O documento descreve as diferentes fases e hipóteses da escrita infantil, incluindo a fase pré-fonológica, a fase fonológica (silábica sem valor sonoro, silábica com valor sonoro, silábico-alfabética e alfabética) e fornece dicas para professores ajudarem os alunos a avançarem nas diferentes etapas.
4. Na caminhada para aprender a escrever, o aluno elabora
ideias, pensa sobre a escrita, o que ela representa e como
pode representar a linguagem graficamente.
5. No desafio de escolher letras, a quantidade e a ordem em
que devem estar para registrar o que deseja comunicar, a
criança entra em conflito, fator importante pois é neste
momento que o professor deve fazer a intervenção com
materiais e técnicas apropriadas para levá-la a superar tal
dificuldade.
6. A fase silábica ou fonológica é quando a criança já
começa a compreender que a escrita tem relações com o
som da fala e que tais sons podem ser segmentados em
sílabas
7. UM PASSO
DE CADA VEZ
ORALIDADE
A criança passa da fase da escrita não fonetizada
para a escrita fonetizada;
Outra marca importante é que ainda não fazem uso,
necessariamente, das letras correspondentes para
escrever as palavras;
HIPÓTESE SILÁBICA SEM VALOR SONORO
8. • Organizar duplas produtivas;
• Manter um alfabeto exposto ao alcance da criança;
• Deixar que manuseiem letras móveis para que
escrevam palavras;
• Deixar exposto em sala de aula textos da tradição oral.
DICAS QUE LEVAM OS ALUNOS A
AVANÇAREM:
9. • Deixar que a criança leia em voz alta sempre seguindo
com o dedo o que escreveu, neste momento o
professor deve aproveitar e fazer intervenções;
• Brincar com jogos que possibilitem o trabalho com o
nome da letra e o som;
• Após o trabalho com as duplas produtivas,
compartilhar no quadro com toda a turma alguns
registros etc.
10. Exemplos
C T D . . . BANANA
P I V . . . JACARÉ
A D O G . . . . TELEFONE
K E A . . . MACACO
C I T I . . . . ELEFANTE
HIPÓTESE SILÁBIA SEM VALOR PALAVRA DITADA
11. Silábico com valor sonoro
Neste momento em que as crianças passam a usar uma
letra para representar cada emissão sonora levando em
conta o som da vogal ou da consoante, elas desenvolvem
a chamada hipótese silábica com valor sonoro.
Esta hipótese é um avanço se considerarmos a hipótese
silábico sem valor sonoro, porque dessa vez cada sílaba é
representada por uma vogal ou consoante que expressa
seu som correspondente.
12. Exemplos
E I A . . . MENINA
I A E I O . . . . . BRIGADEIRO
A E O . . . MARTELO
A E A . . . CANETA
O A E . . . TOMATE
B T . . . BOTA
S P . . . SAPO
HIPÓTESE SILÁBICO COM VALOR PALAVRA DITADA
13. DICAS QUE LEVAM OS ALUNOS A
AVANÇAREM:
• Confrontar palavras: MACACO e CAVALO.
• Organizar duplas produtivas de trabalho, reunindo uma
criança com escrita silábica com valor sonoro
convencional com um colega que apresenta uma
hipótese silábico- alfabético;
• Organizar um ditado feito pela turma de palavras que
comecem ou terminem com a mesma sílaba (TOMATE,
TOMADA, TOURO, TOUCA, TOBOGÃ).
• Nesta fase é primordial que o aluno entenda a
composição de uma sílaba canônica consoante/ vogal
(cv).
14. • Trabalhar com palavras lacunadas com algumas letras
convencionais da sílaba para que entrem em conflito e
percebam a composição da sílaba, consoante /vogal.
EXEMPLO: C__V__L__ O PROFESSOR FAZ A INTERVENÇÃO COM
A SEGUINTE PERGUNTA, O QUE ESTÁ ESCRITO AÍ? A CRIANÇA
RESPONDERÁ, CAVALO. O PROFESSOR DEVE CONTINUAR A
INTERVENÇÃO ATÉ QUE A CRIANÇA PERCEBA A SÍLABA.
Exemplos
15. SILÁBICO-ALFABÉTICO
Na etapa silábico-alfabética, os alunos que
antes representavam cada emissão sonora
com apenas uma letra não se contentam
mais com isso, e nessa construção do
conhecimento passam agregar mais letras
para representar uma determinada emissão
sonora.
16. Há momentos em que ele escreve atribuindo a cada
sílaba uma letra, e outros em que ele representa a
sílaba com duas letras na mesma emissão de voz.
Emilia nos ensina que, nesse período há a
alternância grafofônica. Isso quer dizer que a
criança alterna o uso de duas letras e uma letra
para representar a mesma emissão sonora.
17. Exemplos
HIPÓTESE SILÁBICO-ALFABÉTICO PALAVRA DITADA
ME N __ A __ . . . MENINA
B I__ A DE __ O . . . . . BRIGADEIRO
__A T E__ O . . . MARTELO
CA__ E T A . . . CANETA
TO __ A TE . . . TOMATE
BO T__ . . . BOTA
S__ P O . . . SAPO
18. HIPÓTESE ALFABÉTICA
Os alunos na hipóteses alfabética
compreendem o sistema de escrita
alfabético, entendendo que cada um
dos caracteres da palavra corresponde
a um valor sonoro menor do que a
sílaba. Suas preocupações e
questionamentos são agora de ordem
ortográfica e textuais.
19. Exemplos
MENINA . . . MENINA
B IG ADELO . . . . . BRIGADEIRO
BATELO . . . MARTELO
CANETA . . . CANETA
DOMADE . . . TOMATE
BOTA . . . BOTA
SAP O . . . SAPO
HIPÓTESE ALFABÉTICO PALAVRA DITADA
20. DICAS QUE LEVAM OS ALUNOS A AVANÇAREM
NAS HIPÓTESES SILÁBICO-ALFABÉTICA E
ALFABÉTIA:
Escrita de lista
Essa atividade pode ser feita com alunos de ambas
hipóteses, o que muda é a abordagem e as
intervenções.
Organize os alunos em duplas: um silábico-alfabético
e um alfabético por dupla. Peça que eles escrevam,
usando as letras móveis, uma lista com nomes de
objetos, roupas ou materiais escolares que usamos.
Cada um escreve a sua palavra, mas eles podem
trocar ideias e pensamentos sobre a sua forma de
escrever.
21. • Faça boas perguntas aos alunos em relação
às suas escritas. Por exemplo, para os
silábicos- alfabéticos, não adianta falar para
que prestem mais atenção ou que falta letra
na palavra. Para eles, isso não faz muito
sentido. O melhor é pedir que a criança leia
mostrando o que escreveu, perguntar se há
outra maneira de escrever a palavra, que
outras letras podemos usar para escrever
determinada sílaba na palavra, entre outros
questionamentos.
Faça boas perguntas aos alunos em relação
às suas escritas. Por exemplo, para os
silábicos- alfabéticos, não adianta falar para
que prestem mais atenção ou que falta letra
na palavra. Para eles, isso não faz muito
sentido. O melhor é pedir que a criança leia
mostrando o que escreveu, perguntar se há
outra maneira de escrever a palavra, que
outras letras podemos usar para escrever
determinada sílaba na palavra, entre outros
questionamentos.
22. Referência Bibliográfica
1. Ferreiro E, Teberosky A. A psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artes
Médicas; 1979.
2. Soares M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte:
Autêntica; 2003.
3. Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de
Apoio à Gestão Educacional. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade
Certa. Interdisciplinaridade no Ciclo de Alfabetização. Caderno 3. Brasília:
MEC/SEB; 2015.
https://novaescola.org.br/conteudo/9907/blog-alfabetizacao-hipoteses-de-
escrita-silabico-alfabeticos-alfabeticos-como-avancar