Conferência SC 24 | Data Analytics e IA: o futuro do e-commerce?
Palestra redes cooperação
1. O QUE SÃO REDES
?
Marilene Maia –
marilene@unisinos.br
2. Origem
• A palavra REDE é bem antiga e vêm do latim
retis, significando o entrelaçamento de fios
com aberturas regulares que formam uma
espécie de tecido. A partir da noção de
entrelaçamento, malha e estrutura reticulada,
a palavra rede foi ganhando novos significados
ao longo dos tempos, passando a ser
empregada em diferentes situações .
3. Densidade das redes
• O que determina a existência de uma rede não
são os pontos (nós) em si, mas as linhas
(relações) que os conectam.
• Logo,a densidade da rede depende da
quantidade de conexões que os pontos
(organizações) estabelecem entre si.
• Quanto mais organizações se ligam mutuamente
maior a densidade da rede e maior sua
“capacidade produtiva” (potencial de
relacionamento).
4. Características
• As redes têm grande poder de expansão, pois não
são lineares.
• As redes têm um configuração aberta, ou seja,
têm poder de agregar novos participantes.
• As redes são dinâmicas, o que faz com que sejam
ágeis e flexíveis.
• Conexões produzem conexões e, novos pontos
conectados, incorporam ao sistema as conexões
que carregam (um novo participante na rede traz
consigo suas parcerias para dentro dela).
5. Rede = muitos caminhos
• A rede tem liberdade de estabelecer
conexões.
• Isso impede o desmantelamento da rede
quando da perda de um membro.
• A multiplicidade de caminhos promove o
fenômeno regenerativo das redes: quando
pontos são suprimidos o sistema reorganiza-se
porque outras possibilidades de caminho
existem.
6. Redes Sociais
• Devem ter um propósito – uma finalidade,
uma intenção – onde quer chegar;
• Deve ser guiada por valores – princípios
referenciais que inspiram e dão direção às
construções da Rede Social;
• Tem agentes – pessoas e organizações que
protagonizam o processo de rede;
• Metodologia – uma forma de trabalho.
7. Redes Sociais
A rede sugere uma teia de vínculos, relações e ações entre
indivíduos e organizações. Elas se tecem ou se dissolvem
continuamente em todos os campos da vida em sociedade,
estão presentes na vida cotidiana (nas relações de parentesco,
nas relações de vizinhança, nas relações comunitárias), no
mundo dos negócios, na vida pública e entre elas. O que
explica a existência de múltiplas redes são as necessidades
humanas e sociais que colocam em movimento a busca de
interação e formação de vínculos afetivos, de apoio mútuo,
para empreendimentos etc.
Uma rede envolve processos de circulação, articulação,
participação, cooperação.
As redes podem assumir características mais duradouras ou
efêmeras, vínculos mais densos ou mais tênues, simples ou
complexos.
8. Redes Sociais
No passado, o conceito de rede já era utilizado na gestão dos serviços
sociais públicos. Acompanhava o modelo de gestão da época, ou seja,
um modelo centralizado e caracterizado pela hierarquização e
padronização na oferta de serviços. Falávamos, na época, em rede
escolar, rede de unidades básicas de saúde, rede hospitalar – todas
elas, no geral, subordinadas a uma organização- mãe. A rede era então
percebida como uma cadeia de serviços/produtos similares tal qual se
expressava também na gestão empresarial.
Queremos afirmar que o conceito de rede não é novo. A novidade está
na utilização do conceito de rede para caracterizar a sociedade
contemporânea e os novos modelos de gestão dos negócios privados
ou públicos em escala local ou global.
Vivemos hoje em uma sociedade complexa, multifacetada, tecida pela
velocidade das mudanças e, sobretudo, pelo maior acesso à
informação e ao consumo – o que alterou padrões socioculturais e
aumentou o grau de incerteza dos indivíduos e das organizações
(Nogueira; 1997).
9. Redes Sociais
Neste complexo de fatores, talvez o principal, para nossa
reflexão, é que a gestão das necessidades humanas e sociais
dos cidadãos também se alterou. Assim, tem estado na ordem
do dia o debate sobre a gestão do social, tanto pelo Estado,
quanto pela Sociedade Civil e também pelo Mercado.
As novas e antigas demandas sociais, o agravamento da
pobreza e da desigualdade e, ao mesmo tempo, os déficits
públicos para dar conta dessas mesmas demandas exigem um
novo compromisso social entre Estado, sociedade civil e
iniciativa privada.
A revolução informacional ocorrida nas últimas décadas,
aliada ao processo de descentralização ocorrido no âmbito
das atribuições do Estado, forneceu as bases para mudanças
substantivas que viriam a ocorrer nos modelos de gestão
social e na própria alteração no conceito de rede aplicado à
gestão pública.
10. Redes Sociais
Neste cenário, muito se tem falado sobre ação em
rede. A rede pressupõe uma vocação cooperativa,
uma forma de organização horizontal.
Também por isso, outros termos introduziram-se
em nosso vocabulário de ação e gestão pública:
articulação, negociação, complementaridade.
Ganham visibilidade na ação publica os diversos
sujeitos do fazer social: o Estado, a sociedade civil, a
iniciativa empresarial (o mercado), a comunidade e
o próprio público-alvo da ação pública.
Estes sujeitos solicitam uma relação democrática,
horizontal, participativa e pró-ativa.
11. Redes Sociais e Cooperação
Deste modo, a ação social caminha e se produz em redes alimentadas
por fluxos contínuos de conhecimento, informação e interação.
A noção de rede se caracteriza como convergente e movente:
interconecta serviços, organizações governamentais e não-
governamentais, comunidades locais, regionais, nacionais e mundiais;
mobiliza parcerias e ações multi-setoriais; constrói participação;
mobiliza vontades e implementa pactos de complementaridade entre
atores sociais, organizações, projetos e serviços. Instaura um novo
valor: o da cooperação.
As parcerias ganham imensa importância nesse modo de pensar e
realizar a ação social pública. As parcerias asseguram maior
sustentabilidade e legitimidade política à ação. Introduzem a dimensão
da cooperação e da participação conjunta, possibilitando o encontro
de diferentes atores em diferentes estágios de organização. Ampliam
as possibilidades de cada organização, acrescentando conhecimentos,
redefinindo focos. Possibilitam o aproveitamento do potencial de cada
organização participante. Trabalhar juntos é o grande desafio.
12. Redes Sociais e Parcerias
É condição para o desenvolvimento de parcerias a clara
definição de objetivos e possibilidades de ganhos para
todos os parceiro. A parceria é condição para se navegar
em rede. Parcerias e redes sugerem uma arquitetura de
complementaridade na ação que implica:
• Nova cultura no fazer social público (socializar o poder,
negociar, trabalhar com autonomias, flexibilizar,
compatibilizar tempos e processos de ação...)
• As redes precisam ser direcionadas, considerando as
vantagens em termos de articulação e atendimento
mais integral e integrado.
• O acesso e o uso de tecnologias de informação que
assegurem velocidade, interatividade e pró-atividade
dos agentes e organizações que se movem na rede.
13. Pressupostos da gestão social em rede
• Articulação
• Participação
• Ênfase no cidadão
• Autonomias solidárias
• Controle público
Somente a articulação/combinação de ações – entre políticas, inter-
setorial, intergovernamental e entre agentes sociais – potencializa o
desempenho das ações no campo social e nas políticas públicas.
Arranca cada ação do seu isolamento e assegura uma intervenção
agregadora, totalizante, includente.