O projeto Traços promove a reinserção social de pessoas em situação de rua através da venda de uma revista cultural de alta qualidade em Brasília. A revista gera renda para os vendedores e os ajuda a recuperar a autoestima através do trabalho digno. O projeto já ajudou dezenas de pessoas a deixarem a rua.
Projeto social revista Traços promove inclusão por meio da cultura
1.
2. Traços
é um projeto social destinado a tirar pessoas da rua por meio da cultura, promovendo um jeito digno de sustento econômico.
3. A base desse projeto é a revista Traços,
que é distribuída a pessoas em situação de
rua que passam por treinamento e
orientação. Dessa maneira, essas pessoas
passam a ser mais que vendedores. Elas
tornam-se nossos porta-vozes da cultura.
O resgate da autoestima é o primeiro
passo da reinserção social delas. O
segundo é o suporte financeiro, que
acontece com a venda da publicação. A
revista é vendida por 5 reais, dos quais 4
ficam para o vendedor e 1 pode ser usado
para comprar novas revistas.
;)
4. Por essa razão, a revista precisava ser atrativa e desejada pelos leitores. O
projeto gráfico agrega esse valor e deixa claro que a publicação não é mero
objeto de assistencialismo social, mas um produto com conteúdo bem
elaborado que vale a pena ser comprado.
!
5. A revista Traços foi concebida como
uma revista urbana e centrada na
atividade cultural de Brasília. Baseados
nisso decidimos não usar imagens de
arquivos nem material reciclado. O
design da Traços é completamente
inédito e auto gestado em Brasília:
Ilustrações, fotos, textos e entrevistas.
6. Todas os títulos nas capas e nas matérias principais são feitos à mão.
7. Um diferencial importante do design da revista é o uso de ilustrações para todos os textos criativos (poemas, contos,
historias cortas). O que permite dar um “ar” estilístico, e outorga uma ferramenta de grande emoção.
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9. Cada edição tem uma cor dominante que identifica e dá personalidade
a cada número, ajudando também a diferenciar uma de outra no
manuseio dos vendedores no momento da venda (os vendedores
vendem mais de uma edição por vez e alguns números já se tornaram
objeto de cobiça de colecionadores).
10. ♦Desafio:
Abrir espaço e dar visibilidade para a cultura de Brasília
por meio de uma revista atraente para um segmento de
público exigente (cultura) e que carecia de publicações
culturais de bom nível em Brasília. Paralelamente a
isso, ajudar moradores de rua a refazer suas vidas,
proporcionando uma ferramenta digna para ganhar
dinheiro e restituir a autoestima.
11. ♦Estratégia(s):
Reunir talentos para mostrar o melhor da cultura da cidade por meio
de uma publicação com conteúdo, projeto gráfico e acabamento de
alta qualidade, com o objetivo de despertar nos nossos leitores a
vontade de guardar cada número e colecionar.
12. ♦Solução:
Somar os talentos das ruas com talentos editoriais e gráficos para
dar visibilidade à cultura de Brasília por meio de uma revista com
conteúdo de qualidade, excelência no design e estratégia de
distribuição inclusiva, humanitária e inovadora. Colocar nas mãos da
população um produto editorial que fosse percebido pela sua alta
qualidade, ajudando assim a superar o preconceito dos potenciais
compradores em relação à pessoas em situação de rua. Para a
Revista Traços, era primordial ser considerada uma publicação
atrativa e não uma “ajuda” ou esmola, para assim, ajudar nossos
vendedores a sair da rua.
14. A Revista Traços é uma revista impressa mensal, com tiragem inicial
de 10.000 exemplares, atualmente na 10º edição. As 6 primeiras
edições já estão totalmente esgotadas ou em vias de se esgotar. Por
isso, a partir da 7ª edição a tiragem subiu para 13 mil exemplares.
Ao todo, a publicação já vendeu quase 70 mil exemplares.
15. O projeto já contou com 134 vendedores (porta-vozes). Desses, 38 Recebem
auxilio-aluguel e deixaram as ruas (32 seguem na Traços); 98% passaram a
custear a própria alimentação; 80% apresentaram melhoras nos cuidados
com higiene e nas vestimentas para trabalho; 9 conquistaram um emprego
formal e deixaram as ruas; 7 voltaram para a casa da família; 2 passaram a
morar em casa de recuperação de dependência; 44 superaram a situação de
rua (soma do abrigo, retorno a famílias e casa de recuperação); 14 Recebem
atendimento jurídico do projeto.
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16. - Já são 6 edições publicadas com 10 mil exemplares cada;
- Já foram vendidas cerca de 48.620 exemplares, sendo:
- Edição 01: 10.000 exemplares vendidos (esgotada);
- Edição 02: 10.000 exemplares vendidos (esgotada);
- Edição 03: 8.980 exemplares vendidos;
- Edição 04: 7.720 exemplares vendidos;
- Edição 05: 7.300 exemplares vendidos;
- Edição 06: 4.620 exemplares vendidos;
Renda gerada até aqui para os Porta-Vozes da Cultura: cerca de R$ 243.100,00;
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18. Não é difícil ver bons exemplos de design editorial
nas áreas de moda ou projetos com grande
investimento econômico. Mas quando se trata de
projetos sociais, com verbas reduzidas, é comum ver
excesso de uso de imagens de arquivo, layouts
padronizados e soluções mecanizadas.
A revista Traços se propôs desde o princípio ajudar a
recuperar a dignidade de pessoas. E não poderia
fazer isso sem um produto digno, com um design
digno, que despertasse interesse dos leitores.
Essa não é só uma frase bonita, isso faz parte do
principio e estratégia da revista: A Traços deve ser
desejada, comprada e colecionada, e de nenhuma
maneira ser considerada uma ferramenta de esmola.
É por isso que a revista devia ser boa e parecer boa.
A Traços é o resultado de muito estudo, de muita
luta, muitas noites, longos ensaios fotográficos e
diversas ilustrações. A Traços e seus porta-vozes
estão conseguindo excelentes resultados, se
firmando na cena cultural de Brasília, conquistando
prêmios e reconhecimentos no Brasil e no exterior,
no mercado editorial e no meio acadêmico, além de
apoio de instituições como a OAB, Casa da Mulher
Brasileira, Secretaria de Cultura do DF, Secretaria de
Segurança Pública, Ministério da Saúde, SindHoBar,
dentre outras. Por tudo isso, merecem o Prêmio
Anatec.
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20. Sinopse do case
A revista Traços é o rosto visível de um projeto social inédito no Brasil, que mediante o design e conteúdo cultural, outorga a possibilidade de mob
mais presente e ao mesmo tempo mais esquecido da paisagem urbana: os moradores de rua.