O documento discute a integração agropecuária na gestão do agronegócio. Aborda sistemas integrados de produção, processos agroindustriais, certificações e selos de qualidade, marketing e vendas, planejamento da produção, pesquisas de mercado e gestão de equipes.
2. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 1: Sistemas de integração produtivos
3. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 1: Sistemas de integração produtivos
1.1 Importância dos sistemas integrados de produção
4. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 1: Sistemas de integração produtivos
1.1 Importância dos sistemas integrados de produção
5. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 1: Sistemas de integração produtivos
1.1 Importância dos sistemas integrados de produção
Qualidade de vida
Melhoria do solo Redução de perdas de produtividade
Redução de doenças
Bem-estar animal
Eficiência
Possibilidades de aplicação
Aproveitamento de recursos naturais
Menor custo Aumento de produção Aumento de competitividade
Redução de riscos
Geração de empregos Qualificação profissional Aumento de renda
7. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 1: Sistemas de integração produtivos
1.1 Importância dos sistemas integrados de produção
8. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 1: Sistemas de integração produtivos
1.2 Características e modalidades dos sistemas integrados de produção
• Consórcio
• Rotação
• Sucessão
9.
10. De acordo com Moraes et al. (2021) a modalidade
de integração mais utilizada vem sendo a lavoura pecuária.
11. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 1: Sistemas de integração produtivos
1.3 Produção orgânica e seus requisitos técnicos
A integração lavoura-floresta tem sido aplicada no sistema de produção agroecológico, que por sua vez se pauta por
requisitos semelhantes ao da agricultura
orgânica.
12. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 1: Sistemas de integração produtivos
1.3 Produção orgânica e seus requisitos técnicos
Lei nº 10.831, de 2003 - agricultura orgânica
“Considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam
técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos
disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a
sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização
da dependência de energia não-renovável, empregando, sempre que possível, métodos
culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a
eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em
qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e
comercialização, e a proteção do meio ambiente.”
13. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 1: Sistemas de integração produtivos
1.4 As contribuições dos sistemas integrados para a qualidade de vida do produtor
Agregação de valor aos produtos e as diferentes
fontes de renda que ocorrem ao longo do tempo
14. 1. Selecione a opção que completa corretamente a sentença a seguir:
_____________ é a utilização de duas ou mais culturas plantadas ao
mesmo tempo
e na mesma área.
a) Colheita
b) Processamento
c) Consórcio
d) Rotação
e) Sucessão
15. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 2: Processos agroindustriais
Beneficiamento e da transformação da matéria-prima
presente na agropecuária
16. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 2: Processos agroindustriais
2.1 Os processos de agroindustrialização
Na maioria das vezes, a agroindústria
trabalha com matérias-primas
relacionadas à produção de alimentos
para o consumidor final
O que diferencia a agroindústria das demais
são as características das matérias-primas:
sazonalidade, perecibilidade e
heterogeneidade.
17. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 2: Processos agroindustriais
2.1 Os processos de agroindustrialização
A agroindústria pode ser classificada
de acordo com a matéria-prima com
que ela trabalha.
18. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 2: Processos agroindustriais
2.2 O papel da tecnologia nos processos agroindustriais
19. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 2: Processos agroindustriais
2.3 Controle de qualidade e as etapas para a comercialização de produtos agroindustriais
20. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 2: Processos agroindustriais
2.3 Controle de qualidade e as etapas para a comercialização de produtos agroindustriais
Até que os alimentos cheguem à nossa
mesa há um longo caminho, que
envolve produção, armazenamento,
transporte e comercialização.
Alimentos processados
Selo de Inspeção
21. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 2: Processos agroindustriais
2.3 Controle de qualidade e as etapas para a comercialização de produtos agroindustriais
22. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 3: Certificações e o papel dos selos de qualidade para a produção orgânica
3.1 Obtenção e manutenção dos selos de certificação nos processos produtivos
23. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 3: Certificações e o papel dos selos de qualidade para a produção orgânica
3.1 Obtenção e manutenção dos selos de certificação nos processos produtivos
O selo de qualidade é obtido nas empresas
credenciadas pelos órgãos de fiscalização, que são
conhecidas como certificadoras.
24. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 3: Certificações e o papel dos selos de qualidade para a produção orgânica
3.1 Obtenção e manutenção dos selos de certificação nos processos produtivos
a) O papel das certificadoras
b) Tipos de certificadoras
25. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 3: Certificações e o papel dos selos de qualidade para a produção orgânica
3.1 Obtenção e manutenção dos selos de certificação nos processos produtivos
1) Certificação por auditoria 2) Certificação orgânica participativa de garantia
Organismo Participativo de Avaliação da
Conformidade (Opac)
selo SisOrg
26. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 3: Certificações e o papel dos selos de qualidade para a produção orgânica
3.1 Obtenção e manutenção dos selos de certificação nos processos produtivos
3) Controle social na venda direta
Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos.
27. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 3: Certificações e o papel dos selos de qualidade para a produção orgânica
3.1 Obtenção e manutenção dos selos de certificação nos processos produtivos
28. Tema 1: Integração agropecuária
Tópico 3: Certificações e o papel dos selos de qualidade para a produção orgânica
3.2 Agregação de valor: o papel dos selos na percepção do consumidor e nas vendas
29. Tema 2: Visão sistêmica do negócio
Tópico 1: Compreendendo a relação entre o marketing e o fortalecimento das vendas
30. Tema 2: Visão sistêmica do negócio
Tópico 1: Compreendendo a relação entre o marketing e o fortalecimento das vendas
31. Tema 2: Visão sistêmica do negócio
Tópico 1: Compreendendo a relação entre o marketing e o fortalecimento das vendas
1.1 Fatores de decisão do consumidor na hora da compra
1.2 Importância do marketing como ferramenta para fortalecer as vendas
Algumas perguntas podem orientar o processo de produção até que o produto chegue
ao consumidor, como:
• Quais insumos serão utilizados para atender as exigências diárias?
• O que as marcas concorrentes disponibilizam em seus produtos?
• Qual inovação o produto dessa agroindústria deve incorporar para ganhar os consumidores?
• A embalagem pode influenciar a percepção do meu produto pelo consumidor?
• Quais estratégias de marketing podem ser utilizadas para fortalecer essa marca?
32. Tema 2: Visão sistêmica do negócio
2.1 O papel do fluxo de materiais
2.2 Fluxo de capital e tomadas de decisão
Tópico: Importância do planejamento para a produção
33. Tópico 3: Pesquisas de mercado e organização das estratégias de negócio
Tema 2: Visão sistêmica do negócio
3.1 Indicadores econômicos: como impactam o planejamento da compra dos insumos e serviços
3.2 Indicadores técnicos: acompanhamento da produtividade
3.3 A comunicação e o fortalecimento da cadeia produtiva
34. Tema 3: Gestão de equipes e aplicação de inovações
nos processos
1.1 Aplicando a gestão de competências
1.2 Formação continuada das equipes
Tópico 1: Montagem e gestão das equipes de trabalho
35. Tema 3: Gestão de equipes e aplicação de inovações
nos processos
Tópico 2: Importância das estratégias de comunicação nos empreendimentos rurais
2.1 Composição das equipes de trabalho
2.2 Definição de metas e acompanhamento de processos
2.3 Mediação de conflitos com equipes de trabalho
36. Tema 3: Gestão de equipes e aplicação de inovações
nos processos
Tópico 3: Sistemas de gestão no empreendimento rural
3.1 Ferramentas de gestão
3.2 Gestão pela qualidade total
Estratégia produtiva que alia as atividades agrícola, pecuária e florestal em uma mesma área. Objetivo: otimização de espaço de terra, por meio de praticas sustentáveis, promove o desenvolvimento social. Economico e ambiental.
Integração Agropecuária na Gestão do Agronegócio foi desenvolvida com o intuito de demonstrar a importância dos diferentes componentes do
setor produtivo. Desde o planejamento dos arranjos produtivos ao momento da venda da produção, diversos são os agentes e processos que estão integrados para viabilizar
a chegada dos mais variados produtos ao consumidor.
De acordo com Moura e Padolfi (2020), os consumidores estão cada vez mais exigentes, não só com relação ao produto final, mas também com todo o processo de produção e
suas consequências para a sociedade e para o meio ambiente. Consequentemente, as empresas do agronegócio sentiram a necessidade de adotarem ferramentas de apoio
para gerenciarem seus negócios, atendendo os padrões das normas de qualidade, sustentabilidade ambiental e também a integridade física e a saúde dos funcionários, para
então conquistarem um bom desempenho dentro do mercado de atuação. Portanto, quando analisamos a produção como resultado da integração dos diversos
segmentos, podemos detectar a necessidade de fazermos ajustes nos mais variados processos. A partir da identificação de gargalos, muitas são as estratégias que podemos adotar para alinhar as atividades produtivas, como:
O tema da aula Integração agropecuária tem como objetivo apresentar um sistema de integração mais sustentável, que envolve diferentes tipos de cultivo de plantas e
manejo de animais, no intuito de aumentar a produtividade e a qualidade dos produtos fornecidos a partir desses sistemas.
Para iniciar este tópico, você precisa saber que o crescimento da população resultou
num aumento da busca por alimentos, o que nos leva a pensar no planejamento da
produção e consequentemente nos coloca à frente de outras questões importantes:
Uma das respostas para essas questões são os sistemas integrados de produção, como o sistema
de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF). Veremos mais detalhes sobre esses sistemas a
seguir!
As primeiras experiências de integração entre lavoura, pecuária e floresta foram
orientadas pela Embrapa, como mostra a linha do tempo a seguir:
De acordo com o portal de notícias da Embrapa (2021), estima-se que, em 2030, a área total que estará utilizando o sistema de ILPF no Brasil alcançará cerca de 35 milhões
de hectares – isso seria o dobro da área atual – e terá sistemas integrados 50% mais produtivos e pelo menos 3 milhões de hectares com sistemas de integração
lavoura-pecuária-floresta certificados e monitorados.
O
A combinação desses sistemas formando uma produção integrada pode ser demonstrada
a partir dos benefícios de implantação que são listados por Balbino et al. (2012).
Descubra abaixo quais são esses benefícios: sistema de ILPF utiliza diferentes combinações de dois ou três componentes num sistema produtivo, conforme você pode conferir no quadro abaixo:
Integração lavoura-pecuária (ILP) Conhecido também como sistema agropastoril, a produção integra o componente agrícola ao pecuário, em rotação, consórcio ou sucessão, numa mesma área de produção e num mesmo ano agrícola, ou em múltiplos anos.
b) Integração lavoura-floresta (ILF) Já no sistema de integração lavoura- floresta, a produção integra o componente florestal ao agrícola,
utilizando o consórcio de espécies arbóreas e agrícolas em rotação e/ou sucessão.
c) Integração floresta-pecuária (ILP) Esse sistema de produção integra o componente florestal ao pecuário,
em consórcio. É importante ressaltar que a cobertura vegetal, além de contribuir para a conservação do solo, acaba por auxiliar no bem-estar animal, aumentando a produtividade.
d) Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) Conhecido também como sistema agrossilvipastoril, nesse sistema são integrados os componentes agrícola, pecuário e florestal, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. A lavoura é o primeiro componente a gerar renda ao produtor. Ele pode ser mantido de acordo com a preferência do produtor ao longo do tempo
Confira a seguir as configurações dos sistemas integrados de produção adotados pelos
produtores brasileiros:
Além dos benefícios listados, a implantação do sistema de ILPF nas propriedades pode
contribuir para:
Agora vamos caracterizar os tipos de sistemas de integração, mas antes é importante abordar três técnicas empregadas nesses sistemas: consórcio, rotação e sucessão.
Vamos começar pela técnica de plantio em consórcio – aqui a produção é realizada com a utilização de duas ou mais culturas plantadas ao mesmo tempo e na mesma
área. Essa técnica apresenta as seguintes características:
É importante chamar a atenção do produtor no ato do planejamento
da produção, para ele não deixar de considerar essas
diferenças.
Nos sistemas integrados de produção, também é utilizada a técnica de rotação de
culturas, ou seja, a alternância do plantio de diferentes culturas numa mesma
área ao longo de um período, com o objetivo de sanar problemas fitossanitários.
De acordo com Moraes et al. (2021) a modalidade
de integração mais utilizada vem sendo a lavoura pecuária.
A integração lavoura-floresta tem sido aplicada no sistema de produção agroecológico, que por sua vez se pauta por requisitos semelhantes ao da agricultura
orgânica.
A partir dessa informação, é importante trazer as informações sobre o sistema de produção orgânico, que conta com algumas
especificidades técnicas que são monitoradas.
Outro motivo importante pelo qual se deve estudar o sistema de produção orgânica e o agroecológico é porque eles são utilizados pela agricultura familiar em propriedades de pequeno e médio porte, gerando uma demanda de atendimento pelos técnicos, os quais devem conhecer as técnicas envolvidas nesses sistemas de produção.
Por dentro
Já vimos que é perceptível o papel dos sistemas de integração na otimização de espaços produtivos e na redução de alguns custos operacionais. Porém, também é importante destacar outras questões que impactam positivamente a vida do produtor, como a agregação de valor aos produtos e as diferentes fontes de renda que ocorrem ao longo do tempo, a depender das culturas trabalhadas na propriedade. Esses benefícios acabam por contribuir positivamente para a vida dos produtores e dos demais atores da cadeia produtiva, ou seja, essa valorização dos produtores ocorre por dar a eles qualidade de
vida, o que os incentivará a permanecerem agentes do processo de produção de alimentos.
Para iniciar este tópico, achamos importante você conhecer o conceito de agroindústria.
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Mapa (2021), em seu portal virtual de pesquisas, define a agroindústria como o ambiente físico equipado e
preparado para realização de um conjunto de atividades relacionadas à transformação de matérias-primas agropecuárias provenientes da agricultura, pecuária, aquicultura
ou silvicultura, que são realizadas de forma sistemática.
De acordo com a Embrapa (2021), a agroindústria contribui com 5,9% para o PIB brasileiro. Esse
resultado vem principalmente do beneficiamento e da transformação da matéria-prima presente
na agropecuária, integrando a produção rural ao restante do mercado econômico. Veja a seguir os
processos encontrados nessa indústria.
Na maioria das vezes, a agroindústria trabalha com matérias-primas relacionadas à
produção de alimentos para o consumidor final. Entre essas matérias-primas, destacamos
alguns exemplos:
O que diferencia a agroindústria das demais são as características das matérias-primas:
sazonalidade, perecibilidade e heterogeneidade.
Dessa forma, a agroindústria pode ser classificada de acordo com a matéria-prima com
que ela trabalha. No quadro a seguir, listamos alguns tipos de agroindústria e seus
respectivos produtos.
Tipo de agroindústria
A seguir, veja como as tecnologias atuam nos processos da agroindústria.
A todo instante chegam ao mercado soluções tecnológicas destinadas a atender as demandas dos processos, tornando-os mais eficientes e rápidos.
Alguns exemplos estão bem próximos do consumidor, podendo ser vistos nas prateleiras do supermercado, como os QR CODES usados para realizar a rastreabilidade de alimentos.
Já outras tecnologias nascem para atender necessidades específicas da cadeia produtiva ainda dentro da porteira, como a tecnologia de QR Codes citada anteriormente.
A adoção de uma inovação tecnológica nos processos agroindustriais, além de permitir melhores performances, pode significar
um diferencial de mercado, tornando o negócio mais competitivo e até mesmo abrindo outros mercados. A inovação, conforme Jaramillo, Lugones e Salazar (2001), compreende duas categorias principais: inovação tecnológica de processo e inovação tecnológica de produto.
Inovação de processo: aqui estamos tratando da adoção de métodos de produção tecnologicamente novos ou melhorados, o que inclui a apresentação do produto. Esses métodos
podem envolver mudanças nos equipamentos e/ou na organização da produção e podem ser derivados do uso de um novo conhecimento (SANTINI; BÁNKUTI; SOUZA FILHO, 2006). Nesta unidade, vemos esse processo na história da implantação do sistema de ILPF pela Embrapa, que foi ao longo dos anos testando alguns arranjos até chegar ao Sistema Santa Brígida.
Inovação tecnológica de produto: quando falamos de produto, tanto podemos ter um produto tecnologicamente
novo, como um produto tecnologicamente melhorado. O primeiro tem características tecnológicas ou usos pretendidos
diferentes daqueles que os produtos anteriores apresentavam. O produto tecnologicamente melhorado corresponde
a um produto existente cuja performance foi significativamente aperfeiçoada ou atualizada. Um exemplo disso são os
maquinários que utilizamos nas colheitas que, ao longo dos anos, vêm recebendo inovações tecnológicas com o objetivo
de torná-los mais eficientes.
Portanto, a adoção de tecnologia pode ser verificada desde o processo de produção de insumos, como sementes melhoradas geneticamente e fertilizantes, passando
pelo maquinário até o momento final da comercialização para o consumidor. A seguir, vamos ver como funciona o controle de qualidade dos produtos e seu processo
de comercialização.
Vamos fazer juntos um exercício de avaliação de um produto comum que temos em nossas mesas: a alface. Como consumidor, vamos às feiras, mercados ou mercearias e, naturalmente, fazemos uma seleção de qualidade. Verificamos tamanho, cor das folhas, folhas manchadas e somente levamos para casa aquela alface que identificamos como a melhor, concorda?
Já em casa, guardamos esse produto na geladeira com objetivo de preservá-lo ao máximo até o momento do consumo. Ao prepararmos a alface para consumo, repetimos essa avaliação de qualidade e geralmente descartamos as folhas que murcharam ao longo do armazenamento. Intuitivamente, fizemos um controle de qualidade e estamos constantemente fazendo esse
procedimento com os mais diversos produtos.
Segundo Torrezan (2012), o controle de qualidade nas indústrias de alimentos está relacionado com o controle das matérias-primas, insumos, embalagens, fornecedores,
acompanhamento dos produtos ao longo dos processos e avaliação do produto final, de modo a conferir o seu padrão de integridade e o sanitário, por meio de análises
físico-químicas, microbiológicas, microscópicas e outras.
Até que os alimentos cheguem à nossa mesa há um longo caminho, que envolve produção, armazenamento, transporte e comercialização.
Alimentos processados, como queijos e vinhos, por exemplo, devem seguir o que é padronizado pelas legislações específicas para obter o registro no Mapa, podendo
assim receber o rótulo e chegar aos pontos de venda.
Alimentos de origem animal (carne, leite, ovos, mel, pescados e seus derivados), por exemplo, devem receber o Selo de Inspeção. Para obtenção desse selo, o serviço
de inspeção avalia alguns dos processos desses produtos, como:
• produção;
• manipulação;
• elaboração;
• transformação;
• armazenamento.
O papel do serviço de fiscalização é garantir a
segurança desses alimentos para o consumidor.
A seguir, você pode conferir quais são os selos fornecidos pelos serviços de inspeção:
Para refletir
Para iniciarmos este tópico, gostaríamos que você fizesse a seguinte
reflexão: você já observou a embalagem dos produtos
alimentares num supermercado? É comum que elas contenham
várias informações importantes sobre aquele alimento, como
data de fabricação, data de validade, registro do alimento no
órgão competente, selos de qualidade e composição nutricional,
entre outras. Agora vamos pensar pelo lado do produtor, o
que ele precisa fazer para obter esses selos?
Para responder esse questionamento, vamos usar novamente como exemplo a produção
orgânica, pois o selo dela, facilmente reconhecido pelos consumidores, é uma
forma de certificação com características bem específicas. Assim, vamos tratar do processo
que ocorre até que um produto consiga autorização de uso desse selo.
Além do selo de produção orgânica, existem outras certificações que o produtor pode
adquirir e são reconhecidas pelo consumidor nas embalagens, como um diferencial de
qualidade. Alguns exemplos são:
• RainForest Alliance
• Fair Trade
• GlobalGap
• ISO
• Bonsucro
• UTZ
• RTRS
O selo de qualidade é obtido nas empresas credenciadas pelos órgãos de fiscalização, que são conhecidas como certificadoras.
Na certificação de produtos orgânicos, por exemplo, a certificadora é credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Já no caso das certificações ISSO 9000 e ISO 14001, a certificadora é credenciada pelo INMETRO.
Conforme já mencionado, as certificadoras são empresas que possuem permissão para emitir a certificação. Para que essa seja alcançada, a empresa realiza auditorias
no sistema de gestão do empreendimento.
Na certificação orgânica, além da certificação por auditoria, há outras modalidades, como o Sistema Participativo de Garantia e o Controle Social na Venda Direta,
totalizando três tipos de certificação para a produção orgânica.
O papel da certificadora é assegurar que os procedimentos de produção seguem os critérios estabelecidos nas normas que regulamentam esse tipo de produção.
Tipos de certificadoras
Para falarmos dos tipos de certificação, vamos começar pela certificação de produtos orgânicos, que foi estabelecida pela Lei nº 10.831/2003 e regulamentada pelo Decreto
6.323/2007. Existem dois tipos de certificadora para produtos orgânicos, confira abaixo:
Conforme mencionamos anteriormente, existem três tipos de certificação para a produção
orgânica, que descreveremos a seguir:
1) Certificação por auditoria
A certificação por auditoria, em geral é utilizada por propriedades maiores e que adotam nos processos produtivos tecnologias avançadas em todo o processo produtivo.
Esse tipo de certificação permite que esses produtos orgânicos sejam comercializados em qualquer tipo de estabelecimento. Na certificação por auditoria é concedido o selo SisOrg Para concedê-lo, a certificadora avalia os procedimentos de produção considerando a legislação brasileira e os procedimentos e critérios internacionais.
2) Certificação orgânica participativa de garantia
A certificação orgânica participativa de garantia é feita por um grupo credenciado composto de produtores, técnicos e consumidores, que formam um Organismo Participativo
de Avaliação da Conformidade (Opac). Esse grupo assume a responsabilidade coletiva de verificar os processos da propriedade e certificar uma produção.
Essa certificação é aplicada em produções comunitárias e pequenos grupos de produtores autônomos. Com essa certificação fica
permitida a comercialização apenas em feiras.
3) Controle social na venda direta
Para suprir a necessidade da agricultura familiar, a legislação brasileira abriu uma exceção na obrigatoriedade de certificação dos produtos orgânicos.
Porém, para ter acesso a essa modalidade, o produtor familiar deve se cadastrar numa organização de controle social que esteja
devidamente registrada e vinculada ao órgão fiscalizador para fazer parte do Cadastro Nacional de
Produtores Orgânicos.
Também é importante que você saiba que para cada cultura há uma série de orientações descritas em Instruções Normativas (IN) do Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento.
No quadro a seguir estão listadas algumas instruções normativas que orientam a produção orgânica:
No quadro a seguir estão listadas algumas instruções normativas que orientam a produção orgânica:
Essas instruções normativas, além de orientar a produção, fornecem critérios para as
inspeções das certificadoras.
É importante ressaltar que havendo adulteração, falsificação, fraude ou descumprimento das normas de produção, tanto as
certificadoras quanto o produtor podem ser penalizados. As penas podem variar desde advertência, autuação, apreensão
dos produtos, retirada do cadastro dos agricultores autorizados a trabalhar com a venda direta e suspensão do credenciamento
como organismo de avaliação.
Agora verifique abaixo quais são os documentos
necessários para realizar o cadastro como produtor
orgânico:
Na prática, o selo demonstra ao consumidor, além da qualidade, outros valores importantes,
como:
Preocupação do produtor com o meio
ambiente
Sustentabilidade ambiental
Segurança alimentar Segurança no trabalho
Dica
Diversas pesquisas ressaltam que, para decidirem se compram
determinados produtos, os consumidores buscam se informar sobre os processos produtivos e que estariam dispostos a pagar
mais quando encontram selos que atestem a qualidade.
Outra ferramenta que tem se prestado ao papel de certificar produtos alimentares é a rastreabilidade, que descreve ao consumidor, por
exemplo, o processo de produção, os insumos utilizados, os selos de qualidade da propriedade etc. Essas informações estão contidas num QR Code afixado nas embalagens e pode ser lida pelo consumidor com o auxílio de um aparelho celular.
Encerramento do tema Ao longo dos estudos sobre este tema, Integração agropecuária, verificamos a importância do planejamento dos processos produtivos, o impacto das tecnologias
na qualidade do que é produzido e como os selos e certificações expressam ao consumidor a segurança do alimento que chega à sua mesa.
Também vimos que os sistemas integrados de produção são arranjos que permitem ao produtor otimizar espaço, tempo, diversificar a geração de renda ao longo do
tempo e agregar valor ao produto final.
Outro ponto trabalhado foi a questão da qualidade do produto, que é expressa tanto pelo processo produtivo quanto pelo manejo dos produtos até a fase da comercialização.
No próximo tema você estudará sobre a necessidade de ter uma visão mais sistêmica do negócio.
Neste tema, vamos ver que o negócio agrícola não está restrito apenas ao que acontece
dentro da propriedade. Há processos que ocorrem fora da propriedade que devem
ser avaliados, por impactarem a atividade produtiva. Por exemplo:
Neste tema, vamos ver que o negócio agrícola não está restrito apenas ao que acontece
dentro da propriedade. Há processos que ocorrem fora da propriedade que devem
ser avaliados, por impactarem a atividade produtiva. Por exemplo:
Para iniciarmos este tópico, é importante que você entenda que o
consumidor é a ponta da maioria dos processos de produção e prestação
de serviços, e que a partir dele é possível entender e planejar as ações de um negócio.
Dessa forma, uma agroindústria que produza ração para animais, por exemplo, realiza um amplo estudo para entender a composição do seu produto, a partir do seu
consumidor final.