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 O caso de DS
 DS é um jovem de 15 anos, estudante do ensino médio. Nas férias de julho arranjou
um emprego temporário numa firma de jardinagem. Sua função era espalhar adubo
vegetal em canteiros. Duas semanas depois, ele desenvolveu uma grave dificuldade
respiratória, tosse persistente e dores no peito e teve que ser internado com
urgência. O exame radiológico revelou grandes manchas densas no pulmão. Uma
dessas lesões foi aspirada com agulha fina e quando o aspirado foi corado foram
vistas vária hifas do fungo Aspergillus. Os exames de laboratório mostraram que
seu hemograma estava dentro do normal e os níveis de anticorpos um pouco acima
do normal. Foram então pesquisar os neutrófilos do sangue e viram que apesar do
número estar dentro da normalidade, eles produziam muito menos peróxido de
hidrogênio, 1.61 nmol/min/106 células (normal 6.3 nmol/min/106 células). DS
permaneceu no hospital por 2 meses, quando desenvolveu outras infecções
pulmonares. Foi tratado com um antifúngicos e antibióticos.
 Como você interpretaria estes resultados? Explique
NADPH oxidase
O estímulo fagocítico induz: 1) montagem do complexo NADPH oxidase na membrana do
fagossomo
2) ativação da NADPH oxidase e geração do superóxido
superóxido
Membrana do
fagossomo
RESUMO
Após o reconhecimento do microorganismo por
fagócitos através dos PRRs ocorre:
a) Polimerização de actina - formação do fagossomo -
fagocitose
b) Ativação de NAHPH oxidase e geração de ERO – morte do
microorganismo
inflamação
c) Ativação de NO sintase – geração de óxido nítrico – morte do
microorganismo
inflamação
d) Ativação de fatores de transcrição de genes – produção de
citocinas inflamação
e) Ativação de fosfolipases – produção de mediadores lipídicos
inflamação
Próxima aula
Tecido integro
I N F L A M A Ç Ã O
INJÚRIA
NÃO INFECCIOSA INFECCIOSA
IMUNIDADE INATA
IMUNIDADE ADAPTATIVA
REPARO
TECIDUAL
LT efetores
Inflamação Imune
Parasitas eliminados
Th1 Th2
Parasitas eliminados
Espinho Veia
Neutrófilo
prostaglandinas
leucotrienos
PAF
Macrófago
Histamina
TNF
Vênula
Capilares
Bradicinina
C5a
Artéria
Arteríola
Mastócito
Vaso linfático
Linfonodo
Aumento da permeabilidade
Ocorre nas vênulas, e mudanças no calibre
nas arteríolas. Vasos linfáticos “sugam”
o plasma extravasado
para diminuir edema.
Arteríola
Eventos vasculares da Inflamação
Os sinais da inflamação
RUBOR – CALOR – TURGOR – DOR
Vasoconstricção seguido de vasodilatação (arteríolas)
Aumento da permeabilidade vascular (vênulas)
Acúmulo de líquido no tecido (edema)
Eventos celulares da Inflamação
1) Infiltração de neutrófilos para o foco inflamatório
2) Infiltração de monócitos que se transformam em
macrófagos no tecido
3) Remoção de células mortas por macrófagos e reparo
tecidual (citocinas de macrófagos ativam fibroblastos a
síntetizar matriz extracelular)
Downloaded from: StudentConsult (on 9 July 2010 12:44 AM)
© 2005 Elsevier
LTB4
IL8
Algumas moléculas de adesão importantes para a migração de
leucócitos do sangue para o foco inflamatório.
Moléculas de
adesão
Expressas
em
Família
Superfamília das imunoglobulinas
Integrinas
Selectinas
ICAM-1
VCAM-1
células
endoteliais
b2
b1
LFA-1 todos os leucócitos
VLA-4 linfócitos, monócitos
e eosinófilos
L-selectina
E-selectina
leucócitos
células
endoteliais
PECAM-1
células endoteliais
e leucócitos
Ligantes
LFA-1
VLA-4
PECAM-1
ICAM
VCAM-1
Selectinas
Experimento da natureza
 LAD – deficiência na adesão de leucócitos
Indivíduo tem deficiência no gene que codifica a molécula de adesão LFA1
presente nos leucócitos
Sintomas:
- Infecções bacterianas recorrentes que podem ser fatais
- gengivite grave (migração contínua de neutrófilos para boca é fundamental)
- cicatrização deficiente
Esta síndrome demonstra que a migração de leucócitos para o foco
infeccioso é essencial na defesa contra bactérias e na cicatrização
Mostra ainda, que a migração constante de leucócitos para a cavidade oral
é importante na defesa da gengiva.
Citocinas e quimiocinas produzidos no foco
inflamatório promovem a saída de fagócitos do sangue para o tecido.
O tipo de célula que irá migrar depende da “sopa”
de mediadores e citocinas/quimiocinas presentes no foco inflamatório.
Os componentes da “sopa de mediadores e citocinas” modificam
o endotélio de modo seletivo para migração de neutrófilo, macrófago e
mais tarde os linfócitos.
Os neutrófilos são as primeiras células a migrar para o foco infeccioso.
 Após o reconhecimento do microorganismo por fagócitos através
dos PRRs ocorre: d) Ativação de fatores de transcrição de genes –
produção de citocinas
As citocinas são produzidas depois de
algumas horas do início da inflamação
pois sua produção requer a ativação de
fatores de transcrição de genes como
o NFkB.
Algumas quimiocinas ( citocinas envolvidas com
migração de células)
Família CC (MCP-1) – atraem monócitos e linfócitos
Família CXC (IL8) – atraem neutrófilos
•CC - resíduos de cisteína na porção N terminal são adjacentes
•CxC - resíduos de cisteína na porção N terminal são separados
por um amino ácido
Algumas citocinas da imunidade inata
CÉLULA PRODUTORA FUNÇÃO
TNF macrófagos indução de moléculas de adesão
IL1 b ativação de neutrófilos
indução de febre (por induzir PGs no hipotálamo)
indução de proteínas de fase aguda (opsonização)
IFN tipo 1 macrófagos inibição da replicação viral
IFN-g NK ativação de macrófagos
Quimiocinas – citocinas envolvidas com migração de células
Família CC (MCP-1) – atraem monócitos e linfócitos
Família CXC (IL8) – atraem neutrófilos
CITOCINA
* IFN tipo 1 = IFN  e IFN b
Após o reconhecimento do microorganismo por fagócitos através dos
PRRs ocorre: e) Ativação de fosfolipases – produção de mediadores
lipídicos
.
Os mediadores lipídicos são produzidos rapidamente (min)
após inicio da inflamação por leucócitos em resposta a
estímulos que ativam a enzima intracelular fosfolipase A2 . Esta
enzima cliva os fosfolipídeos de membrana celular liberando os
ácidos graxos insaturados :
a) eicosatetraenóico (araquidônico, AA)
b) eicosapentaenóico (EPA)
Os mediadores lipídicos são produzidos por
leucócitos em resposta a estímulos inflamatórios que
ativam fosfolipase A2 . Esta enzima cliva os
fosfolipídeos de membrana celular liberando os
ácidos graxos insaturados :
a) eicosatetraenóico (araquidônico, AA)
b) eicosapentaenóico (EPA)
Estes ácidos graxos são em seguida metabolizados e seus
produtos tem importantes funções na inflamação promovendo ou
inibindo o processo inflamatório.
Omega 6 (6) - Ácido linoléico é precursor do eicosatetraenóico
(4 dupla ligações) ou araquidônico (AA)
Omega 3 (3) - Ácido linolenico é precursor do
eicosapentaenóico (EPA) (5 dupla ligações)
O AA e o EPA são componentes dos fosfolípides da membrana
celular de onde são liberados pela ação de fosfolipase A2
Ácidos graxos essenciais (insaturados)
vem da alimentação
presença de dupla-ligações
Os produtos do 6 são em geral pró-inflamatórios
O EPA e o DHA (3) são metabolizado em resolvinas,
protectinas etc
Os produtos do 3 são em geral anti-inflamatórios
O AA é metabolizado em prostaglandinas
Leucotrienos, lipoxinas ,etc
Fosfolipase A2
Receptor
20:4
18:0
P-alquil-acil
Ácido araquidônico
COO-
20:4
5-lipoxigenase ciclo-oxigenases
COOH
O
O
OH
PGH2
E2
F2
D2
I2
O
C5H11
LTA4
B4
C4
D4
E4
PAF
(CH2)15-17
H3C
CH3
CH
C
O
CH2
O
H2C
O
CH3
O
P
O
CH2
CH2
N
CH3
CH3
+
O
O-
TxA2

b
g
leucotrienos prostaglandinas
Fator ativador de plaquetas
Ácido araquidônico - substrato para a formação dos
PROSTANÓIDES
ciclo-oxigenase
(COX)
PGG2
COO-
20:4
CH3
TxA2
PGI2
PGF2
PGE2
PGD2
COOH
O
O
OH
PGH2
CH3
tromboxano sintase
prostaciclina sintase
redutase
isomerase
isomerase
Prostaglandinas – na saúde e na doença
Tumor
Inflamação
Função renal
Ovulação
Trabalho
de parto
Anti-trombótico
Integridade
gastrintestinal
Ativação
plaquetária
Funções das Prostaglandinas na inflamação
 Hiperalgesia (PGE2 e prostaciclina aumentam o limiar
dos receptores algésicos)
 Febre (pirógenos endógenos induzem PGE2 na região do
cérebro que controla temperatura, via EP3)
 Vasodilatação – edema (PGs não induzem
aumento da permeabilidade vascular mas potencializam
edema por efeito vasodilatador)
Inibidores da ciclo-oxigenase (anti-inflamatórios não esteróides)
Aspirina: COX-1 > COX-2
Piroxicam: COX-1 > COX-2
Diclofenaco: COX-2 > COX-1
Nimesulide: COX-2 > COX-1
Meloxican: COX-2 > COX-1
Celecoxib: COX-2 > COX-1
Intervenção farmacológica
Ácido araquidônico - substrato para a formação dos
LEUCOTRIENOS
COO-
20:4
5-lipoxigenase
LTA4
LTB4
LTC4
LTD4
LTE4
CH3
5-HPETE
hidrolase
glutationa-S-transferase
g-glutamil-transpeptidase
cisteinil-glicinase
( cisteína, glicina e
ácido g-glutâmico)
( cisteína e glicina)
( cisteína)
cisteinil-leucotrienos
FLAP
Funções inflamatórias dos leucotrienos
• aumento da permeabilidade vascular
• migração de neutrófilos
• aumento da expressão de integrinas em neutrófilos
• aumento de permeabilidade vascular
• contração de brônquios/hiperreatividade brônquica
• produção de muco
• recrutamento de eosinófilos
• contração ou relaxamento de músculo liso
• ativação de neutrófilos, eosinófilos, macrófagos e células NK
Leucotrieno B4
Leucotrienos C4 e D4
Implicados em asma, aterosclerosis, fibrose pulmonar
Implicados em colite ulcerativa , doença de Crohn , artrite reumatoide, psoriasis
Intervenção farmacológica
Inibidores da 5-lipoxigenase
Zileuton
Antagonistas de leucotrienos
Zafirlukast, Accolate (antagonista CysLT1)
Montelukast, Singulair (antagonista CysLT1)
Pranlukast (antagonista CysLT1)
Choque séptico
Choque
séptico:
uma
inflamação
generalizada
sangue se
concentra na
periferia
falta
sangue
nos órgãos
centrais
Choque
sistêmico
Coagulação
intravascular
CitocinasIL1,
TNF
IL6
Neutrofilos aderem
ao endotelios e se
ativam
Toxinas de bactérias gram -
Ativação
da coagulação
Coagulos nos
pequenos vasos
Fígado produz
proteínas de
fase aguda PCR
A inflamação também pode ser sistêmica

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  • 1.  O caso de DS  DS é um jovem de 15 anos, estudante do ensino médio. Nas férias de julho arranjou um emprego temporário numa firma de jardinagem. Sua função era espalhar adubo vegetal em canteiros. Duas semanas depois, ele desenvolveu uma grave dificuldade respiratória, tosse persistente e dores no peito e teve que ser internado com urgência. O exame radiológico revelou grandes manchas densas no pulmão. Uma dessas lesões foi aspirada com agulha fina e quando o aspirado foi corado foram vistas vária hifas do fungo Aspergillus. Os exames de laboratório mostraram que seu hemograma estava dentro do normal e os níveis de anticorpos um pouco acima do normal. Foram então pesquisar os neutrófilos do sangue e viram que apesar do número estar dentro da normalidade, eles produziam muito menos peróxido de hidrogênio, 1.61 nmol/min/106 células (normal 6.3 nmol/min/106 células). DS permaneceu no hospital por 2 meses, quando desenvolveu outras infecções pulmonares. Foi tratado com um antifúngicos e antibióticos.  Como você interpretaria estes resultados? Explique
  • 2. NADPH oxidase O estímulo fagocítico induz: 1) montagem do complexo NADPH oxidase na membrana do fagossomo 2) ativação da NADPH oxidase e geração do superóxido superóxido Membrana do fagossomo
  • 3. RESUMO Após o reconhecimento do microorganismo por fagócitos através dos PRRs ocorre: a) Polimerização de actina - formação do fagossomo - fagocitose b) Ativação de NAHPH oxidase e geração de ERO – morte do microorganismo inflamação c) Ativação de NO sintase – geração de óxido nítrico – morte do microorganismo inflamação d) Ativação de fatores de transcrição de genes – produção de citocinas inflamação e) Ativação de fosfolipases – produção de mediadores lipídicos inflamação Próxima aula
  • 4. Tecido integro I N F L A M A Ç Ã O INJÚRIA NÃO INFECCIOSA INFECCIOSA IMUNIDADE INATA IMUNIDADE ADAPTATIVA REPARO TECIDUAL LT efetores Inflamação Imune Parasitas eliminados Th1 Th2 Parasitas eliminados
  • 5. Espinho Veia Neutrófilo prostaglandinas leucotrienos PAF Macrófago Histamina TNF Vênula Capilares Bradicinina C5a Artéria Arteríola Mastócito Vaso linfático Linfonodo Aumento da permeabilidade Ocorre nas vênulas, e mudanças no calibre nas arteríolas. Vasos linfáticos “sugam” o plasma extravasado para diminuir edema. Arteríola
  • 6. Eventos vasculares da Inflamação Os sinais da inflamação RUBOR – CALOR – TURGOR – DOR Vasoconstricção seguido de vasodilatação (arteríolas) Aumento da permeabilidade vascular (vênulas) Acúmulo de líquido no tecido (edema)
  • 7. Eventos celulares da Inflamação 1) Infiltração de neutrófilos para o foco inflamatório 2) Infiltração de monócitos que se transformam em macrófagos no tecido 3) Remoção de células mortas por macrófagos e reparo tecidual (citocinas de macrófagos ativam fibroblastos a síntetizar matriz extracelular)
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11. Downloaded from: StudentConsult (on 9 July 2010 12:44 AM) © 2005 Elsevier LTB4 IL8
  • 12. Algumas moléculas de adesão importantes para a migração de leucócitos do sangue para o foco inflamatório. Moléculas de adesão Expressas em Família Superfamília das imunoglobulinas Integrinas Selectinas ICAM-1 VCAM-1 células endoteliais b2 b1 LFA-1 todos os leucócitos VLA-4 linfócitos, monócitos e eosinófilos L-selectina E-selectina leucócitos células endoteliais PECAM-1 células endoteliais e leucócitos Ligantes LFA-1 VLA-4 PECAM-1 ICAM VCAM-1 Selectinas
  • 13. Experimento da natureza  LAD – deficiência na adesão de leucócitos Indivíduo tem deficiência no gene que codifica a molécula de adesão LFA1 presente nos leucócitos Sintomas: - Infecções bacterianas recorrentes que podem ser fatais - gengivite grave (migração contínua de neutrófilos para boca é fundamental) - cicatrização deficiente Esta síndrome demonstra que a migração de leucócitos para o foco infeccioso é essencial na defesa contra bactérias e na cicatrização Mostra ainda, que a migração constante de leucócitos para a cavidade oral é importante na defesa da gengiva.
  • 14. Citocinas e quimiocinas produzidos no foco inflamatório promovem a saída de fagócitos do sangue para o tecido. O tipo de célula que irá migrar depende da “sopa” de mediadores e citocinas/quimiocinas presentes no foco inflamatório. Os componentes da “sopa de mediadores e citocinas” modificam o endotélio de modo seletivo para migração de neutrófilo, macrófago e mais tarde os linfócitos. Os neutrófilos são as primeiras células a migrar para o foco infeccioso.
  • 15.  Após o reconhecimento do microorganismo por fagócitos através dos PRRs ocorre: d) Ativação de fatores de transcrição de genes – produção de citocinas As citocinas são produzidas depois de algumas horas do início da inflamação pois sua produção requer a ativação de fatores de transcrição de genes como o NFkB.
  • 16. Algumas quimiocinas ( citocinas envolvidas com migração de células) Família CC (MCP-1) – atraem monócitos e linfócitos Família CXC (IL8) – atraem neutrófilos •CC - resíduos de cisteína na porção N terminal são adjacentes •CxC - resíduos de cisteína na porção N terminal são separados por um amino ácido
  • 17. Algumas citocinas da imunidade inata CÉLULA PRODUTORA FUNÇÃO TNF macrófagos indução de moléculas de adesão IL1 b ativação de neutrófilos indução de febre (por induzir PGs no hipotálamo) indução de proteínas de fase aguda (opsonização) IFN tipo 1 macrófagos inibição da replicação viral IFN-g NK ativação de macrófagos Quimiocinas – citocinas envolvidas com migração de células Família CC (MCP-1) – atraem monócitos e linfócitos Família CXC (IL8) – atraem neutrófilos CITOCINA * IFN tipo 1 = IFN  e IFN b
  • 18. Após o reconhecimento do microorganismo por fagócitos através dos PRRs ocorre: e) Ativação de fosfolipases – produção de mediadores lipídicos . Os mediadores lipídicos são produzidos rapidamente (min) após inicio da inflamação por leucócitos em resposta a estímulos que ativam a enzima intracelular fosfolipase A2 . Esta enzima cliva os fosfolipídeos de membrana celular liberando os ácidos graxos insaturados : a) eicosatetraenóico (araquidônico, AA) b) eicosapentaenóico (EPA)
  • 19. Os mediadores lipídicos são produzidos por leucócitos em resposta a estímulos inflamatórios que ativam fosfolipase A2 . Esta enzima cliva os fosfolipídeos de membrana celular liberando os ácidos graxos insaturados : a) eicosatetraenóico (araquidônico, AA) b) eicosapentaenóico (EPA) Estes ácidos graxos são em seguida metabolizados e seus produtos tem importantes funções na inflamação promovendo ou inibindo o processo inflamatório.
  • 20. Omega 6 (6) - Ácido linoléico é precursor do eicosatetraenóico (4 dupla ligações) ou araquidônico (AA) Omega 3 (3) - Ácido linolenico é precursor do eicosapentaenóico (EPA) (5 dupla ligações) O AA e o EPA são componentes dos fosfolípides da membrana celular de onde são liberados pela ação de fosfolipase A2 Ácidos graxos essenciais (insaturados) vem da alimentação presença de dupla-ligações
  • 21. Os produtos do 6 são em geral pró-inflamatórios O EPA e o DHA (3) são metabolizado em resolvinas, protectinas etc Os produtos do 3 são em geral anti-inflamatórios O AA é metabolizado em prostaglandinas Leucotrienos, lipoxinas ,etc
  • 22. Fosfolipase A2 Receptor 20:4 18:0 P-alquil-acil Ácido araquidônico COO- 20:4 5-lipoxigenase ciclo-oxigenases COOH O O OH PGH2 E2 F2 D2 I2 O C5H11 LTA4 B4 C4 D4 E4 PAF (CH2)15-17 H3C CH3 CH C O CH2 O H2C O CH3 O P O CH2 CH2 N CH3 CH3 + O O- TxA2  b g leucotrienos prostaglandinas Fator ativador de plaquetas
  • 23. Ácido araquidônico - substrato para a formação dos PROSTANÓIDES ciclo-oxigenase (COX) PGG2 COO- 20:4 CH3 TxA2 PGI2 PGF2 PGE2 PGD2 COOH O O OH PGH2 CH3 tromboxano sintase prostaciclina sintase redutase isomerase isomerase
  • 24. Prostaglandinas – na saúde e na doença Tumor Inflamação Função renal Ovulação Trabalho de parto Anti-trombótico Integridade gastrintestinal Ativação plaquetária
  • 25. Funções das Prostaglandinas na inflamação  Hiperalgesia (PGE2 e prostaciclina aumentam o limiar dos receptores algésicos)  Febre (pirógenos endógenos induzem PGE2 na região do cérebro que controla temperatura, via EP3)  Vasodilatação – edema (PGs não induzem aumento da permeabilidade vascular mas potencializam edema por efeito vasodilatador)
  • 26. Inibidores da ciclo-oxigenase (anti-inflamatórios não esteróides) Aspirina: COX-1 > COX-2 Piroxicam: COX-1 > COX-2 Diclofenaco: COX-2 > COX-1 Nimesulide: COX-2 > COX-1 Meloxican: COX-2 > COX-1 Celecoxib: COX-2 > COX-1 Intervenção farmacológica
  • 27. Ácido araquidônico - substrato para a formação dos LEUCOTRIENOS COO- 20:4 5-lipoxigenase LTA4 LTB4 LTC4 LTD4 LTE4 CH3 5-HPETE hidrolase glutationa-S-transferase g-glutamil-transpeptidase cisteinil-glicinase ( cisteína, glicina e ácido g-glutâmico) ( cisteína e glicina) ( cisteína) cisteinil-leucotrienos FLAP
  • 28. Funções inflamatórias dos leucotrienos • aumento da permeabilidade vascular • migração de neutrófilos • aumento da expressão de integrinas em neutrófilos • aumento de permeabilidade vascular • contração de brônquios/hiperreatividade brônquica • produção de muco • recrutamento de eosinófilos • contração ou relaxamento de músculo liso • ativação de neutrófilos, eosinófilos, macrófagos e células NK Leucotrieno B4 Leucotrienos C4 e D4 Implicados em asma, aterosclerosis, fibrose pulmonar Implicados em colite ulcerativa , doença de Crohn , artrite reumatoide, psoriasis
  • 29. Intervenção farmacológica Inibidores da 5-lipoxigenase Zileuton Antagonistas de leucotrienos Zafirlukast, Accolate (antagonista CysLT1) Montelukast, Singulair (antagonista CysLT1) Pranlukast (antagonista CysLT1)
  • 30. Choque séptico Choque séptico: uma inflamação generalizada sangue se concentra na periferia falta sangue nos órgãos centrais Choque sistêmico Coagulação intravascular CitocinasIL1, TNF IL6 Neutrofilos aderem ao endotelios e se ativam Toxinas de bactérias gram - Ativação da coagulação Coagulos nos pequenos vasos Fígado produz proteínas de fase aguda PCR A inflamação também pode ser sistêmica