1. ANJOS DA MORTE
Por
JHONNATAN CARNEIRO
GABRIEL HENRIQUE
JHONNATAN CARNEIRO 2012
2. Elenco de personagens
: ANTONIO CESARO
: JOHN CESARO
: CARLA CESARO
: ANTONIETA CESARO
: ANJO DA MORTE 1
: ANJO DA MORTE 2
: NARRADOR
Cena
OS ANJOS DEVERÃO USAR ROUPAS PRETAS. OS OUTROS PERSONAGENS
FICAM A CRITÉRIO.
Época
"O segredo do amor é maior do que o segredo da morte."
3. ATO I
(A MUSICA "NEVER THINK - ROBERT
PATTISON" COMEÇA A TOCAR)
Os atores ficam ao arredor do leito da mulher,
cuja está com o semblante abatido, e uma coberta
a cobre até a cintura.
Cena 1 1
(4 DOS 5 PERSONAGENS)
ATENÇÃO: USE ALGO BRANCO E PASSE NO ROSTO DA PERSONAGEM
QUE ESTÁ NA CAMA.
Enquanto a musica continua a tocar até certo
ponto, um dos personagens caminha lentamente
para outro ponto da cama. Este, segura a vontade
de chorar, se ajoelha perante a mulher ao lado
da cama. A mulher sente que algo esta ao seu
lado, e abre os olhos lentamente.
O Personagem prossegue dizendo:
ANTÔNIO CESARO:
Minha querida e amada esposa.
(PAUSA)
Como o tempo é traiçoeiro com a gente, não é?
(ACARICIA-SE O CABELO DA MULHER)
Lembro-me, como se fosse ontem o dia que nos
conhecemos.
(PAUSA/SEGURA O CHORO)
As aventuras que vivemos, o sonhos, que sonhamos; e
os sonhos que sonhamos que eles ainda acontecessem.
Bem, vai ser difícil sem você aqui. Mas as vezes...
(PAUSA/RECUPERA-SE O FOLEGO)
... As vezes, paro de pensar na morte. Eu so tenho
que-lhe agradecer pelos momentos mais incríveis que
você me deu. A sua doçura nesses longos e preciosos
anos. Nossos filhos, bem, você sabe mais do que eu,
so dão valor quando perde. E parece que, nem na
perda; Vou fazer aquilo que você me pediu, SER FELIZ.
Mas vai ser difícil, no entanto eu te amo, para todo
o sempre querida.
Antônio Cesaro, beija-lhe a mulher na testa, leva os
braços e a abraça com cuidado, e começa a chorar, a mulher
não reage, apenas tenta mexer a mão para o tocar, mas não
consegue.
4. 2.
ATO 2
Após a saída de Antônio Cesaro ao lado da mulher. A musica
que tocava baixo, volta a tocar alto agora. Antônio se
levanta, e fica com as mãos apoupadas ao lado da cama, de
cabeça baixa assim como os outros.
Um homem e uma mulher, vestidos de preto, ficam
juntos alguns metros longe dos outros. Uma das
mulheres que se chama CARLA, não agüenta a dor,
e cai aos prantos, e ameaça a pular na cama,
ANTÔNIO CESARO que está ao seu lado impede, e a
segura, mas ela se recusa a parar, e por fim
desiste, e chora, chora bastante em silêncio.
Enquanto a musica ainda toca. E a mulher continua imóvel.
A porta que estava fechada se abre vagarosamente. Este
quem aparece é John, o filho da mulher que esta deitada na
cama.
Ao som da musica, John vem caminhando lentamente
em direção a cama. Seus olhos enchem de
lagrimas. Quando ele se aproxima da cama, olha
para ANTÔNIO e CARLA ao seu lado, e por fim para
sua mãe.
(a musica abaixa o tom)
CENA 2 2
JOHN CESARO:
Minha mãe...
(acaricia o rosto da mulher)
Deus sabe de todas as coisas. Não era isso que você
sempre dizia para mim?
(PAUSA/ENGOLE EM SECO)
Mulher Forte, Mulher Guerreira, Mulher que, apesar de
tudo, nos deu amor, carinho, compreensão. E que com
sua fè inabalável nos deixara. Minha mãe. Dizer adeus
para você, dói, dói bastante.Sinto muito, por meus
irmãos não estarem aqui, mas eles não te merecem.
(PAUSA)
É uma pena, que você não irá ver os seus netos. Mas,
se algum dia eu tiver algum, eu irei contar a eles, o
que houve aqui, é a avó maravilhosa que eles tiveram.
Minha amada, agüentadora de inchessão de saco,
incomparável, e inconfundível mãe. Eu te amo, e
espero que você me ame amanhã cedo.
(a musica aumenta o tom)
Jonh, beija levemente sua mãe nas mãos, essa no
mesmo instante reage, mexendo os dedos, e começa
a apalpar o rosto do jovem rapaz. Que, desaba em
prantos. Em seguida, se levanta, e vai para o
lado de Antônio Cesaro.
5. 3.
ATO 3
CENA 3 3
A Jovem garota CARLA que antes chorava, e
precisou de ajuda para se conter, agora calma,
vá em direção a cama, olha profundamente, por
uns meros segundos a mulher.
CARLA CESARO:
Titia, do que posso dizer para você hein?
(FALA COM UM SORRISO TRISTE NO ROSTO)
Quado minha mãe morreu, você me tomou em seus braços,
cuidou de mim, me educou, pagou meus estudos, e
agora, estamos aqui, todos nós...
(aponta para os presentes)
Estamos lhe dizendo palavras de adeus. Mas sei, que
no fundo você deve estar dizendo que somos bestas,
por nos despedir de você, pois você, ainda nos verá.
Era o que você falava, lembra? Minha Titia, Voce esta
pronta para ir. E se você ver a minha mãe, diga a ela
que eu a mandei um OI.
(a musica que tocava, para
definitivamente)
ANTONIETA CESARO:
Eu, sinto muito, por isso, lutei bravamente, mas não
suportei, agora, com os meus últimos segundos, de
vida, digo quê, O amor sem esperança, não tem outro
refúgio, senão a morte. Todos nós iremos passar por
isso.
(DIZ VAGAROSAMENTE/DANDO PAUSA A CADA
VIRGULA)
6. 4.
ATO 4
Um homem, e uma mulher de pretos que estavam
alguns metros longe, se aproxima do leito, a
mulher fica no lado esquerdo, e o homem ao lado
direito. Juntos (ao mesmo tempo) se ajoelham, e
ainda juntos, levantam suas mãos e colocam no
peito da mulher na cama. Os dois se olham e
dizem:
CENA 4 4
ANJO DA MORTE 1:
Já é hora.
ANJO DA MORTE 2:
Está consumado.
(A MUSICA: "KARI KIMMEL - BLACK
LIRYCS" COMEÇA A TOCAR)
Os outros personagens, parecem não perceber os
dois ao arredor da mulher. E então o ANJO DA
MORTE 1 e a ANJO DA MORTE 2, reagem
coreograficamente como se sugassem a alma da
mulher, Depois, os dois levantam os braços ao
céus. E enquanto isso a musica ainda toca. Eles
com as mãos ainda levantadas.
ANTÔNIO CESARO:
Ela se foi.
Disse, e nesse súbito momento, o ANJO DA MORTE 1 e 2, se
levantam, e vão para o centro da sala, olham para o
publico e dizem:
ANJO DA MORTE 1:
Somos anjos da morte, encarregados de levar as almas
adoentadas aos céus. Essa mulher se chama Antonieta
Cesaro. E esses são os seus familiares.
ANJO DA MORTE 2:
Antonieta vem sofrendo de um câncer a mais de 7 anos,
já foi internada diversas vezes. Conhecida pelo seu
humor extravagante, pelo seu amor incondicional.
Alguns de seus filhos moram na Europa, e nem se quer
lhe dão moral.
ANJO DA MORTE 1:
Recebemos ordens de poupar o sofrimento dessa
família. Que desde os primórdios sofreu, com a FOME,
MISÉRIA. Vivem em um mundo hoje com uma Democracia
Demasiada. As pessoas só sabem ganhar as coisas, não
sabe por trás de tudo aquilo que elas tem. Tudo tem
um preço.
(CONTINUA...)
7. ...CONTINUANDO: 5.
ANJO DA MORTE 2:
Um preço alto. Antonieta, agora passa bem. Sua
familia, aprendera a viver sem ela agora. Pois na
vida nada, nem sempre, é o que parece ser. O que
vemos aqui, nada mais é, não devemos ter medo da
MORTE, pois ela é simples, algo em que todos vocês,
um dia passarão. A MORTE, é um começo, porque Quem
não tem medo da vida também não tem medo da morte.
ANJO DA MORTE 1:
A morte é fácil, só é difícil para aqueles que a
sentem.
8. 6.
ATO FINAL
Após terminarem suas falas, os ANJOS DA MORTE,
saem. Restando os FAMILIARES, esses que a seguir
saem. No final, Antonieta se levanta.Olha para o
publico, olha-os um por um (seriamente) se
levanta da cama por completa, e caminha,
lentamente até o centro.
CENA FINAL 5
ANTONIETA CESARO:
Nisto erramos: em ver a morte à nossa frente, como um
acontecimento futuro, enquanto grande parte dela já
ficou para trás. Cada hora do nosso passado pertence
à morte. Ou do nosso Futuro. Estou tranqüila sobre
isso, pois, nem todos que amo, estão aqui, mas os
verei ainda. Pode ter certeza disso.
Ainda com o som da musica. A porta é aberta para
ela rapidamente, e então ela sai. Em seguida o
NARRADOR fala
NARRADOR:
"O segredo do amor é maior do que o segredo da
morte."
(FIM. SERÁ?)