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SALIVA
Disciplina de Cariologia
Prof. Bruna Gaidarji
FATORES MODIFICADORES
Saliva:
Agente de limpeza da cavidade bucal
Capacidade tampão
Remineralização
Ação antibacteriana
Higiene oral
Dieta
Flúor
90% DO VOLUME
10% MENORES
ANATOMICAMENTE FALANDO
EXAME INTRA ORAL
Carúnculas Sublinguais
(DUCTO DE WHARTON)
DUCTO DE STENON
EXAME INTRA ORAL
INERVAÇÃO
NERVO FACIAL E GLOSSOFARÍNGEO
ARCO REFLEXO
MASTIGATÓRIO (LIGAMENTO)
GUSTATIVO (QUIMIORRECEPTORES)
PARASSIMPÁTICO: AQUOSA
SIMPÁTICO: MUCOSA
SALIVA
Conceito
É o fluido produzido pelas Glândulas Salivares Maiores (n=6) + Glândulas Salivares Menores
(n=200-400) + Sulco Gengival + Muco da Cavidade Nasal e Faringe
0,5 -1,0 litros/dia
1ml de saliva em 200cm2
COMPOSIÇÃO
99% ÁGUA
Mistura complexa de todos os eletrólitos encontrados no corpo humano
Centenas de macromoléculas
Junta-se com produtos bacterianos, muco...
Influenciada por fatores fisiológicos:
O fluxo salivar
Duração do estímulo – concentração de proteína
Ritmo diurno – íons Ca e PO4 dobro
Tipo de estímulo
Unidade secretora da glândula:
Ácinos: produção
Ductos: excreção
Classificação quanto à natureza da secreção:
Serosas: Secreção aquosa, fina e rica em enzimas (PARÓTIDAS)
Mucosas: Secreção viscosa (SUBLINGUAIS)
Mistas: Secreção espessa/fina (SUBMANDIBULARES)
FUNÇÕES
Efeito de lavagem;
Solubilização de substâncias que dão sabor aos alimentos;
Formação do bolo alimentar;
Limpeza de alimentos e bactérias;
Diluição de detritos;
Lubrificação dos tecidos moles orais;
Mastigação, deglutição e fonação.
Componentes Específicos:
Capacidade tampão;
Supersaturação em relação à hidroxiapatita;
Película adquirida.
Funções
da
saliva
DENTE
FOOD M.O.s
PRPs
Mucinas
Remineralização
Inibição da
desmineralização
Mucinas
Proteínas ricas em prolina
Estaterina
Ca. fosfato
Tampão
Bicarbonato
Fosfato
Proteínas
Lubrificação,
Visco-
elasticidade
Digestão
Amilase
DNAse, RNAse
Lipase
Protease
Sabor
Bolo
Zinco
Mucinas
Antiviral
Anti-
fúngico
Anti-
bacteriano
Mucinas
Lisozima
Lactoferrina
Lactoperoxidase
Histatina
Aglutinina
Cistatina
Imunoglobulinas
Mucinas
Histatinas
Mucinas
Imunoglobulinas
Cistatinas
FATORES QUE INFLUENCIAM NA SECREÇÃO
Secreção basal: não estimulada.
Sono;
Medo;
Depressão;
Equilíbrio da água no corpo;
Tamanho da glândula.
FISIOPATOLOGIA DA SECREÇÃO
DOENÇAS OU MEDICAÇÕES
ANTIDEPRESSIVOS, ANSIOLÍTICOS E ANTI HIPERTENSIVOS
DOENÇAS AUTO IMUNES
QUANTIDADE DE SECREÇÃO SALIVAR
IMPORTÂNCIA DO FLUXO NORMAL – LIMPEZA SALIVAR
DILUIR E ELIMINAR SUBSTÂNCIAS
SACAROSE, FLÚOR, CLOREXIDINA E ÁCIDO CÍTRICO
Limpeza Salivar
Volume
Residual
0,8 ml
Sacarose
Volume
Estimulado
1,1 ml
Deglutição
0,3 ml
Fluxo Salivar = Índice de Limpeza
Sacarose ingerida será deglutida e resíduo limpo pela saliva;
Estimulação do fluxo se dá com a ingestão da sacarose, mas depois de certo nível não há
mais a estimulação;
Fluxo e volume de saliva na boca, antes e após a deglutição.
Indicações de medição do fluxo salivar
Paciente novo – diagnóstico de cárie-ativo – parte dos exames iniciais;
Paciente com suspeita de hipossalivação;
Avaliação de tratamento profilático e terapêutico da cárie.
Roteiro para Coleta de Saliva Estimulada:
Mastigar 1g de parafina durante 1 min;
Remover toda a saliva por expectoração ou deglutição;
Mastigar por mais 5 min;
Expectorar a saliva em cilindro graduado (valores expressos em ml/min).
MEDIÇÃO DO FLUXO SALIVAR
Fluxo Salivar
(ml/min)
Hipossalivação Baixo Normal
Saliva em
Repouso
< 0,1 0,1-0,25 0,25-0,35
Saliva
Estimulada
< 0,7 0,7-1,0 1,0-3,0
Tenovuo e Lagerlöf, 1995
Saliva Estimulada Þ Valores normais > 0,7ml/min
Valores de fluxo salivar em coletas feitas em repouso e sob estimulação
HIPOSSALIVAÇÃO
Xerostomia: sensação de boca
seca (respiração bucal).
Prevalência: 30% da população adulta.
Associada ao: Uso de drogas;
Irradiação;
Cirurgia das Glândulas Salivares;
Doenças Sistêmicas: Diabetes Melito, Síndrome de Sjögren;
AIDS;
Menopausa;
Distúrbios de alimentação.
ANAMNESE E EXAME CLÍNICO
Índice de fluxo salivar;
Uso de medicações;
Dificuldade de deglutição de alimentos secos;
Dificuldade de fala;
Dificuldade no uso de próteses;
Mucosa bucal e/ou língua inflamada.
Alterações das glândulas salivares;
Espelho bucal adere à mucosa;
Quadro atípico de lesões de cárie;
Mucosa fina e pálida, sem o brilho usual;
Saliva espessa e espumante, linha branca;
Queimação na boca, paladar e olhos secos.
SÍNDROME DE SJÖGREN
Lobulação
Atrofia da
papila da
língua
TRATAMENTO
Substituição da droga;
Uso de estimulante de fluxo;
Pequenas quantidades de água ao longo de todo o dia;
Umedecimento dos lábios;
Uso de goma de mascar sem açúcar;
Saliva artificial ;
Laser.
O efeito da idade no fluxo salivar:
Hipo e hiper são incomuns em crianças;
14-16 anos níveis adultos;
Idosos devido à morfologia: saliva mucosa.
QUALIDADE DA SALIVA
Quantidade X Qualidade
Qualidade da saliva altamente influenciada pelo índice de fluxo salivar
Fluxo [ ] proteínas
Alguns íons
COMPONENTES INORGÂNICOS
Na+
K +
HCo3
- (Bicarbonato)
Ca++
H+
PO4
–3
F –
Íon hidrogênio
Relação direta com o processo Des-Re: equilíbrio entre cálcio e fosfato na estrutura dental.
Fontes:
Secretado através das glândulas salivares na forma de ácidos inorgânicos e orgânicos;
Produzido pela microbiota oral;
Ingerido em bebidas ácidas ou alimentos;
pH da saliva dependente dos íons bicarbonatos e fatores de aumento de ph.
CAPACIDADE TAMPÃO DA SALIVA
• SISTEMA FOSFATO
• SISTEMA ÁCIDO CARBÔNICO/BICARBONATO: MAIS IMPORTANTE, altamente dependente do
fluxo salivar
• MACROMOLÉCULAS
CAPACIDADE TAMPÃO DA SALIVA
Componentes Inorgânicos
CÁLCIO
IÔNICO E LIGADO: REMINERALIZAÇÃO
FOSFATO
MANUTENÇÃO DA ESTRUTURA DO DENTE
FLÚOR
ÁGUA E DENTIFRÍCIOS FLUORETADOS
Glicoproteína = Carboidrato + Proteína
Lipídeos
Carboidratos
Enzimas: Amilase
Agentes Antimicrobianos
CAPACIDADE TAMPÃO DA SALIVA
Componentes Orgânicos
Glicoproteínas salivares maiores:
Mucinas
Glicoproteínas ricas em prolina (PRP)
Imunoglobulinas
Glicoproteínas salivares menores:
Aglutinina
Lactoperoxidase
Lactoferrina
Lisozima
Cistatinas
Pequenos peptídeos:
Histatinas
Defensinas
Catelicidina
SISTEMAS ANTIMICROBIANOS
GLICOPROTEÍNAS SALIVARES MAIORES
MUCINAS
20-30% total de proteínas
MUC5B e MUC7
Lubrifica a superfície dental e protege;
Une uma variedade de espécies bacterianas incluindo S. mutans
PROTEÍNAS RICAS EM PROLINA E ESTATERINA (PRP)
Proteínas iniciais na formação da película adquirida;
Relevante na adesão SELETIVA microbiana – Inibe a precipitação espontânea do fosfato e do cálcio
nas glândulas e na saliva;
Promove remineralização do esmalte pela atração de íons Ca.
A ESTABILIDADE DA SALIVA, APESAR DA SUA SUPERSATURAÇÃO EM
RELAÇÃO AOS SAIS DE CÁLCIO, CONSTITUI UM AMBIENTE REPARADOR
E PROTETOR, IMPORTANTE PARA A INTEGRIDADE DOS DENTES.
IMUNOGLOBULINAS
IgA (>85%) e IgG;
Aglutinam bactérias formando um agregado que é removido pela saliva (Função Aglutinante);
Inibição da aderência e colonização bacterianas.
GLICOPROTEÍNAS SALIVARES MENORES
Lisozima: Causa a lise bacteriana.
Lactoferrina: Liga-se ao ferro que é um íon importante para o metabolismo bacteriano.
Aglutinina: agregação de bactérias.
Lactoperoxidase: Derivada de leucócitos -> inflamação.
Proteínas salivares Propriedades
MUC5B (mucina MG1) barreira de difusão de prótons na película
MUC7 (mucina MG2) agregação
Proteínas ricas em prolina aderência
Estaterina aderência
Imunoglobulinas inativação e agregação de bactérias
Aglutinina agregação de bactérias
Lactoferrina inibição do crescimento
Lactoperoxidase inibição do crescimento
Lisozima morte de bactérias
Histatinas amplo espectro de morte de bactérias
Defensinas amplo espectro de morte de bactérias
Catelicidina amplo espectro de morte de bactérias
Proteínas salivares Tecido de origem %
MUC5B (mucina MG1) todas as G.S. mucosas 5-20
MUC7 (mucina MG2) todas as G.S. mucosas 5-20
Imunoglobulinas linfócitos B: em todas as G.S. 5-15
Proteínas ricas em prolina parótida 1-10
Cistatinas submandibular > sublingual 10
Histatinas parótida e submandibular 5
Aglutinina parótida > submand. > sublingual 1-2
Lisozima sublingual > submand., parótida1-2
Lactoferrina todas as G.S.: mucosas > serosas 1-2
Lactoperoxidase parótida > submandibular <1
Catelicidina glândulas salivares, neutrófilos <1
Defensinas G.S., células epiteliais, neutrófilos <1
PELÍCULA ADQUIRIDA
Camada acelular de glicoproteínas salivares que recobre a superfície do dente,
com aproximadamente 10µm de espessura.
Funções
1) Proteção contra abrasão e atrito;
2) Barreira de difusão contra ácidos;
3) Preenche ranhuras e regulariza superfície;
Forma a base para a subsequente adesão de microrganismos – placa dental.
FORMAÇÃO
Formação em poucos minutos;
Rápida na 1ª hora e após diminui;
DEPENDE DO FLUXO E COMPOSIÇÃO SALIVARES.
FORMAÇÃO DA PELÍCULA
üINSTANTÂNEA APÓS A PROFILAXIA Profissional / Individual
INSTANTÂNEA APÓS A PROFILAXIA Profissional / Individual
Macromoléculas Glicoproteínas:
a-amilase Glicosiltransferase
Lisozima Mucinas
Peroxidase sIgA, sIgG
COMPOSIÇÃO
PRP:
Une à superfície do dente;
Interage com receptores específicos de EGM.
SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA
QUANTIDADE DE SALIVA
Menor quantidade, maior experiência de cárie;
Limpeza mecânica e salivar diminuídas;
Quantidade não estimulada mais importante;
pH e saída de fosfato de cálcio dependem do fluxo;
Lactobacilos.
QUALIDADE DA SALIVA
Capacidade tampão da saliva diferente da placa.
Controle de placa
IHB individualizada e meticulosa;
Escova macia, dentifrício pouco abrasivo;
Bochecho com Clorexidina em casos individuais.
SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA
Aconselhamento dietético:
Dieta rica em líquidos;
Copiosa ingestão de água e bebidas sem açúcar;
4-5 refeições por dia, no máximo;
Gomas de mascar sem açúcar.
SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA
SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA
Suplementos de Flúor:
Dentifrício com flúor pelo menos 2 vezes ao dia;
Bochechos com solução de NaF a 0,2% 1-2 min, diário;
Flúor profissional em gel ou verniz.
CONCLUSÕES
Pacientes sofrendo de fluxo salivar reduzido apresentam, frequentemente, um aumento da experiência
de cárie;
Aumento de fluxo aumenta a capacidade da saliva de limpeza de açúcares e ácidos;
Saliva contém consideráveis quantidades de Ca e fosfato e de sistemas tampão que neutralizam os ácidos
e inibem a DES;
Proteínas salivares que protegem os dentes frente ao desgaste e erosão. Proteínas que agregam M.O.s,
inibem a aderência e crescimento, matam M.O.s e atuam como tampões.

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  • 2.
  • 3. FATORES MODIFICADORES Saliva: Agente de limpeza da cavidade bucal Capacidade tampão Remineralização Ação antibacteriana Higiene oral Dieta Flúor
  • 4.
  • 5. 90% DO VOLUME 10% MENORES ANATOMICAMENTE FALANDO
  • 6. EXAME INTRA ORAL Carúnculas Sublinguais (DUCTO DE WHARTON)
  • 8. INERVAÇÃO NERVO FACIAL E GLOSSOFARÍNGEO ARCO REFLEXO MASTIGATÓRIO (LIGAMENTO) GUSTATIVO (QUIMIORRECEPTORES) PARASSIMPÁTICO: AQUOSA SIMPÁTICO: MUCOSA
  • 9. SALIVA Conceito É o fluido produzido pelas Glândulas Salivares Maiores (n=6) + Glândulas Salivares Menores (n=200-400) + Sulco Gengival + Muco da Cavidade Nasal e Faringe 0,5 -1,0 litros/dia 1ml de saliva em 200cm2
  • 10. COMPOSIÇÃO 99% ÁGUA Mistura complexa de todos os eletrólitos encontrados no corpo humano Centenas de macromoléculas Junta-se com produtos bacterianos, muco... Influenciada por fatores fisiológicos: O fluxo salivar Duração do estímulo – concentração de proteína Ritmo diurno – íons Ca e PO4 dobro Tipo de estímulo
  • 11. Unidade secretora da glândula: Ácinos: produção Ductos: excreção
  • 12. Classificação quanto à natureza da secreção: Serosas: Secreção aquosa, fina e rica em enzimas (PARÓTIDAS) Mucosas: Secreção viscosa (SUBLINGUAIS) Mistas: Secreção espessa/fina (SUBMANDIBULARES)
  • 13. FUNÇÕES Efeito de lavagem; Solubilização de substâncias que dão sabor aos alimentos; Formação do bolo alimentar; Limpeza de alimentos e bactérias; Diluição de detritos; Lubrificação dos tecidos moles orais; Mastigação, deglutição e fonação.
  • 14. Componentes Específicos: Capacidade tampão; Supersaturação em relação à hidroxiapatita; Película adquirida.
  • 15. Funções da saliva DENTE FOOD M.O.s PRPs Mucinas Remineralização Inibição da desmineralização Mucinas Proteínas ricas em prolina Estaterina Ca. fosfato Tampão Bicarbonato Fosfato Proteínas Lubrificação, Visco- elasticidade Digestão Amilase DNAse, RNAse Lipase Protease Sabor Bolo Zinco Mucinas Antiviral Anti- fúngico Anti- bacteriano Mucinas Lisozima Lactoferrina Lactoperoxidase Histatina Aglutinina Cistatina Imunoglobulinas Mucinas Histatinas Mucinas Imunoglobulinas Cistatinas
  • 16. FATORES QUE INFLUENCIAM NA SECREÇÃO Secreção basal: não estimulada. Sono; Medo; Depressão; Equilíbrio da água no corpo; Tamanho da glândula.
  • 17. FISIOPATOLOGIA DA SECREÇÃO DOENÇAS OU MEDICAÇÕES ANTIDEPRESSIVOS, ANSIOLÍTICOS E ANTI HIPERTENSIVOS DOENÇAS AUTO IMUNES
  • 18.
  • 19. QUANTIDADE DE SECREÇÃO SALIVAR IMPORTÂNCIA DO FLUXO NORMAL – LIMPEZA SALIVAR DILUIR E ELIMINAR SUBSTÂNCIAS SACAROSE, FLÚOR, CLOREXIDINA E ÁCIDO CÍTRICO
  • 20. Limpeza Salivar Volume Residual 0,8 ml Sacarose Volume Estimulado 1,1 ml Deglutição 0,3 ml Fluxo Salivar = Índice de Limpeza
  • 21. Sacarose ingerida será deglutida e resíduo limpo pela saliva; Estimulação do fluxo se dá com a ingestão da sacarose, mas depois de certo nível não há mais a estimulação; Fluxo e volume de saliva na boca, antes e após a deglutição.
  • 22. Indicações de medição do fluxo salivar Paciente novo – diagnóstico de cárie-ativo – parte dos exames iniciais; Paciente com suspeita de hipossalivação; Avaliação de tratamento profilático e terapêutico da cárie.
  • 23. Roteiro para Coleta de Saliva Estimulada: Mastigar 1g de parafina durante 1 min; Remover toda a saliva por expectoração ou deglutição; Mastigar por mais 5 min; Expectorar a saliva em cilindro graduado (valores expressos em ml/min). MEDIÇÃO DO FLUXO SALIVAR
  • 24. Fluxo Salivar (ml/min) Hipossalivação Baixo Normal Saliva em Repouso < 0,1 0,1-0,25 0,25-0,35 Saliva Estimulada < 0,7 0,7-1,0 1,0-3,0 Tenovuo e Lagerlöf, 1995 Saliva Estimulada Þ Valores normais > 0,7ml/min Valores de fluxo salivar em coletas feitas em repouso e sob estimulação
  • 25. HIPOSSALIVAÇÃO Xerostomia: sensação de boca seca (respiração bucal).
  • 26. Prevalência: 30% da população adulta. Associada ao: Uso de drogas; Irradiação; Cirurgia das Glândulas Salivares; Doenças Sistêmicas: Diabetes Melito, Síndrome de Sjögren; AIDS; Menopausa; Distúrbios de alimentação.
  • 27. ANAMNESE E EXAME CLÍNICO Índice de fluxo salivar; Uso de medicações; Dificuldade de deglutição de alimentos secos; Dificuldade de fala; Dificuldade no uso de próteses; Mucosa bucal e/ou língua inflamada.
  • 28. Alterações das glândulas salivares; Espelho bucal adere à mucosa; Quadro atípico de lesões de cárie; Mucosa fina e pálida, sem o brilho usual; Saliva espessa e espumante, linha branca; Queimação na boca, paladar e olhos secos.
  • 30. TRATAMENTO Substituição da droga; Uso de estimulante de fluxo; Pequenas quantidades de água ao longo de todo o dia; Umedecimento dos lábios; Uso de goma de mascar sem açúcar; Saliva artificial ; Laser.
  • 31.
  • 32. O efeito da idade no fluxo salivar: Hipo e hiper são incomuns em crianças; 14-16 anos níveis adultos; Idosos devido à morfologia: saliva mucosa.
  • 33. QUALIDADE DA SALIVA Quantidade X Qualidade Qualidade da saliva altamente influenciada pelo índice de fluxo salivar Fluxo [ ] proteínas Alguns íons
  • 34. COMPONENTES INORGÂNICOS Na+ K + HCo3 - (Bicarbonato) Ca++ H+ PO4 –3 F –
  • 35. Íon hidrogênio Relação direta com o processo Des-Re: equilíbrio entre cálcio e fosfato na estrutura dental. Fontes: Secretado através das glândulas salivares na forma de ácidos inorgânicos e orgânicos; Produzido pela microbiota oral; Ingerido em bebidas ácidas ou alimentos; pH da saliva dependente dos íons bicarbonatos e fatores de aumento de ph.
  • 36. CAPACIDADE TAMPÃO DA SALIVA • SISTEMA FOSFATO • SISTEMA ÁCIDO CARBÔNICO/BICARBONATO: MAIS IMPORTANTE, altamente dependente do fluxo salivar • MACROMOLÉCULAS
  • 37. CAPACIDADE TAMPÃO DA SALIVA Componentes Inorgânicos CÁLCIO IÔNICO E LIGADO: REMINERALIZAÇÃO FOSFATO MANUTENÇÃO DA ESTRUTURA DO DENTE FLÚOR ÁGUA E DENTIFRÍCIOS FLUORETADOS
  • 38. Glicoproteína = Carboidrato + Proteína Lipídeos Carboidratos Enzimas: Amilase Agentes Antimicrobianos CAPACIDADE TAMPÃO DA SALIVA Componentes Orgânicos
  • 39. Glicoproteínas salivares maiores: Mucinas Glicoproteínas ricas em prolina (PRP) Imunoglobulinas Glicoproteínas salivares menores: Aglutinina Lactoperoxidase Lactoferrina Lisozima Cistatinas Pequenos peptídeos: Histatinas Defensinas Catelicidina SISTEMAS ANTIMICROBIANOS
  • 40. GLICOPROTEÍNAS SALIVARES MAIORES MUCINAS 20-30% total de proteínas MUC5B e MUC7 Lubrifica a superfície dental e protege; Une uma variedade de espécies bacterianas incluindo S. mutans
  • 41. PROTEÍNAS RICAS EM PROLINA E ESTATERINA (PRP) Proteínas iniciais na formação da película adquirida; Relevante na adesão SELETIVA microbiana – Inibe a precipitação espontânea do fosfato e do cálcio nas glândulas e na saliva; Promove remineralização do esmalte pela atração de íons Ca.
  • 42. A ESTABILIDADE DA SALIVA, APESAR DA SUA SUPERSATURAÇÃO EM RELAÇÃO AOS SAIS DE CÁLCIO, CONSTITUI UM AMBIENTE REPARADOR E PROTETOR, IMPORTANTE PARA A INTEGRIDADE DOS DENTES.
  • 43. IMUNOGLOBULINAS IgA (>85%) e IgG; Aglutinam bactérias formando um agregado que é removido pela saliva (Função Aglutinante); Inibição da aderência e colonização bacterianas.
  • 44. GLICOPROTEÍNAS SALIVARES MENORES Lisozima: Causa a lise bacteriana. Lactoferrina: Liga-se ao ferro que é um íon importante para o metabolismo bacteriano. Aglutinina: agregação de bactérias. Lactoperoxidase: Derivada de leucócitos -> inflamação.
  • 45. Proteínas salivares Propriedades MUC5B (mucina MG1) barreira de difusão de prótons na película MUC7 (mucina MG2) agregação Proteínas ricas em prolina aderência Estaterina aderência Imunoglobulinas inativação e agregação de bactérias Aglutinina agregação de bactérias Lactoferrina inibição do crescimento Lactoperoxidase inibição do crescimento Lisozima morte de bactérias Histatinas amplo espectro de morte de bactérias Defensinas amplo espectro de morte de bactérias Catelicidina amplo espectro de morte de bactérias
  • 46. Proteínas salivares Tecido de origem % MUC5B (mucina MG1) todas as G.S. mucosas 5-20 MUC7 (mucina MG2) todas as G.S. mucosas 5-20 Imunoglobulinas linfócitos B: em todas as G.S. 5-15 Proteínas ricas em prolina parótida 1-10 Cistatinas submandibular > sublingual 10 Histatinas parótida e submandibular 5 Aglutinina parótida > submand. > sublingual 1-2 Lisozima sublingual > submand., parótida1-2 Lactoferrina todas as G.S.: mucosas > serosas 1-2 Lactoperoxidase parótida > submandibular <1 Catelicidina glândulas salivares, neutrófilos <1 Defensinas G.S., células epiteliais, neutrófilos <1
  • 47. PELÍCULA ADQUIRIDA Camada acelular de glicoproteínas salivares que recobre a superfície do dente, com aproximadamente 10µm de espessura.
  • 48. Funções 1) Proteção contra abrasão e atrito; 2) Barreira de difusão contra ácidos; 3) Preenche ranhuras e regulariza superfície; Forma a base para a subsequente adesão de microrganismos – placa dental.
  • 49. FORMAÇÃO Formação em poucos minutos; Rápida na 1ª hora e após diminui; DEPENDE DO FLUXO E COMPOSIÇÃO SALIVARES.
  • 50. FORMAÇÃO DA PELÍCULA üINSTANTÂNEA APÓS A PROFILAXIA Profissional / Individual
  • 51. INSTANTÂNEA APÓS A PROFILAXIA Profissional / Individual
  • 52. Macromoléculas Glicoproteínas: a-amilase Glicosiltransferase Lisozima Mucinas Peroxidase sIgA, sIgG COMPOSIÇÃO PRP: Une à superfície do dente; Interage com receptores específicos de EGM.
  • 53. SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA QUANTIDADE DE SALIVA Menor quantidade, maior experiência de cárie; Limpeza mecânica e salivar diminuídas; Quantidade não estimulada mais importante; pH e saída de fosfato de cálcio dependem do fluxo; Lactobacilos. QUALIDADE DA SALIVA Capacidade tampão da saliva diferente da placa.
  • 54. Controle de placa IHB individualizada e meticulosa; Escova macia, dentifrício pouco abrasivo; Bochecho com Clorexidina em casos individuais. SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA
  • 55. Aconselhamento dietético: Dieta rica em líquidos; Copiosa ingestão de água e bebidas sem açúcar; 4-5 refeições por dia, no máximo; Gomas de mascar sem açúcar. SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA
  • 56. SALIVA E CÁRIE DENTÁRIA Suplementos de Flúor: Dentifrício com flúor pelo menos 2 vezes ao dia; Bochechos com solução de NaF a 0,2% 1-2 min, diário; Flúor profissional em gel ou verniz.
  • 57. CONCLUSÕES Pacientes sofrendo de fluxo salivar reduzido apresentam, frequentemente, um aumento da experiência de cárie; Aumento de fluxo aumenta a capacidade da saliva de limpeza de açúcares e ácidos; Saliva contém consideráveis quantidades de Ca e fosfato e de sistemas tampão que neutralizam os ácidos e inibem a DES; Proteínas salivares que protegem os dentes frente ao desgaste e erosão. Proteínas que agregam M.O.s, inibem a aderência e crescimento, matam M.O.s e atuam como tampões.