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MINISTRO DE ESTADO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
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SUBSECRETÁRIO DE COORDENAÇÃO DAS UNIDADES DE PESQUISA
Arquimedes Diógenes Ciloni
DIRETOR DO CBPF
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COORDENAÇÃO do projeto DESAFIOS DA FÍSICA
João dos Anjos (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas/MCTI)
EDITORES CIENTÍFICOS
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REDAÇÃO E EDIÇÃO DE TEXTO
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PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO, INFOGRÁFICOS E TRATAMENTO DE IMAGEM
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pelo sítio do projeto Desafios da Física (http://mesonpi.cat.cbpf.br/desafios/),
onde estão disponíveis, em formato PDF, os folders da série.
No portal http://www.cbpf.br/Publicacoes.html, estão disponíveis
outras iniciativas de divulgação científica do CBPF.
MATSAS, G. e VANZELLA, D. Buracos negros – rompendo os limites da ficção (Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2008).
MATSAS, G. e VANZELLA, D. ‘Partículas elementares à luz dos buracos negros’. Ciência Hoje n. 182, maio de 2002.
MATSAS, G. e VANZELLA, D. ‘O vácuo quântico cheio de surpresas’. Scientific American Brasil, agosto de 2003.
CASTIÑEIRAS, J., CRISPINO, L. e MATSAS, G. ‘Horizonte de eventos’. Scientific American Brasil, outubro de 2004.
CASTIÑEIRAS, J., CRISPINO, L., MATSAS, G. e VANZELLA, D. ‘Buracos negros’. Scientific American Brasil 
(coleção Gênios da Ciência), maio de 2006.
CASTIÑEIRAS, J., CRISPINO, L., MATSAS, G. e VANZELLA, D. ‘Singularidade e Informação’. Scientific American Brasil 
(coleção Gênios da Ciência), maio de 2006.
FREITAS-PACHECO, J. A. de. ‘Buracos negros supermassivos – os segredos revelados’. Ciência Hoje n. 293, junho de 2012.
Fontes
Sumário
DE CURIOSIDADE
A REALIDADE
Coqueluche da astrofísica
Algo de novo no front
HORIZONTE
E SINGULARIDADE
Nada além do horizonte
Ponto denso
Terra em um ponto
Cama de malabarista
Bolinhas de gude
NASCIMENTO
E EVOLUÇÃO
Puxa e empurra
Patamar mínimo
Mesma atração
Redemoinho e canibalismo
BuracosNegros
Devoradorescósmicosdematériaeluz
BURACOS NEGROS
Devoradores cósmicos
de matéria e luz
PARADOXOS E ENTROPIA
Paradoxo da bagunça
Eles têm entropia!
Como uma panela quente
Matéria e antimatéria
GRANDES QUESTÕES
Evaporação e sumiço
Para onde vai a informação?
Gravitação quântica
Como o Big Bang
Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas
2012
m dos corpos celestes que despertam maior curiosidade hoje
em dia são os buracos negros, regiões do espaço onde existem
verdadeiros ralos cósmicos: sugam tudo que deles se aproxima
demasiadamente, tamanha a força gravitacional que exercem.
Diferentemente das estrelas – que podemos ver por meio da luminosidade
que emitem –, esses objetos não deixam escapar nem mesmo a luz – daí, o nome
buracos negros. Ultrapassada uma linha imaginária de atração fatal – o chamado
horizonte de eventos –, não há como se evadir do ‘abraço mortal’: tudo é engoli-
do por esse sorvedouro de matéria e luz.
Embora invisíveis aos telescópios, esses corpos cósmicos podem, entretan-
to, ser identificados – bem como previstos e reconhecidos – pela perturbação
que causam à sua volta: discos, jatos e redemoinhos de matéria ao seu redor.
Buracos negros são objetos bastante comuns no cosmos. E, até mesmo nos-
sa galáxia, a Via Láctea, tem um (poderoso) em seu centro. Felizmente, nosso
planeta está bem longe de seus tentáculos...
Com este folder, damos prosseguimento às atividades de divulgação cien-
tífica realizadas pelo CBPF. Esta série destina-se ao público não especializado,
que encontrará aqui informações sobre grandes temas da física, bem como re-
ferências para leituras mais aprofundadas. Mais uma vez, esperamos que esta
iniciativa sirva para despertar vocações, mostrando a jovens estudantes como a
ciência pode ser interessante.
João dos Anjos
COORDENADOR DO PROJETO DESAFIOS DA FÍSICA
U
DE CURIOSIDADE
A REALIDADE
PARADOXOS E ENTROPIAHORIZONTE
E SINGULARIDADE
Nada além do horizonte • A definição mo-
derna de buraco negro – por sinal, o nome bura-
co negro foi invenção do físico norte-americano
John Wheeler (1911-2008), em 1967 – é a de uma
região do espaço dotada de intensa gravidade,
da qual nada, nem mesmo a luz, consegue esca-
par. A fronteira imaginária (imaterial) que deli-
mita tal região foi batizada, em 1950, horizonte
de eventos pelo físico de origem austríaca Wolf-
gang Rindler. Se nada escapa de um buraco ne-
gro, então um observador de fora do horizonte
de eventos não poderia ver o que se passa para
além dessa fronteira imaginária, assim como
um marinheiro não pode ver além do horizonte –
nesse caso, devido à curvatura da Terra.
Ponto denso • Esse intenso puxão gravitacio-
nal vem do fato de, no centro do buraco negro,
haver uma singularidade, ou seja, um ponto que
concentra uma densidade impressionantemente
alta de matéria, algo que pode chegar a bilhões
de massas solares. Nesse ponto sem dimensões
físicas – e não importa quão grande seja a mas-
sa do buraco negro –, as leis conhecidas hoje
pela física não são mais válidas.
Terra em um ponto • O tamanho do horizon-
te de eventos é diretamente proporcional à mas-
sa da singularidade, que pode variar de poucas
massas solares a bilhões delas – estes últimos
denominados buracos negros supermassivos.
Em princípio, todo corpo com massa teria seu
horizonte de eventos se fosse suficientemente
compactado. Caso pudéssemos concentrar toda
a massa da Terra em um ‘ponto’, teríamos um
horizonte de eventos da ordem de ínfimos 9
mm. Já, num buraco negro com bilhões de mas-
sas solares, essa cifra iria para a casa dos bi-
lhões de km.
Cama de malabarista • Para entender o que
ocorre com a matéria e mesmo a luz que se apro-
ximam de um horizonte de eventos, a analogia
mais empregada é a de uma grande cama elásti-
ca, como aquelas usadas por malabaristas de
circo. Sobre ela, depositamos uma diminuta, mas
pesadíssima esfera que irá deformar a cama,
criando uma depressão. Nessa analogia, a cama
faz o papel do espaço-tempo, um ‘tecido’ forma-
do por três dimensões espaciais (altura, largura
e comprimento) e uma dimensão temporal (tem-
po), como foi previsto pela relatividade geral.
A esfera seria o buraco negro, que deforma bru-
talmente o espaço-tempo em seu redor.
Bolinhas de gude • Uma bolinha de gude que
fosse atirada com alguma velocidade a partir da
borda da cama elástica poderia sofrer um leve
desvio ao passar pelas proximidades da defor-
mação central causada pela esfera e, depois
disso, seguir sua trajetória. Mas, se a veloci-
dade de arremesso fosse baixa, a bolinha seria
‘sugada’ para o interior da deformação, espira-
lando, como a água que escorre por um ralo. Luz
e matéria que ultrapassam o horizonte de even-
tos têm destino semelhante: acabam no interior
do buraco negro, indo rumo à singularidade.
Coqueluche da astrofísica • Se eleição
fosse feita entre o grande público para indi-
car qual o corpo celeste mais exótico, é (bem)
possível que nas primeiras colocações – tal-
vez, até como vencedores – estivessem os bu-
racos negros. Afinal, esses objetos cósmicos,
que se tornaram a coqueluche da astrofísica,
têm atributos suficientes para merecer tal po-
pularidade. Talvez, o principal deles tenha a
ver com o fato de serem devoradores inces-
santes de matéria e luz – sim, nem mesmo os
fótons (corpúsculos de luz) conseguem esca-
par da fúria sugadora de um buraco negro,
caso dele se aproximem.
Algo de novo no front • Até a década de
1960, buracos negros não passavam de mera
curiosidade teórica. A predição desses ralos
cósmicos surgiu em 1916 de cálculos feitos
com base na teoria da relatividade geral, pu-
blicada naquele ano pelo físico de origem ale-
mã Albert Einstein (1879-1955). O feito é do
astrofísico alemão Karl Schwarzschild (1876-
1916), enquanto ele combatia na frente russa
na Primeira Guerra Mundial. Cerca de duas
décadas depois, o próprio Einstein diria não
acreditar na realidade desses corpos. Hoje,
com tantos dados experimentais, é pratica-
mente impossível refutar a existências desses
gigantes da gravidade.
NASCIMENTO
E EVOLUÇÃO
Como uma panela quente • Mas dizer que
buracos negros têm entropia levou a outra ques-
tão importante: se esses gigantes da gravidade
têm entropia – retrucaram alguns físicos –, en-
tão, eles deveriam ter também outros atributos
termodinâmicos, como temperatura. Em outras
palavras, deveriam emitir radiação. Hawking,
disposto a mostrar que buracos negros não ti-
nham entropia (e, portanto, temperatura), che-
gou, em 1974, a uma conclusão surpreenden-
te: buracos negros têm temperatura, ou seja,
irradiam energia, como se fossem uma panela
quente. Essa emissão de energia é hoje conhe-
cida como radiação Hawking.
Matéria e antimatéria • Hawking chegou à
conclusão de que buracos negros irradiam ener-
gia quando adicionou, à teoria da relatividade
geral, elementos da mecânica quântica (teoria
que lida com os fenômenos da dimensão atômi-
ca e subatômica). Esse processo é basicamente
assim: na borda do horizonte de eventos, den-
tro e fora dessa fronteira imaginária, pululam
pares de partículas e antipartículas virtuais
(elétrons e pósitrons, por exemplo) que formam
o chamado vácuo quântico. Por vezes, alguns
desses pares se materializam – ou seja, passam
de virtuais a reais –, de tal forma que uma das
partículas do par surge dentro do horizonte de
eventos – e é sugada pelo buraco negro –, en-
quanto a outra escapa, dando origem à radiação
Hawking.
Paradoxo da bagunça • Tire o lixo de um lu-
gar e jogue-o em outro. O primeiro local ficou
mais organizado, mas o segundo perdeu orga-
nização. Mas e se jogássemos esses rejeitos em
um buraco negro? Eles – e a informação que eles
carregam – estariam perdidos para sempre. E o
universo se tornaria um local mais organizado.
Portanto, toda vez que um buraco negro suga
matéria e energia (ou seja, informação), o uni-
verso fica mais organizado. Eis aí um aparente
paradoxo, pois uma lei poderosíssima da física
(a 2ª lei da termodinâmica) diz que, em sistemas
fechados – e poderíamos considerar o universo
como tal –, a entropia, que pode ser entendida
como o grau de desordem, nunca pode diminuir.
Eles têm entropia! • A resolução do parado-
xo da diminuição da desordem – portanto, da
aparente diminuição da entropia do universo –
veio de físicos teóricos: buracos negros também
teriam entropia, e ela seria proporcional à área
do horizonte de eventos. Assim, toda vez que
matéria e energia (ou seja, informação) caíssem
em um buraco negro, a massa do buraco negro
aumentaria e seu horizonte de eventos também.
E, consequentemente, sua entropia.
manescentes de estrelas abaixo disso seguirão
outra evolução, dando origem a outros objetos
cósmicos, como estrelas anãs brancas e estre-
las de nêutrons – estas últimas, no entanto, po-
dem sofrer um segundo colapso gravitacional e
gerar um buraco negro.
Mesma atração • Ao contrário do que permeia
o imaginário popular, um buraco negro não
exerce uma atração gravitacional maior que a de
uma estrela com a mesma massa, desde que
testemos isso com um corpo à mesma distância
dos dois. Ou seja, se nesse instante o nosso Sol
se transformasse, num passe de mágica, num
buraco negro com a mesma massa, o único efei-
to sobre a Terra seria que, depois de alguns mi-
nutos, não veríamos mais nenhuma luz vinda
daquela região. De resto, nada mudaria, nem
mesmo a órbita da Terra em torno desse temido
objeto.
Redemoinho e canibalismo • No entanto, o
cenário seria bem diferente para um corpo de-
savisado que resolvesse se aventurar pelas pro-
ximidades de nosso Sol agora transformado em
buraco negro. Uma espaçonave, um planeta ou
mesmo outra estrela que chegassem a algumas
dezenas de quilômetros dele seriam completa-
mente despedaçados, formando um redemoi-
nho de matéria (disco de acresção) que, ao final,
seria engolida pelo buraco negro. Desse modo,
um buraco negro pode canibalizar estrelas pró-
ximas ou nuvens de gás, interferindo, assim, na
evolução da galáxia que o hospeda.
GRANDES QUESTÕES
Evaporação e sumiço • Se os buracos ne-
gros perdem energia, eles, então, diminuem
de tamanho e evaporam – em 1971, o próprio
Hawking havia concluído que isso era impos-
sível no contexto clássico, ou seja, sem levar
em conta os princípios da mecânica quântica.
O interessante é que os cálculos mostram
que, quanto menor a massa de um buraco ne-
gro, mais rapidamente ele evaporaria.
Para onde vai a informação? • Mas a eva-
poração de um buraco negro nos leva a outra
questão: se um buraco negro desaparece, o
que resta é apenas radiação. E, sabe-se, com
base nas leis da física, que não é possível
recuperar toda a informação a partir apenas
da radiação. Portanto, surge a pergunta: para
onde vai a informação que cai em um buraco
negro? A resposta a esse pergunta é um dos
desafios atuais para os especialistas na área.
Gravitação quântica • A solução para a
questão do sumiço da informação quando um
buraco negro evapora talvez seja alcançada
apenas quando (e se) os físicos chegarem à
chamada gravitação quântica, área que unifi-
caria a relatividade geral e a mecânica quân-
tica. A busca por essa união não tem sido ta-
refa fácil, e os físicos sequer concordam sobre
quão perto (ou longe) estão disso.
Como o Big Bang • O estudo teórico e obser-
vacional dos buracos negros nos ajuda a en-
tender não só a natureza e suas leis, mas tam-
bém como evoluem as galáxias e mesmo como
nasceu o universo. Os cientistas têm muitas
evidências de que o universo teria começado
a partir de um estado de matéria e energia
extremamente concentradas, com pressões e
densidades inimagináveis. Isso pode ser com-
parado à singularidade de um buraco negro
descomunal. Portanto, entender a física des-
ses gigantes da gravidade nos ajudará a com-
preender melhor como se formou o universo.
E, no final das contas, a nós mesmos.
Puxa e empurra • Buracos negros se formam
a partir de estrelas massivas que, ao final da
vida, depois de queimarem todo seu combus-
tível (predominantemente hidrogênio, que se
funde no interior da estrela para gerar elemen-
tos químicos mais pesados), acabam colapsan-
do sobre si mesmas, deixando como produto
final dessa implosão um ‘corpo’ infinitamente
denso, ou seja, a singularidade do interior do
buraco negro. Até o momento do colapso, há
um equilíbrio entre a pressão de dentro para
fora, gerada pela radiação resultante da fusão
nuclear, e a gravidade, que puxa as camadas
externas para dentro. O combustível acaba, a
pressão diminui, e a gravidade vence. Simpli-
ficando, o resultado é o colapso do interior da
estrela, seguido de uma explosão de propor-
ções cósmicas. Essa explosão ejeta boa parte
da massa original da estrela, semeando os ele-
mentos químicos mais pesados pela galáxia.
Onde antes brilhava uma estrela, agora jaz
apenas um remanescente colapsado com uma
fração da massa de sua genitora.
Patamar mínimo • Nem todos os remanescen-
tes da morte explosiva de uma estrela são bu-
racos negros. Há um patamar mínimo da massa
desse remanescente para que isso ocorra: esse
limite está em cerca de três massas solares. Re-
Curvatura do
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Folder buracos negros

  • 1. PRESIDENTA DA REPÚBLICA Dilma Rousseff MINISTRO DE ESTADO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO Marco Antonio Raupp SUBSECRETÁRIO DE COORDENAÇÃO DAS UNIDADES DE PESQUISA Arquimedes Diógenes Ciloni DIRETOR DO CBPF Fernando Lázaro Freire Júnior COORDENAÇÃO do projeto DESAFIOS DA FÍSICA João dos Anjos (Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas/MCTI) EDITORES CIENTÍFICOS George E. A. Matsas (Instituto de Física Teórica/Universidade Estadual Paulista) Daniel A. T. Vanzella (Instituto de Física de São Carlos/Universidade de São Paulo) REDAÇÃO E EDIÇÃO DE TEXTO Cássio Leite Vieira (Instituto Ciência Hoje) PROJETO GRÁFICO, DIAGRAMAÇÃO, INFOGRÁFICOS E TRATAMENTO DE IMAGEM Ampersand Comunicação Gráfica (ampersand@amperdesign.com.br) CENTRO BRASILEIRO DE PESQUISAS FÍSICAS Rua Dr. Xavier Sigaud, 150 22290-180 - Rio de Janeiro - RJ Tel: (0xx21) 2141-7100 Fax: (0xx21) 2141-7400 Internet: http://www.cbpf.br Para receber gratuitamente pelo correio um exemplar deste folder, envie pedido pelo sítio do projeto Desafios da Física (http://mesonpi.cat.cbpf.br/desafios/), onde estão disponíveis, em formato PDF, os folders da série. No portal http://www.cbpf.br/Publicacoes.html, estão disponíveis outras iniciativas de divulgação científica do CBPF. MATSAS, G. e VANZELLA, D. Buracos negros – rompendo os limites da ficção (Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2008). MATSAS, G. e VANZELLA, D. ‘Partículas elementares à luz dos buracos negros’. Ciência Hoje n. 182, maio de 2002. MATSAS, G. e VANZELLA, D. ‘O vácuo quântico cheio de surpresas’. Scientific American Brasil, agosto de 2003. CASTIÑEIRAS, J., CRISPINO, L. e MATSAS, G. ‘Horizonte de eventos’. Scientific American Brasil, outubro de 2004. CASTIÑEIRAS, J., CRISPINO, L., MATSAS, G. e VANZELLA, D. ‘Buracos negros’. Scientific American Brasil  (coleção Gênios da Ciência), maio de 2006. CASTIÑEIRAS, J., CRISPINO, L., MATSAS, G. e VANZELLA, D. ‘Singularidade e Informação’. Scientific American Brasil  (coleção Gênios da Ciência), maio de 2006. FREITAS-PACHECO, J. A. de. ‘Buracos negros supermassivos – os segredos revelados’. Ciência Hoje n. 293, junho de 2012. Fontes Sumário DE CURIOSIDADE A REALIDADE Coqueluche da astrofísica Algo de novo no front HORIZONTE E SINGULARIDADE Nada além do horizonte Ponto denso Terra em um ponto Cama de malabarista Bolinhas de gude NASCIMENTO E EVOLUÇÃO Puxa e empurra Patamar mínimo Mesma atração Redemoinho e canibalismo BuracosNegros Devoradorescósmicosdematériaeluz BURACOS NEGROS Devoradores cósmicos de matéria e luz PARADOXOS E ENTROPIA Paradoxo da bagunça Eles têm entropia! Como uma panela quente Matéria e antimatéria GRANDES QUESTÕES Evaporação e sumiço Para onde vai a informação? Gravitação quântica Como o Big Bang Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas 2012 m dos corpos celestes que despertam maior curiosidade hoje em dia são os buracos negros, regiões do espaço onde existem verdadeiros ralos cósmicos: sugam tudo que deles se aproxima demasiadamente, tamanha a força gravitacional que exercem. Diferentemente das estrelas – que podemos ver por meio da luminosidade que emitem –, esses objetos não deixam escapar nem mesmo a luz – daí, o nome buracos negros. Ultrapassada uma linha imaginária de atração fatal – o chamado horizonte de eventos –, não há como se evadir do ‘abraço mortal’: tudo é engoli- do por esse sorvedouro de matéria e luz. Embora invisíveis aos telescópios, esses corpos cósmicos podem, entretan- to, ser identificados – bem como previstos e reconhecidos – pela perturbação que causam à sua volta: discos, jatos e redemoinhos de matéria ao seu redor. Buracos negros são objetos bastante comuns no cosmos. E, até mesmo nos- sa galáxia, a Via Láctea, tem um (poderoso) em seu centro. Felizmente, nosso planeta está bem longe de seus tentáculos... Com este folder, damos prosseguimento às atividades de divulgação cien- tífica realizadas pelo CBPF. Esta série destina-se ao público não especializado, que encontrará aqui informações sobre grandes temas da física, bem como re- ferências para leituras mais aprofundadas. Mais uma vez, esperamos que esta iniciativa sirva para despertar vocações, mostrando a jovens estudantes como a ciência pode ser interessante. João dos Anjos COORDENADOR DO PROJETO DESAFIOS DA FÍSICA U
  • 2. DE CURIOSIDADE A REALIDADE PARADOXOS E ENTROPIAHORIZONTE E SINGULARIDADE Nada além do horizonte • A definição mo- derna de buraco negro – por sinal, o nome bura- co negro foi invenção do físico norte-americano John Wheeler (1911-2008), em 1967 – é a de uma região do espaço dotada de intensa gravidade, da qual nada, nem mesmo a luz, consegue esca- par. A fronteira imaginária (imaterial) que deli- mita tal região foi batizada, em 1950, horizonte de eventos pelo físico de origem austríaca Wolf- gang Rindler. Se nada escapa de um buraco ne- gro, então um observador de fora do horizonte de eventos não poderia ver o que se passa para além dessa fronteira imaginária, assim como um marinheiro não pode ver além do horizonte – nesse caso, devido à curvatura da Terra. Ponto denso • Esse intenso puxão gravitacio- nal vem do fato de, no centro do buraco negro, haver uma singularidade, ou seja, um ponto que concentra uma densidade impressionantemente alta de matéria, algo que pode chegar a bilhões de massas solares. Nesse ponto sem dimensões físicas – e não importa quão grande seja a mas- sa do buraco negro –, as leis conhecidas hoje pela física não são mais válidas. Terra em um ponto • O tamanho do horizon- te de eventos é diretamente proporcional à mas- sa da singularidade, que pode variar de poucas massas solares a bilhões delas – estes últimos denominados buracos negros supermassivos. Em princípio, todo corpo com massa teria seu horizonte de eventos se fosse suficientemente compactado. Caso pudéssemos concentrar toda a massa da Terra em um ‘ponto’, teríamos um horizonte de eventos da ordem de ínfimos 9 mm. Já, num buraco negro com bilhões de mas- sas solares, essa cifra iria para a casa dos bi- lhões de km. Cama de malabarista • Para entender o que ocorre com a matéria e mesmo a luz que se apro- ximam de um horizonte de eventos, a analogia mais empregada é a de uma grande cama elásti- ca, como aquelas usadas por malabaristas de circo. Sobre ela, depositamos uma diminuta, mas pesadíssima esfera que irá deformar a cama, criando uma depressão. Nessa analogia, a cama faz o papel do espaço-tempo, um ‘tecido’ forma- do por três dimensões espaciais (altura, largura e comprimento) e uma dimensão temporal (tem- po), como foi previsto pela relatividade geral. A esfera seria o buraco negro, que deforma bru- talmente o espaço-tempo em seu redor. Bolinhas de gude • Uma bolinha de gude que fosse atirada com alguma velocidade a partir da borda da cama elástica poderia sofrer um leve desvio ao passar pelas proximidades da defor- mação central causada pela esfera e, depois disso, seguir sua trajetória. Mas, se a veloci- dade de arremesso fosse baixa, a bolinha seria ‘sugada’ para o interior da deformação, espira- lando, como a água que escorre por um ralo. Luz e matéria que ultrapassam o horizonte de even- tos têm destino semelhante: acabam no interior do buraco negro, indo rumo à singularidade. Coqueluche da astrofísica • Se eleição fosse feita entre o grande público para indi- car qual o corpo celeste mais exótico, é (bem) possível que nas primeiras colocações – tal- vez, até como vencedores – estivessem os bu- racos negros. Afinal, esses objetos cósmicos, que se tornaram a coqueluche da astrofísica, têm atributos suficientes para merecer tal po- pularidade. Talvez, o principal deles tenha a ver com o fato de serem devoradores inces- santes de matéria e luz – sim, nem mesmo os fótons (corpúsculos de luz) conseguem esca- par da fúria sugadora de um buraco negro, caso dele se aproximem. Algo de novo no front • Até a década de 1960, buracos negros não passavam de mera curiosidade teórica. A predição desses ralos cósmicos surgiu em 1916 de cálculos feitos com base na teoria da relatividade geral, pu- blicada naquele ano pelo físico de origem ale- mã Albert Einstein (1879-1955). O feito é do astrofísico alemão Karl Schwarzschild (1876- 1916), enquanto ele combatia na frente russa na Primeira Guerra Mundial. Cerca de duas décadas depois, o próprio Einstein diria não acreditar na realidade desses corpos. Hoje, com tantos dados experimentais, é pratica- mente impossível refutar a existências desses gigantes da gravidade. NASCIMENTO E EVOLUÇÃO Como uma panela quente • Mas dizer que buracos negros têm entropia levou a outra ques- tão importante: se esses gigantes da gravidade têm entropia – retrucaram alguns físicos –, en- tão, eles deveriam ter também outros atributos termodinâmicos, como temperatura. Em outras palavras, deveriam emitir radiação. Hawking, disposto a mostrar que buracos negros não ti- nham entropia (e, portanto, temperatura), che- gou, em 1974, a uma conclusão surpreenden- te: buracos negros têm temperatura, ou seja, irradiam energia, como se fossem uma panela quente. Essa emissão de energia é hoje conhe- cida como radiação Hawking. Matéria e antimatéria • Hawking chegou à conclusão de que buracos negros irradiam ener- gia quando adicionou, à teoria da relatividade geral, elementos da mecânica quântica (teoria que lida com os fenômenos da dimensão atômi- ca e subatômica). Esse processo é basicamente assim: na borda do horizonte de eventos, den- tro e fora dessa fronteira imaginária, pululam pares de partículas e antipartículas virtuais (elétrons e pósitrons, por exemplo) que formam o chamado vácuo quântico. Por vezes, alguns desses pares se materializam – ou seja, passam de virtuais a reais –, de tal forma que uma das partículas do par surge dentro do horizonte de eventos – e é sugada pelo buraco negro –, en- quanto a outra escapa, dando origem à radiação Hawking. Paradoxo da bagunça • Tire o lixo de um lu- gar e jogue-o em outro. O primeiro local ficou mais organizado, mas o segundo perdeu orga- nização. Mas e se jogássemos esses rejeitos em um buraco negro? Eles – e a informação que eles carregam – estariam perdidos para sempre. E o universo se tornaria um local mais organizado. Portanto, toda vez que um buraco negro suga matéria e energia (ou seja, informação), o uni- verso fica mais organizado. Eis aí um aparente paradoxo, pois uma lei poderosíssima da física (a 2ª lei da termodinâmica) diz que, em sistemas fechados – e poderíamos considerar o universo como tal –, a entropia, que pode ser entendida como o grau de desordem, nunca pode diminuir. Eles têm entropia! • A resolução do parado- xo da diminuição da desordem – portanto, da aparente diminuição da entropia do universo – veio de físicos teóricos: buracos negros também teriam entropia, e ela seria proporcional à área do horizonte de eventos. Assim, toda vez que matéria e energia (ou seja, informação) caíssem em um buraco negro, a massa do buraco negro aumentaria e seu horizonte de eventos também. E, consequentemente, sua entropia. manescentes de estrelas abaixo disso seguirão outra evolução, dando origem a outros objetos cósmicos, como estrelas anãs brancas e estre- las de nêutrons – estas últimas, no entanto, po- dem sofrer um segundo colapso gravitacional e gerar um buraco negro. Mesma atração • Ao contrário do que permeia o imaginário popular, um buraco negro não exerce uma atração gravitacional maior que a de uma estrela com a mesma massa, desde que testemos isso com um corpo à mesma distância dos dois. Ou seja, se nesse instante o nosso Sol se transformasse, num passe de mágica, num buraco negro com a mesma massa, o único efei- to sobre a Terra seria que, depois de alguns mi- nutos, não veríamos mais nenhuma luz vinda daquela região. De resto, nada mudaria, nem mesmo a órbita da Terra em torno desse temido objeto. Redemoinho e canibalismo • No entanto, o cenário seria bem diferente para um corpo de- savisado que resolvesse se aventurar pelas pro- ximidades de nosso Sol agora transformado em buraco negro. Uma espaçonave, um planeta ou mesmo outra estrela que chegassem a algumas dezenas de quilômetros dele seriam completa- mente despedaçados, formando um redemoi- nho de matéria (disco de acresção) que, ao final, seria engolida pelo buraco negro. Desse modo, um buraco negro pode canibalizar estrelas pró- ximas ou nuvens de gás, interferindo, assim, na evolução da galáxia que o hospeda. GRANDES QUESTÕES Evaporação e sumiço • Se os buracos ne- gros perdem energia, eles, então, diminuem de tamanho e evaporam – em 1971, o próprio Hawking havia concluído que isso era impos- sível no contexto clássico, ou seja, sem levar em conta os princípios da mecânica quântica. O interessante é que os cálculos mostram que, quanto menor a massa de um buraco ne- gro, mais rapidamente ele evaporaria. Para onde vai a informação? • Mas a eva- poração de um buraco negro nos leva a outra questão: se um buraco negro desaparece, o que resta é apenas radiação. E, sabe-se, com base nas leis da física, que não é possível recuperar toda a informação a partir apenas da radiação. Portanto, surge a pergunta: para onde vai a informação que cai em um buraco negro? A resposta a esse pergunta é um dos desafios atuais para os especialistas na área. Gravitação quântica • A solução para a questão do sumiço da informação quando um buraco negro evapora talvez seja alcançada apenas quando (e se) os físicos chegarem à chamada gravitação quântica, área que unifi- caria a relatividade geral e a mecânica quân- tica. A busca por essa união não tem sido ta- refa fácil, e os físicos sequer concordam sobre quão perto (ou longe) estão disso. Como o Big Bang • O estudo teórico e obser- vacional dos buracos negros nos ajuda a en- tender não só a natureza e suas leis, mas tam- bém como evoluem as galáxias e mesmo como nasceu o universo. Os cientistas têm muitas evidências de que o universo teria começado a partir de um estado de matéria e energia extremamente concentradas, com pressões e densidades inimagináveis. Isso pode ser com- parado à singularidade de um buraco negro descomunal. Portanto, entender a física des- ses gigantes da gravidade nos ajudará a com- preender melhor como se formou o universo. E, no final das contas, a nós mesmos. Puxa e empurra • Buracos negros se formam a partir de estrelas massivas que, ao final da vida, depois de queimarem todo seu combus- tível (predominantemente hidrogênio, que se funde no interior da estrela para gerar elemen- tos químicos mais pesados), acabam colapsan- do sobre si mesmas, deixando como produto final dessa implosão um ‘corpo’ infinitamente denso, ou seja, a singularidade do interior do buraco negro. Até o momento do colapso, há um equilíbrio entre a pressão de dentro para fora, gerada pela radiação resultante da fusão nuclear, e a gravidade, que puxa as camadas externas para dentro. O combustível acaba, a pressão diminui, e a gravidade vence. Simpli- ficando, o resultado é o colapso do interior da estrela, seguido de uma explosão de propor- ções cósmicas. Essa explosão ejeta boa parte da massa original da estrela, semeando os ele- mentos químicos mais pesados pela galáxia. Onde antes brilhava uma estrela, agora jaz apenas um remanescente colapsado com uma fração da massa de sua genitora. Patamar mínimo • Nem todos os remanescen- tes da morte explosiva de uma estrela são bu- racos negros. Há um patamar mínimo da massa desse remanescente para que isso ocorra: esse limite está em cerca de três massas solares. Re- Curvatura do espaço-tempo Disco de acresção Concepção artística de um buraco negro com rotação que habitaria o núcleo da galáxia MCG-6-30-15 imagensnasa