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1
OS PRINCIPAIS MEDOS QUE OS HUMANOS ENFRENTAM NA VIDA E
COMO SUPERÁ-LOS
Fernando Alcoforado*
Este artigo tem por objetivo apresentar os principais medos que os seres humanos
enfrentam na vida com suas diversas características, o medo como arma de dominação e
de controle social e como superá-los nas suas diversas formas. Este artigo apresenta o
resultado de pesquisa sobre o pensamento de vários autores que abordaram a questão dos
medos enfrentados pelos seres humanos em sua trajetória de vida ao longo da história.
1. Os principais medos enfrentados pelos seres humanos na vida com suas
características
O que é o medo?
O medo é um dos sentimentos mais primitivos do homem e está relacionado ao instinto
de sobrevivência e evolução da espécie. É uma emoção-choque, frequentemente
precedida de surpresa, provocada pela consciência de um perigo iminente ou presente.
Em alerta, o organismo reage por comportamentos somáticos e alterações endócrinas que
podem ser muito contrastantes dependendo das pessoas e das circunstâncias como a
aceleração ou diminuição do ritmo cardíaco, respiração muito rápida ou muito lenta,
contração ou dilatação dos vasos sanguíneos, aumento ou diminuição da secreção das
glândulas, paralisação ou exteriorização violenta e, no limite, inibição ou, ao contrário,
movimentos desconexos e atabalhoados. O medo é um sentimento desencadeado a partir
de uma região do cérebro chamada amígdala. Ela ativa o hipotálamo que prepara o
indivíduo ameaçado para fugir ou lutar.
O medo nasceu com o homem desde os primórdios da humanidade acompanhando toda
a nossa existência. Mas os medos mudaram segundo os tempos e os lugares, em virtude
das ameaças que mudam e pesam sobre nós. O medo tem se apresentado de diversas
formas segundo os tempos e os lugares como, por exemplo o medo da morte, o medo das
forças da natureza, o medo de Satã ou demônio, o medo da noite, o medo da insegurança,
o medo de pandemias, o medo de outro ser humano, o medo das guerras, o medo do
terrorismo, o medo do comunismo e o medo do nazifascismo. O medo tem tido o papel
necessário de alertar as pessoas dos perigos que sucessivamente aparecem em suas vidas.
A humanidade não poderia ter sobrevivido sem ele, quer dizer, sem a tomada de
consciência dos perigos que sucessivamente aparecem na vida das pessoas.
O medo da morte
A grande adversária da vida é a morte. O maior dos medos é o medo da morte. O medo
da morte é a raiz da crise existencial da humanidade. Em todas as formas de medo pode
haver, em graus diferentes, o medo da morte que não desaparecerá da condição humana
ao longo de sua existência. Tudo mundo sabe que o ser humano é mortal. Daí vem a crise
existencial. Este medo é atenuado em nossa sociedade pelas atividades humanas com o
trabalho, os passatempos e, muitas vezes, é sublimado pela arte e pela religião. A certeza
da nossa finitude deveria nos fazer sempre questionar a forma em que vivemos buscando
construir uma convivência fraterna entre todos os seres humanos.
O medo das forças da natureza
Desde os primórdios da humanidade, os principais perigos que ameaçaram a humanidade,
e, portanto, os principais medos, vinham da natureza como as feras, as epidemias, as más
2
colheitas que levavam à fome, os incêndios provocados particularmente por raios, os
terremotos e tremores de terra, as erupções vulcânicas, os maremotos, etc. O mar sempre
foi visto como um espaço perigoso para os ser humano pelo grande risco que representava
navegar nos oceanos cujo medo do mar só foi superado com o avanço científico e
tecnológico utilizado na navegação oceânica. Dos primórdios da humanidade até o século
XVI das grandes navegações, o mar estava ligado à morte, ao abismo. O mar era visto
como o lugar do medo, da loucura, onde habitam Satã, demônios e monstros.
O medo de Satã ou demônio
Satã, Satanás e Demônio são denominações para uma mesma figura da mitologia cristã:
o anjo que se rebelou contra Deus e foi expulso do Paraíso, condenado ao Inferno. Sua
grande tarefa na Criação, desde então, é enganar e perverter as almas dos seres humanos,
removendo-os do caminho da Salvação. Essa imagem é unânime nos livros bíblicos, tanto
no Velho Testamento quanto no Novo. A simbologia cristã associa o mal à sombra e faz
de Satã o soberano do império das trevas. Jesus reconhece nele o poder sobre o mundo
material e o identifica como o grande inimigo a ser vencido pelos homens. Jesus profetiza
o final dos tempos prendendo o demônio e todos os seus seguidores, diabos e homens,
para sempre no Inferno. O medo do demônio está muito presente entre os cristãos.
O medo da noite
O acúmulo de perigos objetivos que a humanidade conheceu ao longo do tempo, durante
a noite, fez nascer um medo quase natural da escuridão. A história da humanidade é
repleta de assombros noturnos como o medo da Lua, dos lobisomens, dos fantasmas, dos
animais, da floresta, dos saqueadores, de tudo aquilo que pudesse existir (ou não) nas
penumbras. Muita gente sente medo de circular à noite em muitas cidades do mundo. A
noite estaria na origem de um medo fundamental do ser humano como, por exemplo, os
astecas no México que sacrificavam seres humanos em oferenda ao deus Sol para ele
ressurgir a cada dia e a noite não imperasse. Quando aconteciam eclipses totais, gerando
escuridão, ou quando havia a passagem de um cometa, um choro geral se instaurava entre
os astecas temendo pelo fim dos tempos. Os textos bíblicos clássicos induziram, também,
nas pessoas o medo da noite. A noite seria anunciadora da morte.
O medo da insegurança
Em todos os lugares do mundo, a insegurança está aumentando com roubos e violências.
Constata-se uma sensação de crescente insegurança e de violência cotidianas desde a
Idade Média até a era contemporânea. No mundo todo, a insegurança, sob todas as
formas, avança intensamente e raros são os países como o Japão e os da Escandinávia,
especialmente a Finlândia, que são exceção. Todos os observadores relacionam a
insegurança, sobretudo, com a multiplicação, no século XX, das grandes megalópoles que
ultrapassam a casa do milhão de habitantes. A cidade era antigamente um local de relativa
segurança em comparação com o campo. Hoje é sobretudo nas cidades e especialmente
nas grandes cidades que se tem medo da insegurança. É nos locais com forte concentração
humana que o medo da insegurança é mais intenso, a ponto de induzir uma mudança em
nossas vidas cotidianas, em razão das medidas de controle e de fiscalização tomadas pelas
autoridades, É nas grandes cidades que o terrorismo se instala, porque os autores dos
atentados podem se esconder melhor, jogar cada vez mais com o efeito surpresa,
provocando mais e mais vítimas. Ninguém está protegido nas grandes cidades.
3
O medo de outro ser humano
A humanidade terá, certamente, muito tempo ainda para combater esse medo do outro
que nunca deixa de vir à tona e que está na origem do racismo de todos os tempos. Outros
seres humanos podem ser repelidos porque têm a cor da pele diferente, costumes,
comportamentos e práticas culturais diferentes das nossas, não se vestem como nós, não
comem como nós e têm religião, cerimônias e ritos diferentes. Por todas essas razões,
muitos são tentados a considerá-los bodes expiatórios em caso de suposto perigo. Se uma
desgraça acontece a uma coletividade, é atribuída culpa ao estrangeiro. A prática do
racismo contra os negros em várias partes do mundo, o medo dos judeus, que é o caso
extremo do medo cultural do outro e o medo dos mulçumanos desde as Cruzadas até a
era contemporânea se inserem neste contexto do medo de outro ser humano.
O medo de pandemias
O temor do surgimento e da volta das doenças contagiosas pertencem, também, aos medos
contemporâneos com a ocorrência do Coronavirus. Este medo começou coma a irrupção
da peste bubônica durante a Idade Média que matou a metade da população europeia
quando ocorria a fuga desordenada das cidades de quem tinha a possibilidade de escapar
do inferno urbano e havia desconfiança recíproca daqueles que sobreviveram e que se
evitavam uns aos outros. As pessoas trancavam-se em casa, recusavam cuidar de seus
parentes doentes e procuravam um bode expiatório. Alguns padeciam na loucura, outros,
numa decadência a mais ignóbil. Quando todos os remédios haviam fracassado, a
Inquisição patrocinada pela Igreja Católica fez com que houvesse a caça às bruxas com a
perseguição às mulheres, que supostamente possuíam poderes sobrenaturais, fossem
levadas às fogueiras e os sobreviventes mergulhavam no desespero.
O medo das guerras
Ao longo da história da humanidade, a guerra ocupou um lugar cada vez maior cuja
virulência cresceu a partir da invenção das armas de fogo no fim da Idade Média, com os
milhares de homens chamados a combater durante as guerras napoleônicas, com a
passagem para a cifra de milhões de homens que se mataram uns aos outros por ocasião
da 1ª Guerra Mundial e da 2ª Guerra Mundial com o uso da bomba atômica em 1945. O
século XX foi o mais criminoso da história. Se somarmos os “holocaustos” aos horrores
da guerra propriamente dita, foi então que o medo das guerras atingiu o seu ápice. O
aperfeiçoamento dos armamentos, o movimento para uma guerra total e a multiplicação
dos atos terroristas conduzem a um aumento contínuo do número das vítimas e,
especialmente, de vítimas civis. Isso significa que, quantitativamente, os perigos e os
medos oriundos da guerra, cresceram significativamente.
O medo do terrorismo
A multiplicação, hoje, dos atos terroristas conduzem logicamente a um aumento contínuo
do número das vítimas e, especialmente, de vítimas civis. O terrorismo tomou dimensão
mundial porque ninguém mais está protegido em lugar nenhum. Hoje é sobretudo nas
cidades e especialmente nas grandes cidades que se tem medo do terrorismo porque os
autores dos atentados podem se esconder melhor, jogar cada vez mais com o efeito
surpresa, provocando mais e mais vítimas. Por conseguinte, a partir de agora, é no mundo
inteiro que podemos nos transformar em vítimas do terrorismo. Ninguém está protegido.
Outra forma de terrorismo é a praticada pelo poder do Estado ditatorial ou totalitário que
4
utiliza o medo como arma política. Um grupo ou um poder ameaçado, ou que se crê
ameaçado e, portanto, que sente medo do povo, tem a tendência a ver inimigos por todos
os lados seja fora e, cada vez mais, dentro do espaço que ele quer controlar. Ele tende
assim a se tornar ditatorial, totalitário, agressivo e a reprimir todo desvio, até mesmo
qualquer veleidade de discussão. Um Estado totalitário tem, então, vocação terrorista.
O medo do comunismo
Desde o surgimento do marxismo como ideologia no século XIX, que defende a
construção do socialismo visando a emancipação dos trabalhadores e da humanidade em
geral, surgiu em todo o mundo o medo do comunismo por parte das classes
economicamente dominantes (capitalistas) e de governos a elas associados porque alguns
segmentos das forças políticas marxistas defendem a revolução socialista para a conquista
do poder em cada país visando a expropriação dos capitalistas. Surgiu, também, o medo
do comunismo por parte de correntes religiosas porque o marxismo considera a religião
o ópio do povo ao contribuir para sua alienação. O medo do comunismo atinge, também,
segmentos sociais e forças políticas liberais porque o marxismo preconiza a ditadura do
proletariado na construção do socialismo e do comunismo. O medo do comunismo tem
sido em muitos países fator desencadeador de golpes de estado preventivos de extrema
direita para evitar a ascensão ao poder de comunistas ou de forças políticas de esquerda.
O medo do nazifascismo
O nazifascismo é uma ideologia que surgiu na primeira metade do século XX na Itália e
na Alemanha contra a ascensão dos trabalhadores ao poder em vários países após a vitória
do socialismo na União Soviética em 1917 e se baseava em concepções fortemente
nacionalistas e no exercício totalitário do poder, portanto contra o sistema democrático e
liberal, e repressivo ante as ideias socialdemocratas, socialistas e comunistas. O fascismo
implantado na Itália durante a década de 1920 e o nazismo na Alemanha durante a década
de 1930 do século XX se baseava em um Estado forte, totalitário, que se afirmava
encarnar o espírito do povo, no exercício do poder por um partido único cuja autoridade
se impunha através da violência, da repressão e da propaganda política. O medo do
nazifascismo passou a existir após a 2ª Guerra Mundial pelas devastadoras consequências
que o nazismo e o fascismo produziram na Europa e no mundo razão pela qual tem sido
combatida toda e qualquer tentativa de seu renascimento em todo o mundo. O
nazifascismo é combatido pelos comunistas e pelos liberais em todo o mundo. O medo
do neofascismo, que é o herdeiro do nazifascismo na era contemporânea, contribuiu para
que Lula contasse com amplo apoio e vencesse Bolsonaro nas últimas eleições
presidenciais do Brasil.
2. O medo como arma de dominação e controle social
O medo e a alienação das pessoas sempre foram utilizados ao longo da história pelos
detentores dos meios de produção e do poder político como armas de dominação e de
controle social para evitar a conscientização da população sobre a servidão econômica e
política em que se acham submetidas e evitar sua rebelião contra os desumanos sistemas
econômicos e políticos em vigor. O medo sempre foi usado ao longo da história pelos
governantes e pelas classes dominantes como instrumento de domínio das classes sociais
subalternas, seja através dos aparelhos repressivos, seja através dos aparelhos ideológicos
de Estado. Historicamente, a ação repressiva da polícia, a legislação punitiva e o aparato
da justiça sempre estiveram à disposição dos governantes e das classes dominantes para
amedrontarem as classes subalternas contra qualquer tentativa de rebelião contra o
5
sistema dominante. A prisão, a tortura e a morte são o destino de quem se rebela contra o
sistema. Por sua vez, os aparelhos ideológicos de estado (escola, igrejas, mídia) se somam
aos aparelhos de repressão no sentido de “domar” as classes subalternas para que sejam
convencidas de que não há outra alternativa à sociedade capitalista dominante. Para os
trabalhadores não se rebelarem contra as classes dominantes, eles precisam ser
“domados” utilizando os aparelhos de repressão e ideológicos do Estado.
3. Como superar os principais medos que afetam a vida humana
Alguns dos medos enfrentados pelos seres humanos envolvem uma abordagem individual
para sua superação como é o caso de lidar com o medo de Satã ou demônio e o medo da
noite com a educação e o tratamento psicoterápico de cada indivíduo. Outros medos por
parte da população em geral como o medo das forças da natureza deve ser tratado com a
disseminação do conhecimento científico através da educação formal e pelos meios de
comunicação de massa visando esclarecê-la. O medo da insegurança e o medo do
terrorismo só poderão ser superados com a implantação de uma sociedade em cada país
capaz de eliminar as desigualdades sociais e a violência baseada no Estado de Bem Estar
Social no qual prevaleça a cooperação entre os todos os indivíduos, bem como seja
evitada a existência do terrorismo de estado imposto por ditaduras ou Estados totalitários.
O medo das pandemias deve ser superado evitando a destruição do habitat de animais
portadores de vírus e bactérias e o contato de humanos com esses animais, bem como
desenvolver preventivamente vacinas que possam ser usadas na ocorrência de epidemias
ou pandemias, além de medidas restritivas à propagação de vírus e bactérias em épocas
de epidemias ou pandemias. O medo das guerras só será superado quando existir um
governo mundial que seja capaz de mediar os conflitos internacionais e assegurar a paz
mundial. O medo do comunismo e o medo do nazifascismo só serão superados quando
em cada país do mundo for implantado o Estado de Bem Estar Social com os governos
atendendo as demandas de toda a população sem exceção, condição esta que evitaria os
conflitos políticos, econômicos e sociais. Finalmente, o medo da morte deve ser
enfrentado com assistência médica para prolongar a vida de cada indivíduo com saúde
plena que seria assistido, também, por tratamento psicoterápico e religioso no caso dos
indivíduos que professam alguma religião para enfrentarem a morte inevitável.
REFERÊNCIAS
ALCOFORADO, Fernando. Medo e alienação social como armas de dominação ao longo
da história e na era contemporânea. Disponível no website
<https://www.academia.edu/45086763/MEDO_E_ALIENA%C3%87%C3%83O_SOCI
AL_COMO_ARMAS_DE_DOMINA%C3%87%C3%83O_AO_LONGO_DA_HIST%
C3%93RIA_E_NA_ERA_CONTEMPOR%C3%82NEA>.
DELUMEAU, Jean. Medos de ontem e de hoje. Disponível no website
<https://artepensamento.ims.com.br/item/medos-de-ontem-e-de-hoje/>.
COUTINHO, Renata. Primitivo, o medo segue contemporâneo. Qual é o seu? Disponível
no website
<https://www.folhape.com.br/noticias/primitivo-o-medo-segue-contemporaneo-qual-e-
o-seu/103948/>.
6
COSENZA, Bruna. 7 dicas para superar os seus medos. Disponível no website
<https://www.vittude.com/blog/medo-como-superar/>.
PAULUK, Luiz Ricardo e BALLÃO, Cléa Maria. Considerações sobre o medo na História
e na Psicanálise. Disponível no website
<https://www.scielo.br/j/fractal/a/ySXwSQFdRtjDLykX55zDsNy/?lang=pt>.
SANTOS, Luciana Oliveira dos. O medo contemporâneo: abordando suas diferentes
dimensões. Disponível no website
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-
98932003000200008>.
Delumeau, Jean. Todos os medos, o medo. Disponível no website
<https://www.ihu.unisinos.br/categorias/618845-jean-delumeau-todos-os-medos-o-
medo>.
VITTUDE. Medo: por que sentimos e como superá-lo. Disponível no website
<https://www.vittude.com/blog/medo-como-
superar/#:~:text=O%20c%C3%A9rebro%20%C3%A9%20ativado%20involuntariament
e,associado%20ao%20instinto%20de%20sobreviv%C3%AAncia>.
* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema
CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento
Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário
(Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento
empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-
Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de
Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da
Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos
livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem
Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os
condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de
Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora
Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos
na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social
Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG,
Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica,
Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate
ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores
Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no
Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba,
2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV,
Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua
convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro
para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua
sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da
história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022)
e de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022).

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  • 1. 1 OS PRINCIPAIS MEDOS QUE OS HUMANOS ENFRENTAM NA VIDA E COMO SUPERÁ-LOS Fernando Alcoforado* Este artigo tem por objetivo apresentar os principais medos que os seres humanos enfrentam na vida com suas diversas características, o medo como arma de dominação e de controle social e como superá-los nas suas diversas formas. Este artigo apresenta o resultado de pesquisa sobre o pensamento de vários autores que abordaram a questão dos medos enfrentados pelos seres humanos em sua trajetória de vida ao longo da história. 1. Os principais medos enfrentados pelos seres humanos na vida com suas características O que é o medo? O medo é um dos sentimentos mais primitivos do homem e está relacionado ao instinto de sobrevivência e evolução da espécie. É uma emoção-choque, frequentemente precedida de surpresa, provocada pela consciência de um perigo iminente ou presente. Em alerta, o organismo reage por comportamentos somáticos e alterações endócrinas que podem ser muito contrastantes dependendo das pessoas e das circunstâncias como a aceleração ou diminuição do ritmo cardíaco, respiração muito rápida ou muito lenta, contração ou dilatação dos vasos sanguíneos, aumento ou diminuição da secreção das glândulas, paralisação ou exteriorização violenta e, no limite, inibição ou, ao contrário, movimentos desconexos e atabalhoados. O medo é um sentimento desencadeado a partir de uma região do cérebro chamada amígdala. Ela ativa o hipotálamo que prepara o indivíduo ameaçado para fugir ou lutar. O medo nasceu com o homem desde os primórdios da humanidade acompanhando toda a nossa existência. Mas os medos mudaram segundo os tempos e os lugares, em virtude das ameaças que mudam e pesam sobre nós. O medo tem se apresentado de diversas formas segundo os tempos e os lugares como, por exemplo o medo da morte, o medo das forças da natureza, o medo de Satã ou demônio, o medo da noite, o medo da insegurança, o medo de pandemias, o medo de outro ser humano, o medo das guerras, o medo do terrorismo, o medo do comunismo e o medo do nazifascismo. O medo tem tido o papel necessário de alertar as pessoas dos perigos que sucessivamente aparecem em suas vidas. A humanidade não poderia ter sobrevivido sem ele, quer dizer, sem a tomada de consciência dos perigos que sucessivamente aparecem na vida das pessoas. O medo da morte A grande adversária da vida é a morte. O maior dos medos é o medo da morte. O medo da morte é a raiz da crise existencial da humanidade. Em todas as formas de medo pode haver, em graus diferentes, o medo da morte que não desaparecerá da condição humana ao longo de sua existência. Tudo mundo sabe que o ser humano é mortal. Daí vem a crise existencial. Este medo é atenuado em nossa sociedade pelas atividades humanas com o trabalho, os passatempos e, muitas vezes, é sublimado pela arte e pela religião. A certeza da nossa finitude deveria nos fazer sempre questionar a forma em que vivemos buscando construir uma convivência fraterna entre todos os seres humanos. O medo das forças da natureza Desde os primórdios da humanidade, os principais perigos que ameaçaram a humanidade, e, portanto, os principais medos, vinham da natureza como as feras, as epidemias, as más
  • 2. 2 colheitas que levavam à fome, os incêndios provocados particularmente por raios, os terremotos e tremores de terra, as erupções vulcânicas, os maremotos, etc. O mar sempre foi visto como um espaço perigoso para os ser humano pelo grande risco que representava navegar nos oceanos cujo medo do mar só foi superado com o avanço científico e tecnológico utilizado na navegação oceânica. Dos primórdios da humanidade até o século XVI das grandes navegações, o mar estava ligado à morte, ao abismo. O mar era visto como o lugar do medo, da loucura, onde habitam Satã, demônios e monstros. O medo de Satã ou demônio Satã, Satanás e Demônio são denominações para uma mesma figura da mitologia cristã: o anjo que se rebelou contra Deus e foi expulso do Paraíso, condenado ao Inferno. Sua grande tarefa na Criação, desde então, é enganar e perverter as almas dos seres humanos, removendo-os do caminho da Salvação. Essa imagem é unânime nos livros bíblicos, tanto no Velho Testamento quanto no Novo. A simbologia cristã associa o mal à sombra e faz de Satã o soberano do império das trevas. Jesus reconhece nele o poder sobre o mundo material e o identifica como o grande inimigo a ser vencido pelos homens. Jesus profetiza o final dos tempos prendendo o demônio e todos os seus seguidores, diabos e homens, para sempre no Inferno. O medo do demônio está muito presente entre os cristãos. O medo da noite O acúmulo de perigos objetivos que a humanidade conheceu ao longo do tempo, durante a noite, fez nascer um medo quase natural da escuridão. A história da humanidade é repleta de assombros noturnos como o medo da Lua, dos lobisomens, dos fantasmas, dos animais, da floresta, dos saqueadores, de tudo aquilo que pudesse existir (ou não) nas penumbras. Muita gente sente medo de circular à noite em muitas cidades do mundo. A noite estaria na origem de um medo fundamental do ser humano como, por exemplo, os astecas no México que sacrificavam seres humanos em oferenda ao deus Sol para ele ressurgir a cada dia e a noite não imperasse. Quando aconteciam eclipses totais, gerando escuridão, ou quando havia a passagem de um cometa, um choro geral se instaurava entre os astecas temendo pelo fim dos tempos. Os textos bíblicos clássicos induziram, também, nas pessoas o medo da noite. A noite seria anunciadora da morte. O medo da insegurança Em todos os lugares do mundo, a insegurança está aumentando com roubos e violências. Constata-se uma sensação de crescente insegurança e de violência cotidianas desde a Idade Média até a era contemporânea. No mundo todo, a insegurança, sob todas as formas, avança intensamente e raros são os países como o Japão e os da Escandinávia, especialmente a Finlândia, que são exceção. Todos os observadores relacionam a insegurança, sobretudo, com a multiplicação, no século XX, das grandes megalópoles que ultrapassam a casa do milhão de habitantes. A cidade era antigamente um local de relativa segurança em comparação com o campo. Hoje é sobretudo nas cidades e especialmente nas grandes cidades que se tem medo da insegurança. É nos locais com forte concentração humana que o medo da insegurança é mais intenso, a ponto de induzir uma mudança em nossas vidas cotidianas, em razão das medidas de controle e de fiscalização tomadas pelas autoridades, É nas grandes cidades que o terrorismo se instala, porque os autores dos atentados podem se esconder melhor, jogar cada vez mais com o efeito surpresa, provocando mais e mais vítimas. Ninguém está protegido nas grandes cidades.
  • 3. 3 O medo de outro ser humano A humanidade terá, certamente, muito tempo ainda para combater esse medo do outro que nunca deixa de vir à tona e que está na origem do racismo de todos os tempos. Outros seres humanos podem ser repelidos porque têm a cor da pele diferente, costumes, comportamentos e práticas culturais diferentes das nossas, não se vestem como nós, não comem como nós e têm religião, cerimônias e ritos diferentes. Por todas essas razões, muitos são tentados a considerá-los bodes expiatórios em caso de suposto perigo. Se uma desgraça acontece a uma coletividade, é atribuída culpa ao estrangeiro. A prática do racismo contra os negros em várias partes do mundo, o medo dos judeus, que é o caso extremo do medo cultural do outro e o medo dos mulçumanos desde as Cruzadas até a era contemporânea se inserem neste contexto do medo de outro ser humano. O medo de pandemias O temor do surgimento e da volta das doenças contagiosas pertencem, também, aos medos contemporâneos com a ocorrência do Coronavirus. Este medo começou coma a irrupção da peste bubônica durante a Idade Média que matou a metade da população europeia quando ocorria a fuga desordenada das cidades de quem tinha a possibilidade de escapar do inferno urbano e havia desconfiança recíproca daqueles que sobreviveram e que se evitavam uns aos outros. As pessoas trancavam-se em casa, recusavam cuidar de seus parentes doentes e procuravam um bode expiatório. Alguns padeciam na loucura, outros, numa decadência a mais ignóbil. Quando todos os remédios haviam fracassado, a Inquisição patrocinada pela Igreja Católica fez com que houvesse a caça às bruxas com a perseguição às mulheres, que supostamente possuíam poderes sobrenaturais, fossem levadas às fogueiras e os sobreviventes mergulhavam no desespero. O medo das guerras Ao longo da história da humanidade, a guerra ocupou um lugar cada vez maior cuja virulência cresceu a partir da invenção das armas de fogo no fim da Idade Média, com os milhares de homens chamados a combater durante as guerras napoleônicas, com a passagem para a cifra de milhões de homens que se mataram uns aos outros por ocasião da 1ª Guerra Mundial e da 2ª Guerra Mundial com o uso da bomba atômica em 1945. O século XX foi o mais criminoso da história. Se somarmos os “holocaustos” aos horrores da guerra propriamente dita, foi então que o medo das guerras atingiu o seu ápice. O aperfeiçoamento dos armamentos, o movimento para uma guerra total e a multiplicação dos atos terroristas conduzem a um aumento contínuo do número das vítimas e, especialmente, de vítimas civis. Isso significa que, quantitativamente, os perigos e os medos oriundos da guerra, cresceram significativamente. O medo do terrorismo A multiplicação, hoje, dos atos terroristas conduzem logicamente a um aumento contínuo do número das vítimas e, especialmente, de vítimas civis. O terrorismo tomou dimensão mundial porque ninguém mais está protegido em lugar nenhum. Hoje é sobretudo nas cidades e especialmente nas grandes cidades que se tem medo do terrorismo porque os autores dos atentados podem se esconder melhor, jogar cada vez mais com o efeito surpresa, provocando mais e mais vítimas. Por conseguinte, a partir de agora, é no mundo inteiro que podemos nos transformar em vítimas do terrorismo. Ninguém está protegido. Outra forma de terrorismo é a praticada pelo poder do Estado ditatorial ou totalitário que
  • 4. 4 utiliza o medo como arma política. Um grupo ou um poder ameaçado, ou que se crê ameaçado e, portanto, que sente medo do povo, tem a tendência a ver inimigos por todos os lados seja fora e, cada vez mais, dentro do espaço que ele quer controlar. Ele tende assim a se tornar ditatorial, totalitário, agressivo e a reprimir todo desvio, até mesmo qualquer veleidade de discussão. Um Estado totalitário tem, então, vocação terrorista. O medo do comunismo Desde o surgimento do marxismo como ideologia no século XIX, que defende a construção do socialismo visando a emancipação dos trabalhadores e da humanidade em geral, surgiu em todo o mundo o medo do comunismo por parte das classes economicamente dominantes (capitalistas) e de governos a elas associados porque alguns segmentos das forças políticas marxistas defendem a revolução socialista para a conquista do poder em cada país visando a expropriação dos capitalistas. Surgiu, também, o medo do comunismo por parte de correntes religiosas porque o marxismo considera a religião o ópio do povo ao contribuir para sua alienação. O medo do comunismo atinge, também, segmentos sociais e forças políticas liberais porque o marxismo preconiza a ditadura do proletariado na construção do socialismo e do comunismo. O medo do comunismo tem sido em muitos países fator desencadeador de golpes de estado preventivos de extrema direita para evitar a ascensão ao poder de comunistas ou de forças políticas de esquerda. O medo do nazifascismo O nazifascismo é uma ideologia que surgiu na primeira metade do século XX na Itália e na Alemanha contra a ascensão dos trabalhadores ao poder em vários países após a vitória do socialismo na União Soviética em 1917 e se baseava em concepções fortemente nacionalistas e no exercício totalitário do poder, portanto contra o sistema democrático e liberal, e repressivo ante as ideias socialdemocratas, socialistas e comunistas. O fascismo implantado na Itália durante a década de 1920 e o nazismo na Alemanha durante a década de 1930 do século XX se baseava em um Estado forte, totalitário, que se afirmava encarnar o espírito do povo, no exercício do poder por um partido único cuja autoridade se impunha através da violência, da repressão e da propaganda política. O medo do nazifascismo passou a existir após a 2ª Guerra Mundial pelas devastadoras consequências que o nazismo e o fascismo produziram na Europa e no mundo razão pela qual tem sido combatida toda e qualquer tentativa de seu renascimento em todo o mundo. O nazifascismo é combatido pelos comunistas e pelos liberais em todo o mundo. O medo do neofascismo, que é o herdeiro do nazifascismo na era contemporânea, contribuiu para que Lula contasse com amplo apoio e vencesse Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais do Brasil. 2. O medo como arma de dominação e controle social O medo e a alienação das pessoas sempre foram utilizados ao longo da história pelos detentores dos meios de produção e do poder político como armas de dominação e de controle social para evitar a conscientização da população sobre a servidão econômica e política em que se acham submetidas e evitar sua rebelião contra os desumanos sistemas econômicos e políticos em vigor. O medo sempre foi usado ao longo da história pelos governantes e pelas classes dominantes como instrumento de domínio das classes sociais subalternas, seja através dos aparelhos repressivos, seja através dos aparelhos ideológicos de Estado. Historicamente, a ação repressiva da polícia, a legislação punitiva e o aparato da justiça sempre estiveram à disposição dos governantes e das classes dominantes para amedrontarem as classes subalternas contra qualquer tentativa de rebelião contra o
  • 5. 5 sistema dominante. A prisão, a tortura e a morte são o destino de quem se rebela contra o sistema. Por sua vez, os aparelhos ideológicos de estado (escola, igrejas, mídia) se somam aos aparelhos de repressão no sentido de “domar” as classes subalternas para que sejam convencidas de que não há outra alternativa à sociedade capitalista dominante. Para os trabalhadores não se rebelarem contra as classes dominantes, eles precisam ser “domados” utilizando os aparelhos de repressão e ideológicos do Estado. 3. Como superar os principais medos que afetam a vida humana Alguns dos medos enfrentados pelos seres humanos envolvem uma abordagem individual para sua superação como é o caso de lidar com o medo de Satã ou demônio e o medo da noite com a educação e o tratamento psicoterápico de cada indivíduo. Outros medos por parte da população em geral como o medo das forças da natureza deve ser tratado com a disseminação do conhecimento científico através da educação formal e pelos meios de comunicação de massa visando esclarecê-la. O medo da insegurança e o medo do terrorismo só poderão ser superados com a implantação de uma sociedade em cada país capaz de eliminar as desigualdades sociais e a violência baseada no Estado de Bem Estar Social no qual prevaleça a cooperação entre os todos os indivíduos, bem como seja evitada a existência do terrorismo de estado imposto por ditaduras ou Estados totalitários. O medo das pandemias deve ser superado evitando a destruição do habitat de animais portadores de vírus e bactérias e o contato de humanos com esses animais, bem como desenvolver preventivamente vacinas que possam ser usadas na ocorrência de epidemias ou pandemias, além de medidas restritivas à propagação de vírus e bactérias em épocas de epidemias ou pandemias. O medo das guerras só será superado quando existir um governo mundial que seja capaz de mediar os conflitos internacionais e assegurar a paz mundial. O medo do comunismo e o medo do nazifascismo só serão superados quando em cada país do mundo for implantado o Estado de Bem Estar Social com os governos atendendo as demandas de toda a população sem exceção, condição esta que evitaria os conflitos políticos, econômicos e sociais. Finalmente, o medo da morte deve ser enfrentado com assistência médica para prolongar a vida de cada indivíduo com saúde plena que seria assistido, também, por tratamento psicoterápico e religioso no caso dos indivíduos que professam alguma religião para enfrentarem a morte inevitável. REFERÊNCIAS ALCOFORADO, Fernando. Medo e alienação social como armas de dominação ao longo da história e na era contemporânea. Disponível no website <https://www.academia.edu/45086763/MEDO_E_ALIENA%C3%87%C3%83O_SOCI AL_COMO_ARMAS_DE_DOMINA%C3%87%C3%83O_AO_LONGO_DA_HIST% C3%93RIA_E_NA_ERA_CONTEMPOR%C3%82NEA>. DELUMEAU, Jean. Medos de ontem e de hoje. Disponível no website <https://artepensamento.ims.com.br/item/medos-de-ontem-e-de-hoje/>. COUTINHO, Renata. Primitivo, o medo segue contemporâneo. Qual é o seu? Disponível no website <https://www.folhape.com.br/noticias/primitivo-o-medo-segue-contemporaneo-qual-e- o-seu/103948/>.
  • 6. 6 COSENZA, Bruna. 7 dicas para superar os seus medos. Disponível no website <https://www.vittude.com/blog/medo-como-superar/>. PAULUK, Luiz Ricardo e BALLÃO, Cléa Maria. Considerações sobre o medo na História e na Psicanálise. Disponível no website <https://www.scielo.br/j/fractal/a/ySXwSQFdRtjDLykX55zDsNy/?lang=pt>. SANTOS, Luciana Oliveira dos. O medo contemporâneo: abordando suas diferentes dimensões. Disponível no website <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414- 98932003000200008>. Delumeau, Jean. Todos os medos, o medo. Disponível no website <https://www.ihu.unisinos.br/categorias/618845-jean-delumeau-todos-os-medos-o- medo>. VITTUDE. Medo: por que sentimos e como superá-lo. Disponível no website <https://www.vittude.com/blog/medo-como- superar/#:~:text=O%20c%C3%A9rebro%20%C3%A9%20ativado%20involuntariament e,associado%20ao%20instinto%20de%20sobreviv%C3%AAncia>. * Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice- Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022) e de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022).