O documento descreve o desenvolvimento de um aplicativo para iPhone chamado Starbucks Colors, que visa promover a interação entre clientes das lojas Starbucks de forma divertida. O aplicativo direcionaria os usuários para salas virtuais com outras pessoas aleatoriamente e, se tivessem a mesma cor escolhida, um poderia ganhar o último pedido do outro.
Antonio Pereira_Vale+comunidade_set a dez_2023.pdf
Aplicativo Starbucks Color
1. Aplicativo Starbucks Color – Trabalho Acadêmico
Introdução
Escolhi um aplicativo que também surgiu de um trabalho acadêmico dos alunos Douglas O de
Albuquerque Maranhão e José Felipe G. Gueventer, formados em Design pela PUC-Rio. O objetivo
deste projeto foi se moldando ao longo do semestre conforme eles faziam pesquisas e se
aprofundavam nos estudos sobre a relação do café com a sociedade. Após lerem e se inteirarem no
assunto, resolveram trabalhar essa relação dentro de coffeshops e, mais tarde, dentro de um coffee
shop exclusivo, o Starbucks Coffee. A proposta do projeto é um aplicativo de celular desenvolvido
exclusivamente para Iphone, que possibilite maior interação entre os clientes da rede de coffee
shops Starbucksde forma divertida e casual. Esta interação se dará através de um gamification
interativo e fácil. O cliente, ao fazer seu pedido no balcão, ganhará um código que deverá ser
inserido no aplicativo. Ao efetuar o login, o usuário deverá inserir seus dados (apenas na primeira
vez que usar o aplicativo, pois a partir da segunda será automático) e escolher uma cor dentre
quinze opção.Feito isso, é necessário que ele balance o celular, e um gerador totalmente randômico
direcionará o usuário a uma sala virtual com outras vintes pessoas quaisquer que também estejam
usando esse aplicativo. Cada pessoa tem sua respectiva cor. Após balançar o aparelho uma segunda
vez, o usuário é direcionado para a página pessoal de uma das vinte pessoas da lista previamente
citada. Com isso, existem duas opções: se a pessoa possuir a mesma cor do usuário, ele ganha o
direito de ir ao balcão e pedir o último café que esta pessoa pediu, além de mandar-lhe uma foto e
uma mensagem de agradecimento, como se tivesse recebido um café de presente. A outra opção
seria se as cores não forem a mesmas, neste caso, o aplicativo mostra uma mensagem de incentivo e
fecha.
O que o aplicativo comunica?
A interatividade entre os clientes em âmbito mundial.
Desenvolvimento
O projeto se iniciou com uma intensa pesquisa da dupla sobre o tema ‘Alimentação’. Dentre os
subtemas expostos pela turma, escolheram ‘Cultura’ como base de todo o projeto. Foram estudados
textos, sites e livros. Dentre todos esses estudos o que mais influenciou na escolha dos primeiros
temas abordados foi o artigo científico 'Cultura Alimentar: Contribuições da Antropologia da
Alimentação’ da antropóloga e pesquisadora Vivian Braga. Como dito, após terem juntado uma
bagagem cultural sobre o assunto escolhemos estes para abordar: Segurança Alimentar: Esse
conceito define alimentação como um direito inalienável e inerente a qualquer ser humano. No
começo do governo Lula, combater a fome foi uma das prioridades. E junto com essa diretriz, o
conceito de segurança alimentar também ganhou muita visibilidade. A segurança alimentar exprime
a compreensão da alimentação enquanto direito humano que deve ser assegurado pelo Estado, ou
seja, é a garantia de alimentos básicos de qualidade e em quantidade suficiente para a população
Identidades Culinárias nas Regiões Brasileiras: O Brasil é um país de proporções continentais então
é de se esperar que, além da cultura-mãe que rege o país existam outras subculturas específicas em
cada região do território nacional e, essas subculturas tem sua vertente de alimentação também.
Cada uma delas tem suas peculiaridades, inclusive na parte da alimentação Simbolismo Alimentar:
Cada cultura tem seus símbolos, seu códigos e interpretações. O alimento não nos cativa somente
pelo paladar, ele também nos afeta pela visão, o olfato e o tato. A visão dessa sinestesia sendo
interpretada nas diferentes culturas define o simbolismo alimentar. É uma dimensão simbólica que
se determina na visão diferente que cada cultura tem dos diferentes alimentos. Alimentação
Comportamental: Este tema aborda a influência da alimentação no cotidiano das pessoas. É uma
2. influência enorme, apesar de poucas vezes percebida. Isso se mostra de forma esmagadora no
ocidente onde há uma cultura fortemente centrada na exposição do corpo. Fast-Food: Expressão
conhecida e quase auto-explicativa que rotula um tipo de comida altamente consumido pelo povo
estadunidense. Teve sua popularização junto com o crescimento das grandes redes de lanchonetes
americanas que ‘explodiram’ depois de seu povo adotar o ‘american way of life’. Acham
interessante abordar este tema porque é um tipo específico de alimentação que funciona muito bem
quando aliado a um tipo específico de cultura. Após apresentarem estes temas para os professores e
conversar com os mesmos a dupla optou por centrar o projeto num tema misto. Uniram Identidades
Culinárias das Regiões Brasileiras com Alimentação Comportamental.
Centrados nesse tema, então, começaram uma nova pesquisa que se deu ainda em sites mas, mais
precisamente, nos dois volumes do livro “A História da Alimentação no Brasil” do
sociólogo/historiador Luís da Câmara Cascudo. Nele, o autor se prende ao argumento de que toda a
cultura alimentar do Brasil veio de três pilares que até hoje a sustentam: o cardápio indígena, a dieta
africa-na e a ementa portuguesa. Buscaram ir à origem da cultura alimentar no Brasil para podermos
entendê-las nos dias de hoje e com isso embasarem melhor o projeto. Após essa leitura aprofundada
e agora, com mais conhecimentos definimos um objetivo para o projeto. O primeiro tema escolhido
(misto de diversidade culinária no Brasil e alimentação comportamental) foi se desenvolvendo até o
ponto no qual queríamos eleger um produto-símbolo para ser trabalhado. Um produto que
representasse todo o território nacional. Logo percebemos que talvez pensar nacionalmente não
fosse a alternativa mais viável e acharam melhor eleger uma região específica para ser trabalhada e
escolheram trabalhar somente com a região Sudeste. A escolha se deu seguindo uma pesquisa do
IBGE de 2009 na qual é afirmado que as pessoas que mais consomem alimento no país são os
residentes da região sudeste com faixa etária de 17 à 24 anos. Segundo uma pesquisa ‘Tendências
do Consumo (2009)’, café é a segunda bebida mais consumida no país, perdendo apenas para a
água. Tendo em vista sua popularidade aqui no Brasil, podemos potencializá-lo a escalas maiores.
Mas primeiramente quiseram focar apenas na Região Sudeste. Os brasileiros estão consumindo
mais xícaras de café por dia e diversificando as formas da bebida durante o dia, adicionando ao café
filtrado consumido nos lares, também os cafés expressos, cappuccinos e outras combinações com
leite.’, relata uma matéria no site da ABIC (Associação Brasileira da Indústria do Café), sobre ‘o
aumento do consumo do café em 2010’. Novas maneiras de relação das pessoas com o café trazem
novas possibilidades e ideias para a elaboração do projeto. 'O café continua sendo um produto
muito acessível aos consumidores, mesmo nas categorias de maior qualidade e mais valor agregado,
como os cafés Superiores e Gourmet.’, continua a notícia, comentando que não há diferenciação
econômica entre os consumidores. Todos tem acesso. ‘Em 2011, a ABIC vai continuar a estimular o
aumento do consumo geral e a oferta de cafés diferenciados, ampliando a adesão das empresas aos
seus diversos programas de qualidade e certificação, como o Selo de Pureza, o PQC – Programa de
Qualidade do Café, o PCS – Cafés Sustentáveis do Brasil, entre outros.’, ou seja, o café só tem a
permanecer no topo do mercado brasileiro, e empresas fazem investimentos pesados neste setor.
Mais um estudo feito pela ABIC confirma que 61 das 100 maiores Indústrias de Café Associadas da
ABIC, são da Região Sudeste (sendo 36 de São Paulo, 12 de Minas Gerais, 8 do Rio de Janeiro e 5
de Espírito Santo). Sendo esse mais um motivo para estarem focando na região onde a produção de
café é forte.
Coffee-shops: tendência?
O Starbucks Café, foi um dos maiores influenciadores nesse mercado. A criação de um lugar apenas
para se tomar café tem crescido consideravelmente. Outro exemplo é o McCafé, visto como uma
alternativa ‘clean’ e ‘cult’ do tradicional McDonald’s. Trazer uma nova experiência para o
consumidor. De acordo com a ABIC, o mercado de cafeterias cresce 20% ao ano e já contabiliza
mais de 2,5 mi estabelecimentos no país. Essa impulsão do setor está diretamente ligada à evolução
da qualidade do que é produzido no Brasil, que vai desde o cultivo até a hora da torra. Tendo em
vista nisso, a dupla pensou em possibilidades de interação entre as pessoas que sentem prazer em
3. degustar um café em meio a correria do dia a dia. Um modo que houvesse uma maior sociabilização
entre elas naqueles poucos minutos que elas tem para descansar do cotidiano. Após esta fase, foram
a campo para analisarmos melhor como se dava essa interação das pessoas com o café e, os
melhores lugares para isto eram os coffee shops da cidade. Perceber hábitos e o tipo de pessoas que
ia a estes ambientes foi muito proveitoso para o projeto porque puderam identificar uma
necessidade e o nosso publico alvo. Visitaram alguns destes estabelecimentos (como, Cafeína,
Armazém do Café, California Coffee, Caffé Leone, Starbucks, Focaccia e Café do Ponto) e acharam
que seria mais viável trabalharmos com apenas um. Se continuassem com uma visão geral, não
iriam achar algo que os focasse. Então foi escolhida a rede de coffee shops "Starbucks". A escolha
desta rede se dá pelo fato dos alunos se interessarem pela política da loja. Já dizia o CEO Howard
Schultz na biografia do Starbucks: “...fui tomado pelo poder que saborear uma simples xícara de
café pode ter de conectar pessoas e criar uma comunidade ao redor delas...”. Isso explica toda a
nossa pesquisa por essa conexão do café com a sociedade. E ainda tornar esse “terceiro lugar”, esse
espaço público como o Starbucks em “um ambiente social porém pessoal entre a casa e o escritório,
onde as pessoas podem conectar-se com as outras e se reconectar consigo mesmas.” O presidente
ainda comenta: “Sempre digo que a Starbucks está no seu melhor quando criamos relacionamentos
duradouros e conexões pessoais.” Era exatamente isso que estávamos procurando. “Se o café e as
pessoas são a nossa essência, a experiência é a nossa alma.” Douglas e José Felipe queriam
reinventar essa “Experiência Starbucks” de modo divertido e interativo. Após visitarem
constantemente as cafeterias desta rede perceberam que estes ambientes são muito pessoais e frios.
Quase não há contato. Isso chamou a atenção da dupla e, após mais uma pesquisa de levantamento
de dados constatamos que 75% destas pessoas sentem falta de alguma interação que deixasse o
ambiente mais "quente". Realizaram um questionário para vermos se realmente pessoas de
diferentes sexos e idades gostariam de se interagir entre elas dentro dos coffee-shops e, se a resposta
fosse sim, como elas gostariam dessa forma de interação. Algumas pessoas preferiam o contato
virtual quando estivesse conversando com um desconhecido, um número mais baixo preferia
contato real e uma pessoa apenas não opinou pois não concordou com a ideia de interação. Ainda
comentaram que geralmente esses lugares não são agradáveis e que acharia de modo divertido a
forma como nós iríamos interferir na vida social delas.
Aplicativo para iOS
Analisaram que virtualmente a interação é mais fácil. A ideia bem superficial e primitiva era de que
pessoas se cadastrariam por meio da compra e uma nova senha iria ser determinada. Cada coffee-
shop teria um determinado número de iPads pelas mesas e a pessoa poderia dizer em quais coffee-
shops ela já passou.
Estante interativa
Observaram também o enorme número de pessoas que lê nesses coffee-shops. Pensamos em dar
mais contato a este ato. Uma estante aonde as pessoas poderiam comentar sobre os livros lidos, uma
por cima da outra. Criariam algum modo diferente da distribuição desses comentários, podendo
haver até notas ou reviews. Basicamente, uma biblioteca nos coffee-shops.
Copos com cores
Já pensando no Starbucks, a loja disponibilizaria copos com adesivos coloridos. Cada copo teria um
adesivo de uma cor. A pessoa teria que ir até a outra pessoa com um copo com o adesivo de mesma
cor e tentaria a sorte. Se o que estivesse escrito fosse o mesmo para os dois copos, as duas pessoas
pediriam o “brinde” podendo ser até mais um café, ou um brownie para acompanhar.
4. Misture
Entraram no site da Starbucks para ver se gerasse alguma ideia. Visualizaram então uma
propaganda da própria loja dizendo o seguinte: Misture ingredientes e faça o seu próprio café. Neste
momento deu o clique que faltava no projeto. Resolveram pegar essa questão de misturar
ingredientes e implementar nas pessoas. Por que então não poderíamos misturar pessoas? E que
dessas pessoas misturadas uma fosse a escolhida? E que dessa escolhida um prêmio seria dado?
Dessa geração de ideias que surgiu então o nosso projeto, o aplicativo para iPhone: Starbucks
Colors.
escolha a cor → insira seus dados → login
Conclusão
Em síntese, a ideia central do aplicativo então seria rápida, prática, para pessoas de qualquer idade e
seria todo linear. A pessoa compraria algo no Starbucks, viria um código na nota fiscal para a
utilização do aplicativo. Colocado este código a pessoa escolheria uma cor dentre 15 cores, o seu
nome e o seu país. A partir daí clicaria em “misture”, uma nova janela abriria para sacudir o iPhone,
utilizando o acelerômetro do aparelho. Após sacudir apareceria uma sala com 20 pessoas online em
todos os Starbucks do mundo todo. São 54 países no total que tem as lojas do Starbucks. O
aplicativo além de gerar lucro para o Starbucks, já que é necessário comprar algo na loja para
acessar o aplicativo, possibilita o crescimento da loja já que países irão querer abrir franquias para
se inserir no aplicativo. Depois de ter visto a sala, o aplicativo irá pedir para sacudir o iPhone
novamente e uma dessas 20 pessoas irá ser escolhida aleatoriamente. Se esta pessoa for da mesma
cor que o usuário escolheu, o usuário ganha o último pedido desta pessoa. Se não for, ele terá que
tentar novamente, comprando outro produto no Starbuc