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Emilly Stephanny e Pedro
Ivson
Trovadosimo
(1198-1417)
● Galego-português;
● Reforma Católica;
● Crise do sistema feudal;
● Formação das monarquias nacionais modernas;
● Surgimento de um novo grupo social, a burguesia.
Contexto do baixa Idade Média
● Surgiu na região da Provença, no sul da França;
● O "amor cortês", baseado no sofrimento por um amor impossível, pois eram desejadas as
mulheres da corte, casadas com nobres. Essa demonstração de amor ficou conhecida como
“amor platônico”.
● As cantigas de amor são escritas em primeira pessoa do singular, tendo o eu-lírico como
masculino;
● As poesias eram cantadas nos palácios com o acompanhamento de instrumentos musicais,
como a lira.
Cantigas de Amor
“A dona que eu am’e tenho” de Bernardo de Bonaval
A dona que eu amo e tenho por Senhor
amostra-me-a Deus, se vos en prazer for,
se non dade-me-a morte.
A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus
e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus,
se non dade-me-a morte.
Essa que Vós fezestes melhor parecer
de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer,
se non dade-me-a morte.
A Deus, que me-a fizestes mais amar,
mostrade-me-a algo possa con ela falar,
se non dade-me-a morte.”
● Nelas, o eu-lírico é feminino, no entanto, seus autores são homens;
● Nas cantigas de amigo, as mulheres são camponesas;
● As zonas rurais são os ambientes dessas cantigas;
● São comuns os poemas com diálogo.
Cantigas de Amigo
Cantiga “Ai flores, ai flores do verde pino” de D. Dinis
- Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado!
ai Deus, e u é?
-Vós me preguntades polo voss'amigo,
e eu ben vos digo que é san'e vivo.
Ai Deus, e u é?
Vós me preguntades polo voss'amado,
e eu ben vos digo que é viv'e sano.
Ai Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é san'e vivo
e seerá vosc'ant'o prazo saído.
Ai Deus, e u é?
E eu ben vos digo que é viv'e sano
e seerá vosc'ant'o prazo passado.
Ai Deus, e u é?
Humanismo
02
Contexto
Grandes navegações
As expedições marítimas tinham como objetivo a expansão do império
português, da língua portuguesa e da igreja católica.
Artes: Renascimento. Exemplo: Leonardo da Vinci, Rafael, Michelangelo.
Filosofia: Humanismo.
“Penso, logo existo.” (René Descartes)
● Formação das línguas nacionais;
● Contrarreforma
● Teocentrismo x Antropocentrismo.
Gil Vicente
Foi poeta e dramaturgo português. É
considerado o pioneiro do teatro lusitano.
“Auto da Barca do Inferno”, de 1517, é a sua
obra mais famosa. O teatro vicentino marca a
passagem da Idade Média para o mundo
Moderno.
O teatro de Gil Vicente
● Mentalidade medieval;
● Português arcaico;
● Os autos satirizam os costumes e a moralidade religiosa;
● Teatro popular.
Auto da Barca do Inferno (1517)
Personagens e seus pecados
Diabo : capitão da barca do Inferno.
Anjo : capitão da barca do Céu.
Fidalgo : tirano e representante da nobreza. Teve uma vida voltada para o luxo e vai para o inferno.
Onzeneiro : homem ganancioso, agiota e usurário. Por ter sido um grande avarento na vida ele vai para o
inferno.
Joane, o parvo : personagem inocente que teve uma vida simples. Portanto, ele vai para o céu.
Sapateiro : homem trabalhador, mas que roubou e enganou seus clientes. Assim, ele vai para o inferno.
Frade : representante da Igreja, que vai para o inferno. Isso porque ele tinha uma amante, Florença, e não
seguiu os princípios do catolicismo.
Brígida Vaz : alcoviteira condenada por bruxaria e prostituição que vai para o inferno.
Judeu : personagem que foi recusado pelo Diabo e pelo Anjo por não ser adepto ao Cristianismo. Por fim,
ele vai para o inferno.
Corregedor e Procurador : representantes da lei. Ambos vão para o inferno, pois foram acusados de
serem manipuladores e utilizarem das leis e da justiça para o bem e interesses pessoais.
Cavaleiros : grupo de quatro homens que lutaram para disseminar o cristianismo em vida e portanto, são
absolvidos dos pecados que cometeram e vão para o céu.
Auto da Barca do Inferno (1517)
[...]
Chega o Parvo ao batel do Anjo
e diz:
PARVO Hou da barca!
ANJO Que me queres?
PARVO Queres-me passar
além?
ANJO Quem és tu?
PARVO Samica alguém.
ANJO Tu passarás, se quiseres;
porque em todos teus fazeres
per malícia nom erraste.
Samica: Talvez
Frade — Para onde levais gente?
Diabo — Para aquele fogo ardente que nom
temestes vivendo.
Frade — Juro a Deus que nom t'entendo!
E este hábito não me vai?
Diabo — Gentil padre mundanal, a Belzebu vos
encomendo!
Frade — Corpo de Deus consagrado!
Pela fé de Jesus Cristo, que eu nom posso
entender isto!
Eu hei de ser condenado?!...
Um padre tão namorado e tanto dado à virtude?
Assim Deus me dê saúde, que eu estou
maravilhado!
Auto da Barca do Inferno (1517)
Diabo — Não curês de mais
detença.
Embarcai e partiremos: tomareis
um par de ramos.
Frade — Nom ficou isso n'avença.
Diabo — Pois dada está já a
sentença!
Frade — Pardeus! Essa seria ela!
Não vai em tal caravela minha
senhora Florença.
Como? Por ser namorado e folgar
com uma mulher se há um frade
de perder, com tanto salmo
rezado?!...
Diabo — Ora estás bem aviado!
Frade — Mais estás bem corrigido!
Diabo — Devoto padre marido, haveis de ser cá
pingado...
● Considerado o maior poeta renascentista português e uma
das mais expressivas vozes da nossa língua. Na poesia,
enquanto sujeito do mundo moderno, Camões apresentou a
experiência do amor como uma forma de atingir a sabedoria.
● Além do gênero lírico, Camões produziu o famoso épico
“Os lusíadas”, imortalizando Vasco da Gama como herói. Na
obra, o navegante porguês enfrenta enfrenta diversos
diversos obstáculos como monstros marinhos para chegar às
índias.
Luís Vaz de Camões (1525 - 1580)
Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem
querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se
perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata,
lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo
Amor
(Sonetos)
Já no largo Oceano navegavam,
As inquietas ondas apartando;
Os ventos brandamente
respiravam,
Das naus as velas côncavas
inchando;
Da branca escuma os mares se
mostravam
Cobertos, onde as proas vão
cortando
As marítimas águas consagradas,
Que do gado de Próteo são
cortadas,
(Os Lusíadas)
Quinhentismo
(1500- 1601)
● O quinhentismo não é considerada uma escola literária. Trata-se
dos primeiros registros descritivos, poéticos e teatrais produzidos
pelos europeus no Brasil do século XVI.
● Esses textos tinham o objetivo de informar sobre a nova colônia
portuguesa, a exemplo das crônicas e cartas de Pero Vaz de
Caminha. Assim como houve a produção de textos com o
propósito de catequização dos indígenas. Esse era o objetivo
pedagógico, que teve como principal nome o jesuíta José de
Anchieta.
Características da Literatura Informativa
● Produzida pelos viajantes;
● Descrição da fauna, flora e dos nativos;
● Exaltação da terra;
● Preocupação com a conquista material;
● Sem preocupação estética;
● Grande valor histórico e documental.
A Carta de Caminha
A feição deles é serem pardos maneiras
d’avermelhados de bons rostros e bons
narizes bem feitos. Andam nus sem
nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma
cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas e
estão acerca disso com tanta inocência
como têm de mostra o rosto.
Mas apesar de tudo isso andam bem
curados, e muito limpos. (....) porque os seus
corpos são tão limpos e tão gordos e tão
formosos que não pode ser mais!
De ponta a ponta é toda praia... muito chã e
muito formosa. (...) Até agora não pudemos
saber se há ouro ou prata nela, ou outra
coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos.
Contudo a terra em si é de muito bons ares
frescos e temperados como os de Entre-
Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora
assim os achávamos como os de lá. Águas
são muitas; infinitas. Em tal maneira é
graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-
á nela tudo; por causa das águas que tem.
Contudo, o melhor fruto que dela se pode
tirar parece-me que será salvar esta gente.
E esta deve ser a principal semente que
Vossa Alteza em ela deve lançar.
Características da Literatura Catequética
● Produzida pelos jesuítas;
● Temas religiosos com elementos do cristianismo;
● Preocupação com a conquista espiritual;
● Catequizar para não escravizar;
● Tom didático-pedagógico de caráter catequético.
PRIMEIRO ATO
(Cena do martírio de São Lourenço)
Cantam: Por Jesus, meu salvador,
Que morre por meus pecados,
Nestas brasas morro assado
Com fogo do meu amor.
Bom Jesus, quando te vejo
Na cruz, por mim flagelado,
Eu por ti vivo e queimado
Mil vezes morrer desejo.
Pois teu sangue redentor
Lavou minha culpa humana,
Arda eu pois nesta chama
Com fogo do teu amor.
O fogo do forte amor,
Ah, meu Deus!, com que me amas
Mais me consome que as chamas
E brasas, com seu calor.
Pois teu amor, pelo meu
Tais prodígios consumou,
Que eu, nas brasas onde estou,
Morro de amor pelo teu.
(Auto de São Lourenço, de José de Anchieta)
Obrigada!

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  • 1. Emilly Stephanny e Pedro Ivson Trovadosimo (1198-1417)
  • 2. ● Galego-português; ● Reforma Católica; ● Crise do sistema feudal; ● Formação das monarquias nacionais modernas; ● Surgimento de um novo grupo social, a burguesia. Contexto do baixa Idade Média
  • 3. ● Surgiu na região da Provença, no sul da França; ● O "amor cortês", baseado no sofrimento por um amor impossível, pois eram desejadas as mulheres da corte, casadas com nobres. Essa demonstração de amor ficou conhecida como “amor platônico”. ● As cantigas de amor são escritas em primeira pessoa do singular, tendo o eu-lírico como masculino; ● As poesias eram cantadas nos palácios com o acompanhamento de instrumentos musicais, como a lira. Cantigas de Amor
  • 4. “A dona que eu am’e tenho” de Bernardo de Bonaval A dona que eu amo e tenho por Senhor amostra-me-a Deus, se vos en prazer for, se non dade-me-a morte. A que tenh'eu por lume d'estes olhos meus e porque choran sempr(e) amostrade-me-a Deus, se non dade-me-a morte. Essa que Vós fezestes melhor parecer de quantas sei, a Deus, fazede-me-a veer, se non dade-me-a morte. A Deus, que me-a fizestes mais amar, mostrade-me-a algo possa con ela falar, se non dade-me-a morte.”
  • 5. ● Nelas, o eu-lírico é feminino, no entanto, seus autores são homens; ● Nas cantigas de amigo, as mulheres são camponesas; ● As zonas rurais são os ambientes dessas cantigas; ● São comuns os poemas com diálogo. Cantigas de Amigo
  • 6. Cantiga “Ai flores, ai flores do verde pino” de D. Dinis - Ai flores, ai flores do verde pino, se sabedes novas do meu amigo! ai Deus, e u é? Ai flores, ai flores do verde ramo, se sabedes novas do meu amado! ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amigo, aquel que mentiu do que pôs comigo! ai Deus, e u é? Se sabedes novas do meu amado, aquel que mentiu do que mi há jurado! ai Deus, e u é? -Vós me preguntades polo voss'amigo, e eu ben vos digo que é san'e vivo. Ai Deus, e u é? Vós me preguntades polo voss'amado, e eu ben vos digo que é viv'e sano. Ai Deus, e u é? E eu ben vos digo que é san'e vivo e seerá vosc'ant'o prazo saído. Ai Deus, e u é? E eu ben vos digo que é viv'e sano e seerá vosc'ant'o prazo passado. Ai Deus, e u é?
  • 7.
  • 9.
  • 10. Contexto Grandes navegações As expedições marítimas tinham como objetivo a expansão do império português, da língua portuguesa e da igreja católica. Artes: Renascimento. Exemplo: Leonardo da Vinci, Rafael, Michelangelo. Filosofia: Humanismo. “Penso, logo existo.” (René Descartes) ● Formação das línguas nacionais; ● Contrarreforma ● Teocentrismo x Antropocentrismo.
  • 11. Gil Vicente Foi poeta e dramaturgo português. É considerado o pioneiro do teatro lusitano. “Auto da Barca do Inferno”, de 1517, é a sua obra mais famosa. O teatro vicentino marca a passagem da Idade Média para o mundo Moderno.
  • 12. O teatro de Gil Vicente ● Mentalidade medieval; ● Português arcaico; ● Os autos satirizam os costumes e a moralidade religiosa; ● Teatro popular.
  • 13. Auto da Barca do Inferno (1517) Personagens e seus pecados Diabo : capitão da barca do Inferno. Anjo : capitão da barca do Céu. Fidalgo : tirano e representante da nobreza. Teve uma vida voltada para o luxo e vai para o inferno. Onzeneiro : homem ganancioso, agiota e usurário. Por ter sido um grande avarento na vida ele vai para o inferno. Joane, o parvo : personagem inocente que teve uma vida simples. Portanto, ele vai para o céu. Sapateiro : homem trabalhador, mas que roubou e enganou seus clientes. Assim, ele vai para o inferno. Frade : representante da Igreja, que vai para o inferno. Isso porque ele tinha uma amante, Florença, e não seguiu os princípios do catolicismo. Brígida Vaz : alcoviteira condenada por bruxaria e prostituição que vai para o inferno. Judeu : personagem que foi recusado pelo Diabo e pelo Anjo por não ser adepto ao Cristianismo. Por fim, ele vai para o inferno. Corregedor e Procurador : representantes da lei. Ambos vão para o inferno, pois foram acusados de serem manipuladores e utilizarem das leis e da justiça para o bem e interesses pessoais. Cavaleiros : grupo de quatro homens que lutaram para disseminar o cristianismo em vida e portanto, são absolvidos dos pecados que cometeram e vão para o céu.
  • 14. Auto da Barca do Inferno (1517) [...] Chega o Parvo ao batel do Anjo e diz: PARVO Hou da barca! ANJO Que me queres? PARVO Queres-me passar além? ANJO Quem és tu? PARVO Samica alguém. ANJO Tu passarás, se quiseres; porque em todos teus fazeres per malícia nom erraste. Samica: Talvez Frade — Para onde levais gente? Diabo — Para aquele fogo ardente que nom temestes vivendo. Frade — Juro a Deus que nom t'entendo! E este hábito não me vai? Diabo — Gentil padre mundanal, a Belzebu vos encomendo! Frade — Corpo de Deus consagrado! Pela fé de Jesus Cristo, que eu nom posso entender isto! Eu hei de ser condenado?!... Um padre tão namorado e tanto dado à virtude? Assim Deus me dê saúde, que eu estou maravilhado!
  • 15. Auto da Barca do Inferno (1517) Diabo — Não curês de mais detença. Embarcai e partiremos: tomareis um par de ramos. Frade — Nom ficou isso n'avença. Diabo — Pois dada está já a sentença! Frade — Pardeus! Essa seria ela! Não vai em tal caravela minha senhora Florença. Como? Por ser namorado e folgar com uma mulher se há um frade de perder, com tanto salmo rezado?!... Diabo — Ora estás bem aviado! Frade — Mais estás bem corrigido! Diabo — Devoto padre marido, haveis de ser cá pingado...
  • 16. ● Considerado o maior poeta renascentista português e uma das mais expressivas vozes da nossa língua. Na poesia, enquanto sujeito do mundo moderno, Camões apresentou a experiência do amor como uma forma de atingir a sabedoria. ● Além do gênero lírico, Camões produziu o famoso épico “Os lusíadas”, imortalizando Vasco da Gama como herói. Na obra, o navegante porguês enfrenta enfrenta diversos diversos obstáculos como monstros marinhos para chegar às índias. Luís Vaz de Camões (1525 - 1580)
  • 17.
  • 18. Amor é fogo que arde sem se ver, é ferida que dói, e não se sente; é um contentamento descontente, é dor que desatina sem doer. É um não querer mais que bem querer; é um andar solitário entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é um cuidar que ganha em se perder. É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata, lealdade. Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor (Sonetos) Já no largo Oceano navegavam, As inquietas ondas apartando; Os ventos brandamente respiravam, Das naus as velas côncavas inchando; Da branca escuma os mares se mostravam Cobertos, onde as proas vão cortando As marítimas águas consagradas, Que do gado de Próteo são cortadas, (Os Lusíadas)
  • 20.
  • 21. ● O quinhentismo não é considerada uma escola literária. Trata-se dos primeiros registros descritivos, poéticos e teatrais produzidos pelos europeus no Brasil do século XVI. ● Esses textos tinham o objetivo de informar sobre a nova colônia portuguesa, a exemplo das crônicas e cartas de Pero Vaz de Caminha. Assim como houve a produção de textos com o propósito de catequização dos indígenas. Esse era o objetivo pedagógico, que teve como principal nome o jesuíta José de Anchieta.
  • 22. Características da Literatura Informativa ● Produzida pelos viajantes; ● Descrição da fauna, flora e dos nativos; ● Exaltação da terra; ● Preocupação com a conquista material; ● Sem preocupação estética; ● Grande valor histórico e documental.
  • 23. A Carta de Caminha A feição deles é serem pardos maneiras d’avermelhados de bons rostros e bons narizes bem feitos. Andam nus sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa cobrir nem mostrar suas vergonhas e estão acerca disso com tanta inocência como têm de mostra o rosto. Mas apesar de tudo isso andam bem curados, e muito limpos. (....) porque os seus corpos são tão limpos e tão gordos e tão formosos que não pode ser mais! De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito formosa. (...) Até agora não pudemos saber se há ouro ou prata nela, ou outra coisa de metal, ou ferro; nem lha vimos. Contudo a terra em si é de muito bons ares frescos e temperados como os de Entre- Douro-e-Minho, porque neste tempo d'agora assim os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infinitas. Em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se- á nela tudo; por causa das águas que tem. Contudo, o melhor fruto que dela se pode tirar parece-me que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar.
  • 24. Características da Literatura Catequética ● Produzida pelos jesuítas; ● Temas religiosos com elementos do cristianismo; ● Preocupação com a conquista espiritual; ● Catequizar para não escravizar; ● Tom didático-pedagógico de caráter catequético.
  • 25. PRIMEIRO ATO (Cena do martírio de São Lourenço) Cantam: Por Jesus, meu salvador, Que morre por meus pecados, Nestas brasas morro assado Com fogo do meu amor. Bom Jesus, quando te vejo Na cruz, por mim flagelado, Eu por ti vivo e queimado Mil vezes morrer desejo. Pois teu sangue redentor Lavou minha culpa humana, Arda eu pois nesta chama Com fogo do teu amor. O fogo do forte amor, Ah, meu Deus!, com que me amas Mais me consome que as chamas E brasas, com seu calor. Pois teu amor, pelo meu Tais prodígios consumou, Que eu, nas brasas onde estou, Morro de amor pelo teu. (Auto de São Lourenço, de José de Anchieta)