O documento discute as origens e a história das comemorações do Dia de Portugal, Dia de Camões e das Comunidades Portuguesas (10 de Junho). O primeiro Presidente da República envolvido na organização das comemorações foi Teófilo Braga em 1880 para celebrar o tricentenário da morte de Luís de Camões. Ao longo dos anos, as comemorações do 10 de Junho evoluíram com os diferentes regimes políticos em Portugal.
2. Sabias que um dos
Presidentes da República
esteve envolvido na
organização das primeiras
comemorações do 10 de
Junho, que celebravam a
memória de Camões, em
1880?
Segue as pistas e descobre
quem foi, juntando as
imagens do puzzle.
3. Nasci em Ponta Delgada (ilha de S. Miguel, Açores),
em 1843.
Estudei Direito na Universidade de Coimbra, mas fui
também poeta, escritor e político.
A 5 de outubro de 1910, dia da implantação da
República, fui nomeado chefe do Governo Provisório
e, em 1915, fui o 2.º Presidente da República.
Com a saída de Manuel de Arriaga do cargo de
Presidente, substituí-o por apenas 4 meses.
Quando fiquei viúvo, dediquei-me ainda mais à
escrita. Publiquei mais de 360 obras.
Uma das minhas obras mais conhecidas é “Contos
Tradicionais do Povo Português” (1883).
4. Conseguiste adivinhar? Parabéns!
Teófilo Braga dedicou parte da sua vida ao
estudo da Literatura Portuguesa e,
especialmente, da obra de Camões.
Esta terá sido uma das razões para fazer parte,
com outros jornalistas e escritores de relevo,
da comissão criada para a comemoração do
Tricentenário da Morte de Camões, que se
realizou a 10 de junho de 1880.
5. Durante a preparação destas comemorações, o
futuro Presidente empenhou-se na defesa da figura
de Camões como símbolo nacional, até aí esquecido
pelos portugueses.
Vários foram os artigos que escreveu para jornais da
época, defendendo a importância da celebração do
tricentenário.
6. As seguintes ilustrações de Enrique Casanova (pintor e
aguarelista espanhol), publicadas na revista ilustrada
“O Occidente”, testemunham esses momentos.
Na realidade, os festejos mobilizaram câmaras
municipais de todo o país e associações. Houve uma
forte participação popular na cidade de Lisboa, que
assistiu a um grande cortejo, com início na Praça do
Comércio, e à deposição de flores na estátua de
Camões.
7. Trasladação dos restos mortais de Camões e
Vasco da Gama – Belém, 8 de junho de 1880
Festas do Tricentenário da Morte de
Camões – Praça Luís de Camões, 10 de junho
9. Festas do Tricentenário da Morte de Camões -
Iluminação da Praça D. Pedro IV, 10 de junho de
1880
Festas do Tricentenário da Morte de Camões -
Iluminação da Rua do Ouro, 10 de junho de
1880
10. Após a implantação da República, o 10 de
Junho é escolhido para feriado municipal de
Lisboa, representando na figura de Camões
o passado glorioso da nação.
O 10 de Junho passa a fazer parte da
memória coletiva e assume grande
importância para os republicanos.
Em 1925, por decreto do Governo, esta data
é considerada uma comemoração nacional, e
passa a ser conhecida como Festa de
Portugal.
I República: 1910-1926
11. Após o golpe de 28 de maio de 1926,
mantém-se a celebração do 10 de Junho
como Festa de Portugal, que em 1929 passa
a constar na lista dos feriados nacionais.
Durante o Estado Novo, passa a designar-se
como Dia de Portugal (1952), e com o início
da Guerra Colonial adquire maior
importância política.
Nas celebrações, que incluem paradas
militares, recordam-se combatentes e heróis
mortos na guerra e, mais tarde, passam
também a ser condecoradas figuras de
destaque nacional.
Ditadura Militar e Estado Novo: 1926-1974
12. Em 1977, após a eleição de Ramalho Eanes
como Presidente da República (1976), o
feriado fica conhecido como Dia de Camões e
das Comunidades Portuguesas, afastando-se
da associação à Guerra Colonial.
Desde 1978 até aos nossos dias, este feriado é
assinalado como Dia de Portugal, de Camões e
das Comunidades Portuguesas.
Democracia: desde 1974
14. Comemorações do 10 de Junho, Terreiro do Paço,
Lisboa, 2016
Comemorações do 10 de Junho, Portalegre, 2019
15. Grande viagem esta que fizemos
pela história das comemorações
do 10 de Junho!
Um feriado que tem quase 2
séculos de histórias para nos
contar.
Espero que tenhas gostado!
16. Ficha técnica:
Produção: Serviço Educativo do Museu da Presidência da República
Imagens: Sites institucionais da Presidência da República e Museu da
Presidência da República; Wikipedia; Hemeroteca de Lisboa (imagens do
jornal“O Occidental”, n.º 60 e 61)
Recursos consultados: “Memória e império: comemorações em Portugal
(1880-1960)”, tese de doutoramento de Maria Isabel da Conceição João;
“Tempos de memória e de sociabilidade”, de Luís Reis Torgal e Luís Oliveira
Andrade.