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Hoje falarei sobre um produto que noutros tempos foram utilizados
em larga escala, recomeçando-se agora a reconhecer em pleno os
seus efeitos terapêuticos e a sua utilização em culinária, fornecendo
uma série de importantes nutrientes para a saúde humana. São
muitas as espécies e aqui deixamos algumas sugestões de
utilização, bem como o seu modo de emprego nas mais diversas
patologias.
As Algas na alimentação
NUTRIÇÃO: As algas são o alimento conhecido mais extraordinariamente rico
em minerais, metais e metaloides e oligoelementos raros. Este facto faz delas o
maior nutriente e veículo de equilíbrio dos sistemas metabólicos – base da
saúde em geral. Esta composição é ainda, na proporção mais perfeita e
equilibrada, condicente com as próprias necessidades constitutivas do
organismo humano. Os oligoelementos, apesar de traços-ínfimos, que são, de
certas substâncias minerais, não podem ser negligenciados por um organismo
saudável. Elementos tais como o ouro, a prata, a platina, o rubídio, o níquel, o
boro…, podem soar-nos a estranhos como participantes do nosso corpo e
funções, mas, na verdade, têm o seu lugar e desempenho imprescindíveis
dentro de nós. Ingerimo-los de forma natural, pois estão presentes (como é
evidente, em proporções infinitesimais) nomeadamente no sal marinho não
refinado, e em muitos produtos alimentares vegetais. Em nenhum outro
alimento, porém, se conhece uma tão extensa congregação de todos os mais
importantes macro e microelementos minerais.
A maioria das algas contém bastante iodo, mais do que a própria água do mar.
Numa média (a composição química varia segundo a espécie, o grau de
maturidade, o local da recolha e as estações do ano), análises laboratoriais
revelaram a presença de: Bromo, magnésio, potássio, sódio, cálcio, ferro,
alumínio, manganésio, fósforo, enxofre, cloro, cobre, níquel, silício, flúor,
selénio, estanho, rubídio, germânio, gálio, prata, bismuto, arsénio, antimónio,
lítio, boro, zinco, ouro, bário, cobalto, berílio, estrôncio, cério, titânio, platina,
vanádio, árgon e crípton.
Vitaminas A, B1, B2, B3, B6, B12, C, D, D2, E, F, K, PP. Algumas algas contêm
Vitamina B12 em quantidade comparável à encontrada no fígado de vaca, no
entanto considera-se estar num estado que não é absorvida pelo organismo.
Encontramos igualmente que Algas possuem quase tanta Vitamina E como a
que se encontra no gérmen de trigo.
Aminoácidos essenciais: ácido glutâmico, cistina, metionina, leucina, valina,
serina, tirosina, lisina, ácido aspártico, arginina, isoleucina, histidina, treonina,
triptofano, fenilalanina.
Prótidos (incluindo uma imensa riqueza em albumina, até 50%).
Glúcidos: manitol, algulose, laminaria e matérias gordas. Clorofila (por vezes
associada a diversos outros pigmentos portadores de energia igualmente
absorvida da luz solar). Hormonas vegetais (auxinas e giberelinas). Enzimas.
Mucilagens. Celulose.
Substâncias antibióticas. As algas em geral têm propriedades estimulantes e
reguladoras do metabolismo, remineralizantes, reforçadoras das defesas
naturais, estimulantes circulatórias, cardiotónicas, anti-anémicas,
antirreumatismais, anti-infeciosas, antirraquíticas. Possuem, ainda, ações
benéficas reconhecidas em geriatria (nomeadamente, na arteriosclerose), na
hipertensão, na impotência, na osteoporose, na obesidade, nas afeções dos
rins e no sistema nervoso.
São depurativas e têm efeito alcalinizante, que compensa, em parte, o excesso
de efeito ácido da alimentação corrente, frequentemente desequilibrada. As
algas, secas, conservam-se quase indefinidamente quando bem armazenadas
–fechadas e em lugar seco. Depois de abertas as embalagens, conservam-se
ainda por cerca de 4 meses, em sacos ou outros recipientes adequados e
fechados.
Algumas espécies comestíveis e/ou terapêuticas
- ALGAS VERDES Enteromorfas (Enteromorpha intestinalis e outras espécies)
São conhecidas sob a designação de Ao-Nori (“ao” significando “verde” em
japonês) e têm altos teores em ferro. Possuem um marcado gosto a iodo e
servem de condimento ou como guarnição. (Estas algas são muito resistentes
a diversas formas de poluição, o que pode indiciar que são suscetíveis de
acumular substâncias tóxicas, nomeadamente metais pesados. Há, assim, que
assegurar-se da segurança sanitária das zonas de recolha, adquirindo as
algas, qualquer que seja a espécie, em estabelecimentos comerciais fiáveis).
- Alface do mar (Ulva lactuca) Rica em ferro, é também importante pelo seu
conteúdo em oligoelementos diversos e muito raros, vitaminas A, B12 e C, e
proteínas. Utiliza-se crua (ao natural), ou ressequida. O seu emprego requer
cuidados de lavagem prolongada.
- A Clorela (Chlorella pyrenoidosa) É uma microalga de água doce, cuja
composição é muito rica em clorofila (a que deve o seu nome), proteínas,
designadamente aminoácidos essenciais, e também vitaminas e sais minerais.
Devido ao abundante teor em triptofano, é um regulador natural da produção
de serotonina no nosso cérebro. A clorela apresenta propriedades
desintoxicantes e estimulantes do sistema imunitário, sendo muito utilizada
como antiviral.
- ALGAS CASTANHAS Kombu (Laminaria japonica) crescem nas
profundidades oceânicas e é das mais ricas em minerais e oligoelementos (a
mais rica em iodo). De alto valor proteico, contém, igualmente, em quantidades
apreciáveis, vitaminas A, C, E, B1, B2, B3, B12, PP, K e cálcio. Pela muita
celulose de que é composta, é a mais rija de todas as algas, requerendo longo
tempo de cozedura. Usa-se na confeção de sopas, em condimentos (torrada ou
esmagada) ou acompanhada de vegetais, cereais ou leguminosas, e também
em chá. Cozinhada juntamente com feijão ou outras leguminosas, torna-os
mais macios e digeríveis.
Previne a formação de gases intestinais e está indicada nas colites em geral. A
sua congénere Laminaria Digitata possui gosto e características químicas
semelhantes às da Kombu. Para além do apreço reconhecido das qualidades
culinárias, ambas possuem virtudes terapêuticas que vão desde a prevenção e
controle do colesterol a ações antinefríticas e reguladoras da tensão arterial.
Têm igualmente efeitos benéficos nas perturbações cardiovasculares e
tiroidianas, bem como em alguns tipos de diabetes (especialmente em sinergia
com a Hiziki e abóbora).
- Bodelha (Fucus vesiculosus) O seu talo é coriáceo, plano e ramificado, com
pequenas dilatações cheias de ar e soro, sendo especialmente utilizado em
infusões e decocções. Emprega-se também em cosmética e, nos spas, tem
lugar de eleição, como anticelulítica. A de melhor qualidade (muito rica em
iodo) pode ser encontrada no Atlântico Norte. É antiácida, sendo benéfica nos
casos de gastrites e úlceras estomacais, e esofagites. Em Homeopatia,
emprega-se o Fucus vesiculosus para combater a obesidade, a celulite, a
obstipação intestinal e flatulências, o bócio e a desestabilização do
metabolismo em geral, dermatoses (incluindo psoríase), linfatismo,
reumatismos e doenças artríticas, etc.
- Alaria (Alaria esculenta) A Alaria é também uma laminária, que se consome
muito na Islândia. É conhecida pelas suas numerosas indicações medicinais:
intensifica o metabolismo celular, estimula as funções glandulares, tem ação
dilatadora das veias e capilares, favorece a cicatrização tecidular.
- Esparguete marinho (Himanthalia elongata) De paladar forte, estes fios são,
regra geral, utilizados na culinária em conjunto com leguminosas. Em
particular, esta alga possui ação benéfica sobre o sistema linfático, venoso e
nervoso. Contém nove vezes mais ferro do que a lentilha. Wakamé (Undaria
pinnatifida) possui sabor suave e adocicado. Comprida, fina, usa-se em sopas
(em especial, na de miso), saladas, junto com vegetais, como condimento, etc.
Requer ser demolhada por longo tempo (cerca de 20 minutos) e, logo após,
ser-lhe retirado o veio central, demasiado rijo. É especialmente rica em
Vitaminas A, C, B1, B2, B3, B12 (depois da Spirulina, a mais rica que se
conhece, nesta vitamina), Cálcio, Ferro, Magnésio, Iodo e diversas enzimas.
Pode ser útil nas afecções bronco-pulmonares, incluindo a asma.
- Aramé (Elsenia arborea) Alga fina, preta, semelhante à Hiziki. De sabor
suave, pode cozinhar-se ao vapor, salteada, estufada, em saladas, etc. É
particularmente rica em cálcio, ferro e iodo. Muito digestiva, estimula, ainda, a
boa digestão dos outros alimentos complementares. Tem indicações
terapêuticas em particular para afeções no aparelho reprodutor feminino.
- Hiziki (Cystophyllum fusiforme) Alga castanho escura, ficando preta, quando
seca. É uma alga dura, requerendo, assim, mais tempo de cozedura que a
Aramé. Sendo semelhante a esta última, tem, contudo, sabor mais intenso a
mar. Nesta Alga encontram-se importantes teores em Vitamina A, C, B1, B2,
Cálcio (6%) e Ferro (30%). No Japão, a “cura de Hiziki” é uma cura muito
popular. Acredita-se, mesmo, que os nipónicos devem a excecional condição
dos seus cabelos ao consumo desta alga (efetivamente, os japoneses
raramente ficam calvos e só têm cabelos brancos em idade avançada). Faz
baixar a taxa de colesterol.
- ALGAS VERMELHAS Nori (Porphyra tenera) De folhas largas e finas, fica
preta ou roxo-escura quando seca. É usada como guarnição, em sushi
(enrolada em “croquetes de arroz acidulado”), ou cozinhada em água com
tamari e usada como condimento. Neste último caso, basta passar uma folha
várias vezes sobre uma chama, até atingir uma cor esverdeada, e triturá-la
depois entre os dedos; em seguida, polvilham-se as sopas e os pratos. Possui,
em particular, elevado teor em Vitamina B12 e Cobalto. Na costa atlântica
europeia recolhe-se uma espécie vizinha, a Porphyra umbilicalis. Ambas
apresentam altos índices proteicos e vitaminas B1, B2, B12, A e C. São
diuréticas (promovendo a eliminação de toxinas), estimulantes da digestão e
ativadoras da circulação sanguínea.
- Dulse (Rhodymenia palmata, também chamada Palmaria palmata) Apresenta
um paladar delicado. É especialmente rica em vitaminas A, B12 e C, proteínas,
sais minerais e numerosos oligoelementos raros. É uma alga macia, muito
utilizada em sopas, como também em condimentos.
- Carragenano (Condrus crispus) Também conhecida por “Musgo-da-Irlanda”,
esta alga vermelha é notável pelo seu conteúdo em agar-agar (até 80%), um
gelificante branco muito utilizado em pastelaria e sobremesas em geral. Tem
altos teores de potássio, cálcio, magnésio, enxofre, iodo, bromo, magnésio,
sódio. A decocção de carragenano, feita com água ou com leite, é muito
nutritiva e usa-se nos estados gripais, na obstipação, nas inflamações biliares e
dos rins, no raquitismo e nas perturbações endócrinas.
- Musgo-da-Córsega (Alsidium helminthocorton) É uma mistura de algas
marinhas que se encontra abundantemente nas rochas da costa provençal da
Córsega. Também este musgo contém uma quantidade apreciável de
mucilagem (oleína, miristina, 60 / 70%); é, ainda, rico em cálcio, ferro, sódio e
iodo. É um vermífugo conhecido desde o tempo de Teofrasto, utilizado até à
Idade Média, esquecido e caído em desuso, e recuperado por um médico
córsego (Stephanopoli, em 1775).
É anti-inflamatório e regulador da tiroide. Usa-se, particularmente, em
decocções, e em pó –sobre os alimentos, como condimento, ou tomado
simples, em pequenas colheres, como tónico ou medicamento.
- ALGAS AZUIS Spirulina (Spirulina maxima) É uma microalga azul-esverdeada
de inestimável valor biológico e nutritivo. Contém cerca de 70% de proteínas de
alta qualidade (em contraste com os 15 a 20% da carne), e todos os
aminoácidos essenciais. Possui um alto teor em complexo B (de vitamina B12,
possui mais 250% do que a encontrada no fígado), betacaroteno (pró-vitamina
A), clorofila e ácidos gordos essenciais polinsaturados. É extraordinariamente
rica em ferro, apresentando uma taxa 58 vezes superior à encontrada nos
espinafres. É um poderoso estimulante do sistema imunitário e reforça as
capacidades intelectuais, neurológicas e de resistência física. Na verdade, a
sua maior e mais conhecida virtude parece ser como antiviral e estimulante do
sistema imunitário (nomeadamente, é muito utilizada como participante nos
tratamentos de Sida e Cancros, e ainda em pessoas que estiveram expostas a
radioatividade). Para além de tudo isto, a Spirulina é uma alga de excelente
digestibilidade, porque a sua membrana celular não é celulósica e sim muco
proteica.
Luis Filipe Silva – Naturopata/Acupuntor.

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Algas nutritivas e suas propriedades terapêuticas

  • 1. Hoje falarei sobre um produto que noutros tempos foram utilizados em larga escala, recomeçando-se agora a reconhecer em pleno os seus efeitos terapêuticos e a sua utilização em culinária, fornecendo uma série de importantes nutrientes para a saúde humana. São muitas as espécies e aqui deixamos algumas sugestões de utilização, bem como o seu modo de emprego nas mais diversas patologias. As Algas na alimentação NUTRIÇÃO: As algas são o alimento conhecido mais extraordinariamente rico em minerais, metais e metaloides e oligoelementos raros. Este facto faz delas o maior nutriente e veículo de equilíbrio dos sistemas metabólicos – base da saúde em geral. Esta composição é ainda, na proporção mais perfeita e equilibrada, condicente com as próprias necessidades constitutivas do organismo humano. Os oligoelementos, apesar de traços-ínfimos, que são, de certas substâncias minerais, não podem ser negligenciados por um organismo saudável. Elementos tais como o ouro, a prata, a platina, o rubídio, o níquel, o boro…, podem soar-nos a estranhos como participantes do nosso corpo e funções, mas, na verdade, têm o seu lugar e desempenho imprescindíveis dentro de nós. Ingerimo-los de forma natural, pois estão presentes (como é evidente, em proporções infinitesimais) nomeadamente no sal marinho não refinado, e em muitos produtos alimentares vegetais. Em nenhum outro alimento, porém, se conhece uma tão extensa congregação de todos os mais importantes macro e microelementos minerais. A maioria das algas contém bastante iodo, mais do que a própria água do mar. Numa média (a composição química varia segundo a espécie, o grau de maturidade, o local da recolha e as estações do ano), análises laboratoriais revelaram a presença de: Bromo, magnésio, potássio, sódio, cálcio, ferro, alumínio, manganésio, fósforo, enxofre, cloro, cobre, níquel, silício, flúor, selénio, estanho, rubídio, germânio, gálio, prata, bismuto, arsénio, antimónio, lítio, boro, zinco, ouro, bário, cobalto, berílio, estrôncio, cério, titânio, platina, vanádio, árgon e crípton. Vitaminas A, B1, B2, B3, B6, B12, C, D, D2, E, F, K, PP. Algumas algas contêm Vitamina B12 em quantidade comparável à encontrada no fígado de vaca, no entanto considera-se estar num estado que não é absorvida pelo organismo. Encontramos igualmente que Algas possuem quase tanta Vitamina E como a que se encontra no gérmen de trigo. Aminoácidos essenciais: ácido glutâmico, cistina, metionina, leucina, valina, serina, tirosina, lisina, ácido aspártico, arginina, isoleucina, histidina, treonina, triptofano, fenilalanina. Prótidos (incluindo uma imensa riqueza em albumina, até 50%).
  • 2. Glúcidos: manitol, algulose, laminaria e matérias gordas. Clorofila (por vezes associada a diversos outros pigmentos portadores de energia igualmente absorvida da luz solar). Hormonas vegetais (auxinas e giberelinas). Enzimas. Mucilagens. Celulose. Substâncias antibióticas. As algas em geral têm propriedades estimulantes e reguladoras do metabolismo, remineralizantes, reforçadoras das defesas naturais, estimulantes circulatórias, cardiotónicas, anti-anémicas, antirreumatismais, anti-infeciosas, antirraquíticas. Possuem, ainda, ações benéficas reconhecidas em geriatria (nomeadamente, na arteriosclerose), na hipertensão, na impotência, na osteoporose, na obesidade, nas afeções dos rins e no sistema nervoso. São depurativas e têm efeito alcalinizante, que compensa, em parte, o excesso de efeito ácido da alimentação corrente, frequentemente desequilibrada. As algas, secas, conservam-se quase indefinidamente quando bem armazenadas –fechadas e em lugar seco. Depois de abertas as embalagens, conservam-se ainda por cerca de 4 meses, em sacos ou outros recipientes adequados e fechados. Algumas espécies comestíveis e/ou terapêuticas - ALGAS VERDES Enteromorfas (Enteromorpha intestinalis e outras espécies) São conhecidas sob a designação de Ao-Nori (“ao” significando “verde” em japonês) e têm altos teores em ferro. Possuem um marcado gosto a iodo e servem de condimento ou como guarnição. (Estas algas são muito resistentes a diversas formas de poluição, o que pode indiciar que são suscetíveis de acumular substâncias tóxicas, nomeadamente metais pesados. Há, assim, que assegurar-se da segurança sanitária das zonas de recolha, adquirindo as algas, qualquer que seja a espécie, em estabelecimentos comerciais fiáveis). - Alface do mar (Ulva lactuca) Rica em ferro, é também importante pelo seu conteúdo em oligoelementos diversos e muito raros, vitaminas A, B12 e C, e proteínas. Utiliza-se crua (ao natural), ou ressequida. O seu emprego requer cuidados de lavagem prolongada. - A Clorela (Chlorella pyrenoidosa) É uma microalga de água doce, cuja composição é muito rica em clorofila (a que deve o seu nome), proteínas, designadamente aminoácidos essenciais, e também vitaminas e sais minerais. Devido ao abundante teor em triptofano, é um regulador natural da produção de serotonina no nosso cérebro. A clorela apresenta propriedades desintoxicantes e estimulantes do sistema imunitário, sendo muito utilizada como antiviral. - ALGAS CASTANHAS Kombu (Laminaria japonica) crescem nas profundidades oceânicas e é das mais ricas em minerais e oligoelementos (a mais rica em iodo). De alto valor proteico, contém, igualmente, em quantidades apreciáveis, vitaminas A, C, E, B1, B2, B3, B12, PP, K e cálcio. Pela muita celulose de que é composta, é a mais rija de todas as algas, requerendo longo
  • 3. tempo de cozedura. Usa-se na confeção de sopas, em condimentos (torrada ou esmagada) ou acompanhada de vegetais, cereais ou leguminosas, e também em chá. Cozinhada juntamente com feijão ou outras leguminosas, torna-os mais macios e digeríveis. Previne a formação de gases intestinais e está indicada nas colites em geral. A sua congénere Laminaria Digitata possui gosto e características químicas semelhantes às da Kombu. Para além do apreço reconhecido das qualidades culinárias, ambas possuem virtudes terapêuticas que vão desde a prevenção e controle do colesterol a ações antinefríticas e reguladoras da tensão arterial. Têm igualmente efeitos benéficos nas perturbações cardiovasculares e tiroidianas, bem como em alguns tipos de diabetes (especialmente em sinergia com a Hiziki e abóbora). - Bodelha (Fucus vesiculosus) O seu talo é coriáceo, plano e ramificado, com pequenas dilatações cheias de ar e soro, sendo especialmente utilizado em infusões e decocções. Emprega-se também em cosmética e, nos spas, tem lugar de eleição, como anticelulítica. A de melhor qualidade (muito rica em iodo) pode ser encontrada no Atlântico Norte. É antiácida, sendo benéfica nos casos de gastrites e úlceras estomacais, e esofagites. Em Homeopatia, emprega-se o Fucus vesiculosus para combater a obesidade, a celulite, a obstipação intestinal e flatulências, o bócio e a desestabilização do metabolismo em geral, dermatoses (incluindo psoríase), linfatismo, reumatismos e doenças artríticas, etc. - Alaria (Alaria esculenta) A Alaria é também uma laminária, que se consome muito na Islândia. É conhecida pelas suas numerosas indicações medicinais: intensifica o metabolismo celular, estimula as funções glandulares, tem ação dilatadora das veias e capilares, favorece a cicatrização tecidular. - Esparguete marinho (Himanthalia elongata) De paladar forte, estes fios são, regra geral, utilizados na culinária em conjunto com leguminosas. Em particular, esta alga possui ação benéfica sobre o sistema linfático, venoso e nervoso. Contém nove vezes mais ferro do que a lentilha. Wakamé (Undaria pinnatifida) possui sabor suave e adocicado. Comprida, fina, usa-se em sopas (em especial, na de miso), saladas, junto com vegetais, como condimento, etc. Requer ser demolhada por longo tempo (cerca de 20 minutos) e, logo após, ser-lhe retirado o veio central, demasiado rijo. É especialmente rica em Vitaminas A, C, B1, B2, B3, B12 (depois da Spirulina, a mais rica que se conhece, nesta vitamina), Cálcio, Ferro, Magnésio, Iodo e diversas enzimas. Pode ser útil nas afecções bronco-pulmonares, incluindo a asma. - Aramé (Elsenia arborea) Alga fina, preta, semelhante à Hiziki. De sabor suave, pode cozinhar-se ao vapor, salteada, estufada, em saladas, etc. É particularmente rica em cálcio, ferro e iodo. Muito digestiva, estimula, ainda, a boa digestão dos outros alimentos complementares. Tem indicações terapêuticas em particular para afeções no aparelho reprodutor feminino.
  • 4. - Hiziki (Cystophyllum fusiforme) Alga castanho escura, ficando preta, quando seca. É uma alga dura, requerendo, assim, mais tempo de cozedura que a Aramé. Sendo semelhante a esta última, tem, contudo, sabor mais intenso a mar. Nesta Alga encontram-se importantes teores em Vitamina A, C, B1, B2, Cálcio (6%) e Ferro (30%). No Japão, a “cura de Hiziki” é uma cura muito popular. Acredita-se, mesmo, que os nipónicos devem a excecional condição dos seus cabelos ao consumo desta alga (efetivamente, os japoneses raramente ficam calvos e só têm cabelos brancos em idade avançada). Faz baixar a taxa de colesterol. - ALGAS VERMELHAS Nori (Porphyra tenera) De folhas largas e finas, fica preta ou roxo-escura quando seca. É usada como guarnição, em sushi (enrolada em “croquetes de arroz acidulado”), ou cozinhada em água com tamari e usada como condimento. Neste último caso, basta passar uma folha várias vezes sobre uma chama, até atingir uma cor esverdeada, e triturá-la depois entre os dedos; em seguida, polvilham-se as sopas e os pratos. Possui, em particular, elevado teor em Vitamina B12 e Cobalto. Na costa atlântica europeia recolhe-se uma espécie vizinha, a Porphyra umbilicalis. Ambas apresentam altos índices proteicos e vitaminas B1, B2, B12, A e C. São diuréticas (promovendo a eliminação de toxinas), estimulantes da digestão e ativadoras da circulação sanguínea. - Dulse (Rhodymenia palmata, também chamada Palmaria palmata) Apresenta um paladar delicado. É especialmente rica em vitaminas A, B12 e C, proteínas, sais minerais e numerosos oligoelementos raros. É uma alga macia, muito utilizada em sopas, como também em condimentos. - Carragenano (Condrus crispus) Também conhecida por “Musgo-da-Irlanda”, esta alga vermelha é notável pelo seu conteúdo em agar-agar (até 80%), um gelificante branco muito utilizado em pastelaria e sobremesas em geral. Tem altos teores de potássio, cálcio, magnésio, enxofre, iodo, bromo, magnésio, sódio. A decocção de carragenano, feita com água ou com leite, é muito nutritiva e usa-se nos estados gripais, na obstipação, nas inflamações biliares e dos rins, no raquitismo e nas perturbações endócrinas. - Musgo-da-Córsega (Alsidium helminthocorton) É uma mistura de algas marinhas que se encontra abundantemente nas rochas da costa provençal da Córsega. Também este musgo contém uma quantidade apreciável de mucilagem (oleína, miristina, 60 / 70%); é, ainda, rico em cálcio, ferro, sódio e iodo. É um vermífugo conhecido desde o tempo de Teofrasto, utilizado até à Idade Média, esquecido e caído em desuso, e recuperado por um médico córsego (Stephanopoli, em 1775). É anti-inflamatório e regulador da tiroide. Usa-se, particularmente, em decocções, e em pó –sobre os alimentos, como condimento, ou tomado simples, em pequenas colheres, como tónico ou medicamento. - ALGAS AZUIS Spirulina (Spirulina maxima) É uma microalga azul-esverdeada de inestimável valor biológico e nutritivo. Contém cerca de 70% de proteínas de
  • 5. alta qualidade (em contraste com os 15 a 20% da carne), e todos os aminoácidos essenciais. Possui um alto teor em complexo B (de vitamina B12, possui mais 250% do que a encontrada no fígado), betacaroteno (pró-vitamina A), clorofila e ácidos gordos essenciais polinsaturados. É extraordinariamente rica em ferro, apresentando uma taxa 58 vezes superior à encontrada nos espinafres. É um poderoso estimulante do sistema imunitário e reforça as capacidades intelectuais, neurológicas e de resistência física. Na verdade, a sua maior e mais conhecida virtude parece ser como antiviral e estimulante do sistema imunitário (nomeadamente, é muito utilizada como participante nos tratamentos de Sida e Cancros, e ainda em pessoas que estiveram expostas a radioatividade). Para além de tudo isto, a Spirulina é uma alga de excelente digestibilidade, porque a sua membrana celular não é celulósica e sim muco proteica. Luis Filipe Silva – Naturopata/Acupuntor.