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Relatório de Gestão
e Contas 2015
Universidade de Coimbra
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
Relatório de Gestão
e Contas 2015
Universidade de Coimbra
FICHATÉCNICA
ORGANIZAÇÃO
Divisão de Planeamento, Gestão e Desenvolvimento − Administração da Universidade de Coimbra (DPGD-UC)
CONTEÚDOS
Divisão de Planeamento, Gestão e Desenvolvimento − Administração da Universidade de Coimbra (DPGD-UC)
Serviço de Gestão Financeira − Administração da Universidade de Coimbra (SGF-UC)
CRÉDITOS DE IMAGEM
diagramas
Divisão de Planeamento, Gestão e Desenvolvimento − Administração da Universidade de Coimbra (DPGD-UC)
Serviço de Gestão Financeira − Administração da Universidade de Coimbra (SGF-UC)
design de comunicação
Projeto de Imagem, Media e Comunicação da Universidade de Coimbra (PIMC-UC)
fotografia da capa
Sérgio Brito
© Universidade de Coimbra, abril 2016
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
3
ÍNDICE
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................................................ 9
1. A UNIVERSIDADE DE COIMBRA...........................................................................................................................................................13
1.1. MISSÃO E VALORES .....................................................................................................................................................................13
1.2. PLANO ESTRATÉGICO 2015-2019 ...........................................................................................................................................13
1.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ................................................................................................................................................15
1.4 SISTEMA DE GESTÃO....................................................................................................................................................................17
2. MISSÕES.................................................................................................................................................................................................23
2.1. INVESTIGAÇÃO ...........................................................................................................................................................................23
2.2. ENSINO........................................................................................................................................................................................25
2.3. COMUNIDADE.............................................................................................................................................................................29
3. SUSTENTABILIDADE.............................................................................................................................................................................35
3.1. INTERNACIONALIZAÇÃO ..........................................................................................................................................................35
3.2. CIDADANIA E INCLUSÃO...........................................................................................................................................................37
3.3. MARCA UC ..................................................................................................................................................................................38
3.4. COMUNICAÇÃO .........................................................................................................................................................................39
3.5. AMBIENTE ....................................................................................................................................................................................39
4. PESSOAS................................................................................................................................................................................................43
5. RECURSOS ECONÓMICO-FINANCEIROS............................................................................................................................................49
5.1. ANÁLISE ORÇAMENTAL..............................................................................................................................................................49
5.2. ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA.......................................................................................................................................53
5.3. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ..............................................................................................................................................65
5.4. ANEXOS ÀS CONTAS..................................................................................................................................................................68
ANEXOS
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
4
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
5
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1: QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICA 2015-2019.....................................................................................................................15
FIGURA 2: ORGANOGRAMA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA..........................................................................................................................16
FIGURA 3: BOLSEIROS DE INVESTIGAÇÃO...........................................................................................................................................................24
FIGURA 4: PARTICIPANTES NA UNIVERSIDADE DE VERÃO.................................................................................................................................25
FIGURA 5: PATENTES ATIVAS................................................................................................................................................................................29
FIGURA 6: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR PAÍS DE ORIGEM, NO ANO LETIVO 2014/2015................................................................35
FIGURA 7: TOTAL DE TRABALHADORES, POR GRUPO DE PESSOAL E GÉNERO ..............................................................................................43
FIGURA 8: DISTRIBUIÇÃO DO PESSOAL TÉCNICO, POR CARREIRA / CARGO...................................................................................................44
ÍNDICE DE QUADROS
QUADRO 1: PLANO ESTRATÉGICO UC 2015-2019 EM NÚMEROS ..................................................................................................................15
QUADRO 2: AVALIAÇÃO DOS CENTROS E UNIDADES DE I&D INTEGRADOS (2013)....................................................................................24
QUADRO 3: UNIDADES INTEGRADAS E PROJETOS DE I&D COM EXECUÇÃO FINANCEIRA ...........................................................................24
QUADRO 4: CICLOS DE ESTUDOS COM ESTUDANTES INSCRITOS ...................................................................................................................26
QUADRO 5: ESTUDANTES DE LICENCIATURA E MESTRADO INTEGRADO ADMITIDOS ATRAVÉS DE OUTRAS FORMAS DE ACESSO ..........27
QUADRO 6: ESTUDANTES INSCRITOS, POR TIPOLOGIA DE CICLOS DE ESTUDOS E DE CURSO ....................................................................28
QUADRO 7: ESTUDANTES DIPLOMADOS, POR TIPOLOGIA DE CICLOS DE ESTUDOS E DE CURSO ...............................................................28
QUADRO 8: CURSO DE EMPREENDEDORISMO DE BASE TECNOLÓGICA .........................................................................................................29
QUADRO 9: EVENTOS CULTURAIS E AUDIÊNCIA ...............................................................................................................................................31
QUADRO 10: UTILIZADORES DE INFRAESTRUTURAS DE ATIVIDADES CULTURAIS..........................................................................................31
QUADRO 11: UTILIZADORES DE INSTALAÇÕES DESPORTIVAS.........................................................................................................................32
QUADRO 12: ADESÕES À REDE UC .....................................................................................................................................................................32
QUADRO 13: ESTUDANTES DE NACIONALIDADE ESTRANGEIRA, EXCLUINDO MOBILIDADE INCOMING......................................................35
QUADRO 14: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR FACULDADE, NO ANO LETIVO 2014/2015 ...............................................................35
QUADRO 15: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR REGIME DE ACESSO, NO ANO LETIVO 2015/2016 ...................................................36
QUADRO 16: POSIÇÃO DA UC NOS PRINCIPAIS RANKINGS UNIVERSITÁRIOS INTERNACIONAIS ...................................................................38
QUADRO 17: DISTRIBUIÇÃO DOS DOCENTES E INVESTIGADORES POR UO ...................................................................................................43
QUADRO 18: DISTRIBUIÇÃO DOS DOCENTES E INVESTIGADORES POR CATEGORIA ....................................................................................43
QUADRO 19: MOVIMENTOS DE PESSOAL - ADMISSÕES/SAÍDAS........................................................................................................................44
QUADRO 20: MOVIMENTOS DE PESSOAL - MOTIVO DAS SAÍDAS.....................................................................................................................45
QUADRO 21: FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PESSOAL TÉCNICO...................................................................................................................45
QUADRO 22: PRINCIPAIS INDICADORES ORÇAMENTAIS ..................................................................................................................................49
QUADRO 23: EXECUÇÃO DA RECEITA POR TIPO DE RECEITA .........................................................................................................................50
QUADRO 24: EXECUÇÃO DA RECEITA POR TIPO DE ORÇAMENTO................................................................................................................50
QUADRO 25: EXECUÇÃO DA RECEITA POR ORIGEM DE FUNDOS...................................................................................................................51
QUADRO 26: EXECUÇÃO DA DESPESA POR TIPO DE DESPESA.........................................................................................................................51
QUADRO 27: EXECUÇÃO DA DESPESA POR TIPO DE ORÇAMENTO................................................................................................................52
QUADRO 28: EXECUÇÃO DA DESPESA POR ORIGEM DE FUNDOS...................................................................................................................52
QUADRO 29: EXECUÇÃO E SALDO ORÇAMENTAL POR TIPO DE ORÇAMENTO ............................................................................................53
QUADRO 30: DEMONSTRAÇÃO DO SALDO ORÇAMENTAL POR TIPO DE ORÇAMENTO..............................................................................53
QUADRO 31: PRINCIPAIS INDICADORES ECONÓMICOS E FINANCEIROS........................................................................................................53
QUADRO 32: ESTRUTURA DO ATIVO .................................................................................................................................................................54
QUADRO 33: ESTRUTURA DOS FUNDOS PRÓPRIOS E PASSIVO ........................................................................................................................55
QUADRO 34: BALANÇO FUNCIONAL.................................................................................................................................................................56
QUADRO 35: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS PROVEITOS E GANHOS.............................................................................................................57
QUADRO 36: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS PROVEITOS OPERACIONAIS.....................................................................................................59
QUADRO 37: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS CUSTOS E PERDAS ....................................................................................................................60
QUADRO 38: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS..............................................................................62
QUADRO 39: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS CUSTOS COM PESSOAL ............................................................................................................63
QUADRO 40: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS .............................................................................................63
QUADRO 41: DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS SINTÉTICA ..........................................................................................................................64
QUADRO 42: KPI ECONÓMICO-FINANCEIROS ..................................................................................................................................................64
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
6
ÍNDICE DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1: PUBLICAÇÕES NA WEB OF SCIENCE .................................................................................................................................................23
GRÁFICO 2: CAPTAÇÃO DOS 25% MELHORES CANDIDATOS AO ENSINO SUPERIOR PELA UC 2013 – 2015............................................25
GRÁFICO 3: VAGAS E CANDIDATOS COLOCADOS NA 1.ª FASE DO CONCURSO NACIONAL DE ACESSO...................................................26
GRÁFICO 4: TAXA DE EMPREGABILIDADE - ANO LETIVO 2012/2013, POR CICLOS DE ESTUDOS................................................................28
GRÁFICO 5: VISITANTES AOS ESPAÇOS TURÍSTICOS ..........................................................................................................................................30
GRÁFICO 6: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR TIPO DE CICLO, NO ANO LETIVO 2014/2015 ...........................................................35
GRÁFICO 7: ESTUDANTES CANDIDATOS E EFETIVOS EM PROGRAMAS DE MOBILIDADE INCOMING...............................................................36
GRÁFICO 8: ESTUDANTES CANDIDATOS E EFETIVOS EM PROGRAMAS DE MOBILIDADE OUTGOING .............................................................36
GRÁFICO 9: DOCENTES CANDIDATOS E EFETIVOS A PROGRAMAS DE MOBILIDADE OUTGOING....................................................................37
GRÁFICO 10: VISITANTES REGISTADOS NO WELCOME CENTRE FOR VISITING RESEARCHERS ..............................................................................37
GRÁFICO 11: MÉDIA BIENAL DE AAV ....................................................................................................................................................................39
GRÁFICO 12: ESTRUTURA ETÁRIA DOS EFETIVOS ..............................................................................................................................................44
GRÁFICO 13: HABILITAÇÕES LITERÁRIAS DO PESSOAL DOCENTE E INVESTIGADOR......................................................................................45
GRÁFICO 14: HABILITAÇÕES LITERÁRIAS DO PESSOAL TÉCNICO.....................................................................................................................45
GRÁFICO 15: ESTRUTURA PATRIMONIAL............................................................................................................................................................54
GRÁFICO 16: ESTRUTURA FUNCIONAL ..............................................................................................................................................................57
GRÁFICO 17: ESTRUTURA DOS PROVEITOS E GANHOS ....................................................................................................................................58
GRÁFICO 18: ESTRUTURA DOS CUSTOS E PERDAS ............................................................................................................................................61
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
7
ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS
A3ES – Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior
AAC – Associação Académica de Coimbra
ADSE – Direção Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas
APCER – Associação Portuguesa de Certificação
ARWU – Academic Ranking of World Universities
CGA – Caixa Geral de Aposentações
CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
CHUC-UC – Centro Académico Clínico de Coimbra
CMC – Câmara Municipal de Coimbra
CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa
D – Doutoramento
DGO – Direção Geral do Orçamento
DI – Disciplinas isoladas
ECDU – Estatuto da Carreira Docente Universitária
EEI – Estatuto do Estudante Internacional
EfS – Energy for Sustainability
ETI – Equivalente a tempo inteiro
EU – Estádio Universitário
F – Feminino
FADU – Federação Académica do Desporto Universitário
FCDEFUC – Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra
FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia
FCTUC – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
FDUC – Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
FEUC – Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
FFUC – Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
FLUC – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
FMUC – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
FPCEUC – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
FSE – Fornecimentos e serviços externos
I&D – Investigação e Desenvolvimento
ICNAS – Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde
IES – Instituições de ensino superior
III – Instituto de Investigação Interdisciplinar
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
8
JBUC – Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
L – Licenciatura
M – Masculino
MCUC – Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
ME – Mestrado
MEC – Ministério da Educação e Ciência
MI – Mestrado Integrado
N.º – Número
OCNCG – Outros cursos não conferentes de grau
OE – Orçamento do Estado
PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
PDCA – Plan, Do, Check, Act
PEA.UC – Plano Estratégico e de Ação da Universidade de Coimbra
PG/E – Pós-graduação/Especialização
PO – Programa Operacional
POC-Educação – Plano Oficial de Contabilidade para o Setor de Educação
RG – Receitas gerais
RP – Receitas próprias
SASUC – Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra
SIR – Scimago Institutions Rankings
SG.UC – Sistema de Gestão da Universidade de Coimbra
TAGV – Teatro Académico de Gil Vicente
TSU – Taxa social única
TUJE – Tribunal Universitário Judicial Europeu
UECAF – Unidade de extensão cultural e de apoio à formação
UC – Universidade de Coimbra
UNESCO – United Nations, Education, Scientific and Cultural Organization
UO – Unidade orgânica
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
9
INTRODUÇÃO
O presente Relatório de Gestão e Contas individuais
agrega a informação mais relevante da atividade da
Universidade de Coimbra do ano de 2015,
destacando-se alguns indicadores essenciais não só
nos pilares de missão – investigação, ensino
e comunidade –, mas também nas áreas de
sustentabilidade. Ao nível dos recursos,
é incorporada a informação e as demonstrações que
retratam a atividade económica e financeira do ano,
visando cumprir as disposições legais nesta matéria,
bem como os principais dados de recursos humanos.
A informação mais ampla sobre o desempenho do
Grupo Público Universidade de Coimbra,
englobando os dados das restantes entidades
e contemplando a monitorização do Plano
Estratégico e de Ação, será objeto de análise no
Relatório de Gestão e Contas Consolidado.
Os 725 anos da Universidade de Coimbra
dominaram as atenções do ano de 2015, assinalados
com um vasto programa. Destaca-se o espetáculo de
luz e som no Paço das Escolas, “UC - Uma História
de Luz”, a que assistiram aproximadamente 30 mil
pessoas. E, a encerrar as comemorações,
o “Congresso Internacional da Língua Portuguesa:
Uma Língua de Futuro”, com o propósito de
projetar a língua portuguesa para o futuro, e assim
sublinhar a importância desta prioridade estratégica
da UC.
Este relevante papel que, ao longo dos séculos,
a Universidade de Coimbra tem assumido na difusão
da cultura e língua portuguesa e o seu enorme
prestígio e projeção internacional constituem uma
clara vantagem competitiva na sua afirmação como
Universidade Global – afirmação que não é nova,
mas que se pretende recuperar.
Efetivamente, a missão da Universidade de Coimbra
há muitos séculos que ultrapassa as fronteiras de
Portugal. Gabriel Paquette, professor americano de
história na Universidade de Johns Hopkins, dá
destaque ao papel da UC no livro "Imperial Portugal in
the Age of Atlantic Revolutions"1
, dedicado ao período
entre 1770 e 1850, afirmando que um dos
mecanismos para garantir a coesão do enorme
império pela monarquia portuguesa foi "... the blurring
of the line between metropole and colony through
university education. Brazilians (and later subjects from
other colonies) had been incorporated into a transatlantic
bureaucracy from the first stages of colonization. The
principal mechanism for recruitment was the University
of Coimbra. [...] Coimbra was the training ground for
imperial service [...]"
1
PAQUETTE, Gabriel (2013) - Imperial Portugal in the Age of
Atlantic Revolutions: The Luso-Brasilian World, c. 1770-1850.
Cambridge University Press, ISBN 978-1-107-64076-4, pp. 21.
No ano de 2015, a Universidade de Coimbra
continuou a trilhar o caminho necessário para ser
uma Universidade Global. Salienta-se, desde logo,
o consórcio estratégico com a Universidade Aberta,
para o desenvolvimento de uma oferta alargada de
ensino a distância, com cursos conferentes e não
conferentes de grau, com o objetivo de ter presença
global, atraindo estudantes de todo o mundo.
A criação de outro consórcio estratégico, entre a
UC e o Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra, em cerimónia que contou com a presença
dos Ministros da Saúde e da Educação e Ciência, é
outro bom exemplo. O Centro Académico Clínico
de Coimbra pretende ser uma estrutura flexível e
integrada de ensino, investigação, inovação
e assistência médica, com prestígio internacional
reforçado. E, nesse sentido, integra já a M8 Alliance,
uma associação mundial que se dedica à saúde a nível
global, com origem no G8.
O número de candidatos internacionais efetivamente
inscritos na Universidade de Coimbra continua a
aumentar, destacando-se novamente o Brasil como
origem destes estudantes, mesmo com a recessão
a afetar este país. As campanhas de divulgação em
curso na China, com presença em muitas feiras de
educação superior e em muitas escolas, deverão em
breve resultar num número de estudantes chineses
muito superior.
Para este trajeto global ser sólido, a UC tem de ser
cada vez mais uma universidade de grande exigência.
O regulamento de contratações de professores, que
esteve em discussão pública em 2015, contribuirá
para aumentar o grau de exigência na seleção de
novos professores. O trabalho de consolidação da
estrutura financeira da UC, encontrando novas
formas de financiamento, permite já aumentar a
contratação de novos professores, procurando
iniciar-se a reversão do envelhecimento do corpo
docente.
Em termos de rankings, que cada vez mais
determinam o desempenho das universidades neste
mundo global, a Universidade de Coimbra
conquistou já uma posição confortável na elite das
500 melhores universidades do mundo, tendo
melhorado, em 2015 e no geral, na maioria dos
indicadores considerados – e nomeadamente no que
respeita à produção científica –, e alcançando
posições relevantes no QS World University Rankings
by Subject.
A Universidade de Coimbra está a trabalhar para ser
solidamente uma Universidade Global!
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
10
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
12
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
13
1. A UNIVERSIDADE DE COIMBRA
1.1. MISSÃO E VALORES
“A Universidade de Coimbra é uma instituição de
criação, análise crítica, transmissão e difusão de cultura,
de ciência e de tecnologia que, através da investigação,
do ensino e da prestação de serviços à comunidade,
contribui para o desenvolvimento económico e social,
para a defesa do ambiente, para a promoção da justiça
social e da cidadania esclarecida e responsável e para a
consolidação da soberania assente no conhecimento”.
(Estatutos da Universidade de Coimbra, art.º 2.º)
Fundada em 1290, a Universidade de Coimbra é uma
pessoa coletiva de direito público com autonomia
estatutária, científica, pedagógica, cultural,
patrimonial, administrativa, financeira e disciplinar
(artigo 3.º dos Estatutos, homologados pelo
Despacho Normativo n.º 43/2008, de 1 de
setembro).
A difusão e transferência do conhecimento nos mais
diversos domínios, em interligação com a sociedade,
a nível nacional e a nível internacional - e com
particular destaque no espaço europeu de ensino
superior e no espaço da Comunidade dos Países da
Língua Portuguesa –, constituem em si o
cumprimento da missão da UC, prosseguindo os
seguintes fins:
“a) A formação humanística, filosófica, científica, cultural,
tecnológica, artística e cívica;
b) A promoção e valorização da língua e da cultura
portuguesas;
c) A realização de investigação fundamental e aplicada e
do ensino dela decorrente;
d) A contribuição para a concretização de uma política
de desenvolvimento económico e social sustentável,
assente na difusão do conhecimento e da cultura e na
prática de atividades de extensão universitária,
nomeadamente a prestação de serviços especializados à
comunidade, em benefício da cidade, da região e do país;
e) O intercâmbio cultural, científico e técnico com
instituições congéneres nacionais e estrangeiras;
f) A resposta adequada à necessidade de aprendizagem
ao longo da vida;
g) A preservação, afirmação e valorização do seu
património científico, cultural, artístico, arquitetónico,
natural e ambiental;
h) A contribuição, no seu âmbito de atividade, para a
cooperação internacional e para a aproximação entre os
povos, com especial relevo para os países de expressão
oficial portuguesa e os países europeus, no quadro dos
valores democráticos e da defesa da paz”.
(Estatutos da Universidade de Coimbra, art.º 5.º)
Na Universidade de Coimbra, depositária de um
legado histórico multissecular e matriz cultural do
espaço da lusofonia, os valores da tradição, da
contemporaneidade e da inovação conjugam-se de
forma única com a abertura ao mundo, a cooperação
entre os povos e a interação de culturas, no respeito
pelos valores da independência, da tolerância e do
diálogo.
A Universidade valoriza o trabalho dos seus
professores, investigadores, estudantes e pessoal
técnico, empenhando-se em oferecer a todos um
ambiente que combine o rigor intelectual e a ética
universitária com a liberdade de opinião, o espírito
de tolerância e de humildade científica, o estímulo à
criatividade e à inovação, bem como o
reconhecimento e a promoção do mérito a todos os
níveis.
Os antigos estudantes constituem um suporte
fundamental na afirmação da Universidade, no
presente e no futuro e na sua ligação à sociedade,
assumindo a Rede de Antigos Estudantes (Rede UC)
um papel essencial no reforço dos laços entre os
antigos estudantes e a Universidade.
A Associação Académica de Coimbra é reconhecida
e valorizada como elemento da identidade da UC,
proporcionando formação cultural, artística,
desportiva e cívica complementar da formação
escolar, no respeito pelos valores da liberdade e da
democracia. O apoio da UC estende-se ainda
às “repúblicas” e aos “solares” bem como às
cooperativas de habitação de estudantes,
reconhecidos como polos autónomos dinamizadores
de cultura e de vivência comunitária e académica.
1.2. PLANO ESTRATÉGICO 2015-2019
As instituições de grande dimensão como a
Universidade de Coimbra têm o grande desafio de
conseguir alinhar os esforços individuais de todos os
membros da comunidade académica. Para tal, tem
sido determinante o processo de planeamento
estratégico, permitindo a definição de objetivos
comuns e contribuindo para a utilização eficiente e
coordenada dos meios disponíveis, sendo um
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
14
instrumento determinante para os desafios que a UC
enfrentou e para os que virá a enfrentar.
Foi com base na visão de se afirmar como instituição
europeia de referência, reconhecida como a
universidade portuguesa de maior qualidade, que se
avançou para o primeiro processo integrado de
planeamento estratégico na UC, para o quadriénio
2011-2015.
A avaliação final deste primeiro processo, efetuada
em 2015, foi bastante positiva. A focagem que o
Plano Estratégico e de Ação da Universidade de
Coimbra tornou possível foi determinante para a
capacidade demonstrada para resistir à crise, tendo
em conta a evolução negativa do contexto,
extremamente difícil e exigente para Portugal e em
particular para o ensino superior, com o Programa
de Assistência Económica e Financeira, os cortes no
financiamento do Ensino Superior e as restrições ao
funcionamento corrente.
Os resultados alcançados, por pilar estratégico,
aferindo a progressão e os desvios em relação às
metas e aos objetivos definidos, serão objeto de
análise no Relatório de Gestão e Contas
Consolidado.
Neste primeiro processo destaca-se o envolvimento
de todas as partes interessadas, que permitiu a todos
conhecer o Plano e as razões que lhe estavam
subjacentes, sentindo-o como seu, e facilitando a
partilha nos objetivos da Universidade, o aumento
do sentimento de pertença e o empenho na sua
concretização.
Outro ponto forte foi a criação de uma cultura de
acompanhamento permanente e monitorização
regular da atividade da UC, dotada da flexibilidade
necessária para a introdução de alterações sempre
que necessário. A existência de um ponto de partida
melhor caracterizado é uma das diferenças
qualitativas mais fortes para o Plano Estratégico
2015-2019 - temos claramente melhores indicadores
e mecanismos mais sólidos para a sua recolha.
E desta forma, tendo como base a experiência bem-
-sucedida e o conhecimento adquirido ao longo dos
últimos quatro anos – no que se refere à elaboração,
implementação, monitorização e revisão do PEA.UC
2011-2015, coordenado com os Planos de Ação das
várias unidades –, foi desenvolvido, em 2015, o
processo de planeamento para o novo ciclo
estratégico.
O Plano Estratégico e de Ação da Universidade de
Coimbra para 2015-2019, aprovado por unanimidade
pelo Conselho Geral, consagra como visão para o
próximo quadriénio:
a afirmação da Universidade de Coimbra
como a melhor universidade de língua portuguesa
protagonista de grandes avanços do conhecimento
capaz de atrair os melhores estudantes e professores
e contribuindo decisivamente
para o progresso e bem-estar da sociedade.
Para alcançar o topo com distinção, a Universidade
de Coimbra terá de manter a qualidade no centro da
sua estratégia, com os patamares de exigência que se
esperam de uma grande Universidade Global!
O ano de 2015 ficou assim marcado pelo
desenvolvimento da estratégia para os próximos
anos, assente, desde logo, na estabilidade do
processo de planeamento e no respeito pelos
mesmos princípios – melhoria contínua,
envolvimento, alinhamento.
O novo Plano foi reforçado com a componente de
análise prospetiva e exploração de cenários de
enquadramento do ambiente estratégico onde a UC
irá competir e cooperar. O meio envolvente em que
se insere, e com que interage permanentemente,
gera oportunidades e ameaças, influenciando e
determinando as suas decisões estratégicas, sendo
fundamental a integração de elementos estruturantes
da envolvente global no referencial estratégico.
A Universidade tem de estar atenta às forças de
mudança, às tendências e às incertezas do contexto,
avaliando, a cada momento, o potencial e os riscos
que a rodeiam.
Sendo a qualidade o fator de diferenciação
estratégica que permitirá alcançar a visão definida, o
quadro de referência e as linhas de orientação para o
quadriénio 2015-2019 refletem a adoção desta
estratégia, mantendo-se a estrutura em função de
dois grupos de pilares estratégicos.
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
15
Quadro de referência estratégica 2015-2019
[figura 1]
Os pilares de missão estão diretamente relacionados
com os fins essenciais da Universidade – a
investigação, o ensino e a comunidade –,
compreendendo este último as áreas de interação da
Universidade com a sociedade e com a envolvente
para além da investigação e do ensino. Os pilares de
recursos consubstanciam os meios necessários para
atingir aqueles fins, estando organizados em três
vertentes – as pessoas, os recursos económico-
-financeiros e as infraestruturas.
Sendo inevitável pensar a afirmação da Universidade
de Coimbra num horizonte mais alargado, tal
pressupõe o reforço de dimensões com impacto
transversal a todos os pilares. Perspetivar a gestão
sustentável das suas atividades e dos seus recursos a
médio e longo prazo implica assim planear
dimensões que informem a estratégia como um todo
– a internacionalização, a cidadania e inclusão, a
marca “Universidade de Coimbra”, a comunicação e
o ambiente.
Para cada pilar e área de sustentabilidade, foram
definidas as linhas de orientação estratégica a seguir
até 2019, explicitando a respetiva visão, definindo as
iniciativas a desenvolver para a alcançar e
determinando a(s) meta(s) de referência. O elenco
de indicadores de desempenho e de apoio à decisão
que deverão ser acompanhados e monitorizados
completam a formulação estratégica.
Plano Estratégico UC 2015-2019 em números
[quadro 1]
47
iniciativas
estratégicas
20
metas
56
KPI
25 Planos de Ação - 1.009 ações
O quadro de referência encerra em si o ciclo de
acompanhamento e avaliação permanente da
estratégia, respeitando os princípios de garantia da
qualidade e de melhoria contínua. Este processo
dinâmico, integrado no ciclo de gestão da
Universidade de Coimbra, manter-se-á – com
reforço da análise de desvios e a implementação de
ações corretivas que garantam uma maior eficácia –,
permitindo o desenvolvimento contínuo dos
processos de planeamento, monitorização, avaliação
e retroação, com vista à excelência em toda a sua
atuação.
A integração do Plano da Qualidade no âmbito do
novo ciclo surge assim de forma natural e tem como
objetivo apresentar as principais linhas de orientação
com vista à melhoria contínua dos processos e
serviços prestados no contexto de cada um dos
pilares de missão e de recursos e das áreas de
sustentabilidade.
E para que a ponte entre estratégia e ação seja
totalmente concretizada, o Plano Estratégico é
complementado com o Plano de Ação institucional,
de iniciativa reitoral, que procura concretizar as
iniciativas estratégicas elencadas. Destaca-se,
contudo, que alcançar as metas propostas não
dependerá apenas destas ações, mas também – e
principalmente – do sucesso do alinhamento das
metas e das ações propostas pelas unidades
orgânicas e outras unidades, nos seus Planos de
Ação. Este alinhamento estratégico e harmonização
entre os diversos níveis foi aprofundado, permitindo
ultrapassar algumas das dificuldades sentidas a este
nível no anterior ciclo de planeamento.
O envolvimento de todos os membros da
comunidade académica neste processo é um fator
decisivo para que o Plano Estratégico 2015-2019
permita a afirmação da Universidade de Coimbra
como uma Universidade Global e como a melhor
universidade de língua portuguesa!
1.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Em 2015, o Jardim Botânico da Universidade de
Coimbra passou a integrar o conjunto das unidades
de extensão cultural e de apoio à formação,
reforçando assim a sua missão principal no suporte
ao desenvolvimento de conhecimento e potenciando
o seu papel central na temática ambiental.
A restante estrutura organizativa da UC mantém-se
inalterada, em relação ao ano anterior, com 10
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
16
unidades orgânicas de ensino e investigação
(Faculdade de Letras, Faculdade de Direito,
Faculdade de Medicina, Faculdade de Ciências
e Tecnologia, Faculdade de Farmácia, Faculdade de
Economia, Faculdade de Psicologia e de Ciências da
Educação, Faculdade de Ciências do Desporto
e Educação Física, Instituto de Investigação
Interdisciplinar e Colégio das Artes), 2 unidades de
investigação (Instituto de Ciências Nucleares
Aplicadas à Saúde e Tribunal Universitário Judicial
Europeu) e 9 unidades de extensão cultural e de
apoio à formação (Biblioteca Geral, Arquivo,
Imprensa, Museu da Ciência, Centro de
Documentação 25 de Abril, Teatro Académico
de Gil Vicente, Estádio Universitário, Biblioteca das
Ciências da Saúde e Jardim Botânico).
Destaca-se ainda o Serviço Integrado de Bibliotecas
(SIBUC), que tem com missão principal a gestão
de tarefas comuns a todas as bibliotecas da UC.
A Administração é o serviço de apoio central à
governação da UC, sendo constituído por um
Centro de Serviços Comuns e um Centro de
Serviços Especializados. Os Serviços de Ação Social
constituem também um serviço de apoio
à governação, mas com atuação na esfera do
apoio aos estudantes e da ação social universitária
e gozando de autonomia administrativa e financeira
(com Relatório de Gestão e Contas autónomo).
O Conselho Geral, o Reitor e o Conselho de
Gestão constituem os órgãos de governo da UC.
Os serviços de apoio direto aos órgãos de governo
dependem do Reitor, coexistindo com estruturas de
caráter temporário, para ocorrer a necessidades não
permanentes – observatórios ou projetos especiais.
O Senado, órgão de natureza consultiva, e o
Provedor do Estudante, com funções de defesa
e promoção dos direitos dos estudantes, integram
também a estrutura organizativa da UC.
Organograma da Universidade de Coimbra
[figura 2]
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
17
Há ainda que realçar a existência de mais de trinta
centros e unidades de investigação
e desenvolvimento integradas na Universidade, a que
acresce um conjunto de outras estruturas
autónomas na área do ensino, da investigação e da
ligação à comunidade que integram o perímetro de
consolidação (e que, como tal, integrarão
o Relatório de Gestão e Contas Consolidado).
O carácter multifacetado da Universidade de
Coimbra reflete-se assim numa estrutura de grandes
dimensões, servindo propósitos muito abrangentes
e que transcendem largamente as suas missões
centrais, com unidades e serviços fisicamente
distribuídos pela cidade, essencialmente
concentrados em três áreas:
 polo I, na Alta de Coimbra (zona histórica);
 polo II, no Pinhal de Marrocos;
 polo III, das Ciências da Saúde, em Celas.
Para além destes polos, há ainda unidades e serviços
noutras zonas da cidade (como a Faculdade de
Economia, a Faculdade de Ciências do Desporto
e Educação Física ou o Estádio Universitário)
e mesmo fora de Coimbra, como acontece com o
Centro de Estudos Superiores da UC em Alcobaça.
Mas a dimensão da UC não se esgota na sua
estrutura organizacional ou na sua implantação física,
indo muito além, se tivermos desde logo em
consideração as estruturas que se encontram
intrinsecamente a ela ligadas, como é o caso da AAC
– elemento integrante da entidade da UC,
estatutariamente consagrado.
Outro exemplo é o Centro Hospitalar
e Universitário de Coimbra, entidade com a qual,
aliás, a UC criou o consórcio Centro Académico
Clínico de Coimbra, através de portaria assinada
pelos ministros da Saúde e da Educação e Ciência,
em setembro de 2015, na Biblioteca Joanina.
No âmbito da estratégia como Universidade Global,
e atendendo ao seu papel na difusão da cultura e da
língua portuguesa, a UC formou em 2015 ainda um
outro consórcio, com a Universidade Aberta, com a
missão de “promover uma ampla e qualificada oferta de
ensino a distância, predominantemente em língua
portuguesa, para pessoas situadas em qualquer lugar do
mundo”, contribuindo “para a valorização da
comunidade de língua portuguesa no mundo”.
A Universidade de Coimbra participa ainda em
centenas de organismos, públicos ou privados, com
intervenção em todos os seus domínios de atuação.
1.4 SISTEMA DE GESTÃO
Para afirmar a Universidade de Coimbra como
a melhor universidade de língua portuguesa,
protagonista de grandes avanços do conhecimento,
capaz de atrair os melhores estudantes
e professores e contribuindo decisivamente para
o progresso e bem-estar da sociedade, o fator
central será a diferenciação pela qualidade!
Consciente dos desafios que o contexto atual coloca
às IES, e com o objetivo de assegurar a promoção de
uma cultura de qualidade, a Universidade tem vindo
a desenvolver um sistema interno de garantia
da qualidade – Sistema de Gestão da Universidade
de Coimbra (SG.UC) – que constitui uma ferramenta
de apoio à gestão integrada da instituição, em
alinhamento com o Plano Estratégico.
O SG.UC regula-se pelos padrões europeus em
matéria de qualidade no ensino superior, cumprindo
naturalmente as demais determinações que se
encontram em vigor a nível nacional em matéria das
instituições do ensino superior e da sua avaliação.
A UC está focalizada na promoção de uma cultura
de qualidade transversal a todas as unidades/serviços,
com vista à melhoria contínua dos seus processos e
à satisfação das necessidades e expectativas das suas
partes interessadas, assegurando o cumprimento dos
requisitos legais.
Com vista à satisfação global das diferentes partes
interessadas, e tendo como principal objetivo
a excelência da instituição em todas as áreas de
atuação, o SG.UC integra o conjunto de todos os
processos, documentos, sistemas de informação
e outros instrumentos de apoio ao planeamento,
execução, monitorização, avaliação e melhoria
contínua das atividades desenvolvidas na
Universidade de Coimbra.
Implementado segundo a Norma NP EN ISO
9001:2000, o SG.UC foi certificado pela APCER, em
abril de 2003, nas áreas de gestão de recursos
humanos, gestão financeira e de projetos. Nos anos
seguintes, foi alvo de várias extensões até à
certificação plena de todos os processos geridos pela
Administração da UC, em 2007.
Por opção da gestão de topo, face às alterações
decorrentes da revisão dos Estatutos da UC e do
projeto de reestruturação dos serviços da
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
18
Administração, em outubro de 2009 foi solicitada a
suspensão da certificação ISO.
Após estabilizada a fase de reestruturação dos
serviços, o foco do processo de avaliação e melhoria
contínua passou a ser o desenho e implementação
de novos processos e ferramentas de gestão
adequados ao novo contexto institucional.
Este trabalho foi desenvolvido de forma gradual
desde 2011, em articulação com o processo de
planeamento estratégico. Esta abordagem, inspirada
no ciclo PDCA, tem como objetivo assegurar
a implementação de um sistema que suporte a
gestão estratégica e operacional da UC.
Em 2012, foi retomada a certificação parcial dos
serviços e, em março de 2015, realizou-se a
auditoria externa da APCER com vista à renovação
e extensão da certificação, assegurando uma
avaliação global do desempenho do sistema de
gestão e confirmando o cumprimento generalizado
dos requisitos da norma de referência. A certificação
ISO 9001:2008 passou desta forma a englobar todos
os processos da Administração, representando uma
evolução substancial.
Resultado da extensão progressiva da
implementação de ferramentas de gestão
às unidades, o SG.UC contempla atualmente
a existência de subsistemas de apoio
às UO/UECAF/outros serviços, ajustados às
necessidades e especificidades de cada uma e tendo
como princípios orientadores os requisitos da ISO
9001:2008, no que se refere às vertentes de suporte
às missões da UC e, em particular, aos processos
geridos no âmbito da Administração.
Tendo sido publicada, em setembro de 2015, uma
nova versão da norma de referência, a ISO
9001:2015, está em curso a definição de um plano de
melhorias a introduzir no SG.UC, visando a sua
adequação a esta nova versão.
Quanto à gestão da qualidade pedagógica, o modelo
conceptual da UC assenta num desdobramento em
cascata de vários níveis de avaliação, sendo
imprescindível a elaboração dos diversos relatórios
de autoavaliação. Pretende-se assim assegurar
o envolvimento das principais partes interessadas,
visando a identificação de ações de melhoria que
permitam garantir a aplicação do princípio de
melhoria contínua.
Anualmente é desencadeado o ciclo de avaliação da
qualidade pedagógica, englobando os inquéritos aos
estudantes e docentes e os relatórios
de autoavaliação das unidades curriculares, dos
cursos/ciclos de estudos, da unidade orgânica e do
SG.UC.
No que se refere à auscultação efetuada às partes
interessadas, destaca-se que foi introduzido um
conjunto melhorias em 2015 para promover uma
maior participação dos docentes no processo – com
sucesso, tendo a taxa de resposta aumentado, pela
primeira vez, para valores superiores a 70% (valores
já habitualmente registados nos inquéritos a
estudantes) – e uma utilização mais efetiva da
informação apurada.
Sendo já uma prática corrente a elaboração de
relatórios pelas unidades orgânicas, foi instituído, em
2015, o procedimento de elaboração de relatórios
de autoavaliação das restantes unidades/serviços, que
passam a integrar o ciclo anual de planeamento,
avaliação e melhoria.
Realça-se ainda que no ano letivo 2014/2015 foi
atingida uma taxa de 100% na elaboração dos
relatórios de autoavaliação dos cursos/ciclos de
estudo, que visam promover a análise e reflexão
sistemáticas sobre as condições do seu
funcionamento e a identificação de ações concretas a
implementar no ano letivo seguinte.
Como culminar da nova fase crucial do SG.UC,
realizou-se a sua avaliação externa pela A3ES.
Em março de 2015, a A3ES comunicou formalmente
os resultados do processo de “Avaliação do Sistema
Interno de Garantia da Qualidade”.
No seu relatório, a Comissão de Avaliação Externa
da A3ES identificou como pontos fortes do sistema
de gestão o comprometimento e envolvimento dos
órgãos de gestão com o SG.UC, a boa articulação
entre o SG e o processo de planeamento
estratégico, o alinhamento do Plano Estratégico
e dos Planos de Ação, a ampla experiência dos
serviços de apoio (SG.UC mais consolidado nesta
vertente) e as boas taxas de resposta a inquéritos
por parte dos estudantes e o forte envolvimento dos
mesmos.
Não obstante ser já identificado como ponto forte
a boa articulação entre o SG.UC e o processo de
planeamento estratégico, houve ainda a introdução
de melhorias com a integração do Plano da
Qualidade no âmbito do novo ciclo de planeamento,
sendo apresentadas as principais linhas de orientação
com vista à melhoria contínua dos processos
e serviços prestados no contexto de cada um dos
pilares de missão e de recursos e das áreas de
sustentabilidade. Também o mapa de processos
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
19
do SG.UC foi revisto, de forma a manter o perfeito
alinhamento com o PEA.UC.
A Comissão de Avaliação Externa efetuou também
recomendações essenciais, todas no âmbito da
gestão da qualidade pedagógica, nomeadamente a
necessidade de reforçar a importância da avaliação
dos resultados das unidades curriculares, o de tornar
obrigatória a resposta aos inquéritos a docentes e
ainda tornar obrigatório o preenchimento dos
relatórios de cursos/ciclos de estudos.
Adicionalmente, a Comissão de Avaliação Externa
recomendou que deve ser dada continuidade aos
esforços de integração de mecanismos de
monitorização no SG.UC (garantindo a meta-
avaliação), deve ser garantido um maior
envolvimento de todas as partes interessadas,
sobretudo dos docentes e elementos externos,
e que a monitorização e acompanhamento das
vertentes de investigação e internacionalização
devem ser mais desenvolvidas e devidamente
integradas no SG.UC, através de mecanismos
formais.
Face ao relatório apresentado pela Comissão de
Avaliação Externa, o Conselho de Administração da
A3ES atribuiu certificação condicional ao SG.UC,
pelo período de um ano.
No âmbito das medidas de modernização
administrativa implementadas em 2015, e em
particular no que concerne a serviços prestados de
forma digital, através da sua disponibilização via
internet aos cidadãos, destacam-se:
 realização de 19 edições de cursos de ensino
a distância, promovendo a formação contínua e
requalificação dos cidadãos;
 disponibilização de uma nova aplicação móvel que
congrega toda a informação da UC num sítio único
para plataformas Android e IOS;
 desenvolvimento do sistema de informação
académica para permitir:
– a realização online, pelo próprio estudante, de
alterações às inscrições, contribuindo para
melhorar substancialmente o serviço prestado aos
estudantes, com diminuição do número de
reclamações associadas a este processo e com
libertação de recursos humanos a alocar a outras
tarefas;
– a submissão online de requerimentos;
– a gestão dos processos de mobilidade incoming
de forma desmaterializada;
 integração do sistema informático SAP:
– com a Plataforma de Pagamentos da
Administração Pública, permitindo melhorar
a qualidade dos serviços através da disponibilização
de um novo meio de pagamento por referência
bancária, o que contribuiu para uma importante
economia de recursos humanos envolvidos no
processo de faturação;
– com o portal de contratação pública BASE.gov.pt,
o que permite uma economia de recursos
humanos e a diminuição de erros dado o processo
de validação;
 introdução de melhorias substanciais no formulário
eletrónico para submissão de elogios, sugestões
e reclamações, disponível em todas as páginas web da
Universidade de Coimbra, contribuindo para
promover uma maior rapidez na triagem
e encaminhamento dos processos, o que por sua vez
se traduz na diminuição dos tempos de resposta;
 disponibilização de sistema de gestão de filas que
permite a consulta online das senhas atribuídas
e atendidas;
 entrada da UC Digitalis na B-on, contribuindo para
a promoção da divulgação do conhecimento
científico;
 disponibilização online de:
– formulário para marcação de pesquisa nos
recursos disponíveis na Biblioteca das Ciências da
Saúde da UC;
– objetos de natureza bibliográfica na Alma Mater,
biblioteca digital incorporada na plataforma
UC Digitalis;
– parte da coleção do Centro de Documentação
25 de Abril;
– catálogos e inventários de vegetação do Jardim
Botânico da UC;
– sistema de bilheteira no TAGV.
Decorrente da estratégia de diferenciação adotada,
a gestão da qualidade é assim uma prioridade,
existindo um compromisso institucional, assumido
estatutária e estrategicamente, com vista
à promoção da melhoria contínua na Universidade
de Coimbra.
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
20
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
22
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
23
2. MISSÕES
Neste capítulo, pretende-se transmitir uma visão
ampla da atividade desenvolvida pela Universidade de
Coimbra ao longo do ano de 2015 no âmbito das
suas principais missões – investigação, ensino e
comunidade –, ilustrada através de alguns dados
e indicadores de atividade, apresentados numa
perspetiva global (sem diferenciação por área do
saber).
2.1. INVESTIGAÇÃO
Posicionar a Universidade de Coimbra em patamares
de excelência a nível global, através do
desenvolvimento e expansão da investigação
científica e colocando-a como protagonista de
grandes avanços do conhecimento, assume-se como
o desígnio central na área da investigação (Plano
Estratégico 2015-2019).
E foi exatamente por Coimbra que o Comissário
Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação,
Carlos Moedas, deu início ao Roteiro da Ciência, em
que percorre as cidades portuguesas mais
inovadoras e ativas na produção científica de
excelência. Com uma visita de dois dias à
Universidade, para além de conhecer em detalhe
a ciência que se produz em Coimbra, teve
oportunidade de participar num encontro-café,
“Investigação, Ciência e Inovação nos 725 anos da
Universidade de Coimbra”.
Tratando-se de um pilar central da produção do
conhecimento nas IES, a capacidade científica da
Universidade de Coimbra tem vindo a ser reforçada
e reconhecida nos últimos anos, estando atualmente
presente em todas as grandes áreas do saber.
O resultado visível deste esforço traduz-se no
aumento da produção científica de reconhecido
prestígio, nacional e internacional, que coloca a
investigação da UC em patamares de excelência
a nível global.
Este aumento tem-se verificado a nível quantitativo,
demonstrado com um crescimento excecional
(superior a 80%), no número de publicações na Web
of Science, entre 2006-2010 e 2010-2014,
espelhando o crescimento sustentável de produção
científica. Os dados mais recentes comprovam-no:
acréscimo de 13,4% em 2011-2015
comparativamente a 2010-2014.
Neste último quinquénio, destacam-se, em número
absoluto, as áreas de Clinical Medicine, Engineering,
Chemistry, Physics e Social Sciences, que representam
57% do total de publicações da Universidade de
Coimbra na Web of Science. Em termos
de crescimento relativo, as áreas Multidisciplinary,
Psychiatry/Psychology, Agricultural Sciences, Geosciences
e Molecular Biology & Genetics, em conjunto,
aumentaram o número de publicações, entre 2011
e 2015, em mais de 82%.
Publicações na Web of Science
[gráfico 1]
O crescimento tem-se verificado também em
termos qualitativos, salientando-se o aumento
significativo do número de artigos publicados nas
25% revistas de maior impacto, que, em 2015,
verificou um crescimento de 8,9% face ao ano
anterior.
Importa ainda referir o considerável crescimento de
outros indicadores, como o número de publicações
e número de citações por docente doutorado ETI na
Web of Science, que resulta consequentemente do
aumento do número de artigos publicados.
Em 2015 foram apresentados, pela FCT,
os resultados do processo de avaliação (2013) das
unidades de investigação científica e de
desenvolvimento tecnológico. Foram submetidas 33
propostas de avaliação de unidades integradas
(excluindo, portanto, as propostas de laboratórios
associados e de unidades de direito privado,
a considerar no Relatório de Gestão e Contas
Consolidado), configurando uma reestruturação do
panorama da investigação na UC.
De acordo com os resultados desta avaliação – ainda
provisórios, na medida em que se encontravam por
apreciar, a 31 de dezembro, os processos de
reclamação apresentados por 6 unidades integradas
– 19 unidades (58%) apresentam uma avaliação de
“Excecional”, “Excelente” e “Muito Bom”, podendo
aceder a financiamento base e a financiamento
estratégico. A estas acrescem 7 unidades com
“Bom”, com acesso apenas a financiamento base.
Atendendo a estes resultados provisórios, apenas 7
unidades não terão financiamento contratualizado
com a FCT, dado terem obtido a classificação
inferior a “Bom”.
9.432 10.704 12.143
2009-2013 2010-2014 2011-2015
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
24
Avaliação dos centros e unidades
de I&D integrados (2013)
[quadro 2]
N.º % % acum.
Excecional 1 3% 3%
Excelente 8 24% 27%
Muito Bom 10 30% 58%
Bom 7 21% 79%
Razoável 4 12% 91%
Insuficiente 3 9% 100%
Total 33 100%
Destaca-se ainda que, em 2015, no âmbito da criação
do Roteiro Nacional das Infraestruturas de
Investigação de Interesse Estratégico 2014-2020 da
FCT, e na sequência do concurso que permitiu
mapear e avaliar as infraestruturas de investigação
nacionais e identificar áreas prioritárias, a UC
participa em 18 das 40 infraestruturas.
A nível de infraestruturas, um outro dado relevante
corresponde ao número de equipamentos científicos
pesados partilhados entre os grupos de investigação
em plataformas tecnológicas na Universidade de
Coimbra, que, a 31 de dezembro, ascendia a 5.
Ao nível do financiamento à investigação, os
resultados provisórios da avaliação, à data de 31 de
dezembro, já produziram efeitos, tendo sido
atribuído financiamento de base e estratégico às 26
unidades com avaliação positiva, para o triénio 2015-
-2017, no montante total de 9,6M€.
No biénio 2014-2015, 12 unidades beneficiaram
ainda de um reforço de financiamento atribuído pela
FCT através do “Programa Incentivo”, destinado
essencialmente à contratação de recursos humanos,
e que ascendeu, para o referido biénio, ao montante
total de 0,25M€.
Em 2015, primeiro ano de execução do novo quadro
comunitário, intensificou-se o número de ações
internas de divulgação de ofertas de financiamento,
tendo por objetivo maximizar o aproveitamento das
atividades de financiamento aos níveis regional,
nacional e internacional. O número de candidaturas
a projetos foi de 965, tendo-se registado um
aumento na ordem dos 38,5% quando comparado
com as candidaturas submetidas em 2014 (ano em
que o número registado foi naturalmente inferior,
dada a transição de quadros comunitários). A 31 de
dezembro tinham sido aprovadas 139 candidaturas a
projetos de investigação, correspondendo a uma
taxa de aprovação de 14,4%.
Verifica-se, contudo, uma diminuição do número de
projetos ativos em 2015, face ao ano anterior, quer
nacionais, quer internacionais, o que poderá
explicar-se pelo facto de este ser o ano de início do
novo quadro de financiamento.
Unidades integradas e projetos
de I&D com execução financeira
[quadro 3]
2015 2014
Unidades de I&D* 035 032
Projetos nacionais 231 279
Projetos internacionais 073 091
Total 339 402
* O número indicado para o ano de 2015 engloba
financiamento a 9 projetos estratégicos e incentivos ainda
no âmbito da avaliação de 2007.
No que respeita ao número de bolseiros de
investigação, regista-se, a 31 de dezembro, uma
diminuição de 34,1% quando comparado com o final
do ano anterior, e que se ficará a dever,
essencialmente, à redução do número de projetos
em execução. Não obstante esta redução do
número de bolseiros, no decurso de 2015 estiveram
ativas 614 bolsas de investigação.
Bolseiros de investigação
[figura 3]
Nacionais 249 Estrangeiros 24
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
25
2.2. ENSINO
A Universidade de Coimbra assume um forte
compromisso na promoção da qualidade do ensino,
que possibilite uma formação integral dos estudantes
e adeque a oferta formativa às necessidades da
envolvente, atraindo os melhores estudantes e
professores (Plano Estratégico 2015-2019).
Consciente da necessidade de atrair e de reter os
melhores estudantes, a Universidade de Coimbra
tem vindo a promover o desenvolvimento de ações
que aumentem a captação de uma forma global e dos
melhores, em particular.
Em 2015, foram desenvolvidas várias ações de
promoção e divulgação da oferta formativa para o
público pré-universitário, nomeadamente ações em
escolas e participação em feiras, bem como ações in
loco, de que são exemplo o evento Um Dia na UC e
a Universidade de Verão.
Quanto às ações em escolas, realizaram-se 32 visitas
com a UC a marcar presença na maior feira de
educação e formação de âmbito nacional, a Futurália.
O evento Um Dia na UC proporciona aos alunos do
ensino básico e secundário a oportunidade de
vivenciarem a realidade do mundo académico
de Coimbra, de conhecerem melhor o(s) curso(s) e
a(s) Faculdade(s) de eleição. Em 2015 participaram
no Um Dia na UC 20 escolas nacionais, estando
envolvidos aproximadamente 734 alunos.
A Universidade de Verão é destinada a alunos do
ensino secundário, e também do 9.º ano em
determinadas áreas do saber, permite experienciar
uma série de atividades pedagógicas, em diversas
áreas do saber (21 em 2015) e culturais, no sentido
de, numa só semana, dar a conhecer o que
de melhor se faz na Universidade e na cidade de
Coimbra. Nos últimos anos este evento tem vindo a
verificar um crescimento no número de
participantes.
Participantes na Universidade de Verão
[figura 4]
Na edição promovida em 2015, dos 287
participantes, 32 frequentavam o 12.º ano, e, destes,
20 candidataram-se à UC, tendo 13 efetivado
matrícula no ano letivo 2015/2016, o que
corresponde a uma taxa de eficácia da ação de
40,6%.
Recuando a 2014, e colocando o foco nos
participantes dessa edição que frequentavam o 11.º
ano (109), apurou-se que 79 se candidataram à UC
estando 39 inscritos no 1.º ano, no ano letivo
2015/2016 (taxa de eficácia da ação de 35,8%).
Considerando a 1.ª opção de cada um dos 25%
melhores candidatos ao ensino superior a nível
nacional (dados da 1.ª fase do concurso nacional de
acesso de 2015), é possível constatar que a UC
registou um acréscimo da sua taxa de captação face
ao ano anterior, quer no total das IES (ensino
público universitário e politécnico), quer apenas no
conjunto das IES de ensino público universitário.
Captação dos 25% melhores candidatos ao ensino
superior pela UC 2013 – 2015
[gráfico 2]
A Universidade de Coimbra ocupa a 4.ª posição na
captação dos 25% melhores candidatos ao ensino
superior, a nível nacional.
No âmbito da acreditação de ciclos de estudos pela
A3ES, foram acreditados 79 ciclos de estudo (dos
quais 42 novos ciclos) – dados respeitantes
a processos iniciados em anos anteriores e
concluídos em 2015. Neste mesmo ano, foram
submetidos 6 pedidos de acreditação de novos ciclos
de estudo e 45 pedidos de acreditação de ciclos de
estudo em funcionamento.
No ano letivo 2015/2016, considerando todas as
unidades de ensino e investigação, estão em
funcionamento 245 ciclos de estudos, apresentando
um ligeiro decréscimo quando comparado com o
ano letivo anterior, essencialmente dada a conclusão
de cursos de doutoramento pré-Bolonha que ainda
9,93%
8,82% 9,05%
2013 2014 2015
taxa de captação UC (Universidades)
222 232 287
2013 2014 2015
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
26
subsistiam (redução de 23 para apenas 4 ainda com
estudantes inscritos no ano letivo 2015/2016).
Ciclos de estudos com estudantes inscritos
[quadro 4]
2013/2014 2014/2015 2015/2016* ∆
L 35 35 35 0
MI 12 12 12 0
ME 109 108 119 11
D** 102 94 79 -15
Total 258 249 245 -4
* dados a 31 de dezembro de 2015;
** valores atualizados (cf. Relatório de Gestão e Contas 2014).
Quanto aos cursos não conferentes de grau,
registou-se a seguinte evolução entre os anos letivos
2013/2014 e 2014/2015:
 o número de pós-graduações e cursos de
especialização diminuiu de 20 para 15;
 observou-se um acréscimo significativo – de 46
para 74 – nos restantes cursos não conferentes
de grau (cursos de formação: ano zero, cursos de
ensino a distância, cursos de formação,
cursos de português para estrangeiros ou cursos
realizados por delegação em entidades subsidiárias
de direito privado).
Sendo os cursos não conferentes de grau cursos de
curta duração, alguns dos quais decorrendo apenas
no segundo semestre, não é ainda possível analisar a
evolução para o corrente ano letivo.
Em relação ao ensino a distância, no ano letivo
2014/2015, foram ministrados 19 cursos, com
o envolvimento de 7 faculdades e a participação de
233 formandos, com uma taxa de sucesso de 83,3%.
Importa destacar, neste âmbito, a parceria
estabelecida entre a Universidade de Coimbra e a
Universidade Aberta. As duas Universidades
assinaram um acordo de consórcio para o ensino
a distância, com o objetivo de dar resposta aos
desafios colocados ao ensino superior pelas novas
tecnologias de comunicação e criar uma oferta de
referência de ensino a distância em língua portuguesa
no mundo, sem exclusão de outras línguas, em todas
as áreas do conhecimento. Esta parceria possibilita
a existência de oferta relevante a distância,
nomeadamente ao nível de ciclos de estudos (cursos
conferentes de grau).
Observando os dados relativos a colocações,
conclui-se que se registou um aumento de 7,4% no
número de colocados na Universidade de Coimbra
na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino
superior (licenciatura e mestrado integrado) de
2015, invertendo a tendência que se registava desde
2010. A UC registou uma taxa de ocupação
de 94,7% na 1.ª fase (3.021 colocados em 3.189
vagas), assistindo-se a um crescimento de 7 p.p. face
ao ano de 2014, posicionando-se em 5.º lugar no
conjunto das universidades públicas nacionais
(posição partilhada com a Universidade do Minho).
Realça-se ainda que, em 2015, a UC foi a 4.ª
universidade escolhida como 1.ª opção, recebendo
a preferência de 10% (3.452) do total dos candidatos
às universidades públicas, o que representa um
acréscimo de 1 p.p. face ao valor registado em 2014.
Vagas e candidatos colocados na 1.ª fase do concurso nacional de acesso
[gráfico 3]
Dados: Direção Geral do Ensino Superior
3.189 3.189 3.189 3.189 3.189
3.099
2.963 2.836 2.813
3.021
1.769
1.553 1.725
1.475 1.526
2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 2015/2016
Vagas Colocados na 1.ª fase Colocados em 1.ª opção
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
27
Após a 3.ª fase do concurso nacional de acesso,
registou-se uma taxa de ocupação de vagas de 96,9%
(3.091 em 3.189), observando-se uma evolução de
4 p.p. face ao ano anterior, sendo a UC a 5.ª
universidade com a taxa mais elevada (em situação
de igualdade com a Universidade do Minho).
Analisando as admissões através de outras formas de
acesso ao ensino superior, conclui-se que no ano
letivo 2015/2016 se verificou um decréscimo de 8%
comparativamente ao ano letivo anterior,
essencialmente justificado pela diminuição de
admissões por via de transferência e mudança de
curso.
Estudantes de licenciatura e mestrado integrado admitidos através de outras formas de acesso
[quadro 5]
2013/2014 2014/2015***
2015/2016
Concursos
especiais*
Acesso a Medicina por titulares de grau de licenciado 38 28 29
Maiores de 23 anos 69 53 39
Titulares de Cursos Superiores, Médios e Diplomas de Especialização
Tecnológica
92 98 111
Regimes
especiais
Missão Diplomática Portuguesa no Estrangeiro; Portugueses Bolseiros
no Estrangeiro ou Funcionários Públicos em Missão Oficial no
Estrangeiro; Oficiais das Forças Armadas Portuguesas; Bolseiros dos
PALOP; Missão Diplomática Estrangeira Acreditada em Portugal;
Praticantes Desportivos de Alto Rendimento; Naturais de Timor-Leste.
17 36 43
Regimes de
mudança,
transferência e
reingresso
Mudança de curso 199 206 138
Reingresso 478 516 562
Transferência 148 130 68
Outros
Licenciados Pré-Bolonha (acesso ao grau de mestre)**
49 34 31
Licenciados Bolonha (acesso ao 4.º ano de MI) 16 21 8
Protocolo dos Açores (ingresso no 4.º ano no MI Medicina) 35 35 37
Total 1.141 1.157 1.066
* o acesso através do EEI é analisado no capítulo da Sustentabilidade - área de internacionalização
** os dados são referentes apenas a mestrados integrados
*** valores atualizados em relação ao Relatório de Gestão e Contas 2014
O número de estudantes inscritos em regime normal
(exclui estudantes em mobilidade incoming) registou
um decréscimo de 2,8% entre os anos letivos
2013/2014 e 2014/2015, não considerando os cursos
de formação não conferentes de grau e disciplinas
isoladas. No entanto, os ciclos de estudos de
mestrado e de doutoramento registaram uma
evolução de sinal contrário, com um ligeiro
acréscimo.
Em termos globais, continua a verificar-se uma
tendência geral de redução no ano letivo 2015/2016,
embora os dados deste ano letivo reportem a 31 de
dezembro sendo, portanto, dados provisórios.
Realça-se que os dados dos anos letivos 2014/2015
e 2015/2016 já incluem os estudantes inscritos ao
abrigo do EEI (analisado em detalhe no ponto 2.4).
Já nos cursos não conferentes de grau (ano zero,
cursos de ensino a distância, cursos de formação,
cursos de português para estrangeiros ou cursos
realizados por delegação em entidades subsidiárias
de direito privado) registou-se um acréscimo
substancial no ano letivo 2014/2015, em parte
justificado pelo registo de dados antes não
constantes no sistema de informação Nonio.
Uma vez que os dados de 2015/2016 destes cursos
espelhados no quadro representam apenas
informação do 1.º semestre, não se procede à sua
análise comparativa com os dados finais do ano
letivo 2014/2015.
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
28
Estudantes inscritos, por tipologia de ciclos de estudos e de curso
[quadro 6]
2013/2014 2014/2015 Δ 2015/2016* Δ
L 9.029 8.520 -509 8.450 -70
MI 7.114 6.976 -138 6.845 -131
ME 3.778 3.800 22 3.533 -267
D 2.539 2.576 37 2.216 -360
PG/E 281 242 -39 216 -26
subtotal 22.741 22.114 -627 21.260 -854
OCNCG 1.328 2.703 1.375 1.382
DI 848 1.059 211 694
Total 24.917 25.876 959 23.336
* dados a 31 de dezembro de 2015
Iniciando a sua formação, cabe à Universidade
proporcionar aos estudantes as melhores condições
de aprendizagem, uma preparação sólida e integral
e percursos académicos de sucesso.
E para analisar o percurso académico dos
estudantes, há dois indicadores indispensáveis:
 no ano letivo 2014/2015, a taxa de sucesso escolar
(sucesso nas avaliações) ascendeu a 85,5%, valor
idêntico ao ano letivo anterior, com o valor mais
elevado a registar-se no 3.º ciclo (94,6%);
 quanto à taxa de abandono escolar efetivo (% de
estudantes que tendo o curso incompleto não se
voltaram a inscrever na UC), ascendeu a 11,7%,
com valores próximos de 10% no 1.º e 2.º ciclos
e um valor mais elevado no 3.º ciclo (19,35%)
No que respeita ao número de diplomados,
verificou-se um decréscimo no ano letivo 2014/2015,
com a maior diminuição a verificar-se ao nível dos
mestrados e das licenciaturas. Pelo contrário, os
diplomados nos graus de mestrado integrado e de
doutoramento registaram aumentos.
Estudantes diplomados, por tipologia de ciclos de
estudos e de curso
[quadro 7]
2012/2013 2013/2014 2014/2015 Δ
L 1.678 1.744* 1.538 -140
MI 990 965 1.048 58
ME 1.338 1.188 1.138 -200
D 283 258 310 27
PG/E 183 175 120 -63
Total 4.472 4.330 4.154 -318
* valor atualizado (cf. Relatório de Gestão e Contas 2014)
Analisando os resultados do último relatório de
empregabilidade, respeitante ao inquérito
a diplomados no ano letivo 2012/2013 (com uma
taxa média de resposta de 42%), e considerando os
diversos ciclos de estudos, apurou-se que 47,1% dos
diplomados estavam empregados, 29,3% dos
diplomados prosseguiram os seus estudos e 23,6%
estavam desempregados.
Taxa de empregabilidade - ano letivo 2012/2013,
por ciclos de estudos
[gráfico 4]
A UC procura contribuir ativamente para a inserção
dos seus estudantes no mercado de trabalho e, em
2015, realizou mais uma edição da "Feira de
Emprego UC", que decorreu em abril, com
a participação de 60 empresas e instituições, mais do
que duplicando o valor do ano anterior. Mais de
2000 estudantes e diplomados visitaram os espaços
deste evento e/ou participaram nos workshops, nas
conferências e nas sessões de recrutamento.
Decorreu ainda a IV.ª Semana da Carreira da UC,
iniciativa desenvolvida em cada uma das faculdades,
visando o desenvolvimento das competências
profissionais dos estudantes, com o objetivo de
47,1%
26,9%
77,1%
63,3%
29,3%
49,7%
5,2%
8,6%
23,6%
23,4%
17,7%
28,1%
Global
UC
L
MI
ME
Empregados Prosseguiram os estudos Desempregados
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
29
facilitar a sua transição para o mercado de trabalho,
nomeadamente no processo de procura de emprego
e de manutenção de uma carreira.
Importa ainda destacar a criação Centro Académico
Clínico de Coimbra, num consórcio entre
a Universidade de Coimbra e o Centro Hospitalar e
Universitário de Coimbra, com o objetivo de
reforçar sinergias entre as duas entidades e permitir
criar estruturas flexíveis e integradas de ensino,
investigação, inovação e assistência médica,
tipicamente representadas pelos centros académicos
clínicos. O consórcio tem por missão
o desenvolvimento e a aplicação do conhecimento
e da evidência científica na prestação de cuidados de
saúde e de excelência altamente diferenciados.
O CHUC-UC integra, desde outubro, a M8 Alliance,
uma associação mundial que se dedica à saúde a nível
global, com origem no G8. Integra centros
académicos de medicina, universidades e academias
nacionais e é a única rede mundial colaborativa
de instituições académicas de ensino, investigação de
excelência e assistência de alta qualidade. O acesso
e integração neste fórum, constituído pelos mais
evoluídos países do mundo ligados ao G8, coloca
o país, através de Coimbra, no centro das políticas
globais que envolvem a saúde, a investigação
e o ensino.
Para terminar o ponto dedicado ao ensino, a UC
atribuiu dois doutoramentos honoris causa em 2015.
O primeiro, em janeiro, a José Murillo de Carvalho
(Letras), um nome incontornável na história do
Brasil, assentando esta distinção não só no grande
valor da sua obra científica, mas também na sua
contribuição na área da cidadania. Em abril,
o segundo, a Dominique Franco (Medicina), como
forma de reconhecer um dos mais eminentes
cirurgiões contemporâneos, detentor de um
currículo extraordinariamente rico em termos
científicos, profissionais e académicos.
2.3. COMUNIDADE
A Universidade de Coimbra tem o dever de
contribuir ativa e decisivamente para
o desenvolvimento, progresso e bem-estar da
sociedade, através da sua intervenção nas áreas
da inovação, do empreendedorismo, da cooperação,
através de redes e parcerias, do património, da
cultura, do turismo, do desporto, da interação com
a comunidade local e da ligação com os seus antigos
estudantes.
A transferência de conhecimento resultante da
investigação desenvolvida na UC, criando valor,
assume particular importância para uma
Universidade Global, destacando-se aspetos como
a inovação e a gestão da propriedade intelectual.
O portefólio de patentes, considerando as patentes
ativas, ascendia a 130 no final de 2015, sendo 43
nacionais e 87 internacionais. A evolução positiva
deste indicador registada nos últimos anos é reflexo
dos esforços desenvolvidos para a proteção da
propriedade intelectual.
Patentes ativas
[figura 5]
Nota: valores acumulados
A este nível, destacam-se ainda as 28 comunicações
de invenção submetidas ao longo do ano,
representando um acréscimo de 40% face a 2014.
A Universidade de Coimbra estabelece como
prioridade a promoção da criação de novas
empresas (spin-offs e start-ups), designadamente
através das contribuições do Instituto Pedro Nunes
e do Biocant – aspeto a desenvolver no âmbito do
Relatório de Gestão e Contas Consolidado.
Também como estímulo à criação de empresas,
a UC promove o Curso de Empreendedorismo de
Base Tecnológica, que na sua última edição registou
um decréscimo de participantes em cerca de 12,9%,
mantendo, no entanto, o número de planos
de negócios elaborados.
Curso de Empreendedorismo de Base Tecnológica
[quadro 8]
2011 2012 2013 2014 2015
Participantes 48 58 92 101 88
Unidades de I&D
envolvidas
9 6 5 5 5
Empresas/empresários
envolvidos (mentores)
13 11 12 12 10
Planos de negócio
elaborados
9 6 5 5 5
Considerando os cursos de empreendedorismo de
base não tecnológica, o acréscimo foi de 40,4%,
passando de 89 formandos em 2014 para 125 no ano
de 2015.
60 79 99 116 130
2011 2012 2013 2014 2015
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
30
Comprovando a importância do empreendedorismo
para a Universidade de Coimbra, o programa
estratégico Inov C, liderado pela UC, venceu a fase
Nacional dos Prémios Europeus de Promoção
Empresarial 2015 (European Enterprise Promotion
Awards), na categoria “Promoção do Espírito de
Empreendedorismo”. Foi também premiado
o Acertar o Rumo, um programa de requalificação
profissional promovido pela UC e pela iTGROW,
com o apoio do Instituto de Emprego e Formação
Profissional, obtendo o 2.º Prémio Nacional na
categoria “Investimento nas Competências
Empreendedoras”.
No âmbito das redes e parcerias deste eixo
de atuação da UC, destaca-se a RedEmprendia, rede
de universidades que promove a inovação
e o empreendedorismo responsáveis, ou seja, com
compromisso pelo crescimento económico, respeito
pelo meio ambiente e melhoria da qualidade de vida
das pessoas em relação às suas Universidades, tendo
como referência as mais destacadas do espaço ibero-
-americano.
A UC continua a reforçar a sua colaboração com
a indústria, com o objetivo de promover ativamente
o desenvolvimento regional e nacional, contribuindo
para o posicionamento da Região Centro como uma
das mais inovadoras da Europa. Neste contexto,
a UC foi considerada a universidade portuguesa que
produz mais publicações científicas em conjunto com
parceiros da indústria, de acordo com o ranking
universitário internacional Leiden.
A UC tem apostado no seu notável património
material e imaterial, tendo-se comemorado em
junho de 2015 dois anos da inscrição da
Universidade de Coimbra, Alta e Sofia na lista
da UNESCO enquanto Património Mundial
da Humanidade. O aniversário, que arrancou com
um debate no Museu Académico sobre a temática
do património mundial, foi assinalado com
performances da canção de Coimbra, havendo ainda
espaço para destacar o património imaterial das
repúblicas estudantis.
Dada a importância das redes e parcerias – também
ao nível do património –, em setembro,
a Universidade de Coimbra assinou um acordo para
estreitar a cooperação entre as universidades
distinguidas como Património Mundial
da Humanidade, pela UNESCO – a “Declaração do
México sobre proteção, conservação e difusão
do património, das coleções e dos museus
universitários”. De referir que a UC integra a lista
das cinco universidades a nível mundial distinguidas
pela UNESCO como Património Mundial da
Humanidade, juntamente com as universidades
da Virgínia, de Alcalá, a Central da Venezuela e a
Nacional Autónoma do México.
Em 2015, a Biblioteca Geral da UC foi reconhecida
como Marca do Património Europeu (European
Heritage Label), sendo a primeira biblioteca
universitária com esta distinção, confirmando-a
como uma biblioteca de projeção europeia.
Esta aposta no património tem tido reflexo também
ao nível das infraestruturas, com a UC a realizar em
2015 algumas intervenções de destaque:
 no Paço das Escolas, reabilitação da Porta Férrea e
de todas as caixilharias da fachada norte e poente;
 início dos trabalhos de recuperação da Capela de
São Miguel;
 início da reabilitação do Jardim Botânico da UC,
com criação de percurso pedonal para ligar a Baixa
à Alta de Coimbra;
 recuperação do Teatro Académico de Gil Vicente;
 intervenção no Colégio da Trindade.
O reconhecimento pela UNESCO foi determinante
para a atividade turística, continuando a registar-se
uma tendência claramente positiva, com mais de
351.918 visitantes ao circuito turístico – o que
representa um acréscimo, face ao ano anterior, de
20% –, com um consequente aumento de receita
gerada por esta via.
Visitantes aos espaços turísticos
[gráfico 5]
Neste âmbito foram desenvolvidos novos
programas, proporcionando formas diferentes de
sentir a UC:
 programa de visitas guiadas noturnas, aos sábados
durante o verão;
 atividades dirigidas a crianças dos 6 aos 12 anos,
como “Dormir no Palácio”, “Reis no Paço” ou
“Aprender com as Infantas”;
206.727
206.457
245.690
293.132
351.918
2011 2012 2013 2014 2015
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
31
 programa “A Família Abraça a UC”;
 iniciativa 7 séculos, 7 personalidades, 7 histórias;
 programa dedicado ao Dia Internacional dos
Museus e à Noite dos Museus, no âmbito de
Coimbra - Rede de Museus;
 exposições como a do espólio do antigo Museu de
Arte Sacra da UC ou a de esculturas de pedra
de Ançã;
 mostras e concursos de fotografia;
 criação de bilhete conjunto com o Portugal dos
Pequenitos.
Alguns destes programas decorreram no âmbito das
comemorações dos 725 anos da Universidade de
Coimbra, celebrados em 2015, que contribuíram
para reforçar a oferta cultural e artística na cidade.
O ano ficou assim marcado por um vasto conjunto
de iniciativas, sob o tema UC 725 anos: Tempo de
Encontro(s), assinalando o “encontro quase paradoxal
entre o velho e o novo, o antigo e o futuro”, e sendo a
UC uma universidade global, entende que “o tempo
de encontros com os olhos no futuro corresponde ao
cumprimento pleno da missão de ajudar uma cultura e
um país a afirmarem-se e a consolidarem-se.”
No total, as comemorações dos 725 anos, que
incluíram a edição de 2015 da Semana Cultural
(a 17.ª), contaram com 254 iniciativas, incluindo
espetáculos, exposições, oficinas, conferências
e debates, nas quais participaram mais de 50.000
pessoas, representando um substancial acréscimo
face aos cerca de 16.000 participantes nas 119
iniciativas desenvolvidas no âmbito da 16.ª Semana
Cultural, realizada em 2014.
Destaca-se a realização do espetáculo de video
mapping UC - Uma História de Luz no Paço das
Escolas, com uma assistência de aproximadamente
30 mil pessoas e o Congresso Internacional da
Língua Portuguesa: Uma Língua de Futuro, que
encerrou as comemorações dos 725 anos.
Eventos culturais e audiência
[quadro 9]
iniciativas público
UC 725 anos / 17.ª S. Cultural 254 50.731
Ano Zero - Bienal de Arte
Contemporânea de Coimbra
33 163.639
Durante o mês de novembro decorreu a Anozero:
Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, uma
iniciativa proposta pelo Círculo de Artes Plásticas de
Coimbra, organizada em parceria com a Câmara
Municipal de Coimbra e a Universidade de Coimbra,
que teve como objetivo primordial promover uma
reflexão sobre a classificação da UC, Alta e Sofia
como Património Mundial da Humanidade.
O prémio Universidade de Coimbra, atribuído,
desde 2004, a uma personalidade de nacionalidade
portuguesa que se tenha destacado por uma
intervenção particularmente relevante e inovadora
nas áreas da cultura ou da ciência, distinguiu em
2015 o jornalista, crítico gastronómico e autor José
Quitério.
Em termos de infraestruturas culturais da
Universidade, o Teatro Académico de Gil Vicente
regista o maior número de utilizadores. Em 2015,
as audiências de espetáculos tiveram contudo um
decréscimo de 10% face ao ano anterior, dado
o encerramento da sala, durante 3 meses, para obras
de requalificação.
Já o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
registou um acréscimo de 10,4% no número de
visitantes, recuperando da diminuição registada no
ano anterior.
Utilizadores de infraestruturas de atividades culturais
[quadro 10]
2013 2014 2015
Auditório da Reitoria 15.215 12.343 15.184
MCUC 20.303 19.978 22.060
Palácio de São Marcos 2.807 2.419 3.728
TAGV 51.665 67.327 60.571
Relativamente à prática desportiva, cabe ao Estádio
Universitário a missão de proporcionar o exercício
de atividades físicas, prioritariamente, à comunidade
universitária, e também à comunidade em geral, quer
pela disponibilização de instalações quer pela
organização de atividades desportivas, de recreio e
lazer. Em 2015, registou quase 190.000 utilizações,
o que representa uma redução de 6,3% (sem
contabilizar os utilizadores da FCDEF, da Escola
Secundária Jaime Cortesão e das áreas
livres/informais, abertas à comunidade em geral).
Esta diferença resulta do encerramento de
estruturas objeto de obras de conservação
e reabilitação, no âmbito da intervenção em curso
no Estádio, com vista à melhoria das condições para
a prática desportiva tendo em conta o acolhimento
dos Jogos Europeus Universitários 2018.
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
32
Neste âmbito, decorreu em novembro a cerimónia
de assinatura do protocolo de colaboração para
organização e condução dos Jogos, entre a UC,
a CMC, a AAC e a FADU. A UC recebeu ainda
a visita, do presidente da European University Sports
Association, para ver como decorrem os preparativos.
Realça-se que, do total de utilizadores contabilizados
das instalações do EU, 93,8% são praticantes das
secções desportivas da Associação Académica de
Coimbra.
Utilizadores de instalações desportivas
[quadro 11]
2013 2014 2015
Estádio Universitário 235.579 202.624 189.846
A Rede UC é exemplo de uma rede de sucesso,
nascida no seio da Universidade, pretendendo
prosseguir-se com a aproximação aos antigos
estudantes, reconhecendo-os como verdadeiros
embaixadores da UC em Portugal e no mundo
e contribuindo decisivamente para a atração de
novos estudantes, nacionais e internacionais.
No final de 2015, a Rede UC apresentava um total
acumulado de 30.819 adesões.
Adesões à Rede UC
[quadro 12]
2011 2012 2013 2014 2015
25.714 26.066 27.598 29.301 30.819
Nota: valores acumulados
A concluir, no que respeita ao relacionamento com
a comunidade local, mantém-se o dinamismo nas
parcerias entre a UC e os agentes da cidade e da
região, com destaque para a CMC. É disto exemplo
a coorganização dos Jogos Europeus Universitários
de 2018 e a decisiva intervenção da CMC na questão
da futura utilização das anteriores instalações do
Hospital Pediátrico.
Há ainda a realçar a atribuição da Medalha de Ouro
da Cidade à Universidade de Coimbra, pela CMC,
por unanimidade, em sessão solene comemorativa
do Dia da Cidade (4 de julho).
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
34
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
35
3. SUSTENT ABILIDADE
A Universidade de Coimbra pretende afirmar-se
como uma universidade global. Para tal, deve adotar
uma perspetiva de gestão sustentável das suas
atividades e dos seus recursos, na qual deve basear
toda a sua atuação, permitindo-lhe responder com
eficiência e eficácia às necessidades do presente para,
desta forma, assegurar o seu futuro.
Neste capítulo, pretende-se evidenciar algumas das
atividades desenvolvidas em 2015 no âmbito das
diferentes áreas de sustentabilidade, tal como
definidas no Plano Estratégico 2015-2019.
3.1. INTERNACIONALIZAÇÃO
No ano letivo 2014/2015, 9,4% dos estudantes
inscritos em cursos conferentes de grau e em pós-
-graduação/especialização – excluindo estudantes em
mobilidade incoming –, eram de nacionalidade
estrangeira. Para o ano letivo 2015/2016,
e considerando os dados a 31 de dezembro,
a percentagem mantém-se idêntica, sendo a grande
maioria destes estudantes provenientes dos países
da CPLP (80,4%), com destaque para o Brasil.
Estudantes de nacionalidade estrangeira,
excluindo mobilidade incoming
[quadro 13]
2013/2014 2014/2015 2015/2016*
2.105 2.082 1.963
* dados a 31 de dezembro de 2015
Quando analisamos o total de estudantes de
nacionalidade estrangeira considerando a mobilidade
incoming, o número ascende a 3.486 (2014/2015),
representando 14,80% do total de estudantes em
cursos conferentes de grau e em pós-
-graduação/especialização (com mobilidade incoming).
Os dados do quadro anterior incluem, a partir do
ano letivo 2014/2015, os estudantes inscritos ao
abrigo do EEI, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 36/2014, de 10 de março. Nesse ano letivo,
e após a criação do “Regulamento do concurso
especial de acesso e ingresso do estudante
internacional” pela UC, foi aplicado pela primeira vez
este regime. No final do ano letivo 2014/2015, a UC
registava 135 estudantes ativos ao abrigo do EEI.
Relativamente à distribuição dos estudantes inscritos
ao abrigo do EEI, por tipo de ciclo, a maioria estava
inscrita em licenciatura.
Estudantes internacionais, por tipo de ciclo,
no ano letivo 2014/2015
[gráfico 6]
Analisando em detalhe a distribuição dos estudantes
internacionais, verifica-se que a FCTUC acolhe
o maior número de estudantes, com 34,1% do total
de inscritos, seguindo-se a FEUC com 23,7%.
No extremo oposto, surgem a FPCEUC, a FMUC
e a FFUC com menos de 2% cada.
Estudantes internacionais, por faculdade,
no ano letivo 2014/2015
[quadro 14]
2014/2015
FLUC 28
FDUC 25
FMUC 1
FCTUC 46
FFUC 1
FEUC 32
FPCEUC 2
Total 135
Considerando o país de origem, 83% (112) dos
estudantes inscritos na UC ao abrigo do EEI são
provenientes do Brasil, sendo este o país com maior
expressão, destacando-se fortemente de todos os
outros.
Estudantes internacionais,
por país de origem, no ano letivo 2014/2015
[figura 6]
57%25%
18%
L MI ME
Angola 7% Brasil 83% Chile 1% China 2%
Moçambique 3% Síria 3% São Tomé e Príncipe 1%
UNIVERSIDADE DE COIMBRA
36
No presente ano letivo, de 2015/2016, encontravam-
-se inscritos, a 31 de dezembro, 222 estudantes pelo
EEI, nos mesmos ciclos de estudos – licenciatura,
mestrado integrado e mestrado de continuidade.
A estes acrescem 195 estudantes em mestrados de
especialização avançada e de formação ao longo da
vida e em doutoramentos.
Estudantes internacionais, por regime de acesso,
no ano letivo 2015/2016
[quadro 15]
EEI Reing. Transf.
Mudança
de curso
Total
L 115 1 7 3 126
MI 72 1 0 0 73
ME 23 0 0 0 23
Total 210 2 7 3 222
Os números anteriores não refletem os inscritos no
Ano Zero, curso não conferente de grau,
preparatório, dirigido a futuros estudantes, que lhes
permite iniciar o seu curso com níveis de
conhecimentos e de fluência da língua apropriados.
Estabelece-se assim a ponte entre os conhecimentos
de origem dos estudantes, tão diversos como os
sistemas de ensino de onde provêm, e os requisitos
de entrada dos cursos da UC. No ano letivo
2014/2015, registaram-se 28 estudantes neste curso,
provenientes de Angola.
O Dia da Internacionalização da Universidade de
Coimbra foi dedicado ao tema “A Gateway to Life-
-Changing Opportunities”, com o objetivo de
incentivar a mobilidade dos estudantes, uma vez que,
apesar de se manter um crescimento do número de
estudantes que participam em programas de
mobilidade, a mobilidade incoming ainda é muito
superior à dos estudantes portugueses que vão fazer
uma parte do seu plano de estudos fora do país.
Quanto à mobilidade incoming, registou-se um
acréscimo de 3,8% face ao ano letivo anterior, tendo
58,2% dos estudantes vindo para a UC através do
programa ERASMUS.
Estudantes candidatos e efetivos em programas
de mobilidade incoming
[gráfico 7]
A maioria dos estudantes incoming é proveniente da
Europa (59,1%) e da América (39,5%), destacando-
-se, em termos de países, o Brasil, de onde são
naturais 36,5% dos estudantes. De seguida, estes
estudantes são maioritariamente provenientes de
Itália (14,8%) e de Espanha (14,7%).
O número de estudantes que frequentaram
programas de mobilidade outgoing aumentou 29,7%
no último ano letivo. De entre estes programas,
destaca-se o ERASMUS, com 87,9% do total de
estudantes outgoing. Neste programa, o maior
número de estudantes escolhe Espanha (19,3%), Itália
(18,1%), República Checa (9,3%), Polónia (8,8%) e
França (7,8%) como destino.
Estudantes candidatos e efetivos em programas
de mobilidade outgoing
[gráfico 8]
Resultado da forte aposta da UC na
internacionalização, foram promovidos, no ano letivo
2014/2015, 1.515 acordos de cooperação no âmbito
do Programa ERASMUS Aprendizagem ao Longo da
Vida, representando um acréscimo de 75,8%
relativamente ao ano letivo anterior. Do total, 54,5%
foram estabelecidos com instituições de Espanha,
Itália e Alemanha.
1.677
2.124 2.089
1.666
1.942
1.202
1.401
1.679
1.384 1.436
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015
Estudantes candidatos a programas de mobilidade
Estudantes em programas de mobilidade
794
951
1.145
1.419
1.572
518 533 599 549
712
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015
Estudantes candidatos a programas de mobilidade
Estudantes em programas de mobilidade
RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
37
No que diz respeito ao pessoal docente
e investigador, registaram-se 242 situações de
mobilidade incoming e 112 docentes em missões
de ensino ERASMUS (outgoing), mantendo-se a
tendência de crescimento (mais 23,1% em relação
ao ano letivo 2013/2014), com Espanha (34,8%), Itália
(22,3%) e França (17%) como principais destinos.
Quanto às áreas de estudo das missões destacam-se
as ciências sociais e do comportamento (13,4%) e a
arquitetura e construção (12,5%).
Docentes candidatos e efetivos a programas de
mobilidade outgoing
[gráfico 9]
O Welcome Centre for Visiting Researchers é um
serviço da Universidade de Coimbra especialmente
vocacionado para receber e acompanhar
investigadores visitantes. No ano de 2015, foram
registados 231 visitantes.
Visitantes registados no
Welcome Centre for Visiting Researchers
[gráfico 10]
Em termos de cooperação internacional, a UC
mantém a sua participação em pelo menos 17 redes
mundiais de universidades, com destaque para o
Coimbra Group, o Grupo de Coimbra de
Universidades Brasileiras, a AULP-Associação de
Universidades de Língua Portuguesa e a
EUA-European University Association.
Sendo a UC uma referência para a difusão da língua e
da cultura portuguesas, é fundamental destacar o
contínuo aumento de procura da aprendizagem de
português como língua não nativa. Os cursos de
português para estrangeiros, nas suas diversas
modalidades – curso anual, cursos intensivos, curso
intensivo ERASMUS, curso de férias ou curso Kyoto
– registaram um acréscimo de 7% em 2014/2015 no
número de inscritos (totalizando 732 inscritos),
refletindo o interesse crescente da aprendizagem de
português no mundo, e, em particular, a procura
pelos estudantes que não dominam a língua
portuguesa.
3.2. CIDADANIA E INCLUSÃO
A área de cidadania e inclusão será mais
desenvolvida no Relatório de Gestão e Contas
Consolidado, com a inclusão da área da ação social,
na esfera dos Serviços de Ação Social.
Perante a crise humanitária gerada pelo imenso
afluxo de refugiados à Europa, a Universidade de
Coimbra não poderia deixar de dar o seu contributo
no sentido de responder a tão grande desafio.
O acolhimento de estudantes refugiados insere-se na
matriz identitária da UC e no lema de Universidade
Global.
A UC oferece a frequência, na qualidade de
estudante internacional, a jovens de famílias
de refugiados a quem o Governo português haja
reconhecido este estatuto. Neste âmbito, decorreu
em dezembro uma sessão de boas vindas aos
primeiros estudantes internacionais com estatuto de
refugiado, provenientes da Síria e do Sudão, que
iniciaram as suas aulas de português na UC.
Para além de mobilizar os mecanismos necessários
ao suporte financeiro dos custos académicos, a UC
compromete-se a promover o acolhimento e
integração deste(a)s jovens, mobilizando para tanto
as muitas e diversas vertentes – académica, social,
cultural – das suas estruturas de apoio.
A UC articula os seus esforços com entidades
estrategicamente vocacionadas para o apoio em
causa, como sejam, antes de mais, o Conselho
Português para os Refugiados, a Plataforma de Apoio
aos Refugiados, a Câmara Municipal de Coimbra, a
Associação Académica de Coimbra, a Fundação
Assistência, Desenvolvimento e Formação
Profissional de Miranda do Corvo, além de continuar
a cooperação já existente com a Global Platform for
Syrian Students, uma iniciativa do Presidente Jorge
137 140
101
146
153
76 73 79 91
112
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015
Docentes candidatos a programas de mobilidade
Docentes em missões de ensino ERASMUS
59
67
95
10
Investigação
Pós-Doutoramento
Doutoramento
Professor Visitante
Relatorio de gestao_e_contas_2015
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  • 1. Relatório de Gestão e Contas 2015 Universidade de Coimbra
  • 3. Relatório de Gestão e Contas 2015 Universidade de Coimbra
  • 4. FICHATÉCNICA ORGANIZAÇÃO Divisão de Planeamento, Gestão e Desenvolvimento − Administração da Universidade de Coimbra (DPGD-UC) CONTEÚDOS Divisão de Planeamento, Gestão e Desenvolvimento − Administração da Universidade de Coimbra (DPGD-UC) Serviço de Gestão Financeira − Administração da Universidade de Coimbra (SGF-UC) CRÉDITOS DE IMAGEM diagramas Divisão de Planeamento, Gestão e Desenvolvimento − Administração da Universidade de Coimbra (DPGD-UC) Serviço de Gestão Financeira − Administração da Universidade de Coimbra (SGF-UC) design de comunicação Projeto de Imagem, Media e Comunicação da Universidade de Coimbra (PIMC-UC) fotografia da capa Sérgio Brito © Universidade de Coimbra, abril 2016
  • 5. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 3 ÍNDICE INTRODUÇÃO............................................................................................................................................................................................ 9 1. A UNIVERSIDADE DE COIMBRA...........................................................................................................................................................13 1.1. MISSÃO E VALORES .....................................................................................................................................................................13 1.2. PLANO ESTRATÉGICO 2015-2019 ...........................................................................................................................................13 1.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ................................................................................................................................................15 1.4 SISTEMA DE GESTÃO....................................................................................................................................................................17 2. MISSÕES.................................................................................................................................................................................................23 2.1. INVESTIGAÇÃO ...........................................................................................................................................................................23 2.2. ENSINO........................................................................................................................................................................................25 2.3. COMUNIDADE.............................................................................................................................................................................29 3. SUSTENTABILIDADE.............................................................................................................................................................................35 3.1. INTERNACIONALIZAÇÃO ..........................................................................................................................................................35 3.2. CIDADANIA E INCLUSÃO...........................................................................................................................................................37 3.3. MARCA UC ..................................................................................................................................................................................38 3.4. COMUNICAÇÃO .........................................................................................................................................................................39 3.5. AMBIENTE ....................................................................................................................................................................................39 4. PESSOAS................................................................................................................................................................................................43 5. RECURSOS ECONÓMICO-FINANCEIROS............................................................................................................................................49 5.1. ANÁLISE ORÇAMENTAL..............................................................................................................................................................49 5.2. ANÁLISE ECONÓMICA E FINANCEIRA.......................................................................................................................................53 5.3. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ..............................................................................................................................................65 5.4. ANEXOS ÀS CONTAS..................................................................................................................................................................68 ANEXOS
  • 7. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 5 ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 1: QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICA 2015-2019.....................................................................................................................15 FIGURA 2: ORGANOGRAMA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA..........................................................................................................................16 FIGURA 3: BOLSEIROS DE INVESTIGAÇÃO...........................................................................................................................................................24 FIGURA 4: PARTICIPANTES NA UNIVERSIDADE DE VERÃO.................................................................................................................................25 FIGURA 5: PATENTES ATIVAS................................................................................................................................................................................29 FIGURA 6: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR PAÍS DE ORIGEM, NO ANO LETIVO 2014/2015................................................................35 FIGURA 7: TOTAL DE TRABALHADORES, POR GRUPO DE PESSOAL E GÉNERO ..............................................................................................43 FIGURA 8: DISTRIBUIÇÃO DO PESSOAL TÉCNICO, POR CARREIRA / CARGO...................................................................................................44 ÍNDICE DE QUADROS QUADRO 1: PLANO ESTRATÉGICO UC 2015-2019 EM NÚMEROS ..................................................................................................................15 QUADRO 2: AVALIAÇÃO DOS CENTROS E UNIDADES DE I&D INTEGRADOS (2013)....................................................................................24 QUADRO 3: UNIDADES INTEGRADAS E PROJETOS DE I&D COM EXECUÇÃO FINANCEIRA ...........................................................................24 QUADRO 4: CICLOS DE ESTUDOS COM ESTUDANTES INSCRITOS ...................................................................................................................26 QUADRO 5: ESTUDANTES DE LICENCIATURA E MESTRADO INTEGRADO ADMITIDOS ATRAVÉS DE OUTRAS FORMAS DE ACESSO ..........27 QUADRO 6: ESTUDANTES INSCRITOS, POR TIPOLOGIA DE CICLOS DE ESTUDOS E DE CURSO ....................................................................28 QUADRO 7: ESTUDANTES DIPLOMADOS, POR TIPOLOGIA DE CICLOS DE ESTUDOS E DE CURSO ...............................................................28 QUADRO 8: CURSO DE EMPREENDEDORISMO DE BASE TECNOLÓGICA .........................................................................................................29 QUADRO 9: EVENTOS CULTURAIS E AUDIÊNCIA ...............................................................................................................................................31 QUADRO 10: UTILIZADORES DE INFRAESTRUTURAS DE ATIVIDADES CULTURAIS..........................................................................................31 QUADRO 11: UTILIZADORES DE INSTALAÇÕES DESPORTIVAS.........................................................................................................................32 QUADRO 12: ADESÕES À REDE UC .....................................................................................................................................................................32 QUADRO 13: ESTUDANTES DE NACIONALIDADE ESTRANGEIRA, EXCLUINDO MOBILIDADE INCOMING......................................................35 QUADRO 14: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR FACULDADE, NO ANO LETIVO 2014/2015 ...............................................................35 QUADRO 15: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR REGIME DE ACESSO, NO ANO LETIVO 2015/2016 ...................................................36 QUADRO 16: POSIÇÃO DA UC NOS PRINCIPAIS RANKINGS UNIVERSITÁRIOS INTERNACIONAIS ...................................................................38 QUADRO 17: DISTRIBUIÇÃO DOS DOCENTES E INVESTIGADORES POR UO ...................................................................................................43 QUADRO 18: DISTRIBUIÇÃO DOS DOCENTES E INVESTIGADORES POR CATEGORIA ....................................................................................43 QUADRO 19: MOVIMENTOS DE PESSOAL - ADMISSÕES/SAÍDAS........................................................................................................................44 QUADRO 20: MOVIMENTOS DE PESSOAL - MOTIVO DAS SAÍDAS.....................................................................................................................45 QUADRO 21: FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PESSOAL TÉCNICO...................................................................................................................45 QUADRO 22: PRINCIPAIS INDICADORES ORÇAMENTAIS ..................................................................................................................................49 QUADRO 23: EXECUÇÃO DA RECEITA POR TIPO DE RECEITA .........................................................................................................................50 QUADRO 24: EXECUÇÃO DA RECEITA POR TIPO DE ORÇAMENTO................................................................................................................50 QUADRO 25: EXECUÇÃO DA RECEITA POR ORIGEM DE FUNDOS...................................................................................................................51 QUADRO 26: EXECUÇÃO DA DESPESA POR TIPO DE DESPESA.........................................................................................................................51 QUADRO 27: EXECUÇÃO DA DESPESA POR TIPO DE ORÇAMENTO................................................................................................................52 QUADRO 28: EXECUÇÃO DA DESPESA POR ORIGEM DE FUNDOS...................................................................................................................52 QUADRO 29: EXECUÇÃO E SALDO ORÇAMENTAL POR TIPO DE ORÇAMENTO ............................................................................................53 QUADRO 30: DEMONSTRAÇÃO DO SALDO ORÇAMENTAL POR TIPO DE ORÇAMENTO..............................................................................53 QUADRO 31: PRINCIPAIS INDICADORES ECONÓMICOS E FINANCEIROS........................................................................................................53 QUADRO 32: ESTRUTURA DO ATIVO .................................................................................................................................................................54 QUADRO 33: ESTRUTURA DOS FUNDOS PRÓPRIOS E PASSIVO ........................................................................................................................55 QUADRO 34: BALANÇO FUNCIONAL.................................................................................................................................................................56 QUADRO 35: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS PROVEITOS E GANHOS.............................................................................................................57 QUADRO 36: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS PROVEITOS OPERACIONAIS.....................................................................................................59 QUADRO 37: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS CUSTOS E PERDAS ....................................................................................................................60 QUADRO 38: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS..............................................................................62 QUADRO 39: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS CUSTOS COM PESSOAL ............................................................................................................63 QUADRO 40: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS .............................................................................................63 QUADRO 41: DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS SINTÉTICA ..........................................................................................................................64 QUADRO 42: KPI ECONÓMICO-FINANCEIROS ..................................................................................................................................................64
  • 8. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 6 ÍNDICE DE GRÁFICOS GRÁFICO 1: PUBLICAÇÕES NA WEB OF SCIENCE .................................................................................................................................................23 GRÁFICO 2: CAPTAÇÃO DOS 25% MELHORES CANDIDATOS AO ENSINO SUPERIOR PELA UC 2013 – 2015............................................25 GRÁFICO 3: VAGAS E CANDIDATOS COLOCADOS NA 1.ª FASE DO CONCURSO NACIONAL DE ACESSO...................................................26 GRÁFICO 4: TAXA DE EMPREGABILIDADE - ANO LETIVO 2012/2013, POR CICLOS DE ESTUDOS................................................................28 GRÁFICO 5: VISITANTES AOS ESPAÇOS TURÍSTICOS ..........................................................................................................................................30 GRÁFICO 6: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR TIPO DE CICLO, NO ANO LETIVO 2014/2015 ...........................................................35 GRÁFICO 7: ESTUDANTES CANDIDATOS E EFETIVOS EM PROGRAMAS DE MOBILIDADE INCOMING...............................................................36 GRÁFICO 8: ESTUDANTES CANDIDATOS E EFETIVOS EM PROGRAMAS DE MOBILIDADE OUTGOING .............................................................36 GRÁFICO 9: DOCENTES CANDIDATOS E EFETIVOS A PROGRAMAS DE MOBILIDADE OUTGOING....................................................................37 GRÁFICO 10: VISITANTES REGISTADOS NO WELCOME CENTRE FOR VISITING RESEARCHERS ..............................................................................37 GRÁFICO 11: MÉDIA BIENAL DE AAV ....................................................................................................................................................................39 GRÁFICO 12: ESTRUTURA ETÁRIA DOS EFETIVOS ..............................................................................................................................................44 GRÁFICO 13: HABILITAÇÕES LITERÁRIAS DO PESSOAL DOCENTE E INVESTIGADOR......................................................................................45 GRÁFICO 14: HABILITAÇÕES LITERÁRIAS DO PESSOAL TÉCNICO.....................................................................................................................45 GRÁFICO 15: ESTRUTURA PATRIMONIAL............................................................................................................................................................54 GRÁFICO 16: ESTRUTURA FUNCIONAL ..............................................................................................................................................................57 GRÁFICO 17: ESTRUTURA DOS PROVEITOS E GANHOS ....................................................................................................................................58 GRÁFICO 18: ESTRUTURA DOS CUSTOS E PERDAS ............................................................................................................................................61
  • 9. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 7 ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS A3ES – Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior AAC – Associação Académica de Coimbra ADSE – Direção Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas APCER – Associação Portuguesa de Certificação ARWU – Academic Ranking of World Universities CGA – Caixa Geral de Aposentações CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra CHUC-UC – Centro Académico Clínico de Coimbra CMC – Câmara Municipal de Coimbra CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa D – Doutoramento DGO – Direção Geral do Orçamento DI – Disciplinas isoladas ECDU – Estatuto da Carreira Docente Universitária EEI – Estatuto do Estudante Internacional EfS – Energy for Sustainability ETI – Equivalente a tempo inteiro EU – Estádio Universitário F – Feminino FADU – Federação Académica do Desporto Universitário FCDEFUC – Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia FCTUC – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra FDUC – Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra FEUC – Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra FFUC – Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra FLUC – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra FMUC – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra FPCEUC – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra FSE – Fornecimentos e serviços externos I&D – Investigação e Desenvolvimento ICNAS – Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde IES – Instituições de ensino superior III – Instituto de Investigação Interdisciplinar
  • 10. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 8 JBUC – Jardim Botânico da Universidade de Coimbra L – Licenciatura M – Masculino MCUC – Museu da Ciência da Universidade de Coimbra ME – Mestrado MEC – Ministério da Educação e Ciência MI – Mestrado Integrado N.º – Número OCNCG – Outros cursos não conferentes de grau OE – Orçamento do Estado PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa PDCA – Plan, Do, Check, Act PEA.UC – Plano Estratégico e de Ação da Universidade de Coimbra PG/E – Pós-graduação/Especialização PO – Programa Operacional POC-Educação – Plano Oficial de Contabilidade para o Setor de Educação RG – Receitas gerais RP – Receitas próprias SASUC – Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra SIR – Scimago Institutions Rankings SG.UC – Sistema de Gestão da Universidade de Coimbra TAGV – Teatro Académico de Gil Vicente TSU – Taxa social única TUJE – Tribunal Universitário Judicial Europeu UECAF – Unidade de extensão cultural e de apoio à formação UC – Universidade de Coimbra UNESCO – United Nations, Education, Scientific and Cultural Organization UO – Unidade orgânica
  • 11. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 9 INTRODUÇÃO O presente Relatório de Gestão e Contas individuais agrega a informação mais relevante da atividade da Universidade de Coimbra do ano de 2015, destacando-se alguns indicadores essenciais não só nos pilares de missão – investigação, ensino e comunidade –, mas também nas áreas de sustentabilidade. Ao nível dos recursos, é incorporada a informação e as demonstrações que retratam a atividade económica e financeira do ano, visando cumprir as disposições legais nesta matéria, bem como os principais dados de recursos humanos. A informação mais ampla sobre o desempenho do Grupo Público Universidade de Coimbra, englobando os dados das restantes entidades e contemplando a monitorização do Plano Estratégico e de Ação, será objeto de análise no Relatório de Gestão e Contas Consolidado. Os 725 anos da Universidade de Coimbra dominaram as atenções do ano de 2015, assinalados com um vasto programa. Destaca-se o espetáculo de luz e som no Paço das Escolas, “UC - Uma História de Luz”, a que assistiram aproximadamente 30 mil pessoas. E, a encerrar as comemorações, o “Congresso Internacional da Língua Portuguesa: Uma Língua de Futuro”, com o propósito de projetar a língua portuguesa para o futuro, e assim sublinhar a importância desta prioridade estratégica da UC. Este relevante papel que, ao longo dos séculos, a Universidade de Coimbra tem assumido na difusão da cultura e língua portuguesa e o seu enorme prestígio e projeção internacional constituem uma clara vantagem competitiva na sua afirmação como Universidade Global – afirmação que não é nova, mas que se pretende recuperar. Efetivamente, a missão da Universidade de Coimbra há muitos séculos que ultrapassa as fronteiras de Portugal. Gabriel Paquette, professor americano de história na Universidade de Johns Hopkins, dá destaque ao papel da UC no livro "Imperial Portugal in the Age of Atlantic Revolutions"1 , dedicado ao período entre 1770 e 1850, afirmando que um dos mecanismos para garantir a coesão do enorme império pela monarquia portuguesa foi "... the blurring of the line between metropole and colony through university education. Brazilians (and later subjects from other colonies) had been incorporated into a transatlantic bureaucracy from the first stages of colonization. The principal mechanism for recruitment was the University of Coimbra. [...] Coimbra was the training ground for imperial service [...]" 1 PAQUETTE, Gabriel (2013) - Imperial Portugal in the Age of Atlantic Revolutions: The Luso-Brasilian World, c. 1770-1850. Cambridge University Press, ISBN 978-1-107-64076-4, pp. 21. No ano de 2015, a Universidade de Coimbra continuou a trilhar o caminho necessário para ser uma Universidade Global. Salienta-se, desde logo, o consórcio estratégico com a Universidade Aberta, para o desenvolvimento de uma oferta alargada de ensino a distância, com cursos conferentes e não conferentes de grau, com o objetivo de ter presença global, atraindo estudantes de todo o mundo. A criação de outro consórcio estratégico, entre a UC e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, em cerimónia que contou com a presença dos Ministros da Saúde e da Educação e Ciência, é outro bom exemplo. O Centro Académico Clínico de Coimbra pretende ser uma estrutura flexível e integrada de ensino, investigação, inovação e assistência médica, com prestígio internacional reforçado. E, nesse sentido, integra já a M8 Alliance, uma associação mundial que se dedica à saúde a nível global, com origem no G8. O número de candidatos internacionais efetivamente inscritos na Universidade de Coimbra continua a aumentar, destacando-se novamente o Brasil como origem destes estudantes, mesmo com a recessão a afetar este país. As campanhas de divulgação em curso na China, com presença em muitas feiras de educação superior e em muitas escolas, deverão em breve resultar num número de estudantes chineses muito superior. Para este trajeto global ser sólido, a UC tem de ser cada vez mais uma universidade de grande exigência. O regulamento de contratações de professores, que esteve em discussão pública em 2015, contribuirá para aumentar o grau de exigência na seleção de novos professores. O trabalho de consolidação da estrutura financeira da UC, encontrando novas formas de financiamento, permite já aumentar a contratação de novos professores, procurando iniciar-se a reversão do envelhecimento do corpo docente. Em termos de rankings, que cada vez mais determinam o desempenho das universidades neste mundo global, a Universidade de Coimbra conquistou já uma posição confortável na elite das 500 melhores universidades do mundo, tendo melhorado, em 2015 e no geral, na maioria dos indicadores considerados – e nomeadamente no que respeita à produção científica –, e alcançando posições relevantes no QS World University Rankings by Subject. A Universidade de Coimbra está a trabalhar para ser solidamente uma Universidade Global!
  • 13.
  • 15. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 13 1. A UNIVERSIDADE DE COIMBRA 1.1. MISSÃO E VALORES “A Universidade de Coimbra é uma instituição de criação, análise crítica, transmissão e difusão de cultura, de ciência e de tecnologia que, através da investigação, do ensino e da prestação de serviços à comunidade, contribui para o desenvolvimento económico e social, para a defesa do ambiente, para a promoção da justiça social e da cidadania esclarecida e responsável e para a consolidação da soberania assente no conhecimento”. (Estatutos da Universidade de Coimbra, art.º 2.º) Fundada em 1290, a Universidade de Coimbra é uma pessoa coletiva de direito público com autonomia estatutária, científica, pedagógica, cultural, patrimonial, administrativa, financeira e disciplinar (artigo 3.º dos Estatutos, homologados pelo Despacho Normativo n.º 43/2008, de 1 de setembro). A difusão e transferência do conhecimento nos mais diversos domínios, em interligação com a sociedade, a nível nacional e a nível internacional - e com particular destaque no espaço europeu de ensino superior e no espaço da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa –, constituem em si o cumprimento da missão da UC, prosseguindo os seguintes fins: “a) A formação humanística, filosófica, científica, cultural, tecnológica, artística e cívica; b) A promoção e valorização da língua e da cultura portuguesas; c) A realização de investigação fundamental e aplicada e do ensino dela decorrente; d) A contribuição para a concretização de uma política de desenvolvimento económico e social sustentável, assente na difusão do conhecimento e da cultura e na prática de atividades de extensão universitária, nomeadamente a prestação de serviços especializados à comunidade, em benefício da cidade, da região e do país; e) O intercâmbio cultural, científico e técnico com instituições congéneres nacionais e estrangeiras; f) A resposta adequada à necessidade de aprendizagem ao longo da vida; g) A preservação, afirmação e valorização do seu património científico, cultural, artístico, arquitetónico, natural e ambiental; h) A contribuição, no seu âmbito de atividade, para a cooperação internacional e para a aproximação entre os povos, com especial relevo para os países de expressão oficial portuguesa e os países europeus, no quadro dos valores democráticos e da defesa da paz”. (Estatutos da Universidade de Coimbra, art.º 5.º) Na Universidade de Coimbra, depositária de um legado histórico multissecular e matriz cultural do espaço da lusofonia, os valores da tradição, da contemporaneidade e da inovação conjugam-se de forma única com a abertura ao mundo, a cooperação entre os povos e a interação de culturas, no respeito pelos valores da independência, da tolerância e do diálogo. A Universidade valoriza o trabalho dos seus professores, investigadores, estudantes e pessoal técnico, empenhando-se em oferecer a todos um ambiente que combine o rigor intelectual e a ética universitária com a liberdade de opinião, o espírito de tolerância e de humildade científica, o estímulo à criatividade e à inovação, bem como o reconhecimento e a promoção do mérito a todos os níveis. Os antigos estudantes constituem um suporte fundamental na afirmação da Universidade, no presente e no futuro e na sua ligação à sociedade, assumindo a Rede de Antigos Estudantes (Rede UC) um papel essencial no reforço dos laços entre os antigos estudantes e a Universidade. A Associação Académica de Coimbra é reconhecida e valorizada como elemento da identidade da UC, proporcionando formação cultural, artística, desportiva e cívica complementar da formação escolar, no respeito pelos valores da liberdade e da democracia. O apoio da UC estende-se ainda às “repúblicas” e aos “solares” bem como às cooperativas de habitação de estudantes, reconhecidos como polos autónomos dinamizadores de cultura e de vivência comunitária e académica. 1.2. PLANO ESTRATÉGICO 2015-2019 As instituições de grande dimensão como a Universidade de Coimbra têm o grande desafio de conseguir alinhar os esforços individuais de todos os membros da comunidade académica. Para tal, tem sido determinante o processo de planeamento estratégico, permitindo a definição de objetivos comuns e contribuindo para a utilização eficiente e coordenada dos meios disponíveis, sendo um
  • 16. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 14 instrumento determinante para os desafios que a UC enfrentou e para os que virá a enfrentar. Foi com base na visão de se afirmar como instituição europeia de referência, reconhecida como a universidade portuguesa de maior qualidade, que se avançou para o primeiro processo integrado de planeamento estratégico na UC, para o quadriénio 2011-2015. A avaliação final deste primeiro processo, efetuada em 2015, foi bastante positiva. A focagem que o Plano Estratégico e de Ação da Universidade de Coimbra tornou possível foi determinante para a capacidade demonstrada para resistir à crise, tendo em conta a evolução negativa do contexto, extremamente difícil e exigente para Portugal e em particular para o ensino superior, com o Programa de Assistência Económica e Financeira, os cortes no financiamento do Ensino Superior e as restrições ao funcionamento corrente. Os resultados alcançados, por pilar estratégico, aferindo a progressão e os desvios em relação às metas e aos objetivos definidos, serão objeto de análise no Relatório de Gestão e Contas Consolidado. Neste primeiro processo destaca-se o envolvimento de todas as partes interessadas, que permitiu a todos conhecer o Plano e as razões que lhe estavam subjacentes, sentindo-o como seu, e facilitando a partilha nos objetivos da Universidade, o aumento do sentimento de pertença e o empenho na sua concretização. Outro ponto forte foi a criação de uma cultura de acompanhamento permanente e monitorização regular da atividade da UC, dotada da flexibilidade necessária para a introdução de alterações sempre que necessário. A existência de um ponto de partida melhor caracterizado é uma das diferenças qualitativas mais fortes para o Plano Estratégico 2015-2019 - temos claramente melhores indicadores e mecanismos mais sólidos para a sua recolha. E desta forma, tendo como base a experiência bem- -sucedida e o conhecimento adquirido ao longo dos últimos quatro anos – no que se refere à elaboração, implementação, monitorização e revisão do PEA.UC 2011-2015, coordenado com os Planos de Ação das várias unidades –, foi desenvolvido, em 2015, o processo de planeamento para o novo ciclo estratégico. O Plano Estratégico e de Ação da Universidade de Coimbra para 2015-2019, aprovado por unanimidade pelo Conselho Geral, consagra como visão para o próximo quadriénio: a afirmação da Universidade de Coimbra como a melhor universidade de língua portuguesa protagonista de grandes avanços do conhecimento capaz de atrair os melhores estudantes e professores e contribuindo decisivamente para o progresso e bem-estar da sociedade. Para alcançar o topo com distinção, a Universidade de Coimbra terá de manter a qualidade no centro da sua estratégia, com os patamares de exigência que se esperam de uma grande Universidade Global! O ano de 2015 ficou assim marcado pelo desenvolvimento da estratégia para os próximos anos, assente, desde logo, na estabilidade do processo de planeamento e no respeito pelos mesmos princípios – melhoria contínua, envolvimento, alinhamento. O novo Plano foi reforçado com a componente de análise prospetiva e exploração de cenários de enquadramento do ambiente estratégico onde a UC irá competir e cooperar. O meio envolvente em que se insere, e com que interage permanentemente, gera oportunidades e ameaças, influenciando e determinando as suas decisões estratégicas, sendo fundamental a integração de elementos estruturantes da envolvente global no referencial estratégico. A Universidade tem de estar atenta às forças de mudança, às tendências e às incertezas do contexto, avaliando, a cada momento, o potencial e os riscos que a rodeiam. Sendo a qualidade o fator de diferenciação estratégica que permitirá alcançar a visão definida, o quadro de referência e as linhas de orientação para o quadriénio 2015-2019 refletem a adoção desta estratégia, mantendo-se a estrutura em função de dois grupos de pilares estratégicos.
  • 17. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 15 Quadro de referência estratégica 2015-2019 [figura 1] Os pilares de missão estão diretamente relacionados com os fins essenciais da Universidade – a investigação, o ensino e a comunidade –, compreendendo este último as áreas de interação da Universidade com a sociedade e com a envolvente para além da investigação e do ensino. Os pilares de recursos consubstanciam os meios necessários para atingir aqueles fins, estando organizados em três vertentes – as pessoas, os recursos económico- -financeiros e as infraestruturas. Sendo inevitável pensar a afirmação da Universidade de Coimbra num horizonte mais alargado, tal pressupõe o reforço de dimensões com impacto transversal a todos os pilares. Perspetivar a gestão sustentável das suas atividades e dos seus recursos a médio e longo prazo implica assim planear dimensões que informem a estratégia como um todo – a internacionalização, a cidadania e inclusão, a marca “Universidade de Coimbra”, a comunicação e o ambiente. Para cada pilar e área de sustentabilidade, foram definidas as linhas de orientação estratégica a seguir até 2019, explicitando a respetiva visão, definindo as iniciativas a desenvolver para a alcançar e determinando a(s) meta(s) de referência. O elenco de indicadores de desempenho e de apoio à decisão que deverão ser acompanhados e monitorizados completam a formulação estratégica. Plano Estratégico UC 2015-2019 em números [quadro 1] 47 iniciativas estratégicas 20 metas 56 KPI 25 Planos de Ação - 1.009 ações O quadro de referência encerra em si o ciclo de acompanhamento e avaliação permanente da estratégia, respeitando os princípios de garantia da qualidade e de melhoria contínua. Este processo dinâmico, integrado no ciclo de gestão da Universidade de Coimbra, manter-se-á – com reforço da análise de desvios e a implementação de ações corretivas que garantam uma maior eficácia –, permitindo o desenvolvimento contínuo dos processos de planeamento, monitorização, avaliação e retroação, com vista à excelência em toda a sua atuação. A integração do Plano da Qualidade no âmbito do novo ciclo surge assim de forma natural e tem como objetivo apresentar as principais linhas de orientação com vista à melhoria contínua dos processos e serviços prestados no contexto de cada um dos pilares de missão e de recursos e das áreas de sustentabilidade. E para que a ponte entre estratégia e ação seja totalmente concretizada, o Plano Estratégico é complementado com o Plano de Ação institucional, de iniciativa reitoral, que procura concretizar as iniciativas estratégicas elencadas. Destaca-se, contudo, que alcançar as metas propostas não dependerá apenas destas ações, mas também – e principalmente – do sucesso do alinhamento das metas e das ações propostas pelas unidades orgânicas e outras unidades, nos seus Planos de Ação. Este alinhamento estratégico e harmonização entre os diversos níveis foi aprofundado, permitindo ultrapassar algumas das dificuldades sentidas a este nível no anterior ciclo de planeamento. O envolvimento de todos os membros da comunidade académica neste processo é um fator decisivo para que o Plano Estratégico 2015-2019 permita a afirmação da Universidade de Coimbra como uma Universidade Global e como a melhor universidade de língua portuguesa! 1.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL Em 2015, o Jardim Botânico da Universidade de Coimbra passou a integrar o conjunto das unidades de extensão cultural e de apoio à formação, reforçando assim a sua missão principal no suporte ao desenvolvimento de conhecimento e potenciando o seu papel central na temática ambiental. A restante estrutura organizativa da UC mantém-se inalterada, em relação ao ano anterior, com 10
  • 18. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 16 unidades orgânicas de ensino e investigação (Faculdade de Letras, Faculdade de Direito, Faculdade de Medicina, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Faculdade de Farmácia, Faculdade de Economia, Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação, Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, Instituto de Investigação Interdisciplinar e Colégio das Artes), 2 unidades de investigação (Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde e Tribunal Universitário Judicial Europeu) e 9 unidades de extensão cultural e de apoio à formação (Biblioteca Geral, Arquivo, Imprensa, Museu da Ciência, Centro de Documentação 25 de Abril, Teatro Académico de Gil Vicente, Estádio Universitário, Biblioteca das Ciências da Saúde e Jardim Botânico). Destaca-se ainda o Serviço Integrado de Bibliotecas (SIBUC), que tem com missão principal a gestão de tarefas comuns a todas as bibliotecas da UC. A Administração é o serviço de apoio central à governação da UC, sendo constituído por um Centro de Serviços Comuns e um Centro de Serviços Especializados. Os Serviços de Ação Social constituem também um serviço de apoio à governação, mas com atuação na esfera do apoio aos estudantes e da ação social universitária e gozando de autonomia administrativa e financeira (com Relatório de Gestão e Contas autónomo). O Conselho Geral, o Reitor e o Conselho de Gestão constituem os órgãos de governo da UC. Os serviços de apoio direto aos órgãos de governo dependem do Reitor, coexistindo com estruturas de caráter temporário, para ocorrer a necessidades não permanentes – observatórios ou projetos especiais. O Senado, órgão de natureza consultiva, e o Provedor do Estudante, com funções de defesa e promoção dos direitos dos estudantes, integram também a estrutura organizativa da UC. Organograma da Universidade de Coimbra [figura 2]
  • 19. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 17 Há ainda que realçar a existência de mais de trinta centros e unidades de investigação e desenvolvimento integradas na Universidade, a que acresce um conjunto de outras estruturas autónomas na área do ensino, da investigação e da ligação à comunidade que integram o perímetro de consolidação (e que, como tal, integrarão o Relatório de Gestão e Contas Consolidado). O carácter multifacetado da Universidade de Coimbra reflete-se assim numa estrutura de grandes dimensões, servindo propósitos muito abrangentes e que transcendem largamente as suas missões centrais, com unidades e serviços fisicamente distribuídos pela cidade, essencialmente concentrados em três áreas:  polo I, na Alta de Coimbra (zona histórica);  polo II, no Pinhal de Marrocos;  polo III, das Ciências da Saúde, em Celas. Para além destes polos, há ainda unidades e serviços noutras zonas da cidade (como a Faculdade de Economia, a Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física ou o Estádio Universitário) e mesmo fora de Coimbra, como acontece com o Centro de Estudos Superiores da UC em Alcobaça. Mas a dimensão da UC não se esgota na sua estrutura organizacional ou na sua implantação física, indo muito além, se tivermos desde logo em consideração as estruturas que se encontram intrinsecamente a ela ligadas, como é o caso da AAC – elemento integrante da entidade da UC, estatutariamente consagrado. Outro exemplo é o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, entidade com a qual, aliás, a UC criou o consórcio Centro Académico Clínico de Coimbra, através de portaria assinada pelos ministros da Saúde e da Educação e Ciência, em setembro de 2015, na Biblioteca Joanina. No âmbito da estratégia como Universidade Global, e atendendo ao seu papel na difusão da cultura e da língua portuguesa, a UC formou em 2015 ainda um outro consórcio, com a Universidade Aberta, com a missão de “promover uma ampla e qualificada oferta de ensino a distância, predominantemente em língua portuguesa, para pessoas situadas em qualquer lugar do mundo”, contribuindo “para a valorização da comunidade de língua portuguesa no mundo”. A Universidade de Coimbra participa ainda em centenas de organismos, públicos ou privados, com intervenção em todos os seus domínios de atuação. 1.4 SISTEMA DE GESTÃO Para afirmar a Universidade de Coimbra como a melhor universidade de língua portuguesa, protagonista de grandes avanços do conhecimento, capaz de atrair os melhores estudantes e professores e contribuindo decisivamente para o progresso e bem-estar da sociedade, o fator central será a diferenciação pela qualidade! Consciente dos desafios que o contexto atual coloca às IES, e com o objetivo de assegurar a promoção de uma cultura de qualidade, a Universidade tem vindo a desenvolver um sistema interno de garantia da qualidade – Sistema de Gestão da Universidade de Coimbra (SG.UC) – que constitui uma ferramenta de apoio à gestão integrada da instituição, em alinhamento com o Plano Estratégico. O SG.UC regula-se pelos padrões europeus em matéria de qualidade no ensino superior, cumprindo naturalmente as demais determinações que se encontram em vigor a nível nacional em matéria das instituições do ensino superior e da sua avaliação. A UC está focalizada na promoção de uma cultura de qualidade transversal a todas as unidades/serviços, com vista à melhoria contínua dos seus processos e à satisfação das necessidades e expectativas das suas partes interessadas, assegurando o cumprimento dos requisitos legais. Com vista à satisfação global das diferentes partes interessadas, e tendo como principal objetivo a excelência da instituição em todas as áreas de atuação, o SG.UC integra o conjunto de todos os processos, documentos, sistemas de informação e outros instrumentos de apoio ao planeamento, execução, monitorização, avaliação e melhoria contínua das atividades desenvolvidas na Universidade de Coimbra. Implementado segundo a Norma NP EN ISO 9001:2000, o SG.UC foi certificado pela APCER, em abril de 2003, nas áreas de gestão de recursos humanos, gestão financeira e de projetos. Nos anos seguintes, foi alvo de várias extensões até à certificação plena de todos os processos geridos pela Administração da UC, em 2007. Por opção da gestão de topo, face às alterações decorrentes da revisão dos Estatutos da UC e do projeto de reestruturação dos serviços da
  • 20. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 18 Administração, em outubro de 2009 foi solicitada a suspensão da certificação ISO. Após estabilizada a fase de reestruturação dos serviços, o foco do processo de avaliação e melhoria contínua passou a ser o desenho e implementação de novos processos e ferramentas de gestão adequados ao novo contexto institucional. Este trabalho foi desenvolvido de forma gradual desde 2011, em articulação com o processo de planeamento estratégico. Esta abordagem, inspirada no ciclo PDCA, tem como objetivo assegurar a implementação de um sistema que suporte a gestão estratégica e operacional da UC. Em 2012, foi retomada a certificação parcial dos serviços e, em março de 2015, realizou-se a auditoria externa da APCER com vista à renovação e extensão da certificação, assegurando uma avaliação global do desempenho do sistema de gestão e confirmando o cumprimento generalizado dos requisitos da norma de referência. A certificação ISO 9001:2008 passou desta forma a englobar todos os processos da Administração, representando uma evolução substancial. Resultado da extensão progressiva da implementação de ferramentas de gestão às unidades, o SG.UC contempla atualmente a existência de subsistemas de apoio às UO/UECAF/outros serviços, ajustados às necessidades e especificidades de cada uma e tendo como princípios orientadores os requisitos da ISO 9001:2008, no que se refere às vertentes de suporte às missões da UC e, em particular, aos processos geridos no âmbito da Administração. Tendo sido publicada, em setembro de 2015, uma nova versão da norma de referência, a ISO 9001:2015, está em curso a definição de um plano de melhorias a introduzir no SG.UC, visando a sua adequação a esta nova versão. Quanto à gestão da qualidade pedagógica, o modelo conceptual da UC assenta num desdobramento em cascata de vários níveis de avaliação, sendo imprescindível a elaboração dos diversos relatórios de autoavaliação. Pretende-se assim assegurar o envolvimento das principais partes interessadas, visando a identificação de ações de melhoria que permitam garantir a aplicação do princípio de melhoria contínua. Anualmente é desencadeado o ciclo de avaliação da qualidade pedagógica, englobando os inquéritos aos estudantes e docentes e os relatórios de autoavaliação das unidades curriculares, dos cursos/ciclos de estudos, da unidade orgânica e do SG.UC. No que se refere à auscultação efetuada às partes interessadas, destaca-se que foi introduzido um conjunto melhorias em 2015 para promover uma maior participação dos docentes no processo – com sucesso, tendo a taxa de resposta aumentado, pela primeira vez, para valores superiores a 70% (valores já habitualmente registados nos inquéritos a estudantes) – e uma utilização mais efetiva da informação apurada. Sendo já uma prática corrente a elaboração de relatórios pelas unidades orgânicas, foi instituído, em 2015, o procedimento de elaboração de relatórios de autoavaliação das restantes unidades/serviços, que passam a integrar o ciclo anual de planeamento, avaliação e melhoria. Realça-se ainda que no ano letivo 2014/2015 foi atingida uma taxa de 100% na elaboração dos relatórios de autoavaliação dos cursos/ciclos de estudo, que visam promover a análise e reflexão sistemáticas sobre as condições do seu funcionamento e a identificação de ações concretas a implementar no ano letivo seguinte. Como culminar da nova fase crucial do SG.UC, realizou-se a sua avaliação externa pela A3ES. Em março de 2015, a A3ES comunicou formalmente os resultados do processo de “Avaliação do Sistema Interno de Garantia da Qualidade”. No seu relatório, a Comissão de Avaliação Externa da A3ES identificou como pontos fortes do sistema de gestão o comprometimento e envolvimento dos órgãos de gestão com o SG.UC, a boa articulação entre o SG e o processo de planeamento estratégico, o alinhamento do Plano Estratégico e dos Planos de Ação, a ampla experiência dos serviços de apoio (SG.UC mais consolidado nesta vertente) e as boas taxas de resposta a inquéritos por parte dos estudantes e o forte envolvimento dos mesmos. Não obstante ser já identificado como ponto forte a boa articulação entre o SG.UC e o processo de planeamento estratégico, houve ainda a introdução de melhorias com a integração do Plano da Qualidade no âmbito do novo ciclo de planeamento, sendo apresentadas as principais linhas de orientação com vista à melhoria contínua dos processos e serviços prestados no contexto de cada um dos pilares de missão e de recursos e das áreas de sustentabilidade. Também o mapa de processos
  • 21. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 19 do SG.UC foi revisto, de forma a manter o perfeito alinhamento com o PEA.UC. A Comissão de Avaliação Externa efetuou também recomendações essenciais, todas no âmbito da gestão da qualidade pedagógica, nomeadamente a necessidade de reforçar a importância da avaliação dos resultados das unidades curriculares, o de tornar obrigatória a resposta aos inquéritos a docentes e ainda tornar obrigatório o preenchimento dos relatórios de cursos/ciclos de estudos. Adicionalmente, a Comissão de Avaliação Externa recomendou que deve ser dada continuidade aos esforços de integração de mecanismos de monitorização no SG.UC (garantindo a meta- avaliação), deve ser garantido um maior envolvimento de todas as partes interessadas, sobretudo dos docentes e elementos externos, e que a monitorização e acompanhamento das vertentes de investigação e internacionalização devem ser mais desenvolvidas e devidamente integradas no SG.UC, através de mecanismos formais. Face ao relatório apresentado pela Comissão de Avaliação Externa, o Conselho de Administração da A3ES atribuiu certificação condicional ao SG.UC, pelo período de um ano. No âmbito das medidas de modernização administrativa implementadas em 2015, e em particular no que concerne a serviços prestados de forma digital, através da sua disponibilização via internet aos cidadãos, destacam-se:  realização de 19 edições de cursos de ensino a distância, promovendo a formação contínua e requalificação dos cidadãos;  disponibilização de uma nova aplicação móvel que congrega toda a informação da UC num sítio único para plataformas Android e IOS;  desenvolvimento do sistema de informação académica para permitir: – a realização online, pelo próprio estudante, de alterações às inscrições, contribuindo para melhorar substancialmente o serviço prestado aos estudantes, com diminuição do número de reclamações associadas a este processo e com libertação de recursos humanos a alocar a outras tarefas; – a submissão online de requerimentos; – a gestão dos processos de mobilidade incoming de forma desmaterializada;  integração do sistema informático SAP: – com a Plataforma de Pagamentos da Administração Pública, permitindo melhorar a qualidade dos serviços através da disponibilização de um novo meio de pagamento por referência bancária, o que contribuiu para uma importante economia de recursos humanos envolvidos no processo de faturação; – com o portal de contratação pública BASE.gov.pt, o que permite uma economia de recursos humanos e a diminuição de erros dado o processo de validação;  introdução de melhorias substanciais no formulário eletrónico para submissão de elogios, sugestões e reclamações, disponível em todas as páginas web da Universidade de Coimbra, contribuindo para promover uma maior rapidez na triagem e encaminhamento dos processos, o que por sua vez se traduz na diminuição dos tempos de resposta;  disponibilização de sistema de gestão de filas que permite a consulta online das senhas atribuídas e atendidas;  entrada da UC Digitalis na B-on, contribuindo para a promoção da divulgação do conhecimento científico;  disponibilização online de: – formulário para marcação de pesquisa nos recursos disponíveis na Biblioteca das Ciências da Saúde da UC; – objetos de natureza bibliográfica na Alma Mater, biblioteca digital incorporada na plataforma UC Digitalis; – parte da coleção do Centro de Documentação 25 de Abril; – catálogos e inventários de vegetação do Jardim Botânico da UC; – sistema de bilheteira no TAGV. Decorrente da estratégia de diferenciação adotada, a gestão da qualidade é assim uma prioridade, existindo um compromisso institucional, assumido estatutária e estrategicamente, com vista à promoção da melhoria contínua na Universidade de Coimbra.
  • 23.
  • 25. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 23 2. MISSÕES Neste capítulo, pretende-se transmitir uma visão ampla da atividade desenvolvida pela Universidade de Coimbra ao longo do ano de 2015 no âmbito das suas principais missões – investigação, ensino e comunidade –, ilustrada através de alguns dados e indicadores de atividade, apresentados numa perspetiva global (sem diferenciação por área do saber). 2.1. INVESTIGAÇÃO Posicionar a Universidade de Coimbra em patamares de excelência a nível global, através do desenvolvimento e expansão da investigação científica e colocando-a como protagonista de grandes avanços do conhecimento, assume-se como o desígnio central na área da investigação (Plano Estratégico 2015-2019). E foi exatamente por Coimbra que o Comissário Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação, Carlos Moedas, deu início ao Roteiro da Ciência, em que percorre as cidades portuguesas mais inovadoras e ativas na produção científica de excelência. Com uma visita de dois dias à Universidade, para além de conhecer em detalhe a ciência que se produz em Coimbra, teve oportunidade de participar num encontro-café, “Investigação, Ciência e Inovação nos 725 anos da Universidade de Coimbra”. Tratando-se de um pilar central da produção do conhecimento nas IES, a capacidade científica da Universidade de Coimbra tem vindo a ser reforçada e reconhecida nos últimos anos, estando atualmente presente em todas as grandes áreas do saber. O resultado visível deste esforço traduz-se no aumento da produção científica de reconhecido prestígio, nacional e internacional, que coloca a investigação da UC em patamares de excelência a nível global. Este aumento tem-se verificado a nível quantitativo, demonstrado com um crescimento excecional (superior a 80%), no número de publicações na Web of Science, entre 2006-2010 e 2010-2014, espelhando o crescimento sustentável de produção científica. Os dados mais recentes comprovam-no: acréscimo de 13,4% em 2011-2015 comparativamente a 2010-2014. Neste último quinquénio, destacam-se, em número absoluto, as áreas de Clinical Medicine, Engineering, Chemistry, Physics e Social Sciences, que representam 57% do total de publicações da Universidade de Coimbra na Web of Science. Em termos de crescimento relativo, as áreas Multidisciplinary, Psychiatry/Psychology, Agricultural Sciences, Geosciences e Molecular Biology & Genetics, em conjunto, aumentaram o número de publicações, entre 2011 e 2015, em mais de 82%. Publicações na Web of Science [gráfico 1] O crescimento tem-se verificado também em termos qualitativos, salientando-se o aumento significativo do número de artigos publicados nas 25% revistas de maior impacto, que, em 2015, verificou um crescimento de 8,9% face ao ano anterior. Importa ainda referir o considerável crescimento de outros indicadores, como o número de publicações e número de citações por docente doutorado ETI na Web of Science, que resulta consequentemente do aumento do número de artigos publicados. Em 2015 foram apresentados, pela FCT, os resultados do processo de avaliação (2013) das unidades de investigação científica e de desenvolvimento tecnológico. Foram submetidas 33 propostas de avaliação de unidades integradas (excluindo, portanto, as propostas de laboratórios associados e de unidades de direito privado, a considerar no Relatório de Gestão e Contas Consolidado), configurando uma reestruturação do panorama da investigação na UC. De acordo com os resultados desta avaliação – ainda provisórios, na medida em que se encontravam por apreciar, a 31 de dezembro, os processos de reclamação apresentados por 6 unidades integradas – 19 unidades (58%) apresentam uma avaliação de “Excecional”, “Excelente” e “Muito Bom”, podendo aceder a financiamento base e a financiamento estratégico. A estas acrescem 7 unidades com “Bom”, com acesso apenas a financiamento base. Atendendo a estes resultados provisórios, apenas 7 unidades não terão financiamento contratualizado com a FCT, dado terem obtido a classificação inferior a “Bom”. 9.432 10.704 12.143 2009-2013 2010-2014 2011-2015
  • 26. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 24 Avaliação dos centros e unidades de I&D integrados (2013) [quadro 2] N.º % % acum. Excecional 1 3% 3% Excelente 8 24% 27% Muito Bom 10 30% 58% Bom 7 21% 79% Razoável 4 12% 91% Insuficiente 3 9% 100% Total 33 100% Destaca-se ainda que, em 2015, no âmbito da criação do Roteiro Nacional das Infraestruturas de Investigação de Interesse Estratégico 2014-2020 da FCT, e na sequência do concurso que permitiu mapear e avaliar as infraestruturas de investigação nacionais e identificar áreas prioritárias, a UC participa em 18 das 40 infraestruturas. A nível de infraestruturas, um outro dado relevante corresponde ao número de equipamentos científicos pesados partilhados entre os grupos de investigação em plataformas tecnológicas na Universidade de Coimbra, que, a 31 de dezembro, ascendia a 5. Ao nível do financiamento à investigação, os resultados provisórios da avaliação, à data de 31 de dezembro, já produziram efeitos, tendo sido atribuído financiamento de base e estratégico às 26 unidades com avaliação positiva, para o triénio 2015- -2017, no montante total de 9,6M€. No biénio 2014-2015, 12 unidades beneficiaram ainda de um reforço de financiamento atribuído pela FCT através do “Programa Incentivo”, destinado essencialmente à contratação de recursos humanos, e que ascendeu, para o referido biénio, ao montante total de 0,25M€. Em 2015, primeiro ano de execução do novo quadro comunitário, intensificou-se o número de ações internas de divulgação de ofertas de financiamento, tendo por objetivo maximizar o aproveitamento das atividades de financiamento aos níveis regional, nacional e internacional. O número de candidaturas a projetos foi de 965, tendo-se registado um aumento na ordem dos 38,5% quando comparado com as candidaturas submetidas em 2014 (ano em que o número registado foi naturalmente inferior, dada a transição de quadros comunitários). A 31 de dezembro tinham sido aprovadas 139 candidaturas a projetos de investigação, correspondendo a uma taxa de aprovação de 14,4%. Verifica-se, contudo, uma diminuição do número de projetos ativos em 2015, face ao ano anterior, quer nacionais, quer internacionais, o que poderá explicar-se pelo facto de este ser o ano de início do novo quadro de financiamento. Unidades integradas e projetos de I&D com execução financeira [quadro 3] 2015 2014 Unidades de I&D* 035 032 Projetos nacionais 231 279 Projetos internacionais 073 091 Total 339 402 * O número indicado para o ano de 2015 engloba financiamento a 9 projetos estratégicos e incentivos ainda no âmbito da avaliação de 2007. No que respeita ao número de bolseiros de investigação, regista-se, a 31 de dezembro, uma diminuição de 34,1% quando comparado com o final do ano anterior, e que se ficará a dever, essencialmente, à redução do número de projetos em execução. Não obstante esta redução do número de bolseiros, no decurso de 2015 estiveram ativas 614 bolsas de investigação. Bolseiros de investigação [figura 3] Nacionais 249 Estrangeiros 24
  • 27. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 25 2.2. ENSINO A Universidade de Coimbra assume um forte compromisso na promoção da qualidade do ensino, que possibilite uma formação integral dos estudantes e adeque a oferta formativa às necessidades da envolvente, atraindo os melhores estudantes e professores (Plano Estratégico 2015-2019). Consciente da necessidade de atrair e de reter os melhores estudantes, a Universidade de Coimbra tem vindo a promover o desenvolvimento de ações que aumentem a captação de uma forma global e dos melhores, em particular. Em 2015, foram desenvolvidas várias ações de promoção e divulgação da oferta formativa para o público pré-universitário, nomeadamente ações em escolas e participação em feiras, bem como ações in loco, de que são exemplo o evento Um Dia na UC e a Universidade de Verão. Quanto às ações em escolas, realizaram-se 32 visitas com a UC a marcar presença na maior feira de educação e formação de âmbito nacional, a Futurália. O evento Um Dia na UC proporciona aos alunos do ensino básico e secundário a oportunidade de vivenciarem a realidade do mundo académico de Coimbra, de conhecerem melhor o(s) curso(s) e a(s) Faculdade(s) de eleição. Em 2015 participaram no Um Dia na UC 20 escolas nacionais, estando envolvidos aproximadamente 734 alunos. A Universidade de Verão é destinada a alunos do ensino secundário, e também do 9.º ano em determinadas áreas do saber, permite experienciar uma série de atividades pedagógicas, em diversas áreas do saber (21 em 2015) e culturais, no sentido de, numa só semana, dar a conhecer o que de melhor se faz na Universidade e na cidade de Coimbra. Nos últimos anos este evento tem vindo a verificar um crescimento no número de participantes. Participantes na Universidade de Verão [figura 4] Na edição promovida em 2015, dos 287 participantes, 32 frequentavam o 12.º ano, e, destes, 20 candidataram-se à UC, tendo 13 efetivado matrícula no ano letivo 2015/2016, o que corresponde a uma taxa de eficácia da ação de 40,6%. Recuando a 2014, e colocando o foco nos participantes dessa edição que frequentavam o 11.º ano (109), apurou-se que 79 se candidataram à UC estando 39 inscritos no 1.º ano, no ano letivo 2015/2016 (taxa de eficácia da ação de 35,8%). Considerando a 1.ª opção de cada um dos 25% melhores candidatos ao ensino superior a nível nacional (dados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso de 2015), é possível constatar que a UC registou um acréscimo da sua taxa de captação face ao ano anterior, quer no total das IES (ensino público universitário e politécnico), quer apenas no conjunto das IES de ensino público universitário. Captação dos 25% melhores candidatos ao ensino superior pela UC 2013 – 2015 [gráfico 2] A Universidade de Coimbra ocupa a 4.ª posição na captação dos 25% melhores candidatos ao ensino superior, a nível nacional. No âmbito da acreditação de ciclos de estudos pela A3ES, foram acreditados 79 ciclos de estudo (dos quais 42 novos ciclos) – dados respeitantes a processos iniciados em anos anteriores e concluídos em 2015. Neste mesmo ano, foram submetidos 6 pedidos de acreditação de novos ciclos de estudo e 45 pedidos de acreditação de ciclos de estudo em funcionamento. No ano letivo 2015/2016, considerando todas as unidades de ensino e investigação, estão em funcionamento 245 ciclos de estudos, apresentando um ligeiro decréscimo quando comparado com o ano letivo anterior, essencialmente dada a conclusão de cursos de doutoramento pré-Bolonha que ainda 9,93% 8,82% 9,05% 2013 2014 2015 taxa de captação UC (Universidades) 222 232 287 2013 2014 2015
  • 28. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 26 subsistiam (redução de 23 para apenas 4 ainda com estudantes inscritos no ano letivo 2015/2016). Ciclos de estudos com estudantes inscritos [quadro 4] 2013/2014 2014/2015 2015/2016* ∆ L 35 35 35 0 MI 12 12 12 0 ME 109 108 119 11 D** 102 94 79 -15 Total 258 249 245 -4 * dados a 31 de dezembro de 2015; ** valores atualizados (cf. Relatório de Gestão e Contas 2014). Quanto aos cursos não conferentes de grau, registou-se a seguinte evolução entre os anos letivos 2013/2014 e 2014/2015:  o número de pós-graduações e cursos de especialização diminuiu de 20 para 15;  observou-se um acréscimo significativo – de 46 para 74 – nos restantes cursos não conferentes de grau (cursos de formação: ano zero, cursos de ensino a distância, cursos de formação, cursos de português para estrangeiros ou cursos realizados por delegação em entidades subsidiárias de direito privado). Sendo os cursos não conferentes de grau cursos de curta duração, alguns dos quais decorrendo apenas no segundo semestre, não é ainda possível analisar a evolução para o corrente ano letivo. Em relação ao ensino a distância, no ano letivo 2014/2015, foram ministrados 19 cursos, com o envolvimento de 7 faculdades e a participação de 233 formandos, com uma taxa de sucesso de 83,3%. Importa destacar, neste âmbito, a parceria estabelecida entre a Universidade de Coimbra e a Universidade Aberta. As duas Universidades assinaram um acordo de consórcio para o ensino a distância, com o objetivo de dar resposta aos desafios colocados ao ensino superior pelas novas tecnologias de comunicação e criar uma oferta de referência de ensino a distância em língua portuguesa no mundo, sem exclusão de outras línguas, em todas as áreas do conhecimento. Esta parceria possibilita a existência de oferta relevante a distância, nomeadamente ao nível de ciclos de estudos (cursos conferentes de grau). Observando os dados relativos a colocações, conclui-se que se registou um aumento de 7,4% no número de colocados na Universidade de Coimbra na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior (licenciatura e mestrado integrado) de 2015, invertendo a tendência que se registava desde 2010. A UC registou uma taxa de ocupação de 94,7% na 1.ª fase (3.021 colocados em 3.189 vagas), assistindo-se a um crescimento de 7 p.p. face ao ano de 2014, posicionando-se em 5.º lugar no conjunto das universidades públicas nacionais (posição partilhada com a Universidade do Minho). Realça-se ainda que, em 2015, a UC foi a 4.ª universidade escolhida como 1.ª opção, recebendo a preferência de 10% (3.452) do total dos candidatos às universidades públicas, o que representa um acréscimo de 1 p.p. face ao valor registado em 2014. Vagas e candidatos colocados na 1.ª fase do concurso nacional de acesso [gráfico 3] Dados: Direção Geral do Ensino Superior 3.189 3.189 3.189 3.189 3.189 3.099 2.963 2.836 2.813 3.021 1.769 1.553 1.725 1.475 1.526 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 2015/2016 Vagas Colocados na 1.ª fase Colocados em 1.ª opção
  • 29. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 27 Após a 3.ª fase do concurso nacional de acesso, registou-se uma taxa de ocupação de vagas de 96,9% (3.091 em 3.189), observando-se uma evolução de 4 p.p. face ao ano anterior, sendo a UC a 5.ª universidade com a taxa mais elevada (em situação de igualdade com a Universidade do Minho). Analisando as admissões através de outras formas de acesso ao ensino superior, conclui-se que no ano letivo 2015/2016 se verificou um decréscimo de 8% comparativamente ao ano letivo anterior, essencialmente justificado pela diminuição de admissões por via de transferência e mudança de curso. Estudantes de licenciatura e mestrado integrado admitidos através de outras formas de acesso [quadro 5] 2013/2014 2014/2015*** 2015/2016 Concursos especiais* Acesso a Medicina por titulares de grau de licenciado 38 28 29 Maiores de 23 anos 69 53 39 Titulares de Cursos Superiores, Médios e Diplomas de Especialização Tecnológica 92 98 111 Regimes especiais Missão Diplomática Portuguesa no Estrangeiro; Portugueses Bolseiros no Estrangeiro ou Funcionários Públicos em Missão Oficial no Estrangeiro; Oficiais das Forças Armadas Portuguesas; Bolseiros dos PALOP; Missão Diplomática Estrangeira Acreditada em Portugal; Praticantes Desportivos de Alto Rendimento; Naturais de Timor-Leste. 17 36 43 Regimes de mudança, transferência e reingresso Mudança de curso 199 206 138 Reingresso 478 516 562 Transferência 148 130 68 Outros Licenciados Pré-Bolonha (acesso ao grau de mestre)** 49 34 31 Licenciados Bolonha (acesso ao 4.º ano de MI) 16 21 8 Protocolo dos Açores (ingresso no 4.º ano no MI Medicina) 35 35 37 Total 1.141 1.157 1.066 * o acesso através do EEI é analisado no capítulo da Sustentabilidade - área de internacionalização ** os dados são referentes apenas a mestrados integrados *** valores atualizados em relação ao Relatório de Gestão e Contas 2014 O número de estudantes inscritos em regime normal (exclui estudantes em mobilidade incoming) registou um decréscimo de 2,8% entre os anos letivos 2013/2014 e 2014/2015, não considerando os cursos de formação não conferentes de grau e disciplinas isoladas. No entanto, os ciclos de estudos de mestrado e de doutoramento registaram uma evolução de sinal contrário, com um ligeiro acréscimo. Em termos globais, continua a verificar-se uma tendência geral de redução no ano letivo 2015/2016, embora os dados deste ano letivo reportem a 31 de dezembro sendo, portanto, dados provisórios. Realça-se que os dados dos anos letivos 2014/2015 e 2015/2016 já incluem os estudantes inscritos ao abrigo do EEI (analisado em detalhe no ponto 2.4). Já nos cursos não conferentes de grau (ano zero, cursos de ensino a distância, cursos de formação, cursos de português para estrangeiros ou cursos realizados por delegação em entidades subsidiárias de direito privado) registou-se um acréscimo substancial no ano letivo 2014/2015, em parte justificado pelo registo de dados antes não constantes no sistema de informação Nonio. Uma vez que os dados de 2015/2016 destes cursos espelhados no quadro representam apenas informação do 1.º semestre, não se procede à sua análise comparativa com os dados finais do ano letivo 2014/2015.
  • 30. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 28 Estudantes inscritos, por tipologia de ciclos de estudos e de curso [quadro 6] 2013/2014 2014/2015 Δ 2015/2016* Δ L 9.029 8.520 -509 8.450 -70 MI 7.114 6.976 -138 6.845 -131 ME 3.778 3.800 22 3.533 -267 D 2.539 2.576 37 2.216 -360 PG/E 281 242 -39 216 -26 subtotal 22.741 22.114 -627 21.260 -854 OCNCG 1.328 2.703 1.375 1.382 DI 848 1.059 211 694 Total 24.917 25.876 959 23.336 * dados a 31 de dezembro de 2015 Iniciando a sua formação, cabe à Universidade proporcionar aos estudantes as melhores condições de aprendizagem, uma preparação sólida e integral e percursos académicos de sucesso. E para analisar o percurso académico dos estudantes, há dois indicadores indispensáveis:  no ano letivo 2014/2015, a taxa de sucesso escolar (sucesso nas avaliações) ascendeu a 85,5%, valor idêntico ao ano letivo anterior, com o valor mais elevado a registar-se no 3.º ciclo (94,6%);  quanto à taxa de abandono escolar efetivo (% de estudantes que tendo o curso incompleto não se voltaram a inscrever na UC), ascendeu a 11,7%, com valores próximos de 10% no 1.º e 2.º ciclos e um valor mais elevado no 3.º ciclo (19,35%) No que respeita ao número de diplomados, verificou-se um decréscimo no ano letivo 2014/2015, com a maior diminuição a verificar-se ao nível dos mestrados e das licenciaturas. Pelo contrário, os diplomados nos graus de mestrado integrado e de doutoramento registaram aumentos. Estudantes diplomados, por tipologia de ciclos de estudos e de curso [quadro 7] 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Δ L 1.678 1.744* 1.538 -140 MI 990 965 1.048 58 ME 1.338 1.188 1.138 -200 D 283 258 310 27 PG/E 183 175 120 -63 Total 4.472 4.330 4.154 -318 * valor atualizado (cf. Relatório de Gestão e Contas 2014) Analisando os resultados do último relatório de empregabilidade, respeitante ao inquérito a diplomados no ano letivo 2012/2013 (com uma taxa média de resposta de 42%), e considerando os diversos ciclos de estudos, apurou-se que 47,1% dos diplomados estavam empregados, 29,3% dos diplomados prosseguiram os seus estudos e 23,6% estavam desempregados. Taxa de empregabilidade - ano letivo 2012/2013, por ciclos de estudos [gráfico 4] A UC procura contribuir ativamente para a inserção dos seus estudantes no mercado de trabalho e, em 2015, realizou mais uma edição da "Feira de Emprego UC", que decorreu em abril, com a participação de 60 empresas e instituições, mais do que duplicando o valor do ano anterior. Mais de 2000 estudantes e diplomados visitaram os espaços deste evento e/ou participaram nos workshops, nas conferências e nas sessões de recrutamento. Decorreu ainda a IV.ª Semana da Carreira da UC, iniciativa desenvolvida em cada uma das faculdades, visando o desenvolvimento das competências profissionais dos estudantes, com o objetivo de 47,1% 26,9% 77,1% 63,3% 29,3% 49,7% 5,2% 8,6% 23,6% 23,4% 17,7% 28,1% Global UC L MI ME Empregados Prosseguiram os estudos Desempregados
  • 31. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 29 facilitar a sua transição para o mercado de trabalho, nomeadamente no processo de procura de emprego e de manutenção de uma carreira. Importa ainda destacar a criação Centro Académico Clínico de Coimbra, num consórcio entre a Universidade de Coimbra e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, com o objetivo de reforçar sinergias entre as duas entidades e permitir criar estruturas flexíveis e integradas de ensino, investigação, inovação e assistência médica, tipicamente representadas pelos centros académicos clínicos. O consórcio tem por missão o desenvolvimento e a aplicação do conhecimento e da evidência científica na prestação de cuidados de saúde e de excelência altamente diferenciados. O CHUC-UC integra, desde outubro, a M8 Alliance, uma associação mundial que se dedica à saúde a nível global, com origem no G8. Integra centros académicos de medicina, universidades e academias nacionais e é a única rede mundial colaborativa de instituições académicas de ensino, investigação de excelência e assistência de alta qualidade. O acesso e integração neste fórum, constituído pelos mais evoluídos países do mundo ligados ao G8, coloca o país, através de Coimbra, no centro das políticas globais que envolvem a saúde, a investigação e o ensino. Para terminar o ponto dedicado ao ensino, a UC atribuiu dois doutoramentos honoris causa em 2015. O primeiro, em janeiro, a José Murillo de Carvalho (Letras), um nome incontornável na história do Brasil, assentando esta distinção não só no grande valor da sua obra científica, mas também na sua contribuição na área da cidadania. Em abril, o segundo, a Dominique Franco (Medicina), como forma de reconhecer um dos mais eminentes cirurgiões contemporâneos, detentor de um currículo extraordinariamente rico em termos científicos, profissionais e académicos. 2.3. COMUNIDADE A Universidade de Coimbra tem o dever de contribuir ativa e decisivamente para o desenvolvimento, progresso e bem-estar da sociedade, através da sua intervenção nas áreas da inovação, do empreendedorismo, da cooperação, através de redes e parcerias, do património, da cultura, do turismo, do desporto, da interação com a comunidade local e da ligação com os seus antigos estudantes. A transferência de conhecimento resultante da investigação desenvolvida na UC, criando valor, assume particular importância para uma Universidade Global, destacando-se aspetos como a inovação e a gestão da propriedade intelectual. O portefólio de patentes, considerando as patentes ativas, ascendia a 130 no final de 2015, sendo 43 nacionais e 87 internacionais. A evolução positiva deste indicador registada nos últimos anos é reflexo dos esforços desenvolvidos para a proteção da propriedade intelectual. Patentes ativas [figura 5] Nota: valores acumulados A este nível, destacam-se ainda as 28 comunicações de invenção submetidas ao longo do ano, representando um acréscimo de 40% face a 2014. A Universidade de Coimbra estabelece como prioridade a promoção da criação de novas empresas (spin-offs e start-ups), designadamente através das contribuições do Instituto Pedro Nunes e do Biocant – aspeto a desenvolver no âmbito do Relatório de Gestão e Contas Consolidado. Também como estímulo à criação de empresas, a UC promove o Curso de Empreendedorismo de Base Tecnológica, que na sua última edição registou um decréscimo de participantes em cerca de 12,9%, mantendo, no entanto, o número de planos de negócios elaborados. Curso de Empreendedorismo de Base Tecnológica [quadro 8] 2011 2012 2013 2014 2015 Participantes 48 58 92 101 88 Unidades de I&D envolvidas 9 6 5 5 5 Empresas/empresários envolvidos (mentores) 13 11 12 12 10 Planos de negócio elaborados 9 6 5 5 5 Considerando os cursos de empreendedorismo de base não tecnológica, o acréscimo foi de 40,4%, passando de 89 formandos em 2014 para 125 no ano de 2015. 60 79 99 116 130 2011 2012 2013 2014 2015
  • 32. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 30 Comprovando a importância do empreendedorismo para a Universidade de Coimbra, o programa estratégico Inov C, liderado pela UC, venceu a fase Nacional dos Prémios Europeus de Promoção Empresarial 2015 (European Enterprise Promotion Awards), na categoria “Promoção do Espírito de Empreendedorismo”. Foi também premiado o Acertar o Rumo, um programa de requalificação profissional promovido pela UC e pela iTGROW, com o apoio do Instituto de Emprego e Formação Profissional, obtendo o 2.º Prémio Nacional na categoria “Investimento nas Competências Empreendedoras”. No âmbito das redes e parcerias deste eixo de atuação da UC, destaca-se a RedEmprendia, rede de universidades que promove a inovação e o empreendedorismo responsáveis, ou seja, com compromisso pelo crescimento económico, respeito pelo meio ambiente e melhoria da qualidade de vida das pessoas em relação às suas Universidades, tendo como referência as mais destacadas do espaço ibero- -americano. A UC continua a reforçar a sua colaboração com a indústria, com o objetivo de promover ativamente o desenvolvimento regional e nacional, contribuindo para o posicionamento da Região Centro como uma das mais inovadoras da Europa. Neste contexto, a UC foi considerada a universidade portuguesa que produz mais publicações científicas em conjunto com parceiros da indústria, de acordo com o ranking universitário internacional Leiden. A UC tem apostado no seu notável património material e imaterial, tendo-se comemorado em junho de 2015 dois anos da inscrição da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia na lista da UNESCO enquanto Património Mundial da Humanidade. O aniversário, que arrancou com um debate no Museu Académico sobre a temática do património mundial, foi assinalado com performances da canção de Coimbra, havendo ainda espaço para destacar o património imaterial das repúblicas estudantis. Dada a importância das redes e parcerias – também ao nível do património –, em setembro, a Universidade de Coimbra assinou um acordo para estreitar a cooperação entre as universidades distinguidas como Património Mundial da Humanidade, pela UNESCO – a “Declaração do México sobre proteção, conservação e difusão do património, das coleções e dos museus universitários”. De referir que a UC integra a lista das cinco universidades a nível mundial distinguidas pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade, juntamente com as universidades da Virgínia, de Alcalá, a Central da Venezuela e a Nacional Autónoma do México. Em 2015, a Biblioteca Geral da UC foi reconhecida como Marca do Património Europeu (European Heritage Label), sendo a primeira biblioteca universitária com esta distinção, confirmando-a como uma biblioteca de projeção europeia. Esta aposta no património tem tido reflexo também ao nível das infraestruturas, com a UC a realizar em 2015 algumas intervenções de destaque:  no Paço das Escolas, reabilitação da Porta Férrea e de todas as caixilharias da fachada norte e poente;  início dos trabalhos de recuperação da Capela de São Miguel;  início da reabilitação do Jardim Botânico da UC, com criação de percurso pedonal para ligar a Baixa à Alta de Coimbra;  recuperação do Teatro Académico de Gil Vicente;  intervenção no Colégio da Trindade. O reconhecimento pela UNESCO foi determinante para a atividade turística, continuando a registar-se uma tendência claramente positiva, com mais de 351.918 visitantes ao circuito turístico – o que representa um acréscimo, face ao ano anterior, de 20% –, com um consequente aumento de receita gerada por esta via. Visitantes aos espaços turísticos [gráfico 5] Neste âmbito foram desenvolvidos novos programas, proporcionando formas diferentes de sentir a UC:  programa de visitas guiadas noturnas, aos sábados durante o verão;  atividades dirigidas a crianças dos 6 aos 12 anos, como “Dormir no Palácio”, “Reis no Paço” ou “Aprender com as Infantas”; 206.727 206.457 245.690 293.132 351.918 2011 2012 2013 2014 2015
  • 33. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 31  programa “A Família Abraça a UC”;  iniciativa 7 séculos, 7 personalidades, 7 histórias;  programa dedicado ao Dia Internacional dos Museus e à Noite dos Museus, no âmbito de Coimbra - Rede de Museus;  exposições como a do espólio do antigo Museu de Arte Sacra da UC ou a de esculturas de pedra de Ançã;  mostras e concursos de fotografia;  criação de bilhete conjunto com o Portugal dos Pequenitos. Alguns destes programas decorreram no âmbito das comemorações dos 725 anos da Universidade de Coimbra, celebrados em 2015, que contribuíram para reforçar a oferta cultural e artística na cidade. O ano ficou assim marcado por um vasto conjunto de iniciativas, sob o tema UC 725 anos: Tempo de Encontro(s), assinalando o “encontro quase paradoxal entre o velho e o novo, o antigo e o futuro”, e sendo a UC uma universidade global, entende que “o tempo de encontros com os olhos no futuro corresponde ao cumprimento pleno da missão de ajudar uma cultura e um país a afirmarem-se e a consolidarem-se.” No total, as comemorações dos 725 anos, que incluíram a edição de 2015 da Semana Cultural (a 17.ª), contaram com 254 iniciativas, incluindo espetáculos, exposições, oficinas, conferências e debates, nas quais participaram mais de 50.000 pessoas, representando um substancial acréscimo face aos cerca de 16.000 participantes nas 119 iniciativas desenvolvidas no âmbito da 16.ª Semana Cultural, realizada em 2014. Destaca-se a realização do espetáculo de video mapping UC - Uma História de Luz no Paço das Escolas, com uma assistência de aproximadamente 30 mil pessoas e o Congresso Internacional da Língua Portuguesa: Uma Língua de Futuro, que encerrou as comemorações dos 725 anos. Eventos culturais e audiência [quadro 9] iniciativas público UC 725 anos / 17.ª S. Cultural 254 50.731 Ano Zero - Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra 33 163.639 Durante o mês de novembro decorreu a Anozero: Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, uma iniciativa proposta pelo Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, organizada em parceria com a Câmara Municipal de Coimbra e a Universidade de Coimbra, que teve como objetivo primordial promover uma reflexão sobre a classificação da UC, Alta e Sofia como Património Mundial da Humanidade. O prémio Universidade de Coimbra, atribuído, desde 2004, a uma personalidade de nacionalidade portuguesa que se tenha destacado por uma intervenção particularmente relevante e inovadora nas áreas da cultura ou da ciência, distinguiu em 2015 o jornalista, crítico gastronómico e autor José Quitério. Em termos de infraestruturas culturais da Universidade, o Teatro Académico de Gil Vicente regista o maior número de utilizadores. Em 2015, as audiências de espetáculos tiveram contudo um decréscimo de 10% face ao ano anterior, dado o encerramento da sala, durante 3 meses, para obras de requalificação. Já o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra registou um acréscimo de 10,4% no número de visitantes, recuperando da diminuição registada no ano anterior. Utilizadores de infraestruturas de atividades culturais [quadro 10] 2013 2014 2015 Auditório da Reitoria 15.215 12.343 15.184 MCUC 20.303 19.978 22.060 Palácio de São Marcos 2.807 2.419 3.728 TAGV 51.665 67.327 60.571 Relativamente à prática desportiva, cabe ao Estádio Universitário a missão de proporcionar o exercício de atividades físicas, prioritariamente, à comunidade universitária, e também à comunidade em geral, quer pela disponibilização de instalações quer pela organização de atividades desportivas, de recreio e lazer. Em 2015, registou quase 190.000 utilizações, o que representa uma redução de 6,3% (sem contabilizar os utilizadores da FCDEF, da Escola Secundária Jaime Cortesão e das áreas livres/informais, abertas à comunidade em geral). Esta diferença resulta do encerramento de estruturas objeto de obras de conservação e reabilitação, no âmbito da intervenção em curso no Estádio, com vista à melhoria das condições para a prática desportiva tendo em conta o acolhimento dos Jogos Europeus Universitários 2018.
  • 34. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 32 Neste âmbito, decorreu em novembro a cerimónia de assinatura do protocolo de colaboração para organização e condução dos Jogos, entre a UC, a CMC, a AAC e a FADU. A UC recebeu ainda a visita, do presidente da European University Sports Association, para ver como decorrem os preparativos. Realça-se que, do total de utilizadores contabilizados das instalações do EU, 93,8% são praticantes das secções desportivas da Associação Académica de Coimbra. Utilizadores de instalações desportivas [quadro 11] 2013 2014 2015 Estádio Universitário 235.579 202.624 189.846 A Rede UC é exemplo de uma rede de sucesso, nascida no seio da Universidade, pretendendo prosseguir-se com a aproximação aos antigos estudantes, reconhecendo-os como verdadeiros embaixadores da UC em Portugal e no mundo e contribuindo decisivamente para a atração de novos estudantes, nacionais e internacionais. No final de 2015, a Rede UC apresentava um total acumulado de 30.819 adesões. Adesões à Rede UC [quadro 12] 2011 2012 2013 2014 2015 25.714 26.066 27.598 29.301 30.819 Nota: valores acumulados A concluir, no que respeita ao relacionamento com a comunidade local, mantém-se o dinamismo nas parcerias entre a UC e os agentes da cidade e da região, com destaque para a CMC. É disto exemplo a coorganização dos Jogos Europeus Universitários de 2018 e a decisiva intervenção da CMC na questão da futura utilização das anteriores instalações do Hospital Pediátrico. Há ainda a realçar a atribuição da Medalha de Ouro da Cidade à Universidade de Coimbra, pela CMC, por unanimidade, em sessão solene comemorativa do Dia da Cidade (4 de julho).
  • 35.
  • 37. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 35 3. SUSTENT ABILIDADE A Universidade de Coimbra pretende afirmar-se como uma universidade global. Para tal, deve adotar uma perspetiva de gestão sustentável das suas atividades e dos seus recursos, na qual deve basear toda a sua atuação, permitindo-lhe responder com eficiência e eficácia às necessidades do presente para, desta forma, assegurar o seu futuro. Neste capítulo, pretende-se evidenciar algumas das atividades desenvolvidas em 2015 no âmbito das diferentes áreas de sustentabilidade, tal como definidas no Plano Estratégico 2015-2019. 3.1. INTERNACIONALIZAÇÃO No ano letivo 2014/2015, 9,4% dos estudantes inscritos em cursos conferentes de grau e em pós- -graduação/especialização – excluindo estudantes em mobilidade incoming –, eram de nacionalidade estrangeira. Para o ano letivo 2015/2016, e considerando os dados a 31 de dezembro, a percentagem mantém-se idêntica, sendo a grande maioria destes estudantes provenientes dos países da CPLP (80,4%), com destaque para o Brasil. Estudantes de nacionalidade estrangeira, excluindo mobilidade incoming [quadro 13] 2013/2014 2014/2015 2015/2016* 2.105 2.082 1.963 * dados a 31 de dezembro de 2015 Quando analisamos o total de estudantes de nacionalidade estrangeira considerando a mobilidade incoming, o número ascende a 3.486 (2014/2015), representando 14,80% do total de estudantes em cursos conferentes de grau e em pós- -graduação/especialização (com mobilidade incoming). Os dados do quadro anterior incluem, a partir do ano letivo 2014/2015, os estudantes inscritos ao abrigo do EEI, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 36/2014, de 10 de março. Nesse ano letivo, e após a criação do “Regulamento do concurso especial de acesso e ingresso do estudante internacional” pela UC, foi aplicado pela primeira vez este regime. No final do ano letivo 2014/2015, a UC registava 135 estudantes ativos ao abrigo do EEI. Relativamente à distribuição dos estudantes inscritos ao abrigo do EEI, por tipo de ciclo, a maioria estava inscrita em licenciatura. Estudantes internacionais, por tipo de ciclo, no ano letivo 2014/2015 [gráfico 6] Analisando em detalhe a distribuição dos estudantes internacionais, verifica-se que a FCTUC acolhe o maior número de estudantes, com 34,1% do total de inscritos, seguindo-se a FEUC com 23,7%. No extremo oposto, surgem a FPCEUC, a FMUC e a FFUC com menos de 2% cada. Estudantes internacionais, por faculdade, no ano letivo 2014/2015 [quadro 14] 2014/2015 FLUC 28 FDUC 25 FMUC 1 FCTUC 46 FFUC 1 FEUC 32 FPCEUC 2 Total 135 Considerando o país de origem, 83% (112) dos estudantes inscritos na UC ao abrigo do EEI são provenientes do Brasil, sendo este o país com maior expressão, destacando-se fortemente de todos os outros. Estudantes internacionais, por país de origem, no ano letivo 2014/2015 [figura 6] 57%25% 18% L MI ME Angola 7% Brasil 83% Chile 1% China 2% Moçambique 3% Síria 3% São Tomé e Príncipe 1%
  • 38. UNIVERSIDADE DE COIMBRA 36 No presente ano letivo, de 2015/2016, encontravam- -se inscritos, a 31 de dezembro, 222 estudantes pelo EEI, nos mesmos ciclos de estudos – licenciatura, mestrado integrado e mestrado de continuidade. A estes acrescem 195 estudantes em mestrados de especialização avançada e de formação ao longo da vida e em doutoramentos. Estudantes internacionais, por regime de acesso, no ano letivo 2015/2016 [quadro 15] EEI Reing. Transf. Mudança de curso Total L 115 1 7 3 126 MI 72 1 0 0 73 ME 23 0 0 0 23 Total 210 2 7 3 222 Os números anteriores não refletem os inscritos no Ano Zero, curso não conferente de grau, preparatório, dirigido a futuros estudantes, que lhes permite iniciar o seu curso com níveis de conhecimentos e de fluência da língua apropriados. Estabelece-se assim a ponte entre os conhecimentos de origem dos estudantes, tão diversos como os sistemas de ensino de onde provêm, e os requisitos de entrada dos cursos da UC. No ano letivo 2014/2015, registaram-se 28 estudantes neste curso, provenientes de Angola. O Dia da Internacionalização da Universidade de Coimbra foi dedicado ao tema “A Gateway to Life- -Changing Opportunities”, com o objetivo de incentivar a mobilidade dos estudantes, uma vez que, apesar de se manter um crescimento do número de estudantes que participam em programas de mobilidade, a mobilidade incoming ainda é muito superior à dos estudantes portugueses que vão fazer uma parte do seu plano de estudos fora do país. Quanto à mobilidade incoming, registou-se um acréscimo de 3,8% face ao ano letivo anterior, tendo 58,2% dos estudantes vindo para a UC através do programa ERASMUS. Estudantes candidatos e efetivos em programas de mobilidade incoming [gráfico 7] A maioria dos estudantes incoming é proveniente da Europa (59,1%) e da América (39,5%), destacando- -se, em termos de países, o Brasil, de onde são naturais 36,5% dos estudantes. De seguida, estes estudantes são maioritariamente provenientes de Itália (14,8%) e de Espanha (14,7%). O número de estudantes que frequentaram programas de mobilidade outgoing aumentou 29,7% no último ano letivo. De entre estes programas, destaca-se o ERASMUS, com 87,9% do total de estudantes outgoing. Neste programa, o maior número de estudantes escolhe Espanha (19,3%), Itália (18,1%), República Checa (9,3%), Polónia (8,8%) e França (7,8%) como destino. Estudantes candidatos e efetivos em programas de mobilidade outgoing [gráfico 8] Resultado da forte aposta da UC na internacionalização, foram promovidos, no ano letivo 2014/2015, 1.515 acordos de cooperação no âmbito do Programa ERASMUS Aprendizagem ao Longo da Vida, representando um acréscimo de 75,8% relativamente ao ano letivo anterior. Do total, 54,5% foram estabelecidos com instituições de Espanha, Itália e Alemanha. 1.677 2.124 2.089 1.666 1.942 1.202 1.401 1.679 1.384 1.436 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Estudantes candidatos a programas de mobilidade Estudantes em programas de mobilidade 794 951 1.145 1.419 1.572 518 533 599 549 712 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Estudantes candidatos a programas de mobilidade Estudantes em programas de mobilidade
  • 39. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015 37 No que diz respeito ao pessoal docente e investigador, registaram-se 242 situações de mobilidade incoming e 112 docentes em missões de ensino ERASMUS (outgoing), mantendo-se a tendência de crescimento (mais 23,1% em relação ao ano letivo 2013/2014), com Espanha (34,8%), Itália (22,3%) e França (17%) como principais destinos. Quanto às áreas de estudo das missões destacam-se as ciências sociais e do comportamento (13,4%) e a arquitetura e construção (12,5%). Docentes candidatos e efetivos a programas de mobilidade outgoing [gráfico 9] O Welcome Centre for Visiting Researchers é um serviço da Universidade de Coimbra especialmente vocacionado para receber e acompanhar investigadores visitantes. No ano de 2015, foram registados 231 visitantes. Visitantes registados no Welcome Centre for Visiting Researchers [gráfico 10] Em termos de cooperação internacional, a UC mantém a sua participação em pelo menos 17 redes mundiais de universidades, com destaque para o Coimbra Group, o Grupo de Coimbra de Universidades Brasileiras, a AULP-Associação de Universidades de Língua Portuguesa e a EUA-European University Association. Sendo a UC uma referência para a difusão da língua e da cultura portuguesas, é fundamental destacar o contínuo aumento de procura da aprendizagem de português como língua não nativa. Os cursos de português para estrangeiros, nas suas diversas modalidades – curso anual, cursos intensivos, curso intensivo ERASMUS, curso de férias ou curso Kyoto – registaram um acréscimo de 7% em 2014/2015 no número de inscritos (totalizando 732 inscritos), refletindo o interesse crescente da aprendizagem de português no mundo, e, em particular, a procura pelos estudantes que não dominam a língua portuguesa. 3.2. CIDADANIA E INCLUSÃO A área de cidadania e inclusão será mais desenvolvida no Relatório de Gestão e Contas Consolidado, com a inclusão da área da ação social, na esfera dos Serviços de Ação Social. Perante a crise humanitária gerada pelo imenso afluxo de refugiados à Europa, a Universidade de Coimbra não poderia deixar de dar o seu contributo no sentido de responder a tão grande desafio. O acolhimento de estudantes refugiados insere-se na matriz identitária da UC e no lema de Universidade Global. A UC oferece a frequência, na qualidade de estudante internacional, a jovens de famílias de refugiados a quem o Governo português haja reconhecido este estatuto. Neste âmbito, decorreu em dezembro uma sessão de boas vindas aos primeiros estudantes internacionais com estatuto de refugiado, provenientes da Síria e do Sudão, que iniciaram as suas aulas de português na UC. Para além de mobilizar os mecanismos necessários ao suporte financeiro dos custos académicos, a UC compromete-se a promover o acolhimento e integração deste(a)s jovens, mobilizando para tanto as muitas e diversas vertentes – académica, social, cultural – das suas estruturas de apoio. A UC articula os seus esforços com entidades estrategicamente vocacionadas para o apoio em causa, como sejam, antes de mais, o Conselho Português para os Refugiados, a Plataforma de Apoio aos Refugiados, a Câmara Municipal de Coimbra, a Associação Académica de Coimbra, a Fundação Assistência, Desenvolvimento e Formação Profissional de Miranda do Corvo, além de continuar a cooperação já existente com a Global Platform for Syrian Students, uma iniciativa do Presidente Jorge 137 140 101 146 153 76 73 79 91 112 2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 Docentes candidatos a programas de mobilidade Docentes em missões de ensino ERASMUS 59 67 95 10 Investigação Pós-Doutoramento Doutoramento Professor Visitante