[1] Os servidores do IFSul Câmpus Pelotas Visconde da Graça repudiam intervenções realizadas em uma assembleia geral dos servidores da reitoria, que buscavam desestabilizar o debate sobre a adesão à greve nacional. [2] Eles reafirmam que sua luta grevista é legítima e visa melhorar a educação, e não aceitarão discursos que deslegitimem ou destruam o debate. [3] Anteriormente já haviam sofrido retaliações por defenderem o direito de realizar assembleias para disc
1. Moção de Repúdio
O Comando Local de Greve e os demais servidores do IFSul Câmpus Pelotas Visconde
da Graça, vem, por meio deste, manifestar seu repúdio às intervenções realizadas na
Assembleia Geral dos servidores da Reitoria do referido Instituto, no dia 08 de maio de
2014, nas dependências do Auditório do Câmpus Pelotas por um grupo de servidores
que lá se encontrava.
Destacamos que a pauta da Assembleia dos servidores da Reitoria previa a discussão,
desses colegas, a respeito da adesão ou não ao movimento grevista deflagrado pelo
Sinasefe Nacional no dia 21 de abril do corrente e, apesar de respeitarmos o fato de os
colegas optarem por não discutir esse ponto, não lhes concedemos o direito de
desrespeitarem a autonomia e a Assembleia já realizada pelo Câmpus Pelotas Visconde
da Graça, no dia 28 de abril, momento no qual foi deliberado pela adesão à greve. De
igual forma, estendemos nossa solidariedade aos colegas servidores do Câmpus Pelotas
que em sua Assembleia deliberaram por não aderir ao movimento grevista.
Reiteramos que nossa luta e movimento grevista são legítimos e fruto da organização
dos trabalhadores em educação local e nacional e visam a construção de um novo
caminho para a educação.
Nossa inconformidade com o atual momento em que o país vive somados com a
indignação de nossa categoria serve como um refletor das reais necessidades da base
que compõem nosso sindicato. Intervenções, como as que ocorreram na assembleia dos
servidores da Reitoria, buscam desestabilizar e destruir o debate, deslegitimar,
desrespeitar e desmoralizar todos os que acreditam nesta imperiosa luta que hoje se
coloca no cenário educacional nacional e visam pôr fim a autonomia de cada Câmpus.
Nós, servidores do campus Pelotas Visconde da Graça, jamais nos submeteremos a esse
discurso descomprometedor e rasteiro.
Nós, servidores do CaVG, não precisamos de messias ou de líderes populistas que
decidam os caminhos pelos quais seguiremos. Faz-se necessário a denúncia do que
ocorre dentro dos muros do Instituto Federal Sul–rio- grandense. O CaVG foi ao longo
de sua história e sempre será difusor de ideais democráticos, centro de resistência a
regimes e ideias ditatoriais e antidemocráticas, que se outorgam o direito de intervir nas
discussões e decisões que competem somente ao conjunto de servidores de nosso
Câmpus.
No ano de 2012, já havíamos sofrido retaliações e perseguições, quando na participação
em uma Assembleia Geral no Câmpus Pelotas, fomos menosprezados e impedidos de
colocar nossas posições, por um entendimento equivocado de toda a Assembleia de que
só poderiam participar da discussão sobre a greve os servidores filiados. Ora colegas! O
movimento grevista é e sempre será da categoria, trata-se aqui de uma luta sindical e
não de uma reunião de clube privado. Naquele momento fomos convidados a nos retirar
com gritos insanos de “voltem para a sua fazendinha”.
Provamos legalmente que a greve é de categoria e nos desculpem, mas 201 hectares não
podem ser chamados de “fazendinha”. Respeitem nossos 91 anos de história na
educação nacional.
2. Este ano, novamente somos atacados de maneira vil e leviana em nossa história e luta.
Usufruímos do nosso direito de realizar assembleia em nosso câmpus, para discutirmos
problemas internos e nossa ação diante da greve deflagrada nacionalmente e já iniciada
pelo Sinasefe. Saibam todos que é legal, legítimo e válido a realização de assembleias
setorizadas, além de termos a orientação do fórum máximo de deliberação do Sinasefe,
que é o Consinasefe para a realização deste tipo de assembleia para que todos os campi,
independentemente de tamanho ou localização possam se tornar protagonistas de sua
história.
As palavras proferidas que nos convidavam para voltarmos para a UFPel ou nos
retirarmos e irmos para o IFRS apenas desvelam a incapacidade de quem comunga
dessas ideias de conviver com o diferente, com aquele que pensa de maneira diversa.
São míopes intelectuais aqueles que pensam que nos submeterão. Jamais seremos
colonizados.Contabilizemos essas vozes na conta da mediocridades do cotidiano.
Medíocre momento em que a história do Sindicalismo no Brasil, da Educação Nacional
e do CaVG são de forma tão bestial questionados sob o rótulo da legalidade.
Nós fazemos a legitimidade de nosso movimento de luta.
Estamos em luta!
Respeitem nossa luta!
Abaixo a intransigência!
COMANDO LOCAL DE GREVE E DEMAIS SERVIDORES DO CÂMPUS
VISCONDE A GRAÇA
15/05/2014