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CHIKUNGUNYA
Ada Beatriz, Luciano e Maria Clara
• Arbovirose causada pelo vírus chikungunya
(CHIKV);
• Família Togaviridae e do gênero Alphavirus;
• Transmissão: Através da picada de fêmeas dos
mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus
infectadas pelo CHIKV;
• Vírus de RNA;
• O nome chikungunya significa “aqueles que se
dobram”.
INTRODUÇÃO
• Em 2022 a taxa de incidência é de 2,8 a casos para 100 mil habitantes no país;
• Região norte apresenta maior taxa de incidência (13 casos/100 mil habitantes);
• Região nordeste: 10 casos/100 mil habitantes;
• Maranhão teve aumento de 76,2% nos casos de dengue, zika e chikungunya no primeiro
trimestre de 2022;
• No período de 02 de janeiro a 10 de abril de 2022, foram notificados 74 casos, representando
um aumento de 41,8%, em relação ao mesmo período do ano de 2021.
EPIDEMIOLOGIA
ESPECTRO
CLINICO
FASE
AGUDA
FORMAS
TÍPICAS
CASOS
ASSINTOMÁTICOS
INFECÇÃO
FASE
SUBAGUDA
FORMAS
ATÍPICAS
CASOS
SINTOMÁTICOS
CASOS
GRAVES
FASE
CRÔNICA
Fase aguda ou febril
ESPECTRO
CLINICO
• Febre de início súbito e surgimento de intensa
poliartralgia, acompanhada de:
Dores nas costas, rash cutâneo (presente em mais de
50% dos casos), cefaleia e fadiga;
• Duração média de sete dias; Contínua, intermitente ou
bifásica;
• A poliartralgia mais de 90%:
Dor poliarticular, bilateral e simétrica, ou assimetria.
Acomete grandes e pequenas articulações e maior
frequência as regiões mais distais.
• Edema, associado à tenossinovite.
• A mialgia de intensidade leve a moderada.
Foto: Kleber Giovani Luz.
 Lesões articulares de pacientes com chikungunya. Fotos a – b: evolução da
mesma paciente no 1º e 5º dias;
Foto: Kleber Giovani Luz. Foto: Kleber Giovani Luz.
Foto: Iracilda C.S. Pinto.
Fotos e – f: mesma paciente fase inicial do edema e 5º dia de evolução
Foto: Iracilda C.S. Pinto.
• Exantema normalmente é macular ou maculopapular,
50% dos doentes e surge
2º ao 5º dia após o início da febre.
Atinge o tronco e as extremidades (incluindo
palmas e plantas), podendo atingir a face.
Prurido está presente em 25% dos pacientes e pode
ser generalizado ou apenas localizado na região palmo-
plantar
• Dor retro-ocular,
• Calafrios,
• Conjuntivite sem secreção
MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS
Foto: Kleber Giovani Luz.
• A febre normalmente desaparece;
• Persistência ou agravamento da artralgia, incluindo poliartrite
distal;
• Exacerbação da dor articular ;
• Tenossinovite hipertrófica subaguda em mãos, mais
frequentemente nas falanges, punhos e tornozelos
• Síndrome do túnel do carpo pode ocorrer como consequência
da tenossinovite hipertrófica (sendo muito frequente nas fases
subaguda e crônica). febre
MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS
Fase subaguda
Fotos: Carlos Brito
• Sintomas mais comuns:
Acometimento articular persistente ou recidivante nas mesmas articulações;
Caracterizado por dor com ou sem edema;
Limitação de movimento;
Deformidade
Ausência de eritema.
• Há relatos de dores nas regiões sacroilíaca, lombossacra e cervical.
• Ocasionalmente, articulações incomuns como temporomandibulares (dor a movimentação mandibular) e
esternoclaviculares estão acometidas.
MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS
Fase crônica
MANIFESTAÇÕES
CLÍNICAS
 Manifestações Atípicas e Graves Fonte: Adaptado de Rajapakse S., Rodrigo e Rajapakse A., 2010.
DIAGNÓSTICO
CHIKV
qRT-PCR
(Real Time RT-PCR).
RT-PCR
FORMA INDIRETA
(Pesquisa de anticorpos específicos)
FORMA DIRETA
(Pesquisa do RNA viral)
POC
(Point-of-Care)
ELISA
Ferramenta importante no diagnóstico precoce da
infecção sem utilidade a partir do oitavo dia de
sintomas.
Detecta o ácido nucleico viral até, aproximadamente,
o oitavo dia após o aparecimento dos sintomas;
Detecção de anticorpos específicos do tipo IgM, o
período mais indicado para essa investigação
sorológica é a partir do quinto dia;
Do tipo IgG, a partir do sexto dia.
DIAGNÓSTICO
DIFERENCIAL
Febre baixa e artralgia em extremidades distais. Entretanto, na chikungunya
são observadas temperaturas mais elevadas e artralgia mais intensa com
acometimento também da coluna axial.
O diagnóstico diferencial de chikungunya é feito com outras doenças febris
agudas associadas à artralgia.
Malária
Artrite séptica
Febre reumática
Leptospirose
Zika
História de exposição em áreas de transmissão, periodicidade da febre,
paroxismos, insuficiência renal, icterícia, hepato ou esplenomegalia.
Mialgia intensa em panturrilhas, oligúria, hemorragia subconjuntival,
considerar história de exposição a águas contaminadas.
Poliartrite migratória de grandes articulações, história de infecção de
garganta. Considerar os critérios de Jones para a febre reumática e evidência
de infecção prévia pelo StreptococosT
Leucocitose, derrame articular, acometimento de grandes articulações e
história de trauma.
MANEJO CLÍNICO
Caso suspeito – fase aguda – paciente com febre por até sete dias acompanhada de artralgia(s)
intensa de início súbito. Pode estar associado à cefaleia, a mialgias e à exantema. Considerar história
de deslocamento nos últimos 15 dias para áreas com transmissão de chikungunya.
Avaliar sinais de gravidade, critérios
de internação e grupos de risco
Grupos de risco:
• Gestantes.
• Maiores de 65 anos.
• Menores de 2 anos (neonatos
considerar critério de internação).
• Pacientes com comorbidades.
Sinais de gravidade e critérios de internação:
• Acometimento neurológico.
• Sinais de choque: extremidades frias, cianose,
instabilidade hemodinâmica.
• Dispneia.
• Dor torácica.
• Vômitos persistentes.
• Descompensação de doença de base.
• Sangramentos de mucosas.
Pacientes do grupo de risco em
observação
Acompanhamento ambulatorial
Pacientes sem sinais de gravidade, sem
critério de internação e/ou condições de risco
Pacientes com sinais de gravidade e/ou
critério de internação
Acompanhamento em internação
Classificação de risco do paciente com suspeita de chikungunya
Acompanhamento ambulatorial em
observação
TRATAMENTO
Fluxograma 1A – Dor na fase aguda (0-14 dias)
Dipirona 1g 6/6 h ou
paracetamol 750 mg 6/6
h, via oral (1)
Grave = 7 a 10
Moderada = 4 a 6
Leve = 1 a 3
Dipirona ou paracetamol associado a um
opioide: Tramadol 50 mg 6/6 h ou Codeina
30 mg 6/6 h ou Oxicodona 10 mg 12/12h,
via oral (3)
Dipirona 1g e paracetamol 750
mg intercalados a cada 3 horas
em horários alternados, via oral
(2)
Reavaliar após
7 dias
Suspende
medicação
Persiste com dor
Não Sim
• Reaplicar escala de dor (EVA) e questionário DN4
• Considerar o uso de corticoide conforme protocolo
(fase subaguda ou casos selecionados)
TRATAMENTO
Fluxograma 2 – Dor na fase subaguda (após 10-14 dias)
Anti-inflamatório não
hormonal Ibuprofeno 600
mg 8/8 h via ora
Grave = 7 a 10
Moderada = 4 a 6
Leve = 1 a 3
Prednisona Dose 0,5 mg/kg/dia, via oral (dose máxima 40 mg) Até
resolução dos sintomas (no máximo 3 semanas)
Até resolução dos sintomas, no
máximo 7-10 dias
Suspende
medicação
Persiste com dor
Não Sim
Após resolução dos sintomas, manter dose por mais 3-5 dias e iniciar
desmame: 5 mg a cada 7 dias
Em caso de recidiva durante o desmame, retornar a dose anterior, até
resolução dos sintomas, mantendo a dose por no máximo 3 semanas. Após
melhora, manter 3-5 dias e iniciar desmame de 2,5 mg/dia, a cada 7 dias
Em caso de recidiva, encaminhar a unidade de referência
• Ainda não existe vacina ou medicamentos contra chikungunya
• Prevenir a proliferação do mosquito:
1. Manter bem tampados: caixas, tonéis e barris de água, colocar o lixo em sacos plásticos;
2. Manter a lixeira sempre bem fechada;
3. Não jogar lixo em terrenos baldios;
4. Guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha sempre a boca para baixo.
PREVENÇÃO
• Goldman L, Ausiello D. Cecil: Tratado de Medicina Interna. 26aEdição. Rio de Janeiro:ELSEVIER,
2022.
• DONALISIO, Maria Rita; FREITAS, André Ricardo Ribas. Chikungunya no Brasil: um desafio
emergente. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 18, p. 283-285,
• 2015.http://plataforma.saude.gov.br/anomalias-congenitas/boletim-epidemiologico-SVS-07-2022.pdf
• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das
Doenças Transmissíveis. Chikungunya : manejo clínico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância
em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde,
2017.
REFERÊNCIAS

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Chikungunya: arbovirose causada por Alphavirus transmitido por mosquitos

  • 2. • Arbovirose causada pelo vírus chikungunya (CHIKV); • Família Togaviridae e do gênero Alphavirus; • Transmissão: Através da picada de fêmeas dos mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus infectadas pelo CHIKV; • Vírus de RNA; • O nome chikungunya significa “aqueles que se dobram”. INTRODUÇÃO
  • 3. • Em 2022 a taxa de incidência é de 2,8 a casos para 100 mil habitantes no país; • Região norte apresenta maior taxa de incidência (13 casos/100 mil habitantes); • Região nordeste: 10 casos/100 mil habitantes; • Maranhão teve aumento de 76,2% nos casos de dengue, zika e chikungunya no primeiro trimestre de 2022; • No período de 02 de janeiro a 10 de abril de 2022, foram notificados 74 casos, representando um aumento de 41,8%, em relação ao mesmo período do ano de 2021. EPIDEMIOLOGIA
  • 5. Fase aguda ou febril ESPECTRO CLINICO • Febre de início súbito e surgimento de intensa poliartralgia, acompanhada de: Dores nas costas, rash cutâneo (presente em mais de 50% dos casos), cefaleia e fadiga; • Duração média de sete dias; Contínua, intermitente ou bifásica; • A poliartralgia mais de 90%: Dor poliarticular, bilateral e simétrica, ou assimetria. Acomete grandes e pequenas articulações e maior frequência as regiões mais distais. • Edema, associado à tenossinovite. • A mialgia de intensidade leve a moderada. Foto: Kleber Giovani Luz.
  • 6.  Lesões articulares de pacientes com chikungunya. Fotos a – b: evolução da mesma paciente no 1º e 5º dias; Foto: Kleber Giovani Luz. Foto: Kleber Giovani Luz. Foto: Iracilda C.S. Pinto.
  • 7. Fotos e – f: mesma paciente fase inicial do edema e 5º dia de evolução Foto: Iracilda C.S. Pinto.
  • 8. • Exantema normalmente é macular ou maculopapular, 50% dos doentes e surge 2º ao 5º dia após o início da febre. Atinge o tronco e as extremidades (incluindo palmas e plantas), podendo atingir a face. Prurido está presente em 25% dos pacientes e pode ser generalizado ou apenas localizado na região palmo- plantar • Dor retro-ocular, • Calafrios, • Conjuntivite sem secreção MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Foto: Kleber Giovani Luz.
  • 9. • A febre normalmente desaparece; • Persistência ou agravamento da artralgia, incluindo poliartrite distal; • Exacerbação da dor articular ; • Tenossinovite hipertrófica subaguda em mãos, mais frequentemente nas falanges, punhos e tornozelos • Síndrome do túnel do carpo pode ocorrer como consequência da tenossinovite hipertrófica (sendo muito frequente nas fases subaguda e crônica). febre MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase subaguda Fotos: Carlos Brito
  • 10. • Sintomas mais comuns: Acometimento articular persistente ou recidivante nas mesmas articulações; Caracterizado por dor com ou sem edema; Limitação de movimento; Deformidade Ausência de eritema. • Há relatos de dores nas regiões sacroilíaca, lombossacra e cervical. • Ocasionalmente, articulações incomuns como temporomandibulares (dor a movimentação mandibular) e esternoclaviculares estão acometidas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Fase crônica
  • 11. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS  Manifestações Atípicas e Graves Fonte: Adaptado de Rajapakse S., Rodrigo e Rajapakse A., 2010.
  • 12. DIAGNÓSTICO CHIKV qRT-PCR (Real Time RT-PCR). RT-PCR FORMA INDIRETA (Pesquisa de anticorpos específicos) FORMA DIRETA (Pesquisa do RNA viral) POC (Point-of-Care) ELISA Ferramenta importante no diagnóstico precoce da infecção sem utilidade a partir do oitavo dia de sintomas. Detecta o ácido nucleico viral até, aproximadamente, o oitavo dia após o aparecimento dos sintomas; Detecção de anticorpos específicos do tipo IgM, o período mais indicado para essa investigação sorológica é a partir do quinto dia; Do tipo IgG, a partir do sexto dia.
  • 13. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Febre baixa e artralgia em extremidades distais. Entretanto, na chikungunya são observadas temperaturas mais elevadas e artralgia mais intensa com acometimento também da coluna axial. O diagnóstico diferencial de chikungunya é feito com outras doenças febris agudas associadas à artralgia. Malária Artrite séptica Febre reumática Leptospirose Zika História de exposição em áreas de transmissão, periodicidade da febre, paroxismos, insuficiência renal, icterícia, hepato ou esplenomegalia. Mialgia intensa em panturrilhas, oligúria, hemorragia subconjuntival, considerar história de exposição a águas contaminadas. Poliartrite migratória de grandes articulações, história de infecção de garganta. Considerar os critérios de Jones para a febre reumática e evidência de infecção prévia pelo StreptococosT Leucocitose, derrame articular, acometimento de grandes articulações e história de trauma.
  • 14. MANEJO CLÍNICO Caso suspeito – fase aguda – paciente com febre por até sete dias acompanhada de artralgia(s) intensa de início súbito. Pode estar associado à cefaleia, a mialgias e à exantema. Considerar história de deslocamento nos últimos 15 dias para áreas com transmissão de chikungunya. Avaliar sinais de gravidade, critérios de internação e grupos de risco Grupos de risco: • Gestantes. • Maiores de 65 anos. • Menores de 2 anos (neonatos considerar critério de internação). • Pacientes com comorbidades. Sinais de gravidade e critérios de internação: • Acometimento neurológico. • Sinais de choque: extremidades frias, cianose, instabilidade hemodinâmica. • Dispneia. • Dor torácica. • Vômitos persistentes. • Descompensação de doença de base. • Sangramentos de mucosas. Pacientes do grupo de risco em observação Acompanhamento ambulatorial Pacientes sem sinais de gravidade, sem critério de internação e/ou condições de risco Pacientes com sinais de gravidade e/ou critério de internação Acompanhamento em internação Classificação de risco do paciente com suspeita de chikungunya Acompanhamento ambulatorial em observação
  • 15. TRATAMENTO Fluxograma 1A – Dor na fase aguda (0-14 dias) Dipirona 1g 6/6 h ou paracetamol 750 mg 6/6 h, via oral (1) Grave = 7 a 10 Moderada = 4 a 6 Leve = 1 a 3 Dipirona ou paracetamol associado a um opioide: Tramadol 50 mg 6/6 h ou Codeina 30 mg 6/6 h ou Oxicodona 10 mg 12/12h, via oral (3) Dipirona 1g e paracetamol 750 mg intercalados a cada 3 horas em horários alternados, via oral (2) Reavaliar após 7 dias Suspende medicação Persiste com dor Não Sim • Reaplicar escala de dor (EVA) e questionário DN4 • Considerar o uso de corticoide conforme protocolo (fase subaguda ou casos selecionados)
  • 16. TRATAMENTO Fluxograma 2 – Dor na fase subaguda (após 10-14 dias) Anti-inflamatório não hormonal Ibuprofeno 600 mg 8/8 h via ora Grave = 7 a 10 Moderada = 4 a 6 Leve = 1 a 3 Prednisona Dose 0,5 mg/kg/dia, via oral (dose máxima 40 mg) Até resolução dos sintomas (no máximo 3 semanas) Até resolução dos sintomas, no máximo 7-10 dias Suspende medicação Persiste com dor Não Sim Após resolução dos sintomas, manter dose por mais 3-5 dias e iniciar desmame: 5 mg a cada 7 dias Em caso de recidiva durante o desmame, retornar a dose anterior, até resolução dos sintomas, mantendo a dose por no máximo 3 semanas. Após melhora, manter 3-5 dias e iniciar desmame de 2,5 mg/dia, a cada 7 dias Em caso de recidiva, encaminhar a unidade de referência
  • 17. • Ainda não existe vacina ou medicamentos contra chikungunya • Prevenir a proliferação do mosquito: 1. Manter bem tampados: caixas, tonéis e barris de água, colocar o lixo em sacos plásticos; 2. Manter a lixeira sempre bem fechada; 3. Não jogar lixo em terrenos baldios; 4. Guardar garrafas de vidro ou plástico, mantenha sempre a boca para baixo. PREVENÇÃO
  • 18. • Goldman L, Ausiello D. Cecil: Tratado de Medicina Interna. 26aEdição. Rio de Janeiro:ELSEVIER, 2022. • DONALISIO, Maria Rita; FREITAS, André Ricardo Ribas. Chikungunya no Brasil: um desafio emergente. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 18, p. 283-285, • 2015.http://plataforma.saude.gov.br/anomalias-congenitas/boletim-epidemiologico-SVS-07-2022.pdf • Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Chikungunya : manejo clínico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2017. REFERÊNCIAS