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Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Norte de
Minas Gerais - Campus Januária
PLANEJAMENTO AGRONOMICO: PROPOSTA DE CONFINAMENTO
BOVINO DE 50 CABEÇAS DE GADO NELORE USANDO COMO
FONTE DE VOLUMOSO A SILAGEM DE SORGO
10° Período – Agronomia
Hailton Barbosa dos Santos
01 de Fevereiro de 2023
Januária-MG
Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Norte de Minas
Gerais- Campus Januária -
PLANEJAMENTO AGRONOMICO: PROPOSTA DE CONFINAMENTO
BOVINO DE 50 CABEÇAS DE GADO NELORE USANDO COMO
FONTE DE VOLUMOSO A SILAGEM DE SORGO
10° Período – Agronomia
Projeto apresentado como parte
das exigências para obtenção
de nota parcial da disciplina de
Planejamento Agronômico,
ministrada pelo Professor
Ednaldo Liberato
.
01 de Fevereiro de 2023
Januária- MG
RESUMO
O confinamento de bovinos de corte é caracterizado como um sistema intensivo de
produção com objetivo de produzir carne em quantidade e qualidade, respeitando os
aspectos sanitários, nutricionais, comportamentais dos animais e do meio ambiente,
a utilização do confinamento permite a redução da idade de abate dos animais, a
produção de carne de melhor qualidade, o retorno do capital investido em curto
prazo de tempo e o descanso das áreas de pastagem durante a seca, além do
aumento do peso de abate e do melhor rendimento de carcaça, diante disso, esse
projeto tem como finalidade descrever as etapas e as necessidades do manejo para
terminar animais em confinamento, a fim de alcançar maiores ganhos a baixo custo de
produção. Destacam-se, também, informações tecnológicas para a produção de animais em
confinamento com silagem de sorgo, desde o planejamento da cultura até o manejo
nutricional aplicado aos animais. Para produção de silagem será ultilizada uma area de 4 ha,
onde o solo e predominantemente franco-arenoso, onde será plantado o Sorgo Boliviano
Agri 001E, um hibrido desenvolvido pela empresa colombiana Latina Seeds que
pode chegar até 6 metros de altura, com uma média de 6 a 15 perfilhos antes do
primeiro corte, e após, pode produzir de 12 a 25 perfilhos, com uma expectativa de
produzir 326 toneladas de silagem.Para montar a infraestrutura basica o produtor irá investir
cerca de 80 mil reais para instalação de poço artesiano,piquetes,bebedouros,cercas e
reforma do curral. Os animais que serão explorados no empreendimento irá consistir de 50
vacas da raça nelore com idades de 24 a 36 meses, entrando com 120 kg(8@) e saindo
após 120 dias com uma média de 216 kg(14,4@), para aquisição desses animais
considerou um preço de R$ 240@ e um preço de venda de 280@. Espera-se ao final do
ciclo obter um lucro de R$ 8.000,00 já sendo descontado todos os custos de custeio. E para
realizar o aporte financeiro o produtor poderá optar por realizar um financiamento para
investimento na propriedade e outro de custeio para custear as despesas oriundas do
empreendimento.E salientando,ao se decidir montar um confinamento, é necessário
procurar apoio técnico, além de informações complementares das técnicas e da
legislação, a fim de obter melhor produtividade com segurança e respeito aos
animais e ao meio ambiente.
Palavras chave: Sorgo boliviano, Pecuária de corte, Alternativa alimentar
Sumário
1. Introdução................................................................................................... 1
2. Historico...................................................................................................... 1
3. Quando realizar o confinamento.................................................................. 2
4. Vantagens do confinamento........................................................................ 2
5. Silagem de Sorgo......................................................................................... 3
6. Legislação para Confinamento Bovino em Minas Gerais............................... 4
7. Projeto Técnico............................................................................................ 6
8. Produção da silagem de sorgo..................................................................... 7
9. Plantio da área necessária para produção de silagem.................................. 9
10. Tratos Culturais......................................................................................... 11
11. Colheita..................................................................................................... 13
12. Estrututação do Sistema de Confinamento................................................ 16
13. Viabilidade Econômica............................................................................... 18
14. Plano de Negocios......................................................................................20
15. Plano de Marketing....................................................................................20
16. Estrutura de Comercialização......................................................................21
17. Cronograma de Atividades..........................................................................22
18. Conclusão...................................................................................................23
19. Anexos.......................................................................................................23
20. Referências Bibliograficas..........................................................................27
1
1. INTRODUÇÃO
A pecuária representa uma das atividades econômicas mais importantes do
Brasil. E devido ao crescimento da demanda no mundo, possivelmente o setor
terá de aumentar significativamente a produção de alimentos de origem
animal. Uma das possibilidades para atender a demanda, é a adoção da
terminação de animais em confinamento.
O sistema de criação de bovinos de corte compreende as fases de cria, recria
e terminação. A utilização do confinamento permite a redução da idade de
abate dos animais, a produção de carne de melhor qualidade, o retorno do
capital investido em curto prazo de tempo e o descanso das áreas de
pastagem durante a seca, além do aumento do peso de abate e do melhor
rendimento de carcaça.
Diante disso, esse projeto tem como finalidade descrever as etapas e as
necessidades do manejo para terminar animais em confinamento, a fim de
alcançar maiores ganhos a baixo custo de produção. Destacam-se, também,
informações tecnológicas para a produção de animais em confinamento com
silagem de sorgo, desde o planejamento da cultura até o manejo nutricional
aplicado aos animais.
2. HISTÓRICO
A análise histórica da pecuária de corte, no Brasil, evidencia o
desenvolvimento dessa atividade mediante a expansão das áreas de
pastagem na fronteira agrícola, tendo como base o sistema extensivo de
criação, notadamente em regiões desprovidas de infra-estrutura ou em áreas
com fertilidade do solo esgotadas pela exploração agrícola. Se, no passado, a
pecuária de corte caracterizava-se como atividade pioneira no processo de
expansão da fronteira agrícola, atualmente, com as pressões exercidas pela
agricultura tecnológica, a ocupação de novas áreas tende a ser substituída
pela produtividade e lucratividade da agricultura, deixando evidencias
concretas de que a pecuária tradicional não apresenta condições de competir
no mercado atual.
No entanto, é evidente que a competitividade com outras alternativas de uso
do solo, como a agricultura, tem forçado a pecuária a buscar maior eficiência
produtiva e econômica.
O confinamento de bovinos de corte é caracterizado como um sistema
intensivo de produção com objetivo de produzir carne em quantidade e
qualidade, respeitando os aspectos sanitários, nutricionais, comportamentais
dos animais e do meio ambiente.
O sistema de confinamento no período seco, como ferramenta para aumentar
a capacidade de suporte da propriedade, tem sido uma técnica viável, quando
2
desenvolvido de forma planejada e bem executada, condição que permite
aumento considerável na produtividade e lucratividade por unidade de área.
Outros benefícios desta tecnologia implicam em redução da idade de abate
dos animais, melhor qualidade da carne, aumento da taxa de desfrute,
diminuição dos problemas intrínsecos à oferta de forragem no período seco e
aumento do giro de capital.
É importante ressaltar que a produção de carne, de acordo com critérios que
promovam o bem-estar animal e o respeito ao meio ambiente, tem sido uma
constante por parte dos consumidores, obrigando o produtor a cumprir estas
exigências, de forma a manter e ampliar a politica de exportação para outros
países, como aqueles pertencentes à União Europeia (U.E.).
Assim o correto dimensionamento do confinamento é o fator-chave para o
início do sucesso de um empreendimento, pois pequenas falhas no
desenvolvimento do projeto poderão causar grandes prejuízos técnicos e
econômicos, da mesma forma que erros de metragens irão influenciar
negativamente na produtividade dos animais e tornar os processos
operacionais mais demorados e menos eficientes.
3. QUANDO REALIZAR O CONFINAMENTO
O período mais apropriado para a terminação dos animais no sistema de
confinamento é a estação seca do ano, em virtude de apresentar condições
climáticas mais favoráveis (baixa incidência de chuvas e temperaturas mais
baixa) e também por culminar com a escassez das pastagens, existe também
o ganho compensatório que é bastante explorado, principalmente quando
trata-se de confinar vacas de descarte.
Além disso, há tendência de aumento do preço da arroba, resultado da menor
oferta de carne no mercado (entressafra). Esta diferença de remuneração da
arroba entre o período da safra e entressafra que, no passado era gritante e
vem caindo anualmente em virtude do próprio aumento do número de animais
confinados, gerando uma oferta de animais o ano todo.
4. VANTAGENS DO CONFINAMENTO
A tecnologia de confinamento de maneira geral trás benefícios diretos e
indiretos, tais como:
 Aumento da eficiência produtiva do rebanho, por meio da redução
da idade ao abate e melhor aproveitamento do animal produzido e
capital investido nas fases anteriores (cria-recria);
 Oferta de gado para o abate durante todo o ano, gerando receita
constante, além de agregar valor ao animal na entressafra. Para
os frigoríficos, a oferta mais constante de animais irá diminuir os
desníveis de abates e a ociosidade de suas unidades;
 Uso da forragem excedente de verão e liberação de áreas de
pastagens para outras categorias durante o período de
confinamento;
3
 Uso mais eficiente da mão-de-obra, maquinários e insumos;
 Produção de carne de qualidade, com carcaças maiores,
padronizadas, cobertura de gordura adequada e maior maciez;
 Uso de resíduos da agroindústria, pela capacidade dos
ruminantes em digerir estes tipos de alimentos, tornando-se viável
o uso de subprodutos como fonte de proteína, energia e fibra;
 Aproveitamento do adubo orgânico produzido, podendo ser
utilizado na lavoura ou comercializado, elevando a receita;
 A produção do volumoso na propriedade viabiliza a reforma de
áreas degradadas de pastagens, que poderão ser utilizadas
novamente como pastagem, apresentando níveis de
produtividade mais elevados
5. SILAGEM DE SORGO
A lucratividade dos sistemas de criação intensiva, entre outros fatores,
depende da utilização de silagem com bom valor nutritivo produzida com baixo
custo. O alto valor nutritivo é fundamental para que os animais atinjam o peso
de abate no menor tempo possível e, ambos, bom valor nutritivo e baixo custo
de produção, são essenciais para a lucratividade do empreendimento.
O sorgo pode ser utilizado tanto para produção de grãos como de forragem
para pastejo ou conservação na forma de silagem ou feno. É uma cultura que
produz silagens com boas características fermentativas e destaca-se por ser
um volumoso com adequada concentração de carboidratos solúveis,
essenciais para a fermentação lática. Depois do milho, é a cultura anual mais
importante para produção de silagem, pois possibilita produção
economicamente viável (alta produção por unidade de área), possui bom valor
energético e níveis médios de proteína (cerca de 8% de proteína bruta). Outra
característica importante do sorgo é a boa adaptação às variadas condições
de clima e de solo.
A silagem de sorgo tem importância estratégica, pois quando é produzida com
base nos princípios básicos para obtenção de silagem de boa qualidade
apresenta valor nutritivo equiparado ao da silagem de milho e com a principal
vantagem do menor custo de produção, uma vez que a produtividade do sorgo
é maior que a do milho.
Algumas vantagens do sorgo em relação ao milho são:
 Os rendimentos de forragem verde em ótimas condições de clima
e de fertilidade podem superar os obtidos com o milho. Há
variedades de alta produção (sorgos forrageiros) que podem
produzir cerca de 100 t/ha de massa verde, em dois cortes;
 Menor exigência quanto ao tipo e à fertilidade do solo;
 Capacidade para suportar extensos períodos de falta de água e
rebrotar rapidamente depois da ocorrência de chuvas que
umedecem suficientemente o solo;
 Adapta-se melhor que o milho em regiões onde há escassez de
chuvas;
4
 Não é sujeito a roubos, como ocorre com as espigas de milho; no
entanto, pelo fato de ter os grãos expostos sofre intenso ataque
de pássaros.
6. LESGILAÇÃO PARA CONFINAMENTO BOVINO EM MINAS GERAIS
Licenciamento ambiental é à base do tratamento das questões ambientais da
empresa. É através dela que o empreendedor inicia seu contato com o órgão
ambiental e passa a ter conhecimento das suas obrigações quanto ao
adequado controle ambiental de sua atividade (FEITOSA; LIMA; FAGUNDES,
2004).
Na lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, o Art. 10 estabelece que:
A construção, instalação, ampliação e funcionamento de
estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos
ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes,
sob qualquer forma, de causar degradação ambiental
dependerão de prévio licenciamento ambiental (BRASIL,
1981).
A listagem das atividades e empreendimentos sujeitas ao licenciamento
ambiental está presente na Resolução do Conselho Nacional do Meio
Ambiente – CONAMA, n. 237, de 19 de dezembro de 1997 (CONSELHO
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1997). Onde consta no Art. 1° da
resolução:
I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo
qual o órgão ambiental competente licencia a localização,
instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e
atividades utilizadoras de recursos ambientais , consideradas
efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental,
considerando as disposições legais e regulamentares e as
normas técnicas aplicáveis ao caso (CONSELHO NACIONAL
DO MEIO AMBIENTE, 1997).
O confinamento bovino é uma atividade poluidora sendo classificada na
Resolução do CONAMA n. 237 como “criação de animais”, sendo obrigatório
seu licenciamento ambiental e estudo de impacto ambiental (CONSELHO
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1997). As legislações estaduais
relacionadas a licença são:
 DECRETO Nº 47.837, DE 9 DE JANEIRO DE 2020: Estabelece
normas para licenciamento ambiental, tipifica e classifica infrações
às normas de proteção ao meio ambiente e aos recursos hídricos
e estabelece procedimentos administrativos de fiscalização e
aplicação das penalidades( MINAS GERAIS,2020).
 Lei nº 13.796, de 20 de dezembro de 2000: Dispõe sobre o
controle e o licenciamento dos empreendimentos e das atividades
5
geradoras de resíduos perigosos no Estado (MINAS
GERAIS,2000).
 RESOLUÇÃO SEMAD Nº 811, DE 30 DE SETEMBRO DE 2008:
Fixa os valores para indenização dos custos de análise de
pedidos de Autorização Ambiental de Funcionamento e de
Licenciamento Ambiental, a cargo da Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD, da
Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM, do Instituto
Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, e do Instituto Estadual de
Florestas - IEF, e dá outras providências (MINAS GERAIS,2008).
“ No ato da fiscalização haverá a cobrança da licença referente ao estágio em
que estiver o empreendimento. Licença de instalação se estiver na fase de
implantação e de operação se já estiver funcionando. Desse modo sem a
licença o empreendedor ficará sujeito à multa”.
6.1. CONFINAMENTO BOVINO EM APP E RL
As Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL) são
protegidas por lei, na tentativa de conter o desmatamento e a pressão da
agropecuária sobre as áreas de florestas e vegetação nativa (O QUE..., 2013).
A Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012, no Art. 3, estabelece:
II - Área de preservação permanente: coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os
recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a
biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo
e assegurar o bem-estar das populações humanas.
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma
propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação
permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos
naturais, à conservação e reabilitação dos processos
ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e
proteção de fauna e flora nativas (BRASIL, 2012).
Legislações estaduais e federais com informações referentes às áreas de
preservação permanente e de reserva legal:
 Decreto nº 47.838, de 9 de janeiro de 2020: Dispõe sobre a tipificação
e classificação das infrações às normas de proteção ao meio ambiente
e aos recursos hídricos aplicáveis às atividades agrossilvipastoris e
agroindustrial de pequeno porte e dá outras providências (MINAS
GERAIS,2020).
 Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012: Esta Lei estabelece normas
gerais com o fundamento central da proteção e uso sustentável das
florestas e demais formas de vegetação nativa em harmonia com a
promoção do desenvolvimento econômico (MINAS GERAIS,2012).
6
 Resolução n. 302, de 20 de março de 2002: Dispõe sobre os
parâmetros, definições e limites de áreas de preservação permanente
de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno (CONSELHO
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2002).
6.2. RESÍDUOS BOVINOS
Em relação aos resíduos gerados no empreendimento:
 Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010: Esta Lei institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios,
objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à
gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os
perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e
aos instrumentos econômicos aplicáveis ( MINAS GERAIS,2010).
 ABNT NBR 10004: Resíduos Sólidos – Classificação (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004).
7. PROJETO TÉCNICO E ÁNALISE DE VIABILIDADE DE
UM CONFINAMENTO DE 50 CABEÇAS DE GADO USANDO COMO
VOLUMOSO A SILAGEM DE SORGO
DADOS DO CLIENTE
Nome: João Neto dos Santos
Estado civil: Casado
Localização: Comunidade de Macaúba – Januária- MG
Profissão: Produtor Rural/Presisdento Sindicato dos Produtores Rurais de Bonito de
Minas
7.1METAS PROPOSTAS PELO CLIENTE
Vacas Nelore 50 cabeças
Peso de entrada 120 kg
Ganho médio diário 1,8 kg/dia
Peso de abate 216 kg
Duração do ciclo 120 dias
7
8. PRODUÇÃO DA SILAGEM DE SORGO
8.1 Conheça a necessidade de silagem do rebanho
A necessidade de silagem é determinada pelo número de animais,
composição do rebanho e período de confinamento (número de dias). A
ingestão de forragem do rebanho ou categoria animal é geralmente calculada
pelo consumo de matéria seca (MS), que representa o alimento isento de
umidade. O teor de MS dos alimentos pode ser determinado em laboratórios
de nutrição animal ou nas fazendas utilizando-se forno de micro-ondas.
Estima-se que o consumo médio de matéria seca por UA é de 14 kg/dia.
8.2 Definindo a necessidade de silagem por animal a ser confinado
Categoria: Femêas pesando 120 kg ( 8@)
Consumo esperado: 14 kg de MS/animal/dia
Teor de MS da silagem: 31% ou 31 kg de MS
8.3 Definindo a quantidade de silagem a ser ultilizada na propriedade
diariamente
Categoria: 50 femêas em terminação
Necessidade de silagem= 50*45,16=2.258 kg/dia de silagem
8.4 Quantidade de silagem ser produzida
Necessidade de silagem a ser consumida durante o periodo de
confinamento
Categoria: 50 femêas em terminação
Consumo: 45,16 kg/animal/dia
Duração do ciclo: 120 dias
Necessidade de silagem= 50*45,16*120= 270.960 kg de silagem a ser
produzida
8.5 Considerando as perdas que ocorrem no processo de ensilagem
Considerando uma perda de 20% ou 20 kg, temos:
100 kg de silagem ----------- 20 kg de perda
270.960 kg de silagem -------X perdas
X no processo= 54.192 kg de silagem
100 kg de silagem ---------------- 31 kg de MS
X kg de silagem ------------------- 14 kg/animal/dia
X de silagem= 45,16 kg/animal/dia
8
8.6 Total de silagem a ser produzida no processo
Total de silagem a ser consumida: 270.960 kg= 270,96≈ 271 t
Perdas no processo: 54,192 kg≈54 t
Total de silagem a ser produzida= 270.960 kg + 54.192 kg= 325.152
kg=325.152 t
8.7 Aréa necessaria para produção de silagem
Quantidade de silagem necessaria: 325.152 kg de MV≈ 326 t de MV
Produtividade estimada: 80 t de MV/ha
8.8 Dimensionamento dos silos
Nº de animais: 50 animais
Consumo diario: 45,16 kg/animal/dia
Tempo de confinamento: 120 dias
Densidade da silagem: 0,65 a 0,75 t/m3
8.9 Calculo de volume final do silo
Volume de silagem no periodo= 326 toneladas/0,6 m3
= 501,53 m3
8.10 Calculo do volume da fatia
Quantidade de silagem/dia= 50*45,16=2,258 kg/dia≈2 toneladas/dia
Volume de silagenm por dia= 2 toneladas/0,65= 3,076≈3 m3
8.11 Calculo da largura do silo
Considerando a profundidade da fatia= 3 m ou 0,3
Area: 5/0,3= 16 m2
Considerando altura: 2,5 m
Largura= 16/2,5= 6 m
8.12 Calculo do comprimento minimo do silo
80 t de MV ------------ 1 ha
326 t de MV ----------- x ha
Area necessaria= 326/80= 4,075 ha≈ 4 ha
9
Considerando a profundidade média da fatia= 0,3 m/dia
Considerando o tempo de confinamento: 120 dias
Comprimento= 120*0,3=36 metros
Dimensão final do silo= 2,5x6x36 m
9. PLANTIO DA AREA NECESÁRIA PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM
9.1 Qual hibrido usar?
A produção de silagem de boa qualidade inicia-se pela escolha do híbrido e
esta escolha deve ser embasada em informações relativas às características
agronômicas e qualitativas. Há no mercado disponibilidade de híbridos de
sorgo para adaptar-se às diferentes regiões, sendo que numa mesma região
tem-se a opção de escolha em função do ciclo, resistência e produtividade. O
conveniente é fazer a escolha de acordo com o maior número de
características desejáveis tais como ciclo, porte, participação de grãos,
digestibilidade e teor de fibra, sanidade foliar, resistência a doenças e ao
tombamento. A escolha de híbridos mais adaptados às condições em que
serão cultivados é fator importante para obtenção de maiores produções por
unidade de área, mas é importante lembrar também que não só os fatores
genéticos e de clima influenciam a produtividade do sorgo, mas, também, a
quantidade de sementes, a época de semeadura, a população de plantas, o
preparo, correção e fertilização do solo e o controle de plantas daninhas,
pragas e doenças são fundamentais para obter alta produtividade.
Será ultilizado Sorgo Boliviano Agri 001E, um hibrido desenvolvido pela
empresa colombiana Latina Seeds que pode chegar até 6 metros de altura,
com uma média de 6 a 15 perfilhos antes do primeiro corte, e após, pode
produzir de 12 a 25 perfilhos.
As raízes do Sorgo Boliviano podem atingir mais de 4 metros de profundidade
e permitindo a alta resistância à estiagem e ao tombamento.
Vem ganhando espaço na produçao de silagem, em razão de sua grande
versatilidade quando comparada a outras culturas, em especial a do milho.
 Ciclo - 110 dias, com 30% de Matéria Seca
 Silagem - de 100 a 140 t/ha
 Teor de Proteína - 8%
 Período de Corte - 105 a 135 dias
 Alta Tolerância a Estiagem
10
 Ótima opção com economia e qualidade de Silagem
 Produz sementes - Fornecendo mais energia
9.2 Preparo do solo
No preparo do solo para o plantio do sorgo, pode-se considerar o mesmo
critério que normalmente é recomendado para o milho. Entretanto, para o
sorgo, é comum a necessidade de três gradeações para que se atinjam as
condições de uniformidade requeridas para a germinação das pequenas
sementes. Como a area onde será implantado a cultura se encontra com
capim, será realizado a limpeza da area e consequentemente a incorporação
dos restos vegetais no solo.
9.3 Calagem
A quantidade de calcário deve ser aplicada com base na análise do solo e
deve ser realizada, pelo menos, com três meses de antecedência do plantio.
Porém, quando o sorgo for cultivado em seqüência ao milho ou outra cultura e,
neste caso, se o solo já tiver sido corrigido, não há necessidade de calagem.
No caso da area em questão foi realizado a analise do solo, onde constatou
que o solo necessitava de 0,4 toneladas por hectare, compreendendo cerca de
401 kg de calcário por hectare, sendo recomendado a aplicação do calcario
magnesiano, sendo aplicado cerca de 3 meses antes do plantio da cultura. Na
incorporação do calcário utilizar gradagem leve, sendo realizada na camada
de 0-20 cm. A preferência deve ser por equipamentos que utilizem discos, pois
promovem uma melhor incorporação e mistura do corretivo com o solo. Não é
recomendado aplicar o calcário quando o solo estiver muito molhado, pois ele
adere aos torrões úmidos de solo, e a incorporação não é uniforme; não se
aplica, também, calcário em dias de muito vento.. Pode parecer pouco a
quantidade de calcario a ser aplicado, mas esse dado e proveniente da alta
concentração de Calcio encontrada na analise de solo, e so lembrando que
quando aumenta os niveis de Calcio, alcaliniza o solo e por consequentemente
interfere na dinâmica de absorção e mobilidade dos nutrientes no solo.
9.4 Adubação
O sorgo possui características que lhe conferem maior resistência à seca e à
disponibilidade de nutrientes; no entanto, isto não deve ser interpretado como
menor necessidade de nutrientes. Deve-se ter em mente também que culturas
destinadas a produção de silagem são altamente extratoras de nutrientes do
solo, principalmente quando as produções são elevadas. Dessa forma,
especial atenção deve ser dada à adubação do sorgo destinado à silagem,
devido à grande remoção de nutrientes do solo e acúmulo na biomassa da
parte aérea, que será transportada para dentro do silo. A total retirada da
cultura da área de produção faz com que o solo exija duas a três vezes mais
nutrientes por área que aqueles destinados à produção de grãos, onde há
incorporação das palhadas. Neste sentido, deve-se sempre tomar por base a
análise de solo para definir a adubação, pois esta é a forma correta de aplicar
fertilizantes em quantidades corretas, sem desperdícios ou uso excessivo.
11
Para suprir as demandas da cultura será aplicado 200 kg/ha do formulado 4-
30-10 para suprir a adubação com macronutrientes, no caso do Fosfóro, por
estar muito alto, recomenda-se apenas a adubação de manutenção que é de
20 kg por tonelada de silagem a ser produzida, atraves do uso do Super
Simples e manter a adubação potássica. Já para os micronutrientes, será
necessário aplicar 0,5 kg de cobre( sulfato de cobre) por hectare e 1 kg de
zinco(sulfato de zinco) por hectare.
9.5 Plantio
A semeadura do sorgo, no que se refere à época, coincide com o que é
indicado para o milho, ou seja, início do período das chuvas. Para que a
produtividade seja adequada, deve-se estabelecer uma população de,
aproximadamente, 200 mil plantas/ha, o que, em média, corresponde a 18 a
20 sementes por metro linear, no nosso caso será uma população de 160 mil
plantas, com aproximadamente 21 sementes por metro linear, com
espaçamento de 1,5 m entre linhas. É importante salientar que a quantidade
de sementes varia com o tipo de sorgo utilizado e com a população desejada.
Sendo necessário 4 kg de sementes/ha, as quais devem ser colocadas a uma
profundidade de 3 cm. Recomenda-se utilizar 30% de sementes a mais por
área, visando evitar perdas de área com sementes não germinadas. Muitas
vezes as maiores perdas ocorrem em conseqüência do preparo inadequado
do solo, o que afeta a germinação, devido ao pequeno tamanho das sementes.
Por essa razão, é importante que o preparo do solo seja feito cuidadosamente.
10.Tratos culturais
10.1 Controle de Daninhas
As plantas invasoras competem por luz, nutrientes e água com a cultura do
sorgo, comprometendo a colheita, a produtividade e a qualidade da silagem. A
identificação e o controle destas invasoras devem seguir recomendação
técnica específica. O controle de invasoras deve ser realizado por métodos
manuais (capinas), por métodos mecânicos (cultivadores) ou por métodos
químicos (herbicidas). Os herbicidas podem ser aplicados na pré ou pós-
emergência das invasoras. Devido à sensibilidade à fitotoxidez a escolha e a
aplicação de herbicidas na cultura do sorgo só devem ser realizadas mediante
orientação técnica. Sendo posicionado então o herbicida de pré emergência
Atrazina 500 SC Rainbow e o herbicida de pós emergência 2,4-D Nortox.
Precaução: Para a aplicação dos herbicidas, tratoristas e auxiliares devem
utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados a esta
finalidade.
10.2 Controle de Pragas
As principais pragas que atacam a cultura do sorgo são aquelas que causam
danos às sementes e, ou raízes, aos colmos, às folha e às panículas. A planta,
nos seus vários estádios de desenvolvimento, quase sempre é atacada por um
determinado tipo de praga; sendo que a identificação e a recomendação de
controle devem seguir orientação técnica específica e receituário agronômico.
12
Deve-se dar atenção especial ao controle de formigas, pulgões e lagartas do
cartucho (Spodoptera frugiperda).
Para as formigas, O controle mais comum é realizado com formicidas
granulado (iscas). Para a aplicação dos formicidas granulados deve-se utilizar
equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados a esta finalidade.
Para o controle de pulgões, não posso recomendar nenhum produto comercial
porque eles não estão aprovados para o uso na cultura de sorgo, mas é uma
estratégia que pode funcionar se o produto comercial estiver registrado para
outra praga em sorgo e apresentar princípios ativos que exibem o efeito de
controle,porsulfoxaflor +lambda cialotrina, flupyradifurone, imidacloprid, acetam
iprid,e clorpirifós.
A lagarta do cartucho é considerada a praga mais importante da cultura do
sorgo, embora existam outras lagartas que atacam a cultura em suas
diferentes fases de desenvolvimento. No controle químico destas pragas,
utilizar preferencialmente inseticidas fisiológicos que atuam somente sobre
determinados grupos ou fases fisiológicas de insetos.
10.3 Controle de Doenças
As principais doenças que atacam a cultura do sorgo para silagem são
aquelas que ocorrem durante o ciclo da cultura e podem afetar a silagem,
qualitativamente e quantitativamente. Estas doenças são causadas por fungos
e bactérias e afetam as panículas, as folhas e os colmos. A identificação e o
controle destas doenças devem seguir orientação técnica especializada.
Dentre as doenças que afetam a cultura do sorgo no Brasil, podem ser citadas
como mais importantes as seguintes: antracnose (Colletotrichum sublineolum);
míldio (Peronosclerospora sorghi); helmintosporiose (Exserohilum turcicum);
ferrugem (Puccinia purpurea); ergot ou doença açucarada (Claviceps africana);
e podridão seca (Macrophomina phaseolina). Sendo então recomendado o
tratamento de sementes com o fungicida Maxim para o controle das mesma.
11 Colheita
A época mais adequada para a colheita do sorgo para ensilar corresponde
àquela em que os grãos estão no ponto pastoso-farináceo, o que geralmente
coincide com teor de matéria seca em torno de 30%. Colheitas mais tardias
resultam em redução no valor nutritivo e em perda de grãos no campo, sendo
que o valor nutritivo também pode reduzir, uma vez que grãos mais maduros
têm maior possibilidade de serem eliminados inteiros nas fezes dos animais.
Por outro lado, o sorgo ensilado em estádio anterior poderá resultar em
silagem de baixa qualidade e em perdas elevadas devido à excessiva umidade
da forragem, o que resulta em lixiviação dos princípios nutritivos e fermentação
inadequada.
Com relação à colheita propriamente dita, esta pode ser manual, para
pequenas áreas de produção, ou mecânica, para áreas maiores. Na colheita
manual, as plantas são cortadas no campo, com auxílio de ferramentas de uso
13
manual e devem ser picadas próximo ao silo em picadoras estacionárias. Na
colheita mecânica, utilizam-se as ensiladoras tracionadas por trator, que
realizam o corte e fragmentam o material. Na colheita do sorgo para produção
de silagem, a planta é submetida ao corte basal, e isto faz com que o
meristema apical seja eliminado. Assim, o perfilhamento é estimulado,
promovendo o desenvolvimento das gemas basais presentes na coroa da
planta, que darão origem aos novos perfilhos responsáveis pela produção da
rebrota. Se houver condições climáticas e de fertilidade favoráveis, a rebrota
do sorgo poderá atingir produções satisfatórias.
O momento apropriado para a colheita é determinado pela maturidade dos
grãos. Onde a maturidade e feita atraves da colheita aleatoria de 8 a 10
panículas retirando um grão no meio de cada uma das panículas para
avaliação da maturidade, logo após pressione o grão entre os dedos, a
maturidade é determinada quando o grão apresenta consistência farinácea e
não se observa a presença de “leite”. A partir do ponto de maturidade
adequado para o início da colheita, conclua a ensilagem da área de sorgo
“duplo propósito” em, no máximo, 8 dias e no caso do sorgo “forrageiro” em,
no máximo, 15 dias. A colheita com os grãos leitosos e baixo teor de MS
(menor do que 28 %) diminui a produtividade, reduz valor energético e o
consumo da silagem. A colheita após o ponto adequado de maturidade (grãos
duros) dificulta a compactação e diminui a digestibilidade dos grãos, podendo
aumentar a perda destes nas fezes.
11.1 Avaliação da produtividade da cultura
 Colha, da área de plantio, as plantas de oito linhas, com cinco metros
cada
 Recolha todas as plantas colhidas em sacos plásticos ou sacos de
ração vazios
 Pese todo o material recolhido
11.2 Calculo da produção de forragem por metro linear
Produção de forragem por metro linear = Kg de forragem colhida /Metros
lineares colhido
8 linhas x 3 metros = 24 metros lineares = 24 m
Peso da forragem em 24 metros lineares = 100 kg
Produção de forragem por metro linear = 100 kg de forragem/24 m lineares =
4,16 kg/m
11.3 Calculo da produção de forragem
A produção de forragem em toneladas por hectares (t/ha) é calculada pela
fórmula:
Produção de forragem t/ha = 10 x kg de forragem por metro linear
/Espaçamento entrelinha (m)
14
Espaçamento: 0,50
Produção de forragem: (10*4,16)/0,5= 83,20 t/ha ou seja em 4 ha, teremos
332,8 t de silagem.
11.4 Fragmentação
A planta do sorgo deve ser fragmentada em partículas de 0,5 a 2,0 cm e este
cuidado deve ser criteriosamente seguido, pois é um dos principais segredos
para obter silagem de boa qualidade. São inúmeros os benefícios do tamanho
adequado de partículas, que vão desde o enchimento do silo até o processo
digestivo e o desempenho dos animais. Silagens compostas por partículas
pequenas são mais fáceis de serem misturadas a outros alimentos e são
menores as perdas no momento da retirada do silo e durante a alimentação
dos animais. Pequenas partículas também facilitam a mastigação, a ruminação
e a digestão, com reflexos positivos no consumo e no desempenho dos
animais. Para que essa prática seja realizada de forma correta é importante
vistoriar as condições das facas da ensiladora e isso deve ser feito com
antecedência a colheita e durante a realização desta; e se as facas estiverem
desgastadas deverão ser afiadas ou trocadas.
11.5 Compactação
A compactação é um dos fatores-chave que proporciona condições para que
os processos químicos e biológicos que ocorrem durante a fermentação da
forragem no interior do silo se processem de forma adequada, resultando em
silagem de boa qualidade e sem 6 perdas nutritivas. O processo é realizado
pela passagem consecutiva do trator sobre as camadas de forragem,
devendo-se utilizar trator com pneus estreitos, por ser mais eficiente. A
superfície da forragem deve ficar lisa, sem ondulações; e deve-se utilizar o
melhor e mais pesado trator. Essa prática é realizada para expulsar, o máximo
possível, o ar existente entre as partículas da forragem e diminuir a porosidade
da silagem. Quanto mais eficiente for a compactação, maior será a quantidade
de silagem armazenada, menor o custo de armazenamento e, quanto mais
agregadas estiverem as partículas, mais difícil será a penetração do ar entre
estas e melhor será a preservação da qualidade da silagem após a abertura
do silo. Esta prática deve ser realizada com muito capricho, pois um dos
maiores inimigos da qualidade da silagem é a presença de oxigênio no interior
do silo.
11.6 Vedação
A vedação bem feita mantém e complementa os benefícios da rapidez no
enchimento do silo e da compactação da forragem e também deve ser
realizada com rapidez logo após o término do enchimento do silo. A vedação é
feita com lona plástica preta que deve ter espessura de 200 a 300 micra. Outra
opção é a lona de dupla face que apresenta um dos lados na cor branca e
esse deve ser colocado voltado para o lado externo, pois a cor branca reflete
parte da radiação solar sendo reduzida a transferência de calor dos raios
solares para a forragem. É importante que a forragem da superfície do silo
seja trabalhada para ter um formato abaulado. Essa estratégia auxilia no
perfeito contato da lona com a forragem evitando ocorrência de espaços
15
vazios com presença de ar entre a lona e a forragem. Normalmente, coloca-se
terra sobre a lona e para não ocorrer o deslizamento da terra, o ideal é colocar
antes uma camada de capim.
Durante a utilização da silagem, a retirada da terra pode ser trabalhosa em
razão do endurecimento da mesma e uma forma de evitar que isso ocorra é
utilizar outra lona sobre a terra. Pode-se optar pela utilização de uma camada
de capim e, sobre esta, colocar pneus que devem ser cortados ao meio,
devendo-se colocar a face cortada voltada para baixo para evitar o acúmulo de
água. A retirada desses materiais no momento da abertura do silo para
utilização da silagem não é tão trabalhosa quanto a terra. Utilizando-se a lona
de dupla face, não há necessidade de preocupar-se com material para
proteção da mesma, pois essa é mais resistente que as lonas comuns. Nesse
caso, pode-se utilizar somente pneus para manter a compactação da forragem
no interior do silo. Independente do tipo de lona utilizado, as bordas devem ser
devidamente vedadas para evitar a entrada de ar e água e, para isso, pode-se
utilizar terra, sacos de areia, pneus ou qualquer outro material que possibilite a
vedação segura.
11.7 Abertura do silo
A produção de silagem de boa qualidade é condicionada a critérios específicos
para cada etapa do processo e na abertura do silo e utilização da silagem não
é diferente e essa prática deve ser executada com capricho, para que a
qualidade e o valor nutritivo da silagem sejam preservados. Todos os cuidados
necessários para obter silagem de boa qualidade refletem positivamente na
estabilidade da silagem após a abertura do silo. Forragem com tamanho
adequado de partícula, compactação eficiente, enchimento rápido e vedação
correta do silo são práticas que asseguram fermentação adequada, com
predominância de ácidos que conferem estabilidade à silagem quando esta é
exposta ao ar. Ao abrir o silo, em primeiro lugar deve-se observar o aspecto da
silagem e se houver presença de porções com mofos, bolores, coloração
muito escura e cheiro desagradável, estas devem ser descartadas. Outro
cuidado que deve ser criteriosamente observado refere-se à espessura da
camada de silagem retirada diariamente e essa não deve ser inferior a 20 cm,
pois dessa forma a retirada da silagem caminha mais rápido que a penetração
de ar entre as partículas.
12 ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE CONFINAMENTO
12.1 Estrategia de produção
Para calcular o consumo de matéria seca, é necessário saber o peso dos animais e
estimar um ganho médio diário. Com essas informações, é possível determinar o
consumo de matéria seca, de acordo com o BR Corte 2016, tabela de exigências
nutricionais para animais zebuínos e cruzados.
Vacas Nelore 50 cabeças
Peso de entrada 120 kg
Ganho médio diário 1,8 kg/dia
Peso de abate 216 kg
Duração do ciclo 120 dias
16
Consumo de matéria seca (kg/dia) = – 0,6273 + 0,06453 × Peso Corporal0,75+ 3,871
× Ganho médio diário – 0,614 × (Ganho médio diário)2.
Consumo de MS= -0,6273+0,06453*1200,75+3,871*1,8-0,614*1,82
Consumo de MS= 6,69 kg/dia
12.2 Dimensionando a área do confinamento
Para dimensionar um confinamento, é importante que a área por animal
confinado seja entre 8 e 12 m2, recomendando-se trabalhar com 100 animais
por piquete.Os piquetes devem ter uma declividade mínima de 3%, para o
escoamento do excesso de água de chuva; O espaço de cocho deve ser entre
0,35 e 0,70 m por cabeça, além de o bebedouro ter capacidade de 50 litros por
cabeça por dia.
12.3 Calculo da área dos piquetes
Por exemplo, considere:
Área por animal = 10 m²
Número de animais por piquete = 25
Área do piquete = nº de animais por piquete × área por animal
Área do piquete = 25 × 10 = 250 m²
12.4 Calculo do comprimento e largura do piquete
Por exemplo, considere:
Espaço do cocho/animal = 0,7 m/cab
12.5 Comprimento do piquete= (nº de animais por piquete x espaço do cocho por
animal) +comprimento da porteira
Comprimento do piquete = (25 × 0,7) + 3,5
Portanto, o comprimento de cada piquete será 21 m.
12.6 Largura do piquete =área do piquete/comprimento do piquete
Largura do piquete = 250/21
A largura do piquete será 19,90≈ 20 m
O dimensionamento dos piquetes deve ser feito a partir da extensão do cocho
de cada piquete. É necessário que a linha de cocho tenha 40 m e, caso seja
utilizado apenas um bebedouro por curral, dispor da capacidade de 1.250
L/dia/água (25 animais x 50 L/cab/dia).Para confinar 50 animais, serão
necessários 2 piquetes de 21 m x 20 m.
12.7 Localização dos cochos
A localização dos cochos deve ser de fácil acesso tanto para o animal quanto para a
pessoa responsável pelo abastecimento. O ideal é que seja na parte mais alta do
piquete, para evitar a formação de lama. Além disso, é preciso que tenha uma
declividade para o lado de fora do piquete, de 0,3 a 3%, para facilitar o escoamento
da água da chuva. Os cochos podem ser feitos de madeira, concreto (com 40 a 60
cm de diâmetro) ou tambor plástico (200 litros) cortado ao meio.
12.8 Definindo os produtos necessários á suplementação
O produtor deve dar preferência a alimentos de alta qualidade, porém com preços
acessíveis, a fim de produzir uma dieta com menor custo da arroba produzida,
17
possibilitando, assim, maior lucro. Em situações de altos preços de concentrados e
baixos preços de volumosos, a porcentagem de volumosos na dieta deverá ser
maior. Em situações de baixos preços de concentrados, a quantidade de volumoso
pode ser reduzida até limites mínimos que permitam um bom funcionamento do
rúmen.
12.9 Quantidade necessária de ingredientes para a dieta dos animais
confinados
Nos confinamentos, a alimentação mais utilizada é o concentrado.
Por exemplo, considere:
Dieta 30% de volumoso e 70% de concentrado
Consumo de MS 6,69 kg/MS
Silagem de sorgo 30% de MS
Milho moído 88% de MS
Farelo de soja 88% de MS
Núcleo mineral 99% de MS
Ingredientes % de MS Kg de MN/dia
Silagem de sorgo 30 (6,69*30%)*100/30= 6,69
Milho moído 58 (6,69*58%)*100/88= 4,40
Farelo de soja 10 (6,69*10%)*100/88= 0,76
Núcleo mineral 2 (6,69*2%)*100/99= 0,13
Total 100 6,69+4,40+0,76+0,13= 11,98 kg de MN/dia
(CMS × % do ingrediente na dieta) x 100/MS do ingrediente
Quantidade de alimento para 50 animais durante 120 dias
Ingrediente Toneladas no confinamento
Silagem de Sorgo 6,69*120*50= 40.140≈40 t
Milho moído 4,40*120*50= 26.400≈27 t
Farelo de soja 0,76*120*50= 4.560≈5 t
Nucleo mineral 0,13*120*50= 780≈1 t
Toneladas no confinamento (kg) = kg MN × dias de conf × nº animais
12.10 Manejo dos animais
1- Quando os animais chegarem ao confinamento, deverão ser desembarcados no
curral de manejo e levados até o curral de espera.
2- Os animais devem sem identificados com um brinco ou marcados a ferro quente
com o número do piquete de destino.
3- Assim que os animais chegar à propriedade, é necessário pesá-los. Normalmente,
os lotes são distribuídos de acordo com o peso, separando-se lotes de animais mais
leves dos lotes de animais mais pesados.
4- É importante pesar os animais periodicamente para avaliar seu desempenho e
ajustar o consumo, já que ele depende do peso corporal.
18
5- Todo animal deve ser vermifugado com antiparasitário interno e vacinado com
três tipos de vacinas: Carbúnculo sintomático, gangrena gasosa e enterotoxemia dos
bovinos; Botulismo; Diarreia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa e parainfluenza
bovina.
13 VIABILIDADE ECONÔMICA DA ATIVIDADE
O investimento no confinamento de bovinos de corte pode ser uma opção
economicamente viável, principalmente quando os preços dos insumos estão baixos,
pois a dieta corresponde a cerca de 70 a 90% dos custos operacionais totais do
confinamento. É necessário prever os custos fixos e variáveis do confinamento para
manter 50 animais por 120 dias, entrando com 120 kg e terminando com 216 kg. A
seguir é apresentado uma projeção de lucro, tomando como base os custos fixos e
variáveis.
Total de custos variáveis (R$) para realização do confinamento para 50
cabeças em 2023
Custo da ensilagem Valor
Sementes R$ 395,00
Adubo 4-30-10 R$ 879,60
Super Simples R$ 125,00
Sulfato de cobre R$ 42,90
Sulfato de zinco R$ 34,90
Calcário Dolomitico R$ 110,00
Herbicida pré emergente- Atrazina 500 SC Rainbow R$ 300,00
Herbicida pós emergente- 2,4-D Nortox R$ 250,00
Inseticida para tratamento de sementes-Cropstar R$ 150,00
Inseticida para controle de formigas – Top Max em pó R$ 10,50
Fungicida para tratamento de sementes- Maxim R$ 184,00
Aluguel Ensiladeira R$ 300,00
Aluguel Semeadora R$ 300,00
Lona plástica R$ 519,00
Inoculante Silotrato R$ 163,00
Combustível R$ 1.240,00
Transporte da silagem R$ 200,00
Alimentação R$ 200,00
Total R$ 5.403,90
Custo da ensilagem
Produção aproximada de 326 toneladas (MN) com ensilagem
Custo da ensilagem = R$ 5.403,90 / 326 ton = R$ 0,016/kg da matéria natural.
Consumo de 14 kg/boi/dia x R$ 0,016/kg = 0,23 vaca/dia
Mão-de-Obra no período do confinamento
2 funcionários x R$ 1.320,00 (custos diretos e indiretos)
Custo Total (R$2.640,00/ 50 cabeças)
R$ 2.640,00
R$ 0,47 vaca/dia
Máquina (tratores) no período do confinamento
2 horas/ dia x 4 litros óleo diesel
8 litros x R$ 6,20/litro de óleo
Custo total (R$ 49,60/50 cabeça)
8 litros/dia
R$ 49,60
R$ 0,99 vaca/dia
19
Ração Concentrada / vacas
Farelo de soja 0,76 Kg/boi/dia x R$ 0,48/kg R$ 0,36
Milho moído 4,40 Kg boi/dia x R$ 1,5/kg R$ 6,60
Núcleo Confinamento 0,13 Kg boi/dia x R$ 1,60/kg R$ 0,20
Total da diária R$ 7,16 vaca/dia
Resumo Custo/vaca/Dia
Volumoso de Sorgo R$ 0,23 vaca/dia
Mão-de-Obra R$ 0,47 vaca/dia
Maquinário R$ 0,99 vaca/dia
Ração Concentrada R$ 7,16 vaca/dia
Total R$ 8,85 vaca/dia
Resultados Econômicos
Valor Previsto de venda R$ 280@
Quantidade de arrobas ao final do ciclo 216 kg ( 14,4@)
Custo diário/animal R$ 8,85 vaca/dia
Despesa por animal no período R$ 1.062,00
Despesa total no período R$ 53.100,00/ciclo
Lucro Bruto por animal R$ 4.032,00
Lucro Parcial(Lucro Bruto- Despesa por animal) R$ 2.080,00/animal
Custo de Aquisição dos animais( @ 240) R$ 1.920,00/animal
Lucro Final( Lucro Parcial-Aquisição dos animais) R$ 8.000,00/ciclo
Banco Juros Prazo Carência Linha de crédito Valor
BB 8% a.a 8 anos 3 anos PRONAMP Investimento R$ 430 mil
BNB - 12 meses - Custeio Pecuário Até R$ 5 milhões
BNDS 1,25% a.a 15 anos 3 anos Credito Agrícola Até R$ 250 mil
Sicoob 8% a.a 12 meses - PRONAF Custeio Até 500 mil
14 PLANO DE NEGÓCIOS
14.1 Principais Características:
O principal objetivo do empreendedor é a venda dos animais resultantes do
confinamento, e o excedente da silagem produzida.
14.2 Investimento
Apresento uma relação de itens a serem empregados na implantação inicial no
confinamento, lembrando que a maioria da infraestrutura necessária para o
funcionamento do empreendimento a propria fazenda já possui, que é o caso
do curral, brete de contenção,balança e trator.
20
15 PLANO DE MARKETING
15.1 Descrição do Produto
O produto final no caso será vacas nelores com o intuito de venda para abate.
15.2 Descrição do Produto Nutricional
A carne bovina traz vários benefícios para a saúde se for consumida da
maneira certa. Esse alimento é muito rico em proteína, mas tem ainda outros
nutrientes como vitaminas do complexo B e sais minerais. Fonte de Ferro,
Zinco, Fósforo, Potássio, Magnésio e Selênio. O consumo da carne vermelha
ajuda na saúde do coração e do sistema nervoso. Sua grande quantidade de
proteína animal e de algumas vitaminas dá energia ao organismo. Além disso,
ela também é capaz de fornecer todos os aminoácidos essenciais para um
bom funcionamento do corpo, mas isso vem a um custo, já que a maioria dos
cortes tem mais de 150 calorias em 100 gramas. As vitaminas B não são muito
encontradas em alimentos de origem vegetal, logo o consumo frequente de
carne vermelha permite que o organismo reponha as quantidades necessárias
dessas.
15.3 Preço
Ao analisar o preço futuro do boi gordo, temos arroba cotada a R$ 290 no
mercado futuro, o que representaria uma arroba aproximada de R$ 280 em
Minas Gerais. Com o custo estimado de R$ 73,75 por arroba produzida, e
comercializando esses animais por R$ 280@, teremos uma margem positiva
de R$160 por animal.
Item R$
Poço artesiano (caixa d’água e
instalação)
R$ 45.000,00
Lascas + esticadores R$ 6.200,00
Rede de energia elétrica R$ 9.700,00
Arame liso R$ 4.800,00
Mão de obra R$ 3.000,00
01 Bebedor de água R$ 4.800,00
2 cochos R$ 259,00
Cordoalha R$ 34,75
2 Porteiras de 3 m R$ 900,00
Concreto na base do bebedouro-
m3
R$ 192,00
Concreto na base do cocho-m3 R$ 5.200,00
Total R$ 80.085,75
21
16 ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO
Comercialização dos animais será no mercado local e em frigorificos da região
( Minerva).
16.1 Estudo de Mercado
As principais formas de comercialização serão: de forma direta pelo próprio
empresário e atraves de ligações telefonicas com a central de compras do
frigorifico.
16.2 Mão de Obra
Para o funcionamento do confinamento, serão contratados 2 funcionarios a fim
de realizar os servicos de arraçoamento diário dos animais e a manutenção
das instalações.
17 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES
ATIVIDADE
MÊS/ANO (2023/2024)
MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR
Provisão de recursos iniciais
para o projeto x
Serviços de construção da
infraestrutura necessária x
Preparo do Solo
x x x
Plantio do Sorgo
x
Condução e Tratos Culturais
x x x x
Colheita
x
22
Periodo de fermentação da
silagem x
Compra dos animais
x
ATIVIDADE
MÊS/ANO (2024/2025)
MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR
Periodo de confinamento
x
Fim do confinamento e venda
dos animais x
Limpeza dos piquetes
x
Plantio do sorgo para o 2º ciclo
do confinamento x
Condução e Tratos Culturais
x x x x
Colheita
x
Periodo de fermentação da
silagem x
Compra dos animais
x
18 CONCLUSÃO

A prática do confinamento permite atender à demanda dos frigoríficos, constituída de
animais jovens bem-acabados. Entretanto, cabe ao produtor estar atento ao sistema
produtivo e econômico, objetivando atingir o sucesso da atividade.
É importante o produtor se manter atualizado. Ao se decidir montar um
confinamento, é necessário procurar apoio técnico, além de informações
complementares das técnicas e da legislação, a fim de obter melhor produtividade
com segurança e respeito aos animais e ao meio ambiente.
23
19 ANEXOS
19.4 RESULTADOS DA ANALISE DE SOLO
A interpretação da analise de solo foi feita atraves de planilha agronomica
propria para a cultura, levando em consideração a
calagem,gessage,.adubação de plantio e de cobertura.
24
19.5 INTERPRETAÇÃO DA ANALISE DE SOLO
25
26
27
19.6 LOCALIZAÇÃO
21.REFERÊNCIAS
CARNEIRO, O. 1961. Construções Rurais. Sociedade Imprensa Brasileira,
6a ed., São Paulo.
FRAGA, O. F., PIRES, J. A. A. 1980. Instalações para confinamento. Informe
Agropecuário, n.69, Belo Horizonte.
HADDAD, C. M. 1985. Noções sobre confinamento de bovinos de corte. In:
Curso de Atualização em Confinamento de Bovinos de Corte, FEALQ,
Piracicaba.
PEIXOTO, A. M. 1987. Instalações e equipamentos para o confinamento do
gado de corte. In: Confinamento de bovinos de corte. FEALQ, Piracicaba. p.
61-79.

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Proposta de confinamento bovino com silagem de sorgo

  • 1. Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Norte de Minas Gerais - Campus Januária PLANEJAMENTO AGRONOMICO: PROPOSTA DE CONFINAMENTO BOVINO DE 50 CABEÇAS DE GADO NELORE USANDO COMO FONTE DE VOLUMOSO A SILAGEM DE SORGO 10° Período – Agronomia Hailton Barbosa dos Santos 01 de Fevereiro de 2023 Januária-MG
  • 2. Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Norte de Minas Gerais- Campus Januária - PLANEJAMENTO AGRONOMICO: PROPOSTA DE CONFINAMENTO BOVINO DE 50 CABEÇAS DE GADO NELORE USANDO COMO FONTE DE VOLUMOSO A SILAGEM DE SORGO 10° Período – Agronomia Projeto apresentado como parte das exigências para obtenção de nota parcial da disciplina de Planejamento Agronômico, ministrada pelo Professor Ednaldo Liberato . 01 de Fevereiro de 2023 Januária- MG
  • 3. RESUMO O confinamento de bovinos de corte é caracterizado como um sistema intensivo de produção com objetivo de produzir carne em quantidade e qualidade, respeitando os aspectos sanitários, nutricionais, comportamentais dos animais e do meio ambiente, a utilização do confinamento permite a redução da idade de abate dos animais, a produção de carne de melhor qualidade, o retorno do capital investido em curto prazo de tempo e o descanso das áreas de pastagem durante a seca, além do aumento do peso de abate e do melhor rendimento de carcaça, diante disso, esse projeto tem como finalidade descrever as etapas e as necessidades do manejo para terminar animais em confinamento, a fim de alcançar maiores ganhos a baixo custo de produção. Destacam-se, também, informações tecnológicas para a produção de animais em confinamento com silagem de sorgo, desde o planejamento da cultura até o manejo nutricional aplicado aos animais. Para produção de silagem será ultilizada uma area de 4 ha, onde o solo e predominantemente franco-arenoso, onde será plantado o Sorgo Boliviano Agri 001E, um hibrido desenvolvido pela empresa colombiana Latina Seeds que pode chegar até 6 metros de altura, com uma média de 6 a 15 perfilhos antes do primeiro corte, e após, pode produzir de 12 a 25 perfilhos, com uma expectativa de produzir 326 toneladas de silagem.Para montar a infraestrutura basica o produtor irá investir cerca de 80 mil reais para instalação de poço artesiano,piquetes,bebedouros,cercas e reforma do curral. Os animais que serão explorados no empreendimento irá consistir de 50 vacas da raça nelore com idades de 24 a 36 meses, entrando com 120 kg(8@) e saindo após 120 dias com uma média de 216 kg(14,4@), para aquisição desses animais considerou um preço de R$ 240@ e um preço de venda de 280@. Espera-se ao final do ciclo obter um lucro de R$ 8.000,00 já sendo descontado todos os custos de custeio. E para realizar o aporte financeiro o produtor poderá optar por realizar um financiamento para investimento na propriedade e outro de custeio para custear as despesas oriundas do empreendimento.E salientando,ao se decidir montar um confinamento, é necessário procurar apoio técnico, além de informações complementares das técnicas e da legislação, a fim de obter melhor produtividade com segurança e respeito aos animais e ao meio ambiente. Palavras chave: Sorgo boliviano, Pecuária de corte, Alternativa alimentar
  • 4. Sumário 1. Introdução................................................................................................... 1 2. Historico...................................................................................................... 1 3. Quando realizar o confinamento.................................................................. 2 4. Vantagens do confinamento........................................................................ 2 5. Silagem de Sorgo......................................................................................... 3 6. Legislação para Confinamento Bovino em Minas Gerais............................... 4 7. Projeto Técnico............................................................................................ 6 8. Produção da silagem de sorgo..................................................................... 7 9. Plantio da área necessária para produção de silagem.................................. 9 10. Tratos Culturais......................................................................................... 11 11. Colheita..................................................................................................... 13 12. Estrututação do Sistema de Confinamento................................................ 16 13. Viabilidade Econômica............................................................................... 18 14. Plano de Negocios......................................................................................20 15. Plano de Marketing....................................................................................20 16. Estrutura de Comercialização......................................................................21 17. Cronograma de Atividades..........................................................................22 18. Conclusão...................................................................................................23 19. Anexos.......................................................................................................23 20. Referências Bibliograficas..........................................................................27
  • 5. 1 1. INTRODUÇÃO A pecuária representa uma das atividades econômicas mais importantes do Brasil. E devido ao crescimento da demanda no mundo, possivelmente o setor terá de aumentar significativamente a produção de alimentos de origem animal. Uma das possibilidades para atender a demanda, é a adoção da terminação de animais em confinamento. O sistema de criação de bovinos de corte compreende as fases de cria, recria e terminação. A utilização do confinamento permite a redução da idade de abate dos animais, a produção de carne de melhor qualidade, o retorno do capital investido em curto prazo de tempo e o descanso das áreas de pastagem durante a seca, além do aumento do peso de abate e do melhor rendimento de carcaça. Diante disso, esse projeto tem como finalidade descrever as etapas e as necessidades do manejo para terminar animais em confinamento, a fim de alcançar maiores ganhos a baixo custo de produção. Destacam-se, também, informações tecnológicas para a produção de animais em confinamento com silagem de sorgo, desde o planejamento da cultura até o manejo nutricional aplicado aos animais. 2. HISTÓRICO A análise histórica da pecuária de corte, no Brasil, evidencia o desenvolvimento dessa atividade mediante a expansão das áreas de pastagem na fronteira agrícola, tendo como base o sistema extensivo de criação, notadamente em regiões desprovidas de infra-estrutura ou em áreas com fertilidade do solo esgotadas pela exploração agrícola. Se, no passado, a pecuária de corte caracterizava-se como atividade pioneira no processo de expansão da fronteira agrícola, atualmente, com as pressões exercidas pela agricultura tecnológica, a ocupação de novas áreas tende a ser substituída pela produtividade e lucratividade da agricultura, deixando evidencias concretas de que a pecuária tradicional não apresenta condições de competir no mercado atual. No entanto, é evidente que a competitividade com outras alternativas de uso do solo, como a agricultura, tem forçado a pecuária a buscar maior eficiência produtiva e econômica. O confinamento de bovinos de corte é caracterizado como um sistema intensivo de produção com objetivo de produzir carne em quantidade e qualidade, respeitando os aspectos sanitários, nutricionais, comportamentais dos animais e do meio ambiente. O sistema de confinamento no período seco, como ferramenta para aumentar a capacidade de suporte da propriedade, tem sido uma técnica viável, quando
  • 6. 2 desenvolvido de forma planejada e bem executada, condição que permite aumento considerável na produtividade e lucratividade por unidade de área. Outros benefícios desta tecnologia implicam em redução da idade de abate dos animais, melhor qualidade da carne, aumento da taxa de desfrute, diminuição dos problemas intrínsecos à oferta de forragem no período seco e aumento do giro de capital. É importante ressaltar que a produção de carne, de acordo com critérios que promovam o bem-estar animal e o respeito ao meio ambiente, tem sido uma constante por parte dos consumidores, obrigando o produtor a cumprir estas exigências, de forma a manter e ampliar a politica de exportação para outros países, como aqueles pertencentes à União Europeia (U.E.). Assim o correto dimensionamento do confinamento é o fator-chave para o início do sucesso de um empreendimento, pois pequenas falhas no desenvolvimento do projeto poderão causar grandes prejuízos técnicos e econômicos, da mesma forma que erros de metragens irão influenciar negativamente na produtividade dos animais e tornar os processos operacionais mais demorados e menos eficientes. 3. QUANDO REALIZAR O CONFINAMENTO O período mais apropriado para a terminação dos animais no sistema de confinamento é a estação seca do ano, em virtude de apresentar condições climáticas mais favoráveis (baixa incidência de chuvas e temperaturas mais baixa) e também por culminar com a escassez das pastagens, existe também o ganho compensatório que é bastante explorado, principalmente quando trata-se de confinar vacas de descarte. Além disso, há tendência de aumento do preço da arroba, resultado da menor oferta de carne no mercado (entressafra). Esta diferença de remuneração da arroba entre o período da safra e entressafra que, no passado era gritante e vem caindo anualmente em virtude do próprio aumento do número de animais confinados, gerando uma oferta de animais o ano todo. 4. VANTAGENS DO CONFINAMENTO A tecnologia de confinamento de maneira geral trás benefícios diretos e indiretos, tais como:  Aumento da eficiência produtiva do rebanho, por meio da redução da idade ao abate e melhor aproveitamento do animal produzido e capital investido nas fases anteriores (cria-recria);  Oferta de gado para o abate durante todo o ano, gerando receita constante, além de agregar valor ao animal na entressafra. Para os frigoríficos, a oferta mais constante de animais irá diminuir os desníveis de abates e a ociosidade de suas unidades;  Uso da forragem excedente de verão e liberação de áreas de pastagens para outras categorias durante o período de confinamento;
  • 7. 3  Uso mais eficiente da mão-de-obra, maquinários e insumos;  Produção de carne de qualidade, com carcaças maiores, padronizadas, cobertura de gordura adequada e maior maciez;  Uso de resíduos da agroindústria, pela capacidade dos ruminantes em digerir estes tipos de alimentos, tornando-se viável o uso de subprodutos como fonte de proteína, energia e fibra;  Aproveitamento do adubo orgânico produzido, podendo ser utilizado na lavoura ou comercializado, elevando a receita;  A produção do volumoso na propriedade viabiliza a reforma de áreas degradadas de pastagens, que poderão ser utilizadas novamente como pastagem, apresentando níveis de produtividade mais elevados 5. SILAGEM DE SORGO A lucratividade dos sistemas de criação intensiva, entre outros fatores, depende da utilização de silagem com bom valor nutritivo produzida com baixo custo. O alto valor nutritivo é fundamental para que os animais atinjam o peso de abate no menor tempo possível e, ambos, bom valor nutritivo e baixo custo de produção, são essenciais para a lucratividade do empreendimento. O sorgo pode ser utilizado tanto para produção de grãos como de forragem para pastejo ou conservação na forma de silagem ou feno. É uma cultura que produz silagens com boas características fermentativas e destaca-se por ser um volumoso com adequada concentração de carboidratos solúveis, essenciais para a fermentação lática. Depois do milho, é a cultura anual mais importante para produção de silagem, pois possibilita produção economicamente viável (alta produção por unidade de área), possui bom valor energético e níveis médios de proteína (cerca de 8% de proteína bruta). Outra característica importante do sorgo é a boa adaptação às variadas condições de clima e de solo. A silagem de sorgo tem importância estratégica, pois quando é produzida com base nos princípios básicos para obtenção de silagem de boa qualidade apresenta valor nutritivo equiparado ao da silagem de milho e com a principal vantagem do menor custo de produção, uma vez que a produtividade do sorgo é maior que a do milho. Algumas vantagens do sorgo em relação ao milho são:  Os rendimentos de forragem verde em ótimas condições de clima e de fertilidade podem superar os obtidos com o milho. Há variedades de alta produção (sorgos forrageiros) que podem produzir cerca de 100 t/ha de massa verde, em dois cortes;  Menor exigência quanto ao tipo e à fertilidade do solo;  Capacidade para suportar extensos períodos de falta de água e rebrotar rapidamente depois da ocorrência de chuvas que umedecem suficientemente o solo;  Adapta-se melhor que o milho em regiões onde há escassez de chuvas;
  • 8. 4  Não é sujeito a roubos, como ocorre com as espigas de milho; no entanto, pelo fato de ter os grãos expostos sofre intenso ataque de pássaros. 6. LESGILAÇÃO PARA CONFINAMENTO BOVINO EM MINAS GERAIS Licenciamento ambiental é à base do tratamento das questões ambientais da empresa. É através dela que o empreendedor inicia seu contato com o órgão ambiental e passa a ter conhecimento das suas obrigações quanto ao adequado controle ambiental de sua atividade (FEITOSA; LIMA; FAGUNDES, 2004). Na lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, o Art. 10 estabelece que: A construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental (BRASIL, 1981). A listagem das atividades e empreendimentos sujeitas ao licenciamento ambiental está presente na Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, n. 237, de 19 de dezembro de 1997 (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1997). Onde consta no Art. 1° da resolução: I - Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais , consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1997). O confinamento bovino é uma atividade poluidora sendo classificada na Resolução do CONAMA n. 237 como “criação de animais”, sendo obrigatório seu licenciamento ambiental e estudo de impacto ambiental (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 1997). As legislações estaduais relacionadas a licença são:  DECRETO Nº 47.837, DE 9 DE JANEIRO DE 2020: Estabelece normas para licenciamento ambiental, tipifica e classifica infrações às normas de proteção ao meio ambiente e aos recursos hídricos e estabelece procedimentos administrativos de fiscalização e aplicação das penalidades( MINAS GERAIS,2020).  Lei nº 13.796, de 20 de dezembro de 2000: Dispõe sobre o controle e o licenciamento dos empreendimentos e das atividades
  • 9. 5 geradoras de resíduos perigosos no Estado (MINAS GERAIS,2000).  RESOLUÇÃO SEMAD Nº 811, DE 30 DE SETEMBRO DE 2008: Fixa os valores para indenização dos custos de análise de pedidos de Autorização Ambiental de Funcionamento e de Licenciamento Ambiental, a cargo da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável - SEMAD, da Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM, do Instituto Mineiro de Gestão das Águas - IGAM, e do Instituto Estadual de Florestas - IEF, e dá outras providências (MINAS GERAIS,2008). “ No ato da fiscalização haverá a cobrança da licença referente ao estágio em que estiver o empreendimento. Licença de instalação se estiver na fase de implantação e de operação se já estiver funcionando. Desse modo sem a licença o empreendedor ficará sujeito à multa”. 6.1. CONFINAMENTO BOVINO EM APP E RL As Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL) são protegidas por lei, na tentativa de conter o desmatamento e a pressão da agropecuária sobre as áreas de florestas e vegetação nativa (O QUE..., 2013). A Lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012, no Art. 3, estabelece: II - Área de preservação permanente: coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas. III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, excetuada a de preservação permanente, necessária ao uso sustentável dos recursos naturais, à conservação e reabilitação dos processos ecológicos, à conservação da biodiversidade e ao abrigo e proteção de fauna e flora nativas (BRASIL, 2012). Legislações estaduais e federais com informações referentes às áreas de preservação permanente e de reserva legal:  Decreto nº 47.838, de 9 de janeiro de 2020: Dispõe sobre a tipificação e classificação das infrações às normas de proteção ao meio ambiente e aos recursos hídricos aplicáveis às atividades agrossilvipastoris e agroindustrial de pequeno porte e dá outras providências (MINAS GERAIS,2020).  Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012: Esta Lei estabelece normas gerais com o fundamento central da proteção e uso sustentável das florestas e demais formas de vegetação nativa em harmonia com a promoção do desenvolvimento econômico (MINAS GERAIS,2012).
  • 10. 6  Resolução n. 302, de 20 de março de 2002: Dispõe sobre os parâmetros, definições e limites de áreas de preservação permanente de reservatórios artificiais e o regime de uso do entorno (CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE, 2002). 6.2. RESÍDUOS BOVINOS Em relação aos resíduos gerados no empreendimento:  Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010: Esta Lei institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, dispondo sobre seus princípios, objetivos e instrumentos, bem como sobre as diretrizes relativas à gestão integrada e ao gerenciamento de resíduos sólidos, incluídos os perigosos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis ( MINAS GERAIS,2010).  ABNT NBR 10004: Resíduos Sólidos – Classificação (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004). 7. PROJETO TÉCNICO E ÁNALISE DE VIABILIDADE DE UM CONFINAMENTO DE 50 CABEÇAS DE GADO USANDO COMO VOLUMOSO A SILAGEM DE SORGO DADOS DO CLIENTE Nome: João Neto dos Santos Estado civil: Casado Localização: Comunidade de Macaúba – Januária- MG Profissão: Produtor Rural/Presisdento Sindicato dos Produtores Rurais de Bonito de Minas 7.1METAS PROPOSTAS PELO CLIENTE Vacas Nelore 50 cabeças Peso de entrada 120 kg Ganho médio diário 1,8 kg/dia Peso de abate 216 kg Duração do ciclo 120 dias
  • 11. 7 8. PRODUÇÃO DA SILAGEM DE SORGO 8.1 Conheça a necessidade de silagem do rebanho A necessidade de silagem é determinada pelo número de animais, composição do rebanho e período de confinamento (número de dias). A ingestão de forragem do rebanho ou categoria animal é geralmente calculada pelo consumo de matéria seca (MS), que representa o alimento isento de umidade. O teor de MS dos alimentos pode ser determinado em laboratórios de nutrição animal ou nas fazendas utilizando-se forno de micro-ondas. Estima-se que o consumo médio de matéria seca por UA é de 14 kg/dia. 8.2 Definindo a necessidade de silagem por animal a ser confinado Categoria: Femêas pesando 120 kg ( 8@) Consumo esperado: 14 kg de MS/animal/dia Teor de MS da silagem: 31% ou 31 kg de MS 8.3 Definindo a quantidade de silagem a ser ultilizada na propriedade diariamente Categoria: 50 femêas em terminação Necessidade de silagem= 50*45,16=2.258 kg/dia de silagem 8.4 Quantidade de silagem ser produzida Necessidade de silagem a ser consumida durante o periodo de confinamento Categoria: 50 femêas em terminação Consumo: 45,16 kg/animal/dia Duração do ciclo: 120 dias Necessidade de silagem= 50*45,16*120= 270.960 kg de silagem a ser produzida 8.5 Considerando as perdas que ocorrem no processo de ensilagem Considerando uma perda de 20% ou 20 kg, temos: 100 kg de silagem ----------- 20 kg de perda 270.960 kg de silagem -------X perdas X no processo= 54.192 kg de silagem 100 kg de silagem ---------------- 31 kg de MS X kg de silagem ------------------- 14 kg/animal/dia X de silagem= 45,16 kg/animal/dia
  • 12. 8 8.6 Total de silagem a ser produzida no processo Total de silagem a ser consumida: 270.960 kg= 270,96≈ 271 t Perdas no processo: 54,192 kg≈54 t Total de silagem a ser produzida= 270.960 kg + 54.192 kg= 325.152 kg=325.152 t 8.7 Aréa necessaria para produção de silagem Quantidade de silagem necessaria: 325.152 kg de MV≈ 326 t de MV Produtividade estimada: 80 t de MV/ha 8.8 Dimensionamento dos silos Nº de animais: 50 animais Consumo diario: 45,16 kg/animal/dia Tempo de confinamento: 120 dias Densidade da silagem: 0,65 a 0,75 t/m3 8.9 Calculo de volume final do silo Volume de silagem no periodo= 326 toneladas/0,6 m3 = 501,53 m3 8.10 Calculo do volume da fatia Quantidade de silagem/dia= 50*45,16=2,258 kg/dia≈2 toneladas/dia Volume de silagenm por dia= 2 toneladas/0,65= 3,076≈3 m3 8.11 Calculo da largura do silo Considerando a profundidade da fatia= 3 m ou 0,3 Area: 5/0,3= 16 m2 Considerando altura: 2,5 m Largura= 16/2,5= 6 m 8.12 Calculo do comprimento minimo do silo 80 t de MV ------------ 1 ha 326 t de MV ----------- x ha Area necessaria= 326/80= 4,075 ha≈ 4 ha
  • 13. 9 Considerando a profundidade média da fatia= 0,3 m/dia Considerando o tempo de confinamento: 120 dias Comprimento= 120*0,3=36 metros Dimensão final do silo= 2,5x6x36 m 9. PLANTIO DA AREA NECESÁRIA PARA PRODUÇÃO DE SILAGEM 9.1 Qual hibrido usar? A produção de silagem de boa qualidade inicia-se pela escolha do híbrido e esta escolha deve ser embasada em informações relativas às características agronômicas e qualitativas. Há no mercado disponibilidade de híbridos de sorgo para adaptar-se às diferentes regiões, sendo que numa mesma região tem-se a opção de escolha em função do ciclo, resistência e produtividade. O conveniente é fazer a escolha de acordo com o maior número de características desejáveis tais como ciclo, porte, participação de grãos, digestibilidade e teor de fibra, sanidade foliar, resistência a doenças e ao tombamento. A escolha de híbridos mais adaptados às condições em que serão cultivados é fator importante para obtenção de maiores produções por unidade de área, mas é importante lembrar também que não só os fatores genéticos e de clima influenciam a produtividade do sorgo, mas, também, a quantidade de sementes, a época de semeadura, a população de plantas, o preparo, correção e fertilização do solo e o controle de plantas daninhas, pragas e doenças são fundamentais para obter alta produtividade. Será ultilizado Sorgo Boliviano Agri 001E, um hibrido desenvolvido pela empresa colombiana Latina Seeds que pode chegar até 6 metros de altura, com uma média de 6 a 15 perfilhos antes do primeiro corte, e após, pode produzir de 12 a 25 perfilhos. As raízes do Sorgo Boliviano podem atingir mais de 4 metros de profundidade e permitindo a alta resistância à estiagem e ao tombamento. Vem ganhando espaço na produçao de silagem, em razão de sua grande versatilidade quando comparada a outras culturas, em especial a do milho.  Ciclo - 110 dias, com 30% de Matéria Seca  Silagem - de 100 a 140 t/ha  Teor de Proteína - 8%  Período de Corte - 105 a 135 dias  Alta Tolerância a Estiagem
  • 14. 10  Ótima opção com economia e qualidade de Silagem  Produz sementes - Fornecendo mais energia 9.2 Preparo do solo No preparo do solo para o plantio do sorgo, pode-se considerar o mesmo critério que normalmente é recomendado para o milho. Entretanto, para o sorgo, é comum a necessidade de três gradeações para que se atinjam as condições de uniformidade requeridas para a germinação das pequenas sementes. Como a area onde será implantado a cultura se encontra com capim, será realizado a limpeza da area e consequentemente a incorporação dos restos vegetais no solo. 9.3 Calagem A quantidade de calcário deve ser aplicada com base na análise do solo e deve ser realizada, pelo menos, com três meses de antecedência do plantio. Porém, quando o sorgo for cultivado em seqüência ao milho ou outra cultura e, neste caso, se o solo já tiver sido corrigido, não há necessidade de calagem. No caso da area em questão foi realizado a analise do solo, onde constatou que o solo necessitava de 0,4 toneladas por hectare, compreendendo cerca de 401 kg de calcário por hectare, sendo recomendado a aplicação do calcario magnesiano, sendo aplicado cerca de 3 meses antes do plantio da cultura. Na incorporação do calcário utilizar gradagem leve, sendo realizada na camada de 0-20 cm. A preferência deve ser por equipamentos que utilizem discos, pois promovem uma melhor incorporação e mistura do corretivo com o solo. Não é recomendado aplicar o calcário quando o solo estiver muito molhado, pois ele adere aos torrões úmidos de solo, e a incorporação não é uniforme; não se aplica, também, calcário em dias de muito vento.. Pode parecer pouco a quantidade de calcario a ser aplicado, mas esse dado e proveniente da alta concentração de Calcio encontrada na analise de solo, e so lembrando que quando aumenta os niveis de Calcio, alcaliniza o solo e por consequentemente interfere na dinâmica de absorção e mobilidade dos nutrientes no solo. 9.4 Adubação O sorgo possui características que lhe conferem maior resistência à seca e à disponibilidade de nutrientes; no entanto, isto não deve ser interpretado como menor necessidade de nutrientes. Deve-se ter em mente também que culturas destinadas a produção de silagem são altamente extratoras de nutrientes do solo, principalmente quando as produções são elevadas. Dessa forma, especial atenção deve ser dada à adubação do sorgo destinado à silagem, devido à grande remoção de nutrientes do solo e acúmulo na biomassa da parte aérea, que será transportada para dentro do silo. A total retirada da cultura da área de produção faz com que o solo exija duas a três vezes mais nutrientes por área que aqueles destinados à produção de grãos, onde há incorporação das palhadas. Neste sentido, deve-se sempre tomar por base a análise de solo para definir a adubação, pois esta é a forma correta de aplicar fertilizantes em quantidades corretas, sem desperdícios ou uso excessivo.
  • 15. 11 Para suprir as demandas da cultura será aplicado 200 kg/ha do formulado 4- 30-10 para suprir a adubação com macronutrientes, no caso do Fosfóro, por estar muito alto, recomenda-se apenas a adubação de manutenção que é de 20 kg por tonelada de silagem a ser produzida, atraves do uso do Super Simples e manter a adubação potássica. Já para os micronutrientes, será necessário aplicar 0,5 kg de cobre( sulfato de cobre) por hectare e 1 kg de zinco(sulfato de zinco) por hectare. 9.5 Plantio A semeadura do sorgo, no que se refere à época, coincide com o que é indicado para o milho, ou seja, início do período das chuvas. Para que a produtividade seja adequada, deve-se estabelecer uma população de, aproximadamente, 200 mil plantas/ha, o que, em média, corresponde a 18 a 20 sementes por metro linear, no nosso caso será uma população de 160 mil plantas, com aproximadamente 21 sementes por metro linear, com espaçamento de 1,5 m entre linhas. É importante salientar que a quantidade de sementes varia com o tipo de sorgo utilizado e com a população desejada. Sendo necessário 4 kg de sementes/ha, as quais devem ser colocadas a uma profundidade de 3 cm. Recomenda-se utilizar 30% de sementes a mais por área, visando evitar perdas de área com sementes não germinadas. Muitas vezes as maiores perdas ocorrem em conseqüência do preparo inadequado do solo, o que afeta a germinação, devido ao pequeno tamanho das sementes. Por essa razão, é importante que o preparo do solo seja feito cuidadosamente. 10.Tratos culturais 10.1 Controle de Daninhas As plantas invasoras competem por luz, nutrientes e água com a cultura do sorgo, comprometendo a colheita, a produtividade e a qualidade da silagem. A identificação e o controle destas invasoras devem seguir recomendação técnica específica. O controle de invasoras deve ser realizado por métodos manuais (capinas), por métodos mecânicos (cultivadores) ou por métodos químicos (herbicidas). Os herbicidas podem ser aplicados na pré ou pós- emergência das invasoras. Devido à sensibilidade à fitotoxidez a escolha e a aplicação de herbicidas na cultura do sorgo só devem ser realizadas mediante orientação técnica. Sendo posicionado então o herbicida de pré emergência Atrazina 500 SC Rainbow e o herbicida de pós emergência 2,4-D Nortox. Precaução: Para a aplicação dos herbicidas, tratoristas e auxiliares devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados a esta finalidade. 10.2 Controle de Pragas As principais pragas que atacam a cultura do sorgo são aquelas que causam danos às sementes e, ou raízes, aos colmos, às folha e às panículas. A planta, nos seus vários estádios de desenvolvimento, quase sempre é atacada por um determinado tipo de praga; sendo que a identificação e a recomendação de controle devem seguir orientação técnica específica e receituário agronômico.
  • 16. 12 Deve-se dar atenção especial ao controle de formigas, pulgões e lagartas do cartucho (Spodoptera frugiperda). Para as formigas, O controle mais comum é realizado com formicidas granulado (iscas). Para a aplicação dos formicidas granulados deve-se utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados a esta finalidade. Para o controle de pulgões, não posso recomendar nenhum produto comercial porque eles não estão aprovados para o uso na cultura de sorgo, mas é uma estratégia que pode funcionar se o produto comercial estiver registrado para outra praga em sorgo e apresentar princípios ativos que exibem o efeito de controle,porsulfoxaflor +lambda cialotrina, flupyradifurone, imidacloprid, acetam iprid,e clorpirifós. A lagarta do cartucho é considerada a praga mais importante da cultura do sorgo, embora existam outras lagartas que atacam a cultura em suas diferentes fases de desenvolvimento. No controle químico destas pragas, utilizar preferencialmente inseticidas fisiológicos que atuam somente sobre determinados grupos ou fases fisiológicas de insetos. 10.3 Controle de Doenças As principais doenças que atacam a cultura do sorgo para silagem são aquelas que ocorrem durante o ciclo da cultura e podem afetar a silagem, qualitativamente e quantitativamente. Estas doenças são causadas por fungos e bactérias e afetam as panículas, as folhas e os colmos. A identificação e o controle destas doenças devem seguir orientação técnica especializada. Dentre as doenças que afetam a cultura do sorgo no Brasil, podem ser citadas como mais importantes as seguintes: antracnose (Colletotrichum sublineolum); míldio (Peronosclerospora sorghi); helmintosporiose (Exserohilum turcicum); ferrugem (Puccinia purpurea); ergot ou doença açucarada (Claviceps africana); e podridão seca (Macrophomina phaseolina). Sendo então recomendado o tratamento de sementes com o fungicida Maxim para o controle das mesma. 11 Colheita A época mais adequada para a colheita do sorgo para ensilar corresponde àquela em que os grãos estão no ponto pastoso-farináceo, o que geralmente coincide com teor de matéria seca em torno de 30%. Colheitas mais tardias resultam em redução no valor nutritivo e em perda de grãos no campo, sendo que o valor nutritivo também pode reduzir, uma vez que grãos mais maduros têm maior possibilidade de serem eliminados inteiros nas fezes dos animais. Por outro lado, o sorgo ensilado em estádio anterior poderá resultar em silagem de baixa qualidade e em perdas elevadas devido à excessiva umidade da forragem, o que resulta em lixiviação dos princípios nutritivos e fermentação inadequada. Com relação à colheita propriamente dita, esta pode ser manual, para pequenas áreas de produção, ou mecânica, para áreas maiores. Na colheita manual, as plantas são cortadas no campo, com auxílio de ferramentas de uso
  • 17. 13 manual e devem ser picadas próximo ao silo em picadoras estacionárias. Na colheita mecânica, utilizam-se as ensiladoras tracionadas por trator, que realizam o corte e fragmentam o material. Na colheita do sorgo para produção de silagem, a planta é submetida ao corte basal, e isto faz com que o meristema apical seja eliminado. Assim, o perfilhamento é estimulado, promovendo o desenvolvimento das gemas basais presentes na coroa da planta, que darão origem aos novos perfilhos responsáveis pela produção da rebrota. Se houver condições climáticas e de fertilidade favoráveis, a rebrota do sorgo poderá atingir produções satisfatórias. O momento apropriado para a colheita é determinado pela maturidade dos grãos. Onde a maturidade e feita atraves da colheita aleatoria de 8 a 10 panículas retirando um grão no meio de cada uma das panículas para avaliação da maturidade, logo após pressione o grão entre os dedos, a maturidade é determinada quando o grão apresenta consistência farinácea e não se observa a presença de “leite”. A partir do ponto de maturidade adequado para o início da colheita, conclua a ensilagem da área de sorgo “duplo propósito” em, no máximo, 8 dias e no caso do sorgo “forrageiro” em, no máximo, 15 dias. A colheita com os grãos leitosos e baixo teor de MS (menor do que 28 %) diminui a produtividade, reduz valor energético e o consumo da silagem. A colheita após o ponto adequado de maturidade (grãos duros) dificulta a compactação e diminui a digestibilidade dos grãos, podendo aumentar a perda destes nas fezes. 11.1 Avaliação da produtividade da cultura  Colha, da área de plantio, as plantas de oito linhas, com cinco metros cada  Recolha todas as plantas colhidas em sacos plásticos ou sacos de ração vazios  Pese todo o material recolhido 11.2 Calculo da produção de forragem por metro linear Produção de forragem por metro linear = Kg de forragem colhida /Metros lineares colhido 8 linhas x 3 metros = 24 metros lineares = 24 m Peso da forragem em 24 metros lineares = 100 kg Produção de forragem por metro linear = 100 kg de forragem/24 m lineares = 4,16 kg/m 11.3 Calculo da produção de forragem A produção de forragem em toneladas por hectares (t/ha) é calculada pela fórmula: Produção de forragem t/ha = 10 x kg de forragem por metro linear /Espaçamento entrelinha (m)
  • 18. 14 Espaçamento: 0,50 Produção de forragem: (10*4,16)/0,5= 83,20 t/ha ou seja em 4 ha, teremos 332,8 t de silagem. 11.4 Fragmentação A planta do sorgo deve ser fragmentada em partículas de 0,5 a 2,0 cm e este cuidado deve ser criteriosamente seguido, pois é um dos principais segredos para obter silagem de boa qualidade. São inúmeros os benefícios do tamanho adequado de partículas, que vão desde o enchimento do silo até o processo digestivo e o desempenho dos animais. Silagens compostas por partículas pequenas são mais fáceis de serem misturadas a outros alimentos e são menores as perdas no momento da retirada do silo e durante a alimentação dos animais. Pequenas partículas também facilitam a mastigação, a ruminação e a digestão, com reflexos positivos no consumo e no desempenho dos animais. Para que essa prática seja realizada de forma correta é importante vistoriar as condições das facas da ensiladora e isso deve ser feito com antecedência a colheita e durante a realização desta; e se as facas estiverem desgastadas deverão ser afiadas ou trocadas. 11.5 Compactação A compactação é um dos fatores-chave que proporciona condições para que os processos químicos e biológicos que ocorrem durante a fermentação da forragem no interior do silo se processem de forma adequada, resultando em silagem de boa qualidade e sem 6 perdas nutritivas. O processo é realizado pela passagem consecutiva do trator sobre as camadas de forragem, devendo-se utilizar trator com pneus estreitos, por ser mais eficiente. A superfície da forragem deve ficar lisa, sem ondulações; e deve-se utilizar o melhor e mais pesado trator. Essa prática é realizada para expulsar, o máximo possível, o ar existente entre as partículas da forragem e diminuir a porosidade da silagem. Quanto mais eficiente for a compactação, maior será a quantidade de silagem armazenada, menor o custo de armazenamento e, quanto mais agregadas estiverem as partículas, mais difícil será a penetração do ar entre estas e melhor será a preservação da qualidade da silagem após a abertura do silo. Esta prática deve ser realizada com muito capricho, pois um dos maiores inimigos da qualidade da silagem é a presença de oxigênio no interior do silo. 11.6 Vedação A vedação bem feita mantém e complementa os benefícios da rapidez no enchimento do silo e da compactação da forragem e também deve ser realizada com rapidez logo após o término do enchimento do silo. A vedação é feita com lona plástica preta que deve ter espessura de 200 a 300 micra. Outra opção é a lona de dupla face que apresenta um dos lados na cor branca e esse deve ser colocado voltado para o lado externo, pois a cor branca reflete parte da radiação solar sendo reduzida a transferência de calor dos raios solares para a forragem. É importante que a forragem da superfície do silo seja trabalhada para ter um formato abaulado. Essa estratégia auxilia no perfeito contato da lona com a forragem evitando ocorrência de espaços
  • 19. 15 vazios com presença de ar entre a lona e a forragem. Normalmente, coloca-se terra sobre a lona e para não ocorrer o deslizamento da terra, o ideal é colocar antes uma camada de capim. Durante a utilização da silagem, a retirada da terra pode ser trabalhosa em razão do endurecimento da mesma e uma forma de evitar que isso ocorra é utilizar outra lona sobre a terra. Pode-se optar pela utilização de uma camada de capim e, sobre esta, colocar pneus que devem ser cortados ao meio, devendo-se colocar a face cortada voltada para baixo para evitar o acúmulo de água. A retirada desses materiais no momento da abertura do silo para utilização da silagem não é tão trabalhosa quanto a terra. Utilizando-se a lona de dupla face, não há necessidade de preocupar-se com material para proteção da mesma, pois essa é mais resistente que as lonas comuns. Nesse caso, pode-se utilizar somente pneus para manter a compactação da forragem no interior do silo. Independente do tipo de lona utilizado, as bordas devem ser devidamente vedadas para evitar a entrada de ar e água e, para isso, pode-se utilizar terra, sacos de areia, pneus ou qualquer outro material que possibilite a vedação segura. 11.7 Abertura do silo A produção de silagem de boa qualidade é condicionada a critérios específicos para cada etapa do processo e na abertura do silo e utilização da silagem não é diferente e essa prática deve ser executada com capricho, para que a qualidade e o valor nutritivo da silagem sejam preservados. Todos os cuidados necessários para obter silagem de boa qualidade refletem positivamente na estabilidade da silagem após a abertura do silo. Forragem com tamanho adequado de partícula, compactação eficiente, enchimento rápido e vedação correta do silo são práticas que asseguram fermentação adequada, com predominância de ácidos que conferem estabilidade à silagem quando esta é exposta ao ar. Ao abrir o silo, em primeiro lugar deve-se observar o aspecto da silagem e se houver presença de porções com mofos, bolores, coloração muito escura e cheiro desagradável, estas devem ser descartadas. Outro cuidado que deve ser criteriosamente observado refere-se à espessura da camada de silagem retirada diariamente e essa não deve ser inferior a 20 cm, pois dessa forma a retirada da silagem caminha mais rápido que a penetração de ar entre as partículas. 12 ESTRUTURAÇÃO DO SISTEMA DE CONFINAMENTO 12.1 Estrategia de produção Para calcular o consumo de matéria seca, é necessário saber o peso dos animais e estimar um ganho médio diário. Com essas informações, é possível determinar o consumo de matéria seca, de acordo com o BR Corte 2016, tabela de exigências nutricionais para animais zebuínos e cruzados. Vacas Nelore 50 cabeças Peso de entrada 120 kg Ganho médio diário 1,8 kg/dia Peso de abate 216 kg Duração do ciclo 120 dias
  • 20. 16 Consumo de matéria seca (kg/dia) = – 0,6273 + 0,06453 × Peso Corporal0,75+ 3,871 × Ganho médio diário – 0,614 × (Ganho médio diário)2. Consumo de MS= -0,6273+0,06453*1200,75+3,871*1,8-0,614*1,82 Consumo de MS= 6,69 kg/dia 12.2 Dimensionando a área do confinamento Para dimensionar um confinamento, é importante que a área por animal confinado seja entre 8 e 12 m2, recomendando-se trabalhar com 100 animais por piquete.Os piquetes devem ter uma declividade mínima de 3%, para o escoamento do excesso de água de chuva; O espaço de cocho deve ser entre 0,35 e 0,70 m por cabeça, além de o bebedouro ter capacidade de 50 litros por cabeça por dia. 12.3 Calculo da área dos piquetes Por exemplo, considere: Área por animal = 10 m² Número de animais por piquete = 25 Área do piquete = nº de animais por piquete × área por animal Área do piquete = 25 × 10 = 250 m² 12.4 Calculo do comprimento e largura do piquete Por exemplo, considere: Espaço do cocho/animal = 0,7 m/cab 12.5 Comprimento do piquete= (nº de animais por piquete x espaço do cocho por animal) +comprimento da porteira Comprimento do piquete = (25 × 0,7) + 3,5 Portanto, o comprimento de cada piquete será 21 m. 12.6 Largura do piquete =área do piquete/comprimento do piquete Largura do piquete = 250/21 A largura do piquete será 19,90≈ 20 m O dimensionamento dos piquetes deve ser feito a partir da extensão do cocho de cada piquete. É necessário que a linha de cocho tenha 40 m e, caso seja utilizado apenas um bebedouro por curral, dispor da capacidade de 1.250 L/dia/água (25 animais x 50 L/cab/dia).Para confinar 50 animais, serão necessários 2 piquetes de 21 m x 20 m. 12.7 Localização dos cochos A localização dos cochos deve ser de fácil acesso tanto para o animal quanto para a pessoa responsável pelo abastecimento. O ideal é que seja na parte mais alta do piquete, para evitar a formação de lama. Além disso, é preciso que tenha uma declividade para o lado de fora do piquete, de 0,3 a 3%, para facilitar o escoamento da água da chuva. Os cochos podem ser feitos de madeira, concreto (com 40 a 60 cm de diâmetro) ou tambor plástico (200 litros) cortado ao meio. 12.8 Definindo os produtos necessários á suplementação O produtor deve dar preferência a alimentos de alta qualidade, porém com preços acessíveis, a fim de produzir uma dieta com menor custo da arroba produzida,
  • 21. 17 possibilitando, assim, maior lucro. Em situações de altos preços de concentrados e baixos preços de volumosos, a porcentagem de volumosos na dieta deverá ser maior. Em situações de baixos preços de concentrados, a quantidade de volumoso pode ser reduzida até limites mínimos que permitam um bom funcionamento do rúmen. 12.9 Quantidade necessária de ingredientes para a dieta dos animais confinados Nos confinamentos, a alimentação mais utilizada é o concentrado. Por exemplo, considere: Dieta 30% de volumoso e 70% de concentrado Consumo de MS 6,69 kg/MS Silagem de sorgo 30% de MS Milho moído 88% de MS Farelo de soja 88% de MS Núcleo mineral 99% de MS Ingredientes % de MS Kg de MN/dia Silagem de sorgo 30 (6,69*30%)*100/30= 6,69 Milho moído 58 (6,69*58%)*100/88= 4,40 Farelo de soja 10 (6,69*10%)*100/88= 0,76 Núcleo mineral 2 (6,69*2%)*100/99= 0,13 Total 100 6,69+4,40+0,76+0,13= 11,98 kg de MN/dia (CMS × % do ingrediente na dieta) x 100/MS do ingrediente Quantidade de alimento para 50 animais durante 120 dias Ingrediente Toneladas no confinamento Silagem de Sorgo 6,69*120*50= 40.140≈40 t Milho moído 4,40*120*50= 26.400≈27 t Farelo de soja 0,76*120*50= 4.560≈5 t Nucleo mineral 0,13*120*50= 780≈1 t Toneladas no confinamento (kg) = kg MN × dias de conf × nº animais 12.10 Manejo dos animais 1- Quando os animais chegarem ao confinamento, deverão ser desembarcados no curral de manejo e levados até o curral de espera. 2- Os animais devem sem identificados com um brinco ou marcados a ferro quente com o número do piquete de destino. 3- Assim que os animais chegar à propriedade, é necessário pesá-los. Normalmente, os lotes são distribuídos de acordo com o peso, separando-se lotes de animais mais leves dos lotes de animais mais pesados. 4- É importante pesar os animais periodicamente para avaliar seu desempenho e ajustar o consumo, já que ele depende do peso corporal.
  • 22. 18 5- Todo animal deve ser vermifugado com antiparasitário interno e vacinado com três tipos de vacinas: Carbúnculo sintomático, gangrena gasosa e enterotoxemia dos bovinos; Botulismo; Diarreia viral bovina, rinotraqueíte infecciosa e parainfluenza bovina. 13 VIABILIDADE ECONÔMICA DA ATIVIDADE O investimento no confinamento de bovinos de corte pode ser uma opção economicamente viável, principalmente quando os preços dos insumos estão baixos, pois a dieta corresponde a cerca de 70 a 90% dos custos operacionais totais do confinamento. É necessário prever os custos fixos e variáveis do confinamento para manter 50 animais por 120 dias, entrando com 120 kg e terminando com 216 kg. A seguir é apresentado uma projeção de lucro, tomando como base os custos fixos e variáveis. Total de custos variáveis (R$) para realização do confinamento para 50 cabeças em 2023 Custo da ensilagem Valor Sementes R$ 395,00 Adubo 4-30-10 R$ 879,60 Super Simples R$ 125,00 Sulfato de cobre R$ 42,90 Sulfato de zinco R$ 34,90 Calcário Dolomitico R$ 110,00 Herbicida pré emergente- Atrazina 500 SC Rainbow R$ 300,00 Herbicida pós emergente- 2,4-D Nortox R$ 250,00 Inseticida para tratamento de sementes-Cropstar R$ 150,00 Inseticida para controle de formigas – Top Max em pó R$ 10,50 Fungicida para tratamento de sementes- Maxim R$ 184,00 Aluguel Ensiladeira R$ 300,00 Aluguel Semeadora R$ 300,00 Lona plástica R$ 519,00 Inoculante Silotrato R$ 163,00 Combustível R$ 1.240,00 Transporte da silagem R$ 200,00 Alimentação R$ 200,00 Total R$ 5.403,90 Custo da ensilagem Produção aproximada de 326 toneladas (MN) com ensilagem Custo da ensilagem = R$ 5.403,90 / 326 ton = R$ 0,016/kg da matéria natural. Consumo de 14 kg/boi/dia x R$ 0,016/kg = 0,23 vaca/dia Mão-de-Obra no período do confinamento 2 funcionários x R$ 1.320,00 (custos diretos e indiretos) Custo Total (R$2.640,00/ 50 cabeças) R$ 2.640,00 R$ 0,47 vaca/dia Máquina (tratores) no período do confinamento 2 horas/ dia x 4 litros óleo diesel 8 litros x R$ 6,20/litro de óleo Custo total (R$ 49,60/50 cabeça) 8 litros/dia R$ 49,60 R$ 0,99 vaca/dia
  • 23. 19 Ração Concentrada / vacas Farelo de soja 0,76 Kg/boi/dia x R$ 0,48/kg R$ 0,36 Milho moído 4,40 Kg boi/dia x R$ 1,5/kg R$ 6,60 Núcleo Confinamento 0,13 Kg boi/dia x R$ 1,60/kg R$ 0,20 Total da diária R$ 7,16 vaca/dia Resumo Custo/vaca/Dia Volumoso de Sorgo R$ 0,23 vaca/dia Mão-de-Obra R$ 0,47 vaca/dia Maquinário R$ 0,99 vaca/dia Ração Concentrada R$ 7,16 vaca/dia Total R$ 8,85 vaca/dia Resultados Econômicos Valor Previsto de venda R$ 280@ Quantidade de arrobas ao final do ciclo 216 kg ( 14,4@) Custo diário/animal R$ 8,85 vaca/dia Despesa por animal no período R$ 1.062,00 Despesa total no período R$ 53.100,00/ciclo Lucro Bruto por animal R$ 4.032,00 Lucro Parcial(Lucro Bruto- Despesa por animal) R$ 2.080,00/animal Custo de Aquisição dos animais( @ 240) R$ 1.920,00/animal Lucro Final( Lucro Parcial-Aquisição dos animais) R$ 8.000,00/ciclo Banco Juros Prazo Carência Linha de crédito Valor BB 8% a.a 8 anos 3 anos PRONAMP Investimento R$ 430 mil BNB - 12 meses - Custeio Pecuário Até R$ 5 milhões BNDS 1,25% a.a 15 anos 3 anos Credito Agrícola Até R$ 250 mil Sicoob 8% a.a 12 meses - PRONAF Custeio Até 500 mil 14 PLANO DE NEGÓCIOS 14.1 Principais Características: O principal objetivo do empreendedor é a venda dos animais resultantes do confinamento, e o excedente da silagem produzida. 14.2 Investimento Apresento uma relação de itens a serem empregados na implantação inicial no confinamento, lembrando que a maioria da infraestrutura necessária para o funcionamento do empreendimento a propria fazenda já possui, que é o caso do curral, brete de contenção,balança e trator.
  • 24. 20 15 PLANO DE MARKETING 15.1 Descrição do Produto O produto final no caso será vacas nelores com o intuito de venda para abate. 15.2 Descrição do Produto Nutricional A carne bovina traz vários benefícios para a saúde se for consumida da maneira certa. Esse alimento é muito rico em proteína, mas tem ainda outros nutrientes como vitaminas do complexo B e sais minerais. Fonte de Ferro, Zinco, Fósforo, Potássio, Magnésio e Selênio. O consumo da carne vermelha ajuda na saúde do coração e do sistema nervoso. Sua grande quantidade de proteína animal e de algumas vitaminas dá energia ao organismo. Além disso, ela também é capaz de fornecer todos os aminoácidos essenciais para um bom funcionamento do corpo, mas isso vem a um custo, já que a maioria dos cortes tem mais de 150 calorias em 100 gramas. As vitaminas B não são muito encontradas em alimentos de origem vegetal, logo o consumo frequente de carne vermelha permite que o organismo reponha as quantidades necessárias dessas. 15.3 Preço Ao analisar o preço futuro do boi gordo, temos arroba cotada a R$ 290 no mercado futuro, o que representaria uma arroba aproximada de R$ 280 em Minas Gerais. Com o custo estimado de R$ 73,75 por arroba produzida, e comercializando esses animais por R$ 280@, teremos uma margem positiva de R$160 por animal. Item R$ Poço artesiano (caixa d’água e instalação) R$ 45.000,00 Lascas + esticadores R$ 6.200,00 Rede de energia elétrica R$ 9.700,00 Arame liso R$ 4.800,00 Mão de obra R$ 3.000,00 01 Bebedor de água R$ 4.800,00 2 cochos R$ 259,00 Cordoalha R$ 34,75 2 Porteiras de 3 m R$ 900,00 Concreto na base do bebedouro- m3 R$ 192,00 Concreto na base do cocho-m3 R$ 5.200,00 Total R$ 80.085,75
  • 25. 21 16 ESTRUTURA DE COMERCIALIZAÇÃO Comercialização dos animais será no mercado local e em frigorificos da região ( Minerva). 16.1 Estudo de Mercado As principais formas de comercialização serão: de forma direta pelo próprio empresário e atraves de ligações telefonicas com a central de compras do frigorifico. 16.2 Mão de Obra Para o funcionamento do confinamento, serão contratados 2 funcionarios a fim de realizar os servicos de arraçoamento diário dos animais e a manutenção das instalações. 17 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES ATIVIDADE MÊS/ANO (2023/2024) MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR Provisão de recursos iniciais para o projeto x Serviços de construção da infraestrutura necessária x Preparo do Solo x x x Plantio do Sorgo x Condução e Tratos Culturais x x x x Colheita x
  • 26. 22 Periodo de fermentação da silagem x Compra dos animais x ATIVIDADE MÊS/ANO (2024/2025) MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ JAN FEV MAR ABR Periodo de confinamento x Fim do confinamento e venda dos animais x Limpeza dos piquetes x Plantio do sorgo para o 2º ciclo do confinamento x Condução e Tratos Culturais x x x x Colheita x Periodo de fermentação da silagem x Compra dos animais x 18 CONCLUSÃO  A prática do confinamento permite atender à demanda dos frigoríficos, constituída de animais jovens bem-acabados. Entretanto, cabe ao produtor estar atento ao sistema produtivo e econômico, objetivando atingir o sucesso da atividade. É importante o produtor se manter atualizado. Ao se decidir montar um confinamento, é necessário procurar apoio técnico, além de informações complementares das técnicas e da legislação, a fim de obter melhor produtividade com segurança e respeito aos animais e ao meio ambiente.
  • 27. 23 19 ANEXOS 19.4 RESULTADOS DA ANALISE DE SOLO A interpretação da analise de solo foi feita atraves de planilha agronomica propria para a cultura, levando em consideração a calagem,gessage,.adubação de plantio e de cobertura.
  • 28. 24 19.5 INTERPRETAÇÃO DA ANALISE DE SOLO
  • 29. 25
  • 30. 26
  • 31. 27 19.6 LOCALIZAÇÃO 21.REFERÊNCIAS CARNEIRO, O. 1961. Construções Rurais. Sociedade Imprensa Brasileira, 6a ed., São Paulo. FRAGA, O. F., PIRES, J. A. A. 1980. Instalações para confinamento. Informe Agropecuário, n.69, Belo Horizonte. HADDAD, C. M. 1985. Noções sobre confinamento de bovinos de corte. In: Curso de Atualização em Confinamento de Bovinos de Corte, FEALQ, Piracicaba. PEIXOTO, A. M. 1987. Instalações e equipamentos para o confinamento do gado de corte. In: Confinamento de bovinos de corte. FEALQ, Piracicaba. p. 61-79.