Este documento resume as principais raças de caprinos e ovinos no Brasil e no mundo, dividindo-as em raças nativas e exóticas de caprinos e listando várias raças importantes de ovinos, descrevendo as características de cada uma.
1. PEQUENOS RUMINANTES: PRINCIPIAS RAÇAS DE CAPRINOS E OVINO
MANEIO REPRODUTIVO, NUTRICIONAL E SANITÁRIO.
INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS
Universidade Lúrio
Faculdade de Ciências Agrárias
Disciplina: Zootecnia de Ruminantes e Suínos
3ºAno/2º Semestre
3º Grupo
Estudantes:
Angelica Mueleia
Dércio Neves
Gerônimo Acácio
Jermias Zalema
Docente:
Enga. Rabia Bramugi Chande
Outubro de 2023
2. Principais raças de caprinos e ovino
Raças de caprinos
A criação de caprinos exige cuidados especiais, a começar pela escolha da raça de animais com melhores condições
de adaptação à região, tornando-se assim mais produtivos. Veja a seguir as alternativas que existem para iniciar ou
melhorar um plantel.
Raças nativas
São animais de alta resistência ao meio ambiente (rusticidade). No semiárido, as raças nativas são muito importantes
para os programas de melhoramento da criação de caprinos em regime extensivo ou semiextensivo. As raças nativas
mais importantes são:
Moxotó;
Repartida ou Surrão;
Marota ou Curaça;
Canindé;
Existem também as cabras e bodes Sem Raça Definida (SRD).
3. Raças nativas
Moxotó - tem origem no vale do rio Moxotó, em Pernambuco. É
boa para produção de pele e de carne, de cada 100 cabras paridas
nascem cerca de 150 crias por ano. Ao nascer, pesam em torno de 2
quilos e ao serem apartadas (desmamadas) pesam até 10 quilos. Os
machos adultos pesam, em média, 35 a 40 quilos e as fêmeas, 25 a
30 quilos
Repartida ou Surrão - É uma raça formada nos sertões da Bahia.
É boa para a produção de pele e carne, de cada 100 cabras paridas
nascem, aproximadamente, 150 crias por ano. Ao nascer, cada cria
pesa 2 quilos e ao ser apartada, pesa entre 9 e 10 quilos. O peso
médio dos machos adultos é de 36 a 40 quilos e o das fêmeas é de
26 a 30 quilos;
Marota ou Curaça - Essa raça também veio do sertão Semiárido
baiano. É uma raça criada para produzir pele e carne, em que a cada
100 cabras paridas nascem 150 crias por ano. Ao nascer, cada cria
pesa em média 2 quilos, e ao ser apartada, pesa entre 9 e 10 quilos.
Os machos adultos pesam de 36 a 40 quilos e as fêmeas de 26 a 30
quilos;
4. Raças nativas (Cont…)
Canindé - Raça formada nos sertões do Piauí. É criada
para a produção de peles e carne, de cada duas cabras
paridas nascem três crias por ano. No nascimento, o peso
médio da cria é em torno de 2 quilos e, ao desmame, em
torno de 10 quilos. Os machos adultos pesam de 33 a 40
quilos e as fêmeas de 25 a 35 quilos;
Existem também as cabras e bodes Sem Raça
Definida (SRD) - São animais que resultam do
cruzamento indiscriminado, entre si, das raças nativas
das diversas regiões do Nordeste do Brasil e com as raças
exóticas introduzidas. Mais de 70 % do rebanho da
região não têm raça definida. Servem tanto para a
produção de leite como para carne e pele, o número de
crias nascidas por cabra parida é bastante variável, mas
em geral dão 3 crias a cada 2 partos com o peso médio ao
nascer é de 2,2 a 2,5 quilos ao desmame e de 10 a 12
quilos. Os machos adultos pesam de 35 a 40 quilos e as
fêmeas de 28 a 32 quilos.
5. Raças exóticas
Para Embrapa (2007) raças especializadas são aquelas que vêm de outros países e que
possuem maior capacidade de produção de carne ou de leite; porém, têm menor
resistência ao ambiente Semiárido. Desta forma, são mais exigentes em relação ao trato
e à alimentação. Essas raças são utilizadas cruzadas com as raças nativas para melhorar
a produção de carne e de leite. As mais importantes são:
Boer
Anglo-nubiana
Saanen
Parda-alpina
6. Raças exóticas
Boer - A raça Boer é originária da África do Sul. É a melhor
raça caprina para produção de carne. Produz em torno de 3
crias a cada 2 anos. O peso médio, ao nascer, é 4 quilos e, aos
10 meses de idade, 40 quilos e os machos adultos pesam, em
média, 95 quilos e as fêmeas, 85 quilos;
Anglo-nubiana - é uma raça que tem como o seu país de
origem a Inglaterra. É considerada uma raça mista, com aptidão
para carne e para leite. A cabra produz, em média, 3 crias a
cada 2 anos com um peso médio ao nascer de 3 quilos, e ao
desmame, 15 quilos. O peso médio para os machos adultos é de
60 a 70 quilos e de 40 a 50 quilos para as fêmeas;
7. Raças exóticas
Saanen - raça originaria da Suíça. Cada cabra produz até 3
crias a cada dois partos. A cabra Saanen pode produzir, em
média, 2,5 quilos de leite por dia, durante um período de
lactação de 150 dias, em um sistema que combina pasto nativo
(durante o período chuvoso) e estabulação total (no período
seco), recebendo suplementação de silagem de sorgo e de
concentrado de milho e farelo de soja. O peso médio dos
machos adultos é de 70 a 80 quilos, e das fêmeas, 50 a 60
quilos;
Parda-alpina - Originária também da Suíça, região sul dos
Alpes, é considerada tão boa para produzir leite quanto a
Saanen. Produz aproximadamente 4 crias a cada 3 partos. A
produção de leite pode chegar, em média, a 2,4 quilos por dia,
em um período de lactação de 150 dias, em sistema que
combina o uso da vegetação predominantemente seca com
suplementação alimentar em confinamento, no período seco.
Os machos adultos pesam em média 65 quilos, e as fêmeas, 45
quilos.
8. Raças de ovinos
Existem muitas raças de ovinos em todo o mundo, cada uma com
características distintas que as tornam adequadas para diferentes
finalidades, como produção de carne, lã, leite ou para fins ornamentais.
Abaixo estão as principais raças de ovinos:
Merino australiano
Raça Corriedale
Raça Suffolk
9. Raças de ovinos
Merino australiano
Origem: não é uma raça de ovinos com origem na Austrália, mas sim uma sub-raça
ou variedade da raça Merino (Polwarth) que foi desenvolvida na Austrália. A raça
Merino, tem origem na Espanha, especificamente na região de Castela
Características:
Produtora de lã fina por excelência.
Lã de grande qualidade e valor industrial
Elevado grau de rusticidade e adaptabilidade em regiões pobres, clima
desfavorável.
Longeva, produzindo economicamente até idades avançadas - Não se adapta
bem em campos húmidos e baixos
Os cordeiros são bastante vulneráveis ao nascerem, tem pouca cobertura de lã e
muito pouco tecido adiposo
Os machos do tipo médio e forte, quando bem alimentados podem produzir
capões pesados
10. Raças de ovinos
Raça Corriedale
Origem: originou-se na Nova Zelândia, onde eram comuns os
cruzamentos alternativos entre ovinos Merinos, Romney
Marsh, Lincoln e Leicester, com a finalidade de produzirem
animais com boa produção de lã de finura média, com
comprimento de mecha e de carcaças de bom peso e qualidade.
Características
O ovino Corriedale tem bom porte e deve dar a impressão de
um animal de grande vigor e ótima constituição, que se
manifesta em sua conformação, própria para a produção de
carne e lã. Sendo um ovino de duplo propósito, com um
equilíbrio zootécnico orientado 50% para a produção de lã e
50% para a produção de carne, deve ser um animal muito
equilibrado, apresentando um esqueleto bem constituído e um
velo pesado, extenso e de boa qualidade.
11. Raças de ovinos
Raça Suffolk
Origem: oriunda dos condados de Norfolk, Cambridge, Essex
e Suffolk, no sudoeste da Inglaterra, foi formada a partir do
cruzamento de carneiros Southodown com ovelhas selvagens
de Norfolk. Estes ovinos nativos caracterizavam-se por terem e
membros pretos, serem ambos os sexos aspados.
Características
O Suffolk é um ovino de grande desenvolvimento corporal, de
constituição robusta e de conformação tipicamente carniceira.
O seu corpo comprido e musculoso, as extremidades
desprovidas de lã e revestidas de pêlos negros e brilhantes. A
postura de sua cabeça e formato das orelhas fazem do Suffolk
um ovino inconfundível. Logo à primeira vista o Suffolk
impõe a sua condição de raça carniceira.
12. Raças de ovinos
Raça Dorper
• A Dorper é uma raça ovina de carne desenvolvida na
África do Sul, através do cruzamento do Dorset Horn
com o Blackhead Persian (conhecida no Brasil por
Somális) para ser explorada em regiões semi-áridas e
áridas.
• O ovino Dorper deve ser simétrico e bem
proporcionado ou balanceado. Um temperamento
calmo, com uma aparência vigorosa é o ideal. A
impressão geral deve ser a de um ovino robusto e bem
musculoso. O Dorper foi criado com o único
propósito de produzir carne, o mais eficientemente
possível, sob variadas e mesmo desfavoráveis
condições ambientais.
Características reprodutivas Características produtivas
Maturidade sexual: O primeiro cio
manifesta-se a partir dos 183 dias de
idade.
Peso vivo e ganho de peso: é de
rápido crescimento; os cordeiros
atingem 36 Kg ao 100 e 120 dias de
idade, produzindo carcaças de 16 Kg.
Alta Prolificidade Bom GMDP.
Fertilidade: a taxa varia de 75% a 97%. Após a desmama o ganho varia de 81 a
91 g/dias.
Intervalo entre partos: com bom maneio, o
intervalo entre partos pode ser de oito
meses, resultando em até três parições em
dois anos.
Período de gestação: varia de 142 a 153
dias com uma média de 146 dias
13. Raças de ovinos
Raça Ile de France
• O berço da raça é a França, na região da bacia
parisiense, denominada Ile de France. A partir de
1816 técnicos franceses iniciaram cruzamentos
de ovelhas Merino Rambouillet com
reprodutores New Leicester (Dishley)
importados da Inglaterra.
• É um ovino de grande formato, constituição
robusta e conformação harmoniosa, típica do
animal produtor de carne. Atualmente é
considerada uma raça de duplo propósito, com
um equilíbrio zootécnico orientado 60% para a
produção de carne e 40% para a produção de lã.
Características
reprodutivas
Características produtivas
Muito precoce;
Muito prolífera,
atingindo médias de
nascimentos de
160%. - Produz
cordeiros em
diferentes épocas do
ano.
Produz uma carcaça
pesada e de muita
qualidade
Ovelhas pesam cerca de
80 Kg, os carneiros
atingem pesos de 110 a 160
Kg
Após a desmama o ganho
varia de 81 a 91 g/dias.
. Os cordeiros têm muito
bom ganho de peso: aos 70
dias pesam 23,2 Kg. Dos
10 aos 30 dias de idade tem
ganho de peso diário médio
de 242g, dos 30 aos 70 dias
tem ganho diário médio de
287g;
14. Raças de ovinos
Raça Texel
• A raça Texel é originária da ilha de mesmo nome,
na Holanda, cujo solo é em sua maioria arenoso,
sendo em parte acima e em parte abaixo do nível
do mar.
• O ovino é de tamanho médio, tendendo para
grande, muito compacto, com massas musculares
volumosas e arredondadas, constituição robusta,
evidenciando vigor, vivacidade e uma aptidão
predominantemente carniceira. Atualmente é
considerada uma raça de carne e lã, pois a par de
uma carcaça de ótima qualidade e peso produz
ainda apreciável quantidade de lã.
Características reprodutivas Características produtivas
Precoce. Em condições de
pastagens, entre os 30 e 90 dias de
idade, os cordeiros machos tem
ganhos de peso médio diário de
300g e as fêmeas de 275gramas.
Aos 70 dias de idade machos bem
formados atingem 27 Kg e as
fêmeas 23 Kg.
Prolífera, pois atinge índices de
nascimento de 160%, tendo
atingido na França índices de 190
até 200%.
Rústica e sóbria, produzindo
bem no sistema extensivo e
semi-intensivo.
Produz uma ótima carcaça,
com gordura muito reduzida
Os carneiros atingem pesos de
110 a 120 Kg e as fêmeas
adultas 80 a 90 Kg, já tendo
ultrapassado tais pesos, os
carneiros tratados já atingiram
160 Kg e as ovelhas também
tratadas, já atingiram mais de
100 Kg.
15. Maneio reprodutivo, nutricional e sanitário
Maneio reprodutivo
É um conjunto de práticas e técnicas cujo objetivo é melhorar a eficiência produtiva, repercutindo, favoravelmente, na
fertilidade ao parto, prolificidade e na sobrevivência das crias.
Segundo Simplício (2008) a seguir são descritas algumas práticas de maneio reprodutivo a serem observados:
Descarte orientado
É uma prática de maneio que deve fazer parte de qualquer sistema de exploração organizado e que tenha fins lucrativos. Essa
prática deve ser realizada a cada ano, especialmente nas regiões que apresentam longos períodos de seca, ou a cada ciclo de
produção, facilitando e permitindo aos produtores identificar os animais com características negativas que comprometam o
desempenho produtivo e reprodutivo do rebanho.
De modo geral, observam-se os seguintes fatores para o descarte:
Defeitos genéticos
Baixo índice de fertilidade
Idade avançada
Defeitos físicos
Má habilidade materna,
Reduzida taxa de sobrevivência das
crias
16. Seleção de matrizes e reprodutores
A seleção de um animal que se destina à reprodução é fator determinante para o sucesso do desempenho
produtivo e reprodutivo do rebanho. Portanto, as seguintes variáveis devem ser consideradas:
Padrão racial dos animais;
Bom desempenho ponderal;
Boa condição corporal;
ausência de doenças infeciosas;
Ausência de defeitos congênitos e hereditários;
Nas fêmeas que já pariram, apresentação de boa habilidade materna e produção de leite suficiente para
sobrevivência das crias;
Nos machos, presença dos testículos na bolsa escrotal, simétricos e de consistência firme, além da
apresentação de boa libido e aspecto dominante;
Ausência de problemas no sistema locomotor.
17. Redução do Intervalo de Partos
(IEP)
O intervalo de partos (IEP) é um parâmetro muito
importante para se avaliar a eficiência reprodutiva e
produtiva dos rebanhos e guarda estreita relação com
os objetivos e metas da exploração. O IEP é
constituído pelos períodos de serviço e de gestação.
Como a gestação é, mais ou menos, constante, ou
seja, varia em torno de 150 dias em caprinos e ovinos,
conclui-se que o IEP passa a depender do período de
serviço.
A redução do Intervalo entre Partos (IEP) garante o
aumento no número de crias nascidas ou na produção
de leite. Em uma exploração caprina e/ou ovina
voltada para produção de carne e peles, o rebanho
deve ser maneado para obter um IEP com oito meses
de duração ou 1,5 parto/fêmea/ano. Para explorações
voltadas para produção de leite, o IEP pode variar de
dez a 12 meses.
18. Estação de monta
Alguns critérios devem ser seguidos para estabelecimento da estação de monta. Em
primeiro lugar, deve-se levar em consideração o tipo de exploração adotado, se corte ou
leite, pois as decisões nestes casos são diferentes. Em seguida, serão considerados o
estado corporal e o reprodutivo das fêmeas e dos machos; a época do ano e a
disponibilidade de alimento para o final da prenhez e período de amamentação. Essas
variáveis devem ser observadas, pois delas dependem o peso das crias ao nascer e a
sobrevivência das mesmas. O controle reprodutivo do rebanho em estações de monta
possibilitará o nascimento das crias em um só período, facilitando e reduzindo os custos
do maneio sanitário e alimentar, e favorecerá a organização da produção,
proporcionando uma oferta de produto uniforme ao mercado e o monitoramento da
saúde reprodutiva do rebanho.
19. Maneio nutricional
Exigências nutricionais de ovinos e caprinos
• As exigências nutricionais são influenciadas por vários fatores, tais como: condições ambientais, nível
nutricional, raça, espécie.
• Atender adequadamente às exigências nutricionais de um caprino ou ovino significa fornecer-lhe
diariamente todos os nutrientes necessários, em quantidade, qualidade e proporções adequadas para
suprir as suas necessidades de manutenção, produção e reprodução, por meio de uma dieta sem fatores
de risco e com o menor custo possível.
Consumo de matéria seca: uso de concentrados em dietas baseadas em forragem amplia, na maioria
das vezes, o consumo total de MS, porém, também promove redução com relação ao consumo de
forragemterística das regiões semiáridas.
Energia e proteína: O suprimento adequado de energia e proteína é fundamental para o aumento da
produtividade animal, pois são os nutrientes mais relevantes para o metabolismo animal
Minerais e vitaminas: A mineralização de ruminantes é uma prática zootécnica viável do ponto de
vista prático e econômico, quando se deseja aumentar a produtividade desta espécie.
20. Maneio sanitário
O maneio sanitário é realizado para manter a saúde dos animais, controlando e prevenindo as doenças,
tornando os rebanhos mais sadios e mais produtivos.
Higiene das instalações
Os cuidados a serem observados são:
Limpar os chiqueiros e apriscos por meio de varredura;
Lavar os bebedouros diariamente;
Limpar os comedouros diariamente, não deixando alimentos velhos e estragados;
Desinfetar, mensalmente, as instalações com creolina.
Quarentena
Período necessário para se observar doenças ainda não manifestadas em animais trazidos de outras
propriedades. Observar sinais de doenças nos animais em um intervalo de 30 a 60 dias, em local
isolado (quarentenário).
21. Maneio sanitário
Isolamento
Quando encontrar ou desconfiar que algum animal esteja doente, faça logo o isolamento do mesmo, para
evitar a contaminação do rebanho. O animal só deve voltar para o rebanho quando estiver totalmente
curado.
Descarte
Animais com problemas devem ser descartados pelo sacrifício ou pelo abate. Animais com doença crônica,
portadores de doenças transmissíveis ao homem (zoonoses) devem ser sacrificados, enquanto animais
improdutivos devem ser abatidos. É preciso matar e enterrar (sacrificar) os animais que apresentam
zoonoses, como por exemplo, a brucelose, a raiva e o carbúnculo hemático (carbúnculo verdadeiro); a
carne desses animais sacrificados não pode ser consumida. Animais que tenham doenças causadoras de
grandes prejuízos econômicos, como a artrite encefalite caprina a vírus (CAEV), também devem ser
abatidos. Ainda devem ser abatidos, os animais com defeitos como: machos caprinos mochos (sem chifre)
de nascimento; animais velhos e improdutivos; animais que apresentem doença crônica nos cascos, mal-
do-caroço (linfadenite caseosa) mais de duas vezes, e matrizes com úbere duro (mastite crônica).
A carne dos animais abatidos por defeitos ou por artrite encefalite pode ser consumida. Os animais
encontrados mortos devem ser queimados e enterrados em cova profunda.
22. Maneio sanitário
Vacinação
As vacinas devem ser aplicadas para evitar as doenças nos rebanhos existentes na região.
Para estabelecer um calendário de vacinações, deve-se consultar um veterinário ou o técnico
que preste assistência aos criadores, pois apenas eles podem indicar as vacinas a serem
usadas por um rebanho na sua região. As seguintes vacinas podem ser usadas:
Vacina contra a raiva (antirrábica): a vacinação é anual, a partir de 4 meses de idade e
apenas em rebanhos já afetados ou em regiões, frequentemente, atingidas pela doença.
Vacina contra carbúnculo sintomático, enterotoxemia e botulismo: apenas em regiões
onde existe risco dessas doenças.
Outras doenças para as quais existem vacinas são: boqueira, cegueira, podridão dos
cascos e doença da urina do rato.
23. Maneio sanitário
Vermifugação
A vermifugação consiste
na aplicação de
vermífugos (anti-
helmínticos) para o
controle da verminose
no rebanho
Algumas recomendações do artigo da
Embrapa (2007):
•Primeira vermifugação – Vermifugue
todo o rebanho no primeiro mês do
período seco ou quando as pastagens
estão secas (final de junho ou julho).
•Segunda vermifugação – Vermifugue
60 dias após a primeira vermifugação
(final de agosto ou setembro).
•Terceira vermifugação –Vermifugue
no penúltimo mês do período seco
(final de novembro).
•Quarta vermifugação – Vermifugue
em meados da estação chuvosa
(março).
24. Instalações e equipamentos
Para que caprinos e ovinos possam desempenhar adequadamente as suas funções e expressar todo o potencial produtivo, é
necessário um ambiente que assegure conforto, proteção e bem-estar. A Capacidade de lotação (cerca de 1,0 a 1,5 m²/animal
adulto).
Instalações
Isolamento
Tal instalação deve proporcionar segurança, conforto e bem-estar aos animais e estar próximos da casa do maneador. Sua
localização deve ser estratégica com relação a facilidade e praticidade de maneio dos animais pelo funcionário responsável
durante todo o período diurno e noturno. O local deve ser destinado a isolar animais enfermos, separadamente do restante do
rebanho, para observação e possíveis tratamentos. Esta instalação deve ser meticulosamente limpa, com desinfeção a partir do
uso de vassoura de fogo e posteriormente uma camada fina de cal virgem nas paredes e piso (Oliveira, 2008).
Quarentenário
Este ambiente é fundamental para permanência de animais que serão introduzidos ao rebanho. Uma construção isolada do
restante, composta por baias, com cochos, bebedouros e saleiros, local próprio para acesso ao pasto, onde os animais
adquiridos permanecerão por um período de observação, pré-determinado pelo médico veterinário, de aproximadamente 40
dias. Durante a permanência dos mesmos, deverão ser realizados exames clínicos e testes laboratoriais no intuito de detetar
possíveis sinais ou alterações, que indiquem a presença de enfermidade(s).
25. Instalações e equipamentos
Aprisco
O objetivo é a separação do rebanho por categoria animal com o intuito de planejar
e oferecer um maneio diferenciado de acordo com suas necessidades fisiológicas,
reprodutivas, nutricionais, cuidados sanitários. Tal instalação deve proporcionar
segurança, conforto e bem-estar aos animais e estar próximo ao centro de maneio
geral.
Curral de Maneio (seringa, bretes e balança)
Tais instalações têm como finalidade o maneio dos animais durante os
procedimentos de vacinação, seleção, aplicação de anti-helmínticos, pulverização,
pesagem mensal. Seu dimensionamento e características devem atender aos
diferentes objetivos de maneio, porém sempre deve proporcionar um maneio fácil e
prático, além da maior segurança aos animais e técnicos, permitindo-se observar
todos os animais do rebanho em conjunto.
26. Instalações e equipamentos
Sala de Ordenha
Tal instalação é para uso exclusivo de animais em lactação. Sua construção deve obedecer a critérios
e objetivos que permitam a limpeza, desinfeção, higienização, conforto e funcionalidade aos animais
e maneadores. Para sua implantação adequada, deve-se seguir orientações de construção conforme
normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária e outras instituições de pesquisa e
extensão (Oliveira, 2008).
Esterqueira
A esterqueira pode ser construída de alvenaria, madeira ou escavação no solo, tipo silo trincheira.
Destina-se a armazenar os dejetos sólidos e/ou líquidos, fermentar o esterco produzido pelos animais,
o que também favorece a morte de larvas de parasitos gastrintestinais, resultando em um produto
final de qualidade, com higiene, segurança e fácil aproveitamento em lavouras e pastagens.
27. Instalações e equipamentos
Proteção Contra Vento, Sol e Chuva
Deve-se optar pelo plantio de ·árvores em linha, fileira ou em ziguezague (dependendo do seu
objetivo), entre as instalações, ou em áreas de descampado para proteger de ventos frios, ou a
utilização de cortinas que são colocadas ao redor das instalações ou apriscos, quando estas antigas,
adaptadas a uma nova função e onde ocorra excesso de ventos. Outra opção seria a utilização de
materiais da própria propriedade, como folha de coqueiro, ou outro material (lona, bambu, sacos de
plástico ou mesmo sombreamento por sombrites de nylon). A utilização das diferentes formas de
proteção tem por finalidade proteger os animais de correntes de vento e/ou excesso de sol e chuva.
Pedilúvios
Os pedilúvios são destinados a desinfeção de animais, trabalhadores, visitantes e veículos (rodoluvio),
evitando-se assim, que atuem como disseminadores de microrganismos causadores de doenças entre
diferentes setores de maneio e/ou entre propriedades distintas. Sua construção deve ser planejada logo
na entrada das propriedades, currais e, principalmente, nos apriscos.
28. Equipamentos
Comedouros, Bebedouros e Saleiros
Segundo Oliveira (2008) estes equipamentos
devem permanecer do lado de fora da
instalação/aprisco. Os comedouros podem
ser de alvenaria ou madeira, desde que de
fácil limpeza e não acumulem sobras de
alimento; sua altura deve atender a categoria
animal, adultos ou jovens. Os bebedouros
podem ser em vasos comunicantes para
prevenir contaminação por fezes na água de
bebida. Os saleiros, de preferência, devem
atender a altura do solo dependendo da
categoria animal maneada.