SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 50
 Introdução
Grande Noirceur
Centre Anne Hébert
Obras traduzidas para o português
 Hébert pelo Viés Feminista
 Hébert e a Tradução Feminista no Canadá
 Problemas de Gênero em duas traduções do
romance hebertiniano Kamouraska
 Palavras finais
Discussão entre
Hébert e Frank
Scott sobre a
tradução de Le
Tombeau des rois
dois erros de
tradução em
Kamouraska.
Importância de Anne
Hébert para o
despertar da
tradução feminista
no Canadá.
Crítica à
situação
oprimida da
mulher
Relações
familiares
conflituosas
Clausura
interior
Desejo de
libertação
Revolta e
violência das
personagens
Tratamento
dado ao
universo
feminino
La Grande
Noirceur
1944 - 1959
Maurice Duplessis
Maurice Duplessis foi eleito
Premier da província do
Quebec em 1944 -1959.
Membro do partido dos
Conservadores, contava com
o forte apoio da Igreja
Católica. O período em que
esteve no poder ficou
conhecido como La Grande
Noirceur devido a sua
liderança ditatória e
opressora.
Centre
Anne Hébert
Obras hebertinianas traduzidas
para o português
A máscara da inocência
Os gansos selvagens de Bassan
A Gaiola de Ferro
Hébert pelo viés feminista
Em Anne Hébert, há um leque de
personagens femininas de todas as idades e
classes sociais, mulheres
e meninas que não parecem satisfeitas com
o destino que lhes reserva uma sociedade
baseada em princípios tradicionais que as
excluem de toda forma de acesso à cultura
e à liberdade de decisão.
Sua obra é apontada como imprescindível
para se estudar a representação da mulher
na literatura quebequense.
Em novo contexto social – final dos anos 80 e
desenrolar dos 90, que assinala o rápido
desenvolvimento dos estudos feministas no Quebec
– a obra de Hébert suscita leituras à luz dessa nova
configuração no plano literário.
Depreendem-se dessas leituras a riqueza e a
complexidade de uma obra que, ao ser examinada
pelo viés feminista, coloca em evidência um texto
que denuncia, através da força das palavras e da
poesia, uma condição feminina oprimida.
Não se vê explicitada uma reivindicação dos direitos
de mulheres, o que a vincularia à literatura
engajada. Mas ao explorar o universo feminino,
Hébert chama a atenção para problemas ligados à
construção social do masculino e do feminino, no
sentido de observar o que um dado contexto social
e cultural destina aos homens e às mulheres.
Les fous de Bassan: o questionamento dos papéis
que homens e mulheres assumem
na sociedade e o modo pelo qual se estabelece a
relação de poder entre ambos.
Hébert e a tradução feminista
no Canadá
A tradução do poema hebertiano Le
tombeau des rois, realizada por Frank Scott
despertou pela primeira vez no Canadá uma
discussão sobre gênero em tradução. Esse
fato suscitou o interesse subsequente por
parte da crítica feminista em torno da obra
de Anne Hébert. Foi a própria Anne quem
chamou a atenção de seu tradutor para um
aspecto que ocultava o feminino na
tradução desse poema.
Le tombeau des rois:
[...]
En quel songe
Cette enfant fut-elle liée par la cheville
Pareille à une esclave fascinée?
Na primeira tradução de Scott lê-se:
In what dream
Was this child tied by the ankle
Like a fascinated slave?
A tradução não assinala que a criança é uma
menina, o que é indicado em francês por cette
enfant, esclave fanscinée, liée. Lembramos que
a adição da letra “e” constitui a marca do
feminino quando colocado no final de adjetivos
(fascinée = fascinada) e do particípio passado
dos verbos (liée = ligada), e que cette é o
adjetivo demonstrativo referente ao feminino,
correspondente a “esta” ou “essa”.
O poema refere-se, portanto, a uma menina e reforça uma
leitura de que se trata de um estupro ritual.
O que está em cena é uma jovem que desce ao túmulo dos
reis e é violentada pela mão pesada da morte remetendo a
um passado patriarcal.
Aqui, um fragmento do poema, na tradução de Hanciau:
“Ávidos da fonte fraterna do mal em mim; / Eles me deitam
e me bebem; / Sete vezes, conheço o torno dos ossos; / E a
mão seca que procura o coração para parti-lo”
O estupro ritual é sugerido sobretudo por “Eles me deitam e
me bebem”.
Após a intervenção de Anne Hébert, Scott resolveu
o problema de gênero no trecho citado acima
substituindo the ankle (o tornozelo) por her ankle
(o tornozelo dela).
Este exemplo foi evocado por vários críticos e toda
essa discussão entre Hébert e Scott em torno da
tradução do poema mencionado (incluindo a
versão original em francês e a tradução de Scott
para o inglês) foi publicada em Dialogue sur la
traduction.
Essa discussão nem sempre influenciou o trabalho
de outros tradutores desse poema.
A resposta de muitos para o problema em estudo
assinala uma ausência de sensibilidade em relação
à presença da mulher no poema, insensibilidade
para o significado da diferença
sexual e, ainda, para as diferentes manifestações
de gênero nas línguas inglesa e francesa.
Exemplo três do livro La bâtarde de Violette
Leduc:
“Je suis née brisée. Je suis le malheur d’une
autre. Une bâtarde, quoi !”
Na versão do tradutor Derek Coltman, publicada
em 1965, lemos:
“I was born broken. I am someone else’s
misfortune. A bastard!”
O leitor de Coltman não toma conhecimento de
que se tratada infelicidade de uma mulher, uma
vez que o tradutor optou por someone else, que
corresponde a “alguém”.
No texto em francês isto é explicitado pelo
pronome indefinido feminino une em: le malheur
d’une autre.
A tradução proposta por Lotbinière-Harwood foi: I
was born broken. I am another woman’s sorrow, a
bastard, em que ela inclui o vocábulo woman
(mulher).
Exemplo quatro: Extraído do artigo de Luise von
Flottow, sobre a tradução do trecho do livro
L’Euguélionne, de Louky Bersiannik, que remete ao
aborto:
“Le ou la coupable doit être punie”.
Para dar ênfase ao fato de normalmente ser a
mulher a considerada culpada pelo aborto, o que é
ressaltado no texto francês com feminino no
particípio passado punie (punida), propõe a
seguinte tradução inglesa: “The guilty one must be
punished, whether she is a man or a woman”.
Nesse caso, a indicação da culpa da mulher é
explicitada pela inclusão do pronome pessoal “she”.
A intervenção feminista na teoria e na prática da tradução
não se limita à análise de lacunas na tradução de textos de
mulheres por tradutores masculinos, mas se debruça sobre
toda a problemática da autoria textual e da transmissão do
saber.
E reformula a questão da fidelidade do tradutor que não é
mais direcionada para o autor nem para o leitor,
mas para o projeto de escrita, um projeto em que ambos,
escritor e tradutor participam.
Estratégias feministas de tradução: não observância
de regras gramaticais e sintáticas, assim como a
fragmentação da linguagem e o desmembramento de
palavras com o objetivo de explicitar o que está implícito.
A tradução feminista não se preocupa com
imparcialidade, o que pretende ao contrário é
revelar como a língua-alvo não é neutra. Esta
interferência explícita no texto que está sendo
traduzido é um ato ético, pois seu trabalho é
discutido nos prefácios e nas notas de pé de
página que acompanham as traduções.
As discussões elaboradas por tradutoras
feministas em prefácios e notas de rodapé travam,
na maior parte das vezes, um diálogo com outras
tradutoras feministas.
Essa prática enfatiza que o(a) tradutor(a) não é
um filtro, um mero transmissor de conteúdo de
uma língua para outra, porque a tradução produz
conhecimento e significado, não apenas
repetições.
Esse diálogo revela como a discussão entre
gênero e tradução contribui para mostrar a
complexidade do processo tradutório, pois
este envolve questões de ordens políticas,
linguísticas, culturais, entre outras.
Conceito de FEMINISMO adotado pelas
autoras do artigo no contexto das
análises apresentadas:
“Todos aqueles textos que revelam
uma consciência crítica da posição
subordinada das mulheres e da
categoria gênero como problemática,
independentemente do modo como
isso é enunciado.”
Problemas de gênero em
duas traduções de
Kamouraska
A tradução do romance Kamouraska realizada por
Norman Shapiro e publicada nos Estados Unidos
em 1973 também chamou a atenção da crítica.
Shirley Fortier observou que a protagonista
Elisabeth d’Aulnières não é a mesma na obra que
foi apresentada para o público daquele país. As
escolhas do tradutor camuflaram características
feministas do texto de partida, passando a imagem
de uma Elisabeth menos decidida e menos
inconformada
com sua situação de clausura doméstica.
Exemplo 1:
“Amour, amour, je te mords, je te bas, je te tue”.
Lê-se em Shapiro:
“My love, my love. Let me bite you, beat you, kill
you”.
Elisabeth não é uma mulher que implora ou pede
permissão. Neste caso, o let (deixe) torna a ação
menos afirmativa e não testemunha o controle
físico atribuído à mulher.
Exemplo 2:
“Docteur Nelson, je vous aime farouchement
jusqu’à désirer franchir avec vous lessources de
votre enfance”
Na tradução:
“I will love you wildly, madly, Doctor Nelson.
Please, let me go with you [...] back to your
childhood”.
A inclusão de Please, let me [Por favor, deixe-
me] atenua a personalidade forte e decidida de
Elisabeth.
Na tradução desse romance no Brasil,
realizada por Leônidas Gontijo de Carvalho
com o título de A Máscara da Inocência ,
também são observadas atenuações de
marcas feministas
da obra de Hébert.
1. Le cercueil de mon jeune père quitte la
maison. Ma mère s’évanouit. Et moi, bien
enfermée à double tour, je lui donne
des coups de pied dans le foie. Pour la réveiller.
Je me démène comme un cabri. Nous
pourrions en mourir toutes les deux, ma mère et
moi, d’un évanouissement aussi terrible et
prolongé.
Quelle petite fille malfaisante !
Est-ce là la première voix du monde qui
parvient à mes oreilles ?
O caixão de meu jovem pai que deixa a casa.
Minha mãe desmaia. E eu, tão bem
encarcerada, dou-lhe pontapés no
fígado para despertá-la. Agito-me
violentamente como um cabrito. Nós duas,
mamãe e eu, poderíamos morrer de um
desmaio assim terrível e prolongado.
- Que criança daninha!
É essa a primeira voz do mundo que me chega
aos ouvidos?
“Quelle petite fille malfaisante !”
Característica negativa ligada ao sexo feminino:
malfaisante (malvada), de modo a remeter às
dificuldades das relações entre mães e filhas.
Na tradução brasileira não é explicitado o sexo
do bebê uma vez que Carvalho opta por
“criança” como tradução de petite fille (menina),
atenuando assim um dos traços feministas da
obra.
Outra atenuação pode ser verificada na
tradução de ma mère por “mamãe”, em ma
mère et moi / “mamãe e eu”.
“Mamãe” sugere um sentimento
de carinho de Elisabeth para com a mãe, que
não se deduz do texto em francês e é
incoerente com a relação existente entre as
duas.
2. Je raconte ma vie à Kamouraska. Je pleure. Je
sanglote. Je fonds en eau. Je tords ma chevelure.
Je me mords les poings.
[...]
Le visage de ma mère se brouille. Son regard
s’égare à nouveau.
Va rejoindre très loin en elle-même un songe
bizarre où toutes les femmes mariées, après avoir
donné naissance à une petite fille, n’ont plus qu’à
devenir veuves les plus rapidement possible.
- Dommage que la Petite n’ait pas accouché d’une
fille…
Conto minha vida em Kamouraska. Choro. Soluço.
Dissolvo-me em água. Puxo os cabelos. Mordo as
mãos.
[...]
Uma névoa como que cobre o rosto de minha mãe.
Seus olhos erram novamente para um ponto
distante, vão encontrar muito longe, nela mesma, um
sonho bizarro no qual todas as mulheres casadas,
após dar à luz um filho, nada mais tem a fazer senão
tornarem-se viúvas o mais rapidamente possível.
- Que pena não ter ela dado à luz uma menina...
Em português, ocorre a mudança
do sexo do bebê em:
après avoir donné naissance à une petite
fille.
após dar à luz um filho.
Nesse exemplo, conclui-se que o
nascimento de uma menina (petite fille)é
que levaria a mãe à viuvez o mais rápido
possível.
Ideia reforçada com a fala das tias de
Elisabeth que vem a seguir:
- Dommage que La Petite n’ait pas
accouché d’une fille... / “- Que pena não
ter ela dado à luz uma menina...”.
As tias referem-se ao nascimento de
Nicolas, filho oriundo do amor entre
Elisabeth e o amante Nelson,
ao passo que Marie-Louise recordava o
nascimento da filha Elisabeth.
Palavras finais
Perceber a importância da obra da escritora
quebequense no desenvolvimento de
reflexões teóricas em torno da tradução
feminista no Canadá e demonstrar as
disparidades de poder sexuais e linguísticas
no âmbito literário.
Referências Bibliográficas
PORTO, Lílian V. AGUIAR, Ofir B. Gênero de Tradução: A
escritora quebequense Anne Hébert em foco. Cadernos de
Tradução, nº 33, Florianópolis, jan/jun 2014, p. 51-70.
SANCHÉZ, Carmen F. Literatura francocanadiense: la
literatura quebequesa. Universidad de Oviedo, Espanha,
2001.
VON FLOTOW, L. Feminist translation: contexts, practices
and theories. Traduction, Terminologie, Redaction -TTR, v.4,
n.2, p. 69-84, 1991.
______. Feminism in translation: the canadian factor.
Quaderns, n. 13, p. 11-20,2006.
Links Interessantes
http://www.revistas.unilasalle.edu.br/index.php/interfaces/article/view/
1248/1089
http://www.usherbrooke.ca/centreanne-hebert/
https://www.youtube.com/watch?v=SyYkdIaicH8
https://en.wikipedia.org/wiki/Duplessis_Orphans
https://books.google.com.br/books?id=CBefcaYD9tkC&num=6&hl=pt
-BR
http://www.canadainternational.gc.ca/brazil-
bresil/cultural_relations_culturelles/authors-auteurs.aspx?lang=por
UFPB – CCHLA
Bach. em Tradução
Teorias da Tradução I
Professora: Ana Cristina Cardoso
Estudantes: Pedro Ivo, Yasmim T.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 57
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 57Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 57
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 57luisprista
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 60
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 60Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 60
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 60luisprista
 
Intertextualidade e dialogismo
Intertextualidade e dialogismoIntertextualidade e dialogismo
Intertextualidade e dialogismoEdilson A. Souza
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 6-7
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 6-7Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 6-7
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 6-7luisprista
 
Bakhtin dialogismo e_polifonia_primeiro_capitulo
Bakhtin dialogismo e_polifonia_primeiro_capituloBakhtin dialogismo e_polifonia_primeiro_capitulo
Bakhtin dialogismo e_polifonia_primeiro_capituloAndréa Umpierre
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 56-57
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 56-57Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 56-57
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 56-57luisprista
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 51-52
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 51-52Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 51-52
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 51-52luisprista
 

Mais procurados (9)

Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 57
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 57Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 57
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 57
 
Chicos - 10 - Agosto 2007
Chicos - 10 - Agosto 2007Chicos - 10 - Agosto 2007
Chicos - 10 - Agosto 2007
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 60
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 60Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 60
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 60
 
Intertextualidade e dialogismo
Intertextualidade e dialogismoIntertextualidade e dialogismo
Intertextualidade e dialogismo
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 6-7
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 6-7Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 6-7
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 6-7
 
Bakhtin dialogismo e_polifonia_primeiro_capitulo
Bakhtin dialogismo e_polifonia_primeiro_capituloBakhtin dialogismo e_polifonia_primeiro_capitulo
Bakhtin dialogismo e_polifonia_primeiro_capitulo
 
Apresentação discurso direto e indireto
Apresentação discurso direto e indiretoApresentação discurso direto e indireto
Apresentação discurso direto e indireto
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 56-57
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 56-57Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 56-57
Apresentação para décimo segundo ano de 2013 4, aula 56-57
 
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 51-52
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 51-52Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 51-52
Apresentação para décimo segundo ano de 2016 7, aula 51-52
 

Semelhante a Gênero e tradução: Anne Hébert em foco

O erotismo com representação da transgressão a afirmação da mulher contemporâ...
O erotismo com representação da transgressão a afirmação da mulher contemporâ...O erotismo com representação da transgressão a afirmação da mulher contemporâ...
O erotismo com representação da transgressão a afirmação da mulher contemporâ...UNEB
 
13- COC - LIT - 3ºPV - ANGÉLICA FREITAS.pptx
13- COC - LIT - 3ºPV - ANGÉLICA FREITAS.pptx13- COC - LIT - 3ºPV - ANGÉLICA FREITAS.pptx
13- COC - LIT - 3ºPV - ANGÉLICA FREITAS.pptxAnderson da Costa
 
Lección de cocina a ironia como desconstrução da submissão feminina
Lección de cocina a ironia como desconstrução da submissão femininaLección de cocina a ironia como desconstrução da submissão feminina
Lección de cocina a ironia como desconstrução da submissão femininaCassia Barbosa
 
Quando as lésbicas entram na cena do cotidiano: uma breve análise dos relatos...
Quando as lésbicas entram na cena do cotidiano: uma breve análise dos relatos...Quando as lésbicas entram na cena do cotidiano: uma breve análise dos relatos...
Quando as lésbicas entram na cena do cotidiano: uma breve análise dos relatos...Suely Messeder
 
57777015-Bhabha-Homi-K-O-Local-Da-Cultura.pdf
57777015-Bhabha-Homi-K-O-Local-Da-Cultura.pdf57777015-Bhabha-Homi-K-O-Local-Da-Cultura.pdf
57777015-Bhabha-Homi-K-O-Local-Da-Cultura.pdfHenriqueMarques522341
 
611 texto do artigo-1079-1-10-20210505 (1)
611 texto do artigo-1079-1-10-20210505 (1)611 texto do artigo-1079-1-10-20210505 (1)
611 texto do artigo-1079-1-10-20210505 (1)wgenilene
 
Wole soyinka e o ciclo da existência
Wole soyinka e o ciclo da existênciaWole soyinka e o ciclo da existência
Wole soyinka e o ciclo da existênciatyromello
 
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fag
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fagAs meninas entre_o_universo_de_lygia_fag
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fagIlmara Fonseca
 
Trabalho de lusã³fonas_do_giovane[1]
Trabalho de lusã³fonas_do_giovane[1]Trabalho de lusã³fonas_do_giovane[1]
Trabalho de lusã³fonas_do_giovane[1]GIOVANE LIMA
 
Qorpo santo artigo
Qorpo santo   artigoQorpo santo   artigo
Qorpo santo artigoGladis Maia
 
2°Tarefa-Lìngua Portuguesa
2°Tarefa-Lìngua Portuguesa2°Tarefa-Lìngua Portuguesa
2°Tarefa-Lìngua PortuguesaNatalia Salgado
 
Revista de estudos judaicos - dor de letra - cesar rios
Revista de estudos judaicos - dor de letra - cesar riosRevista de estudos judaicos - dor de letra - cesar rios
Revista de estudos judaicos - dor de letra - cesar rioscesarmrios
 
A epifania e a náusea em amor, de Clarice Lispector
A epifania e a náusea em amor, de Clarice LispectorA epifania e a náusea em amor, de Clarice Lispector
A epifania e a náusea em amor, de Clarice LispectorRyuller Maestrelo
 
PAIVA, TRN. Relação História e Literatura - a metaficção nos romances fr...
PAIVA, TRN. Relação História e Literatura - a metaficção nos romances fr...PAIVA, TRN. Relação História e Literatura - a metaficção nos romances fr...
PAIVA, TRN. Relação História e Literatura - a metaficção nos romances fr...KlaxonEducao
 
Representacao mulher contos
Representacao mulher contosRepresentacao mulher contos
Representacao mulher contosJéssica Santos
 
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26   modernismo no brasil - 3ª faseAula 26   modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª faseJonatas Carlos
 
Texto um corpo em ação sobre a ação social.
Texto um corpo em ação sobre a ação social.Texto um corpo em ação sobre a ação social.
Texto um corpo em ação sobre a ação social.Nildes Sena
 

Semelhante a Gênero e tradução: Anne Hébert em foco (20)

O erotismo com representação da transgressão a afirmação da mulher contemporâ...
O erotismo com representação da transgressão a afirmação da mulher contemporâ...O erotismo com representação da transgressão a afirmação da mulher contemporâ...
O erotismo com representação da transgressão a afirmação da mulher contemporâ...
 
13- COC - LIT - 3ºPV - ANGÉLICA FREITAS.pptx
13- COC - LIT - 3ºPV - ANGÉLICA FREITAS.pptx13- COC - LIT - 3ºPV - ANGÉLICA FREITAS.pptx
13- COC - LIT - 3ºPV - ANGÉLICA FREITAS.pptx
 
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
Antologia Poética - Vinícius de Moraes - 3ª A - 2011
 
A via crucis do corpo
A via crucis do corpoA via crucis do corpo
A via crucis do corpo
 
Lección de cocina a ironia como desconstrução da submissão feminina
Lección de cocina a ironia como desconstrução da submissão femininaLección de cocina a ironia como desconstrução da submissão feminina
Lección de cocina a ironia como desconstrução da submissão feminina
 
Quando as lésbicas entram na cena do cotidiano: uma breve análise dos relatos...
Quando as lésbicas entram na cena do cotidiano: uma breve análise dos relatos...Quando as lésbicas entram na cena do cotidiano: uma breve análise dos relatos...
Quando as lésbicas entram na cena do cotidiano: uma breve análise dos relatos...
 
57777015-Bhabha-Homi-K-O-Local-Da-Cultura.pdf
57777015-Bhabha-Homi-K-O-Local-Da-Cultura.pdf57777015-Bhabha-Homi-K-O-Local-Da-Cultura.pdf
57777015-Bhabha-Homi-K-O-Local-Da-Cultura.pdf
 
611 texto do artigo-1079-1-10-20210505 (1)
611 texto do artigo-1079-1-10-20210505 (1)611 texto do artigo-1079-1-10-20210505 (1)
611 texto do artigo-1079-1-10-20210505 (1)
 
Wole soyinka e o ciclo da existência
Wole soyinka e o ciclo da existênciaWole soyinka e o ciclo da existência
Wole soyinka e o ciclo da existência
 
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fag
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fagAs meninas entre_o_universo_de_lygia_fag
As meninas entre_o_universo_de_lygia_fag
 
Trabalho de lusã³fonas_do_giovane[1]
Trabalho de lusã³fonas_do_giovane[1]Trabalho de lusã³fonas_do_giovane[1]
Trabalho de lusã³fonas_do_giovane[1]
 
Qorpo santo artigo
Qorpo santo   artigoQorpo santo   artigo
Qorpo santo artigo
 
2°Tarefa-Lìngua Portuguesa
2°Tarefa-Lìngua Portuguesa2°Tarefa-Lìngua Portuguesa
2°Tarefa-Lìngua Portuguesa
 
Revista de estudos judaicos - dor de letra - cesar rios
Revista de estudos judaicos - dor de letra - cesar riosRevista de estudos judaicos - dor de letra - cesar rios
Revista de estudos judaicos - dor de letra - cesar rios
 
A epifania e a náusea em amor, de Clarice Lispector
A epifania e a náusea em amor, de Clarice LispectorA epifania e a náusea em amor, de Clarice Lispector
A epifania e a náusea em amor, de Clarice Lispector
 
PAIVA, TRN. Relação História e Literatura - a metaficção nos romances fr...
PAIVA, TRN. Relação História e Literatura - a metaficção nos romances fr...PAIVA, TRN. Relação História e Literatura - a metaficção nos romances fr...
PAIVA, TRN. Relação História e Literatura - a metaficção nos romances fr...
 
A costa dos murmúrios por cláudia
A costa dos murmúrios por cláudiaA costa dos murmúrios por cláudia
A costa dos murmúrios por cláudia
 
Representacao mulher contos
Representacao mulher contosRepresentacao mulher contos
Representacao mulher contos
 
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26   modernismo no brasil - 3ª faseAula 26   modernismo no brasil - 3ª fase
Aula 26 modernismo no brasil - 3ª fase
 
Texto um corpo em ação sobre a ação social.
Texto um corpo em ação sobre a ação social.Texto um corpo em ação sobre a ação social.
Texto um corpo em ação sobre a ação social.
 

Último

A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdfAna Lemos
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...licinioBorges
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Ilda Bicacro
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptMaiteFerreira4
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavrasMary Alvarenga
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...Rosalina Simão Nunes
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãIlda Bicacro
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxBeatrizLittig1
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - DissertaçãoMaiteFerreira4
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxferreirapriscilla84
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números Mary Alvarenga
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptxMarlene Cunhada
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFtimaMoreira35
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteVanessaCavalcante37
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfprofesfrancleite
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamentalAntônia marta Silvestre da Silva
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 

Último (20)

A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdfA QUATRO MÃOS  -  MARILDA CASTANHA . pdf
A QUATRO MÃOS - MARILDA CASTANHA . pdf
 
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
11oC_-_Mural_de_Portugues_4m35.pptxTrabalho do Ensino Profissional turma do 1...
 
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
Nós Propomos! " Pinhais limpos, mundo saudável"
 
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.pptLiteratura Brasileira - escolas literárias.ppt
Literatura Brasileira - escolas literárias.ppt
 
Bullying - Atividade com caça- palavras
Bullying   - Atividade com  caça- palavrasBullying   - Atividade com  caça- palavras
Bullying - Atividade com caça- palavras
 
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de..."É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
"É melhor praticar para a nota" - Como avaliar comportamentos em contextos de...
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! SertãConstrução (C)erta - Nós Propomos! Sertã
Construção (C)erta - Nós Propomos! Sertã
 
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docxMapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
Mapa mental - Classificação dos seres vivos .docx
 
análise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertaçãoanálise de redação completa - Dissertação
análise de redação completa - Dissertação
 
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptxDiscurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
Discurso Direto, Indireto e Indireto Livre.pptx
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números CRUZADINHA   -   Leitura e escrita dos números
CRUZADINHA - Leitura e escrita dos números
 
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptxVARIEDADES        LINGUÍSTICAS - 1. pptx
VARIEDADES LINGUÍSTICAS - 1. pptx
 
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdfFicha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
Ficha de trabalho com palavras- simples e complexas.pdf
 
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcanteCOMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
COMPETÊNCIA 2 da redação do enem prodção textual professora vanessa cavalcante
 
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdfPRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
PRÉDIOS HISTÓRICOS DE ASSARÉ Prof. Francisco Leite.pdf
 
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
2° ano_PLANO_DE_CURSO em PDF referente ao 2° ano do Ensino fundamental
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 

Gênero e tradução: Anne Hébert em foco

  • 1.
  • 2.  Introdução Grande Noirceur Centre Anne Hébert Obras traduzidas para o português  Hébert pelo Viés Feminista  Hébert e a Tradução Feminista no Canadá  Problemas de Gênero em duas traduções do romance hebertiniano Kamouraska  Palavras finais
  • 3. Discussão entre Hébert e Frank Scott sobre a tradução de Le Tombeau des rois dois erros de tradução em Kamouraska. Importância de Anne Hébert para o despertar da tradução feminista no Canadá.
  • 4. Crítica à situação oprimida da mulher Relações familiares conflituosas Clausura interior Desejo de libertação Revolta e violência das personagens Tratamento dado ao universo feminino
  • 6. Maurice Duplessis Maurice Duplessis foi eleito Premier da província do Quebec em 1944 -1959. Membro do partido dos Conservadores, contava com o forte apoio da Igreja Católica. O período em que esteve no poder ficou conhecido como La Grande Noirceur devido a sua liderança ditatória e opressora.
  • 7.
  • 8.
  • 10.
  • 11. Obras hebertinianas traduzidas para o português A máscara da inocência Os gansos selvagens de Bassan A Gaiola de Ferro
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
  • 16. Hébert pelo viés feminista
  • 17. Em Anne Hébert, há um leque de personagens femininas de todas as idades e classes sociais, mulheres e meninas que não parecem satisfeitas com o destino que lhes reserva uma sociedade baseada em princípios tradicionais que as excluem de toda forma de acesso à cultura e à liberdade de decisão. Sua obra é apontada como imprescindível para se estudar a representação da mulher na literatura quebequense.
  • 18. Em novo contexto social – final dos anos 80 e desenrolar dos 90, que assinala o rápido desenvolvimento dos estudos feministas no Quebec – a obra de Hébert suscita leituras à luz dessa nova configuração no plano literário. Depreendem-se dessas leituras a riqueza e a complexidade de uma obra que, ao ser examinada pelo viés feminista, coloca em evidência um texto que denuncia, através da força das palavras e da poesia, uma condição feminina oprimida.
  • 19. Não se vê explicitada uma reivindicação dos direitos de mulheres, o que a vincularia à literatura engajada. Mas ao explorar o universo feminino, Hébert chama a atenção para problemas ligados à construção social do masculino e do feminino, no sentido de observar o que um dado contexto social e cultural destina aos homens e às mulheres. Les fous de Bassan: o questionamento dos papéis que homens e mulheres assumem na sociedade e o modo pelo qual se estabelece a relação de poder entre ambos.
  • 20. Hébert e a tradução feminista no Canadá
  • 21. A tradução do poema hebertiano Le tombeau des rois, realizada por Frank Scott despertou pela primeira vez no Canadá uma discussão sobre gênero em tradução. Esse fato suscitou o interesse subsequente por parte da crítica feminista em torno da obra de Anne Hébert. Foi a própria Anne quem chamou a atenção de seu tradutor para um aspecto que ocultava o feminino na tradução desse poema.
  • 22. Le tombeau des rois: [...] En quel songe Cette enfant fut-elle liée par la cheville Pareille à une esclave fascinée? Na primeira tradução de Scott lê-se: In what dream Was this child tied by the ankle Like a fascinated slave?
  • 23. A tradução não assinala que a criança é uma menina, o que é indicado em francês por cette enfant, esclave fanscinée, liée. Lembramos que a adição da letra “e” constitui a marca do feminino quando colocado no final de adjetivos (fascinée = fascinada) e do particípio passado dos verbos (liée = ligada), e que cette é o adjetivo demonstrativo referente ao feminino, correspondente a “esta” ou “essa”.
  • 24. O poema refere-se, portanto, a uma menina e reforça uma leitura de que se trata de um estupro ritual. O que está em cena é uma jovem que desce ao túmulo dos reis e é violentada pela mão pesada da morte remetendo a um passado patriarcal. Aqui, um fragmento do poema, na tradução de Hanciau: “Ávidos da fonte fraterna do mal em mim; / Eles me deitam e me bebem; / Sete vezes, conheço o torno dos ossos; / E a mão seca que procura o coração para parti-lo” O estupro ritual é sugerido sobretudo por “Eles me deitam e me bebem”.
  • 25. Após a intervenção de Anne Hébert, Scott resolveu o problema de gênero no trecho citado acima substituindo the ankle (o tornozelo) por her ankle (o tornozelo dela). Este exemplo foi evocado por vários críticos e toda essa discussão entre Hébert e Scott em torno da tradução do poema mencionado (incluindo a versão original em francês e a tradução de Scott para o inglês) foi publicada em Dialogue sur la traduction.
  • 26. Essa discussão nem sempre influenciou o trabalho de outros tradutores desse poema. A resposta de muitos para o problema em estudo assinala uma ausência de sensibilidade em relação à presença da mulher no poema, insensibilidade para o significado da diferença sexual e, ainda, para as diferentes manifestações de gênero nas línguas inglesa e francesa.
  • 27. Exemplo três do livro La bâtarde de Violette Leduc: “Je suis née brisée. Je suis le malheur d’une autre. Une bâtarde, quoi !” Na versão do tradutor Derek Coltman, publicada em 1965, lemos: “I was born broken. I am someone else’s misfortune. A bastard!”
  • 28. O leitor de Coltman não toma conhecimento de que se tratada infelicidade de uma mulher, uma vez que o tradutor optou por someone else, que corresponde a “alguém”. No texto em francês isto é explicitado pelo pronome indefinido feminino une em: le malheur d’une autre. A tradução proposta por Lotbinière-Harwood foi: I was born broken. I am another woman’s sorrow, a bastard, em que ela inclui o vocábulo woman (mulher).
  • 29. Exemplo quatro: Extraído do artigo de Luise von Flottow, sobre a tradução do trecho do livro L’Euguélionne, de Louky Bersiannik, que remete ao aborto: “Le ou la coupable doit être punie”. Para dar ênfase ao fato de normalmente ser a mulher a considerada culpada pelo aborto, o que é ressaltado no texto francês com feminino no particípio passado punie (punida), propõe a seguinte tradução inglesa: “The guilty one must be punished, whether she is a man or a woman”. Nesse caso, a indicação da culpa da mulher é explicitada pela inclusão do pronome pessoal “she”.
  • 30. A intervenção feminista na teoria e na prática da tradução não se limita à análise de lacunas na tradução de textos de mulheres por tradutores masculinos, mas se debruça sobre toda a problemática da autoria textual e da transmissão do saber. E reformula a questão da fidelidade do tradutor que não é mais direcionada para o autor nem para o leitor, mas para o projeto de escrita, um projeto em que ambos, escritor e tradutor participam. Estratégias feministas de tradução: não observância de regras gramaticais e sintáticas, assim como a fragmentação da linguagem e o desmembramento de palavras com o objetivo de explicitar o que está implícito.
  • 31. A tradução feminista não se preocupa com imparcialidade, o que pretende ao contrário é revelar como a língua-alvo não é neutra. Esta interferência explícita no texto que está sendo traduzido é um ato ético, pois seu trabalho é discutido nos prefácios e nas notas de pé de página que acompanham as traduções. As discussões elaboradas por tradutoras feministas em prefácios e notas de rodapé travam, na maior parte das vezes, um diálogo com outras tradutoras feministas.
  • 32. Essa prática enfatiza que o(a) tradutor(a) não é um filtro, um mero transmissor de conteúdo de uma língua para outra, porque a tradução produz conhecimento e significado, não apenas repetições. Esse diálogo revela como a discussão entre gênero e tradução contribui para mostrar a complexidade do processo tradutório, pois este envolve questões de ordens políticas, linguísticas, culturais, entre outras.
  • 33. Conceito de FEMINISMO adotado pelas autoras do artigo no contexto das análises apresentadas: “Todos aqueles textos que revelam uma consciência crítica da posição subordinada das mulheres e da categoria gênero como problemática, independentemente do modo como isso é enunciado.”
  • 34. Problemas de gênero em duas traduções de Kamouraska
  • 35. A tradução do romance Kamouraska realizada por Norman Shapiro e publicada nos Estados Unidos em 1973 também chamou a atenção da crítica. Shirley Fortier observou que a protagonista Elisabeth d’Aulnières não é a mesma na obra que foi apresentada para o público daquele país. As escolhas do tradutor camuflaram características feministas do texto de partida, passando a imagem de uma Elisabeth menos decidida e menos inconformada com sua situação de clausura doméstica.
  • 36. Exemplo 1: “Amour, amour, je te mords, je te bas, je te tue”. Lê-se em Shapiro: “My love, my love. Let me bite you, beat you, kill you”. Elisabeth não é uma mulher que implora ou pede permissão. Neste caso, o let (deixe) torna a ação menos afirmativa e não testemunha o controle físico atribuído à mulher.
  • 37. Exemplo 2: “Docteur Nelson, je vous aime farouchement jusqu’à désirer franchir avec vous lessources de votre enfance” Na tradução: “I will love you wildly, madly, Doctor Nelson. Please, let me go with you [...] back to your childhood”. A inclusão de Please, let me [Por favor, deixe- me] atenua a personalidade forte e decidida de Elisabeth.
  • 38. Na tradução desse romance no Brasil, realizada por Leônidas Gontijo de Carvalho com o título de A Máscara da Inocência , também são observadas atenuações de marcas feministas da obra de Hébert.
  • 39. 1. Le cercueil de mon jeune père quitte la maison. Ma mère s’évanouit. Et moi, bien enfermée à double tour, je lui donne des coups de pied dans le foie. Pour la réveiller. Je me démène comme un cabri. Nous pourrions en mourir toutes les deux, ma mère et moi, d’un évanouissement aussi terrible et prolongé. Quelle petite fille malfaisante ! Est-ce là la première voix du monde qui parvient à mes oreilles ?
  • 40. O caixão de meu jovem pai que deixa a casa. Minha mãe desmaia. E eu, tão bem encarcerada, dou-lhe pontapés no fígado para despertá-la. Agito-me violentamente como um cabrito. Nós duas, mamãe e eu, poderíamos morrer de um desmaio assim terrível e prolongado. - Que criança daninha! É essa a primeira voz do mundo que me chega aos ouvidos?
  • 41. “Quelle petite fille malfaisante !” Característica negativa ligada ao sexo feminino: malfaisante (malvada), de modo a remeter às dificuldades das relações entre mães e filhas. Na tradução brasileira não é explicitado o sexo do bebê uma vez que Carvalho opta por “criança” como tradução de petite fille (menina), atenuando assim um dos traços feministas da obra.
  • 42. Outra atenuação pode ser verificada na tradução de ma mère por “mamãe”, em ma mère et moi / “mamãe e eu”. “Mamãe” sugere um sentimento de carinho de Elisabeth para com a mãe, que não se deduz do texto em francês e é incoerente com a relação existente entre as duas.
  • 43. 2. Je raconte ma vie à Kamouraska. Je pleure. Je sanglote. Je fonds en eau. Je tords ma chevelure. Je me mords les poings. [...] Le visage de ma mère se brouille. Son regard s’égare à nouveau. Va rejoindre très loin en elle-même un songe bizarre où toutes les femmes mariées, après avoir donné naissance à une petite fille, n’ont plus qu’à devenir veuves les plus rapidement possible. - Dommage que la Petite n’ait pas accouché d’une fille…
  • 44. Conto minha vida em Kamouraska. Choro. Soluço. Dissolvo-me em água. Puxo os cabelos. Mordo as mãos. [...] Uma névoa como que cobre o rosto de minha mãe. Seus olhos erram novamente para um ponto distante, vão encontrar muito longe, nela mesma, um sonho bizarro no qual todas as mulheres casadas, após dar à luz um filho, nada mais tem a fazer senão tornarem-se viúvas o mais rapidamente possível. - Que pena não ter ela dado à luz uma menina...
  • 45. Em português, ocorre a mudança do sexo do bebê em: après avoir donné naissance à une petite fille. após dar à luz um filho. Nesse exemplo, conclui-se que o nascimento de uma menina (petite fille)é que levaria a mãe à viuvez o mais rápido possível.
  • 46. Ideia reforçada com a fala das tias de Elisabeth que vem a seguir: - Dommage que La Petite n’ait pas accouché d’une fille... / “- Que pena não ter ela dado à luz uma menina...”. As tias referem-se ao nascimento de Nicolas, filho oriundo do amor entre Elisabeth e o amante Nelson, ao passo que Marie-Louise recordava o nascimento da filha Elisabeth.
  • 47. Palavras finais Perceber a importância da obra da escritora quebequense no desenvolvimento de reflexões teóricas em torno da tradução feminista no Canadá e demonstrar as disparidades de poder sexuais e linguísticas no âmbito literário.
  • 48. Referências Bibliográficas PORTO, Lílian V. AGUIAR, Ofir B. Gênero de Tradução: A escritora quebequense Anne Hébert em foco. Cadernos de Tradução, nº 33, Florianópolis, jan/jun 2014, p. 51-70. SANCHÉZ, Carmen F. Literatura francocanadiense: la literatura quebequesa. Universidad de Oviedo, Espanha, 2001. VON FLOTOW, L. Feminist translation: contexts, practices and theories. Traduction, Terminologie, Redaction -TTR, v.4, n.2, p. 69-84, 1991. ______. Feminism in translation: the canadian factor. Quaderns, n. 13, p. 11-20,2006.
  • 50. UFPB – CCHLA Bach. em Tradução Teorias da Tradução I Professora: Ana Cristina Cardoso Estudantes: Pedro Ivo, Yasmim T.