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Viagem de Auguste de
Saint–Hilaire à cidade de
São Francisco do Sul
Ilustração de Cláudio Martins para o livro Viagem a Curitiba e Província de Santa Catarina
(1978), da Editora Itatiaia.
Selo comemorativo de 1953.
Botânico e Viajante
A partir de seus relatos, Auguste de Saint-Hilaire
(1779 – 1853) contribuiu para as áreas de botânica,
zoologia, geografia e história. Ele veio ao Brasil
entre 1816 e 1822 e visitou as províncias que hoje
correspondem aos estados do sul, sudeste, e
centro-oeste.
Gênero Diário ou
Gêneros confessionais
O diário é um registro de ideias e
opiniões sobre a realidade que nos
cerca, expressa sentimentos de uma
maneira geral, bem como registra fatos
ocorridos no cotidiano.
Diário comum.
A importância
do diário
O diário pode se tornar um
importante e valoroso documento
histórico, tendo vista que pode
retratar uma determinada época ou
mesmo registrar fatos do dia a dia
de uma pessoa que faz ou fez
parte da sociedade.
Diários de Henry David Thoreau.
Antigo diário de viajantes.
Características
do Gênero
 Narrado na primeira pessoa do singular ou do plural.
 Verbos no presente (simples e contínuo) e no passado.
 Composto por fotografias, ilustrações e outros elementos.
 Uso de expressões como “depois”, “mais tarde”, “então”, etc.
 Os diários de viagem contém assuntos como: lugar, data, o que foi
visto, pessoas que viu, onde dormiu, o que comeu, características e
curiosidades sobre o lugar.
Os Diários de
Viajantes no Brasil
Um dos primeiros registros, no século
XV, foi feito por Pero Vaz de Caminha.
Junto com a frota de Cabral, ele estava
encarregado de relatar a expedição
para o rei português D. Manuel I.
Na primeira metade do século XIX,
várias missões estrangeiras passaram
pelo Brasil. Cientistas e artistas que
conheceram o novo reino registraram
através de textos e ilustrações o que
viam.
Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel I.
Estilo de escrita
Floresta Virgem do Brasil (1810), do viajante francês Comte de Clarac.
Os índios e a natureza eram elementos
representativos da identidade nacional
para os viajantes. Além destas descrições,
eles divulgavam as ideias liberais e
nacionalistas que predominavam na
Europa, que por sua vez influenciariam
intelectuais brasileiros, que mais tarde
revelariam “a face brasileira”, na tentativa
de construir uma identidade própria para o
país, caracterizando o movimento
romântico no Brasil.
O Diário de
Saint-Hilaire
 Narrado na 1ª pessoa do singular e do plural.
 Não há muita precisão de datas ou horários.
 Linguagem científica e informal.
 Descrição detalhada dos lugares visitados.
 Traços de subjetividade (sensações e percepções).
 Texto de caráter jornalístico e literário.
“Esse tipo de texto, quando
escrito, cativa o leitor porque
estimula seus sentidos, exige
que ele acione mecanismos de
memória e reative lembranças
que o ajudem a entender o que
as palavras do autor pretendem
informar. A informação não está
apenas no papel, está nas
entrelinhas, no experimental,
no sensorial.”
FIGUEIREDO, Camila. Relato de Viagem: gênero
jornalístico ou literário? Estudo de caso/análise
de Viagem ao Crepúsculo (Samarone Lima).
(2012)
Retrato de Auguste Saint - Hilaire.
“É jornalismo porque informa
sobre fatos históricos, políticos
e sociais de determinado país;
é literatura porque usa a
palavra como arte, como
expressão, independente do
jornalismo diário; e é relato de
viagem porque não foge de
falar da experiência humana e
afetiva dos encontros.”
FIGUEIREDO, Camila. Relato de Viagem: gênero
jornalístico ou literário? Estudo de caso/análise
de Viagem ao Crepúsculo (Samarone Lima).
(2012)
“A primeira fazenda onde eu
passei a noite, no Pontal,
pertencia a uma excelente
família...”
“A primeira ideia que nos vêm à
cabeça ao examinarmos o
mapa...”
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A
cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.138.
“Pelo meio dia a pessoa a quem
eu tinha sido recomendado e
para quem eu já havia
escrito...”
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A
cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.138.
“[...] ao invés de plantarem
apenas um pouco de cará
(Discorea alata), de aipim
(Manihot aipi, Pohl), de batata
(Convolvulus batatas)...”
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A
cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.148.
“Não se pode dizer que a
natureza seja risonha no Brasil.
As escuras matas que cobrem
as montanhas têm qualquer
coisa que lembra os sombrios
versos de Ossian; entretanto, a
beleza do céu...”
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A
cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.141.
Saint-Hilaire e os
habitantes da Ilha
de São Francisco
Ele expõe sua visão sobre a
cultura, vestimentas e o estilo
simples dos habitantes.
“A pesca lhes fornece uma
alimentação garantida, e se eles
possuem uma casinha e uma
canoa, se têm uma pequena
plantação de mandioca que lhes
permite comer o seu peixe com
farinha, se colhem algumas libras
de algodão grosseiro que deem
para fazer um par de camisetas e
de calças, eles não precisam
praticamente de mais nada.”
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a
ilha e o distrito de São Francisco, p.148.
Canoa comum de pesca.
“Não somente em São Francisco,
mas também em todo litoral, os
homens de classes inferiores
usam os cabelos muito curtos.”
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a
ilha e o distrito de São Francisco, p.148.
Saint-Hilaire e a
arquitetura
Saint-Hilaire fala da paisagem urbana,
as casas, as ruas, as praças e os
prédios públicos.
“A cidade se compõe de cerca de
oitenta casas (1820), caiadas e
cobertas de telhas, a maior parte
feita de pedra e em bom estado de
conservação. [...] As ruas são
largas e quase retas. Algumas, que
descem na direção do mar, são
calçadas; as outras só têm
calçamentos na frente das casas.
[...] No centro da cidade há uma
grande praça de formato irregular,
coberta de relva, é ali que foi
construída a igreja paroquial...”
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a
ilha e o distrito de São Francisco, p.143.
Igreja Nossa Senhora das Graças, em São Francisco do Sul.
Foto: turismo.sc.gov.br
Saint-Hilaire, as
paisagens naturais,
a fauna e a flora
Por ser um botânico, detalhadamente
Saint-Hilaire fala das paisagens
naturais, os rios e suas margens, a
praia, o oceano, as ilhas, os morros e
as montanhas.
“O Pão de Açúcar tinha chamado
minha atenção. Desejei conhecê-lo
e colher nele algumas plantas. [...]
A vista que se descortina do alto
do Pão de Açúcar é muito bela e
extensa, apresentando um
panorama de toda a região. De um
lado vê-se o alto mar e do outro o
canal de São Francisco, as ilhas
espalhadas nele, os morros
cobertos de matas que o
margeiam...”
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a
ilha e o distrito de São Francisco, p.150.
Morro do Pão de Açúcar ou Morro da Cruz, em São
Francisco do Sul.
Foto: www.visitesaofranciscodosul.com.br
Curso:
Letras
Série:
1º Ano
Disciplina:
Literatura Brasileira
Professora:
Taiza Mara Rauen Moraes
Apresentação:
Gabriela Elenita Tureck
Laiza Caroline Guerreiro Castelar
Elaboração do Power Point:
Fernanda Maitê Dos Passos
Alunos:
Aline Bianca Kuroiwa
Aline Santos
Ananda Graciele Pacheco
Martins
Ariele Helena Holz Nunes
Bianca Andrade Dias Costa
Bruna Fernandes De Souza
Bruna Rabock
Bruno Dietrick Rodrigues
Daniela Cristina Galdino
Daniela Fernanda Bauer
Diego De Mattos Santos
Diego Petry Vieira
Fernanda Maria Da Silva Araujo
Gabriela Luíza Soares
Jéssica Duarte De Oliveira
Josefa Maria De Almeida
Leia De Oliveira Santos
Lucas Amorim
Lucas Bertoldi
Lucas Paulo Mendes
Luiz Gustavo Retzlaff
Mariana Riegel Mateus
Maritza Grace De Montreuil
Carmona Tello
Nayara Araujo Dos Santos
Sara Isabel Kunz
Tatiana Maglia Pastre
Xayra Eduarda Oliveira Couto
Referências
Biodiversity Heritage Library. Saint-Hilaire, Auguste de, 1779-1853. Biodiversity Heritage Library. Disponível em:
<http://www.biodiversitylibrary.org/creator/618/year#/titles>. Acesso em: 7 set. 2015.
A Notícia. Reunião entre entidades discute o futuro do Museu do Mar, em São Francisco. RBS, 2015. Disponível em:
<http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/cultura-e-variedades/noticia/2015/02/reuniao-entre-entidades-discute-o-futuro-do-museu-do-
mar-em-sao-francisco-4703294.html>. Acesso em: 22 set. 2015.
DIAS MACIEL, Sheila. A literatura e os gêneros confessionais. Scribd, 2011. Disponível em:
<http://pt.scribd.com/doc/72631871/A-Literatura-e-os-generos-confessionais#> Acesso em: 13 set. 2015.
FIGUEIREDO, Camila. Relato de Viagem: gênero jornalístico ou literário?: Estudo de caso/análise de Viagem ao
Crepúsculo (Samarone Lima). Recife: Intercom, 2012.
FikDik.net. Lugares assustadores para conhecer no Brasil. 20/08/2015. Disponível em: <http://fikdik.net/lugares-
assustadores-para-conhecer-no-brasil/>. Acesso em: 22 set. 2015.
Jovens Leitores. Gênero textual: diário. Disponível em: < http://jleitores.blogspot.com.br/2012/06/v-
behaviorurldefaultvmlo.html>
MELO, Priscila. Gêneros Textuais. Estudo Prático. Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/>.
Passei Web. Pero Vaz de Caminha. Disponível em:
<http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/biografias/pero_vaz_caminha> Acesso em: 20 set. 2015.
PATERLE, Larissa. Diário de Viagem. Scribd, 2011. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/61747534/DIARIO-DE-
VIAGEM#scribd> Acesso em: 13 set. 2015
Referências
PIMENTEL, Carmen. Gêneros Textuais. Educação Globo. Disponível em: <
http://educacao.globo.com/portugues/assunto/estudo-do-texto/generos-textuais.html>.
P. D. LUZ, Rogério. São Francisco do Sul, SC, último porto do navio MSC Armonia. Crônicas Macaenses, 2012.
Disponível em: <http://cronicasmacaenses.com/2012/09/28/sao-francisco-do-sul-sc-ultimo-porto-do-navio-msc-armonia/>.
Acesso em: 22 set. 2015.
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem â Curitiba e Província de Santa Catarina. 1. ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia
Limitada, 1978.
______________________ . Viagem à Província de Santa Catarina. Brasiliana. Disponível em:
www.brasiliana.com.br/obras/viagem-a-provincia-de-santa-catarina-1820>. Acesso em: 7 set. 2015.
SANTUR. Santa Catarina Turismo: Venha descobrir. São Francisco do Sul. Disponível em: <turismo.sc.gov.br> Acesso em:
8 set. 2015.
Só Literatura. Romantismo. Disponível em: < http://www.soliteratura.com.br/romantismo/romantismo01b.php>.
Turismo Ecológico. Galeria. Disponível em: <http://www.turismoecologicoacarai.com.br/galeria-de-imagens/>. Acesso em: 22
set. 2015
VERNI REIS, Marilza. Diário de viagem passo A passo. Disponível
em:<http://marilzavernireis.blogspot.com.br/2010/10/diario-de-viagem-passo-passo.html> Acesso em: 13 set. 2015
Visite São Francisco do Sul. Atrativos. Disponível em: <www.visitesaofranciscodosul.com.br/atrativos/> Acesso em: 8 set.
2015.

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Viagem de Auguste de Saint–Hilaire à cidade de São Francisco do Sul

  • 1. Viagem de Auguste de Saint–Hilaire à cidade de São Francisco do Sul Ilustração de Cláudio Martins para o livro Viagem a Curitiba e Província de Santa Catarina (1978), da Editora Itatiaia.
  • 2. Selo comemorativo de 1953. Botânico e Viajante A partir de seus relatos, Auguste de Saint-Hilaire (1779 – 1853) contribuiu para as áreas de botânica, zoologia, geografia e história. Ele veio ao Brasil entre 1816 e 1822 e visitou as províncias que hoje correspondem aos estados do sul, sudeste, e centro-oeste.
  • 3. Gênero Diário ou Gêneros confessionais O diário é um registro de ideias e opiniões sobre a realidade que nos cerca, expressa sentimentos de uma maneira geral, bem como registra fatos ocorridos no cotidiano. Diário comum.
  • 4. A importância do diário O diário pode se tornar um importante e valoroso documento histórico, tendo vista que pode retratar uma determinada época ou mesmo registrar fatos do dia a dia de uma pessoa que faz ou fez parte da sociedade. Diários de Henry David Thoreau.
  • 5. Antigo diário de viajantes. Características do Gênero  Narrado na primeira pessoa do singular ou do plural.  Verbos no presente (simples e contínuo) e no passado.  Composto por fotografias, ilustrações e outros elementos.  Uso de expressões como “depois”, “mais tarde”, “então”, etc.  Os diários de viagem contém assuntos como: lugar, data, o que foi visto, pessoas que viu, onde dormiu, o que comeu, características e curiosidades sobre o lugar.
  • 6. Os Diários de Viajantes no Brasil Um dos primeiros registros, no século XV, foi feito por Pero Vaz de Caminha. Junto com a frota de Cabral, ele estava encarregado de relatar a expedição para o rei português D. Manuel I. Na primeira metade do século XIX, várias missões estrangeiras passaram pelo Brasil. Cientistas e artistas que conheceram o novo reino registraram através de textos e ilustrações o que viam. Carta de Pero Vaz de Caminha ao rei D. Manuel I.
  • 7. Estilo de escrita Floresta Virgem do Brasil (1810), do viajante francês Comte de Clarac. Os índios e a natureza eram elementos representativos da identidade nacional para os viajantes. Além destas descrições, eles divulgavam as ideias liberais e nacionalistas que predominavam na Europa, que por sua vez influenciariam intelectuais brasileiros, que mais tarde revelariam “a face brasileira”, na tentativa de construir uma identidade própria para o país, caracterizando o movimento romântico no Brasil.
  • 8. O Diário de Saint-Hilaire  Narrado na 1ª pessoa do singular e do plural.  Não há muita precisão de datas ou horários.  Linguagem científica e informal.  Descrição detalhada dos lugares visitados.  Traços de subjetividade (sensações e percepções).  Texto de caráter jornalístico e literário. “Esse tipo de texto, quando escrito, cativa o leitor porque estimula seus sentidos, exige que ele acione mecanismos de memória e reative lembranças que o ajudem a entender o que as palavras do autor pretendem informar. A informação não está apenas no papel, está nas entrelinhas, no experimental, no sensorial.” FIGUEIREDO, Camila. Relato de Viagem: gênero jornalístico ou literário? Estudo de caso/análise de Viagem ao Crepúsculo (Samarone Lima). (2012) Retrato de Auguste Saint - Hilaire. “É jornalismo porque informa sobre fatos históricos, políticos e sociais de determinado país; é literatura porque usa a palavra como arte, como expressão, independente do jornalismo diário; e é relato de viagem porque não foge de falar da experiência humana e afetiva dos encontros.” FIGUEIREDO, Camila. Relato de Viagem: gênero jornalístico ou literário? Estudo de caso/análise de Viagem ao Crepúsculo (Samarone Lima). (2012) “A primeira fazenda onde eu passei a noite, no Pontal, pertencia a uma excelente família...” “A primeira ideia que nos vêm à cabeça ao examinarmos o mapa...” SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.138. “Pelo meio dia a pessoa a quem eu tinha sido recomendado e para quem eu já havia escrito...” SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.138. “[...] ao invés de plantarem apenas um pouco de cará (Discorea alata), de aipim (Manihot aipi, Pohl), de batata (Convolvulus batatas)...” SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.148. “Não se pode dizer que a natureza seja risonha no Brasil. As escuras matas que cobrem as montanhas têm qualquer coisa que lembra os sombrios versos de Ossian; entretanto, a beleza do céu...” SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.141.
  • 9. Saint-Hilaire e os habitantes da Ilha de São Francisco Ele expõe sua visão sobre a cultura, vestimentas e o estilo simples dos habitantes. “A pesca lhes fornece uma alimentação garantida, e se eles possuem uma casinha e uma canoa, se têm uma pequena plantação de mandioca que lhes permite comer o seu peixe com farinha, se colhem algumas libras de algodão grosseiro que deem para fazer um par de camisetas e de calças, eles não precisam praticamente de mais nada.” SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.148. Canoa comum de pesca. “Não somente em São Francisco, mas também em todo litoral, os homens de classes inferiores usam os cabelos muito curtos.” SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.148.
  • 10. Saint-Hilaire e a arquitetura Saint-Hilaire fala da paisagem urbana, as casas, as ruas, as praças e os prédios públicos. “A cidade se compõe de cerca de oitenta casas (1820), caiadas e cobertas de telhas, a maior parte feita de pedra e em bom estado de conservação. [...] As ruas são largas e quase retas. Algumas, que descem na direção do mar, são calçadas; as outras só têm calçamentos na frente das casas. [...] No centro da cidade há uma grande praça de formato irregular, coberta de relva, é ali que foi construída a igreja paroquial...” SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.143. Igreja Nossa Senhora das Graças, em São Francisco do Sul. Foto: turismo.sc.gov.br
  • 11. Saint-Hilaire, as paisagens naturais, a fauna e a flora Por ser um botânico, detalhadamente Saint-Hilaire fala das paisagens naturais, os rios e suas margens, a praia, o oceano, as ilhas, os morros e as montanhas. “O Pão de Açúcar tinha chamado minha atenção. Desejei conhecê-lo e colher nele algumas plantas. [...] A vista que se descortina do alto do Pão de Açúcar é muito bela e extensa, apresentando um panorama de toda a região. De um lado vê-se o alto mar e do outro o canal de São Francisco, as ilhas espalhadas nele, os morros cobertos de matas que o margeiam...” SAINT-HILAIRE, Auguste de. Capítulo XI – A cidade, a ilha e o distrito de São Francisco, p.150. Morro do Pão de Açúcar ou Morro da Cruz, em São Francisco do Sul. Foto: www.visitesaofranciscodosul.com.br
  • 12. Curso: Letras Série: 1º Ano Disciplina: Literatura Brasileira Professora: Taiza Mara Rauen Moraes Apresentação: Gabriela Elenita Tureck Laiza Caroline Guerreiro Castelar Elaboração do Power Point: Fernanda Maitê Dos Passos Alunos: Aline Bianca Kuroiwa Aline Santos Ananda Graciele Pacheco Martins Ariele Helena Holz Nunes Bianca Andrade Dias Costa Bruna Fernandes De Souza Bruna Rabock Bruno Dietrick Rodrigues Daniela Cristina Galdino Daniela Fernanda Bauer Diego De Mattos Santos Diego Petry Vieira Fernanda Maria Da Silva Araujo Gabriela Luíza Soares Jéssica Duarte De Oliveira Josefa Maria De Almeida Leia De Oliveira Santos Lucas Amorim Lucas Bertoldi Lucas Paulo Mendes Luiz Gustavo Retzlaff Mariana Riegel Mateus Maritza Grace De Montreuil Carmona Tello Nayara Araujo Dos Santos Sara Isabel Kunz Tatiana Maglia Pastre Xayra Eduarda Oliveira Couto
  • 13. Referências Biodiversity Heritage Library. Saint-Hilaire, Auguste de, 1779-1853. Biodiversity Heritage Library. Disponível em: <http://www.biodiversitylibrary.org/creator/618/year#/titles>. Acesso em: 7 set. 2015. A Notícia. Reunião entre entidades discute o futuro do Museu do Mar, em São Francisco. RBS, 2015. Disponível em: <http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/cultura-e-variedades/noticia/2015/02/reuniao-entre-entidades-discute-o-futuro-do-museu-do- mar-em-sao-francisco-4703294.html>. Acesso em: 22 set. 2015. DIAS MACIEL, Sheila. A literatura e os gêneros confessionais. Scribd, 2011. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/72631871/A-Literatura-e-os-generos-confessionais#> Acesso em: 13 set. 2015. FIGUEIREDO, Camila. Relato de Viagem: gênero jornalístico ou literário?: Estudo de caso/análise de Viagem ao Crepúsculo (Samarone Lima). Recife: Intercom, 2012. FikDik.net. Lugares assustadores para conhecer no Brasil. 20/08/2015. Disponível em: <http://fikdik.net/lugares- assustadores-para-conhecer-no-brasil/>. Acesso em: 22 set. 2015. Jovens Leitores. Gênero textual: diário. Disponível em: < http://jleitores.blogspot.com.br/2012/06/v- behaviorurldefaultvmlo.html> MELO, Priscila. Gêneros Textuais. Estudo Prático. Disponível em: <http://www.estudopratico.com.br/generos-textuais/>. Passei Web. Pero Vaz de Caminha. Disponível em: <http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/biografias/pero_vaz_caminha> Acesso em: 20 set. 2015. PATERLE, Larissa. Diário de Viagem. Scribd, 2011. Disponível em: <http://pt.scribd.com/doc/61747534/DIARIO-DE- VIAGEM#scribd> Acesso em: 13 set. 2015
  • 14. Referências PIMENTEL, Carmen. Gêneros Textuais. Educação Globo. Disponível em: < http://educacao.globo.com/portugues/assunto/estudo-do-texto/generos-textuais.html>. P. D. LUZ, Rogério. São Francisco do Sul, SC, último porto do navio MSC Armonia. Crônicas Macaenses, 2012. Disponível em: <http://cronicasmacaenses.com/2012/09/28/sao-francisco-do-sul-sc-ultimo-porto-do-navio-msc-armonia/>. Acesso em: 22 set. 2015. SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem â Curitiba e Província de Santa Catarina. 1. ed. Belo Horizonte: Editora Itatiaia Limitada, 1978. ______________________ . Viagem à Província de Santa Catarina. Brasiliana. Disponível em: www.brasiliana.com.br/obras/viagem-a-provincia-de-santa-catarina-1820>. Acesso em: 7 set. 2015. SANTUR. Santa Catarina Turismo: Venha descobrir. São Francisco do Sul. Disponível em: <turismo.sc.gov.br> Acesso em: 8 set. 2015. Só Literatura. Romantismo. Disponível em: < http://www.soliteratura.com.br/romantismo/romantismo01b.php>. Turismo Ecológico. Galeria. Disponível em: <http://www.turismoecologicoacarai.com.br/galeria-de-imagens/>. Acesso em: 22 set. 2015 VERNI REIS, Marilza. Diário de viagem passo A passo. Disponível em:<http://marilzavernireis.blogspot.com.br/2010/10/diario-de-viagem-passo-passo.html> Acesso em: 13 set. 2015 Visite São Francisco do Sul. Atrativos. Disponível em: <www.visitesaofranciscodosul.com.br/atrativos/> Acesso em: 8 set. 2015.