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SENAI SANTA BÁRBARA
D’OESTE
1958 – 2018
2018
Edição comemorativa.
Primeira impressão – Novembro de 2018.
Coordenação Geral
Pedro Humberto Contieri Filho
Pesquisa e Montagem
Marcelo de Almeida Leite
Equipe de Revisão
Antonio Carlos Angolini
Marco Antonio Fuzatto
Ofélia Donadella De Mitri
Sandra Edilene de Souza Barboza – Capítulo: Fundação Romi e CTPA.
Vainer João Penatti – Capítulo: Fundação Romi e CTPA.
Capa
Teresinha Amaral
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial
Escola SENAI “Alvares Romi”
Rua Vereador Sérgio Leopoldino Alves, 500 – Cidade
Industrial - Santa Bárbara d’Oeste – SP
CEP 13456-166
Telefone (19) 3499-1450
E-Mail senaisantabarbara@sp.senai.br
Home page http://santabarbara.sp.senai.br
APRESENTAÇÃO
Esta Edição Comemorativa dos 60 Anos do SENAI, em
Santa Bárbara d’Oeste, nasceu do desejo de criar e manter
registros da trajetória de sucesso desta grande instituição de
Formação Profissional, destaque no munícipio e em toda a região.
Para que o fato principal fosse contado, tornou-se
necessário relatar um pouco da história do município de Santa
Bárbara d’Oeste que, coincidentemente, completa, neste ano,
duzentos anos de fundação.
Neste contexto, seria praticamente impossível falar do
SENAI sem destacar a essencial contribuição das Indústrias Romi,
em especial a família Romi, e seus idealizadores, homens
visionários, Comendador Américo Emílio Romi e o Sr. Alvares
Romi, hoje patrono da nossa Escola SENAI.
Competência, seriedade, foco no aprender fazendo, a
qualificação focada nas demandas das indústrias, formar mais que
profissionais, formar cidadãos, atualização tecnológica, entre
outras, são marcas determinantes do sucesso desta grande
Escola SENAI, que sempre cresce e se consolida como importante
agende de formação de mão de obra e transformação social.
Os fatos também apresentados nesta edição mostram o
nosso presente e como estamos nos preparando para os novos
desafios tecnológicos e sociais que nos são imputados no futuro
próximo e rápido, bem como o desenho desafiador de novo mundo
que se descortina.
Por fim, e não menos importante, mostramos as pessoas
que nos ajudaram e nos ajudam a cumprir com o nosso principal
desafio, contribuir para a construção de uma sociedade
tecnológica e socialmente avançada, por meio da qualificação de
profissionais e cidadãos conscientes de seu papel social, sempre
em busca do bem comum e de um mundo mais justo, de
oportunidades por meio do trabalho digno e honesto.
Escola SENAI “Alvares Romi”, Santa Bárbara d’Oeste,
orgulho para todos nós!
Prof. Pedro Humberto Contieri Filho.
DEDICATÓRIA
Este trabalho é uma forma de homenagear todas as pessoas que
se dedicaram à realização e manutenção do SENAI no município
de Santa Bárbara d’Oeste. Todos, sem exceção, que ajudaram a
escrever uma história de 60 anos de atuação ativa e progressiva
do SENAI e dos 200 anos de Santa Bárbara d’Oeste, nosso muito
obrigado!
SUMÁRIO
SANTA BÁRBARA D’OESTE...................................................... 9
FATOS MARCANTES............................................................... 10
O INÍCIO DAS INDÚSTRIAS ROMI S.A.................................... 17
FUNDAÇÃO ROMI ................................................................... 27
CENTRO TÉCNICO E PEDAGÓGICO DE APOIO À
FORMAÇÃO DE FORMADORES – CTPA................................ 31
ESCOLA SENAI “Alvares Romi” ............................................... 32
BIOGRAFIAS............................................................................ 50
DEPOIMENTOS ....................................................................... 54
REFERÊNCIAS ........................................................................ 64
ÁLBUM ..................................................................................... 65
9
__________________________________________________________
SANTA BÁRBARA D’OESTE
Vista Aérea
Fonte: Prefeitura.
As sesmarias de dona Margarida, de acordo com o
historiador Antonio Bruno de Oliveira, foi adquirida por seu marido
Francisco de Paula Martins em um leilão público em São Paulo.
Dona Margarida, já viúva de seu segundo marido, vem
para a região tomar posse destas terras em 1817. A fundação da
cidade de Santa Bárbara se deu com a doação das terras para a
construção de uma capela, a qual foi dedicada a Santa Bárbara,
santa de devoção da fundadora. Dia 04 de dezembro de 1818, dia
dedicado pela igreja católica a Santa Bárbara que passou a ser
considerada a data de fundação da cidade. Este terreno,
localizado no centro da cidade, foi a célula mãe em torno da qual
surge um povoado conhecido como “Capela de Santa Bárbara”,
mais tarde conhecida como Santa Bárbara dos Toledos, em
10
__________________________________________________________
seguida Santa Bárbara e, devido a existir muitas cidades no Brasil
com nome de Santa Bárbara, o governo decretou alteração do
nome para Canatiba no ano de 1943. Após muitas discussões em
um plebiscito local, o governo aprovou o diferencial “d’Oeste”,
passando, então, pelo Decreto – Lei Estadual nº 14.334, de 30 de
novembro de 1944, o nome oficial de Santa Bárbara d’Oeste. Em
1821, dona Margarida e seus filhos já não residiam mais em Santa
Bárbara, tendo voltado para Santos para cuidar do engenho “São
Jorge dos Erasmos”, herdado de seus pais.
FATOS MARCANTES
Em 1866, Santa Bárbara recebe os primeiros imigrantes
americanos.
Em 15 de junho de 1869, pela Lei provincial nº2, foi criada
a vila de Santa Bárbara, foi a emancipação política: Piracicaba
emancipa Santa Bárbara. No mesmo mês, Santa Bárbara elege 7
vereadores, tendo como seu primeiro presidente o Tenente
Antonio Theodoro de Oliveira e Souza e como membros: João
Batista Lino, Cezário Cavalheiro Leite, Joaquim Benedito do
Amaral, José Soares de Godoy, Joaquim Gonçalves Souza
Martins e José Ferraz de Campos e instala sua primeira Câmara
Municipal, com funções de legislativo e executivo, sendo eleitos.
O tronco ferroviário partiu da cidade de São Paulo,
passando pela região, inaugurando em 27 de agosto de 1875 a
“Estação de Santa Bárbara", a 08 km do centro, em torno da qual
surge uma vila que ficou conhecida como “Vila dos Americanos”,
a atual cidade de Americana.
11
__________________________________________________________
Segunda Estação Ferroviária
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
Já, em 1876, foi construída, em Santa Bárbara, a primeira
casa de tijolos pertencente a Jorge Buller, localizada na esquina
das atuais Ruas 15 de Novembro e Floriano Peixoto.
Em 1877, o major João Frederico Rehder compra do Barão
de Tatuí a fazenda São Pedro e inicia o plantio de cana de açúcar,
instalando, em 1883, o primeiro engenho, ampliando o seu
maquinário em 1899.
Engenho Rehder
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
12
__________________________________________________________
Em 1888, começou a circular o primeiro jornal de Santa
Bárbara, "A Aurora", dirigido por Cândido Prado.
Em 1891, foi instalado o primeiro telefone, ligando a casa
do português Albino Picada, na esquina da Rua Santa Bárbara e
Floriano Peixoto, à primeira Estação Férrea de Santa Bárbara.
Em 1894, foi criado o primeiro Posto Policial, sendo seu
primeiro Subdelegado o médico Robert Norris, imigrante
americano.
Fábrica de álcool Rehder, inaugurada em 1902
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
Em 22 de fevereiro de 1913, foi constituído em São Paulo
a "Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola de Santa Bárbara",
sendo inaugurada oficialmente em 25 de julho de 1914, a nossa
conhecida Usina Santa Bárbara.
13
__________________________________________________________
Cia de Estrada de Ferro e Agrícola de Santa Bárbara – “Usina Santa
Bárbara”
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
Em 03 maio de 1915, teve a inauguração solene do serviço
de força e luz de Santa Bárbara.
Em 1916, começa a construção do ramal ferroviário,
inaugurando a nossa segunda estação em 14 de julho 1917,
conforme figura 3.
Em 29 de julho de 1922, foi inaugurado o trecho ligando
Santa Bárbara à cidade de Piracicaba.
No mesmo ano, no dia 17 de novembro, foi instalado o
Cartório de Registro Civil, tendo como primeiro escrivão Manuel
Francisco da Graça Martins, filho da fundadora de Santa Bárbara,
D.ª Margarida da Graça Martins.
A primeira fábrica de tecidos de Santa Bárbara foi
inaugurada em 1922, a Cia. Industrial de Santa Bárbara que, mais
tarde, se transformaria na “Cia. Fiação e Tecelagem Santa
Bárbara”. Assumiu a Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola
de Santa Bárbara o Coronel Luiz Alves de Almeida.
Em 29 de junho de 1930, foi fundada a Empresa Individual
de Américo Emílio Romi.
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__________________________________________________________
Em 29 de junho de 1934, começa a funcionar a fundição
da empresa Garage Santa Bárbara, de Emílio Romi, e inicia a
produção de implementos agrícolas.
Em 12 de fevereiro de 1939, foi inaugurado o Cine Santa
Rosa.
Em abril de 1941, é lançado o primeiro torno da Indústria
Romi.
No dia 1º de janeiro de 1952, o Comendador Américo
Emílio Romi toma posse como prefeito de Santa Bárbara d'Oeste.
A rádio ZYR - 91 - Rádio Brasil de Santa Bárbara d'Oeste,
situada à Rua XV de Novembro, nº 385, foi inaugurada no dia 18
de setembro de 1955.
Em 30 de junho de 1956, às 11h30, foi acionado pelo
Comendador Américo Emílio Romi e sua esposa Olímpia o
primeiro automóvel fabricado no Brasil, o Romi-Isetta. O casal
percorreu o pavilhão da linha de montagem no Romi-Isetta (nº 1).
O lançamento oficial ocorreu no dia 05 de setembro deste
ano, na capital de São Paulo.
15
__________________________________________________________
Desfile de lançamento pela rua Marquês de Itu
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
Em 25 de fevereiro de 1958, foi inaugurado o Centro de
Aprendizagem Industrial, hoje com o nome de SENAI “Alvares
Romi”.
Em 15 de março de 1959, falece, em Santa Bárbara
d'Oeste, o Comendador Américo Emílio Romi, um dos pioneiros
da indústria brasileira.
Em 11 de abril de 1959, foi inaugurada a fonte luminosa na
praça Cel. Luiz Alves.
Em 02 de fevereiro de 1960, é inaugurado o hospital Santa
Bárbara.
O SESI, em Santa Bárbara d’Oeste, iniciou suas atividades
em 18 de março de 1962, com a inauguração da Escola.
Em 27 de fevereiro de 1964, foi inaugurada a ACISB -
Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara d’Oeste.
16
__________________________________________________________
Em 1968, a Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola de
Santa Bárbara é vendida para grupo “Pedro Ometto” denominada
Companhia Industrial e Agrícola de Santa Bárbara.
Em 15 de agosto 1977, foi realizada a aula inaugural da
Universidade Metodista de Piracicaba.
Em 23 de fevereiro 1980, foi inaugurado o Campus Santa
Bárbara da Universidade Metodista de Piracicaba.
Em 04 de dezembro de 1980, foi inaugurada na Avenida
Monte Castelo, nº1000, a nova Prefeitura Municipal “Edifício
Benedito da Costa Machado”.
É anunciada a desativação da Usina Santa Bárbara no dia
05 de dezembro de 1995.
Em 1998, aconteceu o lançamento do empreendimento
comercial Tivoli Shopping.
No dia 26 de junho de 2008, foi inaugurada a Escola SENAI
“Alvares Romi”, em Santa Bárbara d’Oeste.
A partir deste contexto, a cidade de Santa Bárbara d’Oeste
se desenvolveu cada vez mais com a chegada de várias
empresas, escolas, infraestrutura, transporte, saúde, educação e
lazer.
Hoje, com uma população estimada em 200 mil habitantes,
Santa Bárbara d’Oeste, definitivamente, ocupa seu espaço e
assume o papel como uma das cidades que mais se destacam no
Estado de São Paulo. A busca do crescimento sustentável, a
preservação da história e a manutenção da qualidade de vida não
são apenas objetivos, mas sínteses de uma realidade na qual
estão inseridos seus cidadãos.
17
__________________________________________________________
O INÍCIO DAS INDÚSTRIAS ROMI S.A.
Em 1895, o casal Policarpo e Regina veio para o Brasil e
foi trabalhar em uma fazenda de café, em uma realidade que
achou que seria bem diferente.
Em 26 de junho de 1896, nasce Américo Emílio Romi, em
São José do Rio Pardo. O nome foi em homenagem ao continente
e a Américo Vespúcio, italiano cujo nome fora dado ao Novo
Mundo.
Os pais de Emílio trabalhavam muito e guardavam cada
centavo que ganhavam, até que, em 1897, abriram um pequeno
empório e, um tempo depois, uma oficina de pequenos reparos no
centro de São José do Rio Pardo. Neste mesmo ano, começaram
a construir uma ponte na cidade, que era a principal atração na
qual Policarpo teve participação.
Ponte construída em 1897
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
18
__________________________________________________________
Em 1900, houve um surto de varíola e febre amarela que
matou centenas de pessoas em São José do Rio Pardo. Foi
quando os Romi se mudaram para a cidade de Casa Branca. Já
na nova cidade, Policarpo começou a trabalhar como maquinista
de trem da Mogiana. Trabalhou até 1906, quando perdeu seu
emprego e, então, mudou-se para São Joaquim da Barra e abriu
um novo empório. Alguns meses depois, retornaram para Casa
Branca, pois havia vários empregos por conta da nova usina
elétrica.
Policarpo ouvia falar da região de Goiás, onde tudo era
muito difícil de chegar, principalmente alimentos e utensílios, e
decidiu ser fornecedor naquela região. Porém, Policarpo
continuava a trabalhar como maquinista, mas devido às condições
do trabalho sob sol e chuva e abastecendo a fornalha do trem a
mais de 400 graus, contraiu uma bronquite asmática. Como não
havia tratamento naquela época, em 1912, a família embarcou
para Gênova. Emílio, então, encerra uma fase da sua vida no
Brasil.
Em 1914, Emílio vai morar com os tios em Milão e começa
a estudar eletrotécnica e, em um dos trabalhos sobre atritos de
deslizamentos, tirou nota máxima. Em 1915, a Itália entrou em
guerra e Emílio foi convocado aos 19 anos. Sua posição na guerra
em 1916 era de telegrafista de campanha e também consertava
veículos e peças de artilharia, pois havia aprendido um pouco de
mecânica com seu pai. Um pesquisador e professor que
trabalhava ao lado de Emílio fez uma descoberta e pediu para ele
avisar aos superiores, mas como o telefone ficava longe ele pegou
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__________________________________________________________
uma moto e foi a toda velocidade. No caminho, em uma curva,
perde o controle e sofre um acidente grave que o deixou
desacordado por alguns dias. A enfermeira que estava cuidando
dos seus ferimentos chamava-se Olímpia, e estava ali como
voluntária, viúva e tendo um filho chamado Carlos Chiti. Emílio
começou a conversar com ela e logo se viu apaixonado. Quando
teve alta, ele se declarou a Olímpia e os dois casaram-se em 1917.
Olímpia Gelli
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
A guerra na Itália acabou em 1919, foi quando Emílio,
Olímpia e Carlos Chiti (Carleto) mudaram-se para Milão. Emílio
trabalhava dobrado, pois, em 1920, nasce o primeiro filho do casal,
Giordano. Nesta época, era muito perigoso onde moravam e
Emílio tomou a decisão de se mudar para o Brasil depois de fazer
um “pé de meia” que era onde eles guardavam o dinheiro. Foi
20
__________________________________________________________
então que, em 1923, vieram para o Brasil morar na capital paulista,
na rua da Mooca, conhecida como reduto dos italianos.
Emílio achou um salão na Consolação e resolveu se
aventurar com manutenção de veículos. Logo percebeu que a
maioria das lojas fechava no período da noite e que era quando o
movimento aumentava, então começou a trabalhar também neste
período e, desta forma, qualquer hora que um cliente chegasse
tinha um mecânico para atender e, com isso, sua oficina começou
a ganhar destaque.
Em 1924, rebeldes ocuparam a cidade devido à censura e
repressão da época e a região da Mooca foi dominada por
revoltosos e a oficina de Emílio, que era bem localizada, foi
requisitada pelas tropas governistas, então Emílio ficou em casa
cuidando de sua esposa que estava doente. Ao término da
revolução, sua oficina estava totalmente vazia e depredada e tudo
havia sido saqueado. Mas como Olímpia era uma ótima
administradora, ela tinha capital suficiente para abrir uma nova
oficina, foi então que, em 1925, Emílio começa outra vez na rua
Ipiranga, no centro de São Paulo.
Não durou muito tempo e Emílio vendeu tudo o que tinha e
decidiu-se mudar para uma região chamada Americana, para
trabalhar em uma revenda da Chevrolet.
Trabalhou nesta revenda até 1929, quando uma crise
mundial afetou a todos e o salário de Emílio iria diminuir na
revenda. Neste momento, Emílio viu que seria um peso para a
revenda e pediu demissão. Era hora de seguir seu caminho como
21
__________________________________________________________
empreendedor, mas não ali, em Americana, pois não queria
atrapalhar os negócios da revendedora em que trabalhava.
Em 1929, alugou um barracão na rua General Osório, 510,
onde atuou por alguns anos, até adquirir o imóvel na rua Santa
Bárbara onde era a Garage Santa Bárbara Emílio Romi. Era ali o
início de um grande sucesso.
Garage Santa Bárbara
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
Em 1930, já tinha 4 funcionários, além de Chiti, e a oficina
estava indo muito bem, pois Emílio já era conhecido e vinha
clientes de todos as regiões. Em 1933, montou uma seção de
carpintaria e serralheria a frio. Após a instalação da fundição, em
1934 inicia a produção de implementos agrícolas.
Emílio fazia muita propaganda dos seus equipamentos
agrícolas, não só em Santa Bárbara, mas também em Minas
Gerais até o norte do Paraná, publicidade em jornais e rádios.
22
__________________________________________________________
Logo a empresa e Santa Bárbara ficaram conhecidas
nacionalmente e a cidade se desenvolveu depressa, pois atraiu
muitas pessoas. Nesta época, a empresa se chamava Máquinas
Agrícolas Romi Ltda. e Emílio tinham 120 funcionários.
Máquinas agrícolas Romi
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
Em 1940, houve uma forte crise devido à Segunda Guerra
Mundial. Foi quando Carlos Chiti deu a ideia de fabricar tornos,
pois como havia guerra na Europa, as máquinas não estavam
sendo importadas para o Brasil e quem tinha um torno não
conseguia dar conta de tantos serviços. Decidiram, então,
arriscar-se nesta ideia e foram aprender a fabricar torno. Depois
de muita dedicação, desmontagem e verificação minuciosa de
cada peça, conseguiram chegar no seu primeiro torno. Era 10 de
abril de 1941, uma quinta-feira.
23
__________________________________________________________
Primeiros tornos
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
Foi um sucesso de vendas e logo, em 29 de junho de 1943,
comemoravam a produção do milésimo torno, coincidentemente
no mesmo dia do aniversário de Emílio.
Como Emílio se preocupava com seus funcionários que, na
sua maioria, não sabiam ler e escrever, em 1944 instalou na Romi
a primeira escola e, logo em seguida, introduziu nas matérias o
desenho mecânico.
Em 1945, quando a guerra acabou na Europa, o
governador da época liberou as importações para o Brasil, e assim
vieram máquinas de última geração, competindo com a indústria
brasileira. Nesta mesma época, Chiti leu em uma revista que
haveria um leilão de um lote de máquinas-ferramentas novas na
cidade de Nova Jersey, que era excedente devido à guerra e tudo
a um décimo do valor de mercado. E, após uma reunião de família,
todos aprovaram investir nesta oportunidade. Chiti foi aos bancos
24
__________________________________________________________
para levantar um capital e, em seguida, viajaram para comprar as
máquinas. Arremataram 200 máquinas de ponta para venderem
no Brasil e manterem a competitividade.
Percebera, então, que visitas em eventos e feiras de
lançamentos de máquinas mundo afora eram necessárias para
manter a competitividade da empresa no Brasil. Logo, em 1947,
criaram-se os departamentos de projeto, desenho, engenharia de
produção, qualidade, entre outros.
Com mais crise e, desta vez, cambial, a produção caiu para
500 tornos ao ano. Tentaram fabricar teares, mas não tiveram
sucesso. Então, Emílio teve a ideia de produzir tratores, visto que
na época o trabalho no campo com a agricultura ainda era muito
manual. Fez uma pesquisa e viu que não tinha mais de 11 mil em
todo país. Logo, em 1948, começa a ser fabricado o primeiro trator
de concepção nacional, o Toro, cujo nome era a junção dos nomes
Toselo, que foi quem ajudou a desenvolver o projeto do trator, e
Romi.
Toro - Primeiro trator
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
25
__________________________________________________________
Para incentivar as vendas dos tratores aos agricultores,
Emílio reuniu-se com o Ministro da Agricultura, pedindo-lhe que
ajudasse no financiamento ao agricultor, com prazos e juros
razoáveis. Não teve sucesso, pois o ministro não concordou com
os argumentos de Emílio e, consequentemente, a produção dos
tratores não teve continuidade.
Há algum tempo, Chiti e Emílio vinham pensando em
fabricar um carro que fosse econômico e barato, então Chiti viu
em uma revista o lançamento de um carro, o Isetta, fabricado por
Iso Rivolta, do jeito que eles imaginavam. Então, em junho de
1955, os dois aventureiros embarcaram para a Europa. Na
viagem, Emílio passou mal e descobriu que tinha sofrido um
pequeno enfarte. Chiti, então, foi negociar com a Iso e conseguiu
a concessão para produzir o carro no Brasil. Em breve começaria
a produção. Foi em 30 de junho de 1956, que Emílio, junto com
Olímpia, entrou no carro, deu partida e rodou pelo pavilhão.
Lançamento do Romi-Isetta
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
26
__________________________________________________________
O lançamento oficial do Romi-Isetta aconteceu em 5 de
setembro de 1956, com um desfile, pelas principais ruas e
avenidas de São Paulo, dos primeiros 16 carros de passeio
produzidos no Brasil.
Após anos de produção, os veículos não tinham mais
incentivos fiscais, cambiais e financeiros. Decidiram, então, voltar
a atenção na fabricação das máquinas. No dia 15 de março de
1959, Emílio não se sente bem, é levado ao médico e, às 3h de
um domingo, é anunciado à família seu falecimento.
Em 1962, a razão social da empresa mudou para Indústrias
Romi S.A. A Romi detém um grande número de patentes de
invenções e investe anualmente cerca de 4% de sua receita anual
líquida consolidada em pesquisa e desenvolvimento. Está
presente nas principais capitais e polos industriais, oferecendo
soluções altamente tecnológicas, serviços de engenharia pré e
pós-vendas, assistência técnica e peças de reposição. Presente
no mercado externo, comercializa seus produtos em todos os
continentes, com subsidiárias nos Estados Unidos, na Itália, na
Alemanha, na Inglaterra, na Espanha, na França e no México.
27
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FUNDAÇÃO ROMI
Foi instituída em 29 de junho de 1956, com objetivo de
cuidar da saúde e lazer dos funcionários da Indústria Romi e
contribuir para a formação profissional dos jovens da comunidade
para o trabalho.
Em 29 de junho de 1957, foi criada a Fundação Romi pelo
Comendador Américo Emílio Romi e sua esposa, Olímpia Gelli
Romi, para dar assistência médica, recreativa e educacional a
todos os funcionários e seus dependentes da Indústrias Romi S.A.
Em 25 de fevereiro de 1958, o casal Emílio e Olímpia
inaugurou o Centro de Aprendizagem Industrial para formação de
mão de obra especializada, que tinha como denominação
“Fundação Romi – Curso de Aprendizagem SENAI”, que seguia
aos padrões de organização e de ensino do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial, uma grandiosa instituição planejada e
mantida pelas classes patronais da indústria do país.
Os cursos teóricos compreendiam o estudo de português,
matemática, desenho técnico e ciências físicas e naturais. Os
práticos constavam de aprendizado de ajustagem e tornearia, com
projeto de ampliar a formação quando funcionassem em prédio
próprio, uma vez que as aulas ocorreriam, em princípio, em prédio
anexo às Indústrias Romi, na entrada para a Vila Romi. Também
estava prevista uma parte recreativa e esportiva para os alunos e
contaria com os serviços de um Assistente Social. A Fundação
Romi tem como missão Promover o Desenvolvimento Social e
Humano através da Educação e Cultura.
28
__________________________________________________________
Inauguração do Centro de Aprendizagem Industrial
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
A Fundação planeja e opera seus próprios projetos em
uma perspectiva de médio e longo prazo, tendo como foco o
desenvolvimento social da comunidade onde atua, a preocupação
de influenciar as políticas públicas, desenvolvendo tecnologia
educacional e social aplicável a outras instituições.
Por duas vezes foi merecedora do Prêmio ECO, conferido
pela Câmara Americana de Comércio (AMCHAM): em 1982, por
sua atuação na área educacional e, em 1987, na área de cultura.
29
__________________________________________________________
Primeiro Prédio Centro de Aprendizagem Industrial
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
Sua atuação, hoje, tem como população alvo a infância e
a adolescência de Santa Bárbara d’Oeste e região. As atividades
educacionais desenvolvidas pela Fundação Romi, nestes seus
mais de 60 anos, evidenciam a preocupação que Emílio Romi
dedicou à educação. De 1958 a 2008, cursos profissionalizantes,
em parceria com o SENAI-SP e o Governo de SP, através da
Secretaria de Educação, nas mais diversas modalidades,
formaram mais de 30 mil alunos e profissionais para a indústria,
incluindo a Formação de Formadores, com o CTPA – Centro
Técnico de Apoio à Formação de Formadores, em parceria com o
SENAI-SP, Indústrias Romi, Fundação Vitae e CEFET-PR e
Unimep. A partir de 1993, a Fundação Romi cria o NEI – Núcleo
de Educação Integrada, onde passou a desenvolver Programa de
Educação Integrada para a formação de alunos do Ensino
Fundamental em complemento à escola pública. Durante 20 anos,
de 1993 a 2013, a Fundação Romi manteve um projeto em horário
contrário à escola, com dois anos de duração, atendendo alunos
30
__________________________________________________________
de 7ª e 8ª séries do ensino público (hoje 8º e 9º anos), pelo qual
passaram mais de 3 mil estudantes, gratuitamente.
A partir de 1999, a Fundação evoluiu para uma instituição
de investimento social privado, voltando-se, exclusivamente, para
ações de Educação e Cultura.
A partir de 2014, o NEI se transforma numa escola de
educação regular em tempo integral, atendendo, inicialmente, 240
estudantes do Ensino Fundamental II e 120 alunos da Educação
Infantil, tendo na educação infantil a parceria da Prefeitura
Municipal de Santa Bárbara d’Oeste.
A partir de 2019, mais uma vez a Fundação Romi
expandirá a sua atuação na educação, passará a atender o ciclo
completo da Educação Básica, do Infantil, Fundamental I e II e o
Ensino Médio, passando a oferecer 800 vagas para esses cursos.
31
__________________________________________________________
CENTRO TÉCNICO E PEDAGÓGICO DE APOIO À
FORMAÇÃO DE FORMADORES – CTPA
Em maio de 1995, foi inaugurado oficialmente o CTPA
(Centro Técnico e Pedagógico de Apoio à Formação de
Formadores), local para formação e capacitação pedagógica de
docentes técnicos do Brasil e América Latina, resultado do
convênio com SENAI - São Paulo, a Fundação Romi, Indústrias
Romi, Fundação Vitae, CEFET-PR e o MEC.
CTPA
Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
Após o discurso das autoridades e do descerramento da
placa, os convidados seguiram para a oficina do CTPA, onde, na
época, o Ministro da Educação Paulo Renato Costa Souza,
juntamente com Carlos Eduardo Moreira Ferreira, Presidente da
FIESP, acionaram o botão de comando das máquinas para o início
oficial das operações na Instituição.
O CTPA se localizava na Avenida João Ometto, Nº118,
Jardim Panambi.
32
__________________________________________________________
ESCOLA SENAI “Alvares Romi”
Prédio Atual - SENAI "Alvares Romi"
A Escola SENAI “Alvares Romi” foi inaugura em 26 de
junho de 2008 e conta com uma área total de 17623,49m2
; área
construída de 4666,24m2
; 07 salas de aula e tecnologia, 07
oficinas e 15 laboratórios.
As principais áreas tecnológicas de atuação são Automação,
Eletroeletrônica, Logística, Mecânica, Metalurgia, Plástico,
Segurança do Trabalho, Tecnologia da Informação e Vestuário.
Em 2009, o Curso Técnico de Processos de Usinagem, por
orientação do catálogo Nacional do MEC, passou a ser
denominado Técnico de Fabricação Mecânica.
Em 2012 iniciou a primeira turma do Curso Técnico de
Informática para atender às necessidades levantadas pela
Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia de Informação
e Comunicação (Brasscom) e à demanda das empresas de nossa
área de atendimento.
33
__________________________________________________________
Em janeiro de 2014, passou a desenvolver o Curso de
Aprendizagem Industrial Costureiro Industrial, para atender às
empresas Kapton Confecções Ltda. e Vironda Confecções Ltda.
Neste mesmo ano, no primeiro semestre, foi lançado o curso NR
12 – Sistemas e Dispositivos Elétricos de Segurança Aplicados às
Máquinas e Equipamentos, curso pioneiro entre as escolas SENAI
de todo Brasil.
Em 2015, a Escola, atenta ao cenário industrial mundial,
iniciou trabalhos para a construção dos produtos educacionais
voltados à Indústria 4.0, que se trata de uma nova revolução
industrial que envolve a comunicação entre máquinas, cujo
objetivo consiste em nortear essa indústria nascente para
processar o intercâmbio operacional (conhecida como Internet das
Coisas); consolidar a existência de um modelo virtual e de
modelos de simulação para todos os processos e sistemas da
“fábrica inteligente”; tratar as ocorrências em tempo real
(envolvendo capacidade de tomar decisões de forma imediata);
adotar as práticas flexíveis de gestão para adaptar a fábrica
inteligente às demandas atuais.
34
__________________________________________________________
Em 2016, realizou, na modalidade a Distância, o Curso de
Aprendizagem Industrial Assistente Administrativo, para atender à
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. (Parceria com
a Escola SENAI de Jaguariúna – CFP 5.13). No mesmo ano, no
segundo semestre, foi autorizada a ofertar na Formação Inicial e
Continuada (FIC), na modalidade Especialização Profissional, o
Curso Pós Técnico Manufatura em Máquina Comando Numérico
Computadorizado (CNC).
Em 2017, a partir de janeiro, a Escola passou a desenvolver
mais uma turma do Curso de Aprendizagem Industrial - Costureiro
Industrial, para atender à empresa Zaraplast S.A.. Ainda, em
2017, desenvolveu o Curso de Aprendizagem Industrial Eletricista
de Manutenção Eletroeletrônica, em substituição ao Curso de
Aprendizagem Industrial Eletricista de Manutenção. Cabe
destacar que faz parte do seu projeto pedagógico a disseminação
de novas tecnologias para as indústrias e para a concretização
dessa pauta, desenvolvendo atividades em que, através de
workshops, palestras, seminários e exposições, apresentam as
novas tecnologias presentes no mercado. No evento participam
alunos, ex-alunos, docentes, funcionários de empresas e
comunidade em geral.
Em 2018, teve início o curso de Qualificação Profissional
Robotista, premiado no Edital de Proposição de Cursos do SENAI-
SP, curso alinhado às demandas da nova indústria.
Neste mesmo ano, a Escola firmou parceria com a
Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, projeto junto à
Faculdade de Engenharia Mecânica – FEM, por meio do Programa
35
__________________________________________________________
SENAI de Apoio à Pesquisa, no qual um aluno mestrando do curso
de Engenharia de Automação desenvolve, nas oficinas da unidade
e com o apoio da nossa Equipe Técnica, sua tese de mestrado,
com foco na Industria 4.0.
Em 2018, uma agenda especial marcou a comemoração dos
60 anos. Além das ações comemorativas, a Escola busca integrar-
se ao novo cenário do desenvolvimento tecnológico, alinhando-se
às demandas da nova Indústria 4.0, formar novos profissionais
alinhados com este novo momento com foco no presente e no
futuro. Para marcar todas as ações deste ano, foram
desenvolvidas várias ações.
Logomarca em comemoração aos 60 anos:
Troféu personalizado utilizado durante o ano em homenagens
e eventos:
36
__________________________________________________________
Dia do encontro - O evento aconteceu no dia 26 de maio,
trazendo ex-alunos e funcionários para se reencontrarem.
Alguns dos homenageados do dia:
Moção de aplausos - No dia 12 de junho, aconteceu a entrega
da Moção de Aplausos na Câmara Municipal de Santa Bárbara
d’Oeste em comemoração aos 60 anos do SENAI na cidade.
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__________________________________________________________
Painel da Linha do Tempo - Após a reforma realizada na
recepção da Escola, desenvolvemos uma linha do tempo que
conta a história desde a fundação de Santa Bárbara d’Oeste até
os dias atuais.
Aniversário 10 anos - No dia do aniversário de 10 anos do novo
prédio, em 26 de junho de 2018, fizemos uma comemoração à
data. Estavam presentes ex-alunos, ex-funcionários, funcionários
e representantes de empresas.
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__________________________________________________________
Biblioteca - Com uma nova visão de biblioteca, mudamos o
conceito deste ambiente para Núcleo de Informação e
Conhecimento – NIC. Os alunos encontram um ambiente
descontraído com televisão, wifi, jogos, puffs, violão e um grande
painel para aguçar a inovação e criatividade.
39
__________________________________________________________
Curso de Robotista – Desenvolvido com o intuito de
atender às novas demandas do mercado.
Escola Móvel de Nanotecnologia – Os alunos conheceram
como manipular instrumentos e analisar nanomateriais em
produtos industrializados.
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__________________________________________________________
Indústria 4.0 – Na modalidade EAD, o SENAI-SP desenvolveu o
curso voltado para a indústria 4.0, que é o novo modelo que as
empresas de ponta deverão adotar para se manterem no
mercado, sendo que todos os alunos tiveram a oportunidade de
realizar o curso.
Sala de Convivência - Proporcionando mais conforto e
qualidade de vida para os funcionários.
41
__________________________________________________________
Diretores desta nova Escola:
Prof. Claudio Rafael Teti – Foi Diretor
do SENAI, na cidade de Santa
Bárbara d’Oeste, iniciando em 2005
até 2012.
Prof. João Ulysses Laudissi - Foi
Diretor do SENAI, na cidade de Santa
Bárbara d’Oeste, iniciando em 2012
até 2016.
Prof. Pedro Humberto Contieri Filho
Diretor do SENAI, na cidade de Santa
Bárbara d’Oeste desde de 7/11/2016.
42
__________________________________________________________
Anualmente, o SENAI desenvolve vários projetos e eventos,
visando à formação dos alunos e do desenvolvimento de novas
habilidades. A escola também fica aberta ao público para que a
comunidade conheça o trabalho desenvolvido com os alunos e
indústria.
A seguir, veremos algumas imagens que marcaram as
atividades e eventos desenvolvidos.
Inauguração do novo prédio
Fonte: Acervo da escola.
43
__________________________________________________________
Campanha de Arrecadação de Agasalho – AAPM
Fonte: Acervo da escola.
Campanha de Arrecadação de Brinquedos - AAPM
Fonte: Acervo da escola
44
__________________________________________________________
Tênis de Mesa
Fonte: Acervo da escola.
Campeonato de Futsal Feminino
Fonte: Acervo da escola
45
__________________________________________________________
Visita Técnica – Hyundai Piracicaba
Fonte: Acervo da escola.
Inova SENAI 2017 – Projeto Saca Ampolas
Fonte: Acervo da escola
46
__________________________________________________________
Oficina de Usinagem CNC
Fonte: Acervo da escola.
Oficina de Corte e Costura
Fonte: Acervo da escola.
47
__________________________________________________________
Oficina de Eletroeletrônica
Fonte: Acervo da escola.
Oficina de Solda
Fonte: Acervo da escola.
48
__________________________________________________________
Empilhadeira - NR11
Fonte: Acervo da escola.
Laboratório de Informática
Fonte: Acervo da escola.
49
__________________________________________________________
Laboratório de Automação
Fonte: Acervo da escola.
Oficina Mecânica Convencional
Fonte: Acervo da escola.
50
__________________________________________________________
BIOGRAFIAS
Margarida da Graça Martins
Fonte: Crônicas.
Dona Margarida da Graça Martins nasceu em 27 de
novembro de 1782, na cidade paulista de Santos. Era filha de
Manoel José da Graça e Anna Maria Cardosa. Casou-se aos 13
anos com José Paschoal de Lima, do qual ficou viúva três anos
após o casamento. Aos 26 anos, casou-se novamente com o
Sargento-Mor Francisco de Paula Martins, com o qual teve cinco
filhos: Ângela, Manoel, Ana Margarida, Maria e Belchior. Dona
Margarida da Graça Martins faleceu em 13 de julho de 1864, com
81 anos, e foi sepultada no Cemitério da Consolação, em São
Paulo.
51
__________________________________________________________
Américo Emílio Romi
Fonte: Fundação Romi.
Américo Emílio Romi foi um industrial brasileiro, nascido
em São José do Rio Pardo, SP, em 26 de junho de 1896, filho de
Policarpo Romi e Regina Seppia Romi. Emílio Romi foi fundador
das Indústrias Romi S.A., localizada no município de Santa
Bárbara d'Oeste, SP. A Companhia, que iniciou suas atividades
como oficina para automóveis, transformou-se na maior produtora
de máquinas-ferramenta e máquinas para processamento do
Brasil, além de importante produtor de fundidos. As Indústrias
Romi S.A. também produziram o primeiro trator brasileiro, o Toro,
e o primeiro carro de passeio fabricado no Brasil, o Romi-Isetta.
Faleceu em 15 de março de 1959.
52
__________________________________________________________
Alvares Romi
Fonte: acervo da Escola.
Alvares Romi nasceu em São Paulo, em 12 de abril de
1924. Foi o segundo filho do casal Américo Emílio Romi e Olímpia
Gelli Romi. Casou-se em 25 de abril de 1953 com a Sra. Flora
Sans Romi, com quem teve quatro filhos: Emilio, José Carlos,
Maria Pia e André. Como executivo, começou, em 1935, sendo
responsável pelo setor de almoxarifado da, então, Máquinas
Agrícolas Romi. Posteriormente, foi diretor administrativo e
membro do conselho de administração das Indústrias Romi S. A..
Como empresário, esteve intimamente ligado às atividades da
indústria de máquinas e equipamentos, fazendo parte da
administração do SINDIMAQ - Sindicato Nacional das Indústrias
de Máquinas, da ABIMAQ - Associação Brasileira das Indústrias
de Máquinas e da ABIFA - Associação Brasileira de Fundição. Foi
também um dos fundadores da TEBASA - Telefônica Barbarense
53
__________________________________________________________
S. A.. Como cidadão, teve participação ativa na construção do
Hospital Santa Bárbara. Foi presidente do Conselho da Irmandade
da Santa Casa de Misericórdia de Santa Bárbara d´Oeste, em
1977. Preocupado com a formação dos jovens, foi um dos maiores
incentivadores da construção do “campus” Santa Bárbara d´Oeste
da UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba, sendo o
patrono da 1a
Turma de Engenharia Mecânica formada nesse
campus, em 1982. Teve também grande importância no Ensino
Técnico. Paraninfo da primeira turma do Centro de Aprendizagem
Industrial Fundação Romi-Senai, em 1959, e do Curso Técnico da
Eletrônica Industrial da Escola Estadual Comendador Emílio
Romi, em 1978. Na Fundação Romi, foi um constante promotor de
ações assistenciais. Membro do Conselho Deliberativo, esteve
sempre na liderança dessa instituição. Alvares Romi faleceu no
dia 31 de julho de 2002, de causa natural, em São Paulo.
54
__________________________________________________________
DEPOIMENTOS
Sr. Antonio Jarbas Fornazari
O Sr. Fornazari se formou, em 1953, no curso
de Torneiro Mecânico. Logo em seguida,
começou a trabalhar nas Indústrias Romi. Em
meados de 1957, em uma tarde, o
Comendador Américo Emílio Romi
surpreendeu o Sr. Fornazari dizendo que
queria montar uma escola dentro da Romi. De
imediato foi aceito e os trabalhos tiveram início. O Sr. Fornazari foi
um dos primeiros instrutores do SENAI em Santa Bárbara d’Oeste.
Iniciou suas atividades no ano de 1958, ano da inauguração da
Escola. Para o Sr. Fronazari, o SENAI representa o primeiro passo
para a aprendizagem, organização da vida pessoal e profissional
e o amor pelo trabalho. Na entrevista, deixou muito claro o amor
que ele tinha e ainda tem pelos alunos e o cuidado que tinha com
as máquinas. Falando da sua vida pessoal, o Sr. Fornazari teve
cinco filhos, e o fato de ter vivido por muito tempo na escola serviu
de grande exemplo para seus filhos, pois todos são graduados.
Um fato marcante foi que na formatura da primeira turma o
paraninfo foi o patrono desta escola, o Sr. Alvares Romi, e para
presentear os formandos, o Sr. Alvares empregou todos. O Sr.
Fornazari formou muitos profissionais que viraram empresários ou
tiveram outras atuações de destaque.
55
__________________________________________________________
Sr. João Fernandes da Silva
Sr. João do SENAI, como é conhecido por
todos, iniciou suas atividades no SENAI,
trabalhando na preparação para o
funcionamento da escola, em 1958.
Iniciou sua carreira como auxiliar de limpeza.
Em 1963, passou para o quadro de
funcionários do SENAI como servente e, em
1971, iniciou uma nova atividade como zelador. Devido a um
temporal que danificou o prédio, o Sr. João foi transferido para o
SENAI de Sorocaba, onde trabalhou por mais seis anos, até ser
transferido para a Escola SENAI, na cidade de Americana, onde
se aposentou no ano de 1993. Neste tempo em que trabalhou no
SENAI, Sr. João teve a oportunidade de se qualificar na área da
elétrica, hidráulica, pintura e combate a incêndio. Um fato que
marcou sua carreira no SENAI foi o amor e dedicação que tinha
com o patrimônio da escola, ele orgulha-se em dizer que, ao ser
transferido para outra escola, deixou tudo muito bem organizado.
Além de todo trabalho desenvolvido na manutenção, o Sr. João
também dava conselhos para alguns alunos problemáticos, e após
uma boa conversa, estes alunos mudavam seu perfil e
melhoravam o comportamento, tornando-se bons alunos. O Sr.
João diz que o SENAI foi muito importante para sua vida em todo
os sentidos, pois teve oportunidade de estudar, ter uma vida
melhor e mais confortável.
56
__________________________________________________________
Sr. Antonio Carlos Guassi
Aos 13 anos, o Sr. Antonio Carlos Guassi
trabalhava em uma fábrica de farinha e, à
noite, estudava na Escola do Comércio que
era voltada para a área fiscal e
administrativa. O colega, Adilson Pereira,
disse que, no dia seguinte, encerrar-se-iam
as inscrições para fazer o exame para
entrar no SENAI. Na mesma hora, o Sr. Antonio Carlos Guassi foi
à própria Romi com seu colega Adilson para fazer sua inscrição,
mas ele não podia se inscrever, pois tinha que ter, no mínimo, 14
anos. Como restavam poucas vagas para terminar as inscrições,
a atendente achou que ele não passaria na prova, então permitiu
que ele se inscrevesse. A surpresa foi que o Sr. Antonio Carlos
Guassi passou em 1º lugar no processo seletivo do qual
participou. O Sr. Antonio Carlos Guassi fez parte da 1ª turma do
SENAI em Santa Bárbara d’Oeste. Começou o curso de Torneiro
Mecânico no início de 1958 e formou-se em dezembro de 1959.
Na sua formatura, havia 54 alunos, sendo 20 torneiros e 34
ferramenteiros. Em 04 de janeiro de 1960, todos os 54 formandos
começaram a trabalhar na Romi. Alguns dos professores que
marcaram sua formação foram o prof. Orlando Couto, o prof. João
Batista, conhecido como “pica fumo”, o prof. Carlos Barbieri, o
prof. Lolo Fornasari, o prof. Henrique Achenberg e Azelino
Marcanzoli. Além de trabalhar em várias multinacionais como
Romi e Bosch, viajar para outros países a trabalho como
Alemanha, ele também foi empresário. Segundo o Sr. Antonio
57
__________________________________________________________
Carlos Guassi, a importância do SENAI na vida foi que com a sua
formação, ele rapidamente conseguiu seu primeiro emprego e se
tornou empresário. Desenvolveu sua vida pessoal a partir do curso
que fez no SENAI, pois abriram-se várias portas e possibilidades
para uma vida mais confortável, conseguiu criar seus filhos, sendo
todos graduados e um deles trabalha no SENAI, que é o prof. João
Carlos Guassi, do curso Técnico em Informática. “Foi uma bênção,
foi a base, o ponto de partida para a vida, não saberia dizer o que
seria da minha vida em Santa Bárbara se não tivesse estudado no
SENAI”. Um fato marcante foi que o próprio Comendador Américo
Emílio Romi convidou o pai do Sr. Antonio Carlos Guassi que se
chamava Carlos Guassi, para trabalhar na Romi. Durante a
conversa, o Comendador perguntou se o Sr. Carlos havia tomado
café e, como a resposta foi negativa, o Comendador levou-o para
tomar café em sua própria casa. Quando estavam tomando o café,
o Comendador falou que ele poderia trazer toda sua família para
morar em Santa Bárbara d’Oeste e que eles iriam trabalhar na
Romi.
Sr. Artemio Giusti
Antes de 1958, os jovens que pretendiam ter
formação profissional necessitavam viajar
para Piracicaba ou Campinas. Lembro-me
com carinhos dos colegas da época, Carlos
Barbieri Filho; Azelino Marcanzoli; Antonio
Jarbas Fornazari; Marcelino Dandão; José
Gonsalves; Reinaldo Tordin. Na época, o
58
__________________________________________________________
ensino era supervisionado duas vezes por semestre pelo SENAI
através de “inspetores” vindos de Campinas-SP, Sr. Meneses e o
Sr. Paulo. Na década de 1970, grandes transformações ocorreram
devido à necessidade de um novo perfil profissional. Em meados
de 1980, devido a um forte temporal que resultou na queda do teto
do grande prédio, a maior parte dos alunos foi concluir o curso na
escola “Prof. João Baptista Salles da Silva”, em Americana, e duas
turmas concluíram em uma oficina improvisada no salão social
que ficava numa parte da construção que não sofreu danos pelo
temporal. Um fato marcante, foi que a origem do Mascote Garnizé
se deu quando o instrutor Marcelino Dandão trouxe para a escola
um casal de galinha da espécie Garnizé.
De vez em quando, a galinha
desaparecia, e quando retornava, vinha
acompanhada de vários pintinhos. Os
alunos respeitavam essa companhia, era
frequente encontrar ovos nos cestos de
lixo das salas de aula. Quando foi
formada a fanfarra da escola, o Instrutor Fabreti pintou a figura do
galo nos bumbos e surdos da referida fanfarra, então o galo
passou a ser
conhecido como o mascote da escola, sendo atribuído também
“Garnizé” para o jornalzinho da escola. Uma outra boa lembrança
é que o leite servido na época era feito por um torcedor ferrenho
do Corinthians. Quando seu time perdia o jogo nos domingos, os
alunos, na segunda de manhã, já comentavam: “é hoje que o leite
queima”. De fato, coincidência ou não, era só o time perder para o
59
__________________________________________________________
leite ficar com gosto de amendoim queimado. Falando desse leite,
era uma bênção, sendo a primeira refeição dos alunos, distribuído
gratuitamente e diariamente pela manhã e à tarde, juntamente
com um pão. “Quebrou um, traz dois” – era o lema estipulado pelo
saudoso Lupércio, copeiro na época. Às vezes, em brincadeiras,
os alunos acabavam quebrando copos, então logo se ouvia “não
quero nem saber, quebrou um, traz dois”.
Luiz Claudio Batista Nogueira
Paulo Luiz Tunussi
Mauricio Jorge de Oliveira
Alécio Modenese Júnior
Os amigos Nogueira, Tunussi, Oliveira e Modenese se
conheceram ao entrar no SENAI em agosto de 1973. Iniciava-se
ali a 15ª turma do curso de Mecânica Geral e Ajustagem. Os
estudantes ganhavam do SENAI um copo de leite com café e um
pão na hora do intervalo. De forma geral, o que mais motivou o
grupo a estudar no SENAI foi que eles sabiam que seriam
contratados pela Romi ou indústrias da época que precisavam de
mão de obra assim que terminassem o curso. Outro motivo é que
tinham a referência de outras pessoas que estudaram no SENAI
e sabiam que, fazendo o curso, teriam a chance de ter uma vida
melhor. “Não sabemos de ninguém da turma que escolheu um
caminho ilícito, e acreditamos que o SENAI foi fundamental para
60
__________________________________________________________
isso”. Nesta época, havia a fanfarra da qual todos os alunos
tinham que participar, mesmo que não tocassem um instrumento
musical, pois fazia parte da proposta educacional da época e
“...era uma honra estudar no SENAI, e nem todos conseguiam
entrar”, então fazíamos tudo que fosse preciso. Um dos “causos”
marcantes foi que na época tinha enfermeira nas escolas e, em
um dos exames periódicos em que deveriam ser coletadas urina
e fezes, um dos alunos que vamos chamar de “João” não levou
sua “amostra” e um colega, que vamos chamar de “José”, muito
solicito, se ofereceu para ajudar. Então, José foi ao banheiro e
colheu a amostra no lugar de João. Desta forma, José não levaria
uma bronca e os pais não seriam chamados no SENAI. Quando o
resultado chegou, dois colegas da turma foram diagnosticados
com verme, e foram exatamente os que fizeram a trapalhada das
amostras. O resultado foi que um deles não precisava tomar
remédio, mas teve que tomar para que a enfermeira não
descobrisse que aquela amostra não era dele. E foi assim até o
final, todos os alunos da sala sabiam, mas ninguém contou para
os professores. Através da entrevista ficou claro que, ao fazer o
curso, todos tiveram uma carreira progressiva e boas
oportunidades.
61
__________________________________________________________
José Carlos Bratfich Júnior
A trajetória profissional desde minha
adolescência tem como protagonista essa
instituição de renome mundial que é o
“Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial”. Inicialmente, como aluno e, hoje,
como integrante do quadro docente.
Participei da pré-seleção, passei em
primeiro lugar na classificação geral. Nas primeiras aulas tive um
choque agradável. Limites, organização, respeito. Tudo aquilo
com que eu sonhava e muito mais em uma instituição
profissionalizante. Fiz amigos para a vida inteira, foi uma época
intensa. Eu tinha a mania de girar o caderno, acabei ensinando os
colegas e um dia estávamos no corredor esperando o professor
chegar para a aula e todos estavam girando o caderno, menos eu.
O diretor deu “aquela” bronca e fiquei quietinho lá, fazendo cara
de inocente. Mal sabia ele... A formatura foi um evento marcante
no próprio refeitório da escola. Tinha uma surpresa para minha
família, já sabia que seria chamado para receber o prêmio
“Engenheiro Roberto Mange”, mas eles não. Os anos se
passaram, terminei o SENAI, fiz outros cursos e trabalhei nas
áreas de elétrica, assistência técnica e projetos eletrônicos,
lecionei em outra instituição. Até que, no início de 2009, fiquei
sabendo que estava aberto o processo seletivo para instrutores de
elétrica para a escola “Alvares Romi”. Seria minha grande
oportunidade de realizar outro sonho: o de ser professor na
instituição que marcou minha vida profissional. Passei em terceiro
62
__________________________________________________________
lugar. Meses depois, recebi a ligação da equipe de Recursos
Humanos convidando-me para assumir a vaga em Piracicaba ou
Santa Bárbara. Pude escolher e, pela distância de casa, optei por
aqui. Dia 9 de novembro de 2009 ministrei minha primeira aula
como funcionário dessa escola. Desde então já são 9 anos, muitos
alunos formados. Enfim, ser SENAI é ser intenso. É aprender
todos os dias, é criar laços de amizade para toda a vida, é ser
profissional reconhecido e respeitado e é muito gratificante ser
parte ativa dessa história de sucesso.
Jeferson Renato Passarinho
Jeferson iniciou no SENAI em Santa
Bárbara d’Oeste, em 2011, no curso de
Mecânico de Usinagem, e concluiu em
dezembro de 2012. Em 2013, iniciou mais
um curso, e desta vez foi o de Técnico em
Fabricação Mecânica e, simultaneamente,
ele começou a fazer ensino superior em
Engenharia Mecânica, curso este que será concluído em
dezembro de 2018. O que levou Jeferson a estudar no SENAI foi
a indicação de um amigo que se chama Luiz Henrique. Seu
primeiro estágio foi através do curso técnico em Fabricação
Mecânica feito no SENAI. Em seguida, foi trabalhar nas Indústrias
Romi S.A. na área de inspeção da qualidade. Hoje, por conta da
sua qualificação adquirida no SENAI e no curso superior, ele está
trabalhando em um laboratório de metrologia, na área de
preparação de amostras metalograficas, além de realizar alguns
63
__________________________________________________________
ensaios laboratoriais. Para o futuro, Jefferson está planejando
fazer uma Pós-Graduação em Materiais e um técnico em
Metalurgia. O SENAI teve um papel fundamental na sua vida e foi
a base de tudo, mostrou o caminho e uma perspectiva de futuro
melhor e ele, com esforço e dedicação, continuou a se
especializar. Um fato marcante, além do conhecimento adquirido,
foi a disciplina que o SENAI passou para ele, pois no momento de
sair da sala de aula, se a professora ouvisse barulho de cadeira
arrastando, todos teriam que se sentar e se levantar novamente,
até que não se ouvisse nenhum barulho.
64
__________________________________________________________
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, Ignacio de Loyola. Oficina dos sonhos:
Américo Emílio Romi, aventuras de um pioneiro. São Paulo:
DBA, 2008.
CEDOC. Disponível em: <http://cdoc.fundacaoromi.org.br/>.
Acesso em: 15 jan. 2018.
JORNAL D’OESTE. “Inauguração do Curso SENAI”. Ano 9,
número 440, 2 de Março de 1958, p.1.
PINTO, Tales Dos Santos. "O que é sesmaria?"; Brasil
Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/o-que-
e/historia/o-que-e-sesmaria.htm>. Acesso em 14 de
fevereiro de 2018.
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ÁLBUM
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SENAI 60 ANOS - SANTA BÁRBARA D'OESTE

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SENAI 60 ANOS - SANTA BÁRBARA D'OESTE

  • 1.
  • 3. Edição comemorativa. Primeira impressão – Novembro de 2018. Coordenação Geral Pedro Humberto Contieri Filho Pesquisa e Montagem Marcelo de Almeida Leite Equipe de Revisão Antonio Carlos Angolini Marco Antonio Fuzatto Ofélia Donadella De Mitri Sandra Edilene de Souza Barboza – Capítulo: Fundação Romi e CTPA. Vainer João Penatti – Capítulo: Fundação Romi e CTPA. Capa Teresinha Amaral SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Escola SENAI “Alvares Romi” Rua Vereador Sérgio Leopoldino Alves, 500 – Cidade Industrial - Santa Bárbara d’Oeste – SP CEP 13456-166 Telefone (19) 3499-1450 E-Mail senaisantabarbara@sp.senai.br Home page http://santabarbara.sp.senai.br
  • 4. APRESENTAÇÃO Esta Edição Comemorativa dos 60 Anos do SENAI, em Santa Bárbara d’Oeste, nasceu do desejo de criar e manter registros da trajetória de sucesso desta grande instituição de Formação Profissional, destaque no munícipio e em toda a região. Para que o fato principal fosse contado, tornou-se necessário relatar um pouco da história do município de Santa Bárbara d’Oeste que, coincidentemente, completa, neste ano, duzentos anos de fundação. Neste contexto, seria praticamente impossível falar do SENAI sem destacar a essencial contribuição das Indústrias Romi, em especial a família Romi, e seus idealizadores, homens visionários, Comendador Américo Emílio Romi e o Sr. Alvares Romi, hoje patrono da nossa Escola SENAI. Competência, seriedade, foco no aprender fazendo, a qualificação focada nas demandas das indústrias, formar mais que profissionais, formar cidadãos, atualização tecnológica, entre outras, são marcas determinantes do sucesso desta grande Escola SENAI, que sempre cresce e se consolida como importante agende de formação de mão de obra e transformação social. Os fatos também apresentados nesta edição mostram o nosso presente e como estamos nos preparando para os novos desafios tecnológicos e sociais que nos são imputados no futuro próximo e rápido, bem como o desenho desafiador de novo mundo que se descortina.
  • 5. Por fim, e não menos importante, mostramos as pessoas que nos ajudaram e nos ajudam a cumprir com o nosso principal desafio, contribuir para a construção de uma sociedade tecnológica e socialmente avançada, por meio da qualificação de profissionais e cidadãos conscientes de seu papel social, sempre em busca do bem comum e de um mundo mais justo, de oportunidades por meio do trabalho digno e honesto. Escola SENAI “Alvares Romi”, Santa Bárbara d’Oeste, orgulho para todos nós! Prof. Pedro Humberto Contieri Filho.
  • 6. DEDICATÓRIA Este trabalho é uma forma de homenagear todas as pessoas que se dedicaram à realização e manutenção do SENAI no município de Santa Bárbara d’Oeste. Todos, sem exceção, que ajudaram a escrever uma história de 60 anos de atuação ativa e progressiva do SENAI e dos 200 anos de Santa Bárbara d’Oeste, nosso muito obrigado!
  • 7.
  • 8. SUMÁRIO SANTA BÁRBARA D’OESTE...................................................... 9 FATOS MARCANTES............................................................... 10 O INÍCIO DAS INDÚSTRIAS ROMI S.A.................................... 17 FUNDAÇÃO ROMI ................................................................... 27 CENTRO TÉCNICO E PEDAGÓGICO DE APOIO À FORMAÇÃO DE FORMADORES – CTPA................................ 31 ESCOLA SENAI “Alvares Romi” ............................................... 32 BIOGRAFIAS............................................................................ 50 DEPOIMENTOS ....................................................................... 54 REFERÊNCIAS ........................................................................ 64 ÁLBUM ..................................................................................... 65
  • 9.
  • 10. 9 __________________________________________________________ SANTA BÁRBARA D’OESTE Vista Aérea Fonte: Prefeitura. As sesmarias de dona Margarida, de acordo com o historiador Antonio Bruno de Oliveira, foi adquirida por seu marido Francisco de Paula Martins em um leilão público em São Paulo. Dona Margarida, já viúva de seu segundo marido, vem para a região tomar posse destas terras em 1817. A fundação da cidade de Santa Bárbara se deu com a doação das terras para a construção de uma capela, a qual foi dedicada a Santa Bárbara, santa de devoção da fundadora. Dia 04 de dezembro de 1818, dia dedicado pela igreja católica a Santa Bárbara que passou a ser considerada a data de fundação da cidade. Este terreno, localizado no centro da cidade, foi a célula mãe em torno da qual surge um povoado conhecido como “Capela de Santa Bárbara”, mais tarde conhecida como Santa Bárbara dos Toledos, em
  • 11. 10 __________________________________________________________ seguida Santa Bárbara e, devido a existir muitas cidades no Brasil com nome de Santa Bárbara, o governo decretou alteração do nome para Canatiba no ano de 1943. Após muitas discussões em um plebiscito local, o governo aprovou o diferencial “d’Oeste”, passando, então, pelo Decreto – Lei Estadual nº 14.334, de 30 de novembro de 1944, o nome oficial de Santa Bárbara d’Oeste. Em 1821, dona Margarida e seus filhos já não residiam mais em Santa Bárbara, tendo voltado para Santos para cuidar do engenho “São Jorge dos Erasmos”, herdado de seus pais. FATOS MARCANTES Em 1866, Santa Bárbara recebe os primeiros imigrantes americanos. Em 15 de junho de 1869, pela Lei provincial nº2, foi criada a vila de Santa Bárbara, foi a emancipação política: Piracicaba emancipa Santa Bárbara. No mesmo mês, Santa Bárbara elege 7 vereadores, tendo como seu primeiro presidente o Tenente Antonio Theodoro de Oliveira e Souza e como membros: João Batista Lino, Cezário Cavalheiro Leite, Joaquim Benedito do Amaral, José Soares de Godoy, Joaquim Gonçalves Souza Martins e José Ferraz de Campos e instala sua primeira Câmara Municipal, com funções de legislativo e executivo, sendo eleitos. O tronco ferroviário partiu da cidade de São Paulo, passando pela região, inaugurando em 27 de agosto de 1875 a “Estação de Santa Bárbara", a 08 km do centro, em torno da qual surge uma vila que ficou conhecida como “Vila dos Americanos”, a atual cidade de Americana.
  • 12. 11 __________________________________________________________ Segunda Estação Ferroviária Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. Já, em 1876, foi construída, em Santa Bárbara, a primeira casa de tijolos pertencente a Jorge Buller, localizada na esquina das atuais Ruas 15 de Novembro e Floriano Peixoto. Em 1877, o major João Frederico Rehder compra do Barão de Tatuí a fazenda São Pedro e inicia o plantio de cana de açúcar, instalando, em 1883, o primeiro engenho, ampliando o seu maquinário em 1899. Engenho Rehder Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
  • 13. 12 __________________________________________________________ Em 1888, começou a circular o primeiro jornal de Santa Bárbara, "A Aurora", dirigido por Cândido Prado. Em 1891, foi instalado o primeiro telefone, ligando a casa do português Albino Picada, na esquina da Rua Santa Bárbara e Floriano Peixoto, à primeira Estação Férrea de Santa Bárbara. Em 1894, foi criado o primeiro Posto Policial, sendo seu primeiro Subdelegado o médico Robert Norris, imigrante americano. Fábrica de álcool Rehder, inaugurada em 1902 Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. Em 22 de fevereiro de 1913, foi constituído em São Paulo a "Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola de Santa Bárbara", sendo inaugurada oficialmente em 25 de julho de 1914, a nossa conhecida Usina Santa Bárbara.
  • 14. 13 __________________________________________________________ Cia de Estrada de Ferro e Agrícola de Santa Bárbara – “Usina Santa Bárbara” Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. Em 03 maio de 1915, teve a inauguração solene do serviço de força e luz de Santa Bárbara. Em 1916, começa a construção do ramal ferroviário, inaugurando a nossa segunda estação em 14 de julho 1917, conforme figura 3. Em 29 de julho de 1922, foi inaugurado o trecho ligando Santa Bárbara à cidade de Piracicaba. No mesmo ano, no dia 17 de novembro, foi instalado o Cartório de Registro Civil, tendo como primeiro escrivão Manuel Francisco da Graça Martins, filho da fundadora de Santa Bárbara, D.ª Margarida da Graça Martins. A primeira fábrica de tecidos de Santa Bárbara foi inaugurada em 1922, a Cia. Industrial de Santa Bárbara que, mais tarde, se transformaria na “Cia. Fiação e Tecelagem Santa Bárbara”. Assumiu a Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola de Santa Bárbara o Coronel Luiz Alves de Almeida. Em 29 de junho de 1930, foi fundada a Empresa Individual de Américo Emílio Romi.
  • 15. 14 __________________________________________________________ Em 29 de junho de 1934, começa a funcionar a fundição da empresa Garage Santa Bárbara, de Emílio Romi, e inicia a produção de implementos agrícolas. Em 12 de fevereiro de 1939, foi inaugurado o Cine Santa Rosa. Em abril de 1941, é lançado o primeiro torno da Indústria Romi. No dia 1º de janeiro de 1952, o Comendador Américo Emílio Romi toma posse como prefeito de Santa Bárbara d'Oeste. A rádio ZYR - 91 - Rádio Brasil de Santa Bárbara d'Oeste, situada à Rua XV de Novembro, nº 385, foi inaugurada no dia 18 de setembro de 1955. Em 30 de junho de 1956, às 11h30, foi acionado pelo Comendador Américo Emílio Romi e sua esposa Olímpia o primeiro automóvel fabricado no Brasil, o Romi-Isetta. O casal percorreu o pavilhão da linha de montagem no Romi-Isetta (nº 1). O lançamento oficial ocorreu no dia 05 de setembro deste ano, na capital de São Paulo.
  • 16. 15 __________________________________________________________ Desfile de lançamento pela rua Marquês de Itu Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. Em 25 de fevereiro de 1958, foi inaugurado o Centro de Aprendizagem Industrial, hoje com o nome de SENAI “Alvares Romi”. Em 15 de março de 1959, falece, em Santa Bárbara d'Oeste, o Comendador Américo Emílio Romi, um dos pioneiros da indústria brasileira. Em 11 de abril de 1959, foi inaugurada a fonte luminosa na praça Cel. Luiz Alves. Em 02 de fevereiro de 1960, é inaugurado o hospital Santa Bárbara. O SESI, em Santa Bárbara d’Oeste, iniciou suas atividades em 18 de março de 1962, com a inauguração da Escola. Em 27 de fevereiro de 1964, foi inaugurada a ACISB - Associação Comercial e Industrial de Santa Bárbara d’Oeste.
  • 17. 16 __________________________________________________________ Em 1968, a Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola de Santa Bárbara é vendida para grupo “Pedro Ometto” denominada Companhia Industrial e Agrícola de Santa Bárbara. Em 15 de agosto 1977, foi realizada a aula inaugural da Universidade Metodista de Piracicaba. Em 23 de fevereiro 1980, foi inaugurado o Campus Santa Bárbara da Universidade Metodista de Piracicaba. Em 04 de dezembro de 1980, foi inaugurada na Avenida Monte Castelo, nº1000, a nova Prefeitura Municipal “Edifício Benedito da Costa Machado”. É anunciada a desativação da Usina Santa Bárbara no dia 05 de dezembro de 1995. Em 1998, aconteceu o lançamento do empreendimento comercial Tivoli Shopping. No dia 26 de junho de 2008, foi inaugurada a Escola SENAI “Alvares Romi”, em Santa Bárbara d’Oeste. A partir deste contexto, a cidade de Santa Bárbara d’Oeste se desenvolveu cada vez mais com a chegada de várias empresas, escolas, infraestrutura, transporte, saúde, educação e lazer. Hoje, com uma população estimada em 200 mil habitantes, Santa Bárbara d’Oeste, definitivamente, ocupa seu espaço e assume o papel como uma das cidades que mais se destacam no Estado de São Paulo. A busca do crescimento sustentável, a preservação da história e a manutenção da qualidade de vida não são apenas objetivos, mas sínteses de uma realidade na qual estão inseridos seus cidadãos.
  • 18. 17 __________________________________________________________ O INÍCIO DAS INDÚSTRIAS ROMI S.A. Em 1895, o casal Policarpo e Regina veio para o Brasil e foi trabalhar em uma fazenda de café, em uma realidade que achou que seria bem diferente. Em 26 de junho de 1896, nasce Américo Emílio Romi, em São José do Rio Pardo. O nome foi em homenagem ao continente e a Américo Vespúcio, italiano cujo nome fora dado ao Novo Mundo. Os pais de Emílio trabalhavam muito e guardavam cada centavo que ganhavam, até que, em 1897, abriram um pequeno empório e, um tempo depois, uma oficina de pequenos reparos no centro de São José do Rio Pardo. Neste mesmo ano, começaram a construir uma ponte na cidade, que era a principal atração na qual Policarpo teve participação. Ponte construída em 1897 Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
  • 19. 18 __________________________________________________________ Em 1900, houve um surto de varíola e febre amarela que matou centenas de pessoas em São José do Rio Pardo. Foi quando os Romi se mudaram para a cidade de Casa Branca. Já na nova cidade, Policarpo começou a trabalhar como maquinista de trem da Mogiana. Trabalhou até 1906, quando perdeu seu emprego e, então, mudou-se para São Joaquim da Barra e abriu um novo empório. Alguns meses depois, retornaram para Casa Branca, pois havia vários empregos por conta da nova usina elétrica. Policarpo ouvia falar da região de Goiás, onde tudo era muito difícil de chegar, principalmente alimentos e utensílios, e decidiu ser fornecedor naquela região. Porém, Policarpo continuava a trabalhar como maquinista, mas devido às condições do trabalho sob sol e chuva e abastecendo a fornalha do trem a mais de 400 graus, contraiu uma bronquite asmática. Como não havia tratamento naquela época, em 1912, a família embarcou para Gênova. Emílio, então, encerra uma fase da sua vida no Brasil. Em 1914, Emílio vai morar com os tios em Milão e começa a estudar eletrotécnica e, em um dos trabalhos sobre atritos de deslizamentos, tirou nota máxima. Em 1915, a Itália entrou em guerra e Emílio foi convocado aos 19 anos. Sua posição na guerra em 1916 era de telegrafista de campanha e também consertava veículos e peças de artilharia, pois havia aprendido um pouco de mecânica com seu pai. Um pesquisador e professor que trabalhava ao lado de Emílio fez uma descoberta e pediu para ele avisar aos superiores, mas como o telefone ficava longe ele pegou
  • 20. 19 __________________________________________________________ uma moto e foi a toda velocidade. No caminho, em uma curva, perde o controle e sofre um acidente grave que o deixou desacordado por alguns dias. A enfermeira que estava cuidando dos seus ferimentos chamava-se Olímpia, e estava ali como voluntária, viúva e tendo um filho chamado Carlos Chiti. Emílio começou a conversar com ela e logo se viu apaixonado. Quando teve alta, ele se declarou a Olímpia e os dois casaram-se em 1917. Olímpia Gelli Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. A guerra na Itália acabou em 1919, foi quando Emílio, Olímpia e Carlos Chiti (Carleto) mudaram-se para Milão. Emílio trabalhava dobrado, pois, em 1920, nasce o primeiro filho do casal, Giordano. Nesta época, era muito perigoso onde moravam e Emílio tomou a decisão de se mudar para o Brasil depois de fazer um “pé de meia” que era onde eles guardavam o dinheiro. Foi
  • 21. 20 __________________________________________________________ então que, em 1923, vieram para o Brasil morar na capital paulista, na rua da Mooca, conhecida como reduto dos italianos. Emílio achou um salão na Consolação e resolveu se aventurar com manutenção de veículos. Logo percebeu que a maioria das lojas fechava no período da noite e que era quando o movimento aumentava, então começou a trabalhar também neste período e, desta forma, qualquer hora que um cliente chegasse tinha um mecânico para atender e, com isso, sua oficina começou a ganhar destaque. Em 1924, rebeldes ocuparam a cidade devido à censura e repressão da época e a região da Mooca foi dominada por revoltosos e a oficina de Emílio, que era bem localizada, foi requisitada pelas tropas governistas, então Emílio ficou em casa cuidando de sua esposa que estava doente. Ao término da revolução, sua oficina estava totalmente vazia e depredada e tudo havia sido saqueado. Mas como Olímpia era uma ótima administradora, ela tinha capital suficiente para abrir uma nova oficina, foi então que, em 1925, Emílio começa outra vez na rua Ipiranga, no centro de São Paulo. Não durou muito tempo e Emílio vendeu tudo o que tinha e decidiu-se mudar para uma região chamada Americana, para trabalhar em uma revenda da Chevrolet. Trabalhou nesta revenda até 1929, quando uma crise mundial afetou a todos e o salário de Emílio iria diminuir na revenda. Neste momento, Emílio viu que seria um peso para a revenda e pediu demissão. Era hora de seguir seu caminho como
  • 22. 21 __________________________________________________________ empreendedor, mas não ali, em Americana, pois não queria atrapalhar os negócios da revendedora em que trabalhava. Em 1929, alugou um barracão na rua General Osório, 510, onde atuou por alguns anos, até adquirir o imóvel na rua Santa Bárbara onde era a Garage Santa Bárbara Emílio Romi. Era ali o início de um grande sucesso. Garage Santa Bárbara Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. Em 1930, já tinha 4 funcionários, além de Chiti, e a oficina estava indo muito bem, pois Emílio já era conhecido e vinha clientes de todos as regiões. Em 1933, montou uma seção de carpintaria e serralheria a frio. Após a instalação da fundição, em 1934 inicia a produção de implementos agrícolas. Emílio fazia muita propaganda dos seus equipamentos agrícolas, não só em Santa Bárbara, mas também em Minas Gerais até o norte do Paraná, publicidade em jornais e rádios.
  • 23. 22 __________________________________________________________ Logo a empresa e Santa Bárbara ficaram conhecidas nacionalmente e a cidade se desenvolveu depressa, pois atraiu muitas pessoas. Nesta época, a empresa se chamava Máquinas Agrícolas Romi Ltda. e Emílio tinham 120 funcionários. Máquinas agrícolas Romi Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. Em 1940, houve uma forte crise devido à Segunda Guerra Mundial. Foi quando Carlos Chiti deu a ideia de fabricar tornos, pois como havia guerra na Europa, as máquinas não estavam sendo importadas para o Brasil e quem tinha um torno não conseguia dar conta de tantos serviços. Decidiram, então, arriscar-se nesta ideia e foram aprender a fabricar torno. Depois de muita dedicação, desmontagem e verificação minuciosa de cada peça, conseguiram chegar no seu primeiro torno. Era 10 de abril de 1941, uma quinta-feira.
  • 24. 23 __________________________________________________________ Primeiros tornos Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. Foi um sucesso de vendas e logo, em 29 de junho de 1943, comemoravam a produção do milésimo torno, coincidentemente no mesmo dia do aniversário de Emílio. Como Emílio se preocupava com seus funcionários que, na sua maioria, não sabiam ler e escrever, em 1944 instalou na Romi a primeira escola e, logo em seguida, introduziu nas matérias o desenho mecânico. Em 1945, quando a guerra acabou na Europa, o governador da época liberou as importações para o Brasil, e assim vieram máquinas de última geração, competindo com a indústria brasileira. Nesta mesma época, Chiti leu em uma revista que haveria um leilão de um lote de máquinas-ferramentas novas na cidade de Nova Jersey, que era excedente devido à guerra e tudo a um décimo do valor de mercado. E, após uma reunião de família, todos aprovaram investir nesta oportunidade. Chiti foi aos bancos
  • 25. 24 __________________________________________________________ para levantar um capital e, em seguida, viajaram para comprar as máquinas. Arremataram 200 máquinas de ponta para venderem no Brasil e manterem a competitividade. Percebera, então, que visitas em eventos e feiras de lançamentos de máquinas mundo afora eram necessárias para manter a competitividade da empresa no Brasil. Logo, em 1947, criaram-se os departamentos de projeto, desenho, engenharia de produção, qualidade, entre outros. Com mais crise e, desta vez, cambial, a produção caiu para 500 tornos ao ano. Tentaram fabricar teares, mas não tiveram sucesso. Então, Emílio teve a ideia de produzir tratores, visto que na época o trabalho no campo com a agricultura ainda era muito manual. Fez uma pesquisa e viu que não tinha mais de 11 mil em todo país. Logo, em 1948, começa a ser fabricado o primeiro trator de concepção nacional, o Toro, cujo nome era a junção dos nomes Toselo, que foi quem ajudou a desenvolver o projeto do trator, e Romi. Toro - Primeiro trator Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
  • 26. 25 __________________________________________________________ Para incentivar as vendas dos tratores aos agricultores, Emílio reuniu-se com o Ministro da Agricultura, pedindo-lhe que ajudasse no financiamento ao agricultor, com prazos e juros razoáveis. Não teve sucesso, pois o ministro não concordou com os argumentos de Emílio e, consequentemente, a produção dos tratores não teve continuidade. Há algum tempo, Chiti e Emílio vinham pensando em fabricar um carro que fosse econômico e barato, então Chiti viu em uma revista o lançamento de um carro, o Isetta, fabricado por Iso Rivolta, do jeito que eles imaginavam. Então, em junho de 1955, os dois aventureiros embarcaram para a Europa. Na viagem, Emílio passou mal e descobriu que tinha sofrido um pequeno enfarte. Chiti, então, foi negociar com a Iso e conseguiu a concessão para produzir o carro no Brasil. Em breve começaria a produção. Foi em 30 de junho de 1956, que Emílio, junto com Olímpia, entrou no carro, deu partida e rodou pelo pavilhão. Lançamento do Romi-Isetta Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi.
  • 27. 26 __________________________________________________________ O lançamento oficial do Romi-Isetta aconteceu em 5 de setembro de 1956, com um desfile, pelas principais ruas e avenidas de São Paulo, dos primeiros 16 carros de passeio produzidos no Brasil. Após anos de produção, os veículos não tinham mais incentivos fiscais, cambiais e financeiros. Decidiram, então, voltar a atenção na fabricação das máquinas. No dia 15 de março de 1959, Emílio não se sente bem, é levado ao médico e, às 3h de um domingo, é anunciado à família seu falecimento. Em 1962, a razão social da empresa mudou para Indústrias Romi S.A. A Romi detém um grande número de patentes de invenções e investe anualmente cerca de 4% de sua receita anual líquida consolidada em pesquisa e desenvolvimento. Está presente nas principais capitais e polos industriais, oferecendo soluções altamente tecnológicas, serviços de engenharia pré e pós-vendas, assistência técnica e peças de reposição. Presente no mercado externo, comercializa seus produtos em todos os continentes, com subsidiárias nos Estados Unidos, na Itália, na Alemanha, na Inglaterra, na Espanha, na França e no México.
  • 28. 27 __________________________________________________________ FUNDAÇÃO ROMI Foi instituída em 29 de junho de 1956, com objetivo de cuidar da saúde e lazer dos funcionários da Indústria Romi e contribuir para a formação profissional dos jovens da comunidade para o trabalho. Em 29 de junho de 1957, foi criada a Fundação Romi pelo Comendador Américo Emílio Romi e sua esposa, Olímpia Gelli Romi, para dar assistência médica, recreativa e educacional a todos os funcionários e seus dependentes da Indústrias Romi S.A. Em 25 de fevereiro de 1958, o casal Emílio e Olímpia inaugurou o Centro de Aprendizagem Industrial para formação de mão de obra especializada, que tinha como denominação “Fundação Romi – Curso de Aprendizagem SENAI”, que seguia aos padrões de organização e de ensino do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, uma grandiosa instituição planejada e mantida pelas classes patronais da indústria do país. Os cursos teóricos compreendiam o estudo de português, matemática, desenho técnico e ciências físicas e naturais. Os práticos constavam de aprendizado de ajustagem e tornearia, com projeto de ampliar a formação quando funcionassem em prédio próprio, uma vez que as aulas ocorreriam, em princípio, em prédio anexo às Indústrias Romi, na entrada para a Vila Romi. Também estava prevista uma parte recreativa e esportiva para os alunos e contaria com os serviços de um Assistente Social. A Fundação Romi tem como missão Promover o Desenvolvimento Social e Humano através da Educação e Cultura.
  • 29. 28 __________________________________________________________ Inauguração do Centro de Aprendizagem Industrial Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. A Fundação planeja e opera seus próprios projetos em uma perspectiva de médio e longo prazo, tendo como foco o desenvolvimento social da comunidade onde atua, a preocupação de influenciar as políticas públicas, desenvolvendo tecnologia educacional e social aplicável a outras instituições. Por duas vezes foi merecedora do Prêmio ECO, conferido pela Câmara Americana de Comércio (AMCHAM): em 1982, por sua atuação na área educacional e, em 1987, na área de cultura.
  • 30. 29 __________________________________________________________ Primeiro Prédio Centro de Aprendizagem Industrial Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. Sua atuação, hoje, tem como população alvo a infância e a adolescência de Santa Bárbara d’Oeste e região. As atividades educacionais desenvolvidas pela Fundação Romi, nestes seus mais de 60 anos, evidenciam a preocupação que Emílio Romi dedicou à educação. De 1958 a 2008, cursos profissionalizantes, em parceria com o SENAI-SP e o Governo de SP, através da Secretaria de Educação, nas mais diversas modalidades, formaram mais de 30 mil alunos e profissionais para a indústria, incluindo a Formação de Formadores, com o CTPA – Centro Técnico de Apoio à Formação de Formadores, em parceria com o SENAI-SP, Indústrias Romi, Fundação Vitae e CEFET-PR e Unimep. A partir de 1993, a Fundação Romi cria o NEI – Núcleo de Educação Integrada, onde passou a desenvolver Programa de Educação Integrada para a formação de alunos do Ensino Fundamental em complemento à escola pública. Durante 20 anos, de 1993 a 2013, a Fundação Romi manteve um projeto em horário contrário à escola, com dois anos de duração, atendendo alunos
  • 31. 30 __________________________________________________________ de 7ª e 8ª séries do ensino público (hoje 8º e 9º anos), pelo qual passaram mais de 3 mil estudantes, gratuitamente. A partir de 1999, a Fundação evoluiu para uma instituição de investimento social privado, voltando-se, exclusivamente, para ações de Educação e Cultura. A partir de 2014, o NEI se transforma numa escola de educação regular em tempo integral, atendendo, inicialmente, 240 estudantes do Ensino Fundamental II e 120 alunos da Educação Infantil, tendo na educação infantil a parceria da Prefeitura Municipal de Santa Bárbara d’Oeste. A partir de 2019, mais uma vez a Fundação Romi expandirá a sua atuação na educação, passará a atender o ciclo completo da Educação Básica, do Infantil, Fundamental I e II e o Ensino Médio, passando a oferecer 800 vagas para esses cursos.
  • 32. 31 __________________________________________________________ CENTRO TÉCNICO E PEDAGÓGICO DE APOIO À FORMAÇÃO DE FORMADORES – CTPA Em maio de 1995, foi inaugurado oficialmente o CTPA (Centro Técnico e Pedagógico de Apoio à Formação de Formadores), local para formação e capacitação pedagógica de docentes técnicos do Brasil e América Latina, resultado do convênio com SENAI - São Paulo, a Fundação Romi, Indústrias Romi, Fundação Vitae, CEFET-PR e o MEC. CTPA Fonte: Acervo CEDOC Fundação Romi. Após o discurso das autoridades e do descerramento da placa, os convidados seguiram para a oficina do CTPA, onde, na época, o Ministro da Educação Paulo Renato Costa Souza, juntamente com Carlos Eduardo Moreira Ferreira, Presidente da FIESP, acionaram o botão de comando das máquinas para o início oficial das operações na Instituição. O CTPA se localizava na Avenida João Ometto, Nº118, Jardim Panambi.
  • 33. 32 __________________________________________________________ ESCOLA SENAI “Alvares Romi” Prédio Atual - SENAI "Alvares Romi" A Escola SENAI “Alvares Romi” foi inaugura em 26 de junho de 2008 e conta com uma área total de 17623,49m2 ; área construída de 4666,24m2 ; 07 salas de aula e tecnologia, 07 oficinas e 15 laboratórios. As principais áreas tecnológicas de atuação são Automação, Eletroeletrônica, Logística, Mecânica, Metalurgia, Plástico, Segurança do Trabalho, Tecnologia da Informação e Vestuário. Em 2009, o Curso Técnico de Processos de Usinagem, por orientação do catálogo Nacional do MEC, passou a ser denominado Técnico de Fabricação Mecânica. Em 2012 iniciou a primeira turma do Curso Técnico de Informática para atender às necessidades levantadas pela Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia de Informação e Comunicação (Brasscom) e à demanda das empresas de nossa área de atendimento.
  • 34. 33 __________________________________________________________ Em janeiro de 2014, passou a desenvolver o Curso de Aprendizagem Industrial Costureiro Industrial, para atender às empresas Kapton Confecções Ltda. e Vironda Confecções Ltda. Neste mesmo ano, no primeiro semestre, foi lançado o curso NR 12 – Sistemas e Dispositivos Elétricos de Segurança Aplicados às Máquinas e Equipamentos, curso pioneiro entre as escolas SENAI de todo Brasil. Em 2015, a Escola, atenta ao cenário industrial mundial, iniciou trabalhos para a construção dos produtos educacionais voltados à Indústria 4.0, que se trata de uma nova revolução industrial que envolve a comunicação entre máquinas, cujo objetivo consiste em nortear essa indústria nascente para processar o intercâmbio operacional (conhecida como Internet das Coisas); consolidar a existência de um modelo virtual e de modelos de simulação para todos os processos e sistemas da “fábrica inteligente”; tratar as ocorrências em tempo real (envolvendo capacidade de tomar decisões de forma imediata); adotar as práticas flexíveis de gestão para adaptar a fábrica inteligente às demandas atuais.
  • 35. 34 __________________________________________________________ Em 2016, realizou, na modalidade a Distância, o Curso de Aprendizagem Industrial Assistente Administrativo, para atender à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. (Parceria com a Escola SENAI de Jaguariúna – CFP 5.13). No mesmo ano, no segundo semestre, foi autorizada a ofertar na Formação Inicial e Continuada (FIC), na modalidade Especialização Profissional, o Curso Pós Técnico Manufatura em Máquina Comando Numérico Computadorizado (CNC). Em 2017, a partir de janeiro, a Escola passou a desenvolver mais uma turma do Curso de Aprendizagem Industrial - Costureiro Industrial, para atender à empresa Zaraplast S.A.. Ainda, em 2017, desenvolveu o Curso de Aprendizagem Industrial Eletricista de Manutenção Eletroeletrônica, em substituição ao Curso de Aprendizagem Industrial Eletricista de Manutenção. Cabe destacar que faz parte do seu projeto pedagógico a disseminação de novas tecnologias para as indústrias e para a concretização dessa pauta, desenvolvendo atividades em que, através de workshops, palestras, seminários e exposições, apresentam as novas tecnologias presentes no mercado. No evento participam alunos, ex-alunos, docentes, funcionários de empresas e comunidade em geral. Em 2018, teve início o curso de Qualificação Profissional Robotista, premiado no Edital de Proposição de Cursos do SENAI- SP, curso alinhado às demandas da nova indústria. Neste mesmo ano, a Escola firmou parceria com a Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, projeto junto à Faculdade de Engenharia Mecânica – FEM, por meio do Programa
  • 36. 35 __________________________________________________________ SENAI de Apoio à Pesquisa, no qual um aluno mestrando do curso de Engenharia de Automação desenvolve, nas oficinas da unidade e com o apoio da nossa Equipe Técnica, sua tese de mestrado, com foco na Industria 4.0. Em 2018, uma agenda especial marcou a comemoração dos 60 anos. Além das ações comemorativas, a Escola busca integrar- se ao novo cenário do desenvolvimento tecnológico, alinhando-se às demandas da nova Indústria 4.0, formar novos profissionais alinhados com este novo momento com foco no presente e no futuro. Para marcar todas as ações deste ano, foram desenvolvidas várias ações. Logomarca em comemoração aos 60 anos: Troféu personalizado utilizado durante o ano em homenagens e eventos:
  • 37. 36 __________________________________________________________ Dia do encontro - O evento aconteceu no dia 26 de maio, trazendo ex-alunos e funcionários para se reencontrarem. Alguns dos homenageados do dia: Moção de aplausos - No dia 12 de junho, aconteceu a entrega da Moção de Aplausos na Câmara Municipal de Santa Bárbara d’Oeste em comemoração aos 60 anos do SENAI na cidade.
  • 38. 37 __________________________________________________________ Painel da Linha do Tempo - Após a reforma realizada na recepção da Escola, desenvolvemos uma linha do tempo que conta a história desde a fundação de Santa Bárbara d’Oeste até os dias atuais. Aniversário 10 anos - No dia do aniversário de 10 anos do novo prédio, em 26 de junho de 2018, fizemos uma comemoração à data. Estavam presentes ex-alunos, ex-funcionários, funcionários e representantes de empresas.
  • 39. 38 __________________________________________________________ Biblioteca - Com uma nova visão de biblioteca, mudamos o conceito deste ambiente para Núcleo de Informação e Conhecimento – NIC. Os alunos encontram um ambiente descontraído com televisão, wifi, jogos, puffs, violão e um grande painel para aguçar a inovação e criatividade.
  • 40. 39 __________________________________________________________ Curso de Robotista – Desenvolvido com o intuito de atender às novas demandas do mercado. Escola Móvel de Nanotecnologia – Os alunos conheceram como manipular instrumentos e analisar nanomateriais em produtos industrializados.
  • 41. 40 __________________________________________________________ Indústria 4.0 – Na modalidade EAD, o SENAI-SP desenvolveu o curso voltado para a indústria 4.0, que é o novo modelo que as empresas de ponta deverão adotar para se manterem no mercado, sendo que todos os alunos tiveram a oportunidade de realizar o curso. Sala de Convivência - Proporcionando mais conforto e qualidade de vida para os funcionários.
  • 42. 41 __________________________________________________________ Diretores desta nova Escola: Prof. Claudio Rafael Teti – Foi Diretor do SENAI, na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, iniciando em 2005 até 2012. Prof. João Ulysses Laudissi - Foi Diretor do SENAI, na cidade de Santa Bárbara d’Oeste, iniciando em 2012 até 2016. Prof. Pedro Humberto Contieri Filho Diretor do SENAI, na cidade de Santa Bárbara d’Oeste desde de 7/11/2016.
  • 43. 42 __________________________________________________________ Anualmente, o SENAI desenvolve vários projetos e eventos, visando à formação dos alunos e do desenvolvimento de novas habilidades. A escola também fica aberta ao público para que a comunidade conheça o trabalho desenvolvido com os alunos e indústria. A seguir, veremos algumas imagens que marcaram as atividades e eventos desenvolvidos. Inauguração do novo prédio Fonte: Acervo da escola.
  • 44. 43 __________________________________________________________ Campanha de Arrecadação de Agasalho – AAPM Fonte: Acervo da escola. Campanha de Arrecadação de Brinquedos - AAPM Fonte: Acervo da escola
  • 45. 44 __________________________________________________________ Tênis de Mesa Fonte: Acervo da escola. Campeonato de Futsal Feminino Fonte: Acervo da escola
  • 46. 45 __________________________________________________________ Visita Técnica – Hyundai Piracicaba Fonte: Acervo da escola. Inova SENAI 2017 – Projeto Saca Ampolas Fonte: Acervo da escola
  • 47. 46 __________________________________________________________ Oficina de Usinagem CNC Fonte: Acervo da escola. Oficina de Corte e Costura Fonte: Acervo da escola.
  • 49. 48 __________________________________________________________ Empilhadeira - NR11 Fonte: Acervo da escola. Laboratório de Informática Fonte: Acervo da escola.
  • 50. 49 __________________________________________________________ Laboratório de Automação Fonte: Acervo da escola. Oficina Mecânica Convencional Fonte: Acervo da escola.
  • 51. 50 __________________________________________________________ BIOGRAFIAS Margarida da Graça Martins Fonte: Crônicas. Dona Margarida da Graça Martins nasceu em 27 de novembro de 1782, na cidade paulista de Santos. Era filha de Manoel José da Graça e Anna Maria Cardosa. Casou-se aos 13 anos com José Paschoal de Lima, do qual ficou viúva três anos após o casamento. Aos 26 anos, casou-se novamente com o Sargento-Mor Francisco de Paula Martins, com o qual teve cinco filhos: Ângela, Manoel, Ana Margarida, Maria e Belchior. Dona Margarida da Graça Martins faleceu em 13 de julho de 1864, com 81 anos, e foi sepultada no Cemitério da Consolação, em São Paulo.
  • 52. 51 __________________________________________________________ Américo Emílio Romi Fonte: Fundação Romi. Américo Emílio Romi foi um industrial brasileiro, nascido em São José do Rio Pardo, SP, em 26 de junho de 1896, filho de Policarpo Romi e Regina Seppia Romi. Emílio Romi foi fundador das Indústrias Romi S.A., localizada no município de Santa Bárbara d'Oeste, SP. A Companhia, que iniciou suas atividades como oficina para automóveis, transformou-se na maior produtora de máquinas-ferramenta e máquinas para processamento do Brasil, além de importante produtor de fundidos. As Indústrias Romi S.A. também produziram o primeiro trator brasileiro, o Toro, e o primeiro carro de passeio fabricado no Brasil, o Romi-Isetta. Faleceu em 15 de março de 1959.
  • 53. 52 __________________________________________________________ Alvares Romi Fonte: acervo da Escola. Alvares Romi nasceu em São Paulo, em 12 de abril de 1924. Foi o segundo filho do casal Américo Emílio Romi e Olímpia Gelli Romi. Casou-se em 25 de abril de 1953 com a Sra. Flora Sans Romi, com quem teve quatro filhos: Emilio, José Carlos, Maria Pia e André. Como executivo, começou, em 1935, sendo responsável pelo setor de almoxarifado da, então, Máquinas Agrícolas Romi. Posteriormente, foi diretor administrativo e membro do conselho de administração das Indústrias Romi S. A.. Como empresário, esteve intimamente ligado às atividades da indústria de máquinas e equipamentos, fazendo parte da administração do SINDIMAQ - Sindicato Nacional das Indústrias de Máquinas, da ABIMAQ - Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e da ABIFA - Associação Brasileira de Fundição. Foi também um dos fundadores da TEBASA - Telefônica Barbarense
  • 54. 53 __________________________________________________________ S. A.. Como cidadão, teve participação ativa na construção do Hospital Santa Bárbara. Foi presidente do Conselho da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Santa Bárbara d´Oeste, em 1977. Preocupado com a formação dos jovens, foi um dos maiores incentivadores da construção do “campus” Santa Bárbara d´Oeste da UNIMEP - Universidade Metodista de Piracicaba, sendo o patrono da 1a Turma de Engenharia Mecânica formada nesse campus, em 1982. Teve também grande importância no Ensino Técnico. Paraninfo da primeira turma do Centro de Aprendizagem Industrial Fundação Romi-Senai, em 1959, e do Curso Técnico da Eletrônica Industrial da Escola Estadual Comendador Emílio Romi, em 1978. Na Fundação Romi, foi um constante promotor de ações assistenciais. Membro do Conselho Deliberativo, esteve sempre na liderança dessa instituição. Alvares Romi faleceu no dia 31 de julho de 2002, de causa natural, em São Paulo.
  • 55. 54 __________________________________________________________ DEPOIMENTOS Sr. Antonio Jarbas Fornazari O Sr. Fornazari se formou, em 1953, no curso de Torneiro Mecânico. Logo em seguida, começou a trabalhar nas Indústrias Romi. Em meados de 1957, em uma tarde, o Comendador Américo Emílio Romi surpreendeu o Sr. Fornazari dizendo que queria montar uma escola dentro da Romi. De imediato foi aceito e os trabalhos tiveram início. O Sr. Fornazari foi um dos primeiros instrutores do SENAI em Santa Bárbara d’Oeste. Iniciou suas atividades no ano de 1958, ano da inauguração da Escola. Para o Sr. Fronazari, o SENAI representa o primeiro passo para a aprendizagem, organização da vida pessoal e profissional e o amor pelo trabalho. Na entrevista, deixou muito claro o amor que ele tinha e ainda tem pelos alunos e o cuidado que tinha com as máquinas. Falando da sua vida pessoal, o Sr. Fornazari teve cinco filhos, e o fato de ter vivido por muito tempo na escola serviu de grande exemplo para seus filhos, pois todos são graduados. Um fato marcante foi que na formatura da primeira turma o paraninfo foi o patrono desta escola, o Sr. Alvares Romi, e para presentear os formandos, o Sr. Alvares empregou todos. O Sr. Fornazari formou muitos profissionais que viraram empresários ou tiveram outras atuações de destaque.
  • 56. 55 __________________________________________________________ Sr. João Fernandes da Silva Sr. João do SENAI, como é conhecido por todos, iniciou suas atividades no SENAI, trabalhando na preparação para o funcionamento da escola, em 1958. Iniciou sua carreira como auxiliar de limpeza. Em 1963, passou para o quadro de funcionários do SENAI como servente e, em 1971, iniciou uma nova atividade como zelador. Devido a um temporal que danificou o prédio, o Sr. João foi transferido para o SENAI de Sorocaba, onde trabalhou por mais seis anos, até ser transferido para a Escola SENAI, na cidade de Americana, onde se aposentou no ano de 1993. Neste tempo em que trabalhou no SENAI, Sr. João teve a oportunidade de se qualificar na área da elétrica, hidráulica, pintura e combate a incêndio. Um fato que marcou sua carreira no SENAI foi o amor e dedicação que tinha com o patrimônio da escola, ele orgulha-se em dizer que, ao ser transferido para outra escola, deixou tudo muito bem organizado. Além de todo trabalho desenvolvido na manutenção, o Sr. João também dava conselhos para alguns alunos problemáticos, e após uma boa conversa, estes alunos mudavam seu perfil e melhoravam o comportamento, tornando-se bons alunos. O Sr. João diz que o SENAI foi muito importante para sua vida em todo os sentidos, pois teve oportunidade de estudar, ter uma vida melhor e mais confortável.
  • 57. 56 __________________________________________________________ Sr. Antonio Carlos Guassi Aos 13 anos, o Sr. Antonio Carlos Guassi trabalhava em uma fábrica de farinha e, à noite, estudava na Escola do Comércio que era voltada para a área fiscal e administrativa. O colega, Adilson Pereira, disse que, no dia seguinte, encerrar-se-iam as inscrições para fazer o exame para entrar no SENAI. Na mesma hora, o Sr. Antonio Carlos Guassi foi à própria Romi com seu colega Adilson para fazer sua inscrição, mas ele não podia se inscrever, pois tinha que ter, no mínimo, 14 anos. Como restavam poucas vagas para terminar as inscrições, a atendente achou que ele não passaria na prova, então permitiu que ele se inscrevesse. A surpresa foi que o Sr. Antonio Carlos Guassi passou em 1º lugar no processo seletivo do qual participou. O Sr. Antonio Carlos Guassi fez parte da 1ª turma do SENAI em Santa Bárbara d’Oeste. Começou o curso de Torneiro Mecânico no início de 1958 e formou-se em dezembro de 1959. Na sua formatura, havia 54 alunos, sendo 20 torneiros e 34 ferramenteiros. Em 04 de janeiro de 1960, todos os 54 formandos começaram a trabalhar na Romi. Alguns dos professores que marcaram sua formação foram o prof. Orlando Couto, o prof. João Batista, conhecido como “pica fumo”, o prof. Carlos Barbieri, o prof. Lolo Fornasari, o prof. Henrique Achenberg e Azelino Marcanzoli. Além de trabalhar em várias multinacionais como Romi e Bosch, viajar para outros países a trabalho como Alemanha, ele também foi empresário. Segundo o Sr. Antonio
  • 58. 57 __________________________________________________________ Carlos Guassi, a importância do SENAI na vida foi que com a sua formação, ele rapidamente conseguiu seu primeiro emprego e se tornou empresário. Desenvolveu sua vida pessoal a partir do curso que fez no SENAI, pois abriram-se várias portas e possibilidades para uma vida mais confortável, conseguiu criar seus filhos, sendo todos graduados e um deles trabalha no SENAI, que é o prof. João Carlos Guassi, do curso Técnico em Informática. “Foi uma bênção, foi a base, o ponto de partida para a vida, não saberia dizer o que seria da minha vida em Santa Bárbara se não tivesse estudado no SENAI”. Um fato marcante foi que o próprio Comendador Américo Emílio Romi convidou o pai do Sr. Antonio Carlos Guassi que se chamava Carlos Guassi, para trabalhar na Romi. Durante a conversa, o Comendador perguntou se o Sr. Carlos havia tomado café e, como a resposta foi negativa, o Comendador levou-o para tomar café em sua própria casa. Quando estavam tomando o café, o Comendador falou que ele poderia trazer toda sua família para morar em Santa Bárbara d’Oeste e que eles iriam trabalhar na Romi. Sr. Artemio Giusti Antes de 1958, os jovens que pretendiam ter formação profissional necessitavam viajar para Piracicaba ou Campinas. Lembro-me com carinhos dos colegas da época, Carlos Barbieri Filho; Azelino Marcanzoli; Antonio Jarbas Fornazari; Marcelino Dandão; José Gonsalves; Reinaldo Tordin. Na época, o
  • 59. 58 __________________________________________________________ ensino era supervisionado duas vezes por semestre pelo SENAI através de “inspetores” vindos de Campinas-SP, Sr. Meneses e o Sr. Paulo. Na década de 1970, grandes transformações ocorreram devido à necessidade de um novo perfil profissional. Em meados de 1980, devido a um forte temporal que resultou na queda do teto do grande prédio, a maior parte dos alunos foi concluir o curso na escola “Prof. João Baptista Salles da Silva”, em Americana, e duas turmas concluíram em uma oficina improvisada no salão social que ficava numa parte da construção que não sofreu danos pelo temporal. Um fato marcante, foi que a origem do Mascote Garnizé se deu quando o instrutor Marcelino Dandão trouxe para a escola um casal de galinha da espécie Garnizé. De vez em quando, a galinha desaparecia, e quando retornava, vinha acompanhada de vários pintinhos. Os alunos respeitavam essa companhia, era frequente encontrar ovos nos cestos de lixo das salas de aula. Quando foi formada a fanfarra da escola, o Instrutor Fabreti pintou a figura do galo nos bumbos e surdos da referida fanfarra, então o galo passou a ser conhecido como o mascote da escola, sendo atribuído também “Garnizé” para o jornalzinho da escola. Uma outra boa lembrança é que o leite servido na época era feito por um torcedor ferrenho do Corinthians. Quando seu time perdia o jogo nos domingos, os alunos, na segunda de manhã, já comentavam: “é hoje que o leite queima”. De fato, coincidência ou não, era só o time perder para o
  • 60. 59 __________________________________________________________ leite ficar com gosto de amendoim queimado. Falando desse leite, era uma bênção, sendo a primeira refeição dos alunos, distribuído gratuitamente e diariamente pela manhã e à tarde, juntamente com um pão. “Quebrou um, traz dois” – era o lema estipulado pelo saudoso Lupércio, copeiro na época. Às vezes, em brincadeiras, os alunos acabavam quebrando copos, então logo se ouvia “não quero nem saber, quebrou um, traz dois”. Luiz Claudio Batista Nogueira Paulo Luiz Tunussi Mauricio Jorge de Oliveira Alécio Modenese Júnior Os amigos Nogueira, Tunussi, Oliveira e Modenese se conheceram ao entrar no SENAI em agosto de 1973. Iniciava-se ali a 15ª turma do curso de Mecânica Geral e Ajustagem. Os estudantes ganhavam do SENAI um copo de leite com café e um pão na hora do intervalo. De forma geral, o que mais motivou o grupo a estudar no SENAI foi que eles sabiam que seriam contratados pela Romi ou indústrias da época que precisavam de mão de obra assim que terminassem o curso. Outro motivo é que tinham a referência de outras pessoas que estudaram no SENAI e sabiam que, fazendo o curso, teriam a chance de ter uma vida melhor. “Não sabemos de ninguém da turma que escolheu um caminho ilícito, e acreditamos que o SENAI foi fundamental para
  • 61. 60 __________________________________________________________ isso”. Nesta época, havia a fanfarra da qual todos os alunos tinham que participar, mesmo que não tocassem um instrumento musical, pois fazia parte da proposta educacional da época e “...era uma honra estudar no SENAI, e nem todos conseguiam entrar”, então fazíamos tudo que fosse preciso. Um dos “causos” marcantes foi que na época tinha enfermeira nas escolas e, em um dos exames periódicos em que deveriam ser coletadas urina e fezes, um dos alunos que vamos chamar de “João” não levou sua “amostra” e um colega, que vamos chamar de “José”, muito solicito, se ofereceu para ajudar. Então, José foi ao banheiro e colheu a amostra no lugar de João. Desta forma, José não levaria uma bronca e os pais não seriam chamados no SENAI. Quando o resultado chegou, dois colegas da turma foram diagnosticados com verme, e foram exatamente os que fizeram a trapalhada das amostras. O resultado foi que um deles não precisava tomar remédio, mas teve que tomar para que a enfermeira não descobrisse que aquela amostra não era dele. E foi assim até o final, todos os alunos da sala sabiam, mas ninguém contou para os professores. Através da entrevista ficou claro que, ao fazer o curso, todos tiveram uma carreira progressiva e boas oportunidades.
  • 62. 61 __________________________________________________________ José Carlos Bratfich Júnior A trajetória profissional desde minha adolescência tem como protagonista essa instituição de renome mundial que é o “Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial”. Inicialmente, como aluno e, hoje, como integrante do quadro docente. Participei da pré-seleção, passei em primeiro lugar na classificação geral. Nas primeiras aulas tive um choque agradável. Limites, organização, respeito. Tudo aquilo com que eu sonhava e muito mais em uma instituição profissionalizante. Fiz amigos para a vida inteira, foi uma época intensa. Eu tinha a mania de girar o caderno, acabei ensinando os colegas e um dia estávamos no corredor esperando o professor chegar para a aula e todos estavam girando o caderno, menos eu. O diretor deu “aquela” bronca e fiquei quietinho lá, fazendo cara de inocente. Mal sabia ele... A formatura foi um evento marcante no próprio refeitório da escola. Tinha uma surpresa para minha família, já sabia que seria chamado para receber o prêmio “Engenheiro Roberto Mange”, mas eles não. Os anos se passaram, terminei o SENAI, fiz outros cursos e trabalhei nas áreas de elétrica, assistência técnica e projetos eletrônicos, lecionei em outra instituição. Até que, no início de 2009, fiquei sabendo que estava aberto o processo seletivo para instrutores de elétrica para a escola “Alvares Romi”. Seria minha grande oportunidade de realizar outro sonho: o de ser professor na instituição que marcou minha vida profissional. Passei em terceiro
  • 63. 62 __________________________________________________________ lugar. Meses depois, recebi a ligação da equipe de Recursos Humanos convidando-me para assumir a vaga em Piracicaba ou Santa Bárbara. Pude escolher e, pela distância de casa, optei por aqui. Dia 9 de novembro de 2009 ministrei minha primeira aula como funcionário dessa escola. Desde então já são 9 anos, muitos alunos formados. Enfim, ser SENAI é ser intenso. É aprender todos os dias, é criar laços de amizade para toda a vida, é ser profissional reconhecido e respeitado e é muito gratificante ser parte ativa dessa história de sucesso. Jeferson Renato Passarinho Jeferson iniciou no SENAI em Santa Bárbara d’Oeste, em 2011, no curso de Mecânico de Usinagem, e concluiu em dezembro de 2012. Em 2013, iniciou mais um curso, e desta vez foi o de Técnico em Fabricação Mecânica e, simultaneamente, ele começou a fazer ensino superior em Engenharia Mecânica, curso este que será concluído em dezembro de 2018. O que levou Jeferson a estudar no SENAI foi a indicação de um amigo que se chama Luiz Henrique. Seu primeiro estágio foi através do curso técnico em Fabricação Mecânica feito no SENAI. Em seguida, foi trabalhar nas Indústrias Romi S.A. na área de inspeção da qualidade. Hoje, por conta da sua qualificação adquirida no SENAI e no curso superior, ele está trabalhando em um laboratório de metrologia, na área de preparação de amostras metalograficas, além de realizar alguns
  • 64. 63 __________________________________________________________ ensaios laboratoriais. Para o futuro, Jefferson está planejando fazer uma Pós-Graduação em Materiais e um técnico em Metalurgia. O SENAI teve um papel fundamental na sua vida e foi a base de tudo, mostrou o caminho e uma perspectiva de futuro melhor e ele, com esforço e dedicação, continuou a se especializar. Um fato marcante, além do conhecimento adquirido, foi a disciplina que o SENAI passou para ele, pois no momento de sair da sala de aula, se a professora ouvisse barulho de cadeira arrastando, todos teriam que se sentar e se levantar novamente, até que não se ouvisse nenhum barulho.
  • 65. 64 __________________________________________________________ REFERÊNCIAS BRANDÃO, Ignacio de Loyola. Oficina dos sonhos: Américo Emílio Romi, aventuras de um pioneiro. São Paulo: DBA, 2008. CEDOC. Disponível em: <http://cdoc.fundacaoromi.org.br/>. Acesso em: 15 jan. 2018. JORNAL D’OESTE. “Inauguração do Curso SENAI”. Ano 9, número 440, 2 de Março de 1958, p.1. PINTO, Tales Dos Santos. "O que é sesmaria?"; Brasil Escola. Disponível em <http://brasilescola.uol.com.br/o-que- e/historia/o-que-e-sesmaria.htm>. Acesso em 14 de fevereiro de 2018.