Cistite aguda na mulher e na gestante: diagnóstico e tratamento
Anticoncepcionais hormonais combinados
1. ANTICONCEPÇÃO HORMONAL
Patricia de Rossi
Mestre em Medicina (Ginecologia e Obstetrícia) pela
Faculdade de Medicina da Universidade De São Paulo
Professora de Medicina na Universidade de Santo Amaro (UNISA)
Preceptora da Residência em Ginecologia e Obstetrícia no
Conjunto Hospitalar do Mandaqui, São Paulo
2. “Os dados mostram, ainda, que 25% das
entrevistadas preferiam esperar mais tempo
para ter um bebê e 30% simplesmente não
desejavam engravidar em nenhum momento
da vida, atual ou futuro”.
= 1.800.000 gestações em um ano
Aproximadamente 50% das mulheres
com gestações não planejadas estavam
usando métodos anticoncepcionais
Fonte: “Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre o parto e o nascimento”, 2014
3. ASPECTOS A SE CONSIDERAR NA ESCOLHA DO MÉTODO
CONTRACEPTIVO
Eficácia Conveniência Duração de ação
Reversibilidade e
tempo de retorno
da fertilidade
Efeito no ciclo e
fluxo menstrual
Frequência de
efeitos colaterais e
eventos adversos
Disponibilidade /
custo
Proteção contra
IST
6. Com julgamento
médico
Método pode ser
usado sem restrição
Método geralmente
usado (maiores cuidados)
Método geralmente
não recomendado
Método não deve ser
usado
Classificação das
condições
1
2
3
4
https://www.who.int/reproductivehealth/publications/family_planning/MEC-5/en/
Com julgamento de
profissional de saúde
não médico
Sim
Sim
Não
Não
CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DA ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DE SAÚDE
7. EFICÁCIA DOS MÉTODOS CONTRACEPTIVOS
• Variáveis
• Idade da usuária
• Experiência com o método
• Motivação para evitar a gravidez
• Características intrínsecas do
método
• Uso consistente e correto
• Índice de Pearl: nº de gestações
em 100 mulheres no 1º ano de
uso do método
Eficácia teórica (intrínseca ao
método): uso do método de
forma consistente e correta
Eficácia prática ou habitual
(efetividade): observada no uso
típico do método – depende
do(a) usuário(a)
8.
9. PORCENTAGEM DE GESTAÇÕES NÃO DESEJADAS NO 1º
ANO DE USO DO MÉTODO
MÉTODO USO TÍPICO USO PERFEITO
Nenhum 85% 85%
Espermicidas 29% 18%
Coito interrompido 27% 4%
Tabelinha 25% 4%
Preservativo feminino 21% 5%
Diafragma 16% 6%
Preservativo masculino 15% 2%
10. PORCENTAGEM DE GESTAÇÕES NÃO DESEJADAS NO 1º
ANO DE USO DO MÉTODO
MÉTODO USO TÍPICO USO PERFEITO
COC, adesivo, anel, POP 9% 0,3%
Injetável trimestral 6% 0,2%
DIU de cobre TCu380 0,8% 0,6%
Laqueadura 0,5% 0,5%
SIU LNG 0,2% 0,2%
Vasectomia 0,15% 0,1%
Implante de LNG 0,05% 0,05%
11. PORCENTAGEM DE GESTAÇÕES NÃO DESEJADAS NO 1º
ANO DE USO DO MÉTODO
MÉTODO USO TÍPICO USO PERFEITO
COC, adesivo, anel, POP 9% 0,3%
Injetável trimestral 6% 0,2%
DIU de cobre TCu380 0,8% 0,6%
Laqueadura 0,5% 0,5%
SIU LNG 0,2% 0,2%
Vasectomia 0,15% 0,1%
Implante de LNG 0,05% 0,05%
12. PORCENTAGEM DE GESTAÇÕES NÃO DESEJADAS NO 1º
ANO DE USO DO MÉTODO
MÉTODO USO TÍPICO USO PERFEITO
COC, adesivo, anel, POP 9% 0,3%
Injetável trimestral 6% 0,2%
DIU de cobre TCu380 0,8% 0,6%
Laqueadura 0,5% 0,5%
SIU LNG 0,2% 0,2%
Vasectomia 0,15% 0,1%
Implante de LNG 0,05% 0,05%
13. PORCENTAGEM DE GESTAÇÕES NÃO DESEJADAS NO 1º
ANO DE USO DO MÉTODO
MÉTODO USO TÍPICO USO PERFEITO
COC, adesivo, anel, POP 9% 0,3%
Injetável trimestral 6% 0,2%
DIU de cobre TCu380 0,8% 0,6%
Laqueadura 0,5% 0,5%
SIU LNG 0,2% 0,2%
Vasectomia 0,15% 0,1%
Implante de LNG 0,05% 0,05%
19. TIPOS DE ESTROGÊNIO E PROGESTAGÊNIO DAS PÍLULAS COMBINADAS
ESTROGÊNIO
• Etinilestradiol – presente na
grande maioria das pílulas, na
dose de 15, 20, 30 ou 35 mcg
(= baixa dose)
• Valerato de estradiol
• Estradiol
PROGESTAGÊNIO
• Levonorgestrel
• Acetato de ciproterona
• Gestodeno
• Desogestrel
• Clormadinona
• Drospirenona
• Dienogeste
• Nomegestrol
20. PROGESTAGÊNIOS:
INTERAÇÃO COM DIFERENTES RECEPTORES
P
PR ER AR GR MR
PR: receptor de progesterona
ER: receptor de estrogênio
AR: receptor androgênico
GR: receptor glicocorticoide
MR: receptor mineralocorticoide
23. FATORES QUE INTERFEREM NA EFICÁCIA DOS CONTRACEPTIVOS
ORAIS
• Atraso no início de nova cartela
• Esquecimento de um ou mais comprimidos
• Ingestão concomitante de certos fármacos/fitoterápicos
• Náuseas e vômitos
• Diarreia
• Síndromes de má absorção
• Cirurgia bariátrica disabsortiva
24. MEDICAMENTOS QUE PODEM REDUZIR A EFICÁCIA DOS COCs
Alguns
anticonvulsivantes
Alguns
antirretrovirais
Rifampicina e
rifabutina
Hipérico (Erva-de-
São João)
Opções para usuárias de algum desses medicamentos: injetáveis,
DIUs (T de cobre ou SIU-LNG) ou métodos definitivos
*Lista completa no Manual de Critérios de Elegibilidade da OMS*
25. MEDICAMENTOS QUE INTERFEREM NA EFICÁCIA DOS COCs
Anticonvulsivantes
• Fenitoína
• Carbamazepina
• Oxcarbazepina
• Topiramato
• Barbitúricos (fenobarbital)
• Primidona
* Lamotrigina pode ter sua ação reduzida com uso de COCs
26. CONTRAINDICAÇÕES ÀS PÍLULAS COMBINADAS (CATEGORIAS 3 E 4 DA OMS)
• Câncer de mama atual ou pregresso
• Doença tromboembólica atual ou pregressa
• Trombofilias hereditárias ou adquiridas (SAF)
• Doença cardiovascular
• Cardiopatia valvar complicada (com hipertensão pulmonar, risco de
fibrilação atrial ou antecedente de endocardite)
• Hepatopatia aguda ou crônica ativa
• Cirrose hepática descompensada
27. CONTRAINDICAÇÕES ÀS PÍLULAS COMBINADAS
(CATEGORIAS 3 E 4 DA OMS)
Hipertensão arterial sistêmica (mesmo
controlada)
É indispensável medir a pressão arterial
antes de prescrever um anticoncepcional
hormonal combinado!
31. SITUAÇÕES EM QUE A PÍLULA COMBINADA PODE SER
USADA (CLASSES 1 E 2 DA OMS)
Idade maior que 40 anos
Obesidade sem outros fatores de risco para DCV
Fumante com menos de 35 anos
Cardiopatia valvar não complicada
Antecedente familiar de doença tromboembólica ou de câncer de mama
Lúpus sem SAF (se não se sabe se tem SAF = 4)
32. SITUAÇÕES EM
QUE A PÍLULA
COMBINADA PODE
SER USADA
(CLASSES 1 E 2 DA
OMS)
Varizes ou tromboflebite superficial
Diabetes sem vasculopatia
Doença mamária benigna
Cistos de ovário
Colecistopatia assintomática ou após
colecistectomia (sintomática = 3)
Antecedente de colestase na gravidez
(se a colestase ocorreu com COC = 3)
33. SITUAÇÕES EM
QUE A PÍLULA
COMBINADA PODE
SER USADA
(CLASSES 1 E 2 DA
OMS)
Neoplasia ginecológica (colo, endométrio, ovário,
neoplasia trofoblástica gestacional); NIC
Mioma
Endometriose
Hepatite crônica ou portadora
Tireoidopatias
Infecções pélvicas
34. OS ESQUEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DOS COCs DEPENDEM DA
COMPOSIÇÃO DAS PÍLULAS
35. ESQUEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DAS PÍLULAS COMBINADAS
21/7 – 21 cp e 7 dias de pausa
22/6 – 22 cp e 6 dias de pausa
Uso contínuo
Intervalo sem pílula
36. MODO DE USO
DAS PÍLULAS
COMBINADAS
• Início no 1º dia do ciclo da próxima
menstruação
• Se estiver em amenorreia, começar em
qualquer dia, desde que se exclua gravidez
• Cartelas de 21 comprimidos: 7 dias de
intervalo (começar nova cartela no 8º dia)
• Cartelas com 24 comprimidos ativos: 4 dias
de intervalo (começar no 5º dia)
• Cartelas com 28 ou 30 comprimidos: uso
contínuo, sem intervalo
37. USO CONTÍNUO OU EM CICLO ESTENDIDO
• Uso contínuo: sem pausa entre as cartelas
• Ciclo estendido: sequência de cartelas com pausa
(mais comumente, a cada 3 meses)
• Diminui efeitos da falta de estrogênio no intervalo (por exemplo,
cefaleia ou dor pélvica)
• Pode causar sangramento de escape e mastalgia
• Se for fazer pausa, seguir o intervalo habitual da pílula (4 ou 7
dias, dependendo da formulação)
38. CONDUTA NO ESQUECIMENTO
• Até 12 horas de atraso: tomar imediatamente a pílula esquecida e continuar
normalmente a cartela
• Mais de 12 horas de atraso: tomar a pílula e usar método de barreira por 7 dias
• Esquecimento de duas ou mais pílulas: tomar imediatamente as pílulas
esquecidas e usar método de barreira por sete dias
• Vômitos/diarreia até 4 horas da ingestão da pílula: tomar nova dose (por
exemplo, a última pílula da cartela)
• Atenção: se a pílula não for monofásica, seguir as instruções do fabricante
39. USOS NÃO CONTRACEPTIVOS DAS PÍLULAS COMBINADAS
• Controle de ciclo
• Sangramento uterino anormal
• Endometriose
• Hirsutismo
• Acne
• Dismenorreia primária
• Interrupção da menstruação
40. BENEFÍCIOS NÃO
CONTRACEPTIVOS
DAS PÍLULAS
COMBINADAS
Incidência de câncer de ovário e endométrio
Volume menstrual e regularização do ciclo
Ocorrência de anemia ferropriva
Incidência de doenças benignas das mamas
Ocorrência de cistos ovarianos
Dismenorreia primária
Doença inflamatória pélvica
41. EFEITOS ADVERSOS MAIS COMUNS DAS PÍLULAS COMBINADAS
• Náuseas e vômitos
• Cefaleia
• Mastalgia
• Edema
• Irritabilidade
• Melasma
• Aumento do apetite
• Depressão
• Cansaço
• Alterações da libido
• Acne / oleosidade da pele
• Queda de cabelo
43. POP X MINIPÍLULA
• As ‘minipílulas’ são contraceptivos orais de progestagênio isolado que,
historicamente, eram receitadas para mulheres em amamentação para
reduzir o risco de gravidez
(Noretisterona 0,35 mg – cartelas com 30 cp)
• Sua eficácia isolada é muito baixa – não atrasar a dose mais do que 3 horas
• Modernamente, consideram-se as POPs de desogestrel e de drospirenona
4mg como tendo eficácia comparável aos COCs, não se indicando mais as
minipílulas antigas para contracepção
44. PÍLULA SOMENTE
DE
PROGESTAGÊNIO:
VANTAGENS
Eficácia igual à das pílulas combinadas
Sem efeitos adversos dos estrogênios
Não aumenta o risco de trombose
Pode ser utilizada durante a amamentação
Poucos efeitos colaterais
Sem pausas na tomada: mais difícil de
esquecer
• Câncer endometrial
• Doença Inflamatória Pélvica
• Doenças benignas da mama
Previne contra
45. POP DE DESOGESTREL 75mcg: DESVANTAGENS
• Mudanças no padrão menstrual
• Irregularidade menstrual
• Spotting / sangramento intermenstrual
• Amenorreia
• Sangramento menstrual prolongado
• Devem ser tomadas sempre no mesmo horário
(intervalo de até 12 horas); caso ocorra esquecimento
com atraso > 12 horas = usar método de barreira
por 7 dias
46. POP DE DROSPIRENONA 4mg
• Drospirenona: progestagênio com ação
antiandrogênica e antimineralocorticoide
• Composição: 24 pílulas ativas + 4 pílulas
livres de hormônios (placebo)
• Promove sangramento previsível e regular
na maioria das usuárias
• Cartela com 28 cp – não fazer intervalo
entre as cartelas
47. Atenção: os medicamentos que reduzem a eficácia das
pílulas combinadas também têm esse efeito com as POP
• Anticonvulsivantes
• Antirretrovirais
• Rifampicina
• Hipérico
49. VANTAGENS DA
ADMINISTRAÇÃO
HORMONAL NÃO
ORAL
Evita o metabolismo de primeira passagem
hepática
Evita interferência de absorção gastrointestinal
Liberação hormonal controlada, mantendo níveis
séricos constantes
Dosagens reduzidas
Evita a necessidade de tomar pílula diariamente
50. CONTRACEPTIVOS HORMONAIS NÃO ORAIS
Métodos combinados
• Injetável mensal
• Anel vaginal
• Adesivo transdérmico
Métodos somente com
progestagênios
• Injetável trimestral
• Implante subcutâneo
• Sistema intrauterino de
levonorgestrel
52. INJETÁVEIS COMBINADOS MENSAIS
• Compostos de estrogênio natural + progestagênio
• Causam menos alterações na pressão arterial, hemostasia,
coagulação, metabolismo lipídico e função hepática em
comparação às pílulas combinadas
Composição Exemplos
Cipionato de estradiol 5 mg +
acetato de medroxiprogesterona 25 mg
Cyclofemina®, Depomês®
Enantato de estradiol 10 mg + algestona acetofenida) 150 mg Perlutan®, Uno-Ciclo®
Valerato de estradiol 5 mg + enantato de noretindrona 50 mg Mesigyna®
53. INJETÁVEIS MENSAIS
• Mecanismo de ação
• Inibição da ovulação e alteração do muco cervical
• Eficácia*
• Uso típico: 3 gestações por 100 mulheres no primeiro ano de uso
• Eficácia teórica: 0,05 gestações / 100 mulheres-ano
* Ref.: World Health Organization. Medical eligibility
criteria for contraceptive use – 4th ed.
54. INJETÁVEIS MENSAIS - CONTRAINDICAÇÕES
• Semelhantes aos contraceptivos orais combinados, porém podem ser
usados com cautela (classe 2 OMS) em
• Tabagistas com mais de 35 anos que fumam até 15 cigarros por dia
• Colecistopatia sintomática
• Cirrose hepática compensada
• Uso de rifampicina, anticonvulsivantes ou terapia antirretroviral
55. MODO DE USO DOS INJETÁVEIS MENSAIS
• Usar a primeira dose até o 5º dia do ciclo
• Aplicar as doses subsequentes com intervalo de 30 ± 3 dias
• Uso pós parto:
• após 3-6 semanas (se não estiver amamentando)
• após 6 meses (se estiver amamentando)
• Após aborto, deve ser aplicada até o 7º dia
• Pode ser iniciada em qualquer dia do ciclo, se houver certeza de que a
mulher não está grávida
56. PROBLEMAS COM OS INJETÁVEIS MENSAIS
• Necessitam ser aplicados por profissional habilitado
• Preocupação com a “alta dose de hormônio”
• Irregularidade menstrual
• Não é possível fazer ciclo estendido
Os injetáveis mensais são mais eficazes que a pílula anticoncepcional
59. ADESIVO TRANSDÉRMICO
• Etinilestradiol 600mcg + norelgestromina 6mg por adesivo
• Libera 34 mcg de EE/dia
• Método hormonal com maior dose mensal de estrogênio
• Mecanismo de ação, indicações e contraindicações ≈ contraceptivo oral
combinado
• Não deve ser usado por mulheres pesando > 90 kg (redução significativa da
eficácia)
• Efeitos colaterais: irritação local, mastalgia, náusea, cefaleia
60. ADMINISTRAÇÃO TRANSDÉRMICA
• Primeiro adesivo no 1º dia do ciclo menstrual
• Um adesivo por semana durante 3 semanas
• Uma semana de pausa e reiniciar; também pode ser usado sem pausa, de
forma contínua
Adesivo #1 Adesivo #2 Adesivo #3
Ciclo de 28 dias
Semana 1 Semana 2 Semana 3 Semana 4
61. LOCAIS DE APLICAÇÃO DO ADESIVO
•Aplicar nas nádegas, no abdome, na
parte superior externa do braço ou na
parte superior do dorso
•Evitar local em que possa haver fricção
por roupas justas ou em dobras
•Nunca aplicar o adesivo nas mamas
62. MODO DE USO DO ADESIVO
• Não é necessário retirar o adesivo para tomar banho
• Conduta no descolamento
– Tentar colar o adesivo
– Usar um adesivo novo
– Fitas adesivas não são recomendadas para fixar o adesivo
• Se o prazo sem adesivo for superior a um dia
– Iniciar um novo ciclo de quatro semanas imediatamente
– Adotar método complementar de contracepção por sete dias
64. ANEL VAGINAL: CARACTERÍSTICAS
• Anel composto de polímero flexível que libera, diariamente,
• Etinilestradiol 15 mcg
• Etonogestrel 120 mcg
• Uso mensal (3 semanas de uso/1 de pausa)
• Pode ser usado com
• Preservativo masculino
• Medicamentos por via vaginal
• Absorvente interno
65. QUANDO INICIAR O MÉTODO
• Primeiro dia do ciclo menstrual
• Dia em que tomaria a primeira pílula da nova cartela
• Outros métodos: no dia em que são descontinuados
• Nesse caso, usar método de barreira por 7 dias
• Pós aborto ou ectópica: imediatamente
67. QUANDO RETIRAR
O ANEL?
Obs.: Pode ser usado no esquema estendido ou
contínuo
Fazer intervalo de uma semana
Descartar o anel na embalagem para evitar
liberação de hormônios no meio ambiente
Retirar após três semanas
68. USO DO ANEL
• Não é necessário retirar o anel para ter relações sexuais, tratamentos
tópicos vaginais ou uso de absorvente interno
• O uso de espermicida não altera a eficácia do anel
• Poucos parceiros perceberam a presença do anel durante as relações
sexuais e a maioria foi indiferente à sua presença
• Efeitos colaterais mais relatados
• Eventos relacionados ao anel (sensação de corpo estranho, problemas de coito e
expulsão)
• Leucorreia / vaginite
• Cefaleia
71. INJETÁVEL TRIMESTRAL
• Acetato de medroxiprogesterona de depósito
(AMPD) 150mg (DepoProvera®)
• Primeira injeção no 1º ao 7º dia do ciclo
• Uso via intramuscular
• Não aplicar calor nem massagear o local
• Repetir a aplicação a cada 3 meses + 15 dias
• Maior tempo para retorno da fertilidade
(> 6 meses)
72. CARACTERÍSTICAS DO INJETÁVEL TRIMESTRAL
• Ação central (anovulatória) e local (muco cervical, endométrio)
• É o único método que, comprovadamente, está relacionado a ganho de
peso (em média, 4 kg no primeiro ano)
• Maior ganho de peso em adolescentes obesas – evitar o uso
• Observou-se redução da densidade mineral óssea quando usado na
adolescência, mas sem repercussão clínica e reversível após a interrupção
do método
• Alteração do padrão menstrual é comum e leva a amenorreia em 50% após
6 meses
73. OS CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE PARA O INJETÁVEL TRIMESTRAL DE
AMPD SÃO DIFERENTES DAQUELES PARA OS POP!
• Categoria 3, e não 2, em:
• Sangramento vaginal inexplicado
• Antecedente de AVC ou doença cardíaca isquêmica
• HAS com PAs ≥ 160, PAd ≥ 100 mmHg ou doença vascular
• Múltiplos fatores de risco para DCV
• Puerpério < 6 semanas
• Vantagem: podem ser usados nos casos de medicações indutoras de
citocromo P450
75. IMPLANTE SUBCUTÂNEO
• Implanon, Implanon NXT
(radiopaco)
• Contém 68 mg de etonogestrel
• Mecanismo de ação central e local
• Método contraceptivo mais eficaz
(0,05 gestações/100 mulheres)
• Duração de 3 anos
• Pode haver desenvolvimento
folicular ovariano (cistos
foliculares)
76. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS
Nos critérios de elegibilidade da OMS, o implante de etonogestrel é categoria 2 para
anticonvulsivantes e antirretrovirais, porém a bula do fabricante alerta que pode
haver redução da eficácia do método
78. SISTEMAS INTRAUTERINOS DE
LEVONORGESTREL
• Dispositivos intrauterinos com reservatório de
levonorgestrel na haste
• Eficácia muito alta: 0,2/100 mulheres no primeiro
ano de uso
• Mecanismo de Ação
• Espessamento do muco cervical
• Anovulação em aproximadamente 25% das mulheres
• Causam supressão dos receptores de estradiol no
endométrio, atrofia endometrial e inibição da
passagem do espermatozoide através da cavidade
uterina
79. CONTRAINDICAÇÕES ABSOLUTAS PARA DIU-LNG (CATEGORIA 4 OMS)
• Gravidez
• Sangramento vaginal inexplicado / não diagnosticado
• Infecção puerperal, aborto séptico, DIP, cervicite ou outra IST há menos de 3
meses
• Tuberculose pélvica
• Câncer genital: colo, endométrio ou NTG (mola invasora e coriocarcinoma)
• Câncer de mama atual
• Alterações da cavidade uterina, incluindo miomas
81. KYLEENA®
• Mais curto do que o Mirena
(30 x 32mm) e com tubo de
inserção mais fino (3,8 x 4,4mm)
• Anel de prata para auxiliar na
identificação em exames de
imagem
• Aprovado somente para
contracepção
82. SIU-LNG: VANTAGENS
Além dos benefícios oferecidos pelos outros modelos de DIU, são descritos
especificamente para os sistemas intrauterinos com levonorgestrel:
• Redução do fluxo menstrual
• Redução da intensidade da dismenorreia
• Prevenção de anemia relacionada à perda sanguínea durante a
menstruação
• Redução do risco de doença inflamatória pélvica e de gravidez ectópica
• Alternativa terapêutica para sangramento uterino anormal (somente
Mirena)
83. SIU-LNG: EFEITOS ADVERSOS
• Sangramento irregular ou spotting nos primeiros três a seis meses; é a
principal causa de descontinuação do método
• Cefaleia, náuseas, depressão
• Menos comumente: acne, mastalgia, ganho de peso
• O uso do DIU-LNG está associado a desenvolvimento de cistos funcionais
em cerca de 20% das pacientes (geralmente assintomáticos e resolvem-se
espontaneamente)
• Orientar a paciente
84. PADRÕES MENSTRUAIS COM MIRENA®
0
10
20
30
40
50
60
70
80
6 12 18 24 30
%
Meses de uso
Amenorreia
Spotting
Oligomenorreia
Metrorragia
Regular
Hidalgo, 2002
86. MENSAGENS FINAIS
• Conhecer as características dos métodos em profundidade
• Formulações farmacêuticas
• Segurança, eficácia, efetividade e contraindicações – critérios OMS
• Vantagens e desvantagens de cada método
• Explicar detalhadamente para a paciente o modo de uso e como agir no uso
incorreto
• Orientar sobre e saber manejar efeitos adversos
• Adicionar método de barreira (preservativo) para proteção contra ISTs e
dupla proteção
88. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
• Critérios de Elegibilidade Médica da OMS (5ª edição, disponível somente em inglês):
https://www.who.int/reproductivehealth/publications/family_planning/MEC-5/en/
• Family Planning - A global handbook for providers 2018 edition: ótimo manual da OMS para
aplicação prática dos critérios de elegibilidade (disponível somente em inglês):
https://www.who.int/reproductivehealth/publications/fp-global-handbook/en/
• Grupo ‘Contracepção em Foco’ (Facebook): coordenado pela professora Carolina Sales
Vieira (USP-RP), com ótimas discussões e documentos relacionados a contracepção:
https://www.facebook.com/groups/213300188732539/