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AvAnTe!- Jornal dos e das Estudantes da UFPB -
Parahyba, Paraíba, Brasil
Março de 2015. Nº° 2
Venda Proibida
facebook.com/DCEUFPBAvante
DcE UfPb:
AvAbTe DaS LuTaS DaS/Os EsTuDaNtEs
DcE UfPb:
AvAnTe NaS LuTaS DaS/Os EsTuDaNtEs
eDiToRiAl
mOvImEnTo eStUdAnTiL
cOmBaTe aS oPrEsSõeS
aSsIsTênCiA eStUdAnTiL
pAsSe lIvRe
aRtE e cUlTuRa
bAlAnço dE
gEsTão
lUtAs dAs/oS
eStUdAnTeS
rEfOrMa pOlítIcA
cOnStItUiNtE
EDiToRiAl
O movimento estudantil é importantíssimo para a
defesa de nossos direitos. Basta observar a história.
Durante a Ditadura Militar, por exemplo, a organização
das/os estudantes, que lutavam pelas liberdades
democráticas, foi extremamente perseguida. Os
generais incendiaram a sede da União Nacional dos
Estudantes (UNE), pois não suportavam a mobilização
estudantil. Os estudantes tiveram, também, um papel
f u n d a m e n t a l n o p r o c e s s o d e l u t a p e l a
redemocratização da política brasileira.
O ME desenvolve formação política através da
interação social, arte, conhecimento e cultura. A partir
disso, a cada dia que se passa, o movimento cresce e
mais estudantes deixam de lado o pensamento de que
“não se pode fazer nada” e aderem a luta pelos seus
direitos realizando protestos, manifestações e
reinvindicações, influenciando significativamente a
realidade política local e nacional.
Desde o início do curso é importante que o
estudante participe do ME, pois assim ele adquire
mais cedo a consciência da necessidade de
reivindicar pelos seus direitos, além de
compreender a importância de realizar essa ação
dentro e fora da universidade. A união de forças
entre os estudantes é necessária todos os dias, pois
quanto mais estudantes mobilizados, mais visível e
forte é o movimento no ato de pressionar o sistema
por uma política que atenda as reais necessidades
d@s estudantes. A juventude estudantil tem a
energia e o ânimo para combater a qualquer forma
de injustiça, sendo a força motriz capaz de
transformar o sistema e combater as desigualdades.
O movimento estudantil, assim, exerce um papel
fundamental na luta por uma educação
emancipatória, universal e de qualidade.
Entrar no Movimento Estudantil:
Somar nas lutas! Conquistar direitos!
Centro de Ciências Jurídicas - CCJ
Na UFPB, a situação não está fácil! Para a atual reitoria, a assistência estudantil não é prioridade!
Os/as estudantes sofrem com a pequena quantidade de bolsas e com o atraso dessas, que por vezes,
duram meses, o RU é limitado e precarizado, a creche não atende as/os filhas/os de mães e pais
estudantes... e por aí vai!
Entendemos que a assistência estudantil é um direito, é a garantia plena das condições de
permanência dos/das estudantes no espaço da Universidade. Por isso ao longo de 2014, a Gestão
“Avante: por todos os cantos” combateu esse retrocesso e participou de várias lutas, das quais
destacamos os debates, assembleias gerais e greves estudantis organizadas para denunciar e cobrar
da reitoria ações sobre as péssimas estruturas dos cursos.
Construímos também a Campanha “RU para Tod@s” junto com as Residências Universitárias
Masculina e Feminina e Elizabeth Teixeira (RUMF e RUMFET), realizamos uma reunião do Conselho
de Entidades de Base (Centros e Diretórios Acadêmicos da
UFPB reunidos) e uma Assembleia Geral de Estudantes da
UFPB como mais de 400 estudantes, há muitos anos não
realizada, produzindo um compilado de propostas de
todos/as os/as estudantes por uma Política de Assistência
Estudantil para nossa universidade.
Vimos, então, que não seria possível construirmos reais
transformações na Universidade unicamente dependendo
da administração da Reitoria. Por isso que apoiamos e
queremos construir uma Estatuinte Democrática” para que
as estruturas de tomadas de decisões sejam
democratizadas, possibilitando uma maior participação dos
e das estudantes, professores e funcionários na construção
da universidade.
Para o DCE UFPB, a assistência estudantil é um ponto
prioritário. É necessário, cada vez mais, que somemos
forças para avançar nas conquistas. Só com luta e
organização, conseguiremos construir uma política de
assistência estudantil que atenda às nossas necessidades.
Nossos direitos só a luta faz valer!
AsSiStÊNcIa
EsTuDaNtIl
AsSiStÊNcIa
EsTuDaNtIl
A prioridade na Universidade é o/a estudante!
Queremos Assistência Estudantil!
Um dos compromissos assumidos pela gestão
Avante: por todos os cantos! foi o combate às opressões
dentro da UFPB.Acreditamos que a Universidade, assim
como os demais espaços de educação, não deve ser um
ambiente que reproduza discursos e práticas de ódio e
violência contra mulheres, LBGTs, negros e negras.
Assim, durante a gestão construímos e apoiamos
diversas atividades que tiveram o intuito de visibilizar a
luta das mulheres, a luta do povo negro e a luta dos/as
LGBTs na Universidade.
Destacamos que a luta pelo fim das opressões
não está dissociada das outras lutas estudantis, são
na verdade discussões que se complementam,
como, por exemplo, a luta por Assistência Estudantil, a
luta por creches, a luta por melhorias no Restaurante e
na Moradia Universitária, etc.
No que diz respeito ao combate ao machismo,
realizamos na semana dos/as feras um cine-debate
sobre feminismo, também organizamos, com a Marcha
Mundial das Mulheres e a Editora Expressão Popular o
lançamento e debate sobre o livro "A mulher na
sociedade de classes" de Heleieth Saffioti.
Contribuímos também com o debate sobre o
extermínio da juventude negra, realizando em
pareceria com o REAJA debates e exibição de filmes na
UFPB, além de um muralismo sobre a temática nas
paredes da sede social do DCE.
No que diz respeito à luta da diversidade sexual e
identidade de gênero, realizamos durante a semana de
integração um cine-debate com o filme paraibano
“Escola sem preconceito”, ainda durante a semana de
integração, convidamos Brune Rapchaell, estudante do
mestrado em Direitos Humanos da UFPB, para realizar
uma intervenção na Calourada.Aperformance que trazia
o questionamento "Quem a homofobia matou hoje?" foi
alvo de ataques preconceituosos. No grupo virtual da
UFPB diversas postagens criticavam a intervenção com
argumentos machistas e homofóbicos, que
ridicularizavam e discriminavam a população LGBT
da UFPB.
Diante desses ataques o DCE Avante não
descansou e realizou um grande escracho contra
a LGBTfobia na UFPB, levando nossa mensagem
de luta por respeito aos diversos centros da UFPB.
Além disso, nos organizamos para levar a
estudantada LGBT ao Encontro Nacional
Universitário de Diversidade Sexual (ENUDS),
realizando inclusive um pré-encontro na UFPB.
Estes são apenas alguns exemplos ilustrativos
de como dialogar o debate de combate às
opressões na organização de um Movimento
Estudantil, qual seja, etes: o DCE.
Nesse sentido, defendemos que é necessário
fomentar políticas de combate às opressões na
universidade, de modo a viabilizar que a educação
contribua na construção das bases de um novo
projeto de sociedade, popular e de respeito à todos
os grupos sociais.
É, portanto, que afirmamos em alto e bom som,
para sermos ouvidos/as por todos os cantos que:
A NOSSA LUTA É TODO DIA CONTRA O
MACHISMO, O RACISMO EALGBTFOBIA!
CoMbAtEr o rAcIsMo, a lGbTfObIa
e o mAcHiSmO é nOsSa tArEfA!
Debate sobre o
extermínio da juventude
negra erm parceria
com o REAJA
Escracho contra a
LGBTfobia na UFPB
Ato das Mulheres
no 8 de março
Lutar por arte e cultura:
veremos florescer!
Nós da Avante, ao longo da nossa gestão, por compreendermos que a
construção do conhecimento passa necessariamente pela arte e cultura,
estivemos compromissados e compromissadas
com essa pauta.
Em 2014, quando a reitoria tentou proibir que
as atividades culturais e calouradas fossem
realizadas na UFPB, estivemos presentes na
luta, junto com a comunidade estudantil, contra
essa arbitrariedade. A intensa luta acabou
culminando não apenas na volta das culturais e
calouradas como também na realização de uma
Comissão de Cultura da UFPB, formada por
estudantes, professores/professoras e
servidores/servidoras, que teria como finalidade
pensar um plano de cultura para a universidade.
Um grande ganho para as/os estudantes.
Como atividades culturais realizamos as 'Sexta
Populares', que tiveram como objetivo trazer
bandas da cidade (a maioria delas) para tocar
dentro da universidade, uma sexta-feira por mês,
trazendo os mais variados estilos musicais, do coco ao rap
e do samba ao rock, assim como debater temas como a
racismo, LGBTfobia, constituinte, entre outros. Ou seja, os
espaços culturais tinham um fundo de discussão política!
Não eram “festas por festas”!
Em relação à recepção das/dos feras garantimos
espaços para a
arte e cultura em
exposições de
fotos e desenhos
(produzidas por
e s t u d a n t e s d a
UFPB), oficinas de
circo e cineclubes.
Q u a n t o a o
carnaval de 2015,
não deixamos passar em branco, teve muita animação no 'DCE Folia',
com direito a orquestra de frevo e tudo mais.
Fazer arte e cultura na universidade ainda é um grande desafio, são
vários os empecilhos para atrapalhar, mas enquanto houver uma
juventude disposta a encarar a luta haverá resistência. Acreditamos
que a gestão Avante contribuiu com essa luta e que os frutos das
conquistas florescerão. E já florescem.Avante!
ArTe E CuLtUrA
Calourada Cultural
Sexta Popular
DCE Folia
Muralismo
Agroecologia
Vernissage
é a únIcA eNtIdAdE eStUdAnTiL qUe vOtA
cOnTrA o aUmEnTo dAs pAsSaGeNs nO
CoNsElHo dE MoBiLiDaDe UrBaNa?!
PoR QuE O DcE UfPb AvAnTe
Entendemos o transporte coletivo como direito
essencial, que garante o acesso à cidade
e a outros direitos.
Outras entidades que dizem representar os estudantes por aí, tem
votado sucessivamente a favor do aumento, se colocando lado a lado com empresários e governantes que
insistem em esconder as planilhas de custo real desse “grande negócio” que é o transporte coletivo em João
Pessoa!
Se 20% do salário mínimo por adulto e 10% do salário mínimo por estudante vai para pagamento direto da
tarifa, já dá pra entender que é o trabalhador que banca o lucro dos empresários dos transportes!
É esse mesmo lucro que tem financiado e enviesado as disputas eleitorais. Incomodamos durante esta gestão
muita gente, imaginem... Fomos às ruas com os/as trabalhadores/as, denunciamos a sobrecarga de trabalho
dos motoristas, votamos contra o aumento das passagens, fazemos carterinhas a preço justo, lutamos pelo
Passe Livre estudantil e defendemos a Reforma do Sistema Político no Brasil a partir de uma
CONSTITUINTE!
O DCE ESTÁ NA LUTA DENTRO E FORA DA UFPB! E AFIRMAMOS: SÓ A LUTA MUDA A VIDA!
PRECISAMOS CADAVEZ MOBILIZAR MAIS ESTUDANTES!
Pode não parecer, mas vender carteirinha a preço baixo é
DERROTAR A MÁFIA EMPRESARIAL DE JOÃO PESSOA!
Inauguramos o ano de 2014 com algo inédito na UFPB: a
emissão de carteira de identificação estudantil, as vulgas
carteirinhas de estudante que ficam prontas na hora. E não
apenas isso, completamente regularizadas, de boa qualidade,
com preço justo a R$10 reais e sem corrupção.
Antes, era frequente as carteirinhas demorarem para
chegar, sendo que muitas vinham defeituosas e eram
praticados lucros imensos em cima desse direito dos
estudantes, e ainda por cima, não havia prestação de contas
dos valores aplicados, ficando todo este lucro de milhares de
reais para uma verdadeira Máfia das Carteirinhas, que é
formada por uma infinidade de empresas na Paraíba se
dizendo representantes dos estudantes, mas sem fazerem
nada neste sentido e cobrando R$20 ou mais para direito
estudantil.
Como é sabido por toda a comunidade acadêmica, o DCE-
UFPB desafiou esta Máfia, não cedendo a acordos, nem a
cartéis que superfaturam o preço das carteirinhas e são fontes
de financiamento para campanhas políticas, de lavagem de
dinheiro e de corrupção.
A existência das carteirinhas de estudante e seu direito
imbuído a meia entrada e meia passagem foi uma grande
conquista do movimento estudantil anos atrás. E direito é
DIREITO, ou seja, precisa ser garantido e fortalecido.
Por isso que a “Gestão Avante: Por todos os cantos!”
manteve o valor das carteirinhas o mais baixo possível: para
garantirmos o direito dos/das estudantes.
A entrada financeira que houve nesta gestão
foi repassada para mais de 50 Centros e
Diretórios Acadêmico e aplicado em projetos e
lutas dos e das estudantes através do DCE.
Às vezes parece que a corrupção foi
naturalizada. A existência desses CIE's e seu
direito imbuído à meia-entrada e meia-passagem
foi uma grande conquista do movimento
estudantil anos atrás. Quer dizer, os cidadãos
precisam ter acesso garantido. O que ocorre hoje
é uma infinidade de empresas da paraíba usando
o lucro de milhares de reais para sustentar
campanhas políticas corruptas, já que a maioria
das entidades não faz nenhuma prestação de
contas, nem aplica esses recursos a benefício
dos próprios estudantes.
Convidamos a todas e a todos para
questionarem: “Cadê o dinheiro? Onde está
sendo empregado?” e repudiarem a corrupção
que existe em cima da confecção das CIE's.
Espalhem essa situação para outros/as colegas
dentro e fora da UFPB, para que a safadeza pare
de reinar! Esperamos estar juntos/as nessa luta,
na garantia do nosso direito!
DcE UfPb
2014-2015
A LuTa CoNtInUa!
É MiNhA, É SuA. É NoSsA!
O Diretório Central das e dos Estudantes da Universidade Federal da
Paraíba (DCE-UFPB) entrou ao mês de março de 2014 comemorando uma
grande vitória: após passar mais de 2 anos fechado (2011-2013), sem
gestão, e mais um ano de gestão inoperante e de caráter questionável (A
hora é agora), a chapa 1 “Avante: por todos os cantos!” conseguiu
garantir mais de 3000 votos estudantis em todos os campi e centros de
ensino da universidade e conquista as eleições para diretoria
da entidade. Em um processo eleitoral que há muito não se
via na UFPB, com transparência e profunda honestidade.
Renovamos o espaço político, com um DCE aberto e
representativo durante um ano inteiro, em todos os campi,
mostrando que o DCE não é só carteirinha de estudante.
Logo nos primeiros meses de gestão tivemos algumas
demandas árduas que nos chamaram ao compromisso com a
comunidade estudantil. O primeiro foi garantir o direito à
meia-entrada e meia-passagem, uma das maiores
conquistas para os/as estudantes na longa história do país. E
garantimos no próprio sentido da palavra: direito. Isto
significou fazermos Carteiras de Identificação Estudantil não
atrelados a empresas que transformaram este documento em
uma simples mercadoria, utilizando lucros exorbitantes para
financiamento de campanhas de políticos, manobras de
lavagem de dinheiro, formação e cartel e corrupção. Compramos uma briga
imensa com este poder econômico e, assim, conseguimos emitir CIEs à
metade do valor praticado pelas empresas mafiosas citadas, de maneira rápida (na hora), simples e
acessível.
Em sequência a esta vitória, promovemos uma série de debates sobre assistência estudantil na UFPB
nas reuniões semanais do DCE e nas assembleias e manifestações junto
aos docentes e dos técnico-administrativos da UFPB, além de um bonito
debate no Centro de Vivências do Campus I que se anteciparam a uma
série de mobilizações/greves discentes que ocorreram nos meses
de maio e junho na UFPB, dentre vários cursos. Assim, foi no mesmo
dia em que realizávamos um grande ato público em frente ao
Restaurante Universitário da UFPB que estivemos emocionados na
Assembleia Geral dos Estudantes Odontologia, juntos em um auditório
cheio e compenetrado, neste dia 16 de maio de 2014 que disparou uma
série de assembleias gerais e algumas greves estudantis nos cursos de
Odontologia, Fonoaudiologia, Serviço Social, Ciências da Computação,
Psicopedagogia, todos cursos da Saúde, Economia, e ainda nos campi
DcE UfPb
2014-2015
Debate sobre a UNE
Reuniões do DCE
de Areia, Bananeiras e Litoral Norte, e com os coletivos
estudantis da UFPB. As reivindicações eram bastante
organizadas e se relacionavam a problemas específicos dos
cursos que prejudicavam também a população, como as
condições precárias da clínica de odontologia, e muitas
citações de problemas com a Assistência Estudantil na UFPB.
Conseguimos colocar em cheque a Reitoria da UFPB, que
estava há muito tempo em débito com as demandas
estudantis, na ausência de uma política institucional para este
assunto.
Neste sentido, colocamos em atividade a Campanha “RU
para Tod@s” junto com as Residências Universitárias
Masculina e Feminina e Elizabeth Teixeira (RUMF e RUMFET)
e realizamos uma reunião do Conselho de Entidades de Base
(Centros e Diretórios Acadêmicos da UFPB reunidos) e uma
Assembleia Geral de Estudantes da UFPB como mais de 400
participantes assíduos, há muitos anos não realizada, produzindo um compilado de propostas de todos/as
os/as estudantes por uma Política deAssistência Estudantil para nossa universidade. Um notável sucesso do
movimento estudantil da UFPB, mas que a Reitoria buscou com todas suas forças abafar, e mitigou de
maneira burocrática, não tendo encaminhado até o presente
momento as sugestões da comunidade estudantil, negando o
próprio movimento.
Vimos, então, que não seria possível construirmos
reais transformações na Universidade unicamente
dependendo da administração da mesma, a qual não só se
mostrou incapaz de realizar as mudanças urgentes
colocadas pelos/as estudantes, mas também atuava
contra o fortalecimento do movimento estudantil,
perseguindo suas figuras públicas e promovendo
discursos de deslegitimação de nossas reivindicações,
além dos vergonhosos ataques via redes sociais,
deflagrando, assim, uma guerra de opiniões em que nos
ficou claro o desinteresse político desta administração
em produzir transformações na UFPB.
Por este motivo, uma de nossas principais proposta se firmou na construção de um processo de reforma
do estatuto da UFPB. Precisamos reformar a estrutura arcaica desta instituição, descentralizando as
decisões, democratizando as instâncias com maior participação da comunidade acadêmica, buscando maior
transparência na gestão e colocando as necessidades dos/as estudantes como obrigações institucionais.
Portanto, criamos junto aos sindicatos do professores e funcionários técnico-administrativos o movimento
“Por uma Estatuinte Democrática”, o qual a Reitoria tenta negligenciar, mas que manteremos vivo e iremos
até o fim de sua implementação.
Contamos, para essa transformação da UFPB, com outras atividades de diálogo e aproximação com
os/as estudantes, pelo necessário fortalecimento do movimento estudantil, e que nossas necessidades e
propostas sejam cada vez mais ouvidas e apoiadas pela população acadêmica e paraibana. Precisamos
pressionar quem está na administração pública e no poder! Então, tivemos a alegria de organizar, para esta
interação, uma semana de recepção de calouros, com oficinas culturais, palestras, debates, exposições
Semana do Fera
Vernissage
Sexta Popular
culturais, calouradas e participações nas recepções de curso.
Organizamos as Sextas Populares e, com elas, além de uma valorização
da cultura popular brasileira, conseguimos o retorno dos eventos
culturais na UFPB, que haviam sido proibidos pela Reitoria. Disparamos,
acompanhando o Coletivo Unificado de CAs do CCHLA (CUCA), a
elaboração de uma Política de Cultura para a UFPB, com normas e
investimentos, cujo grupo de trabalho, infelizmente, também foi
abandonado pela administração central.
No campo da garantia de direitos dos/as estudantes, construímos
com outros movimentos sociais uma série de manifestações pela
garantia dos direitos de setores presentes na UFPB, como de
mulheres, negros/as e pessoas LGBT. Podemos citar os
debates sobre cotas e cultura, a Marcha Contra o Genocídio do
Povo Negro, o Cine Feminismo, a Mostra de Cinema LGBT, o
Cine REAJA, o Escracho contra a LGBTfobia, o Multirão
Cultural, o Dia Nacional da Juventude, e o acompanhamento do
Caso de Estupro e Assassinato Coletivo de Queimadas-PB.
Realizamos a Semana Contra Opressões da UFPB e
conseguimos apoiar a organização de diversos eventos
estudantis, assim como a instalação da Feira Ecovárzea no
estacionamento do DCE-UFPB, produzindo e vendendo
alimentos saudáveis para o povo paraibano.Até mesmo tivemos
que acolher dentro da estrutura do DCE-UFPB estudantes sem
teto pela desatenção da UFPB pela demanda dos/as estudantes
por moradia. Estivemos à frente das mobilizações contra o
aumento da passagem de ônibus e pela melhoria do transporte
coletivo em João Pessoa e construímos o I Seminário de Transporte
Público e Mobilidade Urbana. Construímos na UFPB a campanha
nacional, junto à maioria dos DCEs, sindicatos e movimentos
populares do país pela Reforma do Sistema Político Brasileiro,
identificando que se nossa política sofre, então nossa
educação e nossa formação também sofrem – o povo sofre. A
política como está não dá, e somos nós que iremos transformá-
la.
Todo este trabalho não tem sido fácil. Um ano de trabalho,
sendo poucos estudantes - como os/as demais, com aulas,
seminários, provas e estágios, - em uma universidade com quase
50mil estudantes, instalada em 6 campi diferentes.
Para tanto, realizamos reuniões semanais abertas a todos/as
estudantes às segundas-feiras, três reuniões de Conselho de Entidades de
Base Estadual (CAs e DAs reunidos), realizando uma gestão transparente,
com prestação de contas trimestral apresentada nos referidos conselhos e
participações nas assembleias e reuniões mencionadas. Fizemos repasse
financeiro das carteirinhas de estudante a quase 50 CAs/DAs. Contudo,
acreditamos que o DCE precisa melhorar muito a comunicação com
os/as estudantes da UFPB, aumentar a participação estudantil nos
conselhos da universidade e criar mais canais de diálogo e acompanhamento das demandas
estudantis. Estamos certos de que isso será possível apenas com muito trabalho e democracia.
Pensamos estar neste caminho, mas assumimos que de fato houve falhas, às quais devemos superar e
avançar. Contamos com a ajuda (e oferecemos! O TRABALHO É COLETIVO E RECÍPROCO) das/os
estudantes agora e sempre que nos sentirmos prejudicados com alguma situação acadêmica, ou quando
sensíveis aos problemas gerais da universidade e da sociedade. Apenas de mãos dadas conseguiremos
superar o abismo de problemas educacionais e sociais que vivemos em nosso país. Neste sentido,
estaremos juntos/as agora e sempre! Saudações estudantis! Junte-se à luta conosco! Avante, por
todos os cantos!
AvAnTe: As LuTaS CoNtInUaM!
Os aumentos das passagens do transporte público
em todo país no mês junho de 2013 foram o estopim para
a eclosão de uma jornada de lutas do povo brasileiro por
mais direitos. A juventude que foi às ruas em junho não
era mesma que pedia o direito ao voto nas Diretas, não foi
aquela que pintou a cara para derrubar Collor nem
mesmo a que sofreu as penas do regime militar. A luta
desta juventude foi para consolidar e ampliar direitos à
saúde, à educação, à moradia, à mobilidade urbana e,
principalmente, pressionar para que as pautas que mais
vivem no mundo das promessas pudessem se
transformar nas reformas essenciais ao nosso país.
Por isso, entender aquele momento é necessário para
refletir que o conjunto de vozes e cartolinas que se
espalhavam da Avenida Paulista até as ruas de
Cajazeiras não transmitiam mensagens ao vento, mas
um recado bem claro: que é hora de mudarmos a
estrutura do nosso sistema político!
Mudar porque esse sistema é filho direto do regime
militar, de uma legislação que não foi legitimada pelas
vias democráticas, mas pela podridão de um golpe que
estendeu suas raízes até quando pode e alcançou a
benesse da anistia montada pela farsa da transição lenta,
segura e gradual. A mesma “abertura política” que
também garantiu durante a Constituinte de 1988 a
manutenção do sistema político do estado
de exceção militar no Estado Democrático
de Direito.
Infelizmente, o passo dado para
substanciar os levantes de junho não
conseguiu fluir com tranquilidade. O
pronunciamento dos cinco pactos para o
Brasil, dentre os quais estava presente
àquele que fez tremer das bancadas mais
conservadoras do Congresso Nacional aos
governadores que sentavam ao lado da
presidenta: o pacto pela reforma política. A
simples proposta de um plebiscito para
convocar uma Constituinte exclusiva para a
reforma do nosso sistema político provocou
dores de cabeça naqueles que tanto temem
a ampliação da participação popular nos
espaços de decisão. Prova disso é que
esses setores mais conservadores da
política conseguiram em menos de 24 horas
que a presidenta recuasse em sua
proposta.
Assim, analisando a nova conjuntura,
cerca de quinhentas entidades de todo país,
incluindo sindicatos, igrejas, pastorais,
associações comunitárias,
É PrA MuDaR:
PoR MaIs DiReItOs,
CoNsTiTuInTe JÁ!
POR TODOS OS CANTOS
AVANTE DCEDCEUFPBDCEContribuíram para esta edição todos/as os/as estudantes que participaram das atividades com o DCE neste ano de
2014 e início de 2015! Os/as presentes em reuniões da entidade, rotineiramente e os eventuais, e em especial os/as
que escreveram estes textos! Ivo Júnior, Thaysa Lobo, Maria Medeiros, Olga Veiga, Lucas Bezerra, Girlayne L., Felipe
Ximenes, Elida Elena, Victor Figueiredo, Tancredo Fernandes, Isac Araújo, Terezinha, Breno Barros, Alick Sulliman,
Iara Ágata, Iuri Assunção, Jéssica Juliana, Luana Carolina, Túlio Cabral, Severino Figueiredo e Lizi Correia.
Agradecemos aos colaboradores e colaboradoras desta edição!
movimentos do campo e da cidade, se reuniram em novembro de
2013 e chegaram a conclusão da necessidade de discutir com o
povo brasileiro a reforma política. Por isso, resolveram organizar
uma consulta pública para que cada cidadão e cada cidadã pudesse
responder se “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e
soberana sobre o sistema político?”. Dessa iniciativa popular surge
o “Plebiscito Constituinte” organizado em comitês por todo o país
que objetivavam discutir o sistema político e a nossa democracia.
Importantes reflexões foram feitas, principalmente, sobre o modelo
representativo, já que apesar das mulheres, por exemplo,
corresponderem a maior parte da população brasileira, ocupam
apenas 9% das cadeiras do Congresso Nacional. Da mesma forma
acontece com a população negra que corresponde a 51% dos/as
brasileiros/as, mas que só ocupam 8,5% do parlamento.
Vivendo numa democracia sem povo, em que
escassos são os instrumentos oficiais de participação
popular e limitada é a representatividade dentro do
Congresso Nacional, nos resta a mobilização e,
principalmente, a organização social para
concretização da reforma política.
Não teremos condições alguma de alcançar uma
mínima “moralização da política” se não acabarmos
com o financiamento privado de campanhas.
Enquanto não exterminarmos o jogo do toma lá, dá cá
de empresas e políticos, o nosso Congresso Nacional
continuará viciado pela corrupção e pela sub-
representatividade.
Destarte, assim como nos demais estados da
federação, a Paraíba se organizou em comitês
espalhados por todas as macrorregiões do estado. De
Cabedelo à Cajazeiras, centenas de voluntários
colheram os votos da população de 01 a 07 de
setembro de 2014.
O DCE também se somou a essas lutas debatendo durante toda sua gestão com os estudantes a
necessidade de discutirmos uma reforma política por meio de uma Constituinte Exclusiva. Visto que muitas
de nossas lutas cotidianas pelo passe livre, assistência estudantil e contra a máfia das carteirinhas de
estudantes se interligam a necessidade de promover no Brasil uma mudança no nosso sistema. Para que as
empresas de ônibus e as entidades fantasmas de carteirinhas possam aumentar abusivamente seus lucros
nas costas dos estudantes, elas financiam campanhas de vereadores, deputados e prefeitos para que
possam criar leis e instrumentos que “legitimem” seus abusos.
Assim, buscamos discutir uma reforma política para o país não só na constituição de um comitê popular
dentro da UFPB com os sindicatos dos professores (ADUF-PB) e dos servidores (SINTESP), mas também
em muitas de nossas atividades, construindo formações internas e dentro das semanas dos feras, buscando
construir as pautas nas atividades culturais e até inserir o debate nas carteirinhas de estudantes, como
contraponto aos padrões da máfia.
TiMeLiNe
DCEDCEDCE-
-
De PoSsE
CoEb
14/03
-
PoSsE
17/03
Da GeStÃO
-
ApReSeNtAÇÃO
18/03
E ReUnIÃO Da DiReToRiA
-
19/03
DiA NaCiOnAl De
PaRaLiSaÇÃO DoCeNtE
-
De PoSsE
21/03
-
CuRsO EsTaDuAl
22 E 23/03
PlEbIsCiTo CoNsTiTuInTe
-
rEaBeRtUrA dO
dCe nOs iNtErIoReS
-
cArTeIrInHaS
pOr 10 rEaIs
FeStA
-
-
rEuNião eM
mAnGaBeIrA 30/04
dEbAtE
aSsIsTênCiA
eStUdAnTiL
-
21/03
-
22 E 23/03
-
16/04
-
28/04
-
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28/04
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  • 1. AvAnTe!- Jornal dos e das Estudantes da UFPB - Parahyba, Paraíba, Brasil Março de 2015. Nº° 2 Venda Proibida facebook.com/DCEUFPBAvante DcE UfPb: AvAbTe DaS LuTaS DaS/Os EsTuDaNtEs DcE UfPb: AvAnTe NaS LuTaS DaS/Os EsTuDaNtEs eDiToRiAl mOvImEnTo eStUdAnTiL cOmBaTe aS oPrEsSõeS aSsIsTênCiA eStUdAnTiL pAsSe lIvRe aRtE e cUlTuRa bAlAnço dE gEsTão lUtAs dAs/oS eStUdAnTeS rEfOrMa pOlítIcA cOnStItUiNtE
  • 2. EDiToRiAl O movimento estudantil é importantíssimo para a defesa de nossos direitos. Basta observar a história. Durante a Ditadura Militar, por exemplo, a organização das/os estudantes, que lutavam pelas liberdades democráticas, foi extremamente perseguida. Os generais incendiaram a sede da União Nacional dos Estudantes (UNE), pois não suportavam a mobilização estudantil. Os estudantes tiveram, também, um papel f u n d a m e n t a l n o p r o c e s s o d e l u t a p e l a redemocratização da política brasileira. O ME desenvolve formação política através da interação social, arte, conhecimento e cultura. A partir disso, a cada dia que se passa, o movimento cresce e mais estudantes deixam de lado o pensamento de que “não se pode fazer nada” e aderem a luta pelos seus direitos realizando protestos, manifestações e reinvindicações, influenciando significativamente a realidade política local e nacional. Desde o início do curso é importante que o estudante participe do ME, pois assim ele adquire mais cedo a consciência da necessidade de reivindicar pelos seus direitos, além de compreender a importância de realizar essa ação dentro e fora da universidade. A união de forças entre os estudantes é necessária todos os dias, pois quanto mais estudantes mobilizados, mais visível e forte é o movimento no ato de pressionar o sistema por uma política que atenda as reais necessidades d@s estudantes. A juventude estudantil tem a energia e o ânimo para combater a qualquer forma de injustiça, sendo a força motriz capaz de transformar o sistema e combater as desigualdades. O movimento estudantil, assim, exerce um papel fundamental na luta por uma educação emancipatória, universal e de qualidade. Entrar no Movimento Estudantil: Somar nas lutas! Conquistar direitos! Centro de Ciências Jurídicas - CCJ
  • 3. Na UFPB, a situação não está fácil! Para a atual reitoria, a assistência estudantil não é prioridade! Os/as estudantes sofrem com a pequena quantidade de bolsas e com o atraso dessas, que por vezes, duram meses, o RU é limitado e precarizado, a creche não atende as/os filhas/os de mães e pais estudantes... e por aí vai! Entendemos que a assistência estudantil é um direito, é a garantia plena das condições de permanência dos/das estudantes no espaço da Universidade. Por isso ao longo de 2014, a Gestão “Avante: por todos os cantos” combateu esse retrocesso e participou de várias lutas, das quais destacamos os debates, assembleias gerais e greves estudantis organizadas para denunciar e cobrar da reitoria ações sobre as péssimas estruturas dos cursos. Construímos também a Campanha “RU para Tod@s” junto com as Residências Universitárias Masculina e Feminina e Elizabeth Teixeira (RUMF e RUMFET), realizamos uma reunião do Conselho de Entidades de Base (Centros e Diretórios Acadêmicos da UFPB reunidos) e uma Assembleia Geral de Estudantes da UFPB como mais de 400 estudantes, há muitos anos não realizada, produzindo um compilado de propostas de todos/as os/as estudantes por uma Política de Assistência Estudantil para nossa universidade. Vimos, então, que não seria possível construirmos reais transformações na Universidade unicamente dependendo da administração da Reitoria. Por isso que apoiamos e queremos construir uma Estatuinte Democrática” para que as estruturas de tomadas de decisões sejam democratizadas, possibilitando uma maior participação dos e das estudantes, professores e funcionários na construção da universidade. Para o DCE UFPB, a assistência estudantil é um ponto prioritário. É necessário, cada vez mais, que somemos forças para avançar nas conquistas. Só com luta e organização, conseguiremos construir uma política de assistência estudantil que atenda às nossas necessidades. Nossos direitos só a luta faz valer! AsSiStÊNcIa EsTuDaNtIl AsSiStÊNcIa EsTuDaNtIl A prioridade na Universidade é o/a estudante! Queremos Assistência Estudantil!
  • 4. Um dos compromissos assumidos pela gestão Avante: por todos os cantos! foi o combate às opressões dentro da UFPB.Acreditamos que a Universidade, assim como os demais espaços de educação, não deve ser um ambiente que reproduza discursos e práticas de ódio e violência contra mulheres, LBGTs, negros e negras. Assim, durante a gestão construímos e apoiamos diversas atividades que tiveram o intuito de visibilizar a luta das mulheres, a luta do povo negro e a luta dos/as LGBTs na Universidade. Destacamos que a luta pelo fim das opressões não está dissociada das outras lutas estudantis, são na verdade discussões que se complementam, como, por exemplo, a luta por Assistência Estudantil, a luta por creches, a luta por melhorias no Restaurante e na Moradia Universitária, etc. No que diz respeito ao combate ao machismo, realizamos na semana dos/as feras um cine-debate sobre feminismo, também organizamos, com a Marcha Mundial das Mulheres e a Editora Expressão Popular o lançamento e debate sobre o livro "A mulher na sociedade de classes" de Heleieth Saffioti. Contribuímos também com o debate sobre o extermínio da juventude negra, realizando em pareceria com o REAJA debates e exibição de filmes na UFPB, além de um muralismo sobre a temática nas paredes da sede social do DCE. No que diz respeito à luta da diversidade sexual e identidade de gênero, realizamos durante a semana de integração um cine-debate com o filme paraibano “Escola sem preconceito”, ainda durante a semana de integração, convidamos Brune Rapchaell, estudante do mestrado em Direitos Humanos da UFPB, para realizar uma intervenção na Calourada.Aperformance que trazia o questionamento "Quem a homofobia matou hoje?" foi alvo de ataques preconceituosos. No grupo virtual da UFPB diversas postagens criticavam a intervenção com argumentos machistas e homofóbicos, que ridicularizavam e discriminavam a população LGBT da UFPB. Diante desses ataques o DCE Avante não descansou e realizou um grande escracho contra a LGBTfobia na UFPB, levando nossa mensagem de luta por respeito aos diversos centros da UFPB. Além disso, nos organizamos para levar a estudantada LGBT ao Encontro Nacional Universitário de Diversidade Sexual (ENUDS), realizando inclusive um pré-encontro na UFPB. Estes são apenas alguns exemplos ilustrativos de como dialogar o debate de combate às opressões na organização de um Movimento Estudantil, qual seja, etes: o DCE. Nesse sentido, defendemos que é necessário fomentar políticas de combate às opressões na universidade, de modo a viabilizar que a educação contribua na construção das bases de um novo projeto de sociedade, popular e de respeito à todos os grupos sociais. É, portanto, que afirmamos em alto e bom som, para sermos ouvidos/as por todos os cantos que: A NOSSA LUTA É TODO DIA CONTRA O MACHISMO, O RACISMO EALGBTFOBIA! CoMbAtEr o rAcIsMo, a lGbTfObIa e o mAcHiSmO é nOsSa tArEfA! Debate sobre o extermínio da juventude negra erm parceria com o REAJA Escracho contra a LGBTfobia na UFPB Ato das Mulheres no 8 de março
  • 5. Lutar por arte e cultura: veremos florescer! Nós da Avante, ao longo da nossa gestão, por compreendermos que a construção do conhecimento passa necessariamente pela arte e cultura, estivemos compromissados e compromissadas com essa pauta. Em 2014, quando a reitoria tentou proibir que as atividades culturais e calouradas fossem realizadas na UFPB, estivemos presentes na luta, junto com a comunidade estudantil, contra essa arbitrariedade. A intensa luta acabou culminando não apenas na volta das culturais e calouradas como também na realização de uma Comissão de Cultura da UFPB, formada por estudantes, professores/professoras e servidores/servidoras, que teria como finalidade pensar um plano de cultura para a universidade. Um grande ganho para as/os estudantes. Como atividades culturais realizamos as 'Sexta Populares', que tiveram como objetivo trazer bandas da cidade (a maioria delas) para tocar dentro da universidade, uma sexta-feira por mês, trazendo os mais variados estilos musicais, do coco ao rap e do samba ao rock, assim como debater temas como a racismo, LGBTfobia, constituinte, entre outros. Ou seja, os espaços culturais tinham um fundo de discussão política! Não eram “festas por festas”! Em relação à recepção das/dos feras garantimos espaços para a arte e cultura em exposições de fotos e desenhos (produzidas por e s t u d a n t e s d a UFPB), oficinas de circo e cineclubes. Q u a n t o a o carnaval de 2015, não deixamos passar em branco, teve muita animação no 'DCE Folia', com direito a orquestra de frevo e tudo mais. Fazer arte e cultura na universidade ainda é um grande desafio, são vários os empecilhos para atrapalhar, mas enquanto houver uma juventude disposta a encarar a luta haverá resistência. Acreditamos que a gestão Avante contribuiu com essa luta e que os frutos das conquistas florescerão. E já florescem.Avante! ArTe E CuLtUrA Calourada Cultural Sexta Popular DCE Folia Muralismo Agroecologia Vernissage
  • 6. é a únIcA eNtIdAdE eStUdAnTiL qUe vOtA cOnTrA o aUmEnTo dAs pAsSaGeNs nO CoNsElHo dE MoBiLiDaDe UrBaNa?! PoR QuE O DcE UfPb AvAnTe Entendemos o transporte coletivo como direito essencial, que garante o acesso à cidade e a outros direitos. Outras entidades que dizem representar os estudantes por aí, tem votado sucessivamente a favor do aumento, se colocando lado a lado com empresários e governantes que insistem em esconder as planilhas de custo real desse “grande negócio” que é o transporte coletivo em João Pessoa! Se 20% do salário mínimo por adulto e 10% do salário mínimo por estudante vai para pagamento direto da tarifa, já dá pra entender que é o trabalhador que banca o lucro dos empresários dos transportes! É esse mesmo lucro que tem financiado e enviesado as disputas eleitorais. Incomodamos durante esta gestão muita gente, imaginem... Fomos às ruas com os/as trabalhadores/as, denunciamos a sobrecarga de trabalho dos motoristas, votamos contra o aumento das passagens, fazemos carterinhas a preço justo, lutamos pelo Passe Livre estudantil e defendemos a Reforma do Sistema Político no Brasil a partir de uma CONSTITUINTE! O DCE ESTÁ NA LUTA DENTRO E FORA DA UFPB! E AFIRMAMOS: SÓ A LUTA MUDA A VIDA! PRECISAMOS CADAVEZ MOBILIZAR MAIS ESTUDANTES! Pode não parecer, mas vender carteirinha a preço baixo é DERROTAR A MÁFIA EMPRESARIAL DE JOÃO PESSOA! Inauguramos o ano de 2014 com algo inédito na UFPB: a emissão de carteira de identificação estudantil, as vulgas carteirinhas de estudante que ficam prontas na hora. E não apenas isso, completamente regularizadas, de boa qualidade, com preço justo a R$10 reais e sem corrupção. Antes, era frequente as carteirinhas demorarem para chegar, sendo que muitas vinham defeituosas e eram praticados lucros imensos em cima desse direito dos estudantes, e ainda por cima, não havia prestação de contas dos valores aplicados, ficando todo este lucro de milhares de reais para uma verdadeira Máfia das Carteirinhas, que é formada por uma infinidade de empresas na Paraíba se dizendo representantes dos estudantes, mas sem fazerem nada neste sentido e cobrando R$20 ou mais para direito estudantil. Como é sabido por toda a comunidade acadêmica, o DCE- UFPB desafiou esta Máfia, não cedendo a acordos, nem a cartéis que superfaturam o preço das carteirinhas e são fontes de financiamento para campanhas políticas, de lavagem de dinheiro e de corrupção. A existência das carteirinhas de estudante e seu direito imbuído a meia entrada e meia passagem foi uma grande conquista do movimento estudantil anos atrás. E direito é DIREITO, ou seja, precisa ser garantido e fortalecido. Por isso que a “Gestão Avante: Por todos os cantos!” manteve o valor das carteirinhas o mais baixo possível: para garantirmos o direito dos/das estudantes. A entrada financeira que houve nesta gestão foi repassada para mais de 50 Centros e Diretórios Acadêmico e aplicado em projetos e lutas dos e das estudantes através do DCE. Às vezes parece que a corrupção foi naturalizada. A existência desses CIE's e seu direito imbuído à meia-entrada e meia-passagem foi uma grande conquista do movimento estudantil anos atrás. Quer dizer, os cidadãos precisam ter acesso garantido. O que ocorre hoje é uma infinidade de empresas da paraíba usando o lucro de milhares de reais para sustentar campanhas políticas corruptas, já que a maioria das entidades não faz nenhuma prestação de contas, nem aplica esses recursos a benefício dos próprios estudantes. Convidamos a todas e a todos para questionarem: “Cadê o dinheiro? Onde está sendo empregado?” e repudiarem a corrupção que existe em cima da confecção das CIE's. Espalhem essa situação para outros/as colegas dentro e fora da UFPB, para que a safadeza pare de reinar! Esperamos estar juntos/as nessa luta, na garantia do nosso direito!
  • 7. DcE UfPb 2014-2015 A LuTa CoNtInUa! É MiNhA, É SuA. É NoSsA! O Diretório Central das e dos Estudantes da Universidade Federal da Paraíba (DCE-UFPB) entrou ao mês de março de 2014 comemorando uma grande vitória: após passar mais de 2 anos fechado (2011-2013), sem gestão, e mais um ano de gestão inoperante e de caráter questionável (A hora é agora), a chapa 1 “Avante: por todos os cantos!” conseguiu garantir mais de 3000 votos estudantis em todos os campi e centros de ensino da universidade e conquista as eleições para diretoria da entidade. Em um processo eleitoral que há muito não se via na UFPB, com transparência e profunda honestidade. Renovamos o espaço político, com um DCE aberto e representativo durante um ano inteiro, em todos os campi, mostrando que o DCE não é só carteirinha de estudante. Logo nos primeiros meses de gestão tivemos algumas demandas árduas que nos chamaram ao compromisso com a comunidade estudantil. O primeiro foi garantir o direito à meia-entrada e meia-passagem, uma das maiores conquistas para os/as estudantes na longa história do país. E garantimos no próprio sentido da palavra: direito. Isto significou fazermos Carteiras de Identificação Estudantil não atrelados a empresas que transformaram este documento em uma simples mercadoria, utilizando lucros exorbitantes para financiamento de campanhas de políticos, manobras de lavagem de dinheiro, formação e cartel e corrupção. Compramos uma briga imensa com este poder econômico e, assim, conseguimos emitir CIEs à metade do valor praticado pelas empresas mafiosas citadas, de maneira rápida (na hora), simples e acessível. Em sequência a esta vitória, promovemos uma série de debates sobre assistência estudantil na UFPB nas reuniões semanais do DCE e nas assembleias e manifestações junto aos docentes e dos técnico-administrativos da UFPB, além de um bonito debate no Centro de Vivências do Campus I que se anteciparam a uma série de mobilizações/greves discentes que ocorreram nos meses de maio e junho na UFPB, dentre vários cursos. Assim, foi no mesmo dia em que realizávamos um grande ato público em frente ao Restaurante Universitário da UFPB que estivemos emocionados na Assembleia Geral dos Estudantes Odontologia, juntos em um auditório cheio e compenetrado, neste dia 16 de maio de 2014 que disparou uma série de assembleias gerais e algumas greves estudantis nos cursos de Odontologia, Fonoaudiologia, Serviço Social, Ciências da Computação, Psicopedagogia, todos cursos da Saúde, Economia, e ainda nos campi DcE UfPb 2014-2015 Debate sobre a UNE Reuniões do DCE
  • 8. de Areia, Bananeiras e Litoral Norte, e com os coletivos estudantis da UFPB. As reivindicações eram bastante organizadas e se relacionavam a problemas específicos dos cursos que prejudicavam também a população, como as condições precárias da clínica de odontologia, e muitas citações de problemas com a Assistência Estudantil na UFPB. Conseguimos colocar em cheque a Reitoria da UFPB, que estava há muito tempo em débito com as demandas estudantis, na ausência de uma política institucional para este assunto. Neste sentido, colocamos em atividade a Campanha “RU para Tod@s” junto com as Residências Universitárias Masculina e Feminina e Elizabeth Teixeira (RUMF e RUMFET) e realizamos uma reunião do Conselho de Entidades de Base (Centros e Diretórios Acadêmicos da UFPB reunidos) e uma Assembleia Geral de Estudantes da UFPB como mais de 400 participantes assíduos, há muitos anos não realizada, produzindo um compilado de propostas de todos/as os/as estudantes por uma Política deAssistência Estudantil para nossa universidade. Um notável sucesso do movimento estudantil da UFPB, mas que a Reitoria buscou com todas suas forças abafar, e mitigou de maneira burocrática, não tendo encaminhado até o presente momento as sugestões da comunidade estudantil, negando o próprio movimento. Vimos, então, que não seria possível construirmos reais transformações na Universidade unicamente dependendo da administração da mesma, a qual não só se mostrou incapaz de realizar as mudanças urgentes colocadas pelos/as estudantes, mas também atuava contra o fortalecimento do movimento estudantil, perseguindo suas figuras públicas e promovendo discursos de deslegitimação de nossas reivindicações, além dos vergonhosos ataques via redes sociais, deflagrando, assim, uma guerra de opiniões em que nos ficou claro o desinteresse político desta administração em produzir transformações na UFPB. Por este motivo, uma de nossas principais proposta se firmou na construção de um processo de reforma do estatuto da UFPB. Precisamos reformar a estrutura arcaica desta instituição, descentralizando as decisões, democratizando as instâncias com maior participação da comunidade acadêmica, buscando maior transparência na gestão e colocando as necessidades dos/as estudantes como obrigações institucionais. Portanto, criamos junto aos sindicatos do professores e funcionários técnico-administrativos o movimento “Por uma Estatuinte Democrática”, o qual a Reitoria tenta negligenciar, mas que manteremos vivo e iremos até o fim de sua implementação. Contamos, para essa transformação da UFPB, com outras atividades de diálogo e aproximação com os/as estudantes, pelo necessário fortalecimento do movimento estudantil, e que nossas necessidades e propostas sejam cada vez mais ouvidas e apoiadas pela população acadêmica e paraibana. Precisamos pressionar quem está na administração pública e no poder! Então, tivemos a alegria de organizar, para esta interação, uma semana de recepção de calouros, com oficinas culturais, palestras, debates, exposições Semana do Fera Vernissage Sexta Popular
  • 9. culturais, calouradas e participações nas recepções de curso. Organizamos as Sextas Populares e, com elas, além de uma valorização da cultura popular brasileira, conseguimos o retorno dos eventos culturais na UFPB, que haviam sido proibidos pela Reitoria. Disparamos, acompanhando o Coletivo Unificado de CAs do CCHLA (CUCA), a elaboração de uma Política de Cultura para a UFPB, com normas e investimentos, cujo grupo de trabalho, infelizmente, também foi abandonado pela administração central. No campo da garantia de direitos dos/as estudantes, construímos com outros movimentos sociais uma série de manifestações pela garantia dos direitos de setores presentes na UFPB, como de mulheres, negros/as e pessoas LGBT. Podemos citar os debates sobre cotas e cultura, a Marcha Contra o Genocídio do Povo Negro, o Cine Feminismo, a Mostra de Cinema LGBT, o Cine REAJA, o Escracho contra a LGBTfobia, o Multirão Cultural, o Dia Nacional da Juventude, e o acompanhamento do Caso de Estupro e Assassinato Coletivo de Queimadas-PB. Realizamos a Semana Contra Opressões da UFPB e conseguimos apoiar a organização de diversos eventos estudantis, assim como a instalação da Feira Ecovárzea no estacionamento do DCE-UFPB, produzindo e vendendo alimentos saudáveis para o povo paraibano.Até mesmo tivemos que acolher dentro da estrutura do DCE-UFPB estudantes sem teto pela desatenção da UFPB pela demanda dos/as estudantes por moradia. Estivemos à frente das mobilizações contra o aumento da passagem de ônibus e pela melhoria do transporte coletivo em João Pessoa e construímos o I Seminário de Transporte Público e Mobilidade Urbana. Construímos na UFPB a campanha nacional, junto à maioria dos DCEs, sindicatos e movimentos populares do país pela Reforma do Sistema Político Brasileiro, identificando que se nossa política sofre, então nossa educação e nossa formação também sofrem – o povo sofre. A política como está não dá, e somos nós que iremos transformá- la. Todo este trabalho não tem sido fácil. Um ano de trabalho, sendo poucos estudantes - como os/as demais, com aulas, seminários, provas e estágios, - em uma universidade com quase 50mil estudantes, instalada em 6 campi diferentes. Para tanto, realizamos reuniões semanais abertas a todos/as estudantes às segundas-feiras, três reuniões de Conselho de Entidades de Base Estadual (CAs e DAs reunidos), realizando uma gestão transparente, com prestação de contas trimestral apresentada nos referidos conselhos e participações nas assembleias e reuniões mencionadas. Fizemos repasse financeiro das carteirinhas de estudante a quase 50 CAs/DAs. Contudo, acreditamos que o DCE precisa melhorar muito a comunicação com os/as estudantes da UFPB, aumentar a participação estudantil nos conselhos da universidade e criar mais canais de diálogo e acompanhamento das demandas estudantis. Estamos certos de que isso será possível apenas com muito trabalho e democracia. Pensamos estar neste caminho, mas assumimos que de fato houve falhas, às quais devemos superar e avançar. Contamos com a ajuda (e oferecemos! O TRABALHO É COLETIVO E RECÍPROCO) das/os estudantes agora e sempre que nos sentirmos prejudicados com alguma situação acadêmica, ou quando sensíveis aos problemas gerais da universidade e da sociedade. Apenas de mãos dadas conseguiremos superar o abismo de problemas educacionais e sociais que vivemos em nosso país. Neste sentido, estaremos juntos/as agora e sempre! Saudações estudantis! Junte-se à luta conosco! Avante, por todos os cantos! AvAnTe: As LuTaS CoNtInUaM!
  • 10. Os aumentos das passagens do transporte público em todo país no mês junho de 2013 foram o estopim para a eclosão de uma jornada de lutas do povo brasileiro por mais direitos. A juventude que foi às ruas em junho não era mesma que pedia o direito ao voto nas Diretas, não foi aquela que pintou a cara para derrubar Collor nem mesmo a que sofreu as penas do regime militar. A luta desta juventude foi para consolidar e ampliar direitos à saúde, à educação, à moradia, à mobilidade urbana e, principalmente, pressionar para que as pautas que mais vivem no mundo das promessas pudessem se transformar nas reformas essenciais ao nosso país. Por isso, entender aquele momento é necessário para refletir que o conjunto de vozes e cartolinas que se espalhavam da Avenida Paulista até as ruas de Cajazeiras não transmitiam mensagens ao vento, mas um recado bem claro: que é hora de mudarmos a estrutura do nosso sistema político! Mudar porque esse sistema é filho direto do regime militar, de uma legislação que não foi legitimada pelas vias democráticas, mas pela podridão de um golpe que estendeu suas raízes até quando pode e alcançou a benesse da anistia montada pela farsa da transição lenta, segura e gradual. A mesma “abertura política” que também garantiu durante a Constituinte de 1988 a manutenção do sistema político do estado de exceção militar no Estado Democrático de Direito. Infelizmente, o passo dado para substanciar os levantes de junho não conseguiu fluir com tranquilidade. O pronunciamento dos cinco pactos para o Brasil, dentre os quais estava presente àquele que fez tremer das bancadas mais conservadoras do Congresso Nacional aos governadores que sentavam ao lado da presidenta: o pacto pela reforma política. A simples proposta de um plebiscito para convocar uma Constituinte exclusiva para a reforma do nosso sistema político provocou dores de cabeça naqueles que tanto temem a ampliação da participação popular nos espaços de decisão. Prova disso é que esses setores mais conservadores da política conseguiram em menos de 24 horas que a presidenta recuasse em sua proposta. Assim, analisando a nova conjuntura, cerca de quinhentas entidades de todo país, incluindo sindicatos, igrejas, pastorais, associações comunitárias, É PrA MuDaR: PoR MaIs DiReItOs, CoNsTiTuInTe JÁ!
  • 11. POR TODOS OS CANTOS AVANTE DCEDCEUFPBDCEContribuíram para esta edição todos/as os/as estudantes que participaram das atividades com o DCE neste ano de 2014 e início de 2015! Os/as presentes em reuniões da entidade, rotineiramente e os eventuais, e em especial os/as que escreveram estes textos! Ivo Júnior, Thaysa Lobo, Maria Medeiros, Olga Veiga, Lucas Bezerra, Girlayne L., Felipe Ximenes, Elida Elena, Victor Figueiredo, Tancredo Fernandes, Isac Araújo, Terezinha, Breno Barros, Alick Sulliman, Iara Ágata, Iuri Assunção, Jéssica Juliana, Luana Carolina, Túlio Cabral, Severino Figueiredo e Lizi Correia. Agradecemos aos colaboradores e colaboradoras desta edição! movimentos do campo e da cidade, se reuniram em novembro de 2013 e chegaram a conclusão da necessidade de discutir com o povo brasileiro a reforma política. Por isso, resolveram organizar uma consulta pública para que cada cidadão e cada cidadã pudesse responder se “Você é a favor de uma constituinte exclusiva e soberana sobre o sistema político?”. Dessa iniciativa popular surge o “Plebiscito Constituinte” organizado em comitês por todo o país que objetivavam discutir o sistema político e a nossa democracia. Importantes reflexões foram feitas, principalmente, sobre o modelo representativo, já que apesar das mulheres, por exemplo, corresponderem a maior parte da população brasileira, ocupam apenas 9% das cadeiras do Congresso Nacional. Da mesma forma acontece com a população negra que corresponde a 51% dos/as brasileiros/as, mas que só ocupam 8,5% do parlamento. Vivendo numa democracia sem povo, em que escassos são os instrumentos oficiais de participação popular e limitada é a representatividade dentro do Congresso Nacional, nos resta a mobilização e, principalmente, a organização social para concretização da reforma política. Não teremos condições alguma de alcançar uma mínima “moralização da política” se não acabarmos com o financiamento privado de campanhas. Enquanto não exterminarmos o jogo do toma lá, dá cá de empresas e políticos, o nosso Congresso Nacional continuará viciado pela corrupção e pela sub- representatividade. Destarte, assim como nos demais estados da federação, a Paraíba se organizou em comitês espalhados por todas as macrorregiões do estado. De Cabedelo à Cajazeiras, centenas de voluntários colheram os votos da população de 01 a 07 de setembro de 2014. O DCE também se somou a essas lutas debatendo durante toda sua gestão com os estudantes a necessidade de discutirmos uma reforma política por meio de uma Constituinte Exclusiva. Visto que muitas de nossas lutas cotidianas pelo passe livre, assistência estudantil e contra a máfia das carteirinhas de estudantes se interligam a necessidade de promover no Brasil uma mudança no nosso sistema. Para que as empresas de ônibus e as entidades fantasmas de carteirinhas possam aumentar abusivamente seus lucros nas costas dos estudantes, elas financiam campanhas de vereadores, deputados e prefeitos para que possam criar leis e instrumentos que “legitimem” seus abusos. Assim, buscamos discutir uma reforma política para o país não só na constituição de um comitê popular dentro da UFPB com os sindicatos dos professores (ADUF-PB) e dos servidores (SINTESP), mas também em muitas de nossas atividades, construindo formações internas e dentro das semanas dos feras, buscando construir as pautas nas atividades culturais e até inserir o debate nas carteirinhas de estudantes, como contraponto aos padrões da máfia.
  • 12. TiMeLiNe DCEDCEDCE- - De PoSsE CoEb 14/03 - PoSsE 17/03 Da GeStÃO - ApReSeNtAÇÃO 18/03 E ReUnIÃO Da DiReToRiA - 19/03 DiA NaCiOnAl De PaRaLiSaÇÃO DoCeNtE - De PoSsE 21/03 - CuRsO EsTaDuAl 22 E 23/03 PlEbIsCiTo CoNsTiTuInTe - rEaBeRtUrA dO dCe nOs iNtErIoReS - cArTeIrInHaS pOr 10 rEaIs FeStA - - rEuNião eM mAnGaBeIrA 30/04 dEbAtE aSsIsTênCiA eStUdAnTiL - 21/03 - 22 E 23/03 - 16/04 - 28/04 - - 28/04 mAnGaBeIrA - aTo 02/05 - SeXtA pOpUlAr 31/03 - mEmórIa vErDaDe jUsTiça aSsEmBlEiA oDoNtOlOgIa gErAl- - No rU 16/05 mUrAlIsMo 17/05 - - AtO/dEbAtE - - 02/06 eXpOsIção a nOsSa lUtA é - aSsEmBlEiA 28/05 29/05 aGrOeCoLoGiA rEsIdênCiA uNiVeRsItárIa AsSeMbLeIaS fOnOaUdIoLoGiA sErViço sOcIaL oDoNtOlOgIa - 30/05 SeXtA pOpUlAr - aFrO tOdO dIa aSsEmBlEiAs - 02/06 aSsEmBlEiA 03/06 - -- 18/07 rEuNião - aSsEmBlEiA 03/06 05/06 sAúdE rEuNião nO dCe - 10/06 cOeB e - aSsEmBlEiA gErAlcOmPuTação eCoNoMiA pSiCoPeDaGoGiA mOv. eStUdAnTiL dXs eStUdAnTeS dA uFpB cOnTrA o aUmEnTo dA pAsSaGeM 23/07 - CoMiTê CoNsTiTuInTe uFpB aUlA - 09/09 cInE 10/09 - -- 18,19/09 mEsA dA uNe - vErNiSsAgE 15,17,19/09 16/09 oFiCiNa - eSpEtácUlO fEmInIsMo 19/09 - cAlOuRaDa 17/09 cInE-dEbAtE - dIvErSiDaDe 01/10 - eScRaChO cOnTrA lGbTfObIa gUsTaVo aNiTeLlI dE cIrCo sExUaL aSsIsTeNcIa eStUdAnTiL uNiFiCaDa 01,08/10 - rEuNiõeS dA sEmAnA dE cOmBaTe às oPrEsSõeS cUlTuRaL - 09/11 aTo 25/11 - - 06/02 dCe fOlIa - aTo eM sOlIdArIeDaDe 28/11 04/12 pRé-eNuDs - bOaS-vIbRaçõeS fIm dA vIoLênCiA 06/02 - aTo 10/12 - dEfEsA dO pRoNeRa 19/02 - mAnIfEsTo eM dEfEsA dXs tRaBaLhAdOrEs dO rU dIrEiTo e aRqUiTeTuRa nO cOnSuNi 20/02 - aTo cOm oS/aS eStUdAnTeS dA rEsIdênCiA cOnTrA a mUlHeR aOs eStUdAnTeS mExIcAnOs mAnIfEsTo eM #cOnTrAoAuMeNtOjP mUrAlIsMo - - 28/02 mAnIfEsTo 13/03 - - 19/03 cUlTuRaL pAsSe lIvRe eM dEfEsA dA pEtRoBrás e dA cOnStItUiNtE cAmPuS rIo tInTo oCuPação - 29/07 fOrRó 01/08 - -- 22/08 mArChA cOnTrA - cInE 12/08 18/08 rEaJa aTo cOnTrA o - pReFeItUrA dA cOnStItUiNtE aUmEnTo jP o gEnOcídIo dO 22 e 23/08 - sEmInárIo #cOnTrAoAuMeNtOjP 20/08 mUrAlIsMo - rEaJa pOvO nEgRo 29/08 -mUrAlIsMo cOnStItUiNtE ---