SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
1
A FRAGILIDADE DO BRASIL COMO PAÍS SOBERANO
Fernando Alcoforado*
Foi a partir do Estado Moderno, após a Revolução Francesa, que o conceito de
soberania nacional começou a ser concebido. A teoria constitucional francesa do século
XVIII apresenta uma distinção entre soberania nacional e popular. Houve nesta
distinção, a concepção, no conceito de soberania nacional, de que o poder
representativo, com absoluta autonomia jurídica, não apenas representava a vontade
geral, mas era representante da Nação. A soberania popular estava calcada no fato de
seu representante expressar no governo o que o representado quer, de forma
democrática. A soberania é una, uma vez que é inadmissível dentro de um mesmo
Estado, a convivência de duas soberanias. É inalienável, já que se não houver soberania,
aquele que a detém desaparece, seja o povo, a nação ou o Estado.
A manutenção da soberania do Estado atual está diretamente ligada ao poder estatal em
impor sua supremacia dentro do território nacional. A soberania no Estado se concentra
na autoridade suprema do poder representante do povo não permitindo que dentro da
sociedade haja um poder superior ao seu. O instituto da soberania sofreu uma constante
evolução desde o nascimento do Estado moderno até o momento atual. Hoje, entende-se
por soberania a vontade do povo, representada pela supremacia do poder estatal,
garantida pela Constituição. O princípio da soberania é um dos alicerces do Direito
Internacional, por meio do qual, por exemplo, não se pode submeter determinado
Estado a outra jurisdição que não a sua. No plano externo, a soberania nacional é
traduzida pela igualdade entre os Estados, não tendo que se falar em subordinação ou
subserviência no cenário internacional, devendo-se assegurar condições equânimes nos
negócios jurídicos celebrados, seja no campo econômico, social ou político.
No entanto, a globalização neoliberal recente representa o fim do conceito clássico de
soberania nacional devido à crescente interdependência entre os países, materializada no
fluxo do comércio, do capital, de pessoas e tecnologia entre eles. As principais
características da globalização recente são o declínio do Estado-Nação e a
reestruturação do sistema interestatal para fazer frente à crise da economia-mundo
capitalista na era contemporânea. O declínio do Estado-Nação está configurado na perda
de sua capacidade de constituir uma economia nacional confinada territorialmente e em
tê-la sob seu controle. Desde a Segunda Guerra Mundial, mas especialmente desde a
década de 1960, o papel das economias nacionais tem sido corroído ou mesmo colocado
em questão pelas principais transformações na divisão internacional do trabalho, cujas
unidades básicas são organizações de todos os tamanhos, multinacionais e
transnacionais, e pelo desenvolvimento correspondente dos centros internacionais e
redes de transações econômicas que estão, para fins práticos, fora do controle do
governo dos Estados nacionais.
Além de a soberania nacional ter chegado ao fim na maioria dos países com a globalização
neoliberal recente, o exercício da soberania nacional pela maioria dos países é colocada em
xeque, também, pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), firmado em 1968, que
legitimou a posse de armas nucleares pelos Estados Unidos, pela União Soviética, pela
Inglaterra, pela França e pela China e tentou evitar que outras nações as
desenvolvessem, restringindo seu acesso à tecnologia. Como a União Soviética não
existe mais, a Rússia assumiu seu lugar. Há 50 anos, foram impostas restrições pelas
2
grandes potências que desenvolveram armas nucleares aos demais países não nucleares
limitando o uso da energia nuclear aos fins pacíficos, evitando que fosse usada para fins
militares. O TNP foi adotado no sentido de que os países não nucleares abrissem mão
do acesso a armas nucleares em troca do desarmamento progressivo das grandes
potências, o que, ao longo dos anos, levaria ao banimento dessas armas, fato este que
não aconteceu. Além disso, os países não nucleares seriam beneficiados pela
transferência de tecnologia da energia nuclear para fins pacíficos. O TNP é, de fato, um
tratado que dividiu o mundo em dois grupos: os "que têm" e "os que não têm" armas
nucleares.
Na prática, o TNP foi uma solução adotada para evitar o armamento dos países
desarmados, enquanto os que estão armados se armam sem limitações. O TNP não
alcançou plenamente seus objetivos porque a Coréia do Norte, que era signatária do
tratado, além da Índia, Israel e Paquistão, que não eram signatários, desenvolveram
armas nucleares. As restrições do TNP, porém, têm sido aceitas voluntariamente por
alguns países, inclusive o Brasil que se convenceu, equivocadamente, a partir de 1992,
de que a posse de armas nucleares não traria vantagens ao País. Até o presente
momento, 187 países ratificaram o TNP, inclusive o Brasil, e nenhum deles se retirou
do pacto, exceto a Coréia do Norte que assim o fez em 2003 e consegue assegurar sua
soberania graças ao seu arsenal nuclear e de mísseis intercontinentais. Vários países têm
criticado o monopólio nuclear perpétuo que o tratado impõe pelo fato de legitimar as
armas existentes e não admite que outros países as possuam. Na prática, os países
detentores de armas nucleares são aqueles que, de fato, têm o poder para exercer sua
soberania, ao contrário daqueles que não as possuem.
O enfraquecimento dos Estados nacionais pela globalização neoliberal recente e o
exercício do monopólio das armas nucleares pelas grandes potências militares (Estados
Unidos, Rússia, Inglaterra, França e China) colocam em xeque o exercício da soberania
da grande maioria dos países do mundo, com raras exceções como os países detentores
de armas nucleares como Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte. Como as guerras do
Século XXI terão como fulcro a batalha por recursos naturais, os países detentores
desses recursos podem ser ameaçados de invasões como ocorreu recentemente com a
invasão pelos Estados Unidos do Iraque e a Líbia pelo domínio de suas reservas de
petróleo. Com a falta de recursos naturais necessários para sua sobrevivência e a
ausência de um governo mundial que seja capaz de mediar os conflitos, a humanidade
tende a uma regressão à barbárie e ao comportamento cruel.
A água está se convertendo em uma fonte geradora de guerras devido à competição
internacional pelos recursos hídricos. Se o ritmo de extração dos recursos minerais
continuar como está, a humanidade certamente verá alguns minérios extinguir-se. A
competição por recursos como o petróleo é, atualmente, a maior fonte potencial de
conflitos mundiais. A disputa pelo petróleo que ainda resta levará a um estado de guerra
permanente, caracterizado pela presença de grandes potências em suas regiões
produtoras. Os países detentores de recursos naturais sem poder militar, sobretudo, sem
dispor de armas nucleares, poderão ser vítimas de invasões pelas grandes potências a
serviço dos grandes monopólios internacionais, como é o caso do Brasil.
Esta situação deixa evidenciada a vulnerabilidade do Brasil que, além de possuir uma
economia fragilizada à mercê das forças do mercado global devido a sua dependência
econômica e tecnológica, não possui poder militar e nuclear para, por meio deste último,
evitar que suas riquezas naturais, entre as quais a água e o petróleo, sejam pilhadas pelas
3
grandes potências militares do planeta e pelas grandes corporações multinacionais. O
Brasil não é país soberano porque não possui poder econômico, militar e nuclear para
assegurar o exercício de sua soberania. O Brasil não é um país soberano porque as filiais
estrangeiras controlam 82% do setor da indústria baseada em ciência; 73% da
diferenciada, e 68% da produção contínua. A dependência da indústria brasileira não é
só de capital, mas também de tecnologia estrangeira. O Brasil ocupa o 43° lugar no
ranking mundial de tecnologia da ONU, o que atinge diretamente o desempenho
industrial do país.
O Brasil não é um país soberano porque a desnacionalização da economia brasileira é
evidenciada quando se observa que das 50 maiores empresas brasileiras, 26 são
estrangeiras. Mais da metade das empresas brasileiras de setores de ponta como
automobilístico, aeronáutica, eletroeletrônico, informática, farmacêutico,
telecomunicações, agronegócio e minérios estão nas mãos do capital estrangeiro. O
capital estrangeiro está presente em 17.605 empresas brasileiras que respondem por
63% do Produto Interno Bruto (PIB), e tem o controle de 36% do setor bancário e
possui 25% das ações do Bradesco e 20% das ações do Banco do Brasil. O capital
estrangeiro é dono de mais de 30% de hectares de terras no país para produzir cana de
açúcar, gado e soja. Apenas no setor sucroalcooleiro, as multinacionais detêm 33% de
todas as terras e usinas (Falcão. Lula. Crescimento capitalista aumenta submissão do
Brasil ao capital estrangeiro. Disponível no website
<http://averdade.org.br/2012/02/crescimento-capitalista-aumenta-submissao-do-brasil-
ao-capital-estrangeiro/>).
Finalmente, além de não exercer a condição de país soberano, o Brasil possui na
atualidade governantes que atentam contra a soberania popular ao adotarem políticas
contrárias aos interesses de sua população.
*Fernando Alcoforado, 77, membro da Academia Baiana de Educação e da Academia Brasileira Rotária
de Letras – Seção da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento
Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento
estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é
autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova
(Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São
Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado.
Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e
Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX
e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of
the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe
Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável-
Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do
Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social
(Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática
Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas,
Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016) e A Invenção de um novo
Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017). Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E-
mail: falcoforado@uol.com.br.
4
A FRAGILIDADE DO BRASIL COMO PAÍS SOBERANO
Fernando Alcoforado*
Foi a partir do Estado Moderno, após a Revolução Francesa, que o conceito de
soberania nacional começou a ser concebido. A teoria constitucional francesa do século
XVIII apresenta uma distinção entre soberania nacional e popular. Houve nesta
distinção, a concepção, no conceito de soberania nacional, de que o poder
representativo, com absoluta autonomia jurídica, não apenas representava a vontade
geral, mas era representante da Nação. A soberania popular estava calcada no fato de
seu representante expressar no governo o que o representado quer, de forma
democrática. A soberania é una, uma vez que é inadmissível dentro de um mesmo
Estado, a convivência de duas soberanias. É inalienável, já que se não houver soberania,
aquele que a detém desaparece, seja o povo, a nação ou o Estado.
A manutenção da soberania do Estado atual está diretamente ligada ao poder estatal em
impor sua supremacia dentro do território nacional. A soberania no Estado se concentra
na autoridade suprema do poder representante do povo não permitindo que dentro da
sociedade haja um poder superior ao seu. O instituto da soberania sofreu uma constante
evolução desde o nascimento do Estado moderno até o momento atual. Hoje, entende-se
por soberania a vontade do povo, representada pela supremacia do poder estatal,
garantido pela Constituição. O princípio da soberania é um dos alicerces do Direito
Internacional, por meio do qual, por exemplo, não se pode submeter determinado
Estado a outra jurisdição que não a sua. No plano externo, a soberania nacional é
traduzida pela igualdade entre os Estados, não tendo que se falar em subordinação ou
subserviência no cenário internacional, devendo-se assegurar condições equânimes nos
negócios jurídicos celebrados, seja no campo econômico, social ou político.
No entanto, a globalização neoliberal recente representa o fim do conceito clássico de
soberania nacional devido à crescente interdependência entre os países, materializada no
fluxo do comércio, do capital, de pessoas e tecnologia entre eles. As principais
características da globalização recente são o declínio do Estado-Nação e a
reestruturação do sistema interestatal para fazer frente à crise da economia-mundo
capitalista na era contemporânea. O declínio do Estado-Nação está configurado na perda
de sua capacidade de constituir uma economia nacional confinada territorialmente e em
tê-la sob seu controle. Desde a Segunda Guerra Mundial, mas especialmente desde a
década de 1960, o papel das economias nacionais tem sido corroído ou mesmo colocado
em questão pelas principais transformações na divisão internacional do trabalho, cujas
unidades básicas são organizações de todos os tamanhos, multinacionais e
transnacionais, e pelo desenvolvimento correspondente dos centros internacionais e
redes de transações econômicas que estão, para fins práticos, fora do controle do
governo dos Estados nacionais.
Além de a soberania nacional ter chegado ao fim na maioria dos países com a globalização
neoliberal recente, o exercício da soberania nacional pela maioria dos países é colocada em
xeque, também, pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), firmado em 1968, que
legitimou a posse de armas nucleares pelos Estados Unidos, pela União Soviética, pela
Inglaterra, pela França e pela China e tentou evitar que outras nações as
desenvolvessem, restringindo seu acesso à tecnologia. Como a União Soviética não
existe mais, a Rússia assumiu seu lugar. Há 50 anos, foram impostas restrições pelas
5
grandes potências que desenvolveram armas nucleares aos demais países não nucleares
limitando o uso da energia nuclear aos fins pacíficos, evitando que fosse usada para fins
militares. O TNP foi adotado no sentido de que os países não nucleares abrissem mão
do acesso a armas nucleares em troca do desarmamento progressivo das grandes
potências, o que, ao longo dos anos, levaria ao banimento dessas armas, fato este que
não aconteceu. Além disso, os países não nucleares seriam beneficiados pela
transferência de tecnologia da energia nuclear para fins pacíficos. O TNP é, de fato, um
tratado que dividiu o mundo em dois grupos: os "que têm" e "os que não têm" armas
nucleares.
Na prática, o TNP foi uma solução adotada para evitar o armamento dos países
desarmados, enquanto os que estão armados se armam sem limitações. O TNP não
alcançou plenamente seus objetivos porque a Coréia do Norte, que era signatária do
tratado, além da Índia, Israel e Paquistão, que não eram signatários, desenvolveram
armas nucleares. As restrições do TNP, porém, têm sido aceitas voluntariamente por
alguns países, inclusive o Brasil que se convenceu, equivocadamente, a partir de 1992,
de que a posse de armas nucleares não traria vantagens ao País. Até o presente
momento, 187 países ratificaram o TNP, inclusive o Brasil, e nenhum deles se retirou
do pacto, exceto a Coréia do Norte que assim o fez em 2003 e consegue assegurar sua
soberania graças ao seu arsenal nuclear e de mísseis intercontinentais. Vários países têm
criticado o monopólio nuclear perpétuo que o tratado impõe pelo fato de legitimar as
armas existentes e não admite que outros países as possuam. Na prática, os países
detentores de armas nucleares são aqueles que, de fato, têm o poder para exercer sua
soberania, ao contrário daqueles que não as possuem.
O enfraquecimento dos Estados nacionais pela globalização neoliberal recente e o
exercício do monopólio das armas nucleares pelas grandes potências militares (Estados
Unidos, Rússia, Inglaterra, França e China) colocam em xeque o exercício da soberania
da grande maioria dos países do mundo, com raras exceções como os países detentores
de armas nucleares como Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte. Como as guerras do
Século XXI terão como fulcro a batalha por recursos naturais, os países detentores
desses recursos podem ser ameaçados de invasões como ocorreu recentemente com a
invasão pelos Estados Unidos do Iraque e a Líbia pelo domínio de suas reservas de
petróleo. Com a falta de recursos naturais necessários para sua sobrevivência e a
ausência de um governo mundial que seja capaz de mediar os conflitos, a humanidade
tende a uma regressão à barbárie e ao comportamento cruel.
A água está se convertendo em uma fonte geradora de guerras devido à competição
internacional pelos recursos hídricos. Se o ritmo de extração dos recursos minerais
continuar como está, a humanidade certamente verá alguns minérios extinguir-se. A
competição por recursos como o petróleo é, atualmente, a maior fonte potencial de
conflitos mundiais. A disputa pelo petróleo que ainda resta levará a um estado de guerra
permanente, caracterizado pela presença de grandes potências em suas regiões
produtoras. Os países detentores de recursos naturais sem poder militar, sobretudo, sem
dispor de armas nucleares, poderão ser vítimas de invasões pelas grandes potências a
serviço dos grandes monopólios internacionais, como é o caso do Brasil.
Esta situação deixa evidenciada a vulnerabilidade do Brasil que, além de possuir uma
economia fragilizada à mercê das forças do mercado global devido a sua dependência
econômica e tecnológica, não possui poder militar e nuclear para, por meio deste último,
evitar que suas riquezas naturais, entre as quais a água e o petróleo, sejam pilhadas pelas
6
grandes potências militares do planeta e pelas grandes corporações multinacionais. O
Brasil não é país soberano porque não possui poder econômico, militar e nuclear para
assegurar o exercício de sua soberania. O Brasil não é um país soberano porque as filiais
estrangeiras controlam 82% do setor da indústria baseada em ciência; 73% da
diferenciada, e 68% da produção contínua. A dependência da indústria brasileira não é
só de capital, mas também de tecnologia estrangeira. O Brasil ocupa o 43° lugar no
ranking mundial de tecnologia da ONU, o que atinge diretamente o desempenho
industrial do país.
O Brasil não é um país soberano porque a desnacionalização da economia brasileira é
evidenciada quando se observa que das 50 maiores empresas brasileiras, 26 são
estrangeiras. Mais da metade das empresas brasileiras de setores de ponta como
automobilístico, aeronáutica, eletroeletrônico, informática, farmacêutico,
telecomunicações, agronegócio e minérios estão nas mãos do capital estrangeiro. O
capital estrangeiro está presente em 17.605 empresas brasileiras que respondem por
63% do Produto Interno Bruto (PIB), e tem o controle de 36% do setor bancário e
possui 25% das ações do Bradesco e 20% das ações do Banco do Brasil. O capital
estrangeiro é dono de mais de 30% de hectares de terras no país para produzir cana de
açúcar, gado e soja. Apenas no setor sucroalcooleiro, as multinacionais detêm 33% de
todas as terras e usinas (Falcão. Lula. Crescimento capitalista aumenta submissão do
Brasil ao capital estrangeiro. Disponível no website
<http://averdade.org.br/2012/02/crescimento-capitalista-aumenta-submissao-do-brasil-
ao-capital-estrangeiro/>).
Finalmente, além de não exercer a condição de país soberano, o Brasil possui na
atualidade governantes que atentam contra a soberania popular ao adotarem políticas
contrárias aos interesses de sua população.
*Fernando Alcoforado, 77, membro da Academia Baiana de Educação e da Academia Brasileira Rotária
de Letras – Seção da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento
Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento
estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é
autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova
(Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São
Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado.
Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e
Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX
e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of
the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe
Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável-
Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do
Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social
(Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática
Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas,
Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016) e A Invenção de um novo
Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017). Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E-
mail: falcoforado@uol.com.br.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Globalização e política internacional
Globalização e política internacionalGlobalização e política internacional
Globalização e política internacionalArare Carvalho Júnior
 
Apresentação Portugal o imobilismo político
Apresentação Portugal o imobilismo políticoApresentação Portugal o imobilismo político
Apresentação Portugal o imobilismo políticoLaboratório de História
 
Resolução do III Congresso do PSOL.
Resolução do III Congresso do PSOL.Resolução do III Congresso do PSOL.
Resolução do III Congresso do PSOL.psolcambui
 
Brasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
Brasil, Globalização e a Nova Ordem MundialBrasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
Brasil, Globalização e a Nova Ordem MundialCristiane Freitas
 
Brasil república
Brasil repúblicaBrasil república
Brasil repúblicaMá Bartzen
 
Geografia exercicios geopolitica_mundial
Geografia exercicios geopolitica_mundialGeografia exercicios geopolitica_mundial
Geografia exercicios geopolitica_mundialGerusa Calanzani
 
Atividades primeira republica (as questoes são um resumo de toda a 1 republica)
Atividades primeira republica (as questoes são um resumo de toda a 1 republica)Atividades primeira republica (as questoes são um resumo de toda a 1 republica)
Atividades primeira republica (as questoes são um resumo de toda a 1 republica)Atividades Diversas Cláudia
 
G 20 e o mundo multipolar
G 20 e o mundo multipolarG 20 e o mundo multipolar
G 20 e o mundo multipolarOberlania Alves
 
O início da república no brasil
O início da república no brasilO início da república no brasil
O início da república no brasilhistoriando
 
Da espada a república oligarquica
Da espada a república oligarquicaDa espada a república oligarquica
Da espada a república oligarquicaDouglas Barraqui
 
A república velha prudente e campos salles
A república velha   prudente e campos sallesA república velha   prudente e campos salles
A república velha prudente e campos sallesNelia Salles Nantes
 
2015 Governos Populistas; República Liberal; 1946 - 1964
2015 Governos Populistas; República Liberal; 1946 - 19642015 Governos Populistas; República Liberal; 1946 - 1964
2015 Governos Populistas; República Liberal; 1946 - 1964MARIANO C7S
 
Acordos pelo alto, golpes de estado e carência de revoluções barraram o progr...
Acordos pelo alto, golpes de estado e carência de revoluções barraram o progr...Acordos pelo alto, golpes de estado e carência de revoluções barraram o progr...
Acordos pelo alto, golpes de estado e carência de revoluções barraram o progr...Fernando Alcoforado
 

Mais procurados (20)

Globalização e política internacional
Globalização e política internacionalGlobalização e política internacional
Globalização e política internacional
 
Apresentação Portugal o imobilismo político
Apresentação Portugal o imobilismo políticoApresentação Portugal o imobilismo político
Apresentação Portugal o imobilismo político
 
Grupo 4
Grupo 4Grupo 4
Grupo 4
 
Resolução do III Congresso do PSOL.
Resolução do III Congresso do PSOL.Resolução do III Congresso do PSOL.
Resolução do III Congresso do PSOL.
 
Brasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
Brasil, Globalização e a Nova Ordem MundialBrasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
Brasil, Globalização e a Nova Ordem Mundial
 
Brasil república
Brasil repúblicaBrasil república
Brasil república
 
Geografia exercicios geopolitica_mundial
Geografia exercicios geopolitica_mundialGeografia exercicios geopolitica_mundial
Geografia exercicios geopolitica_mundial
 
Atividades primeira republica (as questoes são um resumo de toda a 1 republica)
Atividades primeira republica (as questoes são um resumo de toda a 1 republica)Atividades primeira republica (as questoes são um resumo de toda a 1 republica)
Atividades primeira republica (as questoes são um resumo de toda a 1 republica)
 
Era vargas 2016
Era vargas 2016Era vargas 2016
Era vargas 2016
 
G 20 e o mundo multipolar
G 20 e o mundo multipolarG 20 e o mundo multipolar
G 20 e o mundo multipolar
 
Ditadura militar
Ditadura militarDitadura militar
Ditadura militar
 
Preseed 2014-revisão 23
Preseed 2014-revisão 23Preseed 2014-revisão 23
Preseed 2014-revisão 23
 
O início da república no brasil
O início da república no brasilO início da república no brasil
O início da república no brasil
 
Da espada a república oligarquica
Da espada a república oligarquicaDa espada a república oligarquica
Da espada a república oligarquica
 
A república da espada
A república da espadaA república da espada
A república da espada
 
A república velha prudente e campos salles
A república velha   prudente e campos sallesA república velha   prudente e campos salles
A república velha prudente e campos salles
 
9º ano Brasil República
9º ano Brasil República9º ano Brasil República
9º ano Brasil República
 
2015 Governos Populistas; República Liberal; 1946 - 1964
2015 Governos Populistas; República Liberal; 1946 - 19642015 Governos Populistas; República Liberal; 1946 - 1964
2015 Governos Populistas; República Liberal; 1946 - 1964
 
Acordos pelo alto, golpes de estado e carência de revoluções barraram o progr...
Acordos pelo alto, golpes de estado e carência de revoluções barraram o progr...Acordos pelo alto, golpes de estado e carência de revoluções barraram o progr...
Acordos pelo alto, golpes de estado e carência de revoluções barraram o progr...
 
Historia9 cidadania
Historia9 cidadaniaHistoria9 cidadania
Historia9 cidadania
 

Semelhante a Brasil carece de poder econômico, militar e nuclear

ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods) Influencia n...
ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods)  Influencia n...ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods)  Influencia n...
ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods) Influencia n...milton195783
 
Para uma breve história de uma soberania fictícia 1
Para uma breve história de uma soberania fictícia   1Para uma breve história de uma soberania fictícia   1
Para uma breve história de uma soberania fictícia 1GRAZIA TANTA
 
Revisão de geografia 1º bimestre -cap.1- 3º ano
Revisão de geografia   1º bimestre -cap.1- 3º anoRevisão de geografia   1º bimestre -cap.1- 3º ano
Revisão de geografia 1º bimestre -cap.1- 3º anoSimone Aguiar
 
Capitalismo de mercado e capitalismo de estado
Capitalismo de mercado e capitalismo de estadoCapitalismo de mercado e capitalismo de estado
Capitalismo de mercado e capitalismo de estadoGRAZIA TANTA
 
A desobediência civil no brasil e no mundo
A desobediência civil no brasil e no mundoA desobediência civil no brasil e no mundo
A desobediência civil no brasil e no mundoFernando Alcoforado
 
A desobediência civil no brasil e no mundo
A desobediência civil no brasil e no mundoA desobediência civil no brasil e no mundo
A desobediência civil no brasil e no mundoRoberto Rabat Chame
 
PRIVEST - CAP. 03 - América Anglo-Saxônica - 9° EFII
PRIVEST - CAP.  03 - América Anglo-Saxônica - 9° EFIIPRIVEST - CAP.  03 - América Anglo-Saxônica - 9° EFII
PRIVEST - CAP. 03 - América Anglo-Saxônica - 9° EFIIprofrodrigoribeiro
 
A globalização a mundialização do capitalismo
A globalização a mundialização do capitalismoA globalização a mundialização do capitalismo
A globalização a mundialização do capitalismoFelipe Leo
 
Socialismo x capitalismo2
Socialismo x capitalismo2Socialismo x capitalismo2
Socialismo x capitalismo2J R Messias
 
Os males dos oligopólios bancários sobre a sociedade
Os males dos oligopólios bancários sobre a sociedadeOs males dos oligopólios bancários sobre a sociedade
Os males dos oligopólios bancários sobre a sociedadeFernando Alcoforado
 
Para uma constituição democrática com caráter de urgência – 1
Para uma constituição democrática com caráter de urgência – 1Para uma constituição democrática com caráter de urgência – 1
Para uma constituição democrática com caráter de urgência – 1GRAZIA TANTA
 
Soberania, soberania nacional e subalternidade – para um enquadramento geopol...
Soberania, soberania nacional e subalternidade – para um enquadramento geopol...Soberania, soberania nacional e subalternidade – para um enquadramento geopol...
Soberania, soberania nacional e subalternidade – para um enquadramento geopol...GRAZIA TANTA
 
Aula 01 sistemas econômicos e globalização
Aula 01   sistemas econômicos e globalizaçãoAula 01   sistemas econômicos e globalização
Aula 01 sistemas econômicos e globalizaçãoJonatas Carlos
 

Semelhante a Brasil carece de poder econômico, militar e nuclear (20)

ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods) Influencia n...
ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods)  Influencia n...ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods)  Influencia n...
ARQ 5618 9ª Exp 2023,1 Globalização da economia (Brenton Woods) Influencia n...
 
Para uma breve história de uma soberania fictícia 1
Para uma breve história de uma soberania fictícia   1Para uma breve história de uma soberania fictícia   1
Para uma breve história de uma soberania fictícia 1
 
Revisão de geografia 1º bimestre -cap.1- 3º ano
Revisão de geografia   1º bimestre -cap.1- 3º anoRevisão de geografia   1º bimestre -cap.1- 3º ano
Revisão de geografia 1º bimestre -cap.1- 3º ano
 
Capitalismo de mercado e capitalismo de estado
Capitalismo de mercado e capitalismo de estadoCapitalismo de mercado e capitalismo de estado
Capitalismo de mercado e capitalismo de estado
 
PRIVEST - CAP. 02 - Estado
PRIVEST - CAP. 02 - EstadoPRIVEST - CAP. 02 - Estado
PRIVEST - CAP. 02 - Estado
 
A desobediência civil no brasil e no mundo
A desobediência civil no brasil e no mundoA desobediência civil no brasil e no mundo
A desobediência civil no brasil e no mundo
 
A desobediência civil no brasil e no mundo
A desobediência civil no brasil e no mundoA desobediência civil no brasil e no mundo
A desobediência civil no brasil e no mundo
 
A decadência da humanidade
A decadência da humanidadeA decadência da humanidade
A decadência da humanidade
 
PRIVEST - CAP. 03 - América Anglo-Saxônica - 9° EFII
PRIVEST - CAP.  03 - América Anglo-Saxônica - 9° EFIIPRIVEST - CAP.  03 - América Anglo-Saxônica - 9° EFII
PRIVEST - CAP. 03 - América Anglo-Saxônica - 9° EFII
 
A globalização a mundialização do capitalismo
A globalização a mundialização do capitalismoA globalização a mundialização do capitalismo
A globalização a mundialização do capitalismo
 
Socialismo x capitalismo2
Socialismo x capitalismo2Socialismo x capitalismo2
Socialismo x capitalismo2
 
Modulo1.goegrafia 12
Modulo1.goegrafia 12Modulo1.goegrafia 12
Modulo1.goegrafia 12
 
Os males dos oligopólios bancários sobre a sociedade
Os males dos oligopólios bancários sobre a sociedadeOs males dos oligopólios bancários sobre a sociedade
Os males dos oligopólios bancários sobre a sociedade
 
Imperialismo
ImperialismoImperialismo
Imperialismo
 
Para uma constituição democrática com caráter de urgência – 1
Para uma constituição democrática com caráter de urgência – 1Para uma constituição democrática com caráter de urgência – 1
Para uma constituição democrática com caráter de urgência – 1
 
Soberania, soberania nacional e subalternidade – para um enquadramento geopol...
Soberania, soberania nacional e subalternidade – para um enquadramento geopol...Soberania, soberania nacional e subalternidade – para um enquadramento geopol...
Soberania, soberania nacional e subalternidade – para um enquadramento geopol...
 
Programa do psol
Programa do psolPrograma do psol
Programa do psol
 
Programa do psol
Programa do psolPrograma do psol
Programa do psol
 
A crise do sistema colonial e a independência
A crise do sistema colonial e a independênciaA crise do sistema colonial e a independência
A crise do sistema colonial e a independência
 
Aula 01 sistemas econômicos e globalização
Aula 01   sistemas econômicos e globalizaçãoAula 01   sistemas econômicos e globalização
Aula 01 sistemas econômicos e globalização
 

Mais de Fernando Alcoforado

O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO   O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO Fernando Alcoforado
 
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENL'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENFernando Alcoforado
 
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?Fernando Alcoforado
 
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...Fernando Alcoforado
 
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHGLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHFernando Alcoforado
 
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...Fernando Alcoforado
 
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALINONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALFernando Alcoforado
 
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGECITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGEFernando Alcoforado
 
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALINUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALFernando Alcoforado
 
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 Fernando Alcoforado
 
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...Fernando Alcoforado
 
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...Fernando Alcoforado
 
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...Fernando Alcoforado
 
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...Fernando Alcoforado
 
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDTHE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDFernando Alcoforado
 
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE Fernando Alcoforado
 
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOA GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOFernando Alcoforado
 
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...Fernando Alcoforado
 
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELLES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELFernando Alcoforado
 
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILSOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILFernando Alcoforado
 

Mais de Fernando Alcoforado (20)

O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO   O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
O INFERNO DAS CATÁSTROFES SOFRIDAS PELO POVO BRASILEIRO
 
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIENL'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
L'ENFER DES CATASTROPHES SUBIS PAR LE PEUPLE BRÉSILIEN
 
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
LE MONDE VERS UNE CATASTROPHE CLIMATIQUE?
 
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
AQUECIMENTO GLOBAL, MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL E SEUS IMPACTOS SOBRE A SAÚDE HU...
 
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTHGLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
GLOBAL WARMING, GLOBAL CLIMATE CHANGE AND ITS IMPACTS ON HUMAN HEALTH
 
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
LE RÉCHAUFFEMENT CLIMATIQUE, LE CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL ET SES IMPACTS ...
 
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIALINONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
INONDATIONS DES VILLES ET CHANGEMENT CLIMATIQUE MONDIAL
 
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGECITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
CITY FLOODS AND GLOBAL CLIMATE CHANGE
 
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBALINUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
INUNDAÇÕES DAS CIDADES E MUDANÇA CLIMÁTICA GLOBAL
 
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022 CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
CIVILIZAÇÃO OU BARBÁRIE SÃO AS ESCOLHAS DO POVO BRASILEIRO NAS ELEIÇÕES DE 2022
 
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
CIVILISATION OU BARBARIE SONT LES CHOIX DU PEUPLE BRÉSILIEN AUX ÉLECTIONS DE ...
 
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
CIVILIZATION OR BARBARISM ARE THE CHOICES OF THE BRAZILIAN PEOPLE IN THE 2022...
 
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
COMO EVITAR A PREVISÃO DE STEPHEN HAWKING DE QUE A HUMANIDADE SÓ TEM MAIS 100...
 
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
COMMENT ÉVITER LA PRÉVISION DE STEPHEN HAWKING QUE L'HUMANITÉ N'A QUE 100 ANS...
 
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLDTHE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
THE GREAT FRENCH REVOLUTION THAT CHANGED THE WORLD
 
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
LA GRANDE RÉVOLUTION FRANÇAISE QUI A CHANGÉ LE MONDE
 
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDOA GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
A GRANDE REVOLUÇÃO FRANCESA QUE MUDOU O MUNDO
 
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
O TARIFAÇO DE ENERGIA É SINAL DE INCOMPETÊNCIA DO GOVERNO FEDERAL NO PLANEJAM...
 
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUELLES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
LES RÉVOLUTIONS SOCIALES, LEURS FACTEURS DÉCLENCHEURS ET LE BRÉSIL ACTUEL
 
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZILSOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
SOCIAL REVOLUTIONS, THEIR TRIGGERS FACTORS AND CURRENT BRAZIL
 

Brasil carece de poder econômico, militar e nuclear

  • 1. 1 A FRAGILIDADE DO BRASIL COMO PAÍS SOBERANO Fernando Alcoforado* Foi a partir do Estado Moderno, após a Revolução Francesa, que o conceito de soberania nacional começou a ser concebido. A teoria constitucional francesa do século XVIII apresenta uma distinção entre soberania nacional e popular. Houve nesta distinção, a concepção, no conceito de soberania nacional, de que o poder representativo, com absoluta autonomia jurídica, não apenas representava a vontade geral, mas era representante da Nação. A soberania popular estava calcada no fato de seu representante expressar no governo o que o representado quer, de forma democrática. A soberania é una, uma vez que é inadmissível dentro de um mesmo Estado, a convivência de duas soberanias. É inalienável, já que se não houver soberania, aquele que a detém desaparece, seja o povo, a nação ou o Estado. A manutenção da soberania do Estado atual está diretamente ligada ao poder estatal em impor sua supremacia dentro do território nacional. A soberania no Estado se concentra na autoridade suprema do poder representante do povo não permitindo que dentro da sociedade haja um poder superior ao seu. O instituto da soberania sofreu uma constante evolução desde o nascimento do Estado moderno até o momento atual. Hoje, entende-se por soberania a vontade do povo, representada pela supremacia do poder estatal, garantida pela Constituição. O princípio da soberania é um dos alicerces do Direito Internacional, por meio do qual, por exemplo, não se pode submeter determinado Estado a outra jurisdição que não a sua. No plano externo, a soberania nacional é traduzida pela igualdade entre os Estados, não tendo que se falar em subordinação ou subserviência no cenário internacional, devendo-se assegurar condições equânimes nos negócios jurídicos celebrados, seja no campo econômico, social ou político. No entanto, a globalização neoliberal recente representa o fim do conceito clássico de soberania nacional devido à crescente interdependência entre os países, materializada no fluxo do comércio, do capital, de pessoas e tecnologia entre eles. As principais características da globalização recente são o declínio do Estado-Nação e a reestruturação do sistema interestatal para fazer frente à crise da economia-mundo capitalista na era contemporânea. O declínio do Estado-Nação está configurado na perda de sua capacidade de constituir uma economia nacional confinada territorialmente e em tê-la sob seu controle. Desde a Segunda Guerra Mundial, mas especialmente desde a década de 1960, o papel das economias nacionais tem sido corroído ou mesmo colocado em questão pelas principais transformações na divisão internacional do trabalho, cujas unidades básicas são organizações de todos os tamanhos, multinacionais e transnacionais, e pelo desenvolvimento correspondente dos centros internacionais e redes de transações econômicas que estão, para fins práticos, fora do controle do governo dos Estados nacionais. Além de a soberania nacional ter chegado ao fim na maioria dos países com a globalização neoliberal recente, o exercício da soberania nacional pela maioria dos países é colocada em xeque, também, pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), firmado em 1968, que legitimou a posse de armas nucleares pelos Estados Unidos, pela União Soviética, pela Inglaterra, pela França e pela China e tentou evitar que outras nações as desenvolvessem, restringindo seu acesso à tecnologia. Como a União Soviética não existe mais, a Rússia assumiu seu lugar. Há 50 anos, foram impostas restrições pelas
  • 2. 2 grandes potências que desenvolveram armas nucleares aos demais países não nucleares limitando o uso da energia nuclear aos fins pacíficos, evitando que fosse usada para fins militares. O TNP foi adotado no sentido de que os países não nucleares abrissem mão do acesso a armas nucleares em troca do desarmamento progressivo das grandes potências, o que, ao longo dos anos, levaria ao banimento dessas armas, fato este que não aconteceu. Além disso, os países não nucleares seriam beneficiados pela transferência de tecnologia da energia nuclear para fins pacíficos. O TNP é, de fato, um tratado que dividiu o mundo em dois grupos: os "que têm" e "os que não têm" armas nucleares. Na prática, o TNP foi uma solução adotada para evitar o armamento dos países desarmados, enquanto os que estão armados se armam sem limitações. O TNP não alcançou plenamente seus objetivos porque a Coréia do Norte, que era signatária do tratado, além da Índia, Israel e Paquistão, que não eram signatários, desenvolveram armas nucleares. As restrições do TNP, porém, têm sido aceitas voluntariamente por alguns países, inclusive o Brasil que se convenceu, equivocadamente, a partir de 1992, de que a posse de armas nucleares não traria vantagens ao País. Até o presente momento, 187 países ratificaram o TNP, inclusive o Brasil, e nenhum deles se retirou do pacto, exceto a Coréia do Norte que assim o fez em 2003 e consegue assegurar sua soberania graças ao seu arsenal nuclear e de mísseis intercontinentais. Vários países têm criticado o monopólio nuclear perpétuo que o tratado impõe pelo fato de legitimar as armas existentes e não admite que outros países as possuam. Na prática, os países detentores de armas nucleares são aqueles que, de fato, têm o poder para exercer sua soberania, ao contrário daqueles que não as possuem. O enfraquecimento dos Estados nacionais pela globalização neoliberal recente e o exercício do monopólio das armas nucleares pelas grandes potências militares (Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, França e China) colocam em xeque o exercício da soberania da grande maioria dos países do mundo, com raras exceções como os países detentores de armas nucleares como Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte. Como as guerras do Século XXI terão como fulcro a batalha por recursos naturais, os países detentores desses recursos podem ser ameaçados de invasões como ocorreu recentemente com a invasão pelos Estados Unidos do Iraque e a Líbia pelo domínio de suas reservas de petróleo. Com a falta de recursos naturais necessários para sua sobrevivência e a ausência de um governo mundial que seja capaz de mediar os conflitos, a humanidade tende a uma regressão à barbárie e ao comportamento cruel. A água está se convertendo em uma fonte geradora de guerras devido à competição internacional pelos recursos hídricos. Se o ritmo de extração dos recursos minerais continuar como está, a humanidade certamente verá alguns minérios extinguir-se. A competição por recursos como o petróleo é, atualmente, a maior fonte potencial de conflitos mundiais. A disputa pelo petróleo que ainda resta levará a um estado de guerra permanente, caracterizado pela presença de grandes potências em suas regiões produtoras. Os países detentores de recursos naturais sem poder militar, sobretudo, sem dispor de armas nucleares, poderão ser vítimas de invasões pelas grandes potências a serviço dos grandes monopólios internacionais, como é o caso do Brasil. Esta situação deixa evidenciada a vulnerabilidade do Brasil que, além de possuir uma economia fragilizada à mercê das forças do mercado global devido a sua dependência econômica e tecnológica, não possui poder militar e nuclear para, por meio deste último, evitar que suas riquezas naturais, entre as quais a água e o petróleo, sejam pilhadas pelas
  • 3. 3 grandes potências militares do planeta e pelas grandes corporações multinacionais. O Brasil não é país soberano porque não possui poder econômico, militar e nuclear para assegurar o exercício de sua soberania. O Brasil não é um país soberano porque as filiais estrangeiras controlam 82% do setor da indústria baseada em ciência; 73% da diferenciada, e 68% da produção contínua. A dependência da indústria brasileira não é só de capital, mas também de tecnologia estrangeira. O Brasil ocupa o 43° lugar no ranking mundial de tecnologia da ONU, o que atinge diretamente o desempenho industrial do país. O Brasil não é um país soberano porque a desnacionalização da economia brasileira é evidenciada quando se observa que das 50 maiores empresas brasileiras, 26 são estrangeiras. Mais da metade das empresas brasileiras de setores de ponta como automobilístico, aeronáutica, eletroeletrônico, informática, farmacêutico, telecomunicações, agronegócio e minérios estão nas mãos do capital estrangeiro. O capital estrangeiro está presente em 17.605 empresas brasileiras que respondem por 63% do Produto Interno Bruto (PIB), e tem o controle de 36% do setor bancário e possui 25% das ações do Bradesco e 20% das ações do Banco do Brasil. O capital estrangeiro é dono de mais de 30% de hectares de terras no país para produzir cana de açúcar, gado e soja. Apenas no setor sucroalcooleiro, as multinacionais detêm 33% de todas as terras e usinas (Falcão. Lula. Crescimento capitalista aumenta submissão do Brasil ao capital estrangeiro. Disponível no website <http://averdade.org.br/2012/02/crescimento-capitalista-aumenta-submissao-do-brasil- ao-capital-estrangeiro/>). Finalmente, além de não exercer a condição de país soberano, o Brasil possui na atualidade governantes que atentam contra a soberania popular ao adotarem políticas contrárias aos interesses de sua população. *Fernando Alcoforado, 77, membro da Academia Baiana de Educação e da Academia Brasileira Rotária de Letras – Seção da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016) e A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017). Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E- mail: falcoforado@uol.com.br.
  • 4. 4 A FRAGILIDADE DO BRASIL COMO PAÍS SOBERANO Fernando Alcoforado* Foi a partir do Estado Moderno, após a Revolução Francesa, que o conceito de soberania nacional começou a ser concebido. A teoria constitucional francesa do século XVIII apresenta uma distinção entre soberania nacional e popular. Houve nesta distinção, a concepção, no conceito de soberania nacional, de que o poder representativo, com absoluta autonomia jurídica, não apenas representava a vontade geral, mas era representante da Nação. A soberania popular estava calcada no fato de seu representante expressar no governo o que o representado quer, de forma democrática. A soberania é una, uma vez que é inadmissível dentro de um mesmo Estado, a convivência de duas soberanias. É inalienável, já que se não houver soberania, aquele que a detém desaparece, seja o povo, a nação ou o Estado. A manutenção da soberania do Estado atual está diretamente ligada ao poder estatal em impor sua supremacia dentro do território nacional. A soberania no Estado se concentra na autoridade suprema do poder representante do povo não permitindo que dentro da sociedade haja um poder superior ao seu. O instituto da soberania sofreu uma constante evolução desde o nascimento do Estado moderno até o momento atual. Hoje, entende-se por soberania a vontade do povo, representada pela supremacia do poder estatal, garantido pela Constituição. O princípio da soberania é um dos alicerces do Direito Internacional, por meio do qual, por exemplo, não se pode submeter determinado Estado a outra jurisdição que não a sua. No plano externo, a soberania nacional é traduzida pela igualdade entre os Estados, não tendo que se falar em subordinação ou subserviência no cenário internacional, devendo-se assegurar condições equânimes nos negócios jurídicos celebrados, seja no campo econômico, social ou político. No entanto, a globalização neoliberal recente representa o fim do conceito clássico de soberania nacional devido à crescente interdependência entre os países, materializada no fluxo do comércio, do capital, de pessoas e tecnologia entre eles. As principais características da globalização recente são o declínio do Estado-Nação e a reestruturação do sistema interestatal para fazer frente à crise da economia-mundo capitalista na era contemporânea. O declínio do Estado-Nação está configurado na perda de sua capacidade de constituir uma economia nacional confinada territorialmente e em tê-la sob seu controle. Desde a Segunda Guerra Mundial, mas especialmente desde a década de 1960, o papel das economias nacionais tem sido corroído ou mesmo colocado em questão pelas principais transformações na divisão internacional do trabalho, cujas unidades básicas são organizações de todos os tamanhos, multinacionais e transnacionais, e pelo desenvolvimento correspondente dos centros internacionais e redes de transações econômicas que estão, para fins práticos, fora do controle do governo dos Estados nacionais. Além de a soberania nacional ter chegado ao fim na maioria dos países com a globalização neoliberal recente, o exercício da soberania nacional pela maioria dos países é colocada em xeque, também, pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), firmado em 1968, que legitimou a posse de armas nucleares pelos Estados Unidos, pela União Soviética, pela Inglaterra, pela França e pela China e tentou evitar que outras nações as desenvolvessem, restringindo seu acesso à tecnologia. Como a União Soviética não existe mais, a Rússia assumiu seu lugar. Há 50 anos, foram impostas restrições pelas
  • 5. 5 grandes potências que desenvolveram armas nucleares aos demais países não nucleares limitando o uso da energia nuclear aos fins pacíficos, evitando que fosse usada para fins militares. O TNP foi adotado no sentido de que os países não nucleares abrissem mão do acesso a armas nucleares em troca do desarmamento progressivo das grandes potências, o que, ao longo dos anos, levaria ao banimento dessas armas, fato este que não aconteceu. Além disso, os países não nucleares seriam beneficiados pela transferência de tecnologia da energia nuclear para fins pacíficos. O TNP é, de fato, um tratado que dividiu o mundo em dois grupos: os "que têm" e "os que não têm" armas nucleares. Na prática, o TNP foi uma solução adotada para evitar o armamento dos países desarmados, enquanto os que estão armados se armam sem limitações. O TNP não alcançou plenamente seus objetivos porque a Coréia do Norte, que era signatária do tratado, além da Índia, Israel e Paquistão, que não eram signatários, desenvolveram armas nucleares. As restrições do TNP, porém, têm sido aceitas voluntariamente por alguns países, inclusive o Brasil que se convenceu, equivocadamente, a partir de 1992, de que a posse de armas nucleares não traria vantagens ao País. Até o presente momento, 187 países ratificaram o TNP, inclusive o Brasil, e nenhum deles se retirou do pacto, exceto a Coréia do Norte que assim o fez em 2003 e consegue assegurar sua soberania graças ao seu arsenal nuclear e de mísseis intercontinentais. Vários países têm criticado o monopólio nuclear perpétuo que o tratado impõe pelo fato de legitimar as armas existentes e não admite que outros países as possuam. Na prática, os países detentores de armas nucleares são aqueles que, de fato, têm o poder para exercer sua soberania, ao contrário daqueles que não as possuem. O enfraquecimento dos Estados nacionais pela globalização neoliberal recente e o exercício do monopólio das armas nucleares pelas grandes potências militares (Estados Unidos, Rússia, Inglaterra, França e China) colocam em xeque o exercício da soberania da grande maioria dos países do mundo, com raras exceções como os países detentores de armas nucleares como Israel, Índia, Paquistão e Coreia do Norte. Como as guerras do Século XXI terão como fulcro a batalha por recursos naturais, os países detentores desses recursos podem ser ameaçados de invasões como ocorreu recentemente com a invasão pelos Estados Unidos do Iraque e a Líbia pelo domínio de suas reservas de petróleo. Com a falta de recursos naturais necessários para sua sobrevivência e a ausência de um governo mundial que seja capaz de mediar os conflitos, a humanidade tende a uma regressão à barbárie e ao comportamento cruel. A água está se convertendo em uma fonte geradora de guerras devido à competição internacional pelos recursos hídricos. Se o ritmo de extração dos recursos minerais continuar como está, a humanidade certamente verá alguns minérios extinguir-se. A competição por recursos como o petróleo é, atualmente, a maior fonte potencial de conflitos mundiais. A disputa pelo petróleo que ainda resta levará a um estado de guerra permanente, caracterizado pela presença de grandes potências em suas regiões produtoras. Os países detentores de recursos naturais sem poder militar, sobretudo, sem dispor de armas nucleares, poderão ser vítimas de invasões pelas grandes potências a serviço dos grandes monopólios internacionais, como é o caso do Brasil. Esta situação deixa evidenciada a vulnerabilidade do Brasil que, além de possuir uma economia fragilizada à mercê das forças do mercado global devido a sua dependência econômica e tecnológica, não possui poder militar e nuclear para, por meio deste último, evitar que suas riquezas naturais, entre as quais a água e o petróleo, sejam pilhadas pelas
  • 6. 6 grandes potências militares do planeta e pelas grandes corporações multinacionais. O Brasil não é país soberano porque não possui poder econômico, militar e nuclear para assegurar o exercício de sua soberania. O Brasil não é um país soberano porque as filiais estrangeiras controlam 82% do setor da indústria baseada em ciência; 73% da diferenciada, e 68% da produção contínua. A dependência da indústria brasileira não é só de capital, mas também de tecnologia estrangeira. O Brasil ocupa o 43° lugar no ranking mundial de tecnologia da ONU, o que atinge diretamente o desempenho industrial do país. O Brasil não é um país soberano porque a desnacionalização da economia brasileira é evidenciada quando se observa que das 50 maiores empresas brasileiras, 26 são estrangeiras. Mais da metade das empresas brasileiras de setores de ponta como automobilístico, aeronáutica, eletroeletrônico, informática, farmacêutico, telecomunicações, agronegócio e minérios estão nas mãos do capital estrangeiro. O capital estrangeiro está presente em 17.605 empresas brasileiras que respondem por 63% do Produto Interno Bruto (PIB), e tem o controle de 36% do setor bancário e possui 25% das ações do Bradesco e 20% das ações do Banco do Brasil. O capital estrangeiro é dono de mais de 30% de hectares de terras no país para produzir cana de açúcar, gado e soja. Apenas no setor sucroalcooleiro, as multinacionais detêm 33% de todas as terras e usinas (Falcão. Lula. Crescimento capitalista aumenta submissão do Brasil ao capital estrangeiro. Disponível no website <http://averdade.org.br/2012/02/crescimento-capitalista-aumenta-submissao-do-brasil- ao-capital-estrangeiro/>). Finalmente, além de não exercer a condição de país soberano, o Brasil possui na atualidade governantes que atentam contra a soberania popular ao adotarem políticas contrárias aos interesses de sua população. *Fernando Alcoforado, 77, membro da Academia Baiana de Educação e da Academia Brasileira Rotária de Letras – Seção da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016) e A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017). Possui blog na Internet (http://fernando.alcoforado.zip.net). E- mail: falcoforado@uol.com.br.