O documento descreve o pintor francês realista Gustave Courbet (1819-1877). Courbet acreditava que os artistas deveriam retratar a realidade da vida cotidiana e da sociedade, não se afastando da verdade. Ele pintou cenas do trabalho manual e da classe trabalhadora, denunciando as injustiças sociais de sua época. Sua obra mais famosa é "Os Quebradores de Pedra".
2. a pintura da vida real
O Realismo inspira-se no mundo
contemporâneo, na realidade física e no
contexto social:
•Crise económica
•Revoltas operárias
•Revolução de 1848
•Ascensão do governo do Segundo
Império
•Formação da oposição Socialista
...
O papel do artista realista é despertar o
público para a brutal realidade do mundo à
sua volta e ser verdadeiro com o que
observa.
O Realismo:
1845-1870
Jean François Millet
3. Gustave Courbet (1817-1877)
começou por ser um romântico
neo-barroco , nos começos da
década de
1840.
Porém, por volta de 1848,
sob o choque das convulsões
revolucionárias que varriam a
Europa, convenceu-se de que a
importância dada pelo
Romantismo ao sentimento e à
imaginação não passava de
uma fuga às realidades da
época.
Para Courbet, o artista devia
reger-se pela sua experiência
directa, isto é, ser
um realista.
4. Por ser como é e por querer evidenciar aquilo que todos teimam em
ignorar, Courbet foi essencialmente um auto-didacta. Aquilo que sabe,
aprendeu, sobretudo, no Museu do Louvre, a copiar as grandes obras de
artistas como Velásquez, Goya e outros.
Courbet foi um artista
totalmente livre que
denunciou as injustiças e
crueldades sociais da sua
época. Como tal, a sua
obra tem apenas uma
finalidade: a verdade.
E choca, ora pela
banalidade do assunto, ora
pela sua atitude.
5. Retrato de Prudhon e seus filhos,
1865
Retrato de Baudelaire,
c. 1848
Teve contacto com personalidades
distintas. Entre elas, Baudelaire (poeta e
crítico de arte francês) e Proudhon, que o
influenciaram ideologicamente.
Proudhon preconizava uma arte com
fins sociais e um artista comprometido
com a causa humana. Denunciou,
inclusive, nas suas obras, as injustiças e as
desigualdades da sociedade.
6. Para o Salão de 1850, Courbet
apresentou alguns quadros, entre os
quais se destacam:
•“Os Camponeses em Flagey”
•“Os Britadores de Pedra”
•“O Enterro em Ornans”
7. Os Britadores de Pedra, 1849
Courbet captou, neste quadro, o duro labor dos pedreiros, chamando a atenção
para a deplorável situação social desta classe.
•Contraste de idades
•Pessoas humildes, anónimas
•Cor: castanhos, cinzentos…
8. Composição equilibrada e ritmo solene:
Personagens dispostas horizontalmente, num único plano
As linhas verticais das figuras contrastam com as linhas horizontais da paisagem.
9. O carácter de Courbet está neste
quadro bem patente: Este recebe
com altivez o comprimento e a
veneração que lhe presta o
mecenas, através da presunçosa,
embora inocente, inclinação da
cabeça e na condescendia do seu
sorriso afável.
Por sua vez, Alfred Bruyas e o
seu criado fazem uma vénia
deferente ao artista como se este
fosse seu superior. Courbet não se
mostra inferior.
Foi rejeitada na Exposição Universal
de Paris de 1855: pelo realismo e
simplicidade da obra e
pela banalidade do assunto.
10. Composição
Courbet poderá ter-se inspirado n’As Meninas de
Velásquez, 1656.
As figuras ocupam apenas metade da altura da tela e o
artista está retratado no quadro.
Agora, porém, o artista ocupa o centro.
Para ele e para a sua obra
convergem todas as outras
figuras.
Sendo assim, nesta pintura
podem-se distinguir três
grupos.
11. Raparigas nas Margens do Sena, 1856-57
Pela escolha dos seus temas,
pelos seus métodos comerciais e
pela sua pintura, este pintor
realista rompeu com tudo o que o
havia precedido.
Gustave Courbet foi um
revolucionário e pretendeu fazer
da sua própria liberdade um
modelo.
Constituiu, assim, o fim de
uma etapa e o início de outra: Pôs
fim ao Romantismo e anunciou os
temas Impressionistas.