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OSDESAFIOSDAESCOLAPÚBLICAPARANAENSE
NAPERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
ProduçõesDidático-Pedagógicas
Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7
Cadernos PDE
II
Título: O graffiti e a valorização do patrimônio escolar
Autor: Marcela de Oliveira
Disciplina/Área: Artes 2014
Escola de Implementação do
Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Juscelino Kubitschek de Oliveira
Ensino Fundamental e Médio
Rua Joaquim Ferreira Claudino, 34 - Jardim Cruzeiro
São José dos Pinhais / PR Telefones: (41) 3283-
6360
Município da escola: São José dos Pinhais
Núcleo Regional de Educação: Núcleo Regional Área Metropolitana Sul
Professor Orientador: Profa. MS Débora Maria Santiago
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Paraná – Campus I Embap
Relação Interdisciplinar Não há
Resumo: Nos dias atuais os jovens não demonstram interesse
pela Escola e como consequência acabam
apresentando comportamentos inadequados,
desrespeitando seu patrimônio. Esta unidade didática
tem o objetivo de demonstrar que através do graffiti
os jovens podem se expressar e emitir opiniões,
criando um vínculo escola – comunidade onde todos
se sintam parte e responsáveis, tornando o espaço
escolar um ambiente agradável a todos. A partir do
graffiti os jovens podem sentir-se mais valorizados,
pois trarão algo que está na rua, ultrapassando os
muros da escola, fazendo com que todos repensem e
revejam posturas e reelaborem as questões de
cidadania, de forma espontânea estimulando os
jovens a se tornarem sujeitos ativos e atuantes. Esta
unidade didática será desenvolvida de forma que o
jovem compreenda a diferença entre graffiti e
pichação, e como são vistos de forma diferente pela
Lei, buscando assim o respeito pelo patrimônio.
Palavras-chave: Graffiti, patrimônio, pichação.
Formato do Material Didático: Caderno pedagógico e atividades
Público: Alunos do ensino médio da faixa etária de 14 a 17
anos, na disciplina de artes.
APRESENTAÇÃO
Como professora da área de Artes na Escola Juscelino K. de Oliveira, produzi
esta unidade didática pensando nos jovens que frequentam nossas escolas, fui
motivada pelo interesse demonstrado pelos alunos por esta temática, ou seja, pelo
graffiti, percebendo que é uma forma de expressão usada para que se posicionem,
emitam opiniões sobre diversas questões, então pensei porque não aproveitar este
como recurso pedagógico e trazê-lo para dentro da sala de aula.
Esta unidade didática tem como objetivo mergulhar no mundo do Graffiti,
conhecer o porquê de seu fascínio entre os jovens nas diversas comunidades e
acima de tudo empregar este recurso para aproveitá-lo no contexto escolar, sendo
assim foi demarcado como tema deste “A inserção do graffiti no espaço escolar”,
tendo como pretensão atingir os jovens, procurando entendê-los por meio desta
linguagem tão expressiva. Através do graffiti os jovens podem se expressar, se
posicionar com questões de sua realidade local, com as escolhas políticas e emitir
opiniões sobre suas verdades e identidades. A partir do graffiti os adolescentes,
podem sentir-se mais valorizados, pois trarão algo que está na rua, ultrapassando os
muros da escola, fazendo com que repensem, revejam posturas e reelaborem
questões de cidadania de forma espontânea, estimulando-os a se tornarem sujeitos
ativos e atuantes na sociedade.
Desta forma, o graffiti pode ser usado como recurso didático porque se tornou
atualmente uma das formas de expressão em que os adolescentes respeitam, se
manifestam e protestam. A partir dos traços do graffiti eles reinventam a
comunidade e com certeza também por este meio passam a valorizar e modificar o
espaço escolar, fazendo com que se transforme em um ambiente agradável, aceito
por todos e do qual todos sintam orgulho.
MATERIAL DIDÁTICO
Esta unidade didática inicialmente traz conceitos essenciais que permeiam a
prática e a teoria sugeridas e serão empregadas no decorrer de toda sua aplicação.
GRAFFITI
A Nova Enciclopédia Barsa (1999, p. 175) traz a seguinte explicação:
A preocupação moderna com a psicologia estimulou o estudo dos graffiti
como forma de expressão concisa, autêntica, por vezes violenta, do
inconsciente coletivo. O mais famoso é uma caricatura de Cristo
Crucificado, encontrado no século XIX, na parede Domus Gelotiana no
Palatinoem Roma. Originalmente, a palavra italiana graffiti (plural de
graffito), foi empregada pelos arqueólogos para designar palavras ou
desenhos encontrados nas paredes de monumentos antigos. Muitas vezes
tais rabiscos assumem importância, como os que foram achados em
Pompeia, com termos em osco, língua de um povo muito antigo que
habitava Campânia italiana. Em sua acepção moderna, o termo graffiti (cujo
uso internacional consagrou a forma também para o singular: um graffiti). É
a garatuja, o risco rápido, desde os encontrados em Pompeia até os da
metrópole no final do século XX. Nesse sentido, são vistos como forma de
expressão individual e suas técnicas chegaram  influenciar muitos artistas.
Nas artes plásticas, graffiti tem outro sentido: é a técnica – na pintura, na
cerâmica, etc. – que consiste em cobrir uma superfície como uma camada
de cor diferente e depois raspar essa segunda camada para que apareça a
cor contrastante da primeira, onde quer que a composição o exija, nos
vitrais, por exemplo, raspa-se, em geral a cor para que apareça o fundo de
vidro transparente.
A origem da palavra para Ganz (2004, p.8) deriva da palavra italiana sgraffito,
rabisco, ranhura.
De acordo com Raquel Rolnik (2008), apud Graziela Bedoin e Kátia Menezes
(2008, p. 33):
O graffiti é um espaço de berro, de grito e afirmação. É um espaço de fala,
mas não é bem um diálogo. Exatamente porque ainda não existe espaço
para o diálogo. [...] Tem sempre uma tensão colocada. E quem fica de fora,
excluído dessa ordem, está berrando. Tem várias formas de dar o berro, e
uma delas é o graffiti.
PATRIMÔNIO
Conforme a Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo (1972, p.501):
Dolatim “patris” = do pai, + “munus” = ofício, encargo. A etimologia do termo
refere-se à estrutura da família patriarcal romana, na qual o “Pater famílias”
era o único detentor da propriedade de todos os bens. Vulgarmente, hoje o
termo evoca a ideia de conjunto de bens que alguém possui e que
transmitirá por herança. Na realidade, porém o termo em seu rigor técnico
significa o conjunto de direitos de que alguém é titular e das obrigações que
lhe incubem. Conservar um patrimônio lealmente adquirido e procurar
amplia-lo pelo trabalho honesto, valorizando lhe os recursos a serviço da
comunidade, é uma aspiração louvável e uma motivação que sustenta o
esforço construtivo de um povo progressista.
PATRIMÔNIO PÚBLICO
Numa concepção restrita: “é o conjunto de bens e direitos, mensurável em
dinheiro, que pertence à União, a um Estado, a um Município, a uma autarquia ou
empresa pública”. (Art. 1º, §1º, Lei 4.717/65). E, na concepção ampla:
“Conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou
turístico, que pertence”. Segundo Melo (2008, p. 950), “o patrimônio público é
formado pelos bens públicos. Os bens da União encontram-se no art. 20 da
Constituição Federal e os bens do estado no art. 26. Os bens do município não se
encontram definidos na Constituição, mas são os bens adquiridos segundo a lei civil
e os bens de uso comum do povo”.
O Patrimônio Público Escolar é “O conjunto de bens móveis e imóveis que
formam a parte física da Escola. Todo material que está na escola deve ter um
número de identificação, e este número é chamado de "Patrimônio"“. (Disponível em
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br>).
Urbana: “Relativo à cidade”. (Dicionário Priberam, disponível em
<http://www.priberam.pt/DLPO/>).
O GRAFFITI E A ESCOLA
A criança e o adolescente passam um tempo considerável no ambiente
escolar. As escolas em sua maioria, principalmente as do 6º ao 9º ano refletem
situações difíceis onde há depredações, quebra-quebra de carteiras, pichações nos
muros recém-pintados. É a realidade brasileira e os jovens querem mostrar seu
descontentamento. E, como transformar esta situação?
Uma das finalidades da Educação prevista na LDB/ 96, lei n. 9394, de 20 de
dezembro, em vigência atualmente, é o preparo para o exercício da cidadania. Este
processo só é possível se dentro do ambiente escolar forem desenvolvidas práticas
que levem os indivíduos a promover ações de solidariedade, respeito mútuo, ética,
responsabilidade social e cooperação, pois a escola é sempre um subsistema do
mundo social e deve representar certamente os anseios e desejos da comunidade
que a ela busca.
Os alunos devem respeitar o ambiente escolar como espaço público, assim
como respeitar os locais de uso público na comunidade onde está inserido. Raquel
Rolnik (2008) apud Graziela Bedoin e Kátia Menezes (2008, p. 52) coloca a esse
respeito:
Nós, no Brasil, não construímos uma noção de espaço público. Isso tem
muito a ver com a nossa cultura política, a história da relação com nosso
território. A noção de espaço público como propriedade coletiva, de
cidadãos e não propriedade privada do Estado. Temos essa dificuldade de
nos expressarmos claramente no espaço urbano, no mundo da política,
porque é a mesma coisa, o mesmo conceito. Nesse contexto, o graffiti
emerge como uma forma de expressão no espaço público, um marco da
diversidade cultural e social na cidade.
A escola é local ideal para uma prática de valorização e defesa do patrimônio,
pois tem todas as condições ideais para uma atitude que será sempre satisfatória
para um processo de defesa dos bens ambientais, dos ambientes de cultura e dos
marcos das histórias dos homens em sua luta cotidiana.
É importante que a escola desenvolva práticas pedagógicas voltadas para o
reconhecimento dos bens patrimoniais e de sua valorização ativa e consciente. O
processo de conhecimento gerado na escola é de grande importância para promover
atitudes que levem em conta uma melhor relação dos cidadãos com o patrimônio
que faz parte de sua vida.
Djacyr Silva Francisco de Souza, (2012, p. 19) faz a seguinte comentário
sobre o processo educativo e Patrimônio:
“[...] A escola é o local ideal para o entendimento das ideologias que levam a
degradação do ambiente e à destruição dos nossos bens patrimoniais”.
O processo educativo suscita o desenvolvimento de uma consciência crítica
que faça com que o cidadão seja ativo no entendimento dos problemas diversos de
seus grupos sociais, permitindo uma visão abalizada do mundo e compreensão da
importância do Patrimônio e da certeza e da necessidade de sua preservação e/ou
conservação.
Dessa forma é possível perceber o papel fundamental da escola, é onde tudo
é estimulado e tudo começa, e para que a criança e jovens valorizem o que
possuem a sua volta, em seu entorno, se faz necessário que a escola crie condições
que despertem consciência crítica formando cidadãos atuantes. Sendo assim, torna-
se vital a participação dos pais e da comunidade. E, uma das formas de se buscar
essa consciência é trabalhar com o real, com o que o jovem tem acesso, através da
arte, ou seja, da música, da dança do graffiti e outras manifestações. Estas práticas
nos dias atuais são bem conhecidas, respeitadas e até admiradas por todos.
Será possível uma escola alcançar bons índices de aprendizagem com alunos
e professores convivendo num prédio com paredes rachadas, vidros quebrados e
privadas entupidas? Para que a aprendizagem aconteça, é necessário que o
ambiente seja propício. "O patrimônio compõe a identidade e a imagem da escola e,
por isso, ele precisa estar sempre em ordem, sob pena de colocar em risco a
segurança das pessoas e o projeto pedagógico", afirma Amaury Meller Filho, do
Instituto Paranaense de Ensino, em Maringá, a 420 quilômetros de Curitiba. O
patrimônio é formado por instalações físicas, equipamentos, mobiliário e materiais
usados na escola. Com a progressiva autonomia financeira (Programa Dinheiro
Direto na Escola e outros), o gestor tem agilidade para fazer a manutenção e realizar
pequenas obras. O estado ou o município também podem fornecer recursos por
meio do adiantamento de verba para despesas de pronto pagamento (artigo 68 da
Lei nº 4.320/64).
Manter o Patrimônio Escolar depende do envolvimento da comunidade, ou
seja, da comunidade escolar, professores, pedagogos, do gestor escolar e dos
próprios funcionários, dos alunos e de suas famílias, dos comerciantes, indústrias, e
outros existentes na localidade.
Para Hércules Pereira (2013), diretor presidente do Instituto de Gestão
Educacional Signorelli, do Rio de Janeiro, em entrevista faz a seguinte colocação:
"Só com a conscientização e a soma de esforços é possível melhorar os padrões de
uso e a qualidade dos prédios escolares". Uma boa oportunidade para realizar essa
tarefa são as reuniões com a comunidade. Pode-se criar um comitê para promover
ações com o objetivo de sensibilizar e capacitar alunos, professores, familiares e
moradores da vizinhança para ajudar na manutenção. Vale, por exemplo, convocar
os interessados para fazer um mutirão e deixar nova a pintura das paredes ou para
organizar um evento com a finalidade de levantar fundos para melhorar as
instalações. O importante é que todos se sintam pertencentes e responsáveis pelo
espaço. Para Anaci Bispo Paim (professora universitária do Estado da Bahia e ex.
Secretária de Educação do Estado (2013) "Ajudar a manter a integralidade física e
cultural da escola leva o indivíduo a legitimar seu papel na comunidade, valoriza o
sentimento de pertencimento a um grupo capaz de vencer desafios, reafirma valores
e faz com que todos vejam a escola como um patrimônio da comunidade".
FIGURA 1: OFICINA DE GRAFFITTI NA ESCOLA ÉRICO VERÍSSIMO
Fonte: Oficina de Graffiti - A Ciranda Cultural na Escola Érico Veríssimo encerrou OS eventos de 2012
in Santa Maria. (disponível em <http://cirandaculturalsm.wordpress.com/2012/12/18/oficina-de-graffiti-na-escola-
erico-verissimo>).
Esta oficina ocorreu por conta do Projeto de realização de uma “Feira
Cultural” na Escola Básica Estadual Érico Veríssimo. As atividades da feira
ocorreram em três escolas simultaneamente no horário das 10 hs. às 20 hs., acabou
sendo estendido das 9:30 às 21:40, e ocorreu no dia 04 de dezembro de 2012. As
atividades da feira foram: venda de livros usados e novos, oficinas de ilustração e
grafiti, audiovisual com a TVOVO, bate papo sobre literatura e edição de livros,
apresentações artísticas. A foto mostra a parte prática da Oficina de Graffiti, onde
os alunos e pais estavam grafitando uma das paredes da escola Érico Veríssimo. O
projeto “Ciranda Cultural Érico Veríssimo” visou atender os alunos, professores e a
comunidade escolar com o intuito de que houvesse uma continuidade nesse projeto.
Atividade 01, em sala de aula:
A partir de questões compreender o que alunos sabem sobre o graffiti, se
conhecem grafiteiros ou já grafitaram.
Objetivo: Verificar o que os alunos entendem sobre essa linguagem e se a
percebem como arte e forma de expressão.
a. O que você sabe sobre graffiti?
b. Em sua comunidade há grafiteiros? Você já grafitou?
Atividade 02, em sala de aula:
Confecção de croquis baseados em graffitis que já viram na sua cidade, na
realidade local, com tema livre.
Objetivo: Desenvolver a criatividade, verificando quais as temáticas que são
de interesse dos alunos. Desenvolver o respeito, a opinião de cada um, participação
e espírito de equipe.
a. Crie o esboço de um graffiti em sulfite. Tema livre.
b. Faça um desenho utilizando formas simples em cartolina que servirá como
máscara de estêncil para colorir no sulfite.
c. Confecção de máscaras de estêncil.
ATENÇÃO ÀS
ATIVIDADES!
NÇÃO ÁS
ATIVIDADES!!
Fonte: <www.google.com.br/graffiti...>
ATENÇÃO AS
ATIVIDADES!!!
d. Vamos formar equipes de no máximo seis alunos para criar um graffiti sobre o
papel Kraft, vocês poderão utilizar as máscaras que confeccionaram.
Atividade 03, na escola:
Conversar com grafiteiros da comunidade sobre o conceito e as técnicas do
graffiti que utilizam. Realizar atividades em papel para elaboração de esboços para o
muro da escola
Objetivo: Conhecer a realidade local, apreender o significado do graffiti para o
grafiteiro e conhecer suas técnicas. Esta atividade é de suma importância para que
os alunos participantes conheçam e identifiquem como são realizados e planejados
os graffitis e como este é imaginado, como as técnicas são utilizadas. Como os
grafiteiros se sentem e qual a gratificação pelos desenhos realizados. Os alunos
poderão convidar alguém da família ou da comunidade para participar.
a.Elaboração de esboços para o muro da escola em sulfite, lápis de cor ou
canetinha a partir de sugestões de todos os envolvido: alunos, grafiteiros
e comunidade.
Atividade 04, na escola:
Os alunos participantes irão realizar um graffiti nos muros da Escola com
supervisão e auxílio, tendo temas elaborados por todos, em que contará muito a
criatividade e o envolvimento de todos.
Objetivos: Aplicar as técnicas de graffiti em grupos, com criatividade, ou seja,
que os alunos demonstrem interesse, iniciativa e que seus desenhos apresentem
originalidade sem cópia, trazendo mensagens que sejam entendidas por quem esta
vendo o desenho pela primeira vez.
a. Realizar os esboços em tinta, spray e estêncil nos muros da escola.
Atividade 05, leitura em sala:
Após as etapas acima, serão abordados textos e vídeos com os alunos para
que juntem suas experiências, e através de questões possam chegar as suas
próprias conclusões.
Objetivo: diferenciar graffiti de pichação, reconhecer e valorizar o espaço
escolar.
a. Sua opinião sobre graffiti mudou? Por quê?
b. Você entende pichação como arte? Por quê?
c. Discuta com seus colegas o que é depredação e atos de vandalismo.
d. Agora em duplas vamos escrever sobre as etapas que vivenciamos até o
resultado final do muro de nossa escola.
e. Os alunos em círculo farão feedback, expressando verbalmente o que
experienciaram nas atividades propostas.
SUGESTÕES DE TEXTOS
O que é graffiti
Graffiti é uma palavra de origem italiana sgraffito, rabisco, ranhura.
O grafite contemporâneo consiste em uma forma de arte de rua em que os
desenhos feitos com spray exprimem ideias e modificam a paisagem urbana.
Origem do graffiti
Segundo Denis Sena (2011) “Desde a pré-história que o homem sente
necessidade de se expressar no seu meio e as inscrições ou desenhos em rochas,
muros e paredes são usados com vários significados e objetivos desde há muito
tempo”. As pinturas rupestres, podem ser consideradas graffiti destas civilizações,
que as utilizava como exemplos do desejo, necessidade do homem em fazer
inscrições em lugares por nos habitados.
FIGURA 2: DESENHO NAS CAVERNAS
Fonte: http://historiadasartesvisuais.blogspot.com.br/2011/06/historia-do-grafite.html
Gitahy (2012, p. 12) cita que: “O graffiti sempre existiu desde os primórdios da
pré-história” e coloca a este respeito (2012, p. 11): “[...] a manifestação mais antiga,
com certeza, foram os desenhos feitos nas paredes das cavernas. Aquelas pinturas
rupestres são os primeiros exemplos de graffiti que encontramos na história da arte”.
A história do graffiti possui registros, antes da Era Cristã, na cidade de
Pompéia, na Itália. Devido à grande quantidade de inscrições espalhadas por toda a
cidade de Pompéia, Itália, a pesquisadora Rebecca Benefiel (2012) afirma que:
Grafitar era um hábito comum. Ricos, pobres, escravos, estrangeiros,
homens mulheres, todos escreviam nas paredes, inclusive dentro de casa.
Foram encontrados muitos e muitos nomes, saudações, poesias, piadas,
alguns lamentos de amor, divulgação de lutas entre gladiadores, listas de
mercado e, raramente, críticas políticas. (BENEFIIEL, Rebecca 2012, p.15,
apud THEREZA SIMÕES 2014. Disponível em
http://descomplicarte.com.br/2014/03/ana-k/).
O gesto rápido, os muros de suporte, a transgressão e a espontaneidade são
elementos artísticos que pertencem ao graffiti.
No século XX, mais precisamente no final da década de 60, jovens do Bronx,
bairro de Nova Iorque (EUA), restabeleceram esta forma de arte usando tintas spray.
Para muitos, o graffiti surgiu de forma paralela ao hip hop - cultura de
periferia, originária dos guetos americanos, que une o RAP (música, ritmo e poesia),
o break (dança robotizada) e o graffiti (arte plástica do movimento cultural). Nesse
período, academias e escolas de arte começaram a entrar em crise e jovens artistas
passaram a se interessar por novas linguagens. Com isso, teve início um movimento
que dava crédito às manifestações artísticas fora dos espaços fechados e
acadêmicos. A rua passou a ser o cenário perfeito para as pessoas manifestarem
sua arte. Os artistas do graffiti, também chamados de writers (escritores),
costumavam escrever seus próprios nomes em seus trabalhos ou chamar a atenção
para problemas do governo ou questões sociais.
Na Europa, no início dos anos 80, jovens de Amsterdã, Berlim, Paris e
Londres passaram a criar seus próprios ateliês em edifícios e fábricas abandonadas.
O objetivo era conseguir um espaço para criarem livremente. Nesses locais,
surgiram novas bandas de música, grupos de artistas plásticos, mímicos, atores,
artesãos e grafiteiros.
No Brasil, essa forma de expressão apareceu pela primeira vez em 1985 na
XVIII Bienal que lançou os primeiros nomes de grafiteiros brasileiros com Zaidler e
Alex Vallauri.
Fonte: Obras Alex Vallauri. Disponível em<www.google.com.br/search?q=alex+vallauri+obras>
Quando se fala em graffiti no Brasil, talvez a maior referência seja “Os
Gêmeos”. A dupla de grafiteiros, natural de São Paulo, começou a pintar em 2002 e
criou um estilo de graffiti que foi caracterizado como o “estilo brasileiro”.
Fonte: JuniorLago/UOL - O avião que transportou a seleção durante a Copa da FIFA Brasil 2014, foi grafitado pelos Gêmeos
Otávio e Gustavo Pandolfo. Disponível em <http://noticias.bol.uol.com.br>. Acesso em 02 jun. 2014
Desde então vários artistas brasileiros vêm desenvolvendo projetos sociais
em parceria com o governo, ou de forma independente, com o intuito de criarem
programas que ajudem no desenvolvimento pessoal e no aprendizado de
competências básicas para o trabalho e geração de renda, fazendo com que
crianças e jovens, independentemente de suas classes, mantenham-se afastados da
marginalidade. Esses grafiteiros criam junto às escolas e ONGs, oficinas de graffiti
que contam com a participação de crianças e jovens que estão à margem da
sociedade.
Além de poder se expressar nas paredes e muros das cidades, os jovens que
fazem parte destes programas, ainda se tornam aptos a expressar sua arte em
galerias, nas estampas de camisetas, painéis, e o que mais vier pela frente. Isso faz
com que a arte seja democratizada, permitindo aos jovens aprendizes do graffiti
desenvolverem suas capacitações artísticas, e também entrarem em contato com
outras manifestações culturais.
FIGURA 3: GRAFFITI MENINA EXPRESSIVA
Fonte: http://pixabay.com/pt/grafite-arte-menina-black-216212/
Graffiti uma forma de arte urbana
Conforme citado por Renata da Costa, (2012) o Graffiti é “um meio de
expressão social e de comunicação específicageralmente realizado por jovens num
determinado suporte. É realizado com várias cores e com traços que o identificam,
diferenciando-o de outras expressões visuais.” Durante muito tempo visto como um
tema irrelevante ou simples contravenção, atualmente o graffiti já adquiriu outras
formas, bem mais aceitas na sociedade, porém ainda geram certo preconceito. É
visto como uma forma de expressão inserida no campo das artes visuais, em
particular, da street art conhecida como arte urbana. Todavia ainda há quem não
concorde e confunda o graffiti com pichação.
“O mundo do graffiti é uma dimensão à parte. Para mim as paredes têm uma
dimensão espacial própria. Este país ainda tem uma mentalidade muito fechada em
relação à arte de grafitar”, diz Doc, um writer apud Renata da Costa, (2012). O
graffiti esta inserido em duas visões: a da sociedade, que o denomina como um ato
de vandalismo e/ou um atentado ao patrimônio, e a dos graffiters (grafiteiros), que o
defendem como uma expressão de arte alternativa, como uma contracultura, onde
se manifesta a criatividade, estimulada por vezes, pela crítica à realidade social ou,
simplesmente, pela vontade de dar mais vida aos espaços urbanos.
Numa fase inicial, as cidades eram invadidas por uma profusão de caligrafias
indecifráveis, feitas a marcador – as tags (assinatura dos writers), que não significam
nada. Pouco e pouco os writers foram introduzindo cores, novos estilos e
procuraram adotar novas técnicas para a concretização do graffiti. Nos anos
seguintes, motivados pela competição, os writers procuram novas soluções para ter
o seu tag (a sua assinatura) o mais presente possível: juntaram-se em grupos para
conseguirem pintar melhor e em áreas com mais visibilidade urbana. Rapidamente,
esta nova forma de expressão desenvolveu-se na direção de trabalhos artísticos
com componentes expressivos. Assim, o graffiti contemporâneo pode ser visto como
uma forma arrojada de revelação da criatividade do grafiteiro. Por ser uma
manifestação artística, o graffiti está associado a diversos movimentos musicais
como o Hip Hop, onde os desenhos refletem a realidade das ruas. É de salientar que
o graffiti necessita da autorização do proprietário do muro ou do espaço, ao passo
que, a pichação é realizada sem legalidade e com o intuito de vandalizar, depredar o
ambiente.
Desde os anos 2000 há uma maior intervenção dos jovens no espaço público
do que no passado. Por duas razões: em primeiro lugar, o interesse nos problemas
econômicos e sociais faz com que as pessoas sintam mais necessidade de
expressarem suas opiniões no espaço público; e, em segundo lugar, porque existe
um clima de maior tolerância em relação à intervenção em espaço público, que
deixou de ser um fenômeno circunscrito a uma certa cultura juvenil.
FIGURA 3: GRAFFITI MUROS CENTRO DA JUVENTUDE AMSTERDÃ
Fonte: <http://pixabay.com/pt/centro-de-juventude164488>.
Graffiti e pichação
Tanto o graffiti como a pichação usam o espaço da cidade e o mesmo
material, as tintas.
As pessoas não tem uma visão muito boa sobre graffiti e as pichações, fazem
confusão sobre estes termos e só passaram a aceitar e entender quando os
trabalhos foram apresentados nos museus, em feiras, quando o graffiti foi
considerado arte e foi promulgada uma lei que determina que o graffiti seja uma
manifestação artística e nesta também, verifica-se que a pichação é considerada
CRIME - Lei n. 12.408, de 25 mai. 2011. Pela lei, menores flagrados pichando são
encaminhados a programas de cumprimento de medidas sócioeducativas. A
promotora da vara da Infância e Juventude de Sorocaba, Ana Alice Mascarenhas
(2014) faz a seguinte preleção sobre a pichação:
O cumprimento das medidas tem um papel que vai além de punição judicial.
O maior objetivo, neste caso da pichação, é tentar transformar essa rebeldia
apresentada pelo adolescente como sujar, estragar o patrimônio alheio com
a transformação para uma arte. Se conseguir isso, alcançou o objetivo da
medida.
Ainda existe muito preconceito, as pessoas que vivem nos grandes centros
urbanos, assim como nas periferias, às vezes confundem um com o outro, a
pichação é considerada crime, o graffiti como uma forma de expressão artística na
qual se valoriza um determinado local, uma via urbana, uma escola, um bairro, uma
casa abandonada, um lugar desfavorecido, e/ou outros.
Elizabeth Seraphim Prosser, autora do livro Espelho da Cidade (2014, em
entrevista a Isadora Rupp), explica:
As pessoas estão aceitando melhor o grafite, mas ainda há muitos que
abominam, não querem enxergar. De outro lado, muita gente se apaixonou
pela linguagem, é uma arte próxima. Em bairros como Sítio Cercado e
Xaxim, por exemplo, onde muitos grafiteiros vivem, todos acham lindo. As
famílias valorizam e querem ter o muro de casa grafitado.
Gitahy faz a seguinte observação (2012, p.19): “Uma das diferenças entre o
graffiti e a pichação é que o primeiro advém das artes plásticas e o segundo da
escrita, ou seja, o graffiti privilegia a imagem; a pichação, a palavra e/ou a letra”. E
continua (2012, p. 20): “Vários são os significados da pichação: ação ou efeito de
pichar; escrever em muros e paredes: aplicar piche: sujar com piche; falar mal – de
acordo com esse último conceito, não há quem não tenha pichado uma vez na vida
[...]”.
FIGURA 4: LIMPEZA DE UM PREDIOCOM PICHAÇÕES EM SOROCABA SP.
Fonte: Serviço de limpeza da fachada em duas faces, foi utilizado caminhão com cesta elevatória devido o técnico de
segurança não permitir uso de andaime ou rapel, este serviço foi realizado no período noturno, disponível em
<http.//projetos.habitissimo.com.br>.
Patrimônio escolar
O termo “patrimônio” significa, entre outras definições herança, riqueza. Por
sua vez, “público” implica naquilo que não pertence somente a uma determinada
pessoa, mas é compartilhado por muitos que dele fazem uso e supre suas
necessidades.
A escola, juntamente com o imobiliário que a compõe, é um exemplo claro e
intangível de patrimônio público pertencente à coletividade, logo, ela não pertence
nem ao governo, nem ao diretor, muito menos ao aluno. Antes, a escola pertence a
todos – e, por definição pura e simples – é um patrimônio público cujos “donos”, se é
que assim se pode dizer, são o governo e a comunidade escolar, além da sociedade
em geral.
É de suma importância, por conseguinte, que todos, sobretudo os alunos, se
invistam do sentimento de cidadania o qual se pauta nos ideais de respeito e de
conservação do patrimônio escolar.
Cabe à direção da escola, em conjunto com o conselho escolar, a
manifestação dos interesses que objetivam a manutenção da ordem sem que sejam
necessários gestos autoritários e arrogantes. Ações e campanhas que
conscientizem, informem, eduquem e formem pessoas comprometidas com o seu
meio devem ser implementadas.
Não é possível admitir a ideia de que seja normal, por exemplo, que uma
carteira venha a ser quebrada, que um ventilador possa ser danificado ou uma
parede pichada por um estudante sem que este seja identificado e responsabilizado
por tal ato.
SUGESTÕES DE VÍDEOS:
https://www.youtube.com/watch?v=xBZh1mxi1ok#t=10, visto em 17/08/14.
https://www.youtube.com/watch?v=-_IHbXuF8-c, visto em 17/08/14.
https://www.youtube.com/watch?v=JVQwSSx6cr8, visto em 17/08/14.
https://www.youtube.com/watch?v=pCPtxu-xqUo, visto em 17/08/14.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
O presente Caderno Pedagógico é um recurso derivado da Unidade Didática
sobre o Graffiti como meio para desenvolver temas e atividades na área de Artes. É
indicado para uso dos professores da rede estadual de ensino do Paraná, traz uma
reflexão teórica sobre o graffiti e o patrimônio escolar, e sugere atividades práticas
que poderão ser desenvolvidas por alunos na faixa etária de 14 a 17 anos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As atividades propostas nesta unidade didática têm como meta principal levar
os jovens a enxergar o espaço da escola com outros olhos, que estes percebam seu
valor em suas vidas e passem a sentir orgulho de estar na escola e procurem
respeitar seu patrimônio, pois é de todos, do corpo docente, discente e de toda a
comunidade local. Para atingir este propósito propõe o graffiti como uma linguagem
atual e de fácil entendimento para a juventude.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Daniela. Manutenção do Patrimônio Escolar. Publicado em Gestão
Escolar Digital. ed. 002. São Paulo: Fundação Vitor Cevitta. Disponível em
<http://gestaoescolar.abril.com.br/espaco/manutencao-patrimonio-escolar-
476183.shtml>. Acesso em 06 set. 2014.
ALMEIDA, Melo. José Tarcízio de. Direito Constitucional do Brasil. Belo Horizonte:
Del Rey, 2008.
ARTE NA CIDADE: Origem do Graffiti. Disponível em
<http://coresnosmuros.blogspot.com.br/2011/05/origem-do-graffiti.html>. Acesso em
05 set. 2014.
ÁVILA. Pe. Fernando Bastos de. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. 2. ed.
Ministério da Educação e Cultura. Rio de Janeiro: FENAME, 1972.
BARSA, Nova Enciclopédia. v. I, 7 e 8. Macropédia. Vários colaboradores. São
Paulo: Enciclopédia Britânica do Brasil Publicações, 1999.
BEDOIAN, Graziela; MENEZES, Kátia; Projeto QUIXOTE. Por trás dos muros:
horizontes sociais do graffiti. São Paulo: Peirópolis, QXT Projeto Quixote, 2008.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em:
<www.planalto.gov.br/.../constituição/constituição>. Acesso em 15 set. 2014.
BRASIL. Lei 4.717/65. Regula a ação popular. Diário Oficial {da} República
Federativa do Brasil. Brasília, DF,de 5 jun.1965 e republicado no DOU de 8 abr.
1974. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4717.htm>. Acesso
em set. 2014.
CAMARGO, Bruna,et. al. Relatório de atividades Ciranda Cultural Érico Veríssimo.
Santa Maria RS. 18 dez. 2012. Disponível
em<http://cirandaculturalsm.wordpress.com/2012/12/18/oficina-de-graffiti-na-escola-
erico-verissimo>. Acesso em 20 set. 2014.
CARDOSO, Everaldo. A história do grafite. Jun. 2011. Disponível em
<http://coresnosmuros.blogspot.com.br/2011/05/origem-do-graffiti.html>. Acesso em
05 set. 2014.
COSTA, Renata da. Graffiti: uma forma de arte urbana. 13 mai. 2012. Disponível em
<http://jornalismoespecializado.blogs.sapo.pt/58783.html>. Acesso em 06 set. 2014.
GITAHY, Celso. O que é graffiti. 3. Reimp. São Paulo: Brasiliense, 2012.
NICHOLAS, Ganz. O mundo do grafite: arte urbana nos cinco continentes. São
Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda., 2008.
LIMA, Diego; OLIVEIRA, Suyane. A pichação na sociedade atual. Disponível em
<http://www.klickescolas.com.br/KEP/Ciber/Revista/KEP_Revista_Final/0,4761,542-
9874,00.html>. Acesso em 06 set. 2014.
LUPPI, Luciano. Pichação e Grafite. Disponível em <www.hojeemdia.com.br>.
Acesso em 06 out. 2014.
PARANÁ. Secretaria da educação. Patrimônio. Disponível em
<http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conte
udo=33> . Acesso em 15 set. 2014.
PIXABAY. GRAFITE: arte menina black. Busque fotos, vetoriais e ilustrações.
Licença: CC0 Public Domain/FAQ. Grátis para uso comercial. Disponível em
<http://pixabay.com/pt/grafite-arte-menina-black-216212/>. Acesso em 06 set. 2014.
RUPP, Isadora. A Curitiba que ganhou galerias nas ruas. Arte Urbana. Jornal
Gazeta do Povo- caderno G, p. 1. Curitiba, PR, 25 mai. 2014.
SIMÕES, Thereza. Bate-papo com Ana K. Disponível em
<http://descomplicarte.com.br/2014/03/ana-k/>. Acesso em 06 set. 2014.
SOUZA, Francisco Djacyr de Souza. Escola, patrimônio e cidadania -defesa do
patrimônio: Ações práticas e reflexões. Fortaleza: Clube dos Autores, 2012.
Disponível em <http://books.google.com.br/>. Acesso em 12 mai. 2014.
URBANA. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. Lisboa: Priberam Informática,
1988. Disponível em <http: //www.priberam.pt/dlpo/urbana>. Acesso em 20 set.
2014.

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  • 1. OSDESAFIOSDAESCOLAPÚBLICAPARANAENSE NAPERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE ProduçõesDidático-Pedagógicas Versão Online ISBN 978-85-8015-079-7 Cadernos PDE II
  • 2. Título: O graffiti e a valorização do patrimônio escolar Autor: Marcela de Oliveira Disciplina/Área: Artes 2014 Escola de Implementação do Projeto e sua localização: Colégio Estadual Juscelino Kubitschek de Oliveira Ensino Fundamental e Médio Rua Joaquim Ferreira Claudino, 34 - Jardim Cruzeiro São José dos Pinhais / PR Telefones: (41) 3283- 6360 Município da escola: São José dos Pinhais Núcleo Regional de Educação: Núcleo Regional Área Metropolitana Sul Professor Orientador: Profa. MS Débora Maria Santiago Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Paraná – Campus I Embap Relação Interdisciplinar Não há Resumo: Nos dias atuais os jovens não demonstram interesse pela Escola e como consequência acabam apresentando comportamentos inadequados, desrespeitando seu patrimônio. Esta unidade didática tem o objetivo de demonstrar que através do graffiti os jovens podem se expressar e emitir opiniões, criando um vínculo escola – comunidade onde todos se sintam parte e responsáveis, tornando o espaço escolar um ambiente agradável a todos. A partir do graffiti os jovens podem sentir-se mais valorizados, pois trarão algo que está na rua, ultrapassando os muros da escola, fazendo com que todos repensem e revejam posturas e reelaborem as questões de cidadania, de forma espontânea estimulando os jovens a se tornarem sujeitos ativos e atuantes. Esta unidade didática será desenvolvida de forma que o jovem compreenda a diferença entre graffiti e pichação, e como são vistos de forma diferente pela Lei, buscando assim o respeito pelo patrimônio. Palavras-chave: Graffiti, patrimônio, pichação. Formato do Material Didático: Caderno pedagógico e atividades Público: Alunos do ensino médio da faixa etária de 14 a 17 anos, na disciplina de artes.
  • 3. APRESENTAÇÃO Como professora da área de Artes na Escola Juscelino K. de Oliveira, produzi esta unidade didática pensando nos jovens que frequentam nossas escolas, fui motivada pelo interesse demonstrado pelos alunos por esta temática, ou seja, pelo graffiti, percebendo que é uma forma de expressão usada para que se posicionem, emitam opiniões sobre diversas questões, então pensei porque não aproveitar este como recurso pedagógico e trazê-lo para dentro da sala de aula. Esta unidade didática tem como objetivo mergulhar no mundo do Graffiti, conhecer o porquê de seu fascínio entre os jovens nas diversas comunidades e acima de tudo empregar este recurso para aproveitá-lo no contexto escolar, sendo assim foi demarcado como tema deste “A inserção do graffiti no espaço escolar”, tendo como pretensão atingir os jovens, procurando entendê-los por meio desta linguagem tão expressiva. Através do graffiti os jovens podem se expressar, se posicionar com questões de sua realidade local, com as escolhas políticas e emitir opiniões sobre suas verdades e identidades. A partir do graffiti os adolescentes, podem sentir-se mais valorizados, pois trarão algo que está na rua, ultrapassando os muros da escola, fazendo com que repensem, revejam posturas e reelaborem questões de cidadania de forma espontânea, estimulando-os a se tornarem sujeitos ativos e atuantes na sociedade. Desta forma, o graffiti pode ser usado como recurso didático porque se tornou atualmente uma das formas de expressão em que os adolescentes respeitam, se manifestam e protestam. A partir dos traços do graffiti eles reinventam a comunidade e com certeza também por este meio passam a valorizar e modificar o espaço escolar, fazendo com que se transforme em um ambiente agradável, aceito por todos e do qual todos sintam orgulho. MATERIAL DIDÁTICO Esta unidade didática inicialmente traz conceitos essenciais que permeiam a prática e a teoria sugeridas e serão empregadas no decorrer de toda sua aplicação. GRAFFITI A Nova Enciclopédia Barsa (1999, p. 175) traz a seguinte explicação:
  • 4. A preocupação moderna com a psicologia estimulou o estudo dos graffiti como forma de expressão concisa, autêntica, por vezes violenta, do inconsciente coletivo. O mais famoso é uma caricatura de Cristo Crucificado, encontrado no século XIX, na parede Domus Gelotiana no Palatinoem Roma. Originalmente, a palavra italiana graffiti (plural de graffito), foi empregada pelos arqueólogos para designar palavras ou desenhos encontrados nas paredes de monumentos antigos. Muitas vezes tais rabiscos assumem importância, como os que foram achados em Pompeia, com termos em osco, língua de um povo muito antigo que habitava Campânia italiana. Em sua acepção moderna, o termo graffiti (cujo uso internacional consagrou a forma também para o singular: um graffiti). É a garatuja, o risco rápido, desde os encontrados em Pompeia até os da metrópole no final do século XX. Nesse sentido, são vistos como forma de expressão individual e suas técnicas chegaram influenciar muitos artistas. Nas artes plásticas, graffiti tem outro sentido: é a técnica – na pintura, na cerâmica, etc. – que consiste em cobrir uma superfície como uma camada de cor diferente e depois raspar essa segunda camada para que apareça a cor contrastante da primeira, onde quer que a composição o exija, nos vitrais, por exemplo, raspa-se, em geral a cor para que apareça o fundo de vidro transparente. A origem da palavra para Ganz (2004, p.8) deriva da palavra italiana sgraffito, rabisco, ranhura. De acordo com Raquel Rolnik (2008), apud Graziela Bedoin e Kátia Menezes (2008, p. 33): O graffiti é um espaço de berro, de grito e afirmação. É um espaço de fala, mas não é bem um diálogo. Exatamente porque ainda não existe espaço para o diálogo. [...] Tem sempre uma tensão colocada. E quem fica de fora, excluído dessa ordem, está berrando. Tem várias formas de dar o berro, e uma delas é o graffiti. PATRIMÔNIO Conforme a Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo (1972, p.501): Dolatim “patris” = do pai, + “munus” = ofício, encargo. A etimologia do termo refere-se à estrutura da família patriarcal romana, na qual o “Pater famílias” era o único detentor da propriedade de todos os bens. Vulgarmente, hoje o termo evoca a ideia de conjunto de bens que alguém possui e que transmitirá por herança. Na realidade, porém o termo em seu rigor técnico significa o conjunto de direitos de que alguém é titular e das obrigações que lhe incubem. Conservar um patrimônio lealmente adquirido e procurar amplia-lo pelo trabalho honesto, valorizando lhe os recursos a serviço da comunidade, é uma aspiração louvável e uma motivação que sustenta o esforço construtivo de um povo progressista. PATRIMÔNIO PÚBLICO Numa concepção restrita: “é o conjunto de bens e direitos, mensurável em dinheiro, que pertence à União, a um Estado, a um Município, a uma autarquia ou empresa pública”. (Art. 1º, §1º, Lei 4.717/65). E, na concepção ampla:
  • 5. “Conjunto de bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico, que pertence”. Segundo Melo (2008, p. 950), “o patrimônio público é formado pelos bens públicos. Os bens da União encontram-se no art. 20 da Constituição Federal e os bens do estado no art. 26. Os bens do município não se encontram definidos na Constituição, mas são os bens adquiridos segundo a lei civil e os bens de uso comum do povo”. O Patrimônio Público Escolar é “O conjunto de bens móveis e imóveis que formam a parte física da Escola. Todo material que está na escola deve ter um número de identificação, e este número é chamado de "Patrimônio"“. (Disponível em <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br>). Urbana: “Relativo à cidade”. (Dicionário Priberam, disponível em <http://www.priberam.pt/DLPO/>). O GRAFFITI E A ESCOLA A criança e o adolescente passam um tempo considerável no ambiente escolar. As escolas em sua maioria, principalmente as do 6º ao 9º ano refletem situações difíceis onde há depredações, quebra-quebra de carteiras, pichações nos muros recém-pintados. É a realidade brasileira e os jovens querem mostrar seu descontentamento. E, como transformar esta situação? Uma das finalidades da Educação prevista na LDB/ 96, lei n. 9394, de 20 de dezembro, em vigência atualmente, é o preparo para o exercício da cidadania. Este processo só é possível se dentro do ambiente escolar forem desenvolvidas práticas que levem os indivíduos a promover ações de solidariedade, respeito mútuo, ética, responsabilidade social e cooperação, pois a escola é sempre um subsistema do mundo social e deve representar certamente os anseios e desejos da comunidade que a ela busca. Os alunos devem respeitar o ambiente escolar como espaço público, assim como respeitar os locais de uso público na comunidade onde está inserido. Raquel Rolnik (2008) apud Graziela Bedoin e Kátia Menezes (2008, p. 52) coloca a esse respeito: Nós, no Brasil, não construímos uma noção de espaço público. Isso tem muito a ver com a nossa cultura política, a história da relação com nosso território. A noção de espaço público como propriedade coletiva, de cidadãos e não propriedade privada do Estado. Temos essa dificuldade de nos expressarmos claramente no espaço urbano, no mundo da política, porque é a mesma coisa, o mesmo conceito. Nesse contexto, o graffiti
  • 6. emerge como uma forma de expressão no espaço público, um marco da diversidade cultural e social na cidade. A escola é local ideal para uma prática de valorização e defesa do patrimônio, pois tem todas as condições ideais para uma atitude que será sempre satisfatória para um processo de defesa dos bens ambientais, dos ambientes de cultura e dos marcos das histórias dos homens em sua luta cotidiana. É importante que a escola desenvolva práticas pedagógicas voltadas para o reconhecimento dos bens patrimoniais e de sua valorização ativa e consciente. O processo de conhecimento gerado na escola é de grande importância para promover atitudes que levem em conta uma melhor relação dos cidadãos com o patrimônio que faz parte de sua vida. Djacyr Silva Francisco de Souza, (2012, p. 19) faz a seguinte comentário sobre o processo educativo e Patrimônio: “[...] A escola é o local ideal para o entendimento das ideologias que levam a degradação do ambiente e à destruição dos nossos bens patrimoniais”. O processo educativo suscita o desenvolvimento de uma consciência crítica que faça com que o cidadão seja ativo no entendimento dos problemas diversos de seus grupos sociais, permitindo uma visão abalizada do mundo e compreensão da importância do Patrimônio e da certeza e da necessidade de sua preservação e/ou conservação. Dessa forma é possível perceber o papel fundamental da escola, é onde tudo é estimulado e tudo começa, e para que a criança e jovens valorizem o que possuem a sua volta, em seu entorno, se faz necessário que a escola crie condições que despertem consciência crítica formando cidadãos atuantes. Sendo assim, torna- se vital a participação dos pais e da comunidade. E, uma das formas de se buscar essa consciência é trabalhar com o real, com o que o jovem tem acesso, através da arte, ou seja, da música, da dança do graffiti e outras manifestações. Estas práticas nos dias atuais são bem conhecidas, respeitadas e até admiradas por todos. Será possível uma escola alcançar bons índices de aprendizagem com alunos e professores convivendo num prédio com paredes rachadas, vidros quebrados e privadas entupidas? Para que a aprendizagem aconteça, é necessário que o ambiente seja propício. "O patrimônio compõe a identidade e a imagem da escola e, por isso, ele precisa estar sempre em ordem, sob pena de colocar em risco a segurança das pessoas e o projeto pedagógico", afirma Amaury Meller Filho, do
  • 7. Instituto Paranaense de Ensino, em Maringá, a 420 quilômetros de Curitiba. O patrimônio é formado por instalações físicas, equipamentos, mobiliário e materiais usados na escola. Com a progressiva autonomia financeira (Programa Dinheiro Direto na Escola e outros), o gestor tem agilidade para fazer a manutenção e realizar pequenas obras. O estado ou o município também podem fornecer recursos por meio do adiantamento de verba para despesas de pronto pagamento (artigo 68 da Lei nº 4.320/64). Manter o Patrimônio Escolar depende do envolvimento da comunidade, ou seja, da comunidade escolar, professores, pedagogos, do gestor escolar e dos próprios funcionários, dos alunos e de suas famílias, dos comerciantes, indústrias, e outros existentes na localidade. Para Hércules Pereira (2013), diretor presidente do Instituto de Gestão Educacional Signorelli, do Rio de Janeiro, em entrevista faz a seguinte colocação: "Só com a conscientização e a soma de esforços é possível melhorar os padrões de uso e a qualidade dos prédios escolares". Uma boa oportunidade para realizar essa tarefa são as reuniões com a comunidade. Pode-se criar um comitê para promover ações com o objetivo de sensibilizar e capacitar alunos, professores, familiares e moradores da vizinhança para ajudar na manutenção. Vale, por exemplo, convocar os interessados para fazer um mutirão e deixar nova a pintura das paredes ou para organizar um evento com a finalidade de levantar fundos para melhorar as instalações. O importante é que todos se sintam pertencentes e responsáveis pelo espaço. Para Anaci Bispo Paim (professora universitária do Estado da Bahia e ex. Secretária de Educação do Estado (2013) "Ajudar a manter a integralidade física e cultural da escola leva o indivíduo a legitimar seu papel na comunidade, valoriza o sentimento de pertencimento a um grupo capaz de vencer desafios, reafirma valores e faz com que todos vejam a escola como um patrimônio da comunidade".
  • 8. FIGURA 1: OFICINA DE GRAFFITTI NA ESCOLA ÉRICO VERÍSSIMO Fonte: Oficina de Graffiti - A Ciranda Cultural na Escola Érico Veríssimo encerrou OS eventos de 2012 in Santa Maria. (disponível em <http://cirandaculturalsm.wordpress.com/2012/12/18/oficina-de-graffiti-na-escola- erico-verissimo>). Esta oficina ocorreu por conta do Projeto de realização de uma “Feira Cultural” na Escola Básica Estadual Érico Veríssimo. As atividades da feira ocorreram em três escolas simultaneamente no horário das 10 hs. às 20 hs., acabou sendo estendido das 9:30 às 21:40, e ocorreu no dia 04 de dezembro de 2012. As atividades da feira foram: venda de livros usados e novos, oficinas de ilustração e grafiti, audiovisual com a TVOVO, bate papo sobre literatura e edição de livros, apresentações artísticas. A foto mostra a parte prática da Oficina de Graffiti, onde os alunos e pais estavam grafitando uma das paredes da escola Érico Veríssimo. O projeto “Ciranda Cultural Érico Veríssimo” visou atender os alunos, professores e a comunidade escolar com o intuito de que houvesse uma continuidade nesse projeto.
  • 9. Atividade 01, em sala de aula: A partir de questões compreender o que alunos sabem sobre o graffiti, se conhecem grafiteiros ou já grafitaram. Objetivo: Verificar o que os alunos entendem sobre essa linguagem e se a percebem como arte e forma de expressão. a. O que você sabe sobre graffiti? b. Em sua comunidade há grafiteiros? Você já grafitou? Atividade 02, em sala de aula: Confecção de croquis baseados em graffitis que já viram na sua cidade, na realidade local, com tema livre. Objetivo: Desenvolver a criatividade, verificando quais as temáticas que são de interesse dos alunos. Desenvolver o respeito, a opinião de cada um, participação e espírito de equipe. a. Crie o esboço de um graffiti em sulfite. Tema livre. b. Faça um desenho utilizando formas simples em cartolina que servirá como máscara de estêncil para colorir no sulfite. c. Confecção de máscaras de estêncil. ATENÇÃO ÀS ATIVIDADES! NÇÃO ÁS ATIVIDADES!! Fonte: <www.google.com.br/graffiti...> ATENÇÃO AS ATIVIDADES!!!
  • 10. d. Vamos formar equipes de no máximo seis alunos para criar um graffiti sobre o papel Kraft, vocês poderão utilizar as máscaras que confeccionaram. Atividade 03, na escola: Conversar com grafiteiros da comunidade sobre o conceito e as técnicas do graffiti que utilizam. Realizar atividades em papel para elaboração de esboços para o muro da escola Objetivo: Conhecer a realidade local, apreender o significado do graffiti para o grafiteiro e conhecer suas técnicas. Esta atividade é de suma importância para que os alunos participantes conheçam e identifiquem como são realizados e planejados os graffitis e como este é imaginado, como as técnicas são utilizadas. Como os grafiteiros se sentem e qual a gratificação pelos desenhos realizados. Os alunos poderão convidar alguém da família ou da comunidade para participar. a.Elaboração de esboços para o muro da escola em sulfite, lápis de cor ou canetinha a partir de sugestões de todos os envolvido: alunos, grafiteiros e comunidade. Atividade 04, na escola: Os alunos participantes irão realizar um graffiti nos muros da Escola com supervisão e auxílio, tendo temas elaborados por todos, em que contará muito a criatividade e o envolvimento de todos. Objetivos: Aplicar as técnicas de graffiti em grupos, com criatividade, ou seja, que os alunos demonstrem interesse, iniciativa e que seus desenhos apresentem originalidade sem cópia, trazendo mensagens que sejam entendidas por quem esta vendo o desenho pela primeira vez. a. Realizar os esboços em tinta, spray e estêncil nos muros da escola.
  • 11. Atividade 05, leitura em sala: Após as etapas acima, serão abordados textos e vídeos com os alunos para que juntem suas experiências, e através de questões possam chegar as suas próprias conclusões. Objetivo: diferenciar graffiti de pichação, reconhecer e valorizar o espaço escolar. a. Sua opinião sobre graffiti mudou? Por quê? b. Você entende pichação como arte? Por quê? c. Discuta com seus colegas o que é depredação e atos de vandalismo. d. Agora em duplas vamos escrever sobre as etapas que vivenciamos até o resultado final do muro de nossa escola. e. Os alunos em círculo farão feedback, expressando verbalmente o que experienciaram nas atividades propostas. SUGESTÕES DE TEXTOS O que é graffiti Graffiti é uma palavra de origem italiana sgraffito, rabisco, ranhura. O grafite contemporâneo consiste em uma forma de arte de rua em que os desenhos feitos com spray exprimem ideias e modificam a paisagem urbana. Origem do graffiti Segundo Denis Sena (2011) “Desde a pré-história que o homem sente necessidade de se expressar no seu meio e as inscrições ou desenhos em rochas, muros e paredes são usados com vários significados e objetivos desde há muito tempo”. As pinturas rupestres, podem ser consideradas graffiti destas civilizações, que as utilizava como exemplos do desejo, necessidade do homem em fazer inscrições em lugares por nos habitados.
  • 12. FIGURA 2: DESENHO NAS CAVERNAS Fonte: http://historiadasartesvisuais.blogspot.com.br/2011/06/historia-do-grafite.html Gitahy (2012, p. 12) cita que: “O graffiti sempre existiu desde os primórdios da pré-história” e coloca a este respeito (2012, p. 11): “[...] a manifestação mais antiga, com certeza, foram os desenhos feitos nas paredes das cavernas. Aquelas pinturas rupestres são os primeiros exemplos de graffiti que encontramos na história da arte”. A história do graffiti possui registros, antes da Era Cristã, na cidade de Pompéia, na Itália. Devido à grande quantidade de inscrições espalhadas por toda a cidade de Pompéia, Itália, a pesquisadora Rebecca Benefiel (2012) afirma que: Grafitar era um hábito comum. Ricos, pobres, escravos, estrangeiros, homens mulheres, todos escreviam nas paredes, inclusive dentro de casa. Foram encontrados muitos e muitos nomes, saudações, poesias, piadas, alguns lamentos de amor, divulgação de lutas entre gladiadores, listas de mercado e, raramente, críticas políticas. (BENEFIIEL, Rebecca 2012, p.15, apud THEREZA SIMÕES 2014. Disponível em http://descomplicarte.com.br/2014/03/ana-k/). O gesto rápido, os muros de suporte, a transgressão e a espontaneidade são elementos artísticos que pertencem ao graffiti. No século XX, mais precisamente no final da década de 60, jovens do Bronx, bairro de Nova Iorque (EUA), restabeleceram esta forma de arte usando tintas spray. Para muitos, o graffiti surgiu de forma paralela ao hip hop - cultura de periferia, originária dos guetos americanos, que une o RAP (música, ritmo e poesia),
  • 13. o break (dança robotizada) e o graffiti (arte plástica do movimento cultural). Nesse período, academias e escolas de arte começaram a entrar em crise e jovens artistas passaram a se interessar por novas linguagens. Com isso, teve início um movimento que dava crédito às manifestações artísticas fora dos espaços fechados e acadêmicos. A rua passou a ser o cenário perfeito para as pessoas manifestarem sua arte. Os artistas do graffiti, também chamados de writers (escritores), costumavam escrever seus próprios nomes em seus trabalhos ou chamar a atenção para problemas do governo ou questões sociais. Na Europa, no início dos anos 80, jovens de Amsterdã, Berlim, Paris e Londres passaram a criar seus próprios ateliês em edifícios e fábricas abandonadas. O objetivo era conseguir um espaço para criarem livremente. Nesses locais, surgiram novas bandas de música, grupos de artistas plásticos, mímicos, atores, artesãos e grafiteiros. No Brasil, essa forma de expressão apareceu pela primeira vez em 1985 na XVIII Bienal que lançou os primeiros nomes de grafiteiros brasileiros com Zaidler e Alex Vallauri. Fonte: Obras Alex Vallauri. Disponível em<www.google.com.br/search?q=alex+vallauri+obras> Quando se fala em graffiti no Brasil, talvez a maior referência seja “Os Gêmeos”. A dupla de grafiteiros, natural de São Paulo, começou a pintar em 2002 e criou um estilo de graffiti que foi caracterizado como o “estilo brasileiro”.
  • 14. Fonte: JuniorLago/UOL - O avião que transportou a seleção durante a Copa da FIFA Brasil 2014, foi grafitado pelos Gêmeos Otávio e Gustavo Pandolfo. Disponível em <http://noticias.bol.uol.com.br>. Acesso em 02 jun. 2014 Desde então vários artistas brasileiros vêm desenvolvendo projetos sociais em parceria com o governo, ou de forma independente, com o intuito de criarem programas que ajudem no desenvolvimento pessoal e no aprendizado de competências básicas para o trabalho e geração de renda, fazendo com que crianças e jovens, independentemente de suas classes, mantenham-se afastados da marginalidade. Esses grafiteiros criam junto às escolas e ONGs, oficinas de graffiti que contam com a participação de crianças e jovens que estão à margem da sociedade. Além de poder se expressar nas paredes e muros das cidades, os jovens que fazem parte destes programas, ainda se tornam aptos a expressar sua arte em galerias, nas estampas de camisetas, painéis, e o que mais vier pela frente. Isso faz com que a arte seja democratizada, permitindo aos jovens aprendizes do graffiti desenvolverem suas capacitações artísticas, e também entrarem em contato com outras manifestações culturais.
  • 15. FIGURA 3: GRAFFITI MENINA EXPRESSIVA Fonte: http://pixabay.com/pt/grafite-arte-menina-black-216212/ Graffiti uma forma de arte urbana Conforme citado por Renata da Costa, (2012) o Graffiti é “um meio de expressão social e de comunicação específicageralmente realizado por jovens num determinado suporte. É realizado com várias cores e com traços que o identificam, diferenciando-o de outras expressões visuais.” Durante muito tempo visto como um tema irrelevante ou simples contravenção, atualmente o graffiti já adquiriu outras formas, bem mais aceitas na sociedade, porém ainda geram certo preconceito. É visto como uma forma de expressão inserida no campo das artes visuais, em particular, da street art conhecida como arte urbana. Todavia ainda há quem não concorde e confunda o graffiti com pichação. “O mundo do graffiti é uma dimensão à parte. Para mim as paredes têm uma dimensão espacial própria. Este país ainda tem uma mentalidade muito fechada em relação à arte de grafitar”, diz Doc, um writer apud Renata da Costa, (2012). O graffiti esta inserido em duas visões: a da sociedade, que o denomina como um ato de vandalismo e/ou um atentado ao patrimônio, e a dos graffiters (grafiteiros), que o defendem como uma expressão de arte alternativa, como uma contracultura, onde
  • 16. se manifesta a criatividade, estimulada por vezes, pela crítica à realidade social ou, simplesmente, pela vontade de dar mais vida aos espaços urbanos. Numa fase inicial, as cidades eram invadidas por uma profusão de caligrafias indecifráveis, feitas a marcador – as tags (assinatura dos writers), que não significam nada. Pouco e pouco os writers foram introduzindo cores, novos estilos e procuraram adotar novas técnicas para a concretização do graffiti. Nos anos seguintes, motivados pela competição, os writers procuram novas soluções para ter o seu tag (a sua assinatura) o mais presente possível: juntaram-se em grupos para conseguirem pintar melhor e em áreas com mais visibilidade urbana. Rapidamente, esta nova forma de expressão desenvolveu-se na direção de trabalhos artísticos com componentes expressivos. Assim, o graffiti contemporâneo pode ser visto como uma forma arrojada de revelação da criatividade do grafiteiro. Por ser uma manifestação artística, o graffiti está associado a diversos movimentos musicais como o Hip Hop, onde os desenhos refletem a realidade das ruas. É de salientar que o graffiti necessita da autorização do proprietário do muro ou do espaço, ao passo que, a pichação é realizada sem legalidade e com o intuito de vandalizar, depredar o ambiente. Desde os anos 2000 há uma maior intervenção dos jovens no espaço público do que no passado. Por duas razões: em primeiro lugar, o interesse nos problemas econômicos e sociais faz com que as pessoas sintam mais necessidade de expressarem suas opiniões no espaço público; e, em segundo lugar, porque existe um clima de maior tolerância em relação à intervenção em espaço público, que deixou de ser um fenômeno circunscrito a uma certa cultura juvenil.
  • 17. FIGURA 3: GRAFFITI MUROS CENTRO DA JUVENTUDE AMSTERDÃ Fonte: <http://pixabay.com/pt/centro-de-juventude164488>. Graffiti e pichação Tanto o graffiti como a pichação usam o espaço da cidade e o mesmo material, as tintas. As pessoas não tem uma visão muito boa sobre graffiti e as pichações, fazem confusão sobre estes termos e só passaram a aceitar e entender quando os trabalhos foram apresentados nos museus, em feiras, quando o graffiti foi considerado arte e foi promulgada uma lei que determina que o graffiti seja uma manifestação artística e nesta também, verifica-se que a pichação é considerada CRIME - Lei n. 12.408, de 25 mai. 2011. Pela lei, menores flagrados pichando são encaminhados a programas de cumprimento de medidas sócioeducativas. A promotora da vara da Infância e Juventude de Sorocaba, Ana Alice Mascarenhas (2014) faz a seguinte preleção sobre a pichação:
  • 18. O cumprimento das medidas tem um papel que vai além de punição judicial. O maior objetivo, neste caso da pichação, é tentar transformar essa rebeldia apresentada pelo adolescente como sujar, estragar o patrimônio alheio com a transformação para uma arte. Se conseguir isso, alcançou o objetivo da medida. Ainda existe muito preconceito, as pessoas que vivem nos grandes centros urbanos, assim como nas periferias, às vezes confundem um com o outro, a pichação é considerada crime, o graffiti como uma forma de expressão artística na qual se valoriza um determinado local, uma via urbana, uma escola, um bairro, uma casa abandonada, um lugar desfavorecido, e/ou outros. Elizabeth Seraphim Prosser, autora do livro Espelho da Cidade (2014, em entrevista a Isadora Rupp), explica: As pessoas estão aceitando melhor o grafite, mas ainda há muitos que abominam, não querem enxergar. De outro lado, muita gente se apaixonou pela linguagem, é uma arte próxima. Em bairros como Sítio Cercado e Xaxim, por exemplo, onde muitos grafiteiros vivem, todos acham lindo. As famílias valorizam e querem ter o muro de casa grafitado. Gitahy faz a seguinte observação (2012, p.19): “Uma das diferenças entre o graffiti e a pichação é que o primeiro advém das artes plásticas e o segundo da escrita, ou seja, o graffiti privilegia a imagem; a pichação, a palavra e/ou a letra”. E continua (2012, p. 20): “Vários são os significados da pichação: ação ou efeito de pichar; escrever em muros e paredes: aplicar piche: sujar com piche; falar mal – de acordo com esse último conceito, não há quem não tenha pichado uma vez na vida [...]”.
  • 19. FIGURA 4: LIMPEZA DE UM PREDIOCOM PICHAÇÕES EM SOROCABA SP. Fonte: Serviço de limpeza da fachada em duas faces, foi utilizado caminhão com cesta elevatória devido o técnico de segurança não permitir uso de andaime ou rapel, este serviço foi realizado no período noturno, disponível em <http.//projetos.habitissimo.com.br>. Patrimônio escolar O termo “patrimônio” significa, entre outras definições herança, riqueza. Por sua vez, “público” implica naquilo que não pertence somente a uma determinada pessoa, mas é compartilhado por muitos que dele fazem uso e supre suas necessidades. A escola, juntamente com o imobiliário que a compõe, é um exemplo claro e intangível de patrimônio público pertencente à coletividade, logo, ela não pertence nem ao governo, nem ao diretor, muito menos ao aluno. Antes, a escola pertence a todos – e, por definição pura e simples – é um patrimônio público cujos “donos”, se é que assim se pode dizer, são o governo e a comunidade escolar, além da sociedade em geral. É de suma importância, por conseguinte, que todos, sobretudo os alunos, se invistam do sentimento de cidadania o qual se pauta nos ideais de respeito e de conservação do patrimônio escolar.
  • 20. Cabe à direção da escola, em conjunto com o conselho escolar, a manifestação dos interesses que objetivam a manutenção da ordem sem que sejam necessários gestos autoritários e arrogantes. Ações e campanhas que conscientizem, informem, eduquem e formem pessoas comprometidas com o seu meio devem ser implementadas. Não é possível admitir a ideia de que seja normal, por exemplo, que uma carteira venha a ser quebrada, que um ventilador possa ser danificado ou uma parede pichada por um estudante sem que este seja identificado e responsabilizado por tal ato. SUGESTÕES DE VÍDEOS: https://www.youtube.com/watch?v=xBZh1mxi1ok#t=10, visto em 17/08/14. https://www.youtube.com/watch?v=-_IHbXuF8-c, visto em 17/08/14. https://www.youtube.com/watch?v=JVQwSSx6cr8, visto em 17/08/14. https://www.youtube.com/watch?v=pCPtxu-xqUo, visto em 17/08/14. ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS O presente Caderno Pedagógico é um recurso derivado da Unidade Didática sobre o Graffiti como meio para desenvolver temas e atividades na área de Artes. É indicado para uso dos professores da rede estadual de ensino do Paraná, traz uma reflexão teórica sobre o graffiti e o patrimônio escolar, e sugere atividades práticas que poderão ser desenvolvidas por alunos na faixa etária de 14 a 17 anos. CONSIDERAÇÕES FINAIS As atividades propostas nesta unidade didática têm como meta principal levar os jovens a enxergar o espaço da escola com outros olhos, que estes percebam seu valor em suas vidas e passem a sentir orgulho de estar na escola e procurem respeitar seu patrimônio, pois é de todos, do corpo docente, discente e de toda a comunidade local. Para atingir este propósito propõe o graffiti como uma linguagem atual e de fácil entendimento para a juventude.
  • 21. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Daniela. Manutenção do Patrimônio Escolar. Publicado em Gestão Escolar Digital. ed. 002. São Paulo: Fundação Vitor Cevitta. Disponível em <http://gestaoescolar.abril.com.br/espaco/manutencao-patrimonio-escolar- 476183.shtml>. Acesso em 06 set. 2014. ALMEIDA, Melo. José Tarcízio de. Direito Constitucional do Brasil. Belo Horizonte: Del Rey, 2008. ARTE NA CIDADE: Origem do Graffiti. Disponível em <http://coresnosmuros.blogspot.com.br/2011/05/origem-do-graffiti.html>. Acesso em 05 set. 2014. ÁVILA. Pe. Fernando Bastos de. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. 2. ed. Ministério da Educação e Cultura. Rio de Janeiro: FENAME, 1972. BARSA, Nova Enciclopédia. v. I, 7 e 8. Macropédia. Vários colaboradores. São Paulo: Enciclopédia Britânica do Brasil Publicações, 1999. BEDOIAN, Graziela; MENEZES, Kátia; Projeto QUIXOTE. Por trás dos muros: horizontes sociais do graffiti. São Paulo: Peirópolis, QXT Projeto Quixote, 2008. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br/.../constituição/constituição>. Acesso em 15 set. 2014. BRASIL. Lei 4.717/65. Regula a ação popular. Diário Oficial {da} República Federativa do Brasil. Brasília, DF,de 5 jun.1965 e republicado no DOU de 8 abr. 1974. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4717.htm>. Acesso em set. 2014. CAMARGO, Bruna,et. al. Relatório de atividades Ciranda Cultural Érico Veríssimo. Santa Maria RS. 18 dez. 2012. Disponível em<http://cirandaculturalsm.wordpress.com/2012/12/18/oficina-de-graffiti-na-escola- erico-verissimo>. Acesso em 20 set. 2014. CARDOSO, Everaldo. A história do grafite. Jun. 2011. Disponível em <http://coresnosmuros.blogspot.com.br/2011/05/origem-do-graffiti.html>. Acesso em 05 set. 2014. COSTA, Renata da. Graffiti: uma forma de arte urbana. 13 mai. 2012. Disponível em <http://jornalismoespecializado.blogs.sapo.pt/58783.html>. Acesso em 06 set. 2014. GITAHY, Celso. O que é graffiti. 3. Reimp. São Paulo: Brasiliense, 2012.
  • 22. NICHOLAS, Ganz. O mundo do grafite: arte urbana nos cinco continentes. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda., 2008. LIMA, Diego; OLIVEIRA, Suyane. A pichação na sociedade atual. Disponível em <http://www.klickescolas.com.br/KEP/Ciber/Revista/KEP_Revista_Final/0,4761,542- 9874,00.html>. Acesso em 06 set. 2014. LUPPI, Luciano. Pichação e Grafite. Disponível em <www.hojeemdia.com.br>. Acesso em 06 out. 2014. PARANÁ. Secretaria da educação. Patrimônio. Disponível em <http://www.gestaoescolar.diaadia.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conte udo=33> . Acesso em 15 set. 2014. PIXABAY. GRAFITE: arte menina black. Busque fotos, vetoriais e ilustrações. Licença: CC0 Public Domain/FAQ. Grátis para uso comercial. Disponível em <http://pixabay.com/pt/grafite-arte-menina-black-216212/>. Acesso em 06 set. 2014. RUPP, Isadora. A Curitiba que ganhou galerias nas ruas. Arte Urbana. Jornal Gazeta do Povo- caderno G, p. 1. Curitiba, PR, 25 mai. 2014. SIMÕES, Thereza. Bate-papo com Ana K. Disponível em <http://descomplicarte.com.br/2014/03/ana-k/>. Acesso em 06 set. 2014. SOUZA, Francisco Djacyr de Souza. Escola, patrimônio e cidadania -defesa do patrimônio: Ações práticas e reflexões. Fortaleza: Clube dos Autores, 2012. Disponível em <http://books.google.com.br/>. Acesso em 12 mai. 2014. URBANA. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. Lisboa: Priberam Informática, 1988. Disponível em <http: //www.priberam.pt/dlpo/urbana>. Acesso em 20 set. 2014.