Este relatório apresenta os principais resultados da Universidade de Coimbra em 2015, incluindo suas missões de ensino, pesquisa e comunidade, sua sustentabilidade e recursos econômicos e humanos. O relatório fornece informações sobre desempenho acadêmico, internacionalização, atividades culturais e esportivas, além de demonstrar as contas e finanças da Universidade.
7. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
5
ÍNDICE DE FIGURAS
FIGURA 1: QUADRO DE REFERÊNCIA ESTRATÉGICA 2015-2019.....................................................................................................................15
FIGURA 2: ORGANOGRAMA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA..........................................................................................................................16
FIGURA 3: BOLSEIROS DE INVESTIGAÇÃO...........................................................................................................................................................24
FIGURA 4: PARTICIPANTES NA UNIVERSIDADE DE VERÃO.................................................................................................................................25
FIGURA 5: PATENTES ATIVAS................................................................................................................................................................................29
FIGURA 6: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR PAÍS DE ORIGEM, NO ANO LETIVO 2014/2015................................................................35
FIGURA 7: TOTAL DE TRABALHADORES, POR GRUPO DE PESSOAL E GÉNERO ..............................................................................................43
FIGURA 8: DISTRIBUIÇÃO DO PESSOAL TÉCNICO, POR CARREIRA / CARGO...................................................................................................44
ÍNDICE DE QUADROS
QUADRO 1: PLANO ESTRATÉGICO UC 2015-2019 EM NÚMEROS ..................................................................................................................15
QUADRO 2: AVALIAÇÃO DOS CENTROS E UNIDADES DE I&D INTEGRADOS (2013)....................................................................................24
QUADRO 3: UNIDADES INTEGRADAS E PROJETOS DE I&D COM EXECUÇÃO FINANCEIRA ...........................................................................24
QUADRO 4: CICLOS DE ESTUDOS COM ESTUDANTES INSCRITOS ...................................................................................................................26
QUADRO 5: ESTUDANTES DE LICENCIATURA E MESTRADO INTEGRADO ADMITIDOS ATRAVÉS DE OUTRAS FORMAS DE ACESSO ..........27
QUADRO 6: ESTUDANTES INSCRITOS, POR TIPOLOGIA DE CICLOS DE ESTUDOS E DE CURSO ....................................................................28
QUADRO 7: ESTUDANTES DIPLOMADOS, POR TIPOLOGIA DE CICLOS DE ESTUDOS E DE CURSO ...............................................................28
QUADRO 8: CURSO DE EMPREENDEDORISMO DE BASE TECNOLÓGICA .........................................................................................................29
QUADRO 9: EVENTOS CULTURAIS E AUDIÊNCIA ...............................................................................................................................................31
QUADRO 10: UTILIZADORES DE INFRAESTRUTURAS DE ATIVIDADES CULTURAIS..........................................................................................31
QUADRO 11: UTILIZADORES DE INSTALAÇÕES DESPORTIVAS.........................................................................................................................32
QUADRO 12: ADESÕES À REDE UC .....................................................................................................................................................................32
QUADRO 13: ESTUDANTES DE NACIONALIDADE ESTRANGEIRA, EXCLUINDO MOBILIDADE INCOMING......................................................35
QUADRO 14: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR FACULDADE, NO ANO LETIVO 2014/2015 ...............................................................35
QUADRO 15: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR REGIME DE ACESSO, NO ANO LETIVO 2015/2016 ...................................................36
QUADRO 16: POSIÇÃO DA UC NOS PRINCIPAIS RANKINGS UNIVERSITÁRIOS INTERNACIONAIS ...................................................................38
QUADRO 17: DISTRIBUIÇÃO DOS DOCENTES E INVESTIGADORES POR UO ...................................................................................................43
QUADRO 18: DISTRIBUIÇÃO DOS DOCENTES E INVESTIGADORES POR CATEGORIA ....................................................................................43
QUADRO 19: MOVIMENTOS DE PESSOAL - ADMISSÕES/SAÍDAS........................................................................................................................44
QUADRO 20: MOVIMENTOS DE PESSOAL - MOTIVO DAS SAÍDAS.....................................................................................................................45
QUADRO 21: FORMAÇÃO PROFISSIONAL DO PESSOAL TÉCNICO...................................................................................................................45
QUADRO 22: PRINCIPAIS INDICADORES ORÇAMENTAIS ..................................................................................................................................49
QUADRO 23: EXECUÇÃO DA RECEITA POR TIPO DE RECEITA .........................................................................................................................50
QUADRO 24: EXECUÇÃO DA RECEITA POR TIPO DE ORÇAMENTO................................................................................................................50
QUADRO 25: EXECUÇÃO DA RECEITA POR ORIGEM DE FUNDOS...................................................................................................................51
QUADRO 26: EXECUÇÃO DA DESPESA POR TIPO DE DESPESA.........................................................................................................................51
QUADRO 27: EXECUÇÃO DA DESPESA POR TIPO DE ORÇAMENTO................................................................................................................52
QUADRO 28: EXECUÇÃO DA DESPESA POR ORIGEM DE FUNDOS...................................................................................................................52
QUADRO 29: EXECUÇÃO E SALDO ORÇAMENTAL POR TIPO DE ORÇAMENTO ............................................................................................53
QUADRO 30: DEMONSTRAÇÃO DO SALDO ORÇAMENTAL POR TIPO DE ORÇAMENTO..............................................................................53
QUADRO 31: PRINCIPAIS INDICADORES ECONÓMICOS E FINANCEIROS........................................................................................................53
QUADRO 32: ESTRUTURA DO ATIVO .................................................................................................................................................................54
QUADRO 33: ESTRUTURA DOS FUNDOS PRÓPRIOS E PASSIVO ........................................................................................................................55
QUADRO 34: BALANÇO FUNCIONAL.................................................................................................................................................................56
QUADRO 35: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS PROVEITOS E GANHOS.............................................................................................................57
QUADRO 36: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS PROVEITOS OPERACIONAIS.....................................................................................................59
QUADRO 37: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS CUSTOS E PERDAS ....................................................................................................................60
QUADRO 38: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS FORNECIMENTOS E SERVIÇOS EXTERNOS..............................................................................62
QUADRO 39: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DOS CUSTOS COM PESSOAL ............................................................................................................63
QUADRO 40: ESTRUTURA E EVOLUÇÃO DAS TRANSFERÊNCIAS CONCEDIDAS .............................................................................................63
QUADRO 41: DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS SINTÉTICA ..........................................................................................................................64
QUADRO 42: KPI ECONÓMICO-FINANCEIROS ..................................................................................................................................................64
8. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
6
ÍNDICE DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1: PUBLICAÇÕES NA WEB OF SCIENCE .................................................................................................................................................23
GRÁFICO 2: CAPTAÇÃO DOS 25% MELHORES CANDIDATOS AO ENSINO SUPERIOR PELA UC 2013 – 2015............................................25
GRÁFICO 3: VAGAS E CANDIDATOS COLOCADOS NA 1.ª FASE DO CONCURSO NACIONAL DE ACESSO...................................................26
GRÁFICO 4: TAXA DE EMPREGABILIDADE - ANO LETIVO 2012/2013, POR CICLOS DE ESTUDOS................................................................28
GRÁFICO 5: VISITANTES AOS ESPAÇOS TURÍSTICOS ..........................................................................................................................................30
GRÁFICO 6: ESTUDANTES INTERNACIONAIS, POR TIPO DE CICLO, NO ANO LETIVO 2014/2015 ...........................................................35
GRÁFICO 7: ESTUDANTES CANDIDATOS E EFETIVOS EM PROGRAMAS DE MOBILIDADE INCOMING...............................................................36
GRÁFICO 8: ESTUDANTES CANDIDATOS E EFETIVOS EM PROGRAMAS DE MOBILIDADE OUTGOING .............................................................36
GRÁFICO 9: DOCENTES CANDIDATOS E EFETIVOS A PROGRAMAS DE MOBILIDADE OUTGOING....................................................................37
GRÁFICO 10: VISITANTES REGISTADOS NO WELCOME CENTRE FOR VISITING RESEARCHERS ..............................................................................37
GRÁFICO 11: MÉDIA BIENAL DE AAV ....................................................................................................................................................................39
GRÁFICO 12: ESTRUTURA ETÁRIA DOS EFETIVOS ..............................................................................................................................................44
GRÁFICO 13: HABILITAÇÕES LITERÁRIAS DO PESSOAL DOCENTE E INVESTIGADOR......................................................................................45
GRÁFICO 14: HABILITAÇÕES LITERÁRIAS DO PESSOAL TÉCNICO.....................................................................................................................45
GRÁFICO 15: ESTRUTURA PATRIMONIAL............................................................................................................................................................54
GRÁFICO 16: ESTRUTURA FUNCIONAL ..............................................................................................................................................................57
GRÁFICO 17: ESTRUTURA DOS PROVEITOS E GANHOS ....................................................................................................................................58
GRÁFICO 18: ESTRUTURA DOS CUSTOS E PERDAS ............................................................................................................................................61
9. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
7
ACRÓNIMOS E ABREVIATURAS
A3ES – Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior
AAC – Associação Académica de Coimbra
ADSE – Direção Geral de Proteção Social aos Trabalhadores em Funções Públicas
APCER – Associação Portuguesa de Certificação
ARWU – Academic Ranking of World Universities
CGA – Caixa Geral de Aposentações
CHUC – Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra
CHUC-UC – Centro Académico Clínico de Coimbra
CMC – Câmara Municipal de Coimbra
CPLP – Comunidade de Países de Língua Portuguesa
D – Doutoramento
DGO – Direção Geral do Orçamento
DI – Disciplinas isoladas
ECDU – Estatuto da Carreira Docente Universitária
EEI – Estatuto do Estudante Internacional
EfS – Energy for Sustainability
ETI – Equivalente a tempo inteiro
EU – Estádio Universitário
F – Feminino
FADU – Federação Académica do Desporto Universitário
FCDEFUC – Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física da Universidade de Coimbra
FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia
FCTUC – Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra
FDUC – Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
FEUC – Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra
FFUC – Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra
FLUC – Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
FMUC – Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra
FPCEUC – Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra
FSE – Fornecimentos e serviços externos
I&D – Investigação e Desenvolvimento
ICNAS – Instituto de Ciências Nucleares Aplicadas à Saúde
IES – Instituições de ensino superior
III – Instituto de Investigação Interdisciplinar
10. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
8
JBUC – Jardim Botânico da Universidade de Coimbra
L – Licenciatura
M – Masculino
MCUC – Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
ME – Mestrado
MEC – Ministério da Educação e Ciência
MI – Mestrado Integrado
N.º – Número
OCNCG – Outros cursos não conferentes de grau
OE – Orçamento do Estado
PALOP – Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa
PDCA – Plan, Do, Check, Act
PEA.UC – Plano Estratégico e de Ação da Universidade de Coimbra
PG/E – Pós-graduação/Especialização
PO – Programa Operacional
POC-Educação – Plano Oficial de Contabilidade para o Setor de Educação
RG – Receitas gerais
RP – Receitas próprias
SASUC – Serviços de Ação Social da Universidade de Coimbra
SIR – Scimago Institutions Rankings
SG.UC – Sistema de Gestão da Universidade de Coimbra
TAGV – Teatro Académico de Gil Vicente
TSU – Taxa social única
TUJE – Tribunal Universitário Judicial Europeu
UECAF – Unidade de extensão cultural e de apoio à formação
UC – Universidade de Coimbra
UNESCO – United Nations, Education, Scientific and Cultural Organization
UO – Unidade orgânica
11. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
9
INTRODUÇÃO
O presente Relatório de Gestão e Contas individuais
agrega a informação mais relevante da atividade da
Universidade de Coimbra do ano de 2015,
destacando-se alguns indicadores essenciais não só
nos pilares de missão – investigação, ensino
e comunidade –, mas também nas áreas de
sustentabilidade. Ao nível dos recursos,
é incorporada a informação e as demonstrações que
retratam a atividade económica e financeira do ano,
visando cumprir as disposições legais nesta matéria,
bem como os principais dados de recursos humanos.
A informação mais ampla sobre o desempenho do
Grupo Público Universidade de Coimbra,
englobando os dados das restantes entidades
e contemplando a monitorização do Plano
Estratégico e de Ação, será objeto de análise no
Relatório de Gestão e Contas Consolidado.
Os 725 anos da Universidade de Coimbra
dominaram as atenções do ano de 2015, assinalados
com um vasto programa. Destaca-se o espetáculo de
luz e som no Paço das Escolas, “UC - Uma História
de Luz”, a que assistiram aproximadamente 30 mil
pessoas. E, a encerrar as comemorações,
o “Congresso Internacional da Língua Portuguesa:
Uma Língua de Futuro”, com o propósito de
projetar a língua portuguesa para o futuro, e assim
sublinhar a importância desta prioridade estratégica
da UC.
Este relevante papel que, ao longo dos séculos,
a Universidade de Coimbra tem assumido na difusão
da cultura e língua portuguesa e o seu enorme
prestígio e projeção internacional constituem uma
clara vantagem competitiva na sua afirmação como
Universidade Global – afirmação que não é nova,
mas que se pretende recuperar.
Efetivamente, a missão da Universidade de Coimbra
há muitos séculos que ultrapassa as fronteiras de
Portugal. Gabriel Paquette, professor americano de
história na Universidade de Johns Hopkins, dá
destaque ao papel da UC no livro "Imperial Portugal in
the Age of Atlantic Revolutions"1
, dedicado ao período
entre 1770 e 1850, afirmando que um dos
mecanismos para garantir a coesão do enorme
império pela monarquia portuguesa foi "... the blurring
of the line between metropole and colony through
university education. Brazilians (and later subjects from
other colonies) had been incorporated into a transatlantic
bureaucracy from the first stages of colonization. The
principal mechanism for recruitment was the University
of Coimbra. [...] Coimbra was the training ground for
imperial service [...]"
1
PAQUETTE, Gabriel (2013) - Imperial Portugal in the Age of
Atlantic Revolutions: The Luso-Brasilian World, c. 1770-1850.
Cambridge University Press, ISBN 978-1-107-64076-4, pp. 21.
No ano de 2015, a Universidade de Coimbra
continuou a trilhar o caminho necessário para ser
uma Universidade Global. Salienta-se, desde logo,
o consórcio estratégico com a Universidade Aberta,
para o desenvolvimento de uma oferta alargada de
ensino a distância, com cursos conferentes e não
conferentes de grau, com o objetivo de ter presença
global, atraindo estudantes de todo o mundo.
A criação de outro consórcio estratégico, entre a
UC e o Centro Hospitalar e Universitário de
Coimbra, em cerimónia que contou com a presença
dos Ministros da Saúde e da Educação e Ciência, é
outro bom exemplo. O Centro Académico Clínico
de Coimbra pretende ser uma estrutura flexível e
integrada de ensino, investigação, inovação
e assistência médica, com prestígio internacional
reforçado. E, nesse sentido, integra já a M8 Alliance,
uma associação mundial que se dedica à saúde a nível
global, com origem no G8.
O número de candidatos internacionais efetivamente
inscritos na Universidade de Coimbra continua a
aumentar, destacando-se novamente o Brasil como
origem destes estudantes, mesmo com a recessão
a afetar este país. As campanhas de divulgação em
curso na China, com presença em muitas feiras de
educação superior e em muitas escolas, deverão em
breve resultar num número de estudantes chineses
muito superior.
Para este trajeto global ser sólido, a UC tem de ser
cada vez mais uma universidade de grande exigência.
O regulamento de contratações de professores, que
esteve em discussão pública em 2015, contribuirá
para aumentar o grau de exigência na seleção de
novos professores. O trabalho de consolidação da
estrutura financeira da UC, encontrando novas
formas de financiamento, permite já aumentar a
contratação de novos professores, procurando
iniciar-se a reversão do envelhecimento do corpo
docente.
Em termos de rankings, que cada vez mais
determinam o desempenho das universidades neste
mundo global, a Universidade de Coimbra
conquistou já uma posição confortável na elite das
500 melhores universidades do mundo, tendo
melhorado, em 2015 e no geral, na maioria dos
indicadores considerados – e nomeadamente no que
respeita à produção científica –, e alcançando
posições relevantes no QS World University Rankings
by Subject.
A Universidade de Coimbra está a trabalhar para ser
solidamente uma Universidade Global!
15. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
13
1. A UNIVERSIDADE DE COIMBRA
1.1. MISSÃO E VALORES
“A Universidade de Coimbra é uma instituição de
criação, análise crítica, transmissão e difusão de cultura,
de ciência e de tecnologia que, através da investigação,
do ensino e da prestação de serviços à comunidade,
contribui para o desenvolvimento económico e social,
para a defesa do ambiente, para a promoção da justiça
social e da cidadania esclarecida e responsável e para a
consolidação da soberania assente no conhecimento”.
(Estatutos da Universidade de Coimbra, art.º 2.º)
Fundada em 1290, a Universidade de Coimbra é uma
pessoa coletiva de direito público com autonomia
estatutária, científica, pedagógica, cultural,
patrimonial, administrativa, financeira e disciplinar
(artigo 3.º dos Estatutos, homologados pelo
Despacho Normativo n.º 43/2008, de 1 de
setembro).
A difusão e transferência do conhecimento nos mais
diversos domínios, em interligação com a sociedade,
a nível nacional e a nível internacional - e com
particular destaque no espaço europeu de ensino
superior e no espaço da Comunidade dos Países da
Língua Portuguesa –, constituem em si o
cumprimento da missão da UC, prosseguindo os
seguintes fins:
“a) A formação humanística, filosófica, científica, cultural,
tecnológica, artística e cívica;
b) A promoção e valorização da língua e da cultura
portuguesas;
c) A realização de investigação fundamental e aplicada e
do ensino dela decorrente;
d) A contribuição para a concretização de uma política
de desenvolvimento económico e social sustentável,
assente na difusão do conhecimento e da cultura e na
prática de atividades de extensão universitária,
nomeadamente a prestação de serviços especializados à
comunidade, em benefício da cidade, da região e do país;
e) O intercâmbio cultural, científico e técnico com
instituições congéneres nacionais e estrangeiras;
f) A resposta adequada à necessidade de aprendizagem
ao longo da vida;
g) A preservação, afirmação e valorização do seu
património científico, cultural, artístico, arquitetónico,
natural e ambiental;
h) A contribuição, no seu âmbito de atividade, para a
cooperação internacional e para a aproximação entre os
povos, com especial relevo para os países de expressão
oficial portuguesa e os países europeus, no quadro dos
valores democráticos e da defesa da paz”.
(Estatutos da Universidade de Coimbra, art.º 5.º)
Na Universidade de Coimbra, depositária de um
legado histórico multissecular e matriz cultural do
espaço da lusofonia, os valores da tradição, da
contemporaneidade e da inovação conjugam-se de
forma única com a abertura ao mundo, a cooperação
entre os povos e a interação de culturas, no respeito
pelos valores da independência, da tolerância e do
diálogo.
A Universidade valoriza o trabalho dos seus
professores, investigadores, estudantes e pessoal
técnico, empenhando-se em oferecer a todos um
ambiente que combine o rigor intelectual e a ética
universitária com a liberdade de opinião, o espírito
de tolerância e de humildade científica, o estímulo à
criatividade e à inovação, bem como o
reconhecimento e a promoção do mérito a todos os
níveis.
Os antigos estudantes constituem um suporte
fundamental na afirmação da Universidade, no
presente e no futuro e na sua ligação à sociedade,
assumindo a Rede de Antigos Estudantes (Rede UC)
um papel essencial no reforço dos laços entre os
antigos estudantes e a Universidade.
A Associação Académica de Coimbra é reconhecida
e valorizada como elemento da identidade da UC,
proporcionando formação cultural, artística,
desportiva e cívica complementar da formação
escolar, no respeito pelos valores da liberdade e da
democracia. O apoio da UC estende-se ainda
às “repúblicas” e aos “solares” bem como às
cooperativas de habitação de estudantes,
reconhecidos como polos autónomos dinamizadores
de cultura e de vivência comunitária e académica.
1.2. PLANO ESTRATÉGICO 2015-2019
As instituições de grande dimensão como a
Universidade de Coimbra têm o grande desafio de
conseguir alinhar os esforços individuais de todos os
membros da comunidade académica. Para tal, tem
sido determinante o processo de planeamento
estratégico, permitindo a definição de objetivos
comuns e contribuindo para a utilização eficiente e
coordenada dos meios disponíveis, sendo um
16. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
14
instrumento determinante para os desafios que a UC
enfrentou e para os que virá a enfrentar.
Foi com base na visão de se afirmar como instituição
europeia de referência, reconhecida como a
universidade portuguesa de maior qualidade, que se
avançou para o primeiro processo integrado de
planeamento estratégico na UC, para o quadriénio
2011-2015.
A avaliação final deste primeiro processo, efetuada
em 2015, foi bastante positiva. A focagem que o
Plano Estratégico e de Ação da Universidade de
Coimbra tornou possível foi determinante para a
capacidade demonstrada para resistir à crise, tendo
em conta a evolução negativa do contexto,
extremamente difícil e exigente para Portugal e em
particular para o ensino superior, com o Programa
de Assistência Económica e Financeira, os cortes no
financiamento do Ensino Superior e as restrições ao
funcionamento corrente.
Os resultados alcançados, por pilar estratégico,
aferindo a progressão e os desvios em relação às
metas e aos objetivos definidos, serão objeto de
análise no Relatório de Gestão e Contas
Consolidado.
Neste primeiro processo destaca-se o envolvimento
de todas as partes interessadas, que permitiu a todos
conhecer o Plano e as razões que lhe estavam
subjacentes, sentindo-o como seu, e facilitando a
partilha nos objetivos da Universidade, o aumento
do sentimento de pertença e o empenho na sua
concretização.
Outro ponto forte foi a criação de uma cultura de
acompanhamento permanente e monitorização
regular da atividade da UC, dotada da flexibilidade
necessária para a introdução de alterações sempre
que necessário. A existência de um ponto de partida
melhor caracterizado é uma das diferenças
qualitativas mais fortes para o Plano Estratégico
2015-2019 - temos claramente melhores indicadores
e mecanismos mais sólidos para a sua recolha.
E desta forma, tendo como base a experiência bem-
-sucedida e o conhecimento adquirido ao longo dos
últimos quatro anos – no que se refere à elaboração,
implementação, monitorização e revisão do PEA.UC
2011-2015, coordenado com os Planos de Ação das
várias unidades –, foi desenvolvido, em 2015, o
processo de planeamento para o novo ciclo
estratégico.
O Plano Estratégico e de Ação da Universidade de
Coimbra para 2015-2019, aprovado por unanimidade
pelo Conselho Geral, consagra como visão para o
próximo quadriénio:
a afirmação da Universidade de Coimbra
como a melhor universidade de língua portuguesa
protagonista de grandes avanços do conhecimento
capaz de atrair os melhores estudantes e professores
e contribuindo decisivamente
para o progresso e bem-estar da sociedade.
Para alcançar o topo com distinção, a Universidade
de Coimbra terá de manter a qualidade no centro da
sua estratégia, com os patamares de exigência que se
esperam de uma grande Universidade Global!
O ano de 2015 ficou assim marcado pelo
desenvolvimento da estratégia para os próximos
anos, assente, desde logo, na estabilidade do
processo de planeamento e no respeito pelos
mesmos princípios – melhoria contínua,
envolvimento, alinhamento.
O novo Plano foi reforçado com a componente de
análise prospetiva e exploração de cenários de
enquadramento do ambiente estratégico onde a UC
irá competir e cooperar. O meio envolvente em que
se insere, e com que interage permanentemente,
gera oportunidades e ameaças, influenciando e
determinando as suas decisões estratégicas, sendo
fundamental a integração de elementos estruturantes
da envolvente global no referencial estratégico.
A Universidade tem de estar atenta às forças de
mudança, às tendências e às incertezas do contexto,
avaliando, a cada momento, o potencial e os riscos
que a rodeiam.
Sendo a qualidade o fator de diferenciação
estratégica que permitirá alcançar a visão definida, o
quadro de referência e as linhas de orientação para o
quadriénio 2015-2019 refletem a adoção desta
estratégia, mantendo-se a estrutura em função de
dois grupos de pilares estratégicos.
17. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
15
Quadro de referência estratégica 2015-2019
[figura 1]
Os pilares de missão estão diretamente relacionados
com os fins essenciais da Universidade – a
investigação, o ensino e a comunidade –,
compreendendo este último as áreas de interação da
Universidade com a sociedade e com a envolvente
para além da investigação e do ensino. Os pilares de
recursos consubstanciam os meios necessários para
atingir aqueles fins, estando organizados em três
vertentes – as pessoas, os recursos económico-
-financeiros e as infraestruturas.
Sendo inevitável pensar a afirmação da Universidade
de Coimbra num horizonte mais alargado, tal
pressupõe o reforço de dimensões com impacto
transversal a todos os pilares. Perspetivar a gestão
sustentável das suas atividades e dos seus recursos a
médio e longo prazo implica assim planear
dimensões que informem a estratégia como um todo
– a internacionalização, a cidadania e inclusão, a
marca “Universidade de Coimbra”, a comunicação e
o ambiente.
Para cada pilar e área de sustentabilidade, foram
definidas as linhas de orientação estratégica a seguir
até 2019, explicitando a respetiva visão, definindo as
iniciativas a desenvolver para a alcançar e
determinando a(s) meta(s) de referência. O elenco
de indicadores de desempenho e de apoio à decisão
que deverão ser acompanhados e monitorizados
completam a formulação estratégica.
Plano Estratégico UC 2015-2019 em números
[quadro 1]
47
iniciativas
estratégicas
20
metas
56
KPI
25 Planos de Ação - 1.009 ações
O quadro de referência encerra em si o ciclo de
acompanhamento e avaliação permanente da
estratégia, respeitando os princípios de garantia da
qualidade e de melhoria contínua. Este processo
dinâmico, integrado no ciclo de gestão da
Universidade de Coimbra, manter-se-á – com
reforço da análise de desvios e a implementação de
ações corretivas que garantam uma maior eficácia –,
permitindo o desenvolvimento contínuo dos
processos de planeamento, monitorização, avaliação
e retroação, com vista à excelência em toda a sua
atuação.
A integração do Plano da Qualidade no âmbito do
novo ciclo surge assim de forma natural e tem como
objetivo apresentar as principais linhas de orientação
com vista à melhoria contínua dos processos e
serviços prestados no contexto de cada um dos
pilares de missão e de recursos e das áreas de
sustentabilidade.
E para que a ponte entre estratégia e ação seja
totalmente concretizada, o Plano Estratégico é
complementado com o Plano de Ação institucional,
de iniciativa reitoral, que procura concretizar as
iniciativas estratégicas elencadas. Destaca-se,
contudo, que alcançar as metas propostas não
dependerá apenas destas ações, mas também – e
principalmente – do sucesso do alinhamento das
metas e das ações propostas pelas unidades
orgânicas e outras unidades, nos seus Planos de
Ação. Este alinhamento estratégico e harmonização
entre os diversos níveis foi aprofundado, permitindo
ultrapassar algumas das dificuldades sentidas a este
nível no anterior ciclo de planeamento.
O envolvimento de todos os membros da
comunidade académica neste processo é um fator
decisivo para que o Plano Estratégico 2015-2019
permita a afirmação da Universidade de Coimbra
como uma Universidade Global e como a melhor
universidade de língua portuguesa!
1.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Em 2015, o Jardim Botânico da Universidade de
Coimbra passou a integrar o conjunto das unidades
de extensão cultural e de apoio à formação,
reforçando assim a sua missão principal no suporte
ao desenvolvimento de conhecimento e potenciando
o seu papel central na temática ambiental.
A restante estrutura organizativa da UC mantém-se
inalterada, em relação ao ano anterior, com 10
18. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
16
unidades orgânicas de ensino e investigação
(Faculdade de Letras, Faculdade de Direito,
Faculdade de Medicina, Faculdade de Ciências
e Tecnologia, Faculdade de Farmácia, Faculdade de
Economia, Faculdade de Psicologia e de Ciências da
Educação, Faculdade de Ciências do Desporto
e Educação Física, Instituto de Investigação
Interdisciplinar e Colégio das Artes), 2 unidades de
investigação (Instituto de Ciências Nucleares
Aplicadas à Saúde e Tribunal Universitário Judicial
Europeu) e 9 unidades de extensão cultural e de
apoio à formação (Biblioteca Geral, Arquivo,
Imprensa, Museu da Ciência, Centro de
Documentação 25 de Abril, Teatro Académico
de Gil Vicente, Estádio Universitário, Biblioteca das
Ciências da Saúde e Jardim Botânico).
Destaca-se ainda o Serviço Integrado de Bibliotecas
(SIBUC), que tem com missão principal a gestão
de tarefas comuns a todas as bibliotecas da UC.
A Administração é o serviço de apoio central à
governação da UC, sendo constituído por um
Centro de Serviços Comuns e um Centro de
Serviços Especializados. Os Serviços de Ação Social
constituem também um serviço de apoio
à governação, mas com atuação na esfera do
apoio aos estudantes e da ação social universitária
e gozando de autonomia administrativa e financeira
(com Relatório de Gestão e Contas autónomo).
O Conselho Geral, o Reitor e o Conselho de
Gestão constituem os órgãos de governo da UC.
Os serviços de apoio direto aos órgãos de governo
dependem do Reitor, coexistindo com estruturas de
caráter temporário, para ocorrer a necessidades não
permanentes – observatórios ou projetos especiais.
O Senado, órgão de natureza consultiva, e o
Provedor do Estudante, com funções de defesa
e promoção dos direitos dos estudantes, integram
também a estrutura organizativa da UC.
Organograma da Universidade de Coimbra
[figura 2]
19. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
17
Há ainda que realçar a existência de mais de trinta
centros e unidades de investigação
e desenvolvimento integradas na Universidade, a que
acresce um conjunto de outras estruturas
autónomas na área do ensino, da investigação e da
ligação à comunidade que integram o perímetro de
consolidação (e que, como tal, integrarão
o Relatório de Gestão e Contas Consolidado).
O carácter multifacetado da Universidade de
Coimbra reflete-se assim numa estrutura de grandes
dimensões, servindo propósitos muito abrangentes
e que transcendem largamente as suas missões
centrais, com unidades e serviços fisicamente
distribuídos pela cidade, essencialmente
concentrados em três áreas:
polo I, na Alta de Coimbra (zona histórica);
polo II, no Pinhal de Marrocos;
polo III, das Ciências da Saúde, em Celas.
Para além destes polos, há ainda unidades e serviços
noutras zonas da cidade (como a Faculdade de
Economia, a Faculdade de Ciências do Desporto
e Educação Física ou o Estádio Universitário)
e mesmo fora de Coimbra, como acontece com o
Centro de Estudos Superiores da UC em Alcobaça.
Mas a dimensão da UC não se esgota na sua
estrutura organizacional ou na sua implantação física,
indo muito além, se tivermos desde logo em
consideração as estruturas que se encontram
intrinsecamente a ela ligadas, como é o caso da AAC
– elemento integrante da entidade da UC,
estatutariamente consagrado.
Outro exemplo é o Centro Hospitalar
e Universitário de Coimbra, entidade com a qual,
aliás, a UC criou o consórcio Centro Académico
Clínico de Coimbra, através de portaria assinada
pelos ministros da Saúde e da Educação e Ciência,
em setembro de 2015, na Biblioteca Joanina.
No âmbito da estratégia como Universidade Global,
e atendendo ao seu papel na difusão da cultura e da
língua portuguesa, a UC formou em 2015 ainda um
outro consórcio, com a Universidade Aberta, com a
missão de “promover uma ampla e qualificada oferta de
ensino a distância, predominantemente em língua
portuguesa, para pessoas situadas em qualquer lugar do
mundo”, contribuindo “para a valorização da
comunidade de língua portuguesa no mundo”.
A Universidade de Coimbra participa ainda em
centenas de organismos, públicos ou privados, com
intervenção em todos os seus domínios de atuação.
1.4 SISTEMA DE GESTÃO
Para afirmar a Universidade de Coimbra como
a melhor universidade de língua portuguesa,
protagonista de grandes avanços do conhecimento,
capaz de atrair os melhores estudantes
e professores e contribuindo decisivamente para
o progresso e bem-estar da sociedade, o fator
central será a diferenciação pela qualidade!
Consciente dos desafios que o contexto atual coloca
às IES, e com o objetivo de assegurar a promoção de
uma cultura de qualidade, a Universidade tem vindo
a desenvolver um sistema interno de garantia
da qualidade – Sistema de Gestão da Universidade
de Coimbra (SG.UC) – que constitui uma ferramenta
de apoio à gestão integrada da instituição, em
alinhamento com o Plano Estratégico.
O SG.UC regula-se pelos padrões europeus em
matéria de qualidade no ensino superior, cumprindo
naturalmente as demais determinações que se
encontram em vigor a nível nacional em matéria das
instituições do ensino superior e da sua avaliação.
A UC está focalizada na promoção de uma cultura
de qualidade transversal a todas as unidades/serviços,
com vista à melhoria contínua dos seus processos e
à satisfação das necessidades e expectativas das suas
partes interessadas, assegurando o cumprimento dos
requisitos legais.
Com vista à satisfação global das diferentes partes
interessadas, e tendo como principal objetivo
a excelência da instituição em todas as áreas de
atuação, o SG.UC integra o conjunto de todos os
processos, documentos, sistemas de informação
e outros instrumentos de apoio ao planeamento,
execução, monitorização, avaliação e melhoria
contínua das atividades desenvolvidas na
Universidade de Coimbra.
Implementado segundo a Norma NP EN ISO
9001:2000, o SG.UC foi certificado pela APCER, em
abril de 2003, nas áreas de gestão de recursos
humanos, gestão financeira e de projetos. Nos anos
seguintes, foi alvo de várias extensões até à
certificação plena de todos os processos geridos pela
Administração da UC, em 2007.
Por opção da gestão de topo, face às alterações
decorrentes da revisão dos Estatutos da UC e do
projeto de reestruturação dos serviços da
20. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
18
Administração, em outubro de 2009 foi solicitada a
suspensão da certificação ISO.
Após estabilizada a fase de reestruturação dos
serviços, o foco do processo de avaliação e melhoria
contínua passou a ser o desenho e implementação
de novos processos e ferramentas de gestão
adequados ao novo contexto institucional.
Este trabalho foi desenvolvido de forma gradual
desde 2011, em articulação com o processo de
planeamento estratégico. Esta abordagem, inspirada
no ciclo PDCA, tem como objetivo assegurar
a implementação de um sistema que suporte a
gestão estratégica e operacional da UC.
Em 2012, foi retomada a certificação parcial dos
serviços e, em março de 2015, realizou-se a
auditoria externa da APCER com vista à renovação
e extensão da certificação, assegurando uma
avaliação global do desempenho do sistema de
gestão e confirmando o cumprimento generalizado
dos requisitos da norma de referência. A certificação
ISO 9001:2008 passou desta forma a englobar todos
os processos da Administração, representando uma
evolução substancial.
Resultado da extensão progressiva da
implementação de ferramentas de gestão
às unidades, o SG.UC contempla atualmente
a existência de subsistemas de apoio
às UO/UECAF/outros serviços, ajustados às
necessidades e especificidades de cada uma e tendo
como princípios orientadores os requisitos da ISO
9001:2008, no que se refere às vertentes de suporte
às missões da UC e, em particular, aos processos
geridos no âmbito da Administração.
Tendo sido publicada, em setembro de 2015, uma
nova versão da norma de referência, a ISO
9001:2015, está em curso a definição de um plano de
melhorias a introduzir no SG.UC, visando a sua
adequação a esta nova versão.
Quanto à gestão da qualidade pedagógica, o modelo
conceptual da UC assenta num desdobramento em
cascata de vários níveis de avaliação, sendo
imprescindível a elaboração dos diversos relatórios
de autoavaliação. Pretende-se assim assegurar
o envolvimento das principais partes interessadas,
visando a identificação de ações de melhoria que
permitam garantir a aplicação do princípio de
melhoria contínua.
Anualmente é desencadeado o ciclo de avaliação da
qualidade pedagógica, englobando os inquéritos aos
estudantes e docentes e os relatórios
de autoavaliação das unidades curriculares, dos
cursos/ciclos de estudos, da unidade orgânica e do
SG.UC.
No que se refere à auscultação efetuada às partes
interessadas, destaca-se que foi introduzido um
conjunto melhorias em 2015 para promover uma
maior participação dos docentes no processo – com
sucesso, tendo a taxa de resposta aumentado, pela
primeira vez, para valores superiores a 70% (valores
já habitualmente registados nos inquéritos a
estudantes) – e uma utilização mais efetiva da
informação apurada.
Sendo já uma prática corrente a elaboração de
relatórios pelas unidades orgânicas, foi instituído, em
2015, o procedimento de elaboração de relatórios
de autoavaliação das restantes unidades/serviços, que
passam a integrar o ciclo anual de planeamento,
avaliação e melhoria.
Realça-se ainda que no ano letivo 2014/2015 foi
atingida uma taxa de 100% na elaboração dos
relatórios de autoavaliação dos cursos/ciclos de
estudo, que visam promover a análise e reflexão
sistemáticas sobre as condições do seu
funcionamento e a identificação de ações concretas a
implementar no ano letivo seguinte.
Como culminar da nova fase crucial do SG.UC,
realizou-se a sua avaliação externa pela A3ES.
Em março de 2015, a A3ES comunicou formalmente
os resultados do processo de “Avaliação do Sistema
Interno de Garantia da Qualidade”.
No seu relatório, a Comissão de Avaliação Externa
da A3ES identificou como pontos fortes do sistema
de gestão o comprometimento e envolvimento dos
órgãos de gestão com o SG.UC, a boa articulação
entre o SG e o processo de planeamento
estratégico, o alinhamento do Plano Estratégico
e dos Planos de Ação, a ampla experiência dos
serviços de apoio (SG.UC mais consolidado nesta
vertente) e as boas taxas de resposta a inquéritos
por parte dos estudantes e o forte envolvimento dos
mesmos.
Não obstante ser já identificado como ponto forte
a boa articulação entre o SG.UC e o processo de
planeamento estratégico, houve ainda a introdução
de melhorias com a integração do Plano da
Qualidade no âmbito do novo ciclo de planeamento,
sendo apresentadas as principais linhas de orientação
com vista à melhoria contínua dos processos
e serviços prestados no contexto de cada um dos
pilares de missão e de recursos e das áreas de
sustentabilidade. Também o mapa de processos
21. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
19
do SG.UC foi revisto, de forma a manter o perfeito
alinhamento com o PEA.UC.
A Comissão de Avaliação Externa efetuou também
recomendações essenciais, todas no âmbito da
gestão da qualidade pedagógica, nomeadamente a
necessidade de reforçar a importância da avaliação
dos resultados das unidades curriculares, o de tornar
obrigatória a resposta aos inquéritos a docentes e
ainda tornar obrigatório o preenchimento dos
relatórios de cursos/ciclos de estudos.
Adicionalmente, a Comissão de Avaliação Externa
recomendou que deve ser dada continuidade aos
esforços de integração de mecanismos de
monitorização no SG.UC (garantindo a meta-
avaliação), deve ser garantido um maior
envolvimento de todas as partes interessadas,
sobretudo dos docentes e elementos externos,
e que a monitorização e acompanhamento das
vertentes de investigação e internacionalização
devem ser mais desenvolvidas e devidamente
integradas no SG.UC, através de mecanismos
formais.
Face ao relatório apresentado pela Comissão de
Avaliação Externa, o Conselho de Administração da
A3ES atribuiu certificação condicional ao SG.UC,
pelo período de um ano.
No âmbito das medidas de modernização
administrativa implementadas em 2015, e em
particular no que concerne a serviços prestados de
forma digital, através da sua disponibilização via
internet aos cidadãos, destacam-se:
realização de 19 edições de cursos de ensino
a distância, promovendo a formação contínua e
requalificação dos cidadãos;
disponibilização de uma nova aplicação móvel que
congrega toda a informação da UC num sítio único
para plataformas Android e IOS;
desenvolvimento do sistema de informação
académica para permitir:
– a realização online, pelo próprio estudante, de
alterações às inscrições, contribuindo para
melhorar substancialmente o serviço prestado aos
estudantes, com diminuição do número de
reclamações associadas a este processo e com
libertação de recursos humanos a alocar a outras
tarefas;
– a submissão online de requerimentos;
– a gestão dos processos de mobilidade incoming
de forma desmaterializada;
integração do sistema informático SAP:
– com a Plataforma de Pagamentos da
Administração Pública, permitindo melhorar
a qualidade dos serviços através da disponibilização
de um novo meio de pagamento por referência
bancária, o que contribuiu para uma importante
economia de recursos humanos envolvidos no
processo de faturação;
– com o portal de contratação pública BASE.gov.pt,
o que permite uma economia de recursos
humanos e a diminuição de erros dado o processo
de validação;
introdução de melhorias substanciais no formulário
eletrónico para submissão de elogios, sugestões
e reclamações, disponível em todas as páginas web da
Universidade de Coimbra, contribuindo para
promover uma maior rapidez na triagem
e encaminhamento dos processos, o que por sua vez
se traduz na diminuição dos tempos de resposta;
disponibilização de sistema de gestão de filas que
permite a consulta online das senhas atribuídas
e atendidas;
entrada da UC Digitalis na B-on, contribuindo para
a promoção da divulgação do conhecimento
científico;
disponibilização online de:
– formulário para marcação de pesquisa nos
recursos disponíveis na Biblioteca das Ciências da
Saúde da UC;
– objetos de natureza bibliográfica na Alma Mater,
biblioteca digital incorporada na plataforma
UC Digitalis;
– parte da coleção do Centro de Documentação
25 de Abril;
– catálogos e inventários de vegetação do Jardim
Botânico da UC;
– sistema de bilheteira no TAGV.
Decorrente da estratégia de diferenciação adotada,
a gestão da qualidade é assim uma prioridade,
existindo um compromisso institucional, assumido
estatutária e estrategicamente, com vista
à promoção da melhoria contínua na Universidade
de Coimbra.
25. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
23
2. MISSÕES
Neste capítulo, pretende-se transmitir uma visão
ampla da atividade desenvolvida pela Universidade de
Coimbra ao longo do ano de 2015 no âmbito das
suas principais missões – investigação, ensino e
comunidade –, ilustrada através de alguns dados
e indicadores de atividade, apresentados numa
perspetiva global (sem diferenciação por área do
saber).
2.1. INVESTIGAÇÃO
Posicionar a Universidade de Coimbra em patamares
de excelência a nível global, através do
desenvolvimento e expansão da investigação
científica e colocando-a como protagonista de
grandes avanços do conhecimento, assume-se como
o desígnio central na área da investigação (Plano
Estratégico 2015-2019).
E foi exatamente por Coimbra que o Comissário
Europeu para a Investigação, Ciência e Inovação,
Carlos Moedas, deu início ao Roteiro da Ciência, em
que percorre as cidades portuguesas mais
inovadoras e ativas na produção científica de
excelência. Com uma visita de dois dias à
Universidade, para além de conhecer em detalhe
a ciência que se produz em Coimbra, teve
oportunidade de participar num encontro-café,
“Investigação, Ciência e Inovação nos 725 anos da
Universidade de Coimbra”.
Tratando-se de um pilar central da produção do
conhecimento nas IES, a capacidade científica da
Universidade de Coimbra tem vindo a ser reforçada
e reconhecida nos últimos anos, estando atualmente
presente em todas as grandes áreas do saber.
O resultado visível deste esforço traduz-se no
aumento da produção científica de reconhecido
prestígio, nacional e internacional, que coloca a
investigação da UC em patamares de excelência
a nível global.
Este aumento tem-se verificado a nível quantitativo,
demonstrado com um crescimento excecional
(superior a 80%), no número de publicações na Web
of Science, entre 2006-2010 e 2010-2014,
espelhando o crescimento sustentável de produção
científica. Os dados mais recentes comprovam-no:
acréscimo de 13,4% em 2011-2015
comparativamente a 2010-2014.
Neste último quinquénio, destacam-se, em número
absoluto, as áreas de Clinical Medicine, Engineering,
Chemistry, Physics e Social Sciences, que representam
57% do total de publicações da Universidade de
Coimbra na Web of Science. Em termos
de crescimento relativo, as áreas Multidisciplinary,
Psychiatry/Psychology, Agricultural Sciences, Geosciences
e Molecular Biology & Genetics, em conjunto,
aumentaram o número de publicações, entre 2011
e 2015, em mais de 82%.
Publicações na Web of Science
[gráfico 1]
O crescimento tem-se verificado também em
termos qualitativos, salientando-se o aumento
significativo do número de artigos publicados nas
25% revistas de maior impacto, que, em 2015,
verificou um crescimento de 8,9% face ao ano
anterior.
Importa ainda referir o considerável crescimento de
outros indicadores, como o número de publicações
e número de citações por docente doutorado ETI na
Web of Science, que resulta consequentemente do
aumento do número de artigos publicados.
Em 2015 foram apresentados, pela FCT,
os resultados do processo de avaliação (2013) das
unidades de investigação científica e de
desenvolvimento tecnológico. Foram submetidas 33
propostas de avaliação de unidades integradas
(excluindo, portanto, as propostas de laboratórios
associados e de unidades de direito privado,
a considerar no Relatório de Gestão e Contas
Consolidado), configurando uma reestruturação do
panorama da investigação na UC.
De acordo com os resultados desta avaliação – ainda
provisórios, na medida em que se encontravam por
apreciar, a 31 de dezembro, os processos de
reclamação apresentados por 6 unidades integradas
– 19 unidades (58%) apresentam uma avaliação de
“Excecional”, “Excelente” e “Muito Bom”, podendo
aceder a financiamento base e a financiamento
estratégico. A estas acrescem 7 unidades com
“Bom”, com acesso apenas a financiamento base.
Atendendo a estes resultados provisórios, apenas 7
unidades não terão financiamento contratualizado
com a FCT, dado terem obtido a classificação
inferior a “Bom”.
9.432 10.704 12.143
2009-2013 2010-2014 2011-2015
26. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
24
Avaliação dos centros e unidades
de I&D integrados (2013)
[quadro 2]
N.º % % acum.
Excecional 1 3% 3%
Excelente 8 24% 27%
Muito Bom 10 30% 58%
Bom 7 21% 79%
Razoável 4 12% 91%
Insuficiente 3 9% 100%
Total 33 100%
Destaca-se ainda que, em 2015, no âmbito da criação
do Roteiro Nacional das Infraestruturas de
Investigação de Interesse Estratégico 2014-2020 da
FCT, e na sequência do concurso que permitiu
mapear e avaliar as infraestruturas de investigação
nacionais e identificar áreas prioritárias, a UC
participa em 18 das 40 infraestruturas.
A nível de infraestruturas, um outro dado relevante
corresponde ao número de equipamentos científicos
pesados partilhados entre os grupos de investigação
em plataformas tecnológicas na Universidade de
Coimbra, que, a 31 de dezembro, ascendia a 5.
Ao nível do financiamento à investigação, os
resultados provisórios da avaliação, à data de 31 de
dezembro, já produziram efeitos, tendo sido
atribuído financiamento de base e estratégico às 26
unidades com avaliação positiva, para o triénio 2015-
-2017, no montante total de 9,6M€.
No biénio 2014-2015, 12 unidades beneficiaram
ainda de um reforço de financiamento atribuído pela
FCT através do “Programa Incentivo”, destinado
essencialmente à contratação de recursos humanos,
e que ascendeu, para o referido biénio, ao montante
total de 0,25M€.
Em 2015, primeiro ano de execução do novo quadro
comunitário, intensificou-se o número de ações
internas de divulgação de ofertas de financiamento,
tendo por objetivo maximizar o aproveitamento das
atividades de financiamento aos níveis regional,
nacional e internacional. O número de candidaturas
a projetos foi de 965, tendo-se registado um
aumento na ordem dos 38,5% quando comparado
com as candidaturas submetidas em 2014 (ano em
que o número registado foi naturalmente inferior,
dada a transição de quadros comunitários). A 31 de
dezembro tinham sido aprovadas 139 candidaturas a
projetos de investigação, correspondendo a uma
taxa de aprovação de 14,4%.
Verifica-se, contudo, uma diminuição do número de
projetos ativos em 2015, face ao ano anterior, quer
nacionais, quer internacionais, o que poderá
explicar-se pelo facto de este ser o ano de início do
novo quadro de financiamento.
Unidades integradas e projetos
de I&D com execução financeira
[quadro 3]
2015 2014
Unidades de I&D* 035 032
Projetos nacionais 231 279
Projetos internacionais 073 091
Total 339 402
* O número indicado para o ano de 2015 engloba
financiamento a 9 projetos estratégicos e incentivos ainda
no âmbito da avaliação de 2007.
No que respeita ao número de bolseiros de
investigação, regista-se, a 31 de dezembro, uma
diminuição de 34,1% quando comparado com o final
do ano anterior, e que se ficará a dever,
essencialmente, à redução do número de projetos
em execução. Não obstante esta redução do
número de bolseiros, no decurso de 2015 estiveram
ativas 614 bolsas de investigação.
Bolseiros de investigação
[figura 3]
Nacionais 249 Estrangeiros 24
27. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
25
2.2. ENSINO
A Universidade de Coimbra assume um forte
compromisso na promoção da qualidade do ensino,
que possibilite uma formação integral dos estudantes
e adeque a oferta formativa às necessidades da
envolvente, atraindo os melhores estudantes e
professores (Plano Estratégico 2015-2019).
Consciente da necessidade de atrair e de reter os
melhores estudantes, a Universidade de Coimbra
tem vindo a promover o desenvolvimento de ações
que aumentem a captação de uma forma global e dos
melhores, em particular.
Em 2015, foram desenvolvidas várias ações de
promoção e divulgação da oferta formativa para o
público pré-universitário, nomeadamente ações em
escolas e participação em feiras, bem como ações in
loco, de que são exemplo o evento Um Dia na UC e
a Universidade de Verão.
Quanto às ações em escolas, realizaram-se 32 visitas
com a UC a marcar presença na maior feira de
educação e formação de âmbito nacional, a Futurália.
O evento Um Dia na UC proporciona aos alunos do
ensino básico e secundário a oportunidade de
vivenciarem a realidade do mundo académico
de Coimbra, de conhecerem melhor o(s) curso(s) e
a(s) Faculdade(s) de eleição. Em 2015 participaram
no Um Dia na UC 20 escolas nacionais, estando
envolvidos aproximadamente 734 alunos.
A Universidade de Verão é destinada a alunos do
ensino secundário, e também do 9.º ano em
determinadas áreas do saber, permite experienciar
uma série de atividades pedagógicas, em diversas
áreas do saber (21 em 2015) e culturais, no sentido
de, numa só semana, dar a conhecer o que
de melhor se faz na Universidade e na cidade de
Coimbra. Nos últimos anos este evento tem vindo a
verificar um crescimento no número de
participantes.
Participantes na Universidade de Verão
[figura 4]
Na edição promovida em 2015, dos 287
participantes, 32 frequentavam o 12.º ano, e, destes,
20 candidataram-se à UC, tendo 13 efetivado
matrícula no ano letivo 2015/2016, o que
corresponde a uma taxa de eficácia da ação de
40,6%.
Recuando a 2014, e colocando o foco nos
participantes dessa edição que frequentavam o 11.º
ano (109), apurou-se que 79 se candidataram à UC
estando 39 inscritos no 1.º ano, no ano letivo
2015/2016 (taxa de eficácia da ação de 35,8%).
Considerando a 1.ª opção de cada um dos 25%
melhores candidatos ao ensino superior a nível
nacional (dados da 1.ª fase do concurso nacional de
acesso de 2015), é possível constatar que a UC
registou um acréscimo da sua taxa de captação face
ao ano anterior, quer no total das IES (ensino
público universitário e politécnico), quer apenas no
conjunto das IES de ensino público universitário.
Captação dos 25% melhores candidatos ao ensino
superior pela UC 2013 – 2015
[gráfico 2]
A Universidade de Coimbra ocupa a 4.ª posição na
captação dos 25% melhores candidatos ao ensino
superior, a nível nacional.
No âmbito da acreditação de ciclos de estudos pela
A3ES, foram acreditados 79 ciclos de estudo (dos
quais 42 novos ciclos) – dados respeitantes
a processos iniciados em anos anteriores e
concluídos em 2015. Neste mesmo ano, foram
submetidos 6 pedidos de acreditação de novos ciclos
de estudo e 45 pedidos de acreditação de ciclos de
estudo em funcionamento.
No ano letivo 2015/2016, considerando todas as
unidades de ensino e investigação, estão em
funcionamento 245 ciclos de estudos, apresentando
um ligeiro decréscimo quando comparado com o
ano letivo anterior, essencialmente dada a conclusão
de cursos de doutoramento pré-Bolonha que ainda
9,93%
8,82% 9,05%
2013 2014 2015
taxa de captação UC (Universidades)
222 232 287
2013 2014 2015
28. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
26
subsistiam (redução de 23 para apenas 4 ainda com
estudantes inscritos no ano letivo 2015/2016).
Ciclos de estudos com estudantes inscritos
[quadro 4]
2013/2014 2014/2015 2015/2016* ∆
L 35 35 35 0
MI 12 12 12 0
ME 109 108 119 11
D** 102 94 79 -15
Total 258 249 245 -4
* dados a 31 de dezembro de 2015;
** valores atualizados (cf. Relatório de Gestão e Contas 2014).
Quanto aos cursos não conferentes de grau,
registou-se a seguinte evolução entre os anos letivos
2013/2014 e 2014/2015:
o número de pós-graduações e cursos de
especialização diminuiu de 20 para 15;
observou-se um acréscimo significativo – de 46
para 74 – nos restantes cursos não conferentes
de grau (cursos de formação: ano zero, cursos de
ensino a distância, cursos de formação,
cursos de português para estrangeiros ou cursos
realizados por delegação em entidades subsidiárias
de direito privado).
Sendo os cursos não conferentes de grau cursos de
curta duração, alguns dos quais decorrendo apenas
no segundo semestre, não é ainda possível analisar a
evolução para o corrente ano letivo.
Em relação ao ensino a distância, no ano letivo
2014/2015, foram ministrados 19 cursos, com
o envolvimento de 7 faculdades e a participação de
233 formandos, com uma taxa de sucesso de 83,3%.
Importa destacar, neste âmbito, a parceria
estabelecida entre a Universidade de Coimbra e a
Universidade Aberta. As duas Universidades
assinaram um acordo de consórcio para o ensino
a distância, com o objetivo de dar resposta aos
desafios colocados ao ensino superior pelas novas
tecnologias de comunicação e criar uma oferta de
referência de ensino a distância em língua portuguesa
no mundo, sem exclusão de outras línguas, em todas
as áreas do conhecimento. Esta parceria possibilita
a existência de oferta relevante a distância,
nomeadamente ao nível de ciclos de estudos (cursos
conferentes de grau).
Observando os dados relativos a colocações,
conclui-se que se registou um aumento de 7,4% no
número de colocados na Universidade de Coimbra
na 1.ª fase do concurso nacional de acesso ao ensino
superior (licenciatura e mestrado integrado) de
2015, invertendo a tendência que se registava desde
2010. A UC registou uma taxa de ocupação
de 94,7% na 1.ª fase (3.021 colocados em 3.189
vagas), assistindo-se a um crescimento de 7 p.p. face
ao ano de 2014, posicionando-se em 5.º lugar no
conjunto das universidades públicas nacionais
(posição partilhada com a Universidade do Minho).
Realça-se ainda que, em 2015, a UC foi a 4.ª
universidade escolhida como 1.ª opção, recebendo
a preferência de 10% (3.452) do total dos candidatos
às universidades públicas, o que representa um
acréscimo de 1 p.p. face ao valor registado em 2014.
Vagas e candidatos colocados na 1.ª fase do concurso nacional de acesso
[gráfico 3]
Dados: Direção Geral do Ensino Superior
3.189 3.189 3.189 3.189 3.189
3.099
2.963 2.836 2.813
3.021
1.769
1.553 1.725
1.475 1.526
2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015 2015/2016
Vagas Colocados na 1.ª fase Colocados em 1.ª opção
29. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
27
Após a 3.ª fase do concurso nacional de acesso,
registou-se uma taxa de ocupação de vagas de 96,9%
(3.091 em 3.189), observando-se uma evolução de
4 p.p. face ao ano anterior, sendo a UC a 5.ª
universidade com a taxa mais elevada (em situação
de igualdade com a Universidade do Minho).
Analisando as admissões através de outras formas de
acesso ao ensino superior, conclui-se que no ano
letivo 2015/2016 se verificou um decréscimo de 8%
comparativamente ao ano letivo anterior,
essencialmente justificado pela diminuição de
admissões por via de transferência e mudança de
curso.
Estudantes de licenciatura e mestrado integrado admitidos através de outras formas de acesso
[quadro 5]
2013/2014 2014/2015***
2015/2016
Concursos
especiais*
Acesso a Medicina por titulares de grau de licenciado 38 28 29
Maiores de 23 anos 69 53 39
Titulares de Cursos Superiores, Médios e Diplomas de Especialização
Tecnológica
92 98 111
Regimes
especiais
Missão Diplomática Portuguesa no Estrangeiro; Portugueses Bolseiros
no Estrangeiro ou Funcionários Públicos em Missão Oficial no
Estrangeiro; Oficiais das Forças Armadas Portuguesas; Bolseiros dos
PALOP; Missão Diplomática Estrangeira Acreditada em Portugal;
Praticantes Desportivos de Alto Rendimento; Naturais de Timor-Leste.
17 36 43
Regimes de
mudança,
transferência e
reingresso
Mudança de curso 199 206 138
Reingresso 478 516 562
Transferência 148 130 68
Outros
Licenciados Pré-Bolonha (acesso ao grau de mestre)**
49 34 31
Licenciados Bolonha (acesso ao 4.º ano de MI) 16 21 8
Protocolo dos Açores (ingresso no 4.º ano no MI Medicina) 35 35 37
Total 1.141 1.157 1.066
* o acesso através do EEI é analisado no capítulo da Sustentabilidade - área de internacionalização
** os dados são referentes apenas a mestrados integrados
*** valores atualizados em relação ao Relatório de Gestão e Contas 2014
O número de estudantes inscritos em regime normal
(exclui estudantes em mobilidade incoming) registou
um decréscimo de 2,8% entre os anos letivos
2013/2014 e 2014/2015, não considerando os cursos
de formação não conferentes de grau e disciplinas
isoladas. No entanto, os ciclos de estudos de
mestrado e de doutoramento registaram uma
evolução de sinal contrário, com um ligeiro
acréscimo.
Em termos globais, continua a verificar-se uma
tendência geral de redução no ano letivo 2015/2016,
embora os dados deste ano letivo reportem a 31 de
dezembro sendo, portanto, dados provisórios.
Realça-se que os dados dos anos letivos 2014/2015
e 2015/2016 já incluem os estudantes inscritos ao
abrigo do EEI (analisado em detalhe no ponto 2.4).
Já nos cursos não conferentes de grau (ano zero,
cursos de ensino a distância, cursos de formação,
cursos de português para estrangeiros ou cursos
realizados por delegação em entidades subsidiárias
de direito privado) registou-se um acréscimo
substancial no ano letivo 2014/2015, em parte
justificado pelo registo de dados antes não
constantes no sistema de informação Nonio.
Uma vez que os dados de 2015/2016 destes cursos
espelhados no quadro representam apenas
informação do 1.º semestre, não se procede à sua
análise comparativa com os dados finais do ano
letivo 2014/2015.
30. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
28
Estudantes inscritos, por tipologia de ciclos de estudos e de curso
[quadro 6]
2013/2014 2014/2015 Δ 2015/2016* Δ
L 9.029 8.520 -509 8.450 -70
MI 7.114 6.976 -138 6.845 -131
ME 3.778 3.800 22 3.533 -267
D 2.539 2.576 37 2.216 -360
PG/E 281 242 -39 216 -26
subtotal 22.741 22.114 -627 21.260 -854
OCNCG 1.328 2.703 1.375 1.382
DI 848 1.059 211 694
Total 24.917 25.876 959 23.336
* dados a 31 de dezembro de 2015
Iniciando a sua formação, cabe à Universidade
proporcionar aos estudantes as melhores condições
de aprendizagem, uma preparação sólida e integral
e percursos académicos de sucesso.
E para analisar o percurso académico dos
estudantes, há dois indicadores indispensáveis:
no ano letivo 2014/2015, a taxa de sucesso escolar
(sucesso nas avaliações) ascendeu a 85,5%, valor
idêntico ao ano letivo anterior, com o valor mais
elevado a registar-se no 3.º ciclo (94,6%);
quanto à taxa de abandono escolar efetivo (% de
estudantes que tendo o curso incompleto não se
voltaram a inscrever na UC), ascendeu a 11,7%,
com valores próximos de 10% no 1.º e 2.º ciclos
e um valor mais elevado no 3.º ciclo (19,35%)
No que respeita ao número de diplomados,
verificou-se um decréscimo no ano letivo 2014/2015,
com a maior diminuição a verificar-se ao nível dos
mestrados e das licenciaturas. Pelo contrário, os
diplomados nos graus de mestrado integrado e de
doutoramento registaram aumentos.
Estudantes diplomados, por tipologia de ciclos de
estudos e de curso
[quadro 7]
2012/2013 2013/2014 2014/2015 Δ
L 1.678 1.744* 1.538 -140
MI 990 965 1.048 58
ME 1.338 1.188 1.138 -200
D 283 258 310 27
PG/E 183 175 120 -63
Total 4.472 4.330 4.154 -318
* valor atualizado (cf. Relatório de Gestão e Contas 2014)
Analisando os resultados do último relatório de
empregabilidade, respeitante ao inquérito
a diplomados no ano letivo 2012/2013 (com uma
taxa média de resposta de 42%), e considerando os
diversos ciclos de estudos, apurou-se que 47,1% dos
diplomados estavam empregados, 29,3% dos
diplomados prosseguiram os seus estudos e 23,6%
estavam desempregados.
Taxa de empregabilidade - ano letivo 2012/2013,
por ciclos de estudos
[gráfico 4]
A UC procura contribuir ativamente para a inserção
dos seus estudantes no mercado de trabalho e, em
2015, realizou mais uma edição da "Feira de
Emprego UC", que decorreu em abril, com
a participação de 60 empresas e instituições, mais do
que duplicando o valor do ano anterior. Mais de
2000 estudantes e diplomados visitaram os espaços
deste evento e/ou participaram nos workshops, nas
conferências e nas sessões de recrutamento.
Decorreu ainda a IV.ª Semana da Carreira da UC,
iniciativa desenvolvida em cada uma das faculdades,
visando o desenvolvimento das competências
profissionais dos estudantes, com o objetivo de
47,1%
26,9%
77,1%
63,3%
29,3%
49,7%
5,2%
8,6%
23,6%
23,4%
17,7%
28,1%
Global
UC
L
MI
ME
Empregados Prosseguiram os estudos Desempregados
31. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
29
facilitar a sua transição para o mercado de trabalho,
nomeadamente no processo de procura de emprego
e de manutenção de uma carreira.
Importa ainda destacar a criação Centro Académico
Clínico de Coimbra, num consórcio entre
a Universidade de Coimbra e o Centro Hospitalar e
Universitário de Coimbra, com o objetivo de
reforçar sinergias entre as duas entidades e permitir
criar estruturas flexíveis e integradas de ensino,
investigação, inovação e assistência médica,
tipicamente representadas pelos centros académicos
clínicos. O consórcio tem por missão
o desenvolvimento e a aplicação do conhecimento
e da evidência científica na prestação de cuidados de
saúde e de excelência altamente diferenciados.
O CHUC-UC integra, desde outubro, a M8 Alliance,
uma associação mundial que se dedica à saúde a nível
global, com origem no G8. Integra centros
académicos de medicina, universidades e academias
nacionais e é a única rede mundial colaborativa
de instituições académicas de ensino, investigação de
excelência e assistência de alta qualidade. O acesso
e integração neste fórum, constituído pelos mais
evoluídos países do mundo ligados ao G8, coloca
o país, através de Coimbra, no centro das políticas
globais que envolvem a saúde, a investigação
e o ensino.
Para terminar o ponto dedicado ao ensino, a UC
atribuiu dois doutoramentos honoris causa em 2015.
O primeiro, em janeiro, a José Murillo de Carvalho
(Letras), um nome incontornável na história do
Brasil, assentando esta distinção não só no grande
valor da sua obra científica, mas também na sua
contribuição na área da cidadania. Em abril,
o segundo, a Dominique Franco (Medicina), como
forma de reconhecer um dos mais eminentes
cirurgiões contemporâneos, detentor de um
currículo extraordinariamente rico em termos
científicos, profissionais e académicos.
2.3. COMUNIDADE
A Universidade de Coimbra tem o dever de
contribuir ativa e decisivamente para
o desenvolvimento, progresso e bem-estar da
sociedade, através da sua intervenção nas áreas
da inovação, do empreendedorismo, da cooperação,
através de redes e parcerias, do património, da
cultura, do turismo, do desporto, da interação com
a comunidade local e da ligação com os seus antigos
estudantes.
A transferência de conhecimento resultante da
investigação desenvolvida na UC, criando valor,
assume particular importância para uma
Universidade Global, destacando-se aspetos como
a inovação e a gestão da propriedade intelectual.
O portefólio de patentes, considerando as patentes
ativas, ascendia a 130 no final de 2015, sendo 43
nacionais e 87 internacionais. A evolução positiva
deste indicador registada nos últimos anos é reflexo
dos esforços desenvolvidos para a proteção da
propriedade intelectual.
Patentes ativas
[figura 5]
Nota: valores acumulados
A este nível, destacam-se ainda as 28 comunicações
de invenção submetidas ao longo do ano,
representando um acréscimo de 40% face a 2014.
A Universidade de Coimbra estabelece como
prioridade a promoção da criação de novas
empresas (spin-offs e start-ups), designadamente
através das contribuições do Instituto Pedro Nunes
e do Biocant – aspeto a desenvolver no âmbito do
Relatório de Gestão e Contas Consolidado.
Também como estímulo à criação de empresas,
a UC promove o Curso de Empreendedorismo de
Base Tecnológica, que na sua última edição registou
um decréscimo de participantes em cerca de 12,9%,
mantendo, no entanto, o número de planos
de negócios elaborados.
Curso de Empreendedorismo de Base Tecnológica
[quadro 8]
2011 2012 2013 2014 2015
Participantes 48 58 92 101 88
Unidades de I&D
envolvidas
9 6 5 5 5
Empresas/empresários
envolvidos (mentores)
13 11 12 12 10
Planos de negócio
elaborados
9 6 5 5 5
Considerando os cursos de empreendedorismo de
base não tecnológica, o acréscimo foi de 40,4%,
passando de 89 formandos em 2014 para 125 no ano
de 2015.
60 79 99 116 130
2011 2012 2013 2014 2015
32. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
30
Comprovando a importância do empreendedorismo
para a Universidade de Coimbra, o programa
estratégico Inov C, liderado pela UC, venceu a fase
Nacional dos Prémios Europeus de Promoção
Empresarial 2015 (European Enterprise Promotion
Awards), na categoria “Promoção do Espírito de
Empreendedorismo”. Foi também premiado
o Acertar o Rumo, um programa de requalificação
profissional promovido pela UC e pela iTGROW,
com o apoio do Instituto de Emprego e Formação
Profissional, obtendo o 2.º Prémio Nacional na
categoria “Investimento nas Competências
Empreendedoras”.
No âmbito das redes e parcerias deste eixo
de atuação da UC, destaca-se a RedEmprendia, rede
de universidades que promove a inovação
e o empreendedorismo responsáveis, ou seja, com
compromisso pelo crescimento económico, respeito
pelo meio ambiente e melhoria da qualidade de vida
das pessoas em relação às suas Universidades, tendo
como referência as mais destacadas do espaço ibero-
-americano.
A UC continua a reforçar a sua colaboração com
a indústria, com o objetivo de promover ativamente
o desenvolvimento regional e nacional, contribuindo
para o posicionamento da Região Centro como uma
das mais inovadoras da Europa. Neste contexto,
a UC foi considerada a universidade portuguesa que
produz mais publicações científicas em conjunto com
parceiros da indústria, de acordo com o ranking
universitário internacional Leiden.
A UC tem apostado no seu notável património
material e imaterial, tendo-se comemorado em
junho de 2015 dois anos da inscrição da
Universidade de Coimbra, Alta e Sofia na lista
da UNESCO enquanto Património Mundial
da Humanidade. O aniversário, que arrancou com
um debate no Museu Académico sobre a temática
do património mundial, foi assinalado com
performances da canção de Coimbra, havendo ainda
espaço para destacar o património imaterial das
repúblicas estudantis.
Dada a importância das redes e parcerias – também
ao nível do património –, em setembro,
a Universidade de Coimbra assinou um acordo para
estreitar a cooperação entre as universidades
distinguidas como Património Mundial
da Humanidade, pela UNESCO – a “Declaração do
México sobre proteção, conservação e difusão
do património, das coleções e dos museus
universitários”. De referir que a UC integra a lista
das cinco universidades a nível mundial distinguidas
pela UNESCO como Património Mundial da
Humanidade, juntamente com as universidades
da Virgínia, de Alcalá, a Central da Venezuela e a
Nacional Autónoma do México.
Em 2015, a Biblioteca Geral da UC foi reconhecida
como Marca do Património Europeu (European
Heritage Label), sendo a primeira biblioteca
universitária com esta distinção, confirmando-a
como uma biblioteca de projeção europeia.
Esta aposta no património tem tido reflexo também
ao nível das infraestruturas, com a UC a realizar em
2015 algumas intervenções de destaque:
no Paço das Escolas, reabilitação da Porta Férrea e
de todas as caixilharias da fachada norte e poente;
início dos trabalhos de recuperação da Capela de
São Miguel;
início da reabilitação do Jardim Botânico da UC,
com criação de percurso pedonal para ligar a Baixa
à Alta de Coimbra;
recuperação do Teatro Académico de Gil Vicente;
intervenção no Colégio da Trindade.
O reconhecimento pela UNESCO foi determinante
para a atividade turística, continuando a registar-se
uma tendência claramente positiva, com mais de
351.918 visitantes ao circuito turístico – o que
representa um acréscimo, face ao ano anterior, de
20% –, com um consequente aumento de receita
gerada por esta via.
Visitantes aos espaços turísticos
[gráfico 5]
Neste âmbito foram desenvolvidos novos
programas, proporcionando formas diferentes de
sentir a UC:
programa de visitas guiadas noturnas, aos sábados
durante o verão;
atividades dirigidas a crianças dos 6 aos 12 anos,
como “Dormir no Palácio”, “Reis no Paço” ou
“Aprender com as Infantas”;
206.727
206.457
245.690
293.132
351.918
2011 2012 2013 2014 2015
33. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
31
programa “A Família Abraça a UC”;
iniciativa 7 séculos, 7 personalidades, 7 histórias;
programa dedicado ao Dia Internacional dos
Museus e à Noite dos Museus, no âmbito de
Coimbra - Rede de Museus;
exposições como a do espólio do antigo Museu de
Arte Sacra da UC ou a de esculturas de pedra
de Ançã;
mostras e concursos de fotografia;
criação de bilhete conjunto com o Portugal dos
Pequenitos.
Alguns destes programas decorreram no âmbito das
comemorações dos 725 anos da Universidade de
Coimbra, celebrados em 2015, que contribuíram
para reforçar a oferta cultural e artística na cidade.
O ano ficou assim marcado por um vasto conjunto
de iniciativas, sob o tema UC 725 anos: Tempo de
Encontro(s), assinalando o “encontro quase paradoxal
entre o velho e o novo, o antigo e o futuro”, e sendo a
UC uma universidade global, entende que “o tempo
de encontros com os olhos no futuro corresponde ao
cumprimento pleno da missão de ajudar uma cultura e
um país a afirmarem-se e a consolidarem-se.”
No total, as comemorações dos 725 anos, que
incluíram a edição de 2015 da Semana Cultural
(a 17.ª), contaram com 254 iniciativas, incluindo
espetáculos, exposições, oficinas, conferências
e debates, nas quais participaram mais de 50.000
pessoas, representando um substancial acréscimo
face aos cerca de 16.000 participantes nas 119
iniciativas desenvolvidas no âmbito da 16.ª Semana
Cultural, realizada em 2014.
Destaca-se a realização do espetáculo de video
mapping UC - Uma História de Luz no Paço das
Escolas, com uma assistência de aproximadamente
30 mil pessoas e o Congresso Internacional da
Língua Portuguesa: Uma Língua de Futuro, que
encerrou as comemorações dos 725 anos.
Eventos culturais e audiência
[quadro 9]
iniciativas público
UC 725 anos / 17.ª S. Cultural 254 50.731
Ano Zero - Bienal de Arte
Contemporânea de Coimbra
33 163.639
Durante o mês de novembro decorreu a Anozero:
Bienal de Arte Contemporânea de Coimbra, uma
iniciativa proposta pelo Círculo de Artes Plásticas de
Coimbra, organizada em parceria com a Câmara
Municipal de Coimbra e a Universidade de Coimbra,
que teve como objetivo primordial promover uma
reflexão sobre a classificação da UC, Alta e Sofia
como Património Mundial da Humanidade.
O prémio Universidade de Coimbra, atribuído,
desde 2004, a uma personalidade de nacionalidade
portuguesa que se tenha destacado por uma
intervenção particularmente relevante e inovadora
nas áreas da cultura ou da ciência, distinguiu em
2015 o jornalista, crítico gastronómico e autor José
Quitério.
Em termos de infraestruturas culturais da
Universidade, o Teatro Académico de Gil Vicente
regista o maior número de utilizadores. Em 2015,
as audiências de espetáculos tiveram contudo um
decréscimo de 10% face ao ano anterior, dado
o encerramento da sala, durante 3 meses, para obras
de requalificação.
Já o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra
registou um acréscimo de 10,4% no número de
visitantes, recuperando da diminuição registada no
ano anterior.
Utilizadores de infraestruturas de atividades culturais
[quadro 10]
2013 2014 2015
Auditório da Reitoria 15.215 12.343 15.184
MCUC 20.303 19.978 22.060
Palácio de São Marcos 2.807 2.419 3.728
TAGV 51.665 67.327 60.571
Relativamente à prática desportiva, cabe ao Estádio
Universitário a missão de proporcionar o exercício
de atividades físicas, prioritariamente, à comunidade
universitária, e também à comunidade em geral, quer
pela disponibilização de instalações quer pela
organização de atividades desportivas, de recreio e
lazer. Em 2015, registou quase 190.000 utilizações,
o que representa uma redução de 6,3% (sem
contabilizar os utilizadores da FCDEF, da Escola
Secundária Jaime Cortesão e das áreas
livres/informais, abertas à comunidade em geral).
Esta diferença resulta do encerramento de
estruturas objeto de obras de conservação
e reabilitação, no âmbito da intervenção em curso
no Estádio, com vista à melhoria das condições para
a prática desportiva tendo em conta o acolhimento
dos Jogos Europeus Universitários 2018.
34. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
32
Neste âmbito, decorreu em novembro a cerimónia
de assinatura do protocolo de colaboração para
organização e condução dos Jogos, entre a UC,
a CMC, a AAC e a FADU. A UC recebeu ainda
a visita, do presidente da European University Sports
Association, para ver como decorrem os preparativos.
Realça-se que, do total de utilizadores contabilizados
das instalações do EU, 93,8% são praticantes das
secções desportivas da Associação Académica de
Coimbra.
Utilizadores de instalações desportivas
[quadro 11]
2013 2014 2015
Estádio Universitário 235.579 202.624 189.846
A Rede UC é exemplo de uma rede de sucesso,
nascida no seio da Universidade, pretendendo
prosseguir-se com a aproximação aos antigos
estudantes, reconhecendo-os como verdadeiros
embaixadores da UC em Portugal e no mundo
e contribuindo decisivamente para a atração de
novos estudantes, nacionais e internacionais.
No final de 2015, a Rede UC apresentava um total
acumulado de 30.819 adesões.
Adesões à Rede UC
[quadro 12]
2011 2012 2013 2014 2015
25.714 26.066 27.598 29.301 30.819
Nota: valores acumulados
A concluir, no que respeita ao relacionamento com
a comunidade local, mantém-se o dinamismo nas
parcerias entre a UC e os agentes da cidade e da
região, com destaque para a CMC. É disto exemplo
a coorganização dos Jogos Europeus Universitários
de 2018 e a decisiva intervenção da CMC na questão
da futura utilização das anteriores instalações do
Hospital Pediátrico.
Há ainda a realçar a atribuição da Medalha de Ouro
da Cidade à Universidade de Coimbra, pela CMC,
por unanimidade, em sessão solene comemorativa
do Dia da Cidade (4 de julho).
37. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
35
3. SUSTENT ABILIDADE
A Universidade de Coimbra pretende afirmar-se
como uma universidade global. Para tal, deve adotar
uma perspetiva de gestão sustentável das suas
atividades e dos seus recursos, na qual deve basear
toda a sua atuação, permitindo-lhe responder com
eficiência e eficácia às necessidades do presente para,
desta forma, assegurar o seu futuro.
Neste capítulo, pretende-se evidenciar algumas das
atividades desenvolvidas em 2015 no âmbito das
diferentes áreas de sustentabilidade, tal como
definidas no Plano Estratégico 2015-2019.
3.1. INTERNACIONALIZAÇÃO
No ano letivo 2014/2015, 9,4% dos estudantes
inscritos em cursos conferentes de grau e em pós-
-graduação/especialização – excluindo estudantes em
mobilidade incoming –, eram de nacionalidade
estrangeira. Para o ano letivo 2015/2016,
e considerando os dados a 31 de dezembro,
a percentagem mantém-se idêntica, sendo a grande
maioria destes estudantes provenientes dos países
da CPLP (80,4%), com destaque para o Brasil.
Estudantes de nacionalidade estrangeira,
excluindo mobilidade incoming
[quadro 13]
2013/2014 2014/2015 2015/2016*
2.105 2.082 1.963
* dados a 31 de dezembro de 2015
Quando analisamos o total de estudantes de
nacionalidade estrangeira considerando a mobilidade
incoming, o número ascende a 3.486 (2014/2015),
representando 14,80% do total de estudantes em
cursos conferentes de grau e em pós-
-graduação/especialização (com mobilidade incoming).
Os dados do quadro anterior incluem, a partir do
ano letivo 2014/2015, os estudantes inscritos ao
abrigo do EEI, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 36/2014, de 10 de março. Nesse ano letivo,
e após a criação do “Regulamento do concurso
especial de acesso e ingresso do estudante
internacional” pela UC, foi aplicado pela primeira vez
este regime. No final do ano letivo 2014/2015, a UC
registava 135 estudantes ativos ao abrigo do EEI.
Relativamente à distribuição dos estudantes inscritos
ao abrigo do EEI, por tipo de ciclo, a maioria estava
inscrita em licenciatura.
Estudantes internacionais, por tipo de ciclo,
no ano letivo 2014/2015
[gráfico 6]
Analisando em detalhe a distribuição dos estudantes
internacionais, verifica-se que a FCTUC acolhe
o maior número de estudantes, com 34,1% do total
de inscritos, seguindo-se a FEUC com 23,7%.
No extremo oposto, surgem a FPCEUC, a FMUC
e a FFUC com menos de 2% cada.
Estudantes internacionais, por faculdade,
no ano letivo 2014/2015
[quadro 14]
2014/2015
FLUC 28
FDUC 25
FMUC 1
FCTUC 46
FFUC 1
FEUC 32
FPCEUC 2
Total 135
Considerando o país de origem, 83% (112) dos
estudantes inscritos na UC ao abrigo do EEI são
provenientes do Brasil, sendo este o país com maior
expressão, destacando-se fortemente de todos os
outros.
Estudantes internacionais,
por país de origem, no ano letivo 2014/2015
[figura 6]
57%25%
18%
L MI ME
Angola 7% Brasil 83% Chile 1% China 2%
Moçambique 3% Síria 3% São Tomé e Príncipe 1%
38. UNIVERSIDADE DE COIMBRA
36
No presente ano letivo, de 2015/2016, encontravam-
-se inscritos, a 31 de dezembro, 222 estudantes pelo
EEI, nos mesmos ciclos de estudos – licenciatura,
mestrado integrado e mestrado de continuidade.
A estes acrescem 195 estudantes em mestrados de
especialização avançada e de formação ao longo da
vida e em doutoramentos.
Estudantes internacionais, por regime de acesso,
no ano letivo 2015/2016
[quadro 15]
EEI Reing. Transf.
Mudança
de curso
Total
L 115 1 7 3 126
MI 72 1 0 0 73
ME 23 0 0 0 23
Total 210 2 7 3 222
Os números anteriores não refletem os inscritos no
Ano Zero, curso não conferente de grau,
preparatório, dirigido a futuros estudantes, que lhes
permite iniciar o seu curso com níveis de
conhecimentos e de fluência da língua apropriados.
Estabelece-se assim a ponte entre os conhecimentos
de origem dos estudantes, tão diversos como os
sistemas de ensino de onde provêm, e os requisitos
de entrada dos cursos da UC. No ano letivo
2014/2015, registaram-se 28 estudantes neste curso,
provenientes de Angola.
O Dia da Internacionalização da Universidade de
Coimbra foi dedicado ao tema “A Gateway to Life-
-Changing Opportunities”, com o objetivo de
incentivar a mobilidade dos estudantes, uma vez que,
apesar de se manter um crescimento do número de
estudantes que participam em programas de
mobilidade, a mobilidade incoming ainda é muito
superior à dos estudantes portugueses que vão fazer
uma parte do seu plano de estudos fora do país.
Quanto à mobilidade incoming, registou-se um
acréscimo de 3,8% face ao ano letivo anterior, tendo
58,2% dos estudantes vindo para a UC através do
programa ERASMUS.
Estudantes candidatos e efetivos em programas
de mobilidade incoming
[gráfico 7]
A maioria dos estudantes incoming é proveniente da
Europa (59,1%) e da América (39,5%), destacando-
-se, em termos de países, o Brasil, de onde são
naturais 36,5% dos estudantes. De seguida, estes
estudantes são maioritariamente provenientes de
Itália (14,8%) e de Espanha (14,7%).
O número de estudantes que frequentaram
programas de mobilidade outgoing aumentou 29,7%
no último ano letivo. De entre estes programas,
destaca-se o ERASMUS, com 87,9% do total de
estudantes outgoing. Neste programa, o maior
número de estudantes escolhe Espanha (19,3%), Itália
(18,1%), República Checa (9,3%), Polónia (8,8%) e
França (7,8%) como destino.
Estudantes candidatos e efetivos em programas
de mobilidade outgoing
[gráfico 8]
Resultado da forte aposta da UC na
internacionalização, foram promovidos, no ano letivo
2014/2015, 1.515 acordos de cooperação no âmbito
do Programa ERASMUS Aprendizagem ao Longo da
Vida, representando um acréscimo de 75,8%
relativamente ao ano letivo anterior. Do total, 54,5%
foram estabelecidos com instituições de Espanha,
Itália e Alemanha.
1.677
2.124 2.089
1.666
1.942
1.202
1.401
1.679
1.384 1.436
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015
Estudantes candidatos a programas de mobilidade
Estudantes em programas de mobilidade
794
951
1.145
1.419
1.572
518 533 599 549
712
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015
Estudantes candidatos a programas de mobilidade
Estudantes em programas de mobilidade
39. RELATÓRIO DE GESTÃO E CONTAS 2015
37
No que diz respeito ao pessoal docente
e investigador, registaram-se 242 situações de
mobilidade incoming e 112 docentes em missões
de ensino ERASMUS (outgoing), mantendo-se a
tendência de crescimento (mais 23,1% em relação
ao ano letivo 2013/2014), com Espanha (34,8%), Itália
(22,3%) e França (17%) como principais destinos.
Quanto às áreas de estudo das missões destacam-se
as ciências sociais e do comportamento (13,4%) e a
arquitetura e construção (12,5%).
Docentes candidatos e efetivos a programas de
mobilidade outgoing
[gráfico 9]
O Welcome Centre for Visiting Researchers é um
serviço da Universidade de Coimbra especialmente
vocacionado para receber e acompanhar
investigadores visitantes. No ano de 2015, foram
registados 231 visitantes.
Visitantes registados no
Welcome Centre for Visiting Researchers
[gráfico 10]
Em termos de cooperação internacional, a UC
mantém a sua participação em pelo menos 17 redes
mundiais de universidades, com destaque para o
Coimbra Group, o Grupo de Coimbra de
Universidades Brasileiras, a AULP-Associação de
Universidades de Língua Portuguesa e a
EUA-European University Association.
Sendo a UC uma referência para a difusão da língua e
da cultura portuguesas, é fundamental destacar o
contínuo aumento de procura da aprendizagem de
português como língua não nativa. Os cursos de
português para estrangeiros, nas suas diversas
modalidades – curso anual, cursos intensivos, curso
intensivo ERASMUS, curso de férias ou curso Kyoto
– registaram um acréscimo de 7% em 2014/2015 no
número de inscritos (totalizando 732 inscritos),
refletindo o interesse crescente da aprendizagem de
português no mundo, e, em particular, a procura
pelos estudantes que não dominam a língua
portuguesa.
3.2. CIDADANIA E INCLUSÃO
A área de cidadania e inclusão será mais
desenvolvida no Relatório de Gestão e Contas
Consolidado, com a inclusão da área da ação social,
na esfera dos Serviços de Ação Social.
Perante a crise humanitária gerada pelo imenso
afluxo de refugiados à Europa, a Universidade de
Coimbra não poderia deixar de dar o seu contributo
no sentido de responder a tão grande desafio.
O acolhimento de estudantes refugiados insere-se na
matriz identitária da UC e no lema de Universidade
Global.
A UC oferece a frequência, na qualidade de
estudante internacional, a jovens de famílias
de refugiados a quem o Governo português haja
reconhecido este estatuto. Neste âmbito, decorreu
em dezembro uma sessão de boas vindas aos
primeiros estudantes internacionais com estatuto de
refugiado, provenientes da Síria e do Sudão, que
iniciaram as suas aulas de português na UC.
Para além de mobilizar os mecanismos necessários
ao suporte financeiro dos custos académicos, a UC
compromete-se a promover o acolhimento e
integração deste(a)s jovens, mobilizando para tanto
as muitas e diversas vertentes – académica, social,
cultural – das suas estruturas de apoio.
A UC articula os seus esforços com entidades
estrategicamente vocacionadas para o apoio em
causa, como sejam, antes de mais, o Conselho
Português para os Refugiados, a Plataforma de Apoio
aos Refugiados, a Câmara Municipal de Coimbra, a
Associação Académica de Coimbra, a Fundação
Assistência, Desenvolvimento e Formação
Profissional de Miranda do Corvo, além de continuar
a cooperação já existente com a Global Platform for
Syrian Students, uma iniciativa do Presidente Jorge
137 140
101
146
153
76 73 79 91
112
2010/2011 2011/2012 2012/2013 2013/2014 2014/2015
Docentes candidatos a programas de mobilidade
Docentes em missões de ensino ERASMUS
59
67
95
10
Investigação
Pós-Doutoramento
Doutoramento
Professor Visitante