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f
Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
(Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 de 06 de Julho de 2001)
Faculdade de Ciências da Saúde
MONOGRAFIA
ESTUDO SOBRE OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA EM
PACIENTES COM HEMIPARÉSIA ATENDIDOS NO HOSPITAL
AMÉRICO BOAVIDA DURANTE O Iº SEMESTRE DO ANO 2019
Autor: Edilson Mateus Domingos Tucala
Licenciatura: Fisioterapia
Orientador: Dr. Márcia Edna G. Pedro
Viana, Novembro/2019
2
Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
(Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 de 06 de Julho de 2001)
Faculdade de Ciências da Saúde
MONOGRAFIA
ESTUDO SOBRE OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA EM
PACIENTES COM HEMIPARÉSIA ATENDIDOS NO HOSPITAL
AMÉRICO BOAVIDA DURANTE O Iº SEMESTRE DO ANO 2019
Edilson Mateus Domingos Tucala
Fisioterapia
I
EPÍGRAFE
“Não é bom punir, o justo nem ferir aos nobres por
causa da sua rectidão”
«Provérbios 17-26»
II
DEDICATÓRIA
Aos meus queridos e amados pais.
III
AGRADECIMENTOS
Ao Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, doador da vida;
Aos meus caros colegas;
À minha caríssima orientadora, Dra. Márcia Edna Pedro, a paciência e o apoio prestado;
A todos, os meus profundos agradecimentos.
IV
Declaração de autor
Declaro que este trabalho foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da
Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular das Normas Orientadoras de
Preparação e Elaboração da Monografia, emanadas pelo Departamento de Altos Estudos e
Formação Avançada (DAEFA). O trabalho é original excepto onde indicado por referência
especial no texto. Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam de modo
nenhum as visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para
avaliação noutras instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras. Mais informo que a
norma para a elaboração do trabalho foi a Norma APA (6ª Edição)
Assinatura:___________________________________________. Data:___/____/____.
V
SIGLÁRIO
Apud – Citado por;
AVE – Acidente Vascular Encefálico;
AVC – Acidente Vascular Cerebral;
OMS – Orgnização Mundial da Saúde;
P – Página;
Pp – Páginas;
VI
RESUMO
No trabalho que nos propomos apresentar cujo tema é: “efeitos da hidroterapia em pacientes
hemiparéticos atendidos no hospital américo Boavida durante o Iº semestre do ano 2019”, visa,
sobretudo, fazer uma abordagem sobre os efeitos do tratamento aquático em pacientes com
hemiparésia. Mediante o uso do método dedutivo e analítico, feito com base num estudo do tipo
qualitativo e retrospectivo, de natureza quantitativa, o trabalho busca essencialmente responder os
seguintes objectivos específicos: caracterizar os pacientes com hemiparésia, descrever a
importância da hidroterapia em pacientes com hemiparésia, mencionar as principais contra
indicações e precauções na aplicação da hidroterapia em pacientes hemiparéticos. Em termos de
resultados, o trabalho ora apresentado espera colher resultados positivos relativos aos pacientes
com hemiparésia atendidos no hospital no Hospital Américo Boavida, no ano de 2019 , no 1º
trimestre. Em primeiro lugar, importa dizer, que quando as pessoas são afectadas por
hemiparésia, devem merecer, não apenas tratamento médico geral, ou mesmo de género
psicológico, mas sim e acima de tudo um tratamento fisioterapêutico; um desses tratamento é o
que é feito por meio de água, a chamada hidroterapia. Por via de regra, em função das
dificuldades vindas dos tratamentos da hemiparésia é importante a proposta de um programa de
fisioterapia aquática com ênfase na marcha destes indivíduos. Assim, o ambiente aquático é
eficaz para estimular o funcionamento normal do hemiparético; o tratamento em ambiente
aquátivo, quanto adequadamente usado, é fornece um ambiente estável para a participação activa
do paciente na melhora da sua habilidade funcional.
Palavras-chave: Hidroterapia, hemiparésia, tratamento, efeitos.
VII
ABSTRACT
In the paper that we propose to present whose theme is: “effects of hydrotherapy in
hemiparetic patients treated at the Americo Boavida Hospital during the 1st semester of
2019”, it aims, above all, to approach the effects of aquatic treatment in patients with
hemiparesis. Through the use of the deductive and analytical method, based on a
qualitative and retrospective study, of quantitative nature, the work essentially seeks to
answer the following specific objectives: characterize patients with hemiparesis, describe
the importance of hydrotherapy in patients with hemiparesis, mention the main
contraindications and precautions in the application of hydrotherapy in hemiparetic
patients. In terms of results, the paper presented here hopes to reap positive results for
patients with hemiparesis seen at the hospital at the Americo Boavida Hospital, in 2019,
in the first quarter. In the first place, it must be said that when people are affected by
hemiparesis, they should deserve not only general or even psychological medical
treatment, but above all physical therapy; One such treatment is water treatment, called
hydrotherapy. As a rule, due to the difficulties arising from hemiparesis treatments, it is
important to propose an aquatic physiotherapy program with an emphasis on the gait of
these individuals. Thus, the aquatic environment is effective in stimulating the normal
functioning of the hemiparetic; Aquatic treatment, when properly used, provides a stable
environment for the patient's active participation in improving his or her functional
ability.
Key-Words: Hydrotherapy, hemiparesis, treatment, effects.
VIII
ÍNDICE
EPÍGRAFE.......................................................................................................................I
DEDICATÓRIA............................................................................................................. II
AGRADECIMENTOS .................................................................................................. III
Declaração de autor .......................................................................................................IV
SIGLÁRIO ..................................................................................................................... V
RESUMO ......................................................................................................................VI
INTRODUÇÃO...............................................................................................................1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA..............................................................................2
OBJECTIVOS DO ESTUDO ..........................................................................................2
Objectivo Geral ...............................................................................................................2
Objectivos Específicos.....................................................................................................2
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO........................................................................................3
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................................3
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS.......................................................................................3
1.1. Envelhecimento .....................................................................................................4
1.2. Acidente Vascular Encefálico ................................................................................5
1.3. Fisiopatologia do acidente vascular encefálico.......................................................6
1.3.1. Factores de riscos ...............................................................................................7
1.4. Hemiparésia e Hemiplegia .....................................................................................8
1.5. Hidroterapia...........................................................................................................9
1.5.1. Hidroterapia e condicionamento cardiovascular................................................ 11
1.5.2. Programa de hidroterapia.................................................................................. 14
IX
1.5.3. Protocolo de tratamento com fisioterapia aquática ............................................ 15
1.5.4. Efeitos fisiológicos e terapêuticos da água........................................................ 16
1.5.5. Efeitos psicológicos da água aquecida .............................................................. 19
1.5.6. Técnicas utilizadas na hidroterapia ................................................................... 19
1.5.7. A hidrocinesioterapia........................................................................................ 21
1.5.8. Indicações da Hidroterapia................................................................................ 22
1.5.9. Contra-indicações da Hidroterapia.................................................................... 23
CAPITULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO...................................... 24
2.1. Método de investigação........................................................................................... 24
2.2. Objecto de estudo.................................................................................................... 24
2.3. População e Amostra .............................................................................................. 24
2.4. Hipóteses ................................................................................................................ 25
2.5. Variáveis................................................................................................................. 25
2.6. Instrumento de investigação.................................................................................... 25
2.7. Processamento e tratamento da informação............................................................. 26
CAPITULO III: ANÁLISE, DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
...................................................................................................................................... 27
3.1. Dados sociodemográficos ....................................................................................... 27
Conclusão...................................................................................................................... 34
Recomendações ............................................................................................................. 35
Referências Bibliográficas ............................................................................................. 36
Anexos .......................................................................................................................... 39
X
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro
semestre de 2019 no HAB, segundo a frequência........................................................... 27
Gráfico 2: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro
semestre de 2019 no HAB, segundo o sexo.................................................................... 28
Gráfico 3: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro
semestre de 2019 no HAB, segundo as manifestações clínicas....................................... 28
Tabela 2: Distribuição dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de
2019 no HAB, segundo a temperatura ideal para o tratamento de paciente hemiparético na
hidroterapia.................................................................................................................... 29
Gráfico 4: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro
semestre de 2019 no HAB, segundo as principais ténicas de hidroterapia ...................... 30
Gráfico 5: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro
semestre de 2019 no HAB, segundo os efeitos da hidroterapia....................................... 31
Gráfico 6: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro
semestre de 2019 no HAB, segundo a faixa etária, entre os idosos................................. 31
1
INTRODUÇÃO
Neste trabalho abordamos um tema de capital importância para os estudos da Fisioterapia,
concretamente “os efeitos da hidroterapia em pacientes com hemiparésia atendidos no Hospital
Américo Boavida”, onde realizamos um estudo no Hopital já referido dos pacientes acometicos
pela hemiparésia.
Durante a nossa vida enfrentamos situações que muitas vezes podem causar complicações
de saúde, umas delas são as situações de AVE e AVC; assim, sofrer um AVC é, quase sempre,
uma experiência traumática e devastadora.
Quando o AVC actua, as pessoas estão algures a trabalhar, a gozar férias, a acordar, a
conviver; não importa a nossa condição social, a nossa etnia, o nosso sexo ou preferência sexual,
a nossa idade, sofrer um acidente vascular celebrar reperesenta uma reviravolta na nossa vida e
na e daqueles que nos são próximos.
Importa afirmar que a Hemiparésia pode ser tratada usando várias técnicas e meios, uma
delas é a hidroterapia; os pacientes com hemiparésia merecem uma intervenção especial, não
apenas por parte dos médicos gerais e especialistas, mas sobretudo dos fisioterapêutas. O papel
do fisioterapêuta no tratamento de pacientes com hemiparésia pode resumir-se na aplicação de
técnica de aquática, é o que se chama hidroterapia.
Por outro lado, o trabalho está dividido em três capítulos essenciais, o primeiro, o da
fundamentação técnico-científica, o segundo que trata das opções metodológicas do estudo e o
terceiro que trata da análise, apresentação e discussão dos resultados. No primeiro capítulo
apresentamos os argumentos teóricos do trabalho, trazendo o desenvolvimento dos assuntos que
foram objectos de pesquisa; ainda no decorrer do mesmo, conceituamos a AVC, o AVE, assim
como a hemiparésia e a hemiplegia; no segundo capítulo abordamos a parte metodológica da
pesquisa, ou seja, as vias e meios usados para que o trabalho fosse redigido e interpretado de
acordo às normas.
2
Por seu turno, no terceiro capítulo (análise, apresentação e discussão dos resultados)
abordamos os aspectos práticos do estudo, destacando o atendimento, no Hospital Américo Boa-
Vida, de pacientes afectados pela hemiparésia e o seu tratamento por via da Hidroterapia.
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
Uma vez que ninguém está impune a passar por situações menos boas em termos de
saúde, importa afirmar que não podemos ignorar o facto de que qualquer um de nós poderá ser
sujeito situação de hemiparésia ou hemiplegia em consequência de uma acidente vascular
(cerebral ou encefálico); ainda assim, na pesquisa do presente trabalho, encontramos um conjunto
de dificuldades na recolha de elementos práticos, primeiro, pela pouca abertura científica que os
hospitais proporcionam aos pesquisadores e, segundo, pelos meios que dispomos para a
elaboração das entrevistas aos detentores dos conteúdos práticos.
Assim, é necessário que a hemiparésia seja tratada e devidamente acompanhada e,
partindo da ideia de que a necessidade do seu tratamento interessa a todos, coloca-se a seguinte
pergunta de partida: quais são os efeitos da hidroterapia na recuperação de pacientes com
hemiparésia?
OBJECTIVOS DO ESTUDO
Objectivo Geral
Estudar os efeitos da Hidroterapia em pacientes com hemiparésia atendidos no Hospital
Américo Boavida.
Objectivos Específicos
(1) Caracterizar pacientes com hemiparésia;
(2) Descrever a importância da Hidroterapia em pacientes com hemiparésia;
3
(3) Mencionar as Principais indicações na aplicação da Hidroterapia em pacientes com
hemiparésia.
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
O trabalho que ora se apresenta é de extrema importância, já que quer em termos práticos,
como em termos teóricos, o trabalho mostra-nos como a hidroterapia funciona em pacientes com
hemiparésia; ou seja, o trabalho faz uma abordagem mais ou menos aprofundada sobre as formas
de tratamento de pacientes com hemiparésia por meio da Hidroterapia.
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
O estudo do trabalho que é apresentado está delimitado no sentido material, territorial e o
temporal. No aspecto material, o estudo está delimitado nos efeitos da Hidroterapia em pacientes
com hemiparésia, como uma das técnicas de tratamento fisioterapêutico; já no sentido territorial,
o estudo está delimitado no Hospital Américo Boavida, localizado no Distrito Urbano do Rangel,
Município de Luanda, Província de Luanda, República de Angola; no que toca ao tempo, o
trabalho cinge-se apenas nos pacientes dos 60 aos 80 anos atendidos, naquele lugar no Primeiro
Semestre do ano 2019.
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
a) Hidroterapia: “um recurso fisioterapêutico que busca a reabilitação humana através dos
princípios da aplicação de exercícios físicos aliado às propriedades físicas da água” Orsini
(2010) apud Santos (2016, p. 7).
b) Hemiparésia: “enfraquecimento muscular que se regista numa das metades do corpo e
constitui uma forma atenuada de hemiplegia” (Texto Editores, 2010, p. 812).
c) Hospital: “estabelecimento onde se internam e tratam doentes” (Texto Editores, 2010, p.
837).
4
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TECNICO-CIENTIFICA.
1.1. Envelhecimento
Uma vez que os acidentes vasculares acontecem, na maior parte das vezes, em pessoas de
idade avançada, importa, antes de mais, fazer menção do envelhecimento; assim, entende-se por
envelhecimento o processo progressivo e dinâmico em que há alterações funcionais,
morfológicas e bioquímicas que agem como limitadores do organismo o que torna os indivíduos
susceptíveis a acções extrínsecas e intrínsecas que terminam por leva-los a morte.
Dito de outro modo, trata-se de mudanças profundas nas células, tecidos e órgãos do
nosso organismo; esta população também pode ser designada de “terceira idade” e, segundo a
OMS, o idoso é caracterizado cronologicamente como indivíduos com mais de 60 anos de idade.
Segundo Avelar (2010) apud Santos (2016, p. 4);
Diversos factores têm contribuído para o crescimento da população idosa no país, entre eles podemos
citar a melhoria nos programas de saúde, principalmente na atenção ao idoso nessa fase, contribuindo
para o aumento na expectativa de vida melhor do indivíduo”. A longevidade, nas últimas décadas,
passou a ser uma conquista do ser humano, que coincide com a fase mais estendida da vida, a velhice,
juntamente, porém na maior parte das vezes, a um aumento significativo de doenças crónicas. Nessa
direcção, envelhecer implica senilidade, lidar com perdas e dar-se conta da indesejada finitude.
Nesta ordem, durante o processo de envelhecimento, ocorrem alterações fisiológicas
graduais, porém progressivas, como o aumento das enfermidades crónico-degenerativas, sendo
comum a ocorrência de distúrbios músculo-esqueléticos, endócrinos, cardiovasculares,
pulmonares, neurológicos, psiquiátricos, entre outros.
Nesta fase da vida, as alterações da componente mecânica neuromuscular são mais latentes,
o que traz consigo algumas dificuldades na força muscular, mobilidade articular e flexibilidade, o
que acaba por afectar directamente o equilíbrio estático e dinâmico da pessoa.
Para Santos (2016, p. 4):
Dentre essas afecções, destaca-se o grupo das doenças encéfalo vasculares (DEV), que apresentam um
índice de mortalidade de 51,6 por 100.000 habitantes, e neste grupo, o Acidente Vascular Encefálico
(AVE) se destaca por acometer uma parcela significativa de pessoas idosas, sendo apontado como
principal causa de morte, principalmente a partir da faixa etária de 65 anos.
5
1.2. Acidente Vascular Encefálico
O sistema nervoso é formado por estruturas nobres e altamente especializados, que
exigem para seu metabolismo um suprimento permanente e elevados de glicose e oxigénio. O
consumo de oxigénio e glicose pelo encéfalo é muito elevado, o que requer um fluxo sanguíneo
geralmente intenso. Quedas na concentração de glicose e oxigénio no sangue circulante ou, por
outro lado, a suspensão do afluxo sanguíneo ao encéfalo não são toleradas além de um período
muito curto. Após cerca de cinco minutos começam a aparecer lesões que são irreversíveis
O acidente vascular encefálico (AVE) é definido como uma alteração súbita da função
neurológica, ocasionada por uma privação de fluxo sanguíneo em determinada área cerebral,
impedindo o fornecimento de oxigénio (O2) e glicose ao tecido, proporcionando danos ao
mesmo. Para serem considerados como acidente vascular encefálico (AVE) os pacientes devem
apresentar sinais neurológicos que perdurem no mínimo 24 horas.
No entender de Machado (2006) apud Santos (2016, p. 5);
Os processos patológicos que acometem os vasos cerebrais, tais como tromboses, embolias e
hemorragias, ocorrem com uma frequência cada vez maior com o aumento da vida média do homem
moderno. Eles interrompem a circulação de determinadas áreas encefálicas, causando necrose e
amolecimento do tecido nervoso, acompanhados de alterações motoras, sensórias ou psíquicas, que
podem ser características para a área e a artéria lesada.
As consequências acarretadas pelo AVE (Acidente vascular encefálico) ocasionam danos
físicos como plegias ou paresias de um ou ambos os membros, alterações sensoriais e
espasticidade, danos psicoafetivos como quadros depressivos, ansiedade e agressividade,
danos cognitivos como problemas de memória, atenção e concentração, alteração da
linguagem e funções executivas, dificuldades no planejamento de ações e déficits perceptual e
perda do mecanismo de controle postural.
Segundo Oliveira (2013), o acidente vascular encefálico podem ser classificado em dois
tipos, o AVE isquêmico (AVEi) e o AVE hemorrágico (AVEh). “O isquêmico pode ser
caracterizado por uma obstrução do fluxo sanguíneo em determinada artéria encefálica, sendo
provocado principalmente por ateroma ou êmbolos secundários” (Lopes & Mejia, 2012, p. 4).
Já no hemorrágico, acontece uma ruptura de alguma dessas artérias com o extravasamento
sanguíneo intracerebral ou na região subaracnóide.
6
O AVEi, por sua vez, está subdividido em Lacunar, Trombólico ou Embólico; o AVEh
subdivide-se em intracerebral e subaracnóide.
De acordo Lopes & Mejia (2012, pp. 4-5);
A isquemia é caracterizada por um processo no qual o tecido não recebe suficientemente nutrientes e
oxigénio, indispensáveis para o metabolismo das células. Ocorrendo normalmente por uma oclusão de
um vaso ou redução da pressão de perfusão cerebral. A hipoperfusão cerebral leva a parada do fluxo
sanguíneo induzindo a morte neuronal da região afectada rapidamente.
Por tanto a penumbra isquêmica, que consiste na área próximas a área afectada, é
composta por tecido cerebral funcionalmente afectado e pode ser transformada em enfarto por
sofrimento neuronal secundário, induzido por efeitos cito-tóxicos e excito-tóxicos da cascata
bioquímica isquêmica.
A disfunção é considerada reversível, denominando-se acidente isquêmico transitório
(AIT), porém quando a disfunção durar mais que 24 horas, surgirão lesões definitivas e
irreversíveis na área afectada, caracterizando a morte de parte dos neurónios.
1.3. Fisiopatologia do acidente vascular encefálico
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apud Lopes & Mejia (2012, p.
4):
O Acidente vascular encefálico (AVE), é caracterizado como uma síndrome de desenvolvimento
rápido, com sinais clínicos de distúrbio da função cerebral, com sintomas neurológicos focais ou
globais causados por isquemia ou hemorragia no cérebro ou a sua volta. Ocorrendo devido à
interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro, que pode ser por uma obstrução de uma artéria que o
supre, caracterizando o AVE isquêmico ou por ruptura de um vaso, caracterizando o AVE
hemorrágico. O bloqueio do fluxo sanguíneo mesmo por alguns minutos provoca uma serie de eventos
patológicos que podem causar danos celulares irreversíveis.
As áreas de isquemia promovem a liberação excessiva de neurotransmissores (glutamato e
aspartato) ocasionando uma perturbação do metabolismo energético e despolarização anóxica.
Com isso, as células encefálicas ficam incapazes de produzir energia, sobretudo
adenosina trifosfato (ATP). Por outro lado, ocorre um influxo exagerado de íons de cálcio e
falência da bomba da membrana encefálica. O cálcio em excesso começa a reagir com os
7
fosfolipídeos intraencefálicos para criar radicais livres, além de estimular a liberação de óxido
nítrico e de citocinas.
Para Galúcio (2013) apud Lopes & Mejia (2012, p. 5);
Menciona que entre as manifestações clínicas do acidente vascular encefálico, podemos citar os
prejuízos das funções sensitivas, motoras, de equilíbrio e de marcha, além do déficit cognitivo e de
linguagem. Entre as alterações motoras, destaca-se a hemiplegia, caracterizada pela perda de força
muscular no domínio contralateral à lesão encefálica. Esses prejuízos resultam em limitação na
realização das Actividades de Vida Diária (AVD), restrições na participação social e,
consequentemente, piora da qualidade de vida.
1.3.1. Factores de riscos
Os principais factores de risco que influenciam no desenvolvimento de um acidente
vascular encefálico são hipertensão arterial sistólica ou diastólica, hipercolesterolemia,
tabagismo, diabetes mellitus, consumo elevado de álcool, sedentarismo, stress e uso contínuo de
anticoncepcionais orais.
Para Cosmo (2009), os factores de risco predisponentes para se ter um AVE incluem a
hipertensão arterial sistémica, diabetes mellitus, cardiopatias (principalmente a fibrilação atrial),
obesidade, hipercolesterolemia, embolismo, trombos, hemorragia secundária ao aneurisma,
história de ataques isquêmicos transitórios, estenose carotídea assintomática, intolerância à
glicose, dislipidemias, uso de contraceptivos, fumo, consumo abusivo de álcool, dieta
inadequada, sedentarismo, dependência química.
Os índices para pessoas que consomem bebidas alcoólicas são maiores para factos
isquêmicos enquanto para as pessoas diabéticas o risco maior é de um episódio hemorrágico.
por outro lado, é que o número de casos de pacientes de sexo masculino é significantemente
maior em relação ao sexo feminino, a raça também pode excitar, o pacientes negros apresentam
acontecimentos hemorrágicos de maior extensão do que os pacientes brancos.
De acordo com Oliveira (2013) apud Lopes & Mejia (2012, p. 6);
Define como a força exercida pelo sangue no interior das artérias, também sendo definida pela
quantidade de sangue que é ejectado do coração e a resistência encontrada para circular no corpo.
Sendo esta uma variável fisiológica constante que pode oscilar dependendo do sistema cardiovascular
de cada individuo, sobretudo com relação ao débito cardíaco, que é definido pelo volume ejectado do
ventrículo esquerdo em cada sístole que é directamente proporcional a frequência cardíaca, e a
8
resistência vascular periférica, que é determinada pela resistência oferecida pelo vaso ao fluxo
sanguíneo normal.
A hipertensão arterial acomete homens e mulheres, de todas as idades e todas as raças. O
aumento da pressão arterial (PA) implica em risco crescente para acidente vascular encefálico
(AVE), este risco se inicia a partir dos valores normais de PA, sendo esta 120 x 80 mmHg.
Sendo considerado um fator de risco para todos os tipos de AVE e demais doenças
cardiovasculares.
Para Oliveira (2013) apud Lopes & Mejia (2012, p. 6) afirma que:
A hipertensão arterial é uma entidade clínica multifatorial caracterizada pela persistência da elevação
dos valores pressóricos iguais ou superiores a 140 mmHg de pressão sistólica e ou 90 mmHg de
diastólica, estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde OMS, por no mínimo duas aferições
seguidas em dias diferentes, em repouso e ambiente tranquilo.Estando integrados a fenômenos como
hipertrofia vascular e cardíaca, e alterações hormonais e metabólicas.Após a confirmação diagnostica,
esta síndrome pode ser classificada em dois tipos: a primária que possui fator etiológico desconhecido
e a secundaria tendo o componente orgânico visivelmente desencadeador dos aumentos tensores.
De acordo com a pesquisa podemos dizer que, as doenças cardiovasculares são as
principais causadoras de morte, estando á hipertensão arterial sistémica entre uma das
patologias responsável. A hipertensão arterial transporta inúmeras dificuldades nas quais
podemos citar cardíacas, encefálicas, coronária nas, renais e vasculares periféricas.
Por outro lado dizemos, tendo a necessidade de programar estratégias de precaução, para
que ocorra mudança no carácter de vida, incluindo a prática de exercícios físicos aeróbico que
promovera benefícios á população hipertensa, por meio de inúmeras resistências fisiológicas nos
sistemas corporais e, por outro lado, no sistema cardiovascular, reduzindo a morbidade e
mortalidade por doenças cardiovasculares.
1.4. Hemiparésia e Hemiplegia
Entendemos por hemiparésia a paralisia parcial ou à diminuição da força em metade do
rosto, no braço e na perna de um mesmo lado do corpo; ela está associada à hemiplegia, que é a
paralisia de todo um lado do corpo. Nos dois transtornos existe uma gravidade diferente; se por
um lado a hemiplexia refere-se à paralisação, na hemiparésia, regista-se uma debilidade e não
imobilidade (ver anexo A).
9
A hemiplegia pode ocorrer em pessoas de menor idade como um dos tipos de sequela de
paralisia cerebral, meningites e doenças infecciosas, assim como em adultos e com maior
incidência; por via de regra, a hemiplegia é resultado de acidente vascular cerebral (AVC), e
atinge um dos lados do corpo deixando-o paralisado ou muito debilitado, deve ser tratada o
quanto antes através da fisioterapia.
A hemiplegia é definida como uma sequela neurológica caracterizada por paralisia em um hemicorpo
(uma das metades do corpo) devido a uma doença neurovascular com consequências e
comprometimentos em vários níveis de acordo com a área atingida, levando a limitações funcionais e
incapacidades contralaterais ao hemisfério lesado, causando alterações de tônus (contração miníma de
um musculo em repouso), coordenação e equilíbrio (Massoco, Lucínio, & Santos, 2013, p. 3).
Hoje em dia, o termo hemiparésia está em desuso no âmbito da Fisioterapia
Contemporânea, sendo substituído pelo termo hemiplegia; pelo que para os diferenciar usam-se
as expressões hemiplegia parcial e hemiplegia total (ver anexo B).
Esta patologia é caracterizada pela ausência do controlo motor num dos lados do corpo,
contra-lateral ao lado do cerebro em que ocorreu a lesão; a hemiplegia apresenta um quadro
clínico mais comum no paciente com manzelas AVC e causa uma alteração significativa no
padrão de marcha independente, com perda parcial ou até mesmo total desta função.
Em termos de manifestações clínicas, a hemiplegia causa alterações das funções motora,
sensitiva, mental, perceptiva e da linguagem; apesar de que o quadro neurológico destas
alterações pode variar em função do local.
1.5. Hidroterapia
Em primeiro lugar importa fazer uma análise histórica e etimológica da hidroterapia.
Assim, afirmamos que trata-se de um termo de origem grega onde “hydro” significa água e
“therapeia” significa cura. Existem relatos de autores como é o caso de Campion (2000), que
dizem que a hidroterapia, por ser uma técnica em que é usado um recurso natural, é tão antiga
quanto a história da humanidade.
Esta técnica tem um historial bastante longo e foi tão importante no passado quanto é na
actualidade; afirma-se que ainda é incerta o momento exacto em que a hidroterapia foi utilizada
10
pola primeira vez; entretanto, existem relatos de 2.400 a.C. que afirmam que esta técnica é
originária de uma cultura proto-indiana, onde se usava instalações higiênicas e que os antigos
egípcios, assírios e mulçumanos faziam uso das fontes minerais para realização de curas.
De acordo com Campion (2000), hoje em dia ao tratarmos da hidroterapia estamos a falar
de um recurso usado na área da fisioterapia que são usados efeitos físicos e fisiológicos que vem
da imersão do corpo em piscina, com água aquecida, com o fim de reabilitar ou para promover a
prevenção de alterações funcionais.
Dito de outro modo, a hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que utiliza os efeitos
físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo em piscina aquecida, como
recurso auxiliar da reabilitação, ou na prevenção de alterações funcionais.
De acordo com Orsini (2010) apud Santos (2016, p. 7),
A hidroterapia é um método utilizado desde de antigamente em diversas disfunções do organismo,
utilizando as suas propriedades de resistência assistência e suporte, favorecendo ao paciente a
realização de actividades que agilizam na melhora da ADM, no recrutamento de fibras musculares de
tipo 1 e tipo 2, exercícios de resistências, treino de equilíbrio e de marcha.
A hidroterapia é, deste modo, um recurso fisioterapêutico que busca a reabilitação
humana através dos princípios da aplicação de exercícios físicos aliado às propriedades físicas da
água. Essas propriedades físicas podem agir de maneira a aumentar a amplitude de movimento, a
flexibilidade e a força muscular.
O que estamos a afirmar é que o ambiente aquático é um meio muito eficaz para o
incentivo funcional, no processo líquido, a força de flutuação auxilia na realização dos
movimentos e menos compensações surgem, na procura do equilíbrio e do movimento normal.
Na outra perspectiva os efeitos fisiológicos dos exercícios combinados aos efeitos
adquiridos pela temperatura da água são uma das vantagens da actividade nesse meio, os efeitos
da imersão estão relacionadas à circulação, à temperatura do corpo, e à intensidade dos
exercícios.
A imersão aquática possui efeitos fisiológicos relevantes que se estendem sobre
todos os sistemas e a homeostase. Estes efeitos podem ser tanto imediatos quanto
tardios, permitindo assim, que a água seja utilizada para fins terapêuticos em uma
grande variedade de problemas orgânicos. A terapia aquática parece ser benéfica no tratamento de
pacientes com distúrbios musculo esqueléticos, neurológicos, cardiopulmonares, entre outros.
11
(Santos R. A., 2016, p. 7)
Segundo Oliveira (2013), o exercício aquático incluindo o de flexibilidade,
fortalecimento, treinamento de marcha e relaxamento podem ser feito em temperatura entre 26°C
e 33°C. A fisioterapia aquática tem como Objectivo promover o máximo de independência
funcional possível ao paciente, minimizando as respostas anormais e potencializando os
movimentos apropriados, beneficiando-se dos princípios físicos e termodinâmicos da água.
Entre esses princípios físicos destacam-se: empuxo, força oposta à gravidade actuando
sobre o objecto imerso, que propicia a flutuação; pressão hidrostática, pressão que a água exerce
sobre o corpo em todas as direcções; viscosidade, atracção entre as moléculas de água que cria
uma resistência ao movimento, contribuindo dessa forma para o fortalecimento.
Os exercícios aquáticos permitem criar situações de instabilidade com utilização dos efeitos da
turbulência, fornecendo grande quantidade de informações sensoriais, promovendo melhora nas
reacções de equilíbrio corporal. A água proporciona suporte e minimiza o estresse biomecânico nos
músculos e articulações, auxilia na melhora da circulação sanguínea, aumento da amplitude articular,
aumento da força muscular, melhora da confiança e da capacidade funcional, relaxamento muscular e
diminuição temporária do nível de dor.
(Santos R. A., 2016, p. 7)
1.5.1. Hidroterapia e condicionamento cardiovascular
A hidroterapia é um dos métodos terapêuticos mais antigos utilizados para o
gerenciamento de disfunções sensório-motoras e físicas. As propriedades de suporte, assistência e
resistência da água favorecem os fisioterapeutas e pacientes na execução de programas voltados
para melhora da amplitude de movimento, recrutamento muscular, exercícios de resistência e no
treinamento de deambulação e equilíbrio (Orsini M. , 2008).
Nas últimas décadas, na tentativa de reduzir as altas taxas de morbidade e mortalidade
decorrentes do acidente vascular encefálico, uma quantidade considerável de recursos tem sido
investida em pesquisas em todo o mundo. E a Hidroterapia vem se destacando ao longo dos anos
entre os fisioterapeutas e pesquisadores, como um dos recursos terapêuticos mais utilizados para
a reabilitação física e prevenção das alterações funcionais.
12
A hidroterapia é um recurso terapêutico de grande relevância para as varias áreas de atuação
fisioterapêutica, aplicado em uma piscina termo aquecida através da utilização de técnicas
especialmente desenvolvidas com objetivos de prevenir doenças, promover e manter a saúde, tratar,
curar e reabilitar indivíduos com distúrbios funcionais e reintegrar o mesmo na sociedade.
(Lopes & Mejia, 2012, p. 5)
A fisioterapia é uma das especialidades mais frequentes no processo de Reabilitação, pois
trabalha para a recuperação da função, da melhoria da mobilidade, alivio da dor e prevenção
ou limitação das disfunções físicas de pacientes vitima de lesões ou doenças.
Biasoli, (2006) apud Lopes & Mejia (2012, p. 6), em seu estudo afirma que;
“Os efeitos fisiológicos na água aquecida são resultantes do exercício executado e variam de acordo
com as temperaturas da água, a pressão hidrostática, a duração do tratamento e a intensidade dos
exercícios. Outro fator importante é que as reações fisiológicas podem ser modificadas pelas condições
da doença de cada paciente”. Muitos efeitos terapêuticos benéficos obtidos com a imersão na água
aquecida (como o relaxamento, a analgesia, a redução do impacto e da agressão sobre as articulações)
são associados aos efeitos possíveis de se obter com os exercícios realizados quando se exploram as
diferentes propriedades físicas da água... Afirma ainda que no Sistema cardiorrespiratório: haverá
mudanças como: 1 Melhora da capacidade aeróbica; 2. Melhora nas trocas gasosas; 3. Reeducação
respiratória; 4. Aumento no consumo de energia; 5. Auxílio no retorno venoso; 6. Melhoria da
irrigação sangüínea, resultando na estabilidade da pressão arterial e no retardo do aparecimento de
varizes.”
O enorme histórico dos tratamentos pela água faz da hidroterapia, um recurso
fisioterapêutico, de grandes benefícios aos tratamentos dos diversos tipos de patologias, sejam
elas ortopédicas, neurológicas, pediátricas, gineco-obstetricas e geriátricas.
Devido aos efeitos físicos e fisiológicos advindo da imersão do corpo em piscina
aquecida, é considerado um dos métodos terapêuticos mais antigos utilizados para o
gerenciamento de disfunções físicas. Possuindo efeitos fisiológicos relevantes que se estendem
sobre todos os sistemas e a homeostase. Tendo grandes benefícios no tratamento de pacientes
com distúrbios musculoesqueléticos, neurológicos, cardiopulmonar, entre outros.
Campion, (2005), afirma que: “apenas por meio da experiência clínica pode-se sugerir
que a fisioterapia aquática seja um meio efetivo e prático para a recuperação de pessoas que estão
com disfunções neurológicas, uma vez que poucas pesquisas têm sido realizadas”.
As propriedades de suporte, assistência e resistência da água favorecem os fisioterapeutas
e pacientes na execução de programas voltados para melhora da amplitude de movimento,
13
recrutamento muscular, exercícios de resistência e no treinamento de deambulação e equilíbrio
(Orsini M. , 2008).
Por outro lado dizemos que os exercícios terapêuticos e a água aquecida actuam em
diversos sistemas do corpo humano seja o sistema cardíaco, muscular, respiratório, endócrino
entre outros, levando a alterações fisiológicas.
A frequência cardíaca é caracterizada pelo numero de vezes que o coração se contrai e
relaxa, ou seja, o numero de vezes que o coração bate por minuto. E o mesmo ainda ressalta que a
frequência cardíaca aumenta com a elevação da temperatura e como resultado do exercício, o
aumento é proporcional á temperatura da água e a severidade do exercício.
“No sistema cardiovascular há um conjunto de respostas á imersão, incluindo
bradicardia, vasoconstrição periférica (período inicial), vasodilatação após alguns minutos
imersos, e desvio de sangue para as áreas vitais, influenciam na pressão arterial corpórea em
imersão” (Kabuki, 2007, p. 131).
A hidroterapia vem se destacando na área de reabilitação neurológico devido o dinamismo
natural da água que sustenta o corpo atuando como um suporte parcial de peso. E auxiliado
pelos benefícios de seu aquecimento, esta terapia contribui na mobilização de articulações,
movimentos simples e caminhadas sem que haja maior esforço pelo paciente.
Salinet, 2012, demonstra em sua pesquisa melhorias significativas no condicionamento e
fortalecimento físico em idosos e pacientes com artrite reumatoide, e seu grande potencial na
reabilitação dos pacientes com AVE.
Na outra perspectiva a melhoria do condicionamento físico trás uma serie de benefícios
minimizando os conflitos comuns nesses pacientes como fadiga, quedas e fraturas, excessivo
gasto energético e marcha hemiparética.
Em sua pesquisa, Oliveira (2013), relata que apenas com a imersão do corpo ate o
pescoço, em repouso, ocorre o efeito da pressão hidrostática agindo sobre todo o corpo e
produzindo deslocamento de aproximadamente 700 ml de sangue, que são desviados das
14
extremidades e vasos abdominais para os grandes vasos do tórax, causando aumento significativo
na pressão intra ventricular direita, no volume de ejecção e no débito cardíaco.
“Em consequência, ocorre diminuição da resistência vascular sistémica, resultando na
diminuição da pressão arterial. Com o aumento do retorno venoso, os barorreceptores
desencadeiam o aumento do volume ejectado por contracção, reduzindo de forma reflexa a
frequência cardíaca. Esse mecanismo é denominado reflexo do mergulho” (Lopes & Mejia,
2012, p. 7).
Sendo de estrema importância a conhecimento dos princípios físicos, para formulação e
desenvolvimento dos tratamentos. A hidrostática e a hidrodinâmica estão presente em todos os
tratamentos, desde o momento que ocorre a imersão estes efeitos já estão atuando no corpo do
individuo, ate mesmos sem actividade ou posicionamento terapêutico.
A viscosidade influencia directamente no gasto energético ocorrendo aumento do VO2 e
captação de O2. Outro efeito é o renal, onde o aumento da diurese, natriurese e potassiurese,
potencializam acção cardiovascular, bem como acção nos rins.
Para Lopes & Mejia (2012, p. 7), “Embora as respostas cardiocirculatórias de diferentes
tipos de exercícios em imersão ainda sejam pouco estudadas, há na literatura indicadora de que
exercícios em imersão afetam de forma positiva a PA e a FC de repouso”.
1.5.2. Programa de hidroterapia
Este programa teve início desde os cuidados de entrada e saída do paciente da piscina até
às manobras terapêuticas propriamente ditas na água; inicialmente foi realizada uma técnica de
modulação do tônus muscular pr meio de pressões e tracções, e liberação do tendão de Aquiles
através da chamada massagem transversa de Cyriax.
(...) O controle da rotação transversal ocorre nas atividades em que o indivíduo controla o equilíbrio e
o movimento ao redor do eixo transversal, ou seja, na passagem da postura sentada para o decúbito
dorsal, ou ainda mais local como a extensão do tronco. Foram realizados também padrões isotônicos
do Método de Anéis de Bad Ragaz para membros inferiores. Estes padrões utilizam movimentos
rotacionais funcionais, que são iniciados nos segmentos distais. Através da estabilização, seguida do
movimento de membros inferiores, segue um componente de irradiação de força, e com isso não são
activados apenas membros inferiores e musculatura de quadril, mas também todo o tronco (Nicolini,
Haas, & Dieter, p. 4).
15
De formas a facilitar o movimento de dorsiflexão, foi igualmente realizada a técnica de
escovação da musculatura dorsiflexora, seguida de técnica de contração voluntária da
musculatura.
Por outro lado, foram instituídos certos treinos de marcha, nomeadamente a subida e a
descida dos passos e exercícios com prancha de flutuação; estes exercícios tinham como fim
facilitação o controlo motor, a repetição, e a aprendizagem sensório-motora.
1.5.3. Protocolo de tratamento com fisioterapia aquática
“O protocolo de tratamento com FA foi elaborado a partir de adaptação de protocolos
encontrados na literatura. Os pacientes foram submetidos ao tratamento com FA, que consistiu
de 16 sessões ocorridas num período de 2 meses, 2 vezes por semana em dias não consecutivos;
cada sessão teve duração de 1 hora” (Silva, et al., 2012, p. 19)
Fase 1 do protocolo: aquecimento
“Esta fase tem a duração de cinco minutos, sendo composta por duas voltas de
caminhada frontal, lateral e posterior dentro da piscina, associadas a actividades de
coordenação de membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII), e dissociação de
cinturas escapula e pélvica com auxílio de bolas de baixa densidade” (Silva, et al., 2012, p. 19).
Fase 2 do protocolo: alongamento
Na fase 2, com duração de 20 minutos, foram inicialmente realizados alongamentos
(mantidos por 30 segundos) passivos, que evoluíram para ativos quando possível, das
musculaturas: MMSS (músculo peitoral maior e menor, deltoide, bíceps braquial, tríceps
branquial, flexores e extensores do punho); MMII (músculos isquiostibiais, tríceps sural,
quadríceps femoual, adutores e abdutores da coxa com auxílio do aquatubo); tronco (músculo
abdômen, grande dorsal, pessoas e quadrado lombar); pescoço (músculo trapézio,
esternocleidomastoideo, escalenos e para vertebrais) Ibdem 19.
Fase 3 do protocolo: exercícios activos e proprioceptivos
16
A fase 3 durou 25 minutos; nela, foram realizados exercícios ativos resistidos na posição
ortostática (três sé-ries de dez repetições respectivamente). MMSS: flexão,
extensão, adução, abdução, rotação interna, rotação externa, adução e abdução horizontal de
ombro, flexão e extensão de cotovelo; MMII: tríplice flexão, adução, abdução e hiperextenção do
quadril, step (subidas frontais e laterais), dorsoflexão e flexão plantar do tornozelo.
Segundo Silva, et al., (2012, p. 19);
O aumento da resistência foi progressivo e ajustado nos exercícios de fortalecimento, priorizando a
musculatura extensora. A princípio foram realizados exercícios apenas com a resistência da água, sem
uso de flutuadores. Posteriormente, evoluiu-se para outros três níveis de resistência, com flutuadores, a
cada quatro sessões, se o potencial físico do paciente assim permitisse.
Foram acrescidos, na nona sessão, exercícios proprioceptivos de descarga de peso
na cama elástica e caminhada sobre aquatubo, ambos submersos. Durante os exercícios
foi solicitado aos participantes que associassem a respiração às repetições dos exercícios.
Fase 4 do protocolo: relaxamento/socialização
Na perspectiva do mesmo autor acima afirma que, esta fase teve duração de dez
minutos e alternou-se entre uma sessão com relaxamento e outra com socialização. O
relaxamento era promovido através de flutuadores e massagens de turbilhonamento. A
socialização era feita por meio de dinâmicas de grupo que estimulassem a memória e o
entrosamento do grupo.
1.5.4. Efeitos fisiológicos e terapêuticos da água
Estes efeitos resultam “do exercício executado e variam de acordo com as temperaturas
da água, a pressão hidrostática, a duração do tratamento e a intensidade dos exercícios. Outro
factor importante é que as reacções fisiológicas podem ser modificadas pelas condições da
doença de cada paciente” (Biasoli & Machado, 2006, p. 226).
Muitos efeitos terapêuticos benéficos obtidos com a imersão na água aquecida (tais como
o relaxamento, a analgésica, a redução do impacto e da agressão sobre as articulações) associam-
se aos possiíveis efeitos de se obter com os exercícios realizados quando se exploram as
17
diferentes propriedades físicas da água, como: a densidade relativa, a força de flutuação, a tensão
superficial e a pressão hidrostática.
Indo nas principais propriedades, importa afirmar que a força de flutuação é usada como
resistência ao movimento, sobrecarga natural, estímulo à circulação periférica, fortalecimento da
musculatura respiratória, e bem assim a facilitação do retorno venoso e participante do efeito
massagista da água.
A tensão superficial, por via de regra, age como resistência ao movimento, possuindo um
valor apenas quando o músculo é pequeno ou fraco; diferente do que acontece com a pressão
hidrostática. Neste afirma-se que a água, como qualquer outro líquido, exerce pressão no objecto
nela imerso; caso o objecto este em relaxamento, a pressão exercida em todos os planos será
igual; porém, se o objeto estiver em movimento e a água também, observa-se a pressão reduzida
bem como o empuxo provocando certo afundamento que, se controlado, é parcial.
Para Biasoli & Machado (2006, p. 226), “(...) cada tipo de massa (corpo, líquido, gasoso
ou sólido) recebe e transmite uma pressão determinada, dependendo da profundidade de
imersão. Quanto maior a profundidade em que o corpo se encontra, maior será a pressão
exercida sobre ele. Isto significa que um indivíduo em pé na água sofrerá maior pressão nos
pés”.
Por outro termos, a pressão hidrostática tem os seus efeitos terapêuticos, na medida em
que promove o aumento do débito cardíaco, da pressão pleural e da diurese e tem um impacto
significativo, uma vez que os exercícios aquáticos são executados em baixa velocidade,
diminuindo o impacto, o que faz diminuir também os problemas advindos de tal formação,
quando em solo.
A hidroterapia actua em diferentes sistemas e os efeitos que pode causar são:
No sistema termorregulador, a manutenção do calor da água durante o tratamento reduz de
forma rápida a sensibilidade da fibra nervosa e a exposição prolongada reduz a dor.
Então, na temperatura de 33°C a 36,5°C haverá: 1. Dilatação dos vasos sangüíneos, levando ao
aumento do suprimento sangüíneo periférico e elevação da temperatura muscular, que leva ao aumento
do metabolismo da pele e dos músculos e, conseqüentemente, ao aumento do metabolismo geral e da
18
freqüência respiratória; 2. O aumento da atividade das glândulas sudoríparas e sebáceas à medida que a
temperatura interna elevarse.
(Biasoli & Machado, 2006, p. 227)
No sistema cardiorrespiratório, é possível ver-se mudanças a melhoria da capacidade
aeróbica, das tocas gasosas, a reeducação respiratória, o aumento no consumo de energia, o
auxílio no retorno venoso, assim como o retardo do aparecimento de varizes.
Já no sistema nervoso, “o calor relativamente brando reduz a sensibilidade das
terminações sensitivas e, à medida que os músculos são aquecidos pelo sangue que os atravessa,
seu tônus diminui levando ao relaxamento muscular” (Biasoli & Machado, 2006, p. 227).
No sistema renal, a hidroterapia tem uma certa vantagem em termos de efeitos uma vez
que com a variação do pH e da profundidade na qual o corpo está inserido, verifica-se o aumento
dos fluidos corporais, o que pode levar ao aumento da diurese profunda.
Tal deve-se ao facto de que o sangue, ao ser correctamente distribuído, melhora a
circulação venosa e, por conta disso, melhora também a resposta renal e o estímulo ao processo
de micção, devendo-se tomar certos cuidado nos casos de pacientes com incontinência.
No sistema imunológico, “estudos comprovam que a aplicação intensa e prolongada de
calor húmido penetra até 3,4 cm, atingindo inclusive camadas superficiais dos músculos.
Promove, também, o aumento do número de leucócitos, além da melhora das condições tróficas,
levando a um quadro geral mais saudável do paciente” (Biasoli & Machado, 2006, p. 227).
Por último, no sistema músculo-esquelético, a hidroterapia tem efeitos positivos porque os
exercícios físicos podem começar nas primeiras fases do tratamento, de modo que os músculos
possam ser relaxados e o metabolismo estimulado, ocorrendo, as seguintes situações: redução do
espasmo muscular e das dores, diminuição da fadiga muscular, a recuperação de lesões, melhoria
do condicionamento físico, aumento da ADM e o aumento da resistência e da força muscular.
19
1.5.5. Efeitos psicológicos da água aquecida
Podemos dizer que concordamos que em todo programa de saúde, a Hidroterapia
objectiva o bemestar social do indivíduo. Quando passamos por dificuldades, o organismo tende
a se desorganizar e essa desarmonia pode trazer sérias consequências físicas e/ou psíquicas.
O bem-estar não consiste apenas em respostas do corpo, da estrutura física, mas,
sobretudo, de uma integração do corpo e da mente para a obtenção de resultados ideais, levando a
uma perfeita condição de exercício da cidadania.
Podemos aqui afirmar, segundo a ideia de Bobath (2001), que a água aquecida,
dependendo do ambiente, traz consigo muitos benefícios ao paciente já que tem o devido
equilíbrio psicológico momentâneo entre o corpo e a mente, pelo que cabe ao técnico
fisioterapeuta a avaliação do nível de correspondência da água aquecida e a sensação térmica do
corpo do paciente.
1.5.6. Técnicas utilizadas na hidroterapia
Dentre as técnicas utilizadas na hidroterapia temos, a técnica Wastu, Bad Ragaz e
Halliwick. Começamos por tratar do último que segundo Oliveira (2013) apud Santos (2016, p.
8), “halliwick proporciona melhor equilíbrio e independência ao paciente durante as atividades
funcionais”.
O método Halliwick foi desenvolvido em 1949, na Halliwick School for Girls, em
Southgate, Londres. McMillian, o criador da técnica desenvolveu inicialmente uma actividade
recreativa que visava dar independência individual na água, para pacientes com incapacidade e
treiná-los a nadar.
O método Halliwick é aquele que utiliza a água como meio terapêutico e recreacional.
Quando esses aspectos estão no mesmo método, tornam-se complementares, podendo-se
promover um programa de reabilitação contínua.
Com o passar dos anos, ele foi aperfeiçoando seu método original e adotou técnicas
adicionais que foram estabelecidas a partir dos seguintes princípios:
20
Adaptação ambiental: esta envolve o reconhecimento de duas forças, nomeadamente
gravidade e em puxo que, uma vez combinados, levam ao movimento rotacional;
• “Restauração do equilíbrio: enfatiza a utilização de grandes padrões de movimento,
principalmente com os braços, para mover o corpo em diferentes posturas e ao mesmo tempo
manter o equilíbrio”; (Biasoli & Machado, 2006, p. 227)
• Por sua vez, a inibição, nada mais é do que a capacidade de criar e manter uma posição
ou postura desejada, através da inibição de padrões posturais patológicos;
• “Facilitação: é a capacidade de criar um movimento que desejamos mentalmente e
controlá-lo fisicamente, por outros meios, sem utilizar a flutuação. Tal aprendizado é graduado
através de um “programa de dez pontos”, que utiliza a seqüência do desenvolvimento do
movimento físico pelo córtex cerebral” (Biasoli & Machado, 2006, p. 227).
Essas técnicas têm sido utilizadas para tratar terapeuticamente pacientes pediátricos ou
adultos com diferentes alterações de desenvolvimento e disfunções neurológicas, na Europa e nos
Estados Unidos da América do Norte.
Um dos métodos abordados na hipnoterapia é o de Bad Ragaz que tem como objectivos a
redução do tônus muscular, relaxamento, aumento da amplitude articular, reeducação muscular,
fortalecimento muscular, restauração de padrões normais de movimento, além de melhora da
reacção geral.
Para Lopes (2010), afirma que o método Bad Ragaz compreende alguns padrões que são
baseados no FNP (facilitação neuromuscular proprioceptiva) e possui como objectivo a prática de
exercícios e técnicas de facilitação neuromuscular destinados a diminuir os deficits sensitivos
motores e motivar recuperação motora.
Na mesma perspectiva, a facilitação neuromuscular proprioceptiva estava em ascensão e
também foi adicionada aos exercícios de Knupfer, que já estavam sendo utilizados em Bag
Ragaz, assim criou-se o método dos anéis do Bad Ragaz, no qual os exercícios são realizados na
diagonal e com movimentos tridimensionais. Pode-se dizer que esta metodologia ainda está em
evolução.
Bad Ragaz é uma cidade Suíça construída em torno de um spa de água morna natural, com três
modernas piscinas cobertas. Em 1930 teve início a utilização deste spa para exercícios aquáticos. Tal
21
técnica de exercícios originou-se na Alemanha pelo dr. Knupfer Ipsen, cujo objectivo era promover a
estabilização do tronco e das extremidades através de padrões de movimentos básicos e, se resistidos,
realizados segundo os planos anatômicos. O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com auxílio de
flutuadores ou “anéis” no pescoço, pelve e tornozelos, por isso que a técnica também é designada de
“método dos anéis”. Em 1967, Bridgt Davis incorporou o método de facilitação neuromuscular
proprioceptiva ao “método dos anéis”. Beatice Egger desenvolveu ainda mais esta técnica, publicando-
a em alemão. Actualmente, o método Bad Raggaz é constituído de técnicas de movimentos com
padrões em planos anatômicos e diagonais, com resistência e estabilização fornecidos pelo terapeuta.
O posicionamento do paciente em decúbito dorsal é mantido através de flutuadores nos seguimentos
anatômicos já mencionados anteriormente. A técnica pode ser utilizada passiva ou ativamente em
pacientes ortopédicos, reumáticos ou neurológicos (Biasoli & Machado, 2006, p. 4).
Por seu turno, existe aindaa técnica Watsu utiliza, por via do qual usa-se formas de fazer
flutuar em piscina com água aquecida, aplicando alongamento e movimentos do Zen Shiatsu. No
Watsu, o paciente permanece flutuando e a partir dessa postura são realizados alongamentos e
rotações do tronco, que auxiliam para o relaxamento profundo, vindo por meio de suporte da
água e dos movimentos rítmicos.
O Watsu é muito mais que uma técnica de relaxamento na água, mas sim, um
procedimento que possibilita a diminuição do tônus muscular, provoca melhora na
flexibilidade dos movimentos, mobilidade dos tecidos musculares e relaxamento físico. Quando aliado
as manobras de alongamento, mobilização rítmica com torções e pressões amplia níveis de percepção e
liberdade física, mental e psicológica. O watsu pode ser útil especialmente no início de uma sessão de
tratamento por promover o alongamento.
(Santos R. A., 2016, p. 8)
1.5.7. A hidrocinesioterapia
A hidrocinesioterapia constitui um conjunto de técnicas terapêuticas fundamentadas no
movimento humano. É a fisioterapia na água ou a prática de exercícios terapêuticos em piscinas,
associada ou não aos manuseios, manipulações, hidromassagem e massoterapia, configurada em
programas de tratamento específicos para cada paciente.
De acordo com Biasoli & Machado (2006, p. 228) “Os métodos terapêuticos específicos
para a fisioterapia aquática que surgiram na Europa e nos EUA vêm auxiliar a recuperação do
paciente, como Halliwick (Inglaterra), Bad Ragaz (Suíça), Watsu (EUA), Burdenko (Rússia),
Osteopatia Aquática (França e Canadá), entre outros”.
Desta forma, um programa de hidrocinesioterapia adequado a cada paciente pode
representar um grande incremento no seu tratamento, obtendo-se os efeitos de melhora em tempo
22
abreviado e com menor risco de intercorrências, tais como dor muscular tardia e microlesões
articulares decorrentes do impacto. Uma avaliação criteriosa do paciente é realizada, acrescida de
informações sobre a sua experiência com a água, imersão e domínio ou não de nados.
O exame físico, a análise dos exames complementares e a avaliação dos movimentos funcionais são
indispensáveis para se estabelecer os objectivos do tratamento e prognóstico idealizado para, então,
serem determinados os procedimentos hidrocinesioterapêuticos em escala progressiva. A primeira
sessão do paciente na água visa complementar a avaliação convencional, a fim de observar sua
adaptação e habilidades no meio líquido, densidade corporal e flutuabilidade, bem como o seu
comportamento na piscina.
(Biasoli & Machado, 2006, p. 228)
As entradas e saídas do paciente na piscina são diferenciadas entre pacientes que
deambulam e os que não deambulam, bem como os procedimentos utilizados para a adaptação do
indivíduo ao meio líquido. Cabe salientar que todo o programa e execução do tratamento são
personalizados, específicos para cada paciente.
1.5.8. Indicações da Hidroterapia
Para as pessoas que realizam a hidroterapia os efeitos gerais são, dentre outros, o aívio da
dor, relaxamento; aumento da circulação sangínea, aumento das amplitudes de movimento,
melhoria dos músculos afectados pela hemiparésia; melhoria das condições psicológicas do
paciente.
Dentre os resultados de pesquisas publicadas há efeitos terapêuticos da hidroterapia já comprovados
por evidência científica, dentre os quais destacam-se os benefícios como aumento da amplitude de
movimento, diminuição da tensão muscular, relaxamento, analgesia, melhora na circulação, absorção
do exudato inflamatório e debridamento de lesões, bem como incremento na força e resistência
muscular, além de equilíbrio e propriocepção.
(Biasoli & Machado, 2006, p. 229)
Um dos efeitos da hidroterapia é o espasmo muscular, que pode ser reduzido pelo calor da
água, auxiliando na redução da espasticidade. Os autores sustentam ainda que a imersão na água
provoca redução do tônus muscular, enquanto que a dor pode ser reduzida por ambos os
estímulos térmicos. Além disso, a imersão na água facilita a mobilidade articular, relacionada à
redução do peso corporal.
23
1.5.9. Contra-indicações da Hidroterapia
Há algumas contra-indicações absolutas, como feridas infectadas, infecções de pele e gastrointestinais,
sintomas agudos de trombose venosa profunda, doença sistêmica e tratamento radioterápico em
andamento. Alguns processos micóticos e fúngicos graves também requerem afastamento do paciente
de ambientes úmidos. Processos infecciosos e inflamatórios agudos da região da face e pescoço, tais
como inflamações dentárias, amigdalites, faringites, otites, sinusites e rinites costumam apresentar
piora com a imersão, por isso devem representar contra-indicação.
(Biasoli & Machado, 2006, p. 230)
Alguns cuidados são importantes como: ao entrar na piscina, os vasos cutâneos se
constringem momentaneamente, causando um aumento da resistência periférica e aumento
momentâneo da pressão arterial. Mas durante a imersão as arteríolas se dilatam, ocorrendo uma
diminuição da resistência periférica e, por essa razão, uma queda da pressão arterial. Logo,
quanto maior a temperatura da água, menor deve ser o tempo de exposição.
Já os problemas cardíacos graves, além de hipo ou hipertensão descontrola da, devem ser
acompanhados com cuidado, bem como insuficiências respiratórias e epilepsia ou uso de válvulas
intracranianas. Além disso, incontinências urinária e fecal merecem atenção especial. Problemas como
náuseas, vertigem, doenças renais, hemofilia, diabetes, diminuição importante da capacidade vital e
deficiência tireóidea, além de tratamento radioterápico recente devem ser discutidos com o médico,
para estudar a indicação. Pacientes com fobia à água devem ter um acompanhamento criterioso,
enquanto que pacientes com aparelhos de surdez não devem utilizá-lo na piscina. Nem mesmo
pacientes com HIV positivo são excluídos, mas devem ser tratados no final do expediente da piscina,
para que a água circule o suficiente antes que outros pacientes sejam tratados.
(Biasoli & Machado, 2006, p. 230)
Existem as contra-indicações gerais, como: 1- Febre; 2- Ferida aberta; 3- Erupção cutânea
contagiosa; 4- Doença infecciosa; 5- Doença cardiovascular grave; 6- História de convulsões não
controladas; 7- Uso de bolsa ou cateter de colostomia; 8- Menstruação sem proteção interna; 9-
Tubos de traqueostomia, gastrostomia e/ou nasogástricos; 10-Controle orofacial diminuído; 11-
Hipotensão ou hipertensão grave; 12-Resistência gravemente limitada.
24
CAPITULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO
2.1. Método de investigação
Em termos metodológicos, o trabalho ora apresentado foi feito com base no método
descritivo e retrospectivo, com o tipo de pesquisa quali-quantitativa, tendo em conta que nos
baseamos não apenas nos aspectos qualitativos, mas também nos quantitativos.
2.2. Objecto de estudo
O objecto de estudo do presente trabalho está relacionado aos efeitos da hidroterapia em
pacientes com hemiparésia atendidos no Hospital Américo Boavida, durante o primeiro
semestre do ano de 2019. E para tal contamos com os seguintes factores:
Factores de inclusão: idosos com hemiparésia, cujo tratamento esteja a ser feito com a
hidroterapia, dos 60 aos 85 anos de idade.
Factores de exclusão: ficam de fora do nosso objecto de estudo os hemiparéticos que não
estejam a ser tratados com a hidroterapia e os que estejam fora das idades compreendidas
entre os 60 e os 85 anos de idade.
2.3. População e Amostra
No estudo realizado neste local, fizemos um estudo numa população de 110 pacientes atendidos
na área de Hidroterapia, onde, de acordo com os critérios iniciais de inclusão e de exclusão,
obtivemos uma amostra de apenas 40 pessoas que correspondem à idade dos 60 aos 80 anos de
idade.
25
2.4. Hipóteses
H1: a hidroterapia é uma técnica de fisioterapia que consiste em tratar pessoas afectadas por uma
enfermidade, por meio de água, mediante as ténicas de Bad Ragaz, Holliwick, Watsu.
H2: a hidroterapia tem efeitos imediatos (em menos de três meses) em pacientes afectados pela
hemiparésia, nomeadamente a melhoria da flexibilidade, a melhoria da amplitude do movimento,
o fortalecimento da musculatura, assim como a diminuição da dor.
2.5. Variáveis
Para a realização do presente estudo temos as seguintes variáveis: sexo, fase etária, efeitos da
hidroterapia, técnicas, frequência e manifestações clínicas.
Variável Independente: os efeitos da hidroterapia em pacientes com hemiparésia;
Variável Dependente: estudo sobre os pacientes atendidos no Hospital Américo Boavida durante
o Iº semestre do ano de 2019.
2.6. Instrumento de investigação
Para a investigação e colheita de dados para o presente trabalho, usamos os seguintes
instrumentos: questionário, bloco de notas, livros, dicionários especializados, computadores,
materiais em formato digital, entre outros. O questionário e o bloco de notas ajudaram-nos a fazer
a recolha de dados no campo, nomeadamente no Hospital Américo Boavida; os restantes
instrumentos permitiram-nos fazer o desenvolvimento das matérias de carácter técnico-científico.
26
2.7. Processamento e tratamento da informação
Mediante um método interpretativo e com um estudo quali-quantitativo, o estudo ora
realizado passou por todas as fases de elaboração do trabalho de fim do curso; passamos por um
plano de trabalho e processamento foi feito de acordo com os meios e as normas orientados pelo
CTFC.
27
CAPITULO III: ANÁLISE, DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DOS
RESULTADOS
3.1. Interpretação a anãlise dos resultados
Dados sociodemográficos
O Hospital Américo Boavida (HAB), situado na província de Luanda, município de Luanda,
distrito urbano do Rangel, é um Hospital com diversas especialidades, onde por dia mais de mil
(1.000) pessoas acorrem à esta unidade hospitalar.
O estudo foi feito no Serviço de Medicina Física e Reabilitação, mais concretamente na áera de
Fisioterapia.
Gráfico 1: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no
HAB, segundo a frequência
Obs: no estudo realizado, foi possível observar que no decorrer do primeiro semestre (divididos
em dois trimestres), houve maior frequência de doentes com hemiparésia nos três últimos meses
do semestre, com uma percentagem de 80%, que corresponde a 32 pessoas, em detrimento de
20% que corresponde a 8 pessoas, numa amostra de 40 pessoas.
20%
80%
1º Trimestre
2º Trimestre
28
Gráfico 2: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no
HAB, segundo o sexo
Obs: da pesquisa feita no HAB, verificamos que 28% dos pacientes com hemiparésia, é do sexo
feminino e 72% do sexo masculino, perfazendo um total de 11 e 29 pessoas de cada género
respectivamente.
Gráfico 3: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no
HAB, segundo as manifestações clínicas
72%
28%
Homens
Mulheres
26; 65%
4; 10%
10; 25%
Diminuiçãototal de força em
um lado do corpo
Ausência Total de força em um
lado do corpo
Outros
29
Obs: Em termos de manifestações clínicas, por meio do presente estudo deu para verificar
que 34 pessoas apresentam diminuição de força em um lado do corpo, ao passo que apenas 6
delas apresenta ausência total de força, perfazendo 90% e 10%, respectivamente.
Tabela 1: Distribuição dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB,
segundo as indicações na aplicação da hidroterapia
Indicações Nº
Diminuição de força do Hemicorpo 26
Paralisia Total do Hemicorpo 4
Perda sensibilidade 4
Diminuição da ADM 6
Conforme mostra o nosso estudo, em termos de indicações dos doentes com hemiparésia,
observamos que 26 dos quais foram indicados por diminuição de força do hemicorpo, 6 por
diminuição da ADM, enquanto a perda de sensibilidade e a paralisia total do hemicorpo veêm
com 4 pessoas cada.
Tabela 2: Distribuição dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB,
segundo a temperatura ideal para o tratamento de paciente hemiparético na hidroterapia
Temperatura ideal
10º C
20º C
30º C X
40º C X
50º C
60º C
30
Obs: tendo em conta o tipo de tratamento, a temperatura não pode ser muito alta, pelo que as
temperaturas só vão dos 30 aos 40ºC.
Gráfico 4: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no
HAB, segundo as principais ténicas de hidroterapia
De acordo com os estudo de campo, observamos que das ténicas de hidroterapia aplicadas aos
pacientes com hemiparésia, a Técnica de Bad Ragaz é a mais usada, seguindo-se a técnica
Halliwick com 18 e 14 pessoas correspondendo a 47% e 37% respectivamente. No último lugar,
temos a técnica de Watsu, com 16%.
47%
37%
16%
Halliwick
Bad Ragaz
Watsu
31
Gráfico 5: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no
HAB, segundo os efeitos da hidroterapia
Obs. O estudo mostrou-nos que além de apenas diminuir a dor e fortalecer a musculatura (com
20% e 23%), os efeitos da hidroterapia em idosos com hemiparésia são essencialmente a
melhoria da amplitude do movimento, que perfaz 30% e a melhoria da flexibilidade (com 27%).
Gráfico 6: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no
HAB, segundo a faixa etária, entre os idosos.
Obs. No caso dos idosos, a grande maioria dos pacientes com hemiparésia que afluem ao
HAB está na faixa dos 65 aos 70 anos e a na faixa dos 60 aos 64 anos, formando, respectivamente
55% e 25% dos pacientes.
20%
27%
30%
23%
Diminuiçãoda dor
Melhorara flexibilidade
Melhorara amplitude do
movimento
Fortalecer a musculatura
25%
55%
20%
60-64
65-70
71- 85
32
Gráfico 7: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no
HAB, segundo o número de sessões
Obs. Quanto ao número de sessões realizadas de fisioterapia aquática, segundo o estudo
realizado no HAB, verificamos que a maior parte tem efeitos nas primeiras cinco sessões de
hidroterapia, o que corresponde a 50% dos inqueridos; 30% dos pacientes sente os efeitos da
sexta a décima sessão, ao passo que apenas 20% vê resultados da décima à décima quinta sessão,
o que perfaz, em número, 20, 12 e 8, respectivamente.
50%
30%
20%
De 1 a 5
De 6 a 10
De 11 a 15
33
3.2. Discussão dos resultados
Quanto a este ponto, importa afirmar que fizemos um estudo analítico em relação aos
efeitos da hidroterapia em pacientes afectados pelo AVC, com sequela de
hemiparésia/hemiplegia.
Podemos então, inferir que a actuação da fisioterapia, mais concretamemnte da
hidroterapia, nestes pacientes é, de todo o modo, essencial. Deste modo, vimos no campo,
nomeadamente no HAB, alguns resultados.
Cabe então fazer uma comparação com estudos Bastos e outros (2016) nos seguintes
termos: em primeiro lugar, concordamos com os autores ao afirmarem que no processo de
fisioterapia aqueática, o calor da água ajuda a aliviar a espasticidade.
Porém, ainda quanto aos efeitos, não concordamos com o estudo feito por estes autores
quando afirmar quue “mesmo que o alívio seja apenas temporário”, partindo da ideia de que os
efeitos da hidroterapia têm uma duração própria (a longo tempo) que não permite chamar-lhe de
temporário.
No que tange às técnicas, o estudo feito por autores não especifia as técnicas de hidroterapia,
porém nas nossa pesquisas tratamos de especificar as técnicas de Bad Ragaz, Halliwick e Watsu. No
estudo feito no Hospital Américo Boavida, na área de Medicina física e reabilitação, vimos, de acordo
com os dados lá encontrados, que as duas primeiras técnicas (ver apêndices) são as mais utulizadas e
as que mais mostram resultados.
Quanto ao número de sessões, um estudo realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da
Universidade Metodista de São Paulo, avaliou, nesta perspectiva, os efeitos da hidroterapia na pressão
arterial e na frequência cardíaca, em pacientes portadores de AVC cujas sessões eram feitas 3 vezes
por semana.
Observamos, porém, que a hidroterapia acelera tanto no tratamento das pessoas que têm uma
sequela causade pelo AVC, ao ponto de que são necessárias no mínimo cinco sessões; aliás poucos
são os que precisam de 6 a 15 sessões, o que leva a crer que a hidroterapia em pacientes
hemiparéticos tem efeitos imediatos ou, pelo menos, a curto prazo.
34
Conclusão
No decorrer do trabalho tratamos do estudo sobre os efeitos da hidroterapia em paciente
com hemiparésia atendidos no Hospital Américo Boavida durante o Iº semestre do ano de 2019,
onde fizemos referência ao AVC, que depois pode desencadear paralisia total ou parcial de um
dos lados do corpo; abordamos ainda a hemiplegia (o termos mais recente para designar a
hemiparésia), assim como fizemos um breve enquadramento sobre a hidroterapia.
Por meio do estudo ora feiro, foi possível chegar-se à ideia de que a hidroterapia é
benéfica aos portadores de hemiplegia, uma vez que poporciona-os melhor qualidade de vida,
aprimora seu grau de amplitude de movimento, assim como eleva a sua autoestima; ou seja, a
hidroterapia, além de trazer benefícios apenas para o corpo (como o aumento da força e da
resistência, aumento da circulação periférica e a diminuição da espasticidade, melhoria da
capacidade respiratória e aeróbica e o equilíbrio do paciente), trabalha também nos aspectos
psicológicos.
A hidroterapia é utilizada o tratamento em piscina nos pacientes e enfatiza a sustentação
da água ajudar aliviar os sintomas dos pacientes e uma progressão graduada de exercícios; os
efeitos deste tipo de tratamento para os doentes com hemiparésia são imediatos, em mais ou
menos três já é possível ver os efeitos positivos.
De acordo com os resultados colhidos no campo e também de acordo com as fontes
bibliográficas a que tivemos acesso, concluímos que dentre os benefícios da hidroterapia para o
paciente portador de hemiparésia ou hemiplegia, com idade compreeendida entre os 60 aos 85
anos de idade são: o relaxamento dos músculos, a facilitação da circulação sanguínea, a
diminuição da dor, assim como a ajuda a retirar elemantos que degradam o metabolismo.
A hidroterapia em adultos com as idades citadas no parágrafo anterior deve ser feita a
base das técnicas de Halliwick, Bad Raggaz e Watsu, cuja temperatura, pode chegar até aos 40ºC;
a temperatura da água não pode ser muito fria, sob pena de não surtir os efeitos desejados pelo
fisioterapêuta, nem muito quente, pois há o risco de haver queimaduras na pele do paciente
portador de hemiparésia/hemiplegia.
35
Recomendações
1. À Coordenação do Curso de Fisioterapia da Universidade Jean Piaget, que incentive a
abordagem de temas ligados às técnicas e tratamento fisioterapêutico;
2. À direcção clínica do Hospital Américo Boavida, que divulgue os resultados do
tratamento hidroterapêutico da hemiparésia e outras doenças afins;
3. À mesma entidade, que permite a presença de estudantes, para fins de pesquisa.
36
Referências Bibliográficas
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de resistência à fadiga dos músculos dos membros inferiores dentro e fora da água no
equilíbrio estático e dinâmico de idosos. Rev. Brasileira de Fisioterapia. São Carlos.
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Neurofisiologia. São Paulo: Faculdade de Medicina.
Bobath, B. (2001). Hemiplegia em adultos: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole.
Boottomley, J. (2007). Dicionário de Fisioterapia. 2ª Edição. São Paulo.
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facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) pra prevenção do ombro doloroso em
paciente hemiplégicos/pareticos por acidente vascular enfalico na fase aguda. Belém:
Universidade da Amazónia.
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Adulto. São Paulo: Malone.
Dias, B. B. (2009). Aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg para verificação do
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Freitas, V. F., Cançado, F. A., Doll, J., & Gorzoni, M. (2006). Tratado de Geriatria e
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fisioterapeutica para tratamento de pacientes hemiplégicos e hemiparéticos acometidos
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37
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Massoco, D. Z., Lucínio, L. P., & Santos, R. M. (2013). Hemiplegia: uma revisão
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Texto Editores, E. (2010). Dicionário Integral de Língua Portuguesa. Luanda: Texto
Editores.
39
Anexos
Anexo A: descrição da perda de força no corpo
F
(Massoco, Lucínio, & Santos, 2013, p. 2)
Anexo B: descrição de um indivíduo afectado pela hemiplegia
Fonte: (Massoco, Lucínio, & Santos, 2013, p. 3)
40
Anexo C: Questionário
Campus Universitário de Viana
Universidade Jean Piaget de Angola
(Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 de 06 de Julho de 2001)
Faculdade de Ciências da Saúde
Estudo de campo
Antes de mais queira aceitar a minhas cordiais saudações, sou o Edilson Mateus Domingos
Tucala, estudante do curso de Fisioterapia, e venho por meio deste fazer-lhe algumas perguntas
que ajudarão na elaboração do meu trabalho de fim do curso, sob o tema “Estudo sobre os efeitos
da Hidroterapia em pacientes com hemiparésia, atendido no Hospital Américo Boavida”.
1. Qual é a frequência de entrada dos pacientes com hemiparesia no Hospital?
Pouca Normal Elevada
2. Qual é o sexo mais frequente no tratamento de doentes com hemiparésia?
Feminino ( )
Masculino ( )
3. Quais as principais manifestações clínicas que os doentes com hemiparésia
apresentam?
Ausência total de força em um lado ( )
Diminuição força em um dos lados do corpo ( )
4. Quais são as indicações na aplicação da hidroterapia em pacientes com hemiparésia?
Diminuição da força ( )
Paralisia total ( )
41
Diminuição da ADM ( )
Perda de sensibilidade ( )
5. Qual é a temperatura ideal para o tratamento de paciente hemiparético na
hidroterapia?
10º ( )
20º ( )
30º ( )
40º ( )
50º ( )
60º ( )
6. Quais as principais técnicas de hidroterapia usadas no tratamento de doentes com
hemiparesia?
Halliwick Bad Ragaz Watsu Burdenko
7. Quais os efeitos da hidroterapia em pacientes com hemiparesia?
Diminuição da dor ( )
Melhorar a flexibilidade ( )
Melhorar a amplitude do movimento ( )
Fortalecer a musculatura ( )
8. Qual é a faixa etária (dentre os idosos) mais frequente no atendimento
hidroterapêutico dos pacientes com hemiparésia?
60 – 64 ( )
65 – 70 ( )
71 – 85 ( )
9. Em quantas sessões de hidroterapia houve resultados em termos de recuperação dos
pacientes?
De 1 a 5 ( )
De 6 a 10 ( )
De 11 a 15 ( )
42
Anexo D: Guia de encaminhamento para a recolha de dados
43
Anexo E: Carta para o pedido de autorização para a recolha de dados
44
Anexo F: Imagem frontal do Hospital Américo Boavida
45
Anexo G: entrada do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Hospital Américo
Boavida
Anexo H: Divisão e compartimentos do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do HAB
46
Anexo I: área de hidroterapia do HAB
Anexo I: equipamentos de hidroterapia (macarrão e halteres )
47
Apêndice s
Apêndice 1: técnicas de Hidroterapia
Técnica de Halliwick
Fonte: blog.fisiotrauma.com.br
Técnica de Bad Ragaz
Fonte: blog.poolterapia.net.br
Técnica de Watsu
Fonte: blog.poolterapia.net.br

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Estudo sobre os efeitos da hidroterapia em pacientes com hemiparésia

  • 1. 1 f Campus Universitário de Viana Universidade Jean Piaget de Angola (Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 de 06 de Julho de 2001) Faculdade de Ciências da Saúde MONOGRAFIA ESTUDO SOBRE OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA EM PACIENTES COM HEMIPARÉSIA ATENDIDOS NO HOSPITAL AMÉRICO BOAVIDA DURANTE O Iº SEMESTRE DO ANO 2019 Autor: Edilson Mateus Domingos Tucala Licenciatura: Fisioterapia Orientador: Dr. Márcia Edna G. Pedro Viana, Novembro/2019
  • 2. 2 Campus Universitário de Viana Universidade Jean Piaget de Angola (Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 de 06 de Julho de 2001) Faculdade de Ciências da Saúde MONOGRAFIA ESTUDO SOBRE OS EFEITOS DA HIDROTERAPIA EM PACIENTES COM HEMIPARÉSIA ATENDIDOS NO HOSPITAL AMÉRICO BOAVIDA DURANTE O Iº SEMESTRE DO ANO 2019 Edilson Mateus Domingos Tucala Fisioterapia
  • 3. I EPÍGRAFE “Não é bom punir, o justo nem ferir aos nobres por causa da sua rectidão” «Provérbios 17-26»
  • 5. III AGRADECIMENTOS Ao Todo-Poderoso, Criador do Céu e da Terra, doador da vida; Aos meus caros colegas; À minha caríssima orientadora, Dra. Márcia Edna Pedro, a paciência e o apoio prestado; A todos, os meus profundos agradecimentos.
  • 6. IV Declaração de autor Declaro que este trabalho foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular das Normas Orientadoras de Preparação e Elaboração da Monografia, emanadas pelo Departamento de Altos Estudos e Formação Avançada (DAEFA). O trabalho é original excepto onde indicado por referência especial no texto. Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam de modo nenhum as visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado para avaliação noutras instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras. Mais informo que a norma para a elaboração do trabalho foi a Norma APA (6ª Edição) Assinatura:___________________________________________. Data:___/____/____.
  • 7. V SIGLÁRIO Apud – Citado por; AVE – Acidente Vascular Encefálico; AVC – Acidente Vascular Cerebral; OMS – Orgnização Mundial da Saúde; P – Página; Pp – Páginas;
  • 8. VI RESUMO No trabalho que nos propomos apresentar cujo tema é: “efeitos da hidroterapia em pacientes hemiparéticos atendidos no hospital américo Boavida durante o Iº semestre do ano 2019”, visa, sobretudo, fazer uma abordagem sobre os efeitos do tratamento aquático em pacientes com hemiparésia. Mediante o uso do método dedutivo e analítico, feito com base num estudo do tipo qualitativo e retrospectivo, de natureza quantitativa, o trabalho busca essencialmente responder os seguintes objectivos específicos: caracterizar os pacientes com hemiparésia, descrever a importância da hidroterapia em pacientes com hemiparésia, mencionar as principais contra indicações e precauções na aplicação da hidroterapia em pacientes hemiparéticos. Em termos de resultados, o trabalho ora apresentado espera colher resultados positivos relativos aos pacientes com hemiparésia atendidos no hospital no Hospital Américo Boavida, no ano de 2019 , no 1º trimestre. Em primeiro lugar, importa dizer, que quando as pessoas são afectadas por hemiparésia, devem merecer, não apenas tratamento médico geral, ou mesmo de género psicológico, mas sim e acima de tudo um tratamento fisioterapêutico; um desses tratamento é o que é feito por meio de água, a chamada hidroterapia. Por via de regra, em função das dificuldades vindas dos tratamentos da hemiparésia é importante a proposta de um programa de fisioterapia aquática com ênfase na marcha destes indivíduos. Assim, o ambiente aquático é eficaz para estimular o funcionamento normal do hemiparético; o tratamento em ambiente aquátivo, quanto adequadamente usado, é fornece um ambiente estável para a participação activa do paciente na melhora da sua habilidade funcional. Palavras-chave: Hidroterapia, hemiparésia, tratamento, efeitos.
  • 9. VII ABSTRACT In the paper that we propose to present whose theme is: “effects of hydrotherapy in hemiparetic patients treated at the Americo Boavida Hospital during the 1st semester of 2019”, it aims, above all, to approach the effects of aquatic treatment in patients with hemiparesis. Through the use of the deductive and analytical method, based on a qualitative and retrospective study, of quantitative nature, the work essentially seeks to answer the following specific objectives: characterize patients with hemiparesis, describe the importance of hydrotherapy in patients with hemiparesis, mention the main contraindications and precautions in the application of hydrotherapy in hemiparetic patients. In terms of results, the paper presented here hopes to reap positive results for patients with hemiparesis seen at the hospital at the Americo Boavida Hospital, in 2019, in the first quarter. In the first place, it must be said that when people are affected by hemiparesis, they should deserve not only general or even psychological medical treatment, but above all physical therapy; One such treatment is water treatment, called hydrotherapy. As a rule, due to the difficulties arising from hemiparesis treatments, it is important to propose an aquatic physiotherapy program with an emphasis on the gait of these individuals. Thus, the aquatic environment is effective in stimulating the normal functioning of the hemiparetic; Aquatic treatment, when properly used, provides a stable environment for the patient's active participation in improving his or her functional ability. Key-Words: Hydrotherapy, hemiparesis, treatment, effects.
  • 10. VIII ÍNDICE EPÍGRAFE.......................................................................................................................I DEDICATÓRIA............................................................................................................. II AGRADECIMENTOS .................................................................................................. III Declaração de autor .......................................................................................................IV SIGLÁRIO ..................................................................................................................... V RESUMO ......................................................................................................................VI INTRODUÇÃO...............................................................................................................1 IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA..............................................................................2 OBJECTIVOS DO ESTUDO ..........................................................................................2 Objectivo Geral ...............................................................................................................2 Objectivos Específicos.....................................................................................................2 IMPORTÂNCIA DO ESTUDO........................................................................................3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.......................................................................................3 DEFINIÇÃO DE CONCEITOS.......................................................................................3 1.1. Envelhecimento .....................................................................................................4 1.2. Acidente Vascular Encefálico ................................................................................5 1.3. Fisiopatologia do acidente vascular encefálico.......................................................6 1.3.1. Factores de riscos ...............................................................................................7 1.4. Hemiparésia e Hemiplegia .....................................................................................8 1.5. Hidroterapia...........................................................................................................9 1.5.1. Hidroterapia e condicionamento cardiovascular................................................ 11 1.5.2. Programa de hidroterapia.................................................................................. 14
  • 11. IX 1.5.3. Protocolo de tratamento com fisioterapia aquática ............................................ 15 1.5.4. Efeitos fisiológicos e terapêuticos da água........................................................ 16 1.5.5. Efeitos psicológicos da água aquecida .............................................................. 19 1.5.6. Técnicas utilizadas na hidroterapia ................................................................... 19 1.5.7. A hidrocinesioterapia........................................................................................ 21 1.5.8. Indicações da Hidroterapia................................................................................ 22 1.5.9. Contra-indicações da Hidroterapia.................................................................... 23 CAPITULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO...................................... 24 2.1. Método de investigação........................................................................................... 24 2.2. Objecto de estudo.................................................................................................... 24 2.3. População e Amostra .............................................................................................. 24 2.4. Hipóteses ................................................................................................................ 25 2.5. Variáveis................................................................................................................. 25 2.6. Instrumento de investigação.................................................................................... 25 2.7. Processamento e tratamento da informação............................................................. 26 CAPITULO III: ANÁLISE, DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS ...................................................................................................................................... 27 3.1. Dados sociodemográficos ....................................................................................... 27 Conclusão...................................................................................................................... 34 Recomendações ............................................................................................................. 35 Referências Bibliográficas ............................................................................................. 36 Anexos .......................................................................................................................... 39
  • 12. X ÍNDICE DE GRÁFICOS Gráfico 1: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo a frequência........................................................... 27 Gráfico 2: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo o sexo.................................................................... 28 Gráfico 3: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo as manifestações clínicas....................................... 28 Tabela 2: Distribuição dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo a temperatura ideal para o tratamento de paciente hemiparético na hidroterapia.................................................................................................................... 29 Gráfico 4: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo as principais ténicas de hidroterapia ...................... 30 Gráfico 5: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo os efeitos da hidroterapia....................................... 31 Gráfico 6: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo a faixa etária, entre os idosos................................. 31
  • 13. 1 INTRODUÇÃO Neste trabalho abordamos um tema de capital importância para os estudos da Fisioterapia, concretamente “os efeitos da hidroterapia em pacientes com hemiparésia atendidos no Hospital Américo Boavida”, onde realizamos um estudo no Hopital já referido dos pacientes acometicos pela hemiparésia. Durante a nossa vida enfrentamos situações que muitas vezes podem causar complicações de saúde, umas delas são as situações de AVE e AVC; assim, sofrer um AVC é, quase sempre, uma experiência traumática e devastadora. Quando o AVC actua, as pessoas estão algures a trabalhar, a gozar férias, a acordar, a conviver; não importa a nossa condição social, a nossa etnia, o nosso sexo ou preferência sexual, a nossa idade, sofrer um acidente vascular celebrar reperesenta uma reviravolta na nossa vida e na e daqueles que nos são próximos. Importa afirmar que a Hemiparésia pode ser tratada usando várias técnicas e meios, uma delas é a hidroterapia; os pacientes com hemiparésia merecem uma intervenção especial, não apenas por parte dos médicos gerais e especialistas, mas sobretudo dos fisioterapêutas. O papel do fisioterapêuta no tratamento de pacientes com hemiparésia pode resumir-se na aplicação de técnica de aquática, é o que se chama hidroterapia. Por outro lado, o trabalho está dividido em três capítulos essenciais, o primeiro, o da fundamentação técnico-científica, o segundo que trata das opções metodológicas do estudo e o terceiro que trata da análise, apresentação e discussão dos resultados. No primeiro capítulo apresentamos os argumentos teóricos do trabalho, trazendo o desenvolvimento dos assuntos que foram objectos de pesquisa; ainda no decorrer do mesmo, conceituamos a AVC, o AVE, assim como a hemiparésia e a hemiplegia; no segundo capítulo abordamos a parte metodológica da pesquisa, ou seja, as vias e meios usados para que o trabalho fosse redigido e interpretado de acordo às normas.
  • 14. 2 Por seu turno, no terceiro capítulo (análise, apresentação e discussão dos resultados) abordamos os aspectos práticos do estudo, destacando o atendimento, no Hospital Américo Boa- Vida, de pacientes afectados pela hemiparésia e o seu tratamento por via da Hidroterapia. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA Uma vez que ninguém está impune a passar por situações menos boas em termos de saúde, importa afirmar que não podemos ignorar o facto de que qualquer um de nós poderá ser sujeito situação de hemiparésia ou hemiplegia em consequência de uma acidente vascular (cerebral ou encefálico); ainda assim, na pesquisa do presente trabalho, encontramos um conjunto de dificuldades na recolha de elementos práticos, primeiro, pela pouca abertura científica que os hospitais proporcionam aos pesquisadores e, segundo, pelos meios que dispomos para a elaboração das entrevistas aos detentores dos conteúdos práticos. Assim, é necessário que a hemiparésia seja tratada e devidamente acompanhada e, partindo da ideia de que a necessidade do seu tratamento interessa a todos, coloca-se a seguinte pergunta de partida: quais são os efeitos da hidroterapia na recuperação de pacientes com hemiparésia? OBJECTIVOS DO ESTUDO Objectivo Geral Estudar os efeitos da Hidroterapia em pacientes com hemiparésia atendidos no Hospital Américo Boavida. Objectivos Específicos (1) Caracterizar pacientes com hemiparésia; (2) Descrever a importância da Hidroterapia em pacientes com hemiparésia;
  • 15. 3 (3) Mencionar as Principais indicações na aplicação da Hidroterapia em pacientes com hemiparésia. IMPORTÂNCIA DO ESTUDO O trabalho que ora se apresenta é de extrema importância, já que quer em termos práticos, como em termos teóricos, o trabalho mostra-nos como a hidroterapia funciona em pacientes com hemiparésia; ou seja, o trabalho faz uma abordagem mais ou menos aprofundada sobre as formas de tratamento de pacientes com hemiparésia por meio da Hidroterapia. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO O estudo do trabalho que é apresentado está delimitado no sentido material, territorial e o temporal. No aspecto material, o estudo está delimitado nos efeitos da Hidroterapia em pacientes com hemiparésia, como uma das técnicas de tratamento fisioterapêutico; já no sentido territorial, o estudo está delimitado no Hospital Américo Boavida, localizado no Distrito Urbano do Rangel, Município de Luanda, Província de Luanda, República de Angola; no que toca ao tempo, o trabalho cinge-se apenas nos pacientes dos 60 aos 80 anos atendidos, naquele lugar no Primeiro Semestre do ano 2019. DEFINIÇÃO DE CONCEITOS a) Hidroterapia: “um recurso fisioterapêutico que busca a reabilitação humana através dos princípios da aplicação de exercícios físicos aliado às propriedades físicas da água” Orsini (2010) apud Santos (2016, p. 7). b) Hemiparésia: “enfraquecimento muscular que se regista numa das metades do corpo e constitui uma forma atenuada de hemiplegia” (Texto Editores, 2010, p. 812). c) Hospital: “estabelecimento onde se internam e tratam doentes” (Texto Editores, 2010, p. 837).
  • 16. 4 CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO TECNICO-CIENTIFICA. 1.1. Envelhecimento Uma vez que os acidentes vasculares acontecem, na maior parte das vezes, em pessoas de idade avançada, importa, antes de mais, fazer menção do envelhecimento; assim, entende-se por envelhecimento o processo progressivo e dinâmico em que há alterações funcionais, morfológicas e bioquímicas que agem como limitadores do organismo o que torna os indivíduos susceptíveis a acções extrínsecas e intrínsecas que terminam por leva-los a morte. Dito de outro modo, trata-se de mudanças profundas nas células, tecidos e órgãos do nosso organismo; esta população também pode ser designada de “terceira idade” e, segundo a OMS, o idoso é caracterizado cronologicamente como indivíduos com mais de 60 anos de idade. Segundo Avelar (2010) apud Santos (2016, p. 4); Diversos factores têm contribuído para o crescimento da população idosa no país, entre eles podemos citar a melhoria nos programas de saúde, principalmente na atenção ao idoso nessa fase, contribuindo para o aumento na expectativa de vida melhor do indivíduo”. A longevidade, nas últimas décadas, passou a ser uma conquista do ser humano, que coincide com a fase mais estendida da vida, a velhice, juntamente, porém na maior parte das vezes, a um aumento significativo de doenças crónicas. Nessa direcção, envelhecer implica senilidade, lidar com perdas e dar-se conta da indesejada finitude. Nesta ordem, durante o processo de envelhecimento, ocorrem alterações fisiológicas graduais, porém progressivas, como o aumento das enfermidades crónico-degenerativas, sendo comum a ocorrência de distúrbios músculo-esqueléticos, endócrinos, cardiovasculares, pulmonares, neurológicos, psiquiátricos, entre outros. Nesta fase da vida, as alterações da componente mecânica neuromuscular são mais latentes, o que traz consigo algumas dificuldades na força muscular, mobilidade articular e flexibilidade, o que acaba por afectar directamente o equilíbrio estático e dinâmico da pessoa. Para Santos (2016, p. 4): Dentre essas afecções, destaca-se o grupo das doenças encéfalo vasculares (DEV), que apresentam um índice de mortalidade de 51,6 por 100.000 habitantes, e neste grupo, o Acidente Vascular Encefálico (AVE) se destaca por acometer uma parcela significativa de pessoas idosas, sendo apontado como principal causa de morte, principalmente a partir da faixa etária de 65 anos.
  • 17. 5 1.2. Acidente Vascular Encefálico O sistema nervoso é formado por estruturas nobres e altamente especializados, que exigem para seu metabolismo um suprimento permanente e elevados de glicose e oxigénio. O consumo de oxigénio e glicose pelo encéfalo é muito elevado, o que requer um fluxo sanguíneo geralmente intenso. Quedas na concentração de glicose e oxigénio no sangue circulante ou, por outro lado, a suspensão do afluxo sanguíneo ao encéfalo não são toleradas além de um período muito curto. Após cerca de cinco minutos começam a aparecer lesões que são irreversíveis O acidente vascular encefálico (AVE) é definido como uma alteração súbita da função neurológica, ocasionada por uma privação de fluxo sanguíneo em determinada área cerebral, impedindo o fornecimento de oxigénio (O2) e glicose ao tecido, proporcionando danos ao mesmo. Para serem considerados como acidente vascular encefálico (AVE) os pacientes devem apresentar sinais neurológicos que perdurem no mínimo 24 horas. No entender de Machado (2006) apud Santos (2016, p. 5); Os processos patológicos que acometem os vasos cerebrais, tais como tromboses, embolias e hemorragias, ocorrem com uma frequência cada vez maior com o aumento da vida média do homem moderno. Eles interrompem a circulação de determinadas áreas encefálicas, causando necrose e amolecimento do tecido nervoso, acompanhados de alterações motoras, sensórias ou psíquicas, que podem ser características para a área e a artéria lesada. As consequências acarretadas pelo AVE (Acidente vascular encefálico) ocasionam danos físicos como plegias ou paresias de um ou ambos os membros, alterações sensoriais e espasticidade, danos psicoafetivos como quadros depressivos, ansiedade e agressividade, danos cognitivos como problemas de memória, atenção e concentração, alteração da linguagem e funções executivas, dificuldades no planejamento de ações e déficits perceptual e perda do mecanismo de controle postural. Segundo Oliveira (2013), o acidente vascular encefálico podem ser classificado em dois tipos, o AVE isquêmico (AVEi) e o AVE hemorrágico (AVEh). “O isquêmico pode ser caracterizado por uma obstrução do fluxo sanguíneo em determinada artéria encefálica, sendo provocado principalmente por ateroma ou êmbolos secundários” (Lopes & Mejia, 2012, p. 4). Já no hemorrágico, acontece uma ruptura de alguma dessas artérias com o extravasamento sanguíneo intracerebral ou na região subaracnóide.
  • 18. 6 O AVEi, por sua vez, está subdividido em Lacunar, Trombólico ou Embólico; o AVEh subdivide-se em intracerebral e subaracnóide. De acordo Lopes & Mejia (2012, pp. 4-5); A isquemia é caracterizada por um processo no qual o tecido não recebe suficientemente nutrientes e oxigénio, indispensáveis para o metabolismo das células. Ocorrendo normalmente por uma oclusão de um vaso ou redução da pressão de perfusão cerebral. A hipoperfusão cerebral leva a parada do fluxo sanguíneo induzindo a morte neuronal da região afectada rapidamente. Por tanto a penumbra isquêmica, que consiste na área próximas a área afectada, é composta por tecido cerebral funcionalmente afectado e pode ser transformada em enfarto por sofrimento neuronal secundário, induzido por efeitos cito-tóxicos e excito-tóxicos da cascata bioquímica isquêmica. A disfunção é considerada reversível, denominando-se acidente isquêmico transitório (AIT), porém quando a disfunção durar mais que 24 horas, surgirão lesões definitivas e irreversíveis na área afectada, caracterizando a morte de parte dos neurónios. 1.3. Fisiopatologia do acidente vascular encefálico Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apud Lopes & Mejia (2012, p. 4): O Acidente vascular encefálico (AVE), é caracterizado como uma síndrome de desenvolvimento rápido, com sinais clínicos de distúrbio da função cerebral, com sintomas neurológicos focais ou globais causados por isquemia ou hemorragia no cérebro ou a sua volta. Ocorrendo devido à interrupção do fluxo sanguíneo para o cérebro, que pode ser por uma obstrução de uma artéria que o supre, caracterizando o AVE isquêmico ou por ruptura de um vaso, caracterizando o AVE hemorrágico. O bloqueio do fluxo sanguíneo mesmo por alguns minutos provoca uma serie de eventos patológicos que podem causar danos celulares irreversíveis. As áreas de isquemia promovem a liberação excessiva de neurotransmissores (glutamato e aspartato) ocasionando uma perturbação do metabolismo energético e despolarização anóxica. Com isso, as células encefálicas ficam incapazes de produzir energia, sobretudo adenosina trifosfato (ATP). Por outro lado, ocorre um influxo exagerado de íons de cálcio e falência da bomba da membrana encefálica. O cálcio em excesso começa a reagir com os
  • 19. 7 fosfolipídeos intraencefálicos para criar radicais livres, além de estimular a liberação de óxido nítrico e de citocinas. Para Galúcio (2013) apud Lopes & Mejia (2012, p. 5); Menciona que entre as manifestações clínicas do acidente vascular encefálico, podemos citar os prejuízos das funções sensitivas, motoras, de equilíbrio e de marcha, além do déficit cognitivo e de linguagem. Entre as alterações motoras, destaca-se a hemiplegia, caracterizada pela perda de força muscular no domínio contralateral à lesão encefálica. Esses prejuízos resultam em limitação na realização das Actividades de Vida Diária (AVD), restrições na participação social e, consequentemente, piora da qualidade de vida. 1.3.1. Factores de riscos Os principais factores de risco que influenciam no desenvolvimento de um acidente vascular encefálico são hipertensão arterial sistólica ou diastólica, hipercolesterolemia, tabagismo, diabetes mellitus, consumo elevado de álcool, sedentarismo, stress e uso contínuo de anticoncepcionais orais. Para Cosmo (2009), os factores de risco predisponentes para se ter um AVE incluem a hipertensão arterial sistémica, diabetes mellitus, cardiopatias (principalmente a fibrilação atrial), obesidade, hipercolesterolemia, embolismo, trombos, hemorragia secundária ao aneurisma, história de ataques isquêmicos transitórios, estenose carotídea assintomática, intolerância à glicose, dislipidemias, uso de contraceptivos, fumo, consumo abusivo de álcool, dieta inadequada, sedentarismo, dependência química. Os índices para pessoas que consomem bebidas alcoólicas são maiores para factos isquêmicos enquanto para as pessoas diabéticas o risco maior é de um episódio hemorrágico. por outro lado, é que o número de casos de pacientes de sexo masculino é significantemente maior em relação ao sexo feminino, a raça também pode excitar, o pacientes negros apresentam acontecimentos hemorrágicos de maior extensão do que os pacientes brancos. De acordo com Oliveira (2013) apud Lopes & Mejia (2012, p. 6); Define como a força exercida pelo sangue no interior das artérias, também sendo definida pela quantidade de sangue que é ejectado do coração e a resistência encontrada para circular no corpo. Sendo esta uma variável fisiológica constante que pode oscilar dependendo do sistema cardiovascular de cada individuo, sobretudo com relação ao débito cardíaco, que é definido pelo volume ejectado do ventrículo esquerdo em cada sístole que é directamente proporcional a frequência cardíaca, e a
  • 20. 8 resistência vascular periférica, que é determinada pela resistência oferecida pelo vaso ao fluxo sanguíneo normal. A hipertensão arterial acomete homens e mulheres, de todas as idades e todas as raças. O aumento da pressão arterial (PA) implica em risco crescente para acidente vascular encefálico (AVE), este risco se inicia a partir dos valores normais de PA, sendo esta 120 x 80 mmHg. Sendo considerado um fator de risco para todos os tipos de AVE e demais doenças cardiovasculares. Para Oliveira (2013) apud Lopes & Mejia (2012, p. 6) afirma que: A hipertensão arterial é uma entidade clínica multifatorial caracterizada pela persistência da elevação dos valores pressóricos iguais ou superiores a 140 mmHg de pressão sistólica e ou 90 mmHg de diastólica, estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde OMS, por no mínimo duas aferições seguidas em dias diferentes, em repouso e ambiente tranquilo.Estando integrados a fenômenos como hipertrofia vascular e cardíaca, e alterações hormonais e metabólicas.Após a confirmação diagnostica, esta síndrome pode ser classificada em dois tipos: a primária que possui fator etiológico desconhecido e a secundaria tendo o componente orgânico visivelmente desencadeador dos aumentos tensores. De acordo com a pesquisa podemos dizer que, as doenças cardiovasculares são as principais causadoras de morte, estando á hipertensão arterial sistémica entre uma das patologias responsável. A hipertensão arterial transporta inúmeras dificuldades nas quais podemos citar cardíacas, encefálicas, coronária nas, renais e vasculares periféricas. Por outro lado dizemos, tendo a necessidade de programar estratégias de precaução, para que ocorra mudança no carácter de vida, incluindo a prática de exercícios físicos aeróbico que promovera benefícios á população hipertensa, por meio de inúmeras resistências fisiológicas nos sistemas corporais e, por outro lado, no sistema cardiovascular, reduzindo a morbidade e mortalidade por doenças cardiovasculares. 1.4. Hemiparésia e Hemiplegia Entendemos por hemiparésia a paralisia parcial ou à diminuição da força em metade do rosto, no braço e na perna de um mesmo lado do corpo; ela está associada à hemiplegia, que é a paralisia de todo um lado do corpo. Nos dois transtornos existe uma gravidade diferente; se por um lado a hemiplexia refere-se à paralisação, na hemiparésia, regista-se uma debilidade e não imobilidade (ver anexo A).
  • 21. 9 A hemiplegia pode ocorrer em pessoas de menor idade como um dos tipos de sequela de paralisia cerebral, meningites e doenças infecciosas, assim como em adultos e com maior incidência; por via de regra, a hemiplegia é resultado de acidente vascular cerebral (AVC), e atinge um dos lados do corpo deixando-o paralisado ou muito debilitado, deve ser tratada o quanto antes através da fisioterapia. A hemiplegia é definida como uma sequela neurológica caracterizada por paralisia em um hemicorpo (uma das metades do corpo) devido a uma doença neurovascular com consequências e comprometimentos em vários níveis de acordo com a área atingida, levando a limitações funcionais e incapacidades contralaterais ao hemisfério lesado, causando alterações de tônus (contração miníma de um musculo em repouso), coordenação e equilíbrio (Massoco, Lucínio, & Santos, 2013, p. 3). Hoje em dia, o termo hemiparésia está em desuso no âmbito da Fisioterapia Contemporânea, sendo substituído pelo termo hemiplegia; pelo que para os diferenciar usam-se as expressões hemiplegia parcial e hemiplegia total (ver anexo B). Esta patologia é caracterizada pela ausência do controlo motor num dos lados do corpo, contra-lateral ao lado do cerebro em que ocorreu a lesão; a hemiplegia apresenta um quadro clínico mais comum no paciente com manzelas AVC e causa uma alteração significativa no padrão de marcha independente, com perda parcial ou até mesmo total desta função. Em termos de manifestações clínicas, a hemiplegia causa alterações das funções motora, sensitiva, mental, perceptiva e da linguagem; apesar de que o quadro neurológico destas alterações pode variar em função do local. 1.5. Hidroterapia Em primeiro lugar importa fazer uma análise histórica e etimológica da hidroterapia. Assim, afirmamos que trata-se de um termo de origem grega onde “hydro” significa água e “therapeia” significa cura. Existem relatos de autores como é o caso de Campion (2000), que dizem que a hidroterapia, por ser uma técnica em que é usado um recurso natural, é tão antiga quanto a história da humanidade. Esta técnica tem um historial bastante longo e foi tão importante no passado quanto é na actualidade; afirma-se que ainda é incerta o momento exacto em que a hidroterapia foi utilizada
  • 22. 10 pola primeira vez; entretanto, existem relatos de 2.400 a.C. que afirmam que esta técnica é originária de uma cultura proto-indiana, onde se usava instalações higiênicas e que os antigos egípcios, assírios e mulçumanos faziam uso das fontes minerais para realização de curas. De acordo com Campion (2000), hoje em dia ao tratarmos da hidroterapia estamos a falar de um recurso usado na área da fisioterapia que são usados efeitos físicos e fisiológicos que vem da imersão do corpo em piscina, com água aquecida, com o fim de reabilitar ou para promover a prevenção de alterações funcionais. Dito de outro modo, a hidroterapia é um recurso fisioterapêutico que utiliza os efeitos físicos, fisiológicos e cinesiológicos, advindos da imersão do corpo em piscina aquecida, como recurso auxiliar da reabilitação, ou na prevenção de alterações funcionais. De acordo com Orsini (2010) apud Santos (2016, p. 7), A hidroterapia é um método utilizado desde de antigamente em diversas disfunções do organismo, utilizando as suas propriedades de resistência assistência e suporte, favorecendo ao paciente a realização de actividades que agilizam na melhora da ADM, no recrutamento de fibras musculares de tipo 1 e tipo 2, exercícios de resistências, treino de equilíbrio e de marcha. A hidroterapia é, deste modo, um recurso fisioterapêutico que busca a reabilitação humana através dos princípios da aplicação de exercícios físicos aliado às propriedades físicas da água. Essas propriedades físicas podem agir de maneira a aumentar a amplitude de movimento, a flexibilidade e a força muscular. O que estamos a afirmar é que o ambiente aquático é um meio muito eficaz para o incentivo funcional, no processo líquido, a força de flutuação auxilia na realização dos movimentos e menos compensações surgem, na procura do equilíbrio e do movimento normal. Na outra perspectiva os efeitos fisiológicos dos exercícios combinados aos efeitos adquiridos pela temperatura da água são uma das vantagens da actividade nesse meio, os efeitos da imersão estão relacionadas à circulação, à temperatura do corpo, e à intensidade dos exercícios. A imersão aquática possui efeitos fisiológicos relevantes que se estendem sobre todos os sistemas e a homeostase. Estes efeitos podem ser tanto imediatos quanto tardios, permitindo assim, que a água seja utilizada para fins terapêuticos em uma grande variedade de problemas orgânicos. A terapia aquática parece ser benéfica no tratamento de pacientes com distúrbios musculo esqueléticos, neurológicos, cardiopulmonares, entre outros.
  • 23. 11 (Santos R. A., 2016, p. 7) Segundo Oliveira (2013), o exercício aquático incluindo o de flexibilidade, fortalecimento, treinamento de marcha e relaxamento podem ser feito em temperatura entre 26°C e 33°C. A fisioterapia aquática tem como Objectivo promover o máximo de independência funcional possível ao paciente, minimizando as respostas anormais e potencializando os movimentos apropriados, beneficiando-se dos princípios físicos e termodinâmicos da água. Entre esses princípios físicos destacam-se: empuxo, força oposta à gravidade actuando sobre o objecto imerso, que propicia a flutuação; pressão hidrostática, pressão que a água exerce sobre o corpo em todas as direcções; viscosidade, atracção entre as moléculas de água que cria uma resistência ao movimento, contribuindo dessa forma para o fortalecimento. Os exercícios aquáticos permitem criar situações de instabilidade com utilização dos efeitos da turbulência, fornecendo grande quantidade de informações sensoriais, promovendo melhora nas reacções de equilíbrio corporal. A água proporciona suporte e minimiza o estresse biomecânico nos músculos e articulações, auxilia na melhora da circulação sanguínea, aumento da amplitude articular, aumento da força muscular, melhora da confiança e da capacidade funcional, relaxamento muscular e diminuição temporária do nível de dor. (Santos R. A., 2016, p. 7) 1.5.1. Hidroterapia e condicionamento cardiovascular A hidroterapia é um dos métodos terapêuticos mais antigos utilizados para o gerenciamento de disfunções sensório-motoras e físicas. As propriedades de suporte, assistência e resistência da água favorecem os fisioterapeutas e pacientes na execução de programas voltados para melhora da amplitude de movimento, recrutamento muscular, exercícios de resistência e no treinamento de deambulação e equilíbrio (Orsini M. , 2008). Nas últimas décadas, na tentativa de reduzir as altas taxas de morbidade e mortalidade decorrentes do acidente vascular encefálico, uma quantidade considerável de recursos tem sido investida em pesquisas em todo o mundo. E a Hidroterapia vem se destacando ao longo dos anos entre os fisioterapeutas e pesquisadores, como um dos recursos terapêuticos mais utilizados para a reabilitação física e prevenção das alterações funcionais.
  • 24. 12 A hidroterapia é um recurso terapêutico de grande relevância para as varias áreas de atuação fisioterapêutica, aplicado em uma piscina termo aquecida através da utilização de técnicas especialmente desenvolvidas com objetivos de prevenir doenças, promover e manter a saúde, tratar, curar e reabilitar indivíduos com distúrbios funcionais e reintegrar o mesmo na sociedade. (Lopes & Mejia, 2012, p. 5) A fisioterapia é uma das especialidades mais frequentes no processo de Reabilitação, pois trabalha para a recuperação da função, da melhoria da mobilidade, alivio da dor e prevenção ou limitação das disfunções físicas de pacientes vitima de lesões ou doenças. Biasoli, (2006) apud Lopes & Mejia (2012, p. 6), em seu estudo afirma que; “Os efeitos fisiológicos na água aquecida são resultantes do exercício executado e variam de acordo com as temperaturas da água, a pressão hidrostática, a duração do tratamento e a intensidade dos exercícios. Outro fator importante é que as reações fisiológicas podem ser modificadas pelas condições da doença de cada paciente”. Muitos efeitos terapêuticos benéficos obtidos com a imersão na água aquecida (como o relaxamento, a analgesia, a redução do impacto e da agressão sobre as articulações) são associados aos efeitos possíveis de se obter com os exercícios realizados quando se exploram as diferentes propriedades físicas da água... Afirma ainda que no Sistema cardiorrespiratório: haverá mudanças como: 1 Melhora da capacidade aeróbica; 2. Melhora nas trocas gasosas; 3. Reeducação respiratória; 4. Aumento no consumo de energia; 5. Auxílio no retorno venoso; 6. Melhoria da irrigação sangüínea, resultando na estabilidade da pressão arterial e no retardo do aparecimento de varizes.” O enorme histórico dos tratamentos pela água faz da hidroterapia, um recurso fisioterapêutico, de grandes benefícios aos tratamentos dos diversos tipos de patologias, sejam elas ortopédicas, neurológicas, pediátricas, gineco-obstetricas e geriátricas. Devido aos efeitos físicos e fisiológicos advindo da imersão do corpo em piscina aquecida, é considerado um dos métodos terapêuticos mais antigos utilizados para o gerenciamento de disfunções físicas. Possuindo efeitos fisiológicos relevantes que se estendem sobre todos os sistemas e a homeostase. Tendo grandes benefícios no tratamento de pacientes com distúrbios musculoesqueléticos, neurológicos, cardiopulmonar, entre outros. Campion, (2005), afirma que: “apenas por meio da experiência clínica pode-se sugerir que a fisioterapia aquática seja um meio efetivo e prático para a recuperação de pessoas que estão com disfunções neurológicas, uma vez que poucas pesquisas têm sido realizadas”. As propriedades de suporte, assistência e resistência da água favorecem os fisioterapeutas e pacientes na execução de programas voltados para melhora da amplitude de movimento,
  • 25. 13 recrutamento muscular, exercícios de resistência e no treinamento de deambulação e equilíbrio (Orsini M. , 2008). Por outro lado dizemos que os exercícios terapêuticos e a água aquecida actuam em diversos sistemas do corpo humano seja o sistema cardíaco, muscular, respiratório, endócrino entre outros, levando a alterações fisiológicas. A frequência cardíaca é caracterizada pelo numero de vezes que o coração se contrai e relaxa, ou seja, o numero de vezes que o coração bate por minuto. E o mesmo ainda ressalta que a frequência cardíaca aumenta com a elevação da temperatura e como resultado do exercício, o aumento é proporcional á temperatura da água e a severidade do exercício. “No sistema cardiovascular há um conjunto de respostas á imersão, incluindo bradicardia, vasoconstrição periférica (período inicial), vasodilatação após alguns minutos imersos, e desvio de sangue para as áreas vitais, influenciam na pressão arterial corpórea em imersão” (Kabuki, 2007, p. 131). A hidroterapia vem se destacando na área de reabilitação neurológico devido o dinamismo natural da água que sustenta o corpo atuando como um suporte parcial de peso. E auxiliado pelos benefícios de seu aquecimento, esta terapia contribui na mobilização de articulações, movimentos simples e caminhadas sem que haja maior esforço pelo paciente. Salinet, 2012, demonstra em sua pesquisa melhorias significativas no condicionamento e fortalecimento físico em idosos e pacientes com artrite reumatoide, e seu grande potencial na reabilitação dos pacientes com AVE. Na outra perspectiva a melhoria do condicionamento físico trás uma serie de benefícios minimizando os conflitos comuns nesses pacientes como fadiga, quedas e fraturas, excessivo gasto energético e marcha hemiparética. Em sua pesquisa, Oliveira (2013), relata que apenas com a imersão do corpo ate o pescoço, em repouso, ocorre o efeito da pressão hidrostática agindo sobre todo o corpo e produzindo deslocamento de aproximadamente 700 ml de sangue, que são desviados das
  • 26. 14 extremidades e vasos abdominais para os grandes vasos do tórax, causando aumento significativo na pressão intra ventricular direita, no volume de ejecção e no débito cardíaco. “Em consequência, ocorre diminuição da resistência vascular sistémica, resultando na diminuição da pressão arterial. Com o aumento do retorno venoso, os barorreceptores desencadeiam o aumento do volume ejectado por contracção, reduzindo de forma reflexa a frequência cardíaca. Esse mecanismo é denominado reflexo do mergulho” (Lopes & Mejia, 2012, p. 7). Sendo de estrema importância a conhecimento dos princípios físicos, para formulação e desenvolvimento dos tratamentos. A hidrostática e a hidrodinâmica estão presente em todos os tratamentos, desde o momento que ocorre a imersão estes efeitos já estão atuando no corpo do individuo, ate mesmos sem actividade ou posicionamento terapêutico. A viscosidade influencia directamente no gasto energético ocorrendo aumento do VO2 e captação de O2. Outro efeito é o renal, onde o aumento da diurese, natriurese e potassiurese, potencializam acção cardiovascular, bem como acção nos rins. Para Lopes & Mejia (2012, p. 7), “Embora as respostas cardiocirculatórias de diferentes tipos de exercícios em imersão ainda sejam pouco estudadas, há na literatura indicadora de que exercícios em imersão afetam de forma positiva a PA e a FC de repouso”. 1.5.2. Programa de hidroterapia Este programa teve início desde os cuidados de entrada e saída do paciente da piscina até às manobras terapêuticas propriamente ditas na água; inicialmente foi realizada uma técnica de modulação do tônus muscular pr meio de pressões e tracções, e liberação do tendão de Aquiles através da chamada massagem transversa de Cyriax. (...) O controle da rotação transversal ocorre nas atividades em que o indivíduo controla o equilíbrio e o movimento ao redor do eixo transversal, ou seja, na passagem da postura sentada para o decúbito dorsal, ou ainda mais local como a extensão do tronco. Foram realizados também padrões isotônicos do Método de Anéis de Bad Ragaz para membros inferiores. Estes padrões utilizam movimentos rotacionais funcionais, que são iniciados nos segmentos distais. Através da estabilização, seguida do movimento de membros inferiores, segue um componente de irradiação de força, e com isso não são activados apenas membros inferiores e musculatura de quadril, mas também todo o tronco (Nicolini, Haas, & Dieter, p. 4).
  • 27. 15 De formas a facilitar o movimento de dorsiflexão, foi igualmente realizada a técnica de escovação da musculatura dorsiflexora, seguida de técnica de contração voluntária da musculatura. Por outro lado, foram instituídos certos treinos de marcha, nomeadamente a subida e a descida dos passos e exercícios com prancha de flutuação; estes exercícios tinham como fim facilitação o controlo motor, a repetição, e a aprendizagem sensório-motora. 1.5.3. Protocolo de tratamento com fisioterapia aquática “O protocolo de tratamento com FA foi elaborado a partir de adaptação de protocolos encontrados na literatura. Os pacientes foram submetidos ao tratamento com FA, que consistiu de 16 sessões ocorridas num período de 2 meses, 2 vezes por semana em dias não consecutivos; cada sessão teve duração de 1 hora” (Silva, et al., 2012, p. 19) Fase 1 do protocolo: aquecimento “Esta fase tem a duração de cinco minutos, sendo composta por duas voltas de caminhada frontal, lateral e posterior dentro da piscina, associadas a actividades de coordenação de membros superiores (MMSS) e membros inferiores (MMII), e dissociação de cinturas escapula e pélvica com auxílio de bolas de baixa densidade” (Silva, et al., 2012, p. 19). Fase 2 do protocolo: alongamento Na fase 2, com duração de 20 minutos, foram inicialmente realizados alongamentos (mantidos por 30 segundos) passivos, que evoluíram para ativos quando possível, das musculaturas: MMSS (músculo peitoral maior e menor, deltoide, bíceps braquial, tríceps branquial, flexores e extensores do punho); MMII (músculos isquiostibiais, tríceps sural, quadríceps femoual, adutores e abdutores da coxa com auxílio do aquatubo); tronco (músculo abdômen, grande dorsal, pessoas e quadrado lombar); pescoço (músculo trapézio, esternocleidomastoideo, escalenos e para vertebrais) Ibdem 19. Fase 3 do protocolo: exercícios activos e proprioceptivos
  • 28. 16 A fase 3 durou 25 minutos; nela, foram realizados exercícios ativos resistidos na posição ortostática (três sé-ries de dez repetições respectivamente). MMSS: flexão, extensão, adução, abdução, rotação interna, rotação externa, adução e abdução horizontal de ombro, flexão e extensão de cotovelo; MMII: tríplice flexão, adução, abdução e hiperextenção do quadril, step (subidas frontais e laterais), dorsoflexão e flexão plantar do tornozelo. Segundo Silva, et al., (2012, p. 19); O aumento da resistência foi progressivo e ajustado nos exercícios de fortalecimento, priorizando a musculatura extensora. A princípio foram realizados exercícios apenas com a resistência da água, sem uso de flutuadores. Posteriormente, evoluiu-se para outros três níveis de resistência, com flutuadores, a cada quatro sessões, se o potencial físico do paciente assim permitisse. Foram acrescidos, na nona sessão, exercícios proprioceptivos de descarga de peso na cama elástica e caminhada sobre aquatubo, ambos submersos. Durante os exercícios foi solicitado aos participantes que associassem a respiração às repetições dos exercícios. Fase 4 do protocolo: relaxamento/socialização Na perspectiva do mesmo autor acima afirma que, esta fase teve duração de dez minutos e alternou-se entre uma sessão com relaxamento e outra com socialização. O relaxamento era promovido através de flutuadores e massagens de turbilhonamento. A socialização era feita por meio de dinâmicas de grupo que estimulassem a memória e o entrosamento do grupo. 1.5.4. Efeitos fisiológicos e terapêuticos da água Estes efeitos resultam “do exercício executado e variam de acordo com as temperaturas da água, a pressão hidrostática, a duração do tratamento e a intensidade dos exercícios. Outro factor importante é que as reacções fisiológicas podem ser modificadas pelas condições da doença de cada paciente” (Biasoli & Machado, 2006, p. 226). Muitos efeitos terapêuticos benéficos obtidos com a imersão na água aquecida (tais como o relaxamento, a analgésica, a redução do impacto e da agressão sobre as articulações) associam- se aos possiíveis efeitos de se obter com os exercícios realizados quando se exploram as
  • 29. 17 diferentes propriedades físicas da água, como: a densidade relativa, a força de flutuação, a tensão superficial e a pressão hidrostática. Indo nas principais propriedades, importa afirmar que a força de flutuação é usada como resistência ao movimento, sobrecarga natural, estímulo à circulação periférica, fortalecimento da musculatura respiratória, e bem assim a facilitação do retorno venoso e participante do efeito massagista da água. A tensão superficial, por via de regra, age como resistência ao movimento, possuindo um valor apenas quando o músculo é pequeno ou fraco; diferente do que acontece com a pressão hidrostática. Neste afirma-se que a água, como qualquer outro líquido, exerce pressão no objecto nela imerso; caso o objecto este em relaxamento, a pressão exercida em todos os planos será igual; porém, se o objeto estiver em movimento e a água também, observa-se a pressão reduzida bem como o empuxo provocando certo afundamento que, se controlado, é parcial. Para Biasoli & Machado (2006, p. 226), “(...) cada tipo de massa (corpo, líquido, gasoso ou sólido) recebe e transmite uma pressão determinada, dependendo da profundidade de imersão. Quanto maior a profundidade em que o corpo se encontra, maior será a pressão exercida sobre ele. Isto significa que um indivíduo em pé na água sofrerá maior pressão nos pés”. Por outro termos, a pressão hidrostática tem os seus efeitos terapêuticos, na medida em que promove o aumento do débito cardíaco, da pressão pleural e da diurese e tem um impacto significativo, uma vez que os exercícios aquáticos são executados em baixa velocidade, diminuindo o impacto, o que faz diminuir também os problemas advindos de tal formação, quando em solo. A hidroterapia actua em diferentes sistemas e os efeitos que pode causar são: No sistema termorregulador, a manutenção do calor da água durante o tratamento reduz de forma rápida a sensibilidade da fibra nervosa e a exposição prolongada reduz a dor. Então, na temperatura de 33°C a 36,5°C haverá: 1. Dilatação dos vasos sangüíneos, levando ao aumento do suprimento sangüíneo periférico e elevação da temperatura muscular, que leva ao aumento do metabolismo da pele e dos músculos e, conseqüentemente, ao aumento do metabolismo geral e da
  • 30. 18 freqüência respiratória; 2. O aumento da atividade das glândulas sudoríparas e sebáceas à medida que a temperatura interna elevarse. (Biasoli & Machado, 2006, p. 227) No sistema cardiorrespiratório, é possível ver-se mudanças a melhoria da capacidade aeróbica, das tocas gasosas, a reeducação respiratória, o aumento no consumo de energia, o auxílio no retorno venoso, assim como o retardo do aparecimento de varizes. Já no sistema nervoso, “o calor relativamente brando reduz a sensibilidade das terminações sensitivas e, à medida que os músculos são aquecidos pelo sangue que os atravessa, seu tônus diminui levando ao relaxamento muscular” (Biasoli & Machado, 2006, p. 227). No sistema renal, a hidroterapia tem uma certa vantagem em termos de efeitos uma vez que com a variação do pH e da profundidade na qual o corpo está inserido, verifica-se o aumento dos fluidos corporais, o que pode levar ao aumento da diurese profunda. Tal deve-se ao facto de que o sangue, ao ser correctamente distribuído, melhora a circulação venosa e, por conta disso, melhora também a resposta renal e o estímulo ao processo de micção, devendo-se tomar certos cuidado nos casos de pacientes com incontinência. No sistema imunológico, “estudos comprovam que a aplicação intensa e prolongada de calor húmido penetra até 3,4 cm, atingindo inclusive camadas superficiais dos músculos. Promove, também, o aumento do número de leucócitos, além da melhora das condições tróficas, levando a um quadro geral mais saudável do paciente” (Biasoli & Machado, 2006, p. 227). Por último, no sistema músculo-esquelético, a hidroterapia tem efeitos positivos porque os exercícios físicos podem começar nas primeiras fases do tratamento, de modo que os músculos possam ser relaxados e o metabolismo estimulado, ocorrendo, as seguintes situações: redução do espasmo muscular e das dores, diminuição da fadiga muscular, a recuperação de lesões, melhoria do condicionamento físico, aumento da ADM e o aumento da resistência e da força muscular.
  • 31. 19 1.5.5. Efeitos psicológicos da água aquecida Podemos dizer que concordamos que em todo programa de saúde, a Hidroterapia objectiva o bemestar social do indivíduo. Quando passamos por dificuldades, o organismo tende a se desorganizar e essa desarmonia pode trazer sérias consequências físicas e/ou psíquicas. O bem-estar não consiste apenas em respostas do corpo, da estrutura física, mas, sobretudo, de uma integração do corpo e da mente para a obtenção de resultados ideais, levando a uma perfeita condição de exercício da cidadania. Podemos aqui afirmar, segundo a ideia de Bobath (2001), que a água aquecida, dependendo do ambiente, traz consigo muitos benefícios ao paciente já que tem o devido equilíbrio psicológico momentâneo entre o corpo e a mente, pelo que cabe ao técnico fisioterapeuta a avaliação do nível de correspondência da água aquecida e a sensação térmica do corpo do paciente. 1.5.6. Técnicas utilizadas na hidroterapia Dentre as técnicas utilizadas na hidroterapia temos, a técnica Wastu, Bad Ragaz e Halliwick. Começamos por tratar do último que segundo Oliveira (2013) apud Santos (2016, p. 8), “halliwick proporciona melhor equilíbrio e independência ao paciente durante as atividades funcionais”. O método Halliwick foi desenvolvido em 1949, na Halliwick School for Girls, em Southgate, Londres. McMillian, o criador da técnica desenvolveu inicialmente uma actividade recreativa que visava dar independência individual na água, para pacientes com incapacidade e treiná-los a nadar. O método Halliwick é aquele que utiliza a água como meio terapêutico e recreacional. Quando esses aspectos estão no mesmo método, tornam-se complementares, podendo-se promover um programa de reabilitação contínua. Com o passar dos anos, ele foi aperfeiçoando seu método original e adotou técnicas adicionais que foram estabelecidas a partir dos seguintes princípios:
  • 32. 20 Adaptação ambiental: esta envolve o reconhecimento de duas forças, nomeadamente gravidade e em puxo que, uma vez combinados, levam ao movimento rotacional; • “Restauração do equilíbrio: enfatiza a utilização de grandes padrões de movimento, principalmente com os braços, para mover o corpo em diferentes posturas e ao mesmo tempo manter o equilíbrio”; (Biasoli & Machado, 2006, p. 227) • Por sua vez, a inibição, nada mais é do que a capacidade de criar e manter uma posição ou postura desejada, através da inibição de padrões posturais patológicos; • “Facilitação: é a capacidade de criar um movimento que desejamos mentalmente e controlá-lo fisicamente, por outros meios, sem utilizar a flutuação. Tal aprendizado é graduado através de um “programa de dez pontos”, que utiliza a seqüência do desenvolvimento do movimento físico pelo córtex cerebral” (Biasoli & Machado, 2006, p. 227). Essas técnicas têm sido utilizadas para tratar terapeuticamente pacientes pediátricos ou adultos com diferentes alterações de desenvolvimento e disfunções neurológicas, na Europa e nos Estados Unidos da América do Norte. Um dos métodos abordados na hipnoterapia é o de Bad Ragaz que tem como objectivos a redução do tônus muscular, relaxamento, aumento da amplitude articular, reeducação muscular, fortalecimento muscular, restauração de padrões normais de movimento, além de melhora da reacção geral. Para Lopes (2010), afirma que o método Bad Ragaz compreende alguns padrões que são baseados no FNP (facilitação neuromuscular proprioceptiva) e possui como objectivo a prática de exercícios e técnicas de facilitação neuromuscular destinados a diminuir os deficits sensitivos motores e motivar recuperação motora. Na mesma perspectiva, a facilitação neuromuscular proprioceptiva estava em ascensão e também foi adicionada aos exercícios de Knupfer, que já estavam sendo utilizados em Bag Ragaz, assim criou-se o método dos anéis do Bad Ragaz, no qual os exercícios são realizados na diagonal e com movimentos tridimensionais. Pode-se dizer que esta metodologia ainda está em evolução. Bad Ragaz é uma cidade Suíça construída em torno de um spa de água morna natural, com três modernas piscinas cobertas. Em 1930 teve início a utilização deste spa para exercícios aquáticos. Tal
  • 33. 21 técnica de exercícios originou-se na Alemanha pelo dr. Knupfer Ipsen, cujo objectivo era promover a estabilização do tronco e das extremidades através de padrões de movimentos básicos e, se resistidos, realizados segundo os planos anatômicos. O paciente é posicionado em decúbito dorsal, com auxílio de flutuadores ou “anéis” no pescoço, pelve e tornozelos, por isso que a técnica também é designada de “método dos anéis”. Em 1967, Bridgt Davis incorporou o método de facilitação neuromuscular proprioceptiva ao “método dos anéis”. Beatice Egger desenvolveu ainda mais esta técnica, publicando- a em alemão. Actualmente, o método Bad Raggaz é constituído de técnicas de movimentos com padrões em planos anatômicos e diagonais, com resistência e estabilização fornecidos pelo terapeuta. O posicionamento do paciente em decúbito dorsal é mantido através de flutuadores nos seguimentos anatômicos já mencionados anteriormente. A técnica pode ser utilizada passiva ou ativamente em pacientes ortopédicos, reumáticos ou neurológicos (Biasoli & Machado, 2006, p. 4). Por seu turno, existe aindaa técnica Watsu utiliza, por via do qual usa-se formas de fazer flutuar em piscina com água aquecida, aplicando alongamento e movimentos do Zen Shiatsu. No Watsu, o paciente permanece flutuando e a partir dessa postura são realizados alongamentos e rotações do tronco, que auxiliam para o relaxamento profundo, vindo por meio de suporte da água e dos movimentos rítmicos. O Watsu é muito mais que uma técnica de relaxamento na água, mas sim, um procedimento que possibilita a diminuição do tônus muscular, provoca melhora na flexibilidade dos movimentos, mobilidade dos tecidos musculares e relaxamento físico. Quando aliado as manobras de alongamento, mobilização rítmica com torções e pressões amplia níveis de percepção e liberdade física, mental e psicológica. O watsu pode ser útil especialmente no início de uma sessão de tratamento por promover o alongamento. (Santos R. A., 2016, p. 8) 1.5.7. A hidrocinesioterapia A hidrocinesioterapia constitui um conjunto de técnicas terapêuticas fundamentadas no movimento humano. É a fisioterapia na água ou a prática de exercícios terapêuticos em piscinas, associada ou não aos manuseios, manipulações, hidromassagem e massoterapia, configurada em programas de tratamento específicos para cada paciente. De acordo com Biasoli & Machado (2006, p. 228) “Os métodos terapêuticos específicos para a fisioterapia aquática que surgiram na Europa e nos EUA vêm auxiliar a recuperação do paciente, como Halliwick (Inglaterra), Bad Ragaz (Suíça), Watsu (EUA), Burdenko (Rússia), Osteopatia Aquática (França e Canadá), entre outros”. Desta forma, um programa de hidrocinesioterapia adequado a cada paciente pode representar um grande incremento no seu tratamento, obtendo-se os efeitos de melhora em tempo
  • 34. 22 abreviado e com menor risco de intercorrências, tais como dor muscular tardia e microlesões articulares decorrentes do impacto. Uma avaliação criteriosa do paciente é realizada, acrescida de informações sobre a sua experiência com a água, imersão e domínio ou não de nados. O exame físico, a análise dos exames complementares e a avaliação dos movimentos funcionais são indispensáveis para se estabelecer os objectivos do tratamento e prognóstico idealizado para, então, serem determinados os procedimentos hidrocinesioterapêuticos em escala progressiva. A primeira sessão do paciente na água visa complementar a avaliação convencional, a fim de observar sua adaptação e habilidades no meio líquido, densidade corporal e flutuabilidade, bem como o seu comportamento na piscina. (Biasoli & Machado, 2006, p. 228) As entradas e saídas do paciente na piscina são diferenciadas entre pacientes que deambulam e os que não deambulam, bem como os procedimentos utilizados para a adaptação do indivíduo ao meio líquido. Cabe salientar que todo o programa e execução do tratamento são personalizados, específicos para cada paciente. 1.5.8. Indicações da Hidroterapia Para as pessoas que realizam a hidroterapia os efeitos gerais são, dentre outros, o aívio da dor, relaxamento; aumento da circulação sangínea, aumento das amplitudes de movimento, melhoria dos músculos afectados pela hemiparésia; melhoria das condições psicológicas do paciente. Dentre os resultados de pesquisas publicadas há efeitos terapêuticos da hidroterapia já comprovados por evidência científica, dentre os quais destacam-se os benefícios como aumento da amplitude de movimento, diminuição da tensão muscular, relaxamento, analgesia, melhora na circulação, absorção do exudato inflamatório e debridamento de lesões, bem como incremento na força e resistência muscular, além de equilíbrio e propriocepção. (Biasoli & Machado, 2006, p. 229) Um dos efeitos da hidroterapia é o espasmo muscular, que pode ser reduzido pelo calor da água, auxiliando na redução da espasticidade. Os autores sustentam ainda que a imersão na água provoca redução do tônus muscular, enquanto que a dor pode ser reduzida por ambos os estímulos térmicos. Além disso, a imersão na água facilita a mobilidade articular, relacionada à redução do peso corporal.
  • 35. 23 1.5.9. Contra-indicações da Hidroterapia Há algumas contra-indicações absolutas, como feridas infectadas, infecções de pele e gastrointestinais, sintomas agudos de trombose venosa profunda, doença sistêmica e tratamento radioterápico em andamento. Alguns processos micóticos e fúngicos graves também requerem afastamento do paciente de ambientes úmidos. Processos infecciosos e inflamatórios agudos da região da face e pescoço, tais como inflamações dentárias, amigdalites, faringites, otites, sinusites e rinites costumam apresentar piora com a imersão, por isso devem representar contra-indicação. (Biasoli & Machado, 2006, p. 230) Alguns cuidados são importantes como: ao entrar na piscina, os vasos cutâneos se constringem momentaneamente, causando um aumento da resistência periférica e aumento momentâneo da pressão arterial. Mas durante a imersão as arteríolas se dilatam, ocorrendo uma diminuição da resistência periférica e, por essa razão, uma queda da pressão arterial. Logo, quanto maior a temperatura da água, menor deve ser o tempo de exposição. Já os problemas cardíacos graves, além de hipo ou hipertensão descontrola da, devem ser acompanhados com cuidado, bem como insuficiências respiratórias e epilepsia ou uso de válvulas intracranianas. Além disso, incontinências urinária e fecal merecem atenção especial. Problemas como náuseas, vertigem, doenças renais, hemofilia, diabetes, diminuição importante da capacidade vital e deficiência tireóidea, além de tratamento radioterápico recente devem ser discutidos com o médico, para estudar a indicação. Pacientes com fobia à água devem ter um acompanhamento criterioso, enquanto que pacientes com aparelhos de surdez não devem utilizá-lo na piscina. Nem mesmo pacientes com HIV positivo são excluídos, mas devem ser tratados no final do expediente da piscina, para que a água circule o suficiente antes que outros pacientes sejam tratados. (Biasoli & Machado, 2006, p. 230) Existem as contra-indicações gerais, como: 1- Febre; 2- Ferida aberta; 3- Erupção cutânea contagiosa; 4- Doença infecciosa; 5- Doença cardiovascular grave; 6- História de convulsões não controladas; 7- Uso de bolsa ou cateter de colostomia; 8- Menstruação sem proteção interna; 9- Tubos de traqueostomia, gastrostomia e/ou nasogástricos; 10-Controle orofacial diminuído; 11- Hipotensão ou hipertensão grave; 12-Resistência gravemente limitada.
  • 36. 24 CAPITULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO 2.1. Método de investigação Em termos metodológicos, o trabalho ora apresentado foi feito com base no método descritivo e retrospectivo, com o tipo de pesquisa quali-quantitativa, tendo em conta que nos baseamos não apenas nos aspectos qualitativos, mas também nos quantitativos. 2.2. Objecto de estudo O objecto de estudo do presente trabalho está relacionado aos efeitos da hidroterapia em pacientes com hemiparésia atendidos no Hospital Américo Boavida, durante o primeiro semestre do ano de 2019. E para tal contamos com os seguintes factores: Factores de inclusão: idosos com hemiparésia, cujo tratamento esteja a ser feito com a hidroterapia, dos 60 aos 85 anos de idade. Factores de exclusão: ficam de fora do nosso objecto de estudo os hemiparéticos que não estejam a ser tratados com a hidroterapia e os que estejam fora das idades compreendidas entre os 60 e os 85 anos de idade. 2.3. População e Amostra No estudo realizado neste local, fizemos um estudo numa população de 110 pacientes atendidos na área de Hidroterapia, onde, de acordo com os critérios iniciais de inclusão e de exclusão, obtivemos uma amostra de apenas 40 pessoas que correspondem à idade dos 60 aos 80 anos de idade.
  • 37. 25 2.4. Hipóteses H1: a hidroterapia é uma técnica de fisioterapia que consiste em tratar pessoas afectadas por uma enfermidade, por meio de água, mediante as ténicas de Bad Ragaz, Holliwick, Watsu. H2: a hidroterapia tem efeitos imediatos (em menos de três meses) em pacientes afectados pela hemiparésia, nomeadamente a melhoria da flexibilidade, a melhoria da amplitude do movimento, o fortalecimento da musculatura, assim como a diminuição da dor. 2.5. Variáveis Para a realização do presente estudo temos as seguintes variáveis: sexo, fase etária, efeitos da hidroterapia, técnicas, frequência e manifestações clínicas. Variável Independente: os efeitos da hidroterapia em pacientes com hemiparésia; Variável Dependente: estudo sobre os pacientes atendidos no Hospital Américo Boavida durante o Iº semestre do ano de 2019. 2.6. Instrumento de investigação Para a investigação e colheita de dados para o presente trabalho, usamos os seguintes instrumentos: questionário, bloco de notas, livros, dicionários especializados, computadores, materiais em formato digital, entre outros. O questionário e o bloco de notas ajudaram-nos a fazer a recolha de dados no campo, nomeadamente no Hospital Américo Boavida; os restantes instrumentos permitiram-nos fazer o desenvolvimento das matérias de carácter técnico-científico.
  • 38. 26 2.7. Processamento e tratamento da informação Mediante um método interpretativo e com um estudo quali-quantitativo, o estudo ora realizado passou por todas as fases de elaboração do trabalho de fim do curso; passamos por um plano de trabalho e processamento foi feito de acordo com os meios e as normas orientados pelo CTFC.
  • 39. 27 CAPITULO III: ANÁLISE, DISCUSSÃO E INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS 3.1. Interpretação a anãlise dos resultados Dados sociodemográficos O Hospital Américo Boavida (HAB), situado na província de Luanda, município de Luanda, distrito urbano do Rangel, é um Hospital com diversas especialidades, onde por dia mais de mil (1.000) pessoas acorrem à esta unidade hospitalar. O estudo foi feito no Serviço de Medicina Física e Reabilitação, mais concretamente na áera de Fisioterapia. Gráfico 1: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo a frequência Obs: no estudo realizado, foi possível observar que no decorrer do primeiro semestre (divididos em dois trimestres), houve maior frequência de doentes com hemiparésia nos três últimos meses do semestre, com uma percentagem de 80%, que corresponde a 32 pessoas, em detrimento de 20% que corresponde a 8 pessoas, numa amostra de 40 pessoas. 20% 80% 1º Trimestre 2º Trimestre
  • 40. 28 Gráfico 2: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo o sexo Obs: da pesquisa feita no HAB, verificamos que 28% dos pacientes com hemiparésia, é do sexo feminino e 72% do sexo masculino, perfazendo um total de 11 e 29 pessoas de cada género respectivamente. Gráfico 3: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo as manifestações clínicas 72% 28% Homens Mulheres 26; 65% 4; 10% 10; 25% Diminuiçãototal de força em um lado do corpo Ausência Total de força em um lado do corpo Outros
  • 41. 29 Obs: Em termos de manifestações clínicas, por meio do presente estudo deu para verificar que 34 pessoas apresentam diminuição de força em um lado do corpo, ao passo que apenas 6 delas apresenta ausência total de força, perfazendo 90% e 10%, respectivamente. Tabela 1: Distribuição dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo as indicações na aplicação da hidroterapia Indicações Nº Diminuição de força do Hemicorpo 26 Paralisia Total do Hemicorpo 4 Perda sensibilidade 4 Diminuição da ADM 6 Conforme mostra o nosso estudo, em termos de indicações dos doentes com hemiparésia, observamos que 26 dos quais foram indicados por diminuição de força do hemicorpo, 6 por diminuição da ADM, enquanto a perda de sensibilidade e a paralisia total do hemicorpo veêm com 4 pessoas cada. Tabela 2: Distribuição dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo a temperatura ideal para o tratamento de paciente hemiparético na hidroterapia Temperatura ideal 10º C 20º C 30º C X 40º C X 50º C 60º C
  • 42. 30 Obs: tendo em conta o tipo de tratamento, a temperatura não pode ser muito alta, pelo que as temperaturas só vão dos 30 aos 40ºC. Gráfico 4: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo as principais ténicas de hidroterapia De acordo com os estudo de campo, observamos que das ténicas de hidroterapia aplicadas aos pacientes com hemiparésia, a Técnica de Bad Ragaz é a mais usada, seguindo-se a técnica Halliwick com 18 e 14 pessoas correspondendo a 47% e 37% respectivamente. No último lugar, temos a técnica de Watsu, com 16%. 47% 37% 16% Halliwick Bad Ragaz Watsu
  • 43. 31 Gráfico 5: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo os efeitos da hidroterapia Obs. O estudo mostrou-nos que além de apenas diminuir a dor e fortalecer a musculatura (com 20% e 23%), os efeitos da hidroterapia em idosos com hemiparésia são essencialmente a melhoria da amplitude do movimento, que perfaz 30% e a melhoria da flexibilidade (com 27%). Gráfico 6: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo a faixa etária, entre os idosos. Obs. No caso dos idosos, a grande maioria dos pacientes com hemiparésia que afluem ao HAB está na faixa dos 65 aos 70 anos e a na faixa dos 60 aos 64 anos, formando, respectivamente 55% e 25% dos pacientes. 20% 27% 30% 23% Diminuiçãoda dor Melhorara flexibilidade Melhorara amplitude do movimento Fortalecer a musculatura 25% 55% 20% 60-64 65-70 71- 85
  • 44. 32 Gráfico 7: Distribuição percentual dos pacientes com hemiparésia atendidos no primeiro semestre de 2019 no HAB, segundo o número de sessões Obs. Quanto ao número de sessões realizadas de fisioterapia aquática, segundo o estudo realizado no HAB, verificamos que a maior parte tem efeitos nas primeiras cinco sessões de hidroterapia, o que corresponde a 50% dos inqueridos; 30% dos pacientes sente os efeitos da sexta a décima sessão, ao passo que apenas 20% vê resultados da décima à décima quinta sessão, o que perfaz, em número, 20, 12 e 8, respectivamente. 50% 30% 20% De 1 a 5 De 6 a 10 De 11 a 15
  • 45. 33 3.2. Discussão dos resultados Quanto a este ponto, importa afirmar que fizemos um estudo analítico em relação aos efeitos da hidroterapia em pacientes afectados pelo AVC, com sequela de hemiparésia/hemiplegia. Podemos então, inferir que a actuação da fisioterapia, mais concretamemnte da hidroterapia, nestes pacientes é, de todo o modo, essencial. Deste modo, vimos no campo, nomeadamente no HAB, alguns resultados. Cabe então fazer uma comparação com estudos Bastos e outros (2016) nos seguintes termos: em primeiro lugar, concordamos com os autores ao afirmarem que no processo de fisioterapia aqueática, o calor da água ajuda a aliviar a espasticidade. Porém, ainda quanto aos efeitos, não concordamos com o estudo feito por estes autores quando afirmar quue “mesmo que o alívio seja apenas temporário”, partindo da ideia de que os efeitos da hidroterapia têm uma duração própria (a longo tempo) que não permite chamar-lhe de temporário. No que tange às técnicas, o estudo feito por autores não especifia as técnicas de hidroterapia, porém nas nossa pesquisas tratamos de especificar as técnicas de Bad Ragaz, Halliwick e Watsu. No estudo feito no Hospital Américo Boavida, na área de Medicina física e reabilitação, vimos, de acordo com os dados lá encontrados, que as duas primeiras técnicas (ver apêndices) são as mais utulizadas e as que mais mostram resultados. Quanto ao número de sessões, um estudo realizado na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade Metodista de São Paulo, avaliou, nesta perspectiva, os efeitos da hidroterapia na pressão arterial e na frequência cardíaca, em pacientes portadores de AVC cujas sessões eram feitas 3 vezes por semana. Observamos, porém, que a hidroterapia acelera tanto no tratamento das pessoas que têm uma sequela causade pelo AVC, ao ponto de que são necessárias no mínimo cinco sessões; aliás poucos são os que precisam de 6 a 15 sessões, o que leva a crer que a hidroterapia em pacientes hemiparéticos tem efeitos imediatos ou, pelo menos, a curto prazo.
  • 46. 34 Conclusão No decorrer do trabalho tratamos do estudo sobre os efeitos da hidroterapia em paciente com hemiparésia atendidos no Hospital Américo Boavida durante o Iº semestre do ano de 2019, onde fizemos referência ao AVC, que depois pode desencadear paralisia total ou parcial de um dos lados do corpo; abordamos ainda a hemiplegia (o termos mais recente para designar a hemiparésia), assim como fizemos um breve enquadramento sobre a hidroterapia. Por meio do estudo ora feiro, foi possível chegar-se à ideia de que a hidroterapia é benéfica aos portadores de hemiplegia, uma vez que poporciona-os melhor qualidade de vida, aprimora seu grau de amplitude de movimento, assim como eleva a sua autoestima; ou seja, a hidroterapia, além de trazer benefícios apenas para o corpo (como o aumento da força e da resistência, aumento da circulação periférica e a diminuição da espasticidade, melhoria da capacidade respiratória e aeróbica e o equilíbrio do paciente), trabalha também nos aspectos psicológicos. A hidroterapia é utilizada o tratamento em piscina nos pacientes e enfatiza a sustentação da água ajudar aliviar os sintomas dos pacientes e uma progressão graduada de exercícios; os efeitos deste tipo de tratamento para os doentes com hemiparésia são imediatos, em mais ou menos três já é possível ver os efeitos positivos. De acordo com os resultados colhidos no campo e também de acordo com as fontes bibliográficas a que tivemos acesso, concluímos que dentre os benefícios da hidroterapia para o paciente portador de hemiparésia ou hemiplegia, com idade compreeendida entre os 60 aos 85 anos de idade são: o relaxamento dos músculos, a facilitação da circulação sanguínea, a diminuição da dor, assim como a ajuda a retirar elemantos que degradam o metabolismo. A hidroterapia em adultos com as idades citadas no parágrafo anterior deve ser feita a base das técnicas de Halliwick, Bad Raggaz e Watsu, cuja temperatura, pode chegar até aos 40ºC; a temperatura da água não pode ser muito fria, sob pena de não surtir os efeitos desejados pelo fisioterapêuta, nem muito quente, pois há o risco de haver queimaduras na pele do paciente portador de hemiparésia/hemiplegia.
  • 47. 35 Recomendações 1. À Coordenação do Curso de Fisioterapia da Universidade Jean Piaget, que incentive a abordagem de temas ligados às técnicas e tratamento fisioterapêutico; 2. À direcção clínica do Hospital Américo Boavida, que divulgue os resultados do tratamento hidroterapêutico da hemiparésia e outras doenças afins; 3. À mesma entidade, que permite a presença de estudantes, para fins de pesquisa.
  • 48. 36 Referências Bibliográficas Avelar, P., Bastone, C., Alcântara, A., & Gomes, F. (2010). Efetividade do treinamento de resistência à fadiga dos músculos dos membros inferiores dentro e fora da água no equilíbrio estático e dinâmico de idosos. Rev. Brasileira de Fisioterapia. São Carlos. Biasoli, M. C., & Machado, C. M. (2006). Fisioterapia. Especializada em Neurologia e Neurofisiologia. São Paulo: Faculdade de Medicina. Bobath, B. (2001). Hemiplegia em adultos: avaliação e tratamento. São Paulo: Manole. Boottomley, J. (2007). Dicionário de Fisioterapia. 2ª Edição. São Paulo. Campion, M. R. (2000). Hidroterapia princípios e práticas. São Paulo: Manolé. Cosmo, K. (2009). protocolo de tratamento fisioterapeutico baseado no conceito da facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP) pra prevenção do ombro doloroso em paciente hemiplégicos/pareticos por acidente vascular enfalico na fase aguda. Belém: Universidade da Amazónia. Davies, P. M. (2006). Actividadade selectiva do Tronco no Tratamento da Hemiplegia do Adulto. São Paulo: Malone. Dias, B. B. (2009). Aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg para verificação do equilíbrio de idosos em diferentes fases do envelhecimento. Passo Fundo: Ver RBCEH. Freitas, V. F., Cançado, F. A., Doll, J., & Gorzoni, M. (2006). Tratado de Geriatria e Gerontologia. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Galúcio, J. d. (2013). A facilitação neuromuscular proprioceptiva como técnica fisioterapeutica para tratamento de pacientes hemiplégicos e hemiparéticos acometidos por acidente vascular encefálico. Rev, Biocursos-AM,.
  • 49. 37 Kabuki, M. T. (2007). Os efeitos da Hidroterapia na hipertenção arterial e frequência cardiaca em pacientes AVE. Ver. Neurociência. Lopes, J. (2010). O impacto da reabilitação aquática associada à oração no desempenho funcional de pacientes pós-acidente vascular encefálico. Saúde Coletiva. Lopes, V. L., & Mejia, D. P. (2012). revisão de literatura: beneficios da hidroterapia no sistema cardiorresopiratório no tratamento de paciente que sofrem acidente vacular encefálico. Pós-graduação em fisioterapia neurofuncional-faculdade Fasam. Machado, A. B. (2006). Neuroanatomia funcional/ Angelo B.M. Machado; 2º ed. São Paulo: Editora Atheneu. Massoco, D. Z., Lucínio, L. P., & Santos, R. M. (2013). Hemiplegia: uma revisão bibliográfica. Jahú: Faculdade de Tecnologia. Motta, A. B. (2006). Visão antropológica do envelhecimento, E.V. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Nicolini, R. A., Haas, L., & Dieter, E. H. Programa de Hdroterapia no movimento de dorsiflexão de indiividuos hemiparéticos espásticos. Oliveira, A., & Cervaens, M. (2013). efeitos da hidroterapia em idosos: uma revisão bibliográfica narrativa. Rev. Bdigital . Orsini, M. (2008). Hidroterapia no gerenciamento da espasticidade nas paraparesias espásticas de varias etilogias. Ver. Rev. Neurociências. Orsini, M. (2010). Hidroterapia no gerenciamento da espasticidade nas paraparesias espásticas de várias etiologias. Rev Neurociências. Piassaroli, C. A., Almeida, G. C., Luvizotto, J. C., & Suzan, A. B. (2012). Modelos de Reabilitação Fisioterápica em Pacientes Adultos com Sequelas de AVC Isquêmico. São Paulo: Faculdade de Ciências e Saúde da Vida.
  • 50. 38 Rosa, C. A., Rosa, C. A., & Campos, D. (2013). Técnicas para rebilitação neurológica de Hemiparéticos. Faculdade Anhanguera de Campinas - Unidade: Anhanguera Educacional Ltda. Santos, R. A. (2016). hidroterapia na qualidade de vida do idoso acometido por acidente vascular encefálico Manaus. São Paulo: Revista. Santos, R. A. (2016). Hidroterapia Na Qualidade De Vida Do Idoso Acometido Por Acidente Vascular Encefálico. Pós-graduando em Fisioterapia Neurofuncional. Faculdade Faserra: Manaus,Am. Saúde, O. M. (2006). Fisioterapia; hidroterapia, AVE. OMS. Silva, M., Nunes, M. C., Oliveira, L., P. J., Colariano, M., Berenguer, F., et al. (2012). Efeitos da fisioteraapia aquatica na qualidade de vida de sujeito com doença parkinson. Brasil: UNIFESP. Texto Editores, E. (2010). Dicionário Integral de Língua Portuguesa. Luanda: Texto Editores.
  • 51. 39 Anexos Anexo A: descrição da perda de força no corpo F (Massoco, Lucínio, & Santos, 2013, p. 2) Anexo B: descrição de um indivíduo afectado pela hemiplegia Fonte: (Massoco, Lucínio, & Santos, 2013, p. 3)
  • 52. 40 Anexo C: Questionário Campus Universitário de Viana Universidade Jean Piaget de Angola (Criada pelo Decreto N.º 44-A/01 de 06 de Julho de 2001) Faculdade de Ciências da Saúde Estudo de campo Antes de mais queira aceitar a minhas cordiais saudações, sou o Edilson Mateus Domingos Tucala, estudante do curso de Fisioterapia, e venho por meio deste fazer-lhe algumas perguntas que ajudarão na elaboração do meu trabalho de fim do curso, sob o tema “Estudo sobre os efeitos da Hidroterapia em pacientes com hemiparésia, atendido no Hospital Américo Boavida”. 1. Qual é a frequência de entrada dos pacientes com hemiparesia no Hospital? Pouca Normal Elevada 2. Qual é o sexo mais frequente no tratamento de doentes com hemiparésia? Feminino ( ) Masculino ( ) 3. Quais as principais manifestações clínicas que os doentes com hemiparésia apresentam? Ausência total de força em um lado ( ) Diminuição força em um dos lados do corpo ( ) 4. Quais são as indicações na aplicação da hidroterapia em pacientes com hemiparésia? Diminuição da força ( ) Paralisia total ( )
  • 53. 41 Diminuição da ADM ( ) Perda de sensibilidade ( ) 5. Qual é a temperatura ideal para o tratamento de paciente hemiparético na hidroterapia? 10º ( ) 20º ( ) 30º ( ) 40º ( ) 50º ( ) 60º ( ) 6. Quais as principais técnicas de hidroterapia usadas no tratamento de doentes com hemiparesia? Halliwick Bad Ragaz Watsu Burdenko 7. Quais os efeitos da hidroterapia em pacientes com hemiparesia? Diminuição da dor ( ) Melhorar a flexibilidade ( ) Melhorar a amplitude do movimento ( ) Fortalecer a musculatura ( ) 8. Qual é a faixa etária (dentre os idosos) mais frequente no atendimento hidroterapêutico dos pacientes com hemiparésia? 60 – 64 ( ) 65 – 70 ( ) 71 – 85 ( ) 9. Em quantas sessões de hidroterapia houve resultados em termos de recuperação dos pacientes? De 1 a 5 ( ) De 6 a 10 ( ) De 11 a 15 ( )
  • 54. 42 Anexo D: Guia de encaminhamento para a recolha de dados
  • 55. 43 Anexo E: Carta para o pedido de autorização para a recolha de dados
  • 56. 44 Anexo F: Imagem frontal do Hospital Américo Boavida
  • 57. 45 Anexo G: entrada do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do Hospital Américo Boavida Anexo H: Divisão e compartimentos do Serviço de Medicina Física e Reabilitação do HAB
  • 58. 46 Anexo I: área de hidroterapia do HAB Anexo I: equipamentos de hidroterapia (macarrão e halteres )
  • 59. 47 Apêndice s Apêndice 1: técnicas de Hidroterapia Técnica de Halliwick Fonte: blog.fisiotrauma.com.br Técnica de Bad Ragaz Fonte: blog.poolterapia.net.br Técnica de Watsu Fonte: blog.poolterapia.net.br