a aplicação apresentada neste trabalho será o Activity Based Cost (ABC) que será mais bem detalhada e explicado os ganhos dela para a cadeia estudada. Como conceituado acima a aplicação ABC é uma ferramenta que auxilia na averiguação de todas as atividades de uma empresa, que se dispõe de indicadores para avaliar os custos indiretos e despesas mais realista referente ao produto e/ou serviço, ou seja, é um método de custeio que está baseado nos recursos em que a empresa utiliza para a fabricação dos seus produtos e/ou serviços. Segundo Nagawaga (1994, p.40), “o ABC é algo muito simples. Trata- se de uma metodologia desenvolvida que facilita uma análise mais estratégica de custos indiretos referente as atividades que mais impactam o consumo de recursos de uma organização”. O objetivo principal do ABC é dar uma visão mais detalhada dos custos que a empresa tem para produzir o seu serviço e/ou produto, assim oferecendo um controle mais efetivo do mesmo e um suporte maior na tomada de decisão por parte dos gestores. De acordo com Nagawaga (1994, p.40), “o fundamento básico do ABC pode ser definido como um processo que combina pessoas, tecnologias, materiais, métodos e seu ambiente, tendo como objetivo a produção de produtos e serviços, descrevendo a maneira como a empresa utiliza seu tempo e recursos para cumprir sua missão, objetivos e metas”. Pode-se dizer então que o ABC é uma ferramenta importante na qual fornece informações de custos para a análise rigorosa de cada atividade relevante dentro de uma empresa e em toda a sua cadeia produtiva, assim identificando e eliminando atividades que não agregam valor dentro da operação (cadeia de suprimento). Com isso, o método traz benefícios significativos para organização, como também traz desvantagens, abaixo será mostrado vantagens de se implantar o método do custeio ABC. a) Proporciona visibilidade dos fluxos dos processos; b) Possibilita a eliminação e a reduzir atividades que não agregam valor; c) Identifica as expensas de cada atividade em relação aos custos gerais da empresa; d) Utilizado em diversos segmentos de empresas; e) Exige que haja a implantação, permanência e revisão de controles internos;
  • 36. 35 Por outro lado, também apresenta desvantagens: a) Necessita ser revisado constantemente; b) Grande preocupação em delinear informações estratégicas do que em usá-las; c) Dificuldade de integrar as informações entre setores da empresa; d) Necessidade de reorganizar a empresa antes de implantar; Agora que foi conceituado alguns conceitos básicos de custos logísticos, será descrito os custos do processo estudado neste relatório, onde a aplicação ABC é o método adotado para apurar todos os gastos e despesas dentro do armazenamento do produto munição, assim podendo auxiliar a tomada de decisão sobre os custos de alguma atividade de forma mais certeira. A averiguação de custos do processo de armazenamento inicia-se quando a produção (interno) manda 2.304.000 (dois milhões e trezentos e quatro mil) munições em forma de lote palletizado para ser estocado temporariamente e aguardar a vistoria do Exército Brasileiro. Com base nisso é feito a apuração de toda a estrutura necessária para guardar essa mercadoria. Figura 21 - Custos diretos e indiretos da armazenagem. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.283-284).
  • 37. 36 Figura 22 - Despesas administrativas e gastos com documentação do processo. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.283-284). Além de apurar gastos com a estrutura para o produto, a Figura 22 também demostra expensas da documentação que é necessária para a correta implantação de um centro de distribuição voltado para o armazenamento de produtos controlados e aos dispêndios relacionados à segurança e funcionamento desse armazém. Algumas atividades do processo são utilizados em vários subprocessos da armazenagem, para isso é utilizado de critérios de apropriação (Figura 23) para definir o centro de custos associado cada atividade dentro do processo logístico. Figura 23 - Base de Dados do Critério de Apropriação das Atividades. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.285).
  • 38. 37 Na próxima tabela (Figura 24) é explícito mais detalhadamente quais são recursos consumidos em atividades e os seus respectivos custos envolvidos em cada processo da armazenagem, desde a logística de materiais nacionais (o abastecimento do armazém com produtos vindo da fábrica) até a logística de distribuição de exportação (que consiste em preparar a mercadoria e carregar a mesma no caminhão18 ), vale ressaltar que a atribuição dos recursos consumidos à atividade referida, é feita a partir do critério de rateio entre espaço utilizado por cada atividade e identificação direta da atividade (como por exemplo, o salário do funcionário que a identificação do custo é feita a partir da folha de pagamento). As tabelas em seguida (Figuras 25,26,27,28,29 e 30) demonstram os custos do processo de armazenamento em seus respectivos centros de custos, e estes, estão apropriados as respectivas atividades (verbos de funcionamento do armazém) em função dos direcionadores. A logística de armazenagem apresenta os seguintes centros de custos: LMN (logística de material nacional), PPCP (programação, planejamento e controle de produção), MOV (movimentação), LDL (logística de distribuição nacional) e LDE (logística de distribuição - exportação). A primeira Figura 25 está relacionado ao centro de custos do abastecimento do produto acabado no armazém, ou seja, é a atividade queda início onde a fábrica (processo interno – produção) envia o produto em forma de lote para o armazém – Em seguida, a Figura 26 apresenta centro de custos do planejamento de layout de estoque e movimentação interna do produto. A Figura 27 retrata os custos de equipamentos e estrutura para o manuseio interno de cada lote do produto. As duas últimas Figuras 29 e 30, representa o centro de custos da expedição do produto, onde estão estimados os equipamentos e estrutura necessária para a preparação da carga e carregamento do veículo. 18 Assim que o armazenamento carrega o caminhão, o responsável pela distribuição é o processo Outbound.
  • 39. 38 Figura 24 - Recursos Consumidos por centro de custos. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.292).
  • 40. 39 Figura 25 - Custos por atividade -Logística de Armazenagem – LMN. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.304). Figura 26 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem – PPCP. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.307). Figura 27 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - MOV. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.308).
  • 41. 40 Figura 28 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - APA. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.310). Figura 29 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - LDN Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.311). Figura 30 - Custos por Atividades - Logística de Armazenagem - LDE. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.312). Devidamente apropriado os recursos consumidos em cada centro de custos às suas respectivas atividades no processo logístico, agora é o momento de definir quais serão os objetos de análise e seus referidos direcionadores de atividades.
  • 42. 41 Figura 31 - Base de Dados - Direcionadores de Atividades. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.313). Figura 32 - Atribuição dos Custos das Atividades da Logística de Armazenagem aos Objetos. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.314-316). Os custos das atividades da Logística de Armazenagem foram atribuídos aos objetos do produto acabado (no caso, as munições). Os custos foram atribuídos a partir da identificação direta, pois a empresa trabalha com um único tipo de produto. Portando, então, apropriados
  • 43. 42 todos os recursos consumidos às atividades e aos objetos de análise, vamos agora, apresentar a demonstração de resultado gerencial da armazenagem da munição pelo Método do Custeio em Atividades (ABC). Figura 33 - Estoque Final Gerencial - Método ABC. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.321).
  • 44. 43 Figura 34 - Continuação - Estoque Final Gerencial -Método ABC. Fonte: Adaptado de Faria e Costa (2005, p.321). Com a parte de apuração dos custos do processo de armazenagem da munição através do método ABC finalizada pode-se obter valores mais explícitos da operação logística e assim facilita a tomada de decisões sobre o que fazer com recursos que podem gerar falhas em atividades por estarem sendo utilizados em mais de um lugar. Será apresentado em arquivo PDF fora deste relatório, dentre dos os custos aqui descritos os mais importantes de cada atividades do processo no fluxo de armazenagem da munição.
  • 45. 44 4. Aspectos Legais Para entender a importância dos contratos e documentos dentro do processo estudado será apresentado em arquivo PDF fora deste relatório o fluxo modelado com os respectivos contratos colocados nas atividades que podem vir a dar algum problema para a empresa e o momento em que os documentos são emitidos. Como já apresentado neste trabalho, o tema abordado é a armazenagem de munições, um produto controlado pelo Exército Brasileiro. Para iniciar este próximo tema é necessário abordar alguns critérios definidos pela legislação de produtos controlados. São instrumentos legais que uma fábrica deve seguir para que os procedimentos no tocante ao armazenamento, fabricação, comercialização, importação e exportação não acarretem sanções administrativas ou até criminais. Também serão descritos neste trabalho os contratos firmados para que os procedimentos de armazenagem de munições ocorram conforme as determinações do Exército Brasileiro. Inicialmente abordaremos as normas e procedimentos que regem o armazenamento de produtos controlados, é necessário abordar dois critérios indispensáveis para uma fábrica de munições e afins. Toda pessoa seja física e/ou jurídica que exerce atividade de fabricação, comercialização, armazenamento, importação ou exportação tem a obrigação de se registrar perante os órgãos competentes e obter o documento para a aquisição de produtos controlados (anexo a). Para isso, existem duas certificações que pode solicitar para regularizar essa certificação: a) Título de Registro, ou TR: para a fabricação, comercialização e afins, e tem 03 anos de validade (Anexo B); b) Certificado de Registro, ou CR: para importação e exportação dos produtos, com validade de 03 anos (Anexo C). A partir da obtenção de ambos as certificações cabe aos órgãos competentes fixar as normas, controlar e fiscalizar se as atividades estão sendo desenvolvidas conforme descrito no DECRETO N° 55.649. Há uma hierarquia no sistema de fiscalização, que o poder mais alto – Ministério da Defesa, é o que dita as normas e procedimentos que devem ser seguidos e os demais órgãos de fiscalização direto no âmbito federal, estadual e municipal ficam encarregados de fiscalizar, controlar e vistoriar as atividades.
  • 46. 45 Art. 6º No intuito de que sejam produzidos no País, armas, munições, pólvora, todos para usos civis, do melhor padrão de qualidade, visando, a entrada de tais produtos na pauta de exportação, o Ministério da Defesa, preferencialmente através de grupos de trabalho ou comissões organizadas com componentes de associações civis adequadas, providenciará a elaboração de Normas e Padrões Técnicos que sirvam de elementos de controle na aferição de sua qualidade. (FEDERAL, 1965). Figura 35 - Órgãos de fiscalização direta. Fonte: Guia de fiscalização de produtos controlados, DFPC - p.09, 2018. Pelo fato de ser um setor que exige um alto grau de rigor na fiscalização e que possui uma gama de atividades e responsabilidades, fez necessário criar um órgão centralizador e com isso fundiu-se os órgãos Departamento de Material Bélico e o SFIDT19 que realizava separadamente as funções de autorizar e fiscalizar o comércio, fabricação e afins de produtos controlados. Com a junção desses órgãos criou-se o DFPC (Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados) que autoriza e fiscaliza a produção, comércio e outras atividades atribuídas a produtos controlados. Essa diretoria contém seções internas administrativas juntamente com o COLOG (Comando Logístico) tem o dever de coordenar as atividades de fiscalização em âmbito federal. Já no âmbito estadual e municipal existem as chamadas regiões militares (RM) que são departamentos, como por exemplo: polícia militar, postos de fiscalização, fábricas que possuem fiscais militares, cabe a eles coordenar e fiscalizar a rede regional, ou seja, fábricas que trabalham com produtos controlados e necessitam de vistoria, a RM mais próxima que realizará. “As atividades de fiscalização de competência do Exército serão supervisionadas pelo Comando Logístico (COLOG), por intermédio da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC), e autorizadas e fiscalizadas pelas Regiões Militares (RM).” (DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONTROLADOS20 , 2018). 19 Seção de Fiscalização, Importação, Depósito e Tráfego de Produtos Controlados. 20 Disponível em: http://www.dfpc.eb.mil.br
  • 47. 46 Figura 36 - Regiões Militares Existentes. Fonte: Página da Diretoria de Fiscalização de Produtos Controlados21 , 2018. O sistema utilizado que integra o DFPC para a auxiliar a regulamentação, autorização e a fiscalização de atividades relacionadas a produtos controlados é SisFPC – de acordo com página (DFPC, s.d.) tem por finalidade a emissão de autorização para a fabricação, importação, exportação, comércio, tráfego, desembaraço alfandegário e utilização de produtos controlados pelo Exército, incluindo a autorização para aquisição de armas de fogo por atiradores, caçadores e colecionadores e de armas de fogo de uso restrito por cidadãos de determinadas categorias profissionais autorizadas a portar armas de fogo, além de autorização para blindagem de veículos automotores. “Sistema de Fiscalização Produtos Controlados pelo Exército (SisFPC) compete regulamentar, fiscalizar e autorizar as atividades de pessoas físicas e jurídicas referentes ao trabalho com Produtos Controlados pelo Exército, com as finalidades de obtenção de conhecimento sobre a capacidade industrial mobilizável do País e de garantia da segurança e tranquilidade públicas no que se refere ao trato com tais produtos”. (DIRETORIA DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONTROLADOS22 , 2018). 21 Disponível em: http://www.dfpc.eb.mil.br/mapa/ 22 Disponível em: http://www.dfpc.eb.mil.br
  • 48. 47 Além de registrar a fábrica de produtos controlados perante o Ministério da Defesa e o DFPC, é necessário seguir o regulamento R-105 (que trata sobre regras e condições para a implantação de uma fábrica PCE23 ). De acordo com (FEDERAL, 1965), art. 58. “as fábricas de produtos controlados pelo Ministério da Defesa só poderão funcionar, se, além das exigências estipuladas pelas leis estaduais e municipais, satisfizerem às condições gerais e técnicas estabelecidas no presente Regulamento (R-105)”. Para a instalação de um armazém (fábrica PCE) seguindo os padrões (normas) estabelecidos pelo regulamento, o mesmo deve ser instalado em um local afastado do perímetro urbano (cidades, vila, povoado), em uma área determinada para esse tipo de armazém – lugar afastado de tudo (nada ao redor), porém com fácil acesso aos meios de transporte comum. De acordo com o capítulo 8, art. 59 § 1º (FEDERAL, 1965), conceitua área perigosa como: “é a área do terreno julgada necessária para o funcionamento de uma fábrica ou localização de um paiol ou depósito, dentro das exigências do regulamento, de modo que, na eventual deflagração ou detonação de um explosivo, somente pessoas ou materiais que se encontrem dentro da mesma tenham maior probabilidade de serem atingidos”. Além de afastados da população (caso ocorra uma explosão somente pessoas que estão ali tem a possibilidade de serem atingidas), cada processo (atividade) da fábrica devem estar localizados em prédios distintos, (exemplo: fabricação – prédio A, armazenagem – prédio B e administração e portaria – prédio C), segundo o art.65 §3° (FEDERAL, 1965), “os depósitos destinados aos produtos acabados e os de matérias-primas, assim como os edifícios que sirvam de habitação, formam grupos distintos”. Essa distinção além de facilitar a fiscalização, se caso venha ocorrer uma detonação e/ou explosão tem a probabilidade de não atingir os demais. Também deve ser um terreno isolado com muros com altura de no mínimo dois (02) metros feito de concreto armado e com cercas elétricas, na entrada da empresa deve ter no máximo dois (02) portões - um para pedestres e outro para veículos , o que também facilita a fiscalização e vigilância por parte das autoridades. Todos esses procedimentos são fiscalizados (vistoriados) periodicamente pelo Exército onde todos os requisitos são submetidos a avaliação de conformidade, se ele não estiver de acordo com a norma, acarretará multa ou até suspensão de certificado e/ou de registro da fábrica. Nessa avaliação são observados requisitos, como, qualidade, segurança, durabilidade e 23 Produtos Controlados pelo Exército.
  • 49. 48 desempenho da operação, podendo ser adicionados requisitos como a padronização de equipamentos, de tecnologias e dos procedimentos - se essa avaliação for positiva a empresa recebe o certificado de conformidade (Anexo d) emitido pela OAC (Organização de Avaliação de Conformidade) com validade definida pelo Exército. Além da avaliação de conformidade, a fábrica tem que ter constado (apostilado) no certificado de registro processos que afirmem que a pessoa tem capacidade (aptidão) de abrir uma empresa de produtos controlados – inscrição de pessoa jurídica (Anexo E) e também o plano de segurança PCE (será solicitado na vistoria feita pelo Exército) – (Anexo F). Não só as normas e procedimentos para a implantação e fiscalização de um depósito de produtos controlados, são necessários também funcionários que auxiliam na parte administrativa e operacional da empresa, e com isso é fundamental a realização de contratos de prestação de serviço de armazenamento de munições e as burocracias que sucedem a contratação de um funcionário (exame admissional, assinar carteira de trabalho e afins), como também é necessário o contratro de seguro de vida dos operadores do armazém (Anexo I), por se tratar de um produto que coloca a vida deles em riscos. Alguns dos documentos que são exigidos no transporte do material PCE são admitidos no momento em que a mercadoria está sendo preprarada para ser carregada, são eles: guia de trafégo (Anexo G), contrato com despachante aduaneiro (agente que ficará no aeroporto no aguardo da carga para realizar liberaçao dela – Anexo H), nota fiscal, autorização Exército/RF e conhecimento de transporte (documento que demonstra o que está sendo transportado).
  • 50. 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS A elaboração deste relatório proporcionou uma visão sobre uma cadeia que vem crescendo cada vez mais no país, e que não é muito explorado no mundo acadêmico e se encontra distante da sociedade, dado as restrições do tema pode gerar um desafio grande para o desenvolvimento do trabalho. Pelo fato dos enormes desafios que tema oferece, despertou a vontade de se aprofundar no assunto e trazer ele para a realidade universitária. Com isso, o conteúdo deste relatório tem o objetivo de analisar a cadeia química voltada para o processo de armazenagem de produtos controlados pelo Exército Brasileiro: munições. Dentro do contexto trabalhado, foi elaborado a parte teórica da pesquisa para se compreender melhor como constatar as informações obtidas sobre as atividades do processo, através da notação BPMN (Notação e Gerenciamento de processos de negócios). O relatório partiu da ideia de modelar o processo estudado afim de entender o funcionamento de cada atividade dentro da operação, para assim reforçar o entendimento do assunto. Ao se aprofundar no estudo com a ajuda de especialistas da área, através de entrevista via mensagens com o operador de operações logísticas Diego Roberto Laffot da Companhia Brasileira de Cartuchos e uma visita técnica na Guarda Civil de Indaiatuba ministrada pelo Subinspetor Edson Cossa juntamente com o encarregado de equipe da Guarda Civil de Itu, foi possível elaborar as etapas do todo o processo trabalhado. O presente trabalho conta também com um estudo da gestão de custos da operação e a parte jurídica de funcionamento da empresa, através de ambos foi possível apurar uma base dos custos independentes de cada atividade realizada e a legislação que rege a Indústria da Defesa para o funcionamento de armazém de munições e também a relação contratual com certas atividades do fluxo que necessitam de atenção especial. A partir da questão problematizadora deste trabalho, foram elaborados três fluxos de processos (geral, aspectos legais e custos) com o objetivo de trazer uma visão mais detalhada de cada fluxo e uma maior compreensão de ambos. O relatório partiu da hipótese que mediante a utilização da notação BPMN pode ser modelado o processo de armazenagem de produtos controlados pelo Exército Brasileiro, com ênfase em munições. Portanto, a partir da notação foi possível constatar que ela contribui para a melhor compreensão e conhecimento sobre a cadeia logística e o produto trabalhado, contribuindo com a identificação de potenciais problemas dentro do fluxo do processo. O gerenciamento de processos permite conhecer o funcionamento da organização além de trazer produtividade e eficiência para o processo.
  • 51. 50 Dessa forma o presente relatório dá a devida importância em determinar de uma forma mais ampla o conhecimento sobre o tipo de produto trabalhado (Produtos Controlados pelo Exército Brasileiro – Munições) através das ferramentas aplicadas a este trabalho, em que foi feita a partir das fases da gestão de processos: mapeamento, modelagem e análise. Com isso é possível analisar as implicações do fluxo modelado garantindo sua qualidade e eficiência. Além da análise sobre o fluxo, foi estudado os custos operacionais em que pôde-se observar atividades que não agregam valor dentro da operação e reorganiza-la de maneira a otimizar esses custos, outro aspecto trabalhado foi o jurídico na qual garantiram uma visão sobre a legislação vigente para o funcionamento da empresa e os contratos que são necessários em atividades deste tipo de produto. Assim sendo, pode-se dizer que o objetivo proposto foi concluído com êxito. A partir deste relatório em conjunto com o projeto integrador do quinto semestre foi proposto com base na análise do fluxo modelado dois potenciais problemas do processo de armazenagem da munição, o que deixa para estudos futuros a continuação dele agora propondo possíveis soluções para os problemas encontrados.
  • 52. 51 REFERÊNCIAS ALENCAR, Bruna Pereira de; SOUZA, Daniel Coelho Mendes de. Manual de Gestão por Processos. Brasília: Ministério Público Federal, 2013. BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: Artmed S.a., 2003. BB SEGUROS. CONDIÇÕES GERAIS DO APÓLICE DE SEGURO DE VIDA NO GRUPO. Disponível em: https://www.bb.com.br/docs/pub/emp/mpe/dwn/SVGV.pdf. Acesso em: 2 jun. 2020. BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009. BRANDÃO, Rodrigo Rolim. Melhorias no processo de armazenagem em um almoxarifado de embalagens: estudo de caso numa indústria alimentícia. Estudo de caso numa indústria alimentícia. 2015. 57 f. TCC (Graduação) - Curso de Administração de Materiais, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2015. BRASIL. Assembleia Legislativa. Constituição (1965). Decreto nº 55649, de 28 de janeiro de 1965. Regulamento Para O "serviço de Fiscalização da Importação, Deposito e Tráfego de Produtos Controlados Pelo Ministério da Defesa. BRASIL. Assembleia Legislativa. Constituição (2019). Decreto nº 10030, de 30 de setembro de 2019. Regulamento de Produtos Controlados. BRASIL, Association Of Business Process Management Professionals. BPM CBOK: guia para o gerenciamento de processos de negócio corpo comum de conhecimento abpmp bpm cbok v3.0. Guia para o Gerenciamento de Processos de Negócio Corpo Comum de Conhecimento ABPMP BPM CBOK V3.0. São Paulo: ABPMP, 2013. BRASIL. Constituição (1965). Portaria nº 136, de 08 de novembro de 2019. Dispõe Sobre Aquisição de Armas de Fogo, Munições e Demais Produtos Controlados de Competência do Comando do Exército. COSTA, Marcelo Carvalho. Gestão de Processo e Serviços. Indaiatuba: Fatec Indaiatuba, 2020. Color.
  • 53. 52 CRUZ, Fabio Rodrigues. INTRODUÇÃO A MODELAGEM DE PROCESSOS UTILIZANDO BPMN. 2008. 7 f. Tese (Doutorado) - Curso de Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. DIAS, Meire Helen Batista; OLIVEIRA, Cristina Corrêa de; ABE, Jair Minoro. A Integração Entre a Bpmn e a Uml. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 9., 2012, São Paulo. Gestão, inovação e tecnologia para a sustentabilidade. São Paulo: Seget, 2012. p. 1 – 14. FARIA, Ana Cristina de; COSTA, Maria de Fátima Gameiro da. Gestão dos Custos Logísticos. São Paulo: Atlas, 2005. 448 p. GOIAS, Universidade de. Manual de modelagem de processos. Disponível em: http://www.sgc.goias.gov.br/upload/arquivos/2017-04/manual-de-modelagem-de-processos- usando-bizagi.pdf. Acesso em: 03 mar. 2020. GROUP), Omg (object Management. BUSINESS PROCESS MODEL & NOTATION™: (bpmn). (BPMN™). Disponível em: https://www.omg.org/bpmn/index.htm. Acesso em: 20 mar. 2020. GUIA DE FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS CONTROLADOS. São Paulo: Sfpc, 2019. JESUS, Maria Cleidiane Costa de; S. NASCIMENTO, Kathia Cilene. Gestão de armazenagem e movimentação de materiais na indústria: um estudo de caso realizado na empresa maratá sucos de nordeste ltda. Um estudo de caso realizado na empresa maratá sucos de nordeste ltda. 2016. 12 f. TCC (Graduação) - Curso de Ciências Humanas e Sociais, Universidade de Aracaju, Aracaju, 2016. KALIL, Fernando Albuquerque. ANÁLISE E MODELAGEM DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS PARA A DEFINIÇÃO DE REQUISITOS DE UM SISTEMA DE INFORMAÇÃO. 2010. 93 f. Monografia (Especialização) - Curso de Engenharia de Produção, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010. LUCCAS, Mariana Gonçalves; SILVA, Janete de Fátima Peracini Feliciano da; RAMAZOTTI, Keila Maria. Armazenamento de Materiais. 2019. 15 f. - Curso de Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. MASENSSINE, Sérgio Roberto; CORRÊA, Elaine Maria; MONTEIRO, Adival de Souza; BARBOSA, Marcus Vinicius. Gestão de Processos de Estoque e Armazenagem visando
  • 54. 53 redução de custos. In: SIMPÓSIO DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO E TECNOLOGIA, 15., 2018, São Paulo. Indústria 4.0. São Paulo: Seget, 2018. p. 2 - 17. MOURA, Reinaldo A. Sistema e Técnicas de Movimentação e Armazenagem de Materiais. 5. ed. São Paulo: Rev, 2005. PEREIRA, Maurício Fernandes. MODELO DE PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO: O USO DA NOTAÇÃO BPMN EM CURSO A DISTÂNCIA. 2011. 23 f. Monografia (Especialização) - Curso de Administração, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. SILVA, Silvana Ferreira Pinheiro e. Materiais e Logística. 2010. 117 f. Monografia (Especialização) - Curso de Tecnologia em Gestão Pública, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, Florianopólis, 2010. TOLFO, Cristiano; MEDEIROS, Thiarles Soares; MOMBACH, Jaline Goncalves. Modelagem De Processos Com Bpmn Em Pequenas Empresas: Um Estudo De Caso. In: ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO, 33., 2013, Salvador. A Gestão dos Processos de Produção e as Parcerias Globais para o Desenvolvimento Sustentável dos Sistemas Produtivos. Salvador: Enegeb, 2013. p. 1 - 16.
  • 55. 54 ANEXOS ANEXO A – Aquisição de Produtos Controlados
  • 56. 55 Anexo B – Título de Registro
  • 57. 56 ANEXO C – Certificado de registro
  • 58. 57 ANEXO D – Certificado de Conformidade
  • 59. 58 ANEXO E – Inscrição de Pessoa Jurídica
  • 60. 59 ANEXO F – Plano de Segurança PCE
  • 61. 60 ANEXO G – Guia de Tráfego
  • 62. 61 ANEXO H – Contrato de Despachante – 1/15
  • 72. 71 ANEXO H – 11/14
  • 73. 72 ANEXO H – 12/14
  • 74. 73 ANEXO H – 13/14
  • 75. 74 ANEXO H – 14/14
  • 85. 84 ANEXO I – 10/12
  • 86. 85 ANEXO I – 11/12
  • 87. 86 ANEXO I – 12/12