O documento discute a saliva e seus fatores modificadores, composição e funções. A saliva é produzida pelas glândulas salivares e contém água, eletrólitos, enzimas e proteínas que exercem importante papel na limpeza, lubrificação, proteção e remineralização dental. A quantidade e qualidade da saliva influenciam o risco de cárie, com fluxo reduzido associado a maior experiência de cárie.
9. SALIVA
Conceito
É o fluido produzido pelas Glândulas Salivares Maiores (n=6) + Glândulas Salivares Menores
(n=200-400) + Sulco Gengival + Muco da Cavidade Nasal e Faringe
0,5 -1,0 litros/dia
1ml de saliva em 200cm2
10. COMPOSIÇÃO
99% ÁGUA
Mistura complexa de todos os eletrólitos encontrados no corpo humano
Centenas de macromoléculas
Junta-se com produtos bacterianos, muco...
Influenciada por fatores fisiológicos:
O fluxo salivar
Duração do estímulo – concentração de proteína
Ritmo diurno – íons Ca e PO4 dobro
Tipo de estímulo
12. Classificação quanto à natureza da secreção:
Serosas: Secreção aquosa, fina e rica em enzimas (PARÓTIDAS)
Mucosas: Secreção viscosa (SUBLINGUAIS)
Mistas: Secreção espessa/fina (SUBMANDIBULARES)
13. FUNÇÕES
Efeito de lavagem;
Solubilização de substâncias que dão sabor aos alimentos;
Formação do bolo alimentar;
Limpeza de alimentos e bactérias;
Diluição de detritos;
Lubrificação dos tecidos moles orais;
Mastigação, deglutição e fonação.
19. QUANTIDADE DE SECREÇÃO SALIVAR
IMPORTÂNCIA DO FLUXO NORMAL – LIMPEZA SALIVAR
DILUIR E ELIMINAR SUBSTÂNCIAS
SACAROSE, FLÚOR, CLOREXIDINA E ÁCIDO CÍTRICO
21. Sacarose ingerida será deglutida e resíduo limpo pela saliva;
Estimulação do fluxo se dá com a ingestão da sacarose, mas depois de certo nível não há
mais a estimulação;
Fluxo e volume de saliva na boca, antes e após a deglutição.
22. Indicações de medição do fluxo salivar
Paciente novo – diagnóstico de cárie-ativo – parte dos exames iniciais;
Paciente com suspeita de hipossalivação;
Avaliação de tratamento profilático e terapêutico da cárie.
23. Roteiro para Coleta de Saliva Estimulada:
Mastigar 1g de parafina durante 1 min;
Remover toda a saliva por expectoração ou deglutição;
Mastigar por mais 5 min;
Expectorar a saliva em cilindro graduado (valores expressos em ml/min).
MEDIÇÃO DO FLUXO SALIVAR
24. Fluxo Salivar
(ml/min)
Hipossalivação Baixo Normal
Saliva em
Repouso
< 0,1 0,1-0,25 0,25-0,35
Saliva
Estimulada
< 0,7 0,7-1,0 1,0-3,0
Tenovuo e Lagerlöf, 1995
Saliva Estimulada Þ Valores normais > 0,7ml/min
Valores de fluxo salivar em coletas feitas em repouso e sob estimulação
26. Prevalência: 30% da população adulta.
Associada ao: Uso de drogas;
Irradiação;
Cirurgia das Glândulas Salivares;
Doenças Sistêmicas: Diabetes Melito, Síndrome de Sjögren;
AIDS;
Menopausa;
Distúrbios de alimentação.
27. ANAMNESE E EXAME CLÍNICO
Índice de fluxo salivar;
Uso de medicações;
Dificuldade de deglutição de alimentos secos;
Dificuldade de fala;
Dificuldade no uso de próteses;
Mucosa bucal e/ou língua inflamada.
28. Alterações das glândulas salivares;
Espelho bucal adere à mucosa;
Quadro atípico de lesões de cárie;
Mucosa fina e pálida, sem o brilho usual;
Saliva espessa e espumante, linha branca;
Queimação na boca, paladar e olhos secos.
30. TRATAMENTO
Substituição da droga;
Uso de estimulante de fluxo;
Pequenas quantidades de água ao longo de todo o dia;
Umedecimento dos lábios;
Uso de goma de mascar sem açúcar;
Saliva artificial ;
Laser.
31.
32. O efeito da idade no fluxo salivar:
Hipo e hiper são incomuns em crianças;
14-16 anos níveis adultos;
Idosos devido à morfologia: saliva mucosa.
33. QUALIDADE DA SALIVA
Quantidade X Qualidade
Qualidade da saliva altamente influenciada pelo índice de fluxo salivar
Fluxo [ ] proteínas
Alguns íons
35. Íon hidrogênio
Relação direta com o processo Des-Re: equilíbrio entre cálcio e fosfato na estrutura dental.
Fontes:
Secretado através das glândulas salivares na forma de ácidos inorgânicos e orgânicos;
Produzido pela microbiota oral;
Ingerido em bebidas ácidas ou alimentos;
pH da saliva dependente dos íons bicarbonatos e fatores de aumento de ph.
36. CAPACIDADE TAMPÃO DA SALIVA
• SISTEMA FOSFATO
• SISTEMA ÁCIDO CARBÔNICO/BICARBONATO: MAIS IMPORTANTE, altamente dependente do
fluxo salivar
• MACROMOLÉCULAS
37. CAPACIDADE TAMPÃO DA SALIVA
Componentes Inorgânicos
CÁLCIO
IÔNICO E LIGADO: REMINERALIZAÇÃO
FOSFATO
MANUTENÇÃO DA ESTRUTURA DO DENTE
FLÚOR
ÁGUA E DENTIFRÍCIOS FLUORETADOS
41. PROTEÍNAS RICAS EM PROLINA E ESTATERINA (PRP)
Proteínas iniciais na formação da película adquirida;
Relevante na adesão SELETIVA microbiana – Inibe a precipitação espontânea do fosfato e do cálcio
nas glândulas e na saliva;
Promove remineralização do esmalte pela atração de íons Ca.
42. A ESTABILIDADE DA SALIVA, APESAR DA SUA SUPERSATURAÇÃO EM
RELAÇÃO AOS SAIS DE CÁLCIO, CONSTITUI UM AMBIENTE REPARADOR
E PROTETOR, IMPORTANTE PARA A INTEGRIDADE DOS DENTES.
43. IMUNOGLOBULINAS
IgA (>85%) e IgG;
Aglutinam bactérias formando um agregado que é removido pela saliva (Função Aglutinante);
Inibição da aderência e colonização bacterianas.
44. GLICOPROTEÍNAS SALIVARES MENORES
Lisozima: Causa a lise bacteriana.
Lactoferrina: Liga-se ao ferro que é um íon importante para o metabolismo bacteriano.
Aglutinina: agregação de bactérias.
Lactoperoxidase: Derivada de leucócitos -> inflamação.
45. Proteínas salivares Propriedades
MUC5B (mucina MG1) barreira de difusão de prótons na película
MUC7 (mucina MG2) agregação
Proteínas ricas em prolina aderência
Estaterina aderência
Imunoglobulinas inativação e agregação de bactérias
Aglutinina agregação de bactérias
Lactoferrina inibição do crescimento
Lactoperoxidase inibição do crescimento
Lisozima morte de bactérias
Histatinas amplo espectro de morte de bactérias
Defensinas amplo espectro de morte de bactérias
Catelicidina amplo espectro de morte de bactérias
46. Proteínas salivares Tecido de origem %
MUC5B (mucina MG1) todas as G.S. mucosas 5-20
MUC7 (mucina MG2) todas as G.S. mucosas 5-20
Imunoglobulinas linfócitos B: em todas as G.S. 5-15
Proteínas ricas em prolina parótida 1-10
Cistatinas submandibular > sublingual 10
Histatinas parótida e submandibular 5
Aglutinina parótida > submand. > sublingual 1-2
Lisozima sublingual > submand., parótida1-2
Lactoferrina todas as G.S.: mucosas > serosas 1-2
Lactoperoxidase parótida > submandibular <1
Catelicidina glândulas salivares, neutrófilos <1
Defensinas G.S., células epiteliais, neutrófilos <1
47. PELÍCULA ADQUIRIDA
Camada acelular de glicoproteínas salivares que recobre a superfície do dente,
com aproximadamente 10µm de espessura.
48. Funções
1) Proteção contra abrasão e atrito;
2) Barreira de difusão contra ácidos;
3) Preenche ranhuras e regulariza superfície;
Forma a base para a subsequente adesão de microrganismos – placa dental.
49. FORMAÇÃO
Formação em poucos minutos;
Rápida na 1ª hora e após diminui;
DEPENDE DO FLUXO E COMPOSIÇÃO SALIVARES.
53. SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA
QUANTIDADE DE SALIVA
Menor quantidade, maior experiência de cárie;
Limpeza mecânica e salivar diminuídas;
Quantidade não estimulada mais importante;
pH e saída de fosfato de cálcio dependem do fluxo;
Lactobacilos.
QUALIDADE DA SALIVA
Capacidade tampão da saliva diferente da placa.
54. Controle de placa
IHB individualizada e meticulosa;
Escova macia, dentifrício pouco abrasivo;
Bochecho com Clorexidina em casos individuais.
SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA
55. Aconselhamento dietético:
Dieta rica em líquidos;
Copiosa ingestão de água e bebidas sem açúcar;
4-5 refeições por dia, no máximo;
Gomas de mascar sem açúcar.
SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA
56. SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA
Suplementos de Flúor:
Dentifrício com flúor pelo menos 2 vezes ao dia;
Bochechos com solução de NaF a 0,2% 1-2 min, diário;
Flúor profissional em gel ou verniz.
57. CONCLUSÕES
Pacientes sofrendo de fluxo salivar reduzido apresentam, frequentemente, um aumento da experiência
de cárie;
Aumento de fluxo aumenta a capacidade da saliva de limpeza de açúcares e ácidos;
Saliva contém consideráveis quantidades de Ca e fosfato e de sistemas tampão que neutralizam os ácidos
e inibem a DES;
Proteínas salivares que protegem os dentes frente ao desgaste e erosão. Proteínas que agregam M.O.s,
inibem a aderência e crescimento, matam M.O.s e atuam como tampões.