SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 78
Baixar para ler offline
1
A ETAPA CATEQUÉTICA
GUIA DO ANIMADOR
2
APRESENTAÇÃO: a etapa catequética
Com a etapa catequética entramos na etapa central do itinerário de catequese de adultos de inspiração catecu-
menal, o que numa preparação batismal autêntica, seria o "catecumenado". Nela, a catequese tem um lugar
central, tal como o teve nos séculos gloriosos do catecumenado.
É nesta fase que se alicerça e enraíza fortemente a vida cristã. A catequese, comparando com uma construção,
seria o que garante os alicerces e estrutura o edifício. Depois virá quem irá construir as divisões por dentro,
mas as bases já estão assentes.
Não se pode pensar em bons engenheiros ou médicos se não há uma boa Faculdade onde se preparam e adqui-
rem essa base técnica e profissional. Também, nesta catequese de adultos (sempre que a pessoa não é já de
idade avançada, porque em determinadas idades a vida está estruturada e é muito difícil reorganizá-la), os
catequizandos irão adquirindo um estilo de vida, irão incorporando hábitos de oração e participando na vida
comunitária... Isto é, nesta fase final, o crente irá adquirindo uma boa maturidade na sua fé.
Também, esta fase, por isso, é a mais difícil, já que supõe entrar seriamente na vida pessoal, abrir-se a um
tempo de procura, de caminho e de partilha com outros... E tudo isso é muito difícil numa sociedade em que
todos cuidamos ciosamente da nossa intimidade e da nossa individualidade e em que o tempo parece ser de
ouro. Dedicar dois, três, quatro anos a uma procura da fé supõe um verdadeiro interesse por Jesus Cristo e o
seu Evangelho, e isto não abunda entre nós.
ENTENDER E VIVER O PLANO SALVADOR DE DEUS
Toda a etapa catequética está atravessada pelo fio da História da Salvação. Como Santo Agostinho costumava
dizer, a catequese procura mostrar vivencialmente (que os catequizando vivam) o plano salvador de Deus
desde "ao princípio criou Deus o céu e a terra... até aos momentos atuais da Igreja".
É este o nosso compromisso: ajudar os catequizandos a entender e a viver o plano salvador de Deus, come-
çando, no nosso caso, com as primeiras experiências de Israel (o Antigo Testamento), passando pelo ponto
alto, Jesus Cristo (o Novo Testamento), e vivendo o que se realiza no tempo de hoje, em concreto, a Igreja de
Jesus. Ontem, hoje e sempre, Deus deseja e continua a salvar os seres humanos.
CATEQUESE COM UM "ANTES" E UM "DEPOIS"
Se alguém deseja ter êxito num trabalho concreto terá que ter em conta o "antes" e o "depois" desse trabalho,
isto é, saber com quem o pretende realizar, se conta com alguns trabalhos prévios à elaboração do projeto... e
se tem assegurado o futuro, a continuidade do projeto... A catequese, como projeto de construção de um cren-
te, de uma comunidade cristã, exige que haja um "antes" e um "depois" naqueles que se inscrevem no cami-
nho catequético
 Um antes que poderíamos traduzir pelo impacto experimentado face ao anúncio evangélico, por sentir
"simpatia" pela vivência da fé, por ter sofrido, em maior ou menor grau, um certo deslumbramento
perante esse Deus que se aproxima e te chama calorosa e carinhosamente, por ter o desejo de se encon-
trar com "alguém", com Jesus, com Deus, com algo novo... A oferta de catequese de adultos tem o peri-
go de cair nos mesmos de sempre, acostumados a uma infinidade de ofertas deste estilo, a experiências
3
de grupo diversas, etc. ... Nestes casos, a catequese pode chegar a renovar um pouco o quadro de cren-
ças, a ajudar estes crentes a situar-se melhor diante do facto cristão e da sua repercussão na vida de um
cristão. São efeitos muito positivos... mas é possível que não possam gerar essa novidade, esse entu-
siasmo, essa transformação de vida que pretende.
 Quando não há um depois que continue o experimentado, uma comunidade cristã que ajude a continuar
a amadurecer a fé, oferecendo algumas pistas de ação, algumas celebrações em sintonia com a Palavra
de Deus e com os participantes, um envolvimento comunitário, "a catequese corre o risco de se esterili-
zar". Assim o anotava o Papa João Paulo II na Catechesi Tradendae (CT 25)
Neste sentido é importante que fase da esta catequese tenha imediatamente uma continuação mistagógica,
uma etapa mais espiritual em que se convide o grupo a celebrar essa vida nova que foram descobrindo como
oferta evangélica e como experiência realizada por cada um na sua etapa do caminho catequético. Em concre-
to, una iniciação pós-batismal na fé em que os catequizandos vão tomando consciência da sua missão como
seguidores de Jesus chama a assumir, professar e celebrar esses três sacramentos iniciatórios: o Batismo, a
Confirmação e a Eucaristia. Por isso, a etapa propriamente da catequese termina com a Confissão pessoal de
fé dos catequizandos e culmina, em seguida, com uma curta e intensiva etapa celebrativa espiritual.
UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL
Tudo o que se disse interpela a atitude com que nos introduzimos nesta fase catequética. Poderia acontecer
que muitos dos catequizandos, influenciados em boa medida pelos clichés que permanecem da sua catequese
infantil, pudessem pensar que os esperam algumas "sessões doutrinais", exposições do catequista, uma fase
em que teriam que ler escrever, preencher fichas... Quem assim pense, poderia chegar à catequese, no melhor
dosa casos, com uma atitude recetora, disposto a sentir-se interpelado pelo que lhe vão dizer... mas sempre o
fará numa atitude passiva, com uma disposição pouco criativa, com um deixar que "façam".
São muitos os que passam pela nossa vida e todos somos, em boa parte, o resultado de uma infinidade de con-
tribuições da parte de outros, de uma variedade de encontros e relações... Mas, em última análise, é cada um
que tem que crescer, aprender a andar, a defender-se na vida. Neste sentido a catequese é uma experiência
pessoal, é uma construção lenta em que cada um vai entrando num estilo de vida personalizado, tomando
como eixo e modelo a pessoa de Jesus de Nazaré e seus seguidores.
O Concílio do Vaticano II falava de "ciado" (AG 14) ao referir-se ao catecumenado e todos sabemos que o
noviciado é um tempo de provação em que uma pessoa vai descobrindo um tipo de vida, vai tomando cons-
ciência se e essa vida o que ele ou ela procurava, se se sente bem, realizado...
UM TREINO PRÁTICO
Neste sentido, a catequese é um treino "práxico": não é tanto um tempo de palestras e de teorias mas mais de
uma "praxis" (exercício) n os diferentes aspetos da vida cristã.
A modo de exemplo, um bom treinador de futebol dedicará algum tempo a ensinar táticas, mas o seu principal
trabalho será realizado no campo, jogando, lutando, aprendendo, desfrutando... e procurando trabalhar as dife-
rentes componentes dum jogador de futebol (resistência física, habilidade, agressividade, concentração, rapi-
dez, domínio da bola...). Neste sentido a catequese é um exercício prático nas diferentes componentes da vida
cristã: conhecimento "sapiencial" da mensagem cristã. Iniciação à oração e à celebração, vida comunitária,
atitudes básicas evangélicas, missão, consciência eclesial... todo um trabalho integral.
UMA EXPERIÊNCIA ECLESIAL
Como se referia no tocante ao futebol, é muito importante na catequese a figura do treinador, no nosso caso o
catequista, o iniciador.
4
Um iniciador deve ser, naturalmente, um iniciado nos aspetos de vida cristã que em que deve iniciar os outros.
Como dizia o grande pedagogo Paulo Freire, em educação todos somos ao mesmo tempo educadores e edu-
candos. Isto é muito claro no campo da fé. O catequista vai transmitindo a experiência da fé da Igreja, incar-
nada na sua própria experiência, mas ao mesmo tempo vai-se enriquecendo com a experiência da fé que os
catequizandos vão vivendo (Deus opera no íntimo de cada pessoa).
A catequese como experiência eclesial, é uma experiência, um trabalho comunitário, ma o catequista deverá
cuidar muito o encontro interpessoal, tal como Jesus o sabia fazer. No itinerário catequético, os catequizandos
vão recebendo de uns e de outros, é verdade, mas são eles mesmos que percorrem o seu próprio caminho.
2
5
JESUS, SALVAÇÃO DE DEUS
ETAPA CATEQUÉTICA 1
CHAVES DA PRIMEIRA E SEGUNDA FASE
 Consideramos que o Antigo Testamento deve ser visto e interpretado a partir de Jesus. Propusemos, por
isso, como tema primeiro e inicial "Jesus é o Senhor", que está também ligado com a proclamação do
querigma, culminação da etapa catequética.
 Nesta primeira fase desenvolvem-se quatro temas fundamentais e por esta ordem: o Êxodo, a Criação, a
Aliança e os Profetas.
 Estas quatro catequeses sobre o Antigo Testamento abrem com uma reflexão inicial sobre a comunica-
ção de Deus aos homens e fecham com uma reflexão sobre a literatura sapiencial. Desta maneira pode
captar-se melhor o que Deus realizou a favor do seu povo ao longo da História de Salvação no Antigo
Testamento.
 As catequeses sobre o Novo Testamento partem de Jesus de Nazaré como Cristo Salvador. O Reino
torna-se presente nEle que nos oferece as Bem-aventuranças com caminho. NEle encontramos e desco-
brimos Deus e o ser humano. Ele, que morreu na cruz por nós, vive ressuscitado.
 Esta fase termina com a proposta de elaboração do Projeto Pessoal de Vida Cristã (PPVC), projeto que
pode ser de grande ajuda para o amadurecimento da fé no itinerário catequético de estilo catecumenal.
 As celebrações de passagem estão pensadas para serem realizadas nos 20-30 minutos da última cate-
quese para não acrescentar mais uma reunião. Se se vê que o tempo é muito limitado, poderá haver uma
reunião específica para as celebrações, caso o grupo concorde. O que nunca deverá acontecer é que se
deixem de celebrar. Elas são um elemento muito importante no itinerário de catequese de adultos.
6
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM
E CATEQUESE QUERIGMÁTICA
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM
Da pré-catequese à catequese na sua primeira fase: o Antigo Testamento.
CATEQUESE KERIGMÁTICA
1. JESUS É O SENHOR
As primeiras testemunhas proclamam Jesus como "Senhor" e vivem em comunidades
7
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: Da pré-catequese à catequese na sua primeira
fase (Antigo Testamento)
Ver o desenvolvimento desta celebração no catecismo II, 9-16.
1. Apresentação da Celebração
 Apresentação: a etapa pré-catequética foi uma etapa muito rica, muito iluminadora...
 Cartaz: pode colocar-se um cartaz com uma janela entreaberta e um sol.
 Cântico: Cantamos um cântico que nos convide a caminhar, como por exemplo:
 Caminha povo de Deus... (Cantemos todos nº 7)
 Somos um povo que caminha... (Cantemos todos nº 44)
 Errante vou, sou peregrino... (Cantemos todos nº 233)
 Silêncio oracional: Contemplação do cartaz
 Janela: aberta/ entreaberta/ fechada... e o meu eu com as suas experiências...
 Sol: Luz, Jesus: luz da minha vida...
2. Discernimento
Este capítulo apresenta-se em forma de constatações positivas, e não em forma de perguntas... O estilo é pes-
soal e no singular. Pode colocar-se no plural, dando-lhe um sentido mais grupal...
 Memória da etapa: Trata-se de discernir os aspetos positivos que fomos descobrindo...
 Partilha de experiências: O que preside ao encontro anima os membros do grupo a partilhar as suas
experiências.
 Convite do catequista: Na etapa seguinte descobriremos as grandes linhas da fé cristã:
8
 O ponto nuclear catequético da próxima etapa é Jesus Cristo e a sua mensagem
 Prestaremos também alguma atenção a alguns aspetos do Antigo Testamento.
 Abordaremos temas referentes à Igreja e à vida do cristão... Que todos se entusiasmem para
entrar nesta nova etapa...
3. Oração
4. A palavra
Leitura: Os primeiros discípulos
Pistas para o comentário dos catequistas
Pergunta chave: como estamos a viver este itinerário?
5. Apresentação dos símbolos
Os Símbolos:
 Bíblia: Fonte e referência para a experiência da fé.
 Cruz/signação: Referência a Jesus da cruz, que vamos descobrir pouco a pouco.
 Ephetá/ábre-te: Para que entre a luz é necessário dispor-se.
 Sal: A fé é saborear Deus, Jesus, a sua mensagem
Apresentação e entrega da Bíblia
 Oração
 Cântico Fala, Senhor (ver no CD do 2º ano de catequese do SNEC)
 Entrega
Signação e entrega da cruz
 Oração
 O catequista entrega a cruz.
 Cântico: Eis o caminho. (Cantemos todos nº 111)
Ephtá (ábre-te)
 Oração
 Rito
 Cântico: Estou à porta e chamo. (Cantemos todos nº 912)
O sal
 Oração
 Entrega e saborear do sal
 Cântico: Saboreai e vede. (Cantemos todos nº 149)
9
1. JESUS É O SENHOR: As primeiras testemunhas proclamam Jesus como o
Senhor e vivem em comunidades
OBJETIVOS
1. Descobrir que na história da salvação, a vida dos seguidores de Jesus leva-os a viver em comunidade
2. Sentir o chamamento missionário de comunicar aos outros a alegria de nos termos encontrado com
Jesus e com os irmãos.
3. Ter em conta a importância daquelas primeiras testemunhas para dar a conhecer a outros essa expe-
riência de encontro com Jesus, morto mas ressuscitado, apoiando-nos numa rica experiência comuni-
tária.
MENSAGEM CENTRAL
Os primeiros discípulos proclamam que Jesus começou a ser "Senhor" das suas vidas, a partir da experiência
da sua identificação com Ele.
Têm uma ação missionária: fazem o anúncio de Jesus duma forma corajosa e testemunhal, acompanhando-o
com sinais e prodígios a favor dos necessitados. Vão para lá das fronteiras de Israel, apesar das perseguições,
prisões e morte.
Estes discípulos que experimentaram seu encontro com o ressuscitado vivem em comunidades apoiados em
quatro ações: Ensinamento dos Apóstolos, oração em comum, comunicação de bens (partilha) e a celebração
da eucaristia (fração do pão).
10
Ligados a Jesus ressuscitado e animados pelo seu Espírito, dão testemunho de Jesus a partir da sua vida
comunitária.
A vida e o estilo daquelas primeiras comunidades são ponto de referência obrigatório para as nossas. Cabe-nos
a nós, hoje, dar relevo àquelas primeiras testemunhas, dando a conhecer essa experiência de encontro com
Jesus, morto e ressuscitado, apoiado numa rica vivência da comunhão fraterna.
ASPETOS A SUBLINHAR
 À luz de Jesus vivo, os discípulos descobrem em Jesus morto na cruz o amor solidário de Deus con-
nosco.
 Segundo Act 2,42-47 e 4,32-35, a vida dos discípulos em comunidade tem sempre traços concretos,
que nos desafiam a vivê-los nas nossas comunidades. A relação com Cristo e com o Espírito.
 Convém sublinhar a vitalidade missionária das primeiras comunidades, com as suas características
especiais, sempre em união com o Ressuscitado e sob o alento do seu Espírito.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
O catequista além da apresentação da catequese seguindo o guião que apresentamos ou outro que ache conve-
niente, indicará o trabalho que se deve realizar durante a semana.
Trabalho pessoal
 Ler, devagar, toda a catequese.
 Anotar algum ponto que pareça novidade; assinalar também o que foi difícil compreender.
 Responder por escrito às perguntas que aparecem nos quadros referentes ao "anúncio missionário" e à
"vida da comunidade".
 Sugerimos que estas perguntas sejam partilhadas na reunião, embora no trabalho pessoal se deva
responder a todas.
 Concretizar um compromisso como se indica na última pergunta da catequese, no final do apartado:
"Chamados a ser testemunhas de Jesus ressuscitado".
Na reunião
 Partilha-se o trabalho de casa:
 Os aspetos que mais nos chamaram a atenção na leitura da catequese e o que não compreende-
mos bem.
 As respostas às perguntas.
 O catequista sublinha os pontos que considera importantes e que não apareceram na partilha.
 Para isso pode servir-se do que se acaba de dizer nos apartados "Mensagem central" e "Aspetos
que convém sublinhar.
Oração
O catequista cria o clima adequado e anima a oração.
 Leitura pausada da Carta a Diogoneto:
11
 Silêncio. Partilha do que leitura suscitou em cada um: sentimentos, interpelações... nestes minutos de
oração pessoal
 Agradecemos a Deus o testemunho das testemunhas que encontrámos na nossa vida e o Espírito que o
Pai nos deu.
 Pode, também, ler-se Act 2,42-47.
Textos para a reflexão e oração
Senhor, faz que a minha fé seja plena, sem reservas e que penetre o meu pensamento, e o meu modo de julgar
as coisas divinas e humanas.
Senhor, faz que a minha fé seja livre, que tenha o empenho pessoal da minha adesão e que eu aceite as renún-
cias e deveres que ela comporta.
Senhor, faz que a minha fé seja forte, que não tema a contradição dos problemas de que está cheia a minha
vida, que não tema as invetivas de quem a ataca, a discute ou a nega, mas que se reafirme na prova íntima da
Tua verdade.
Senhor, faz que a minha fé seja alegre, dê gozo e paz ao meu espírito, e o capacite para a oração com Deus e
para o trato com os irmãos.
Senhor, faz que a minha fé seja ativa e dê à claridade as razões da sua expansão moral, de modo que seja ver-
dadeira amizade contigo e seja, nas obras, uma contínua busca de Ti, um contínuo testemunho, um alento
ininterrupto de esperança.
Papa Paulo VI
A vida das comunidades cristãs primitivas
"Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes.
Nem, em parte alguma, habitam em cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma
vida de natureza peculiar.
Nem uma doutrina desta natureza deve a sua descoberta à invenção ou conjetura de homens de espírito irre-
quieto, nem defendem, como alguns, uma doutrina humana.
Habitando cidades Gregas e Bárbaras, conforme coube em sorte a cada um, e seguindo os usos e costumes das
regiões, no vestuário, no regime alimentar e no resto da vida, revelam unanimemente uma maravilhosa e para-
doxal constituição no seu regime de vida político-social.
Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos, participam de tudo mas como cidadãos, e tudo sofrem como
estrangeiros.
Toda a terra estrangeira é para eles uma pátria e toda a pátria uma terra estrangeira.
Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os recém-nascidos.
Servem-se da mesma mesa, mas não do mesmo leito.
Encontram-se na carne, mas não vivem segundo a carne.
Moram na terra e são regidos pelo céu.
Obedecem às leis estabelecidas e superam as leis com as próprias vidas.
Amam todos e por todos são perseguidos.
Não são reconhecidos, mas são condenados à morte; são condenados à morte e ganham a vida.
São pobres mas enriquecem muita gente; de tudo carecem mas em tudo abundam.
São desonrados, e nas desonras são glorificados; injuriados, são também justificados.
Insultados, bendizem; ultrajados, prestam as devidas honras.
Fazendo o bem, são punidos como maus; fustigados, alegram-se, como se recebessem a vida.
São hostilizados pelos Judeus como estrangeiros; são perseguidos pelos Gregos, e os que os odeiam não
sabem dizer a causa do seu ódio.
Numa palavra, o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo.
12
(Da Carta a Diogoneto, séc II?)
PRIMEIRA FASE:
Catequese sobre o Antigo Testamento
REFLEXÃO INICIAL: Deus comunicou-se aos homens ao longo da história e
continua a comunicar-se hoje.
2. O ÊXODO, EXPERIÊNCIA DE LIBERTAÇÃO
Deus quer-nos livres
3. A CRIAÇÃO, DOM E TAREFA
Deus cria-nos por amor
4. A ALIANÇA, EXPERIÊNCIA DE COMUNHÃO
Deus convive com a humanidade para a salvar
13
5. OS PROFETAS, VOZES DE FIDELIDADE E DE ESPERANÇA
Deus acompanha-nos e guia-nos
A REFLEXÃO DOS SÁBIOS
A literatura sapiencial
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM
Da catequese sobre o Antigo Testamento (1 ª fase) à catequese sobre o Novo Testamento (2ª fase)
2. O ÊXODO, EXPERIÊNCIA DE LIBERTAÇÃO: Deus quer-nos livres
OBJETIVOS
1. Descobrir que o que aconteceu no Êxodo revela Deus como libertador, amigo e companheiro de jor-
nada na história nascente de Israel e de todos os povos.
2. Contemplar e agradecer as ações de Deus na nossa história a favor da libertação do homem.
3. Tomar consciência de que somos chamados a colaborar na libertação dos homens e dos povos.
MENSAGEM CENTRAL
Com esta catequese avançamos nas grandes experiências do Antigo Testamento que preparam a vinda salva-
dora do Messias, Jesus de Nazaré.
Os israelitas foram descobrindo o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob; o Deus da promessa e da fidelidade na
sua própria história. Dentro desta, alguns acontecimentos foram de singular transcendência significado para a
sua vida como pessoas e como povo.
Um desses grandes acontecimentos foi o Êxodo: os israelitas que sofrem a amarga experiência da exploração
e escravidão no Egito, passam a viver a gozosa experiência da libertação, obra e realização de Deus.
 Os israelitas descobrem, nesse acontecimento, Deus próximo, solidário e atento à situação, que seja de
sofrimento ou de alegria.
 Mais ainda, descobrem-no como Deus libertador, que se compromete na libertação de todo o tipo de
injustiça ou escravidão, sempre e para todos. Desta experiência nasce Israel como povo, tomando
consciência de ser o povo de Deus.
14
 Para realizar a libertação dos israelitas, Deus pede a colaboração dos homens; assim, com a colabora-
ção de Moisés, realiza o Êxodo (saída) do Egito, e o povo experimenta a passagem da escravidão à
liberdade.
 Por outro lado, o acontecimento do êxodo, lido a partir do Novo Testamento, é imagem da plena e
definitiva libertação e salvação realizada por Jesus Cristo para toda a humanidade.
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 O catequista situa o Êxodo não como um facto, mas como uma etapa importante na história da salva-
ção que Deus quis realizar como expressão do seu amor libertador e salvador. Por isso convém partir
de que Deus quis comunicar-se e autorrevelar-se aos homens, e fê-lo na história e ao longo da história
com gestos e palavras.
 Deus continua e irá continuando a realizar a história da salvação. Na plenitude dos tempos Deus
comunicou-se-nos através duma forma única, através do seu próprio Filho; por Ele se realizou a liber-
tação e a salvação definitiva e integral para todos os homens.
 Deus continua a realizar na atualidade a libertação e a salvação da humanidade. É decisivo, na nossa
vida, ter consciência da necessidade de ser-se libertado das escravidões que nos aprisionam, incluindo
o pecado (injustiça, medos, egoísmo, morte...). E experimentar como Deus nos está a libertar e a sal-
var.
 Isso é fruto da salvação realizada por Jesus Cristo, que venceu o pecado e a morte para todos. Desta
experiência deve nascer uma atitude agradecida na vida quotidiana.
 Esta catequese há de levar cada um a sentir o chamamento pessoal que Deus lhe faz para colaborar na
libertação dos outros.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
O catequista, para lá da apresentação da catequese seguindo o guião que oferecemos ou outro que julgue con-
veniente, indica o trabalho que se deve realizar durante a semana.
Trabalho Pessoal
 Depois da leitura de toda a catequese toma nota de algum ponto que te tenha parecido especialmente
importante ou portador de novidade.
 Indica, além disso, se há algum que não compreendeste suficientemente.
 Responde por escrito ao seguinte:
 Perguntas do Diálogo de "A nossa experiência".
 Perguntas 2 e 3 do Diálogo. "A história da salvação".
 Perguntas de "Expressão de fé".
Na reunião
O catequista situa o que se vai fazer e motiva a participação.
Partilhamos o trabalho pessoal:
Os aspetos que mais nos chamaram a atenção na catequese e também as dificuldades.
A resposta às perguntas
15
O catequista sublinha os aspetos que considera importantes e que não surgiram na partilha. Pode servir-se dos
apartados anteriores:"Mensagem central" e Aspetos que convém sublinhar".
Oração
 O catequista cria o clima adequado e motiva a oração.
 Propomos estes textos para a oração.
Exprimimos a necessidade de sermos libertados: Cantamos: Deus continua a chamar ou outro cântico que
referencie o grito de liberdade do povo de Israel.
 Agradecemos a Deus a libertação dos israelitas do Egito e bendizemos a Deus que nos continua a
libertar das nossas escravidões e pecados. Fazemo-lo recitando o Benedictus (Lc 1,68-79).
 Silêncio.
 Partilha do que cada um experimentou (desejos, apelos ...) neste momento de oração pessoal.
Outros materiais
Pode utilizar-se, também, um vídeo sobre o Êxodo.
OUTROS TEXTOS PARA A ORAÇÃO
Os servidores
Só os podes podem servir.
Os outros não...
Os ricos, os espertos,
os que sabem muito, os que podem muito,
os que estão muito comprometidos não podem servir.
Para servir é necessário abdicar do poder,
é necessário deixar armas e ciência em terra.
Com rivalidade manipula-se mas não se serve.
Para servir é necessário acabar a competição.
É necessário enterrar a ânsia de ganhar.
Interpretar o Povo!
Isso qualquer ditador sabe fazer!
O fascista sabe sempre o que Povo necessita!
Só sabemos uma coisa:
Jesus não servia assim.
Do alto, domina-se, mas não se serve.
Para servir é necessário descer do pedestal.
É necessário colocar os pés no chão e não no pódio.
Com a força conquista-se, mas não se serve.
São demasiado importantes.
Não podem dobrar-se e lavar os pés.
Não podem levantar-se da mesa e servir a refeição.
Têm muito que dizer, que ensinar.
16
Nada têm para aprender.
Os santos também não podem servir.
São demasiado santos para servir.
Têm coisas mais importantes para fazer!
Só os pobres podem servir.
P. Loidi, Mar rojo, 62
Que o coração não se me endureça, Senhor
Senhor, que o meu coração não se acostume
a ver numa situação injusta.
Que em cada dia me escandalize com este mundo
em que uns têm tudo e a outros tudo falta.
Que o meu coração não se acostume ao olhar triste e perdido,
ao cheiro humilhante do álcool, ao gesto caído e desanimado,
à palavra soez ou velhaca, à pouca vontade de viver,
a qualquer prejuízo do irmão,
ao o seu grito a partir da valeta da vida.
Põe, Senhor, ternura no meu olhar,
carícia na minha mão que saúda,
põe misericórdia na minha mente que julga.
Pai, põe sabedoria na minha linguagem.
Dá o dom da escuta aos meus ouvidos.
Pai, que o meu coração não se acostume,
à dor do meu irmão que jaz na valeta.
Que saiba porque está maltratado,
que acaricie a sua história com ternura
e realize um encontro de dois filhos
que num troço do caminho mutuamente se dignificam,
se alegram e se ajudam na vida.
Mari Patxi Ayerra
17
3. A CRIAÇÃO, DOM E TAREFA: Deus criou-nos por amor
OBJETIVOS
1. Descobrir o coração misericordioso de Deus, que não abandona os homens revoltados contra Ele, per-
doa-os e caminha com eles numa história de salvação.
2. Assumir a experiência religiosa de Israel, que descobre no seu Deus, salvador e libertador, o Deus
Criador amoroso do universo e de todos os povos.
3. Descobrir com alegria que Deus criou amorosamente o cosmos, a natureza e a nós como seus filhos e
irmãos de todos.
4. Deixa-se acompanhar por Deus e pelo seu Cristo vivo para completar a nova criação.
MENSAGEM CENTRAL
Deus realiza, por sua própria iniciativa amorosa, a criação do universo progressivamente, em ordem e harmo-
nia. Num determinado momento da evolução cria os seres humanos, convidando-os a crescer, a multiplicar-se
e a dominar a terra. Ainda que se tenham revoltado contra Ele, Deus não os abandona; perdoa-os e caminha
com eles numa história de libertação e de salvação.
Os homens com a sua liberdade rompem a harmonia querida por Deus na sua criação. Contudo, Deus põe em
marcha um novo povo que viva a harmonia do plano criador de Deus.
No auge do seu amor para connosco, os seres humanos, Deus envia o seu Filho que realiza a nova criação,
recriando, tornando mais «familiares» as nossas relações com Deus, entre nós e com a criação.
18
Jesus, o homem novo, o Salvador, convida-nos a colaborar no desenvolvimento do plano salvador e libertador
de Deus, promovendo um convivência mais respeitosa com a natureza e uma convivência mais fraterna com
os outros na história de cada dia.
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 Deus cria amorosamente o mundo e o género humano e nós abusamos da liberdade que Ele nos dá. A
nossa atitude pecadora diante de Deus.
 Deus compraz-se connosco, em especial com o seu Filho encarnado, e faz com que a nossa história se
desenvolva como uma história de salvação.
 Como Israel, caímos na conta de que Deus nos acolhe e nos liberta porque saímos amorosamente das
suas mãos criadoras sem merecimento algum da nossa parte (gratuidade).
 Não basta contemplar a beleza da criação, mas é necessário sermos agradecidos pelo amor com que
Ele tudo criou, e em especial cada um de nós.
 Devemos reconhecer que todos recebemos de Deus e do seu Enviado a missão de completar com Ele
a nova criação.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 Recorda alguma das tuas experiências lendo devagar, duma forma contemplativa, e ao mesmo tempo
reflexiva, o capítulo «A nossa experiência». Essa leitura será muito sugestiva.
 Escreve duma forma sucinta o teu contributo ao comentário do grupo: qual é o sentimento mais bonito
que te provoca a natureza num dia no campo ou na montanha? Que sentimento evocam em ti os lixos
na natureza? Que sentias quando em criança ou adolescente eras apoiado por algumas pessoas (famí-
lia, amigos, colegas de turma…)?
 O povo de Israel, à luz do que foram falando Moisés e os profetas sobre o universo e o ser huma-
no, descobre que Deus não é apenas o seu salvador, mas também o Criador do universo e das
pessoas.
 Também nós, os crentes, (lê capítulo 2: «A história da salvação»), o que é que se torna mais
esclarecedor e te ajuda a ser melhor?
 Responde por escrito às perguntas que se colocam no diálogo do capítulo 2.
 Compromisso em realizar alguma coisa concreta que melhore a nossa natureza e as pessoas que o
senhor criou (tarefa do último diálogo desse capítulo).
ORAÇÃO
 Exprimir em conjunto a admiração e ação de graças ao senhor pela maravilha que é cada pessoa. Pode
recitar-se o salmo 8 (Como é admirável o teu nome em toda a terra)
 Hino das criaturas de São Francisco
 A encíclica Laudato si tem no final estas duas orações:
Oração pela nossa terra
Deus Omnipotente,
que estais presente em todo o universo
e na mais pequenina das vossas criaturas,
Vós que envolveis com a vossa ternura
tudo o que existe,
derramai em nós a força do vosso amor
19
para cuidarmos da vida e da beleza.
Inundai-nos de paz,
para que vivamos como irmãos e irmãs
sem prejudicar ninguém.
Ó Deus dos pobres,
ajudai-nos a resgatar
os abandonados e esquecidos desta terra
que valem tanto aos vossos olhos.
Curai a nossa vida,
para que protejamos o mundo
e não o depredemos,
para que semeemos beleza
e não poluição nem destruição.
Tocai os corações
daqueles que buscam apenas benefícios
à custa dos pobres e da terra.
Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa,
a contemplar com encanto,
a reconhecer que estamos profundamente unidos
com todas as criaturas
no nosso caminho para a vossa luz infinita.
Obrigado porque estais connosco todos os dias.
Sustentai-nos, por favor, na nossa luta
pela justiça, o amor e a paz.
Oração cristã com a criação
Nós Vos louvamos, Pai,
com todas as vossas criaturas,
que saíram da vossa mão poderosa.
São vossas e estão repletas da vossa presença
e da vossa ternura.
Louvado sejais!
Filho de Deus, Jesus,
por Vós foram criadas todas as coisas.
Fostes formado no seio materno de Maria,
fizestes-Vos parte desta terra,
e contemplastes este mundo
com olhos humanos.
Hoje estais vivo em cada criatura
com a vossa glória de ressuscitado.
Louvado sejais!
Espírito Santo, que, com a vossa luz,
guiais este mundo para o amor do Pai
e acompanhais o gemido da criação,
Vós viveis também nos nossos corações
a fim de nos impelir para o bem.
Louvado sejais!
Senhor Deus, Uno e Trino,
comunidade estupenda de amor infinito,
ensinai-nos a contemplar-Vos
na beleza do universo,
20
onde tudo nos fala de Vós.
Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão
por cada ser que criastes.
Dai-nos a graça de nos sentirmos
intimamente unidos
a tudo o que existe.
Deus de amor,
mostrai-nos o nosso lugar neste mundo
como instrumentos do vosso carinho
por todos os seres desta terra,
porque nem um deles sequer
é esquecido por Vós.
Iluminai os donos do poder e do dinheiro
para que não caiam no pecado da indiferença,
amem o bem comum, promovam os fracos,
e cuidem deste mundo que habitamos.
Os pobres e a terra estão bradando:
Senhor, tomai-nos
sob o vosso poder e a vossa luz,
para proteger cada vida,
para preparar um futuro melhor,
para que venha o vosso Reino
de justiça, paz, amor e beleza.
Louvado sejais!
Amen.
4. A ALIANÇA, EXPERIÊNCIA DE COMUNHÃO: Deus convive com a humanida-
de para a salvar
OBJETIVOS
1. Perceber que o Deus da nossa fé é um Deus muito próximo de nós e descobrir que o desejo de Deus
de conviver com a humanidade é uma constante na vida religiosa de Israel (Aliança).
2. Reconhecer que em Jesus se realiza a definitiva Aliança salvadora de Deus, a nova Aliança.
3. Confessar que a comunidade de Jesus – a sua comunidade – convive com Deus em comunidade de
vida, que vive a nova Aliança.
4. Aceitar o convite para viver fielmente a Aliança com Deus, que nos anima, por seu lado, a viver em
aliança com os que nos rodeiam, encarnando essa aliança de amor e amizade na vida quotidiana.
MENSAGEM CENTRAL
O Deus em que acreditamos é o «Deus connosco», próximo, pessoal, dialogante, que deseja conviver connos-
co, viver em aliança.
A história bíblica relata-nos muitas alianças entre Deus e o povo de Israel. Por detrás de todas elas está o amor
de Deus e a sua decisão irrevogável de salvar os seus filhos, de os ajudar para que vivam num clima de amor
baseado na justiça e na paz, mesmo quando o povo se esquece de Deus e rompe com a Aliança.
Jesus é a nova e definitiva Aliança. NEle se unem Deus e a humanidade. Ele é a encarnação de Deus na nossa
história e a oferta definitiva da salvação para toda a humanidade. É Aliança «Nova» – um pacto de amizade
21
novo – porque o Espírito de Jesus cria em nós um «coração novo» e porque se oferece não a um povo mas a
todos os povos.
A Igreja de Jesus é a experiência viva dessa Aliança Nova: quando nos encontramos com Deus na oração e na
escuta da Palavra, quando celebramos na eucaristia o amor de Deus, manifestado na entrega de Jesus, e quan-
do descobrimos em toda a pessoa, especialmente nas necessitadas, o rosto de Deus, e no serviço que sempre é
amor encarnado que cura.
Deus convida-nos a viver também hoje a viver a experiência de aliança, de comunhão com Ele, com gestos
que consolidam essa relação confiante e habitual com Ele. E viver fielmente na aliança com Deus deve ani-
mar-nos necessariamente a viver em aliança com os que nos rodeiam
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 É Deus quem toma a iniciativa, de forma gratuita, e nos convida a viver sempre em união com Ele. A
nós compete-nos responder generosamente ao seu convite.
 Jesus é a união mais plena – a aliança mais profunda – entre Deus e a humanidade. É Ele que realiza a
nova e definitiva Aliança salvadora entre Deus e todos os povos da história humana.
 A Igreja é experiência viva da nova aliança na sua vida e nas suas ações pastorais. Por isso é sinal e
instrumento dessa aliança no meio da humanidade
 Somos convidados a acolher com alegria essa convivência com Deus que Ele mesmo nos oferece e a
viver com fidelidade essa aliança com palavras e gestos da vida quotidiana.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 Lê pausadamente a catequese e procura responder às diferentes perguntas que nela aparecem.
 Anota algum ponto que te pareça ter novidade ou ser significativo e assinala também o que te pareceu
difícil de entender.
 Responde por escrito à penúltima pergunta do Diálogo de «A nossa experiência» e à primeira de «a
história da salvação»
ORAÇÃO
 Reza com alegria e confiança o salmo 62, desejando uma verdadeira experiência de encontro com
Deus.
 Tendo em conta o capítulo «Expressão de fé» concretiza um compromisso que consolide a tua comu-
nhão com Deus e com os outros.

OUTROS TEXTOS PARA A REFLEXÃO E ORAÇÃO
Servir
Onde houver uma árvore para plantar, planta-a tu. Onde houver um erro para emendar, emenda-o tu. Onde
houver necessidade de um esforço a que todos se esquivam, aceita-o tu. Sê o que afasta a pedra do caminho, o
ódio dos corações e as dificuldades do problema. Há a alegria de ser santo e justo, mas há, sobretudo, a imen-
sa alegria de servir.
22
Que triste seria o mundo se tudo estivesse feito!
Se não houvesse uma roseira para plantar, uma empresa para empreender!
Não caias no erro de que só há méritos nos grandes trabalhos.
Há pequenos serviços: pôr uma mesa, ordenar uns livros, pentear uma criança.
Servir não é uma tarefa de seres inferiores. Deus, que é o fruto e a luz, serve.
Pergunta-te em cada dia: serviste hoje?
Gloria Fuertes
5. OS PROFETAS, VOZES DE FIDELIDADE E ESPERANÇA: Deus acompanha-
nos e guia-nos
OBJETIVOS
1. Conhecer melhor a personalidade e a mensagem dos profetas bíblicos, para entender o profetismo de
Jesus.
2. Perceber que Deus continua a enviar profetas hoje.
3. Tomar consciência da nossa condição de profetas pelo batismo.
MENSAGEM CENTRAL
Na nossa vida pessoal e coletiva temos necessidade de pessoas com autoridade moral e coerência de vida que
nos sirvam de referência, sobretudo nos momentos conflituosos e de crise.
Foram assim, da parte de Deus, os profetas bíblicos para o povo de Israel. Não eram «adivinhos do futuro»
mas eram como «luzeiros» colocados por Deus e mensageiros seus.
As suas características fundamentais são:
 Denunciam o pecado, a infidelidade do povo, a injustiça… e anunciam a intervenção salvadora de
Deus,
 a partir da autenticidade de vida,
 abarcando todas as esferas da vida religiosa e civil,
 à luz da Palavra de Deus e do espírito da Aliança,
 como enviados de Deus, seduzidos por Ele.
23
Estes profetas anunciam e prefiguram o profeta definitivo Jesus.
A Igreja é uma comunidade profética. Os batizados participam na missão profética de Jesus. Já a descobrimos,
e vivemos?
ASPETOS A SUBLINHAR
 As características dos profetas bíblicos.
 Jesus é o profeta definitivo.
 A nossa condição de profetas pelo batismo
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 Pode indicar-se ao grupo que antes da leitura pessoal do tema em casa, cada um escreva o que lhe
sugere a palavra «profeta», para poder comparar, depois de ler o tema, se há muita diferença do que
pensava antes.
 Na reunião pode partir-se – brevemente – da experiência da necessidade que sentimos de pessoas que,
em momentos cruciais, nos orientem ou nos ajudem. Sentimos alguma vez esta necessidade? Quando?
Respondemos às perguntas do Diálogo do capítulo 1 «A nossa experiência».
 O grosso da reunião será dedicado a analisar as características fundamentais dos profetas bíblicos (nº
1 do Capítulo 2 «A história da Salvação». Também se podem ler os textos bíblicos citado nos núme-
ros 1-5 desse capítulo.
 O nº 2 «Jesus, o profeta definitivo», dentro da «história da salvação» pode apontar-se apenas, sem se
deter aí muito tempo, pois nos temas dedicados a Jesus se tratará com mais profundidade.
 É importante reservar uma parte de reunião para falar do nosso profetismo batismal (Capítulo 3
«Expressão da fé») e sentido que tem ou como o podemos realizar. Podem comentar-se as citações do
Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica, de Paulo VI e Papa Francisco, assim como as perguntas
do D desse capítulo.
 Se parecer oportuno, e se houver tempo, poderá regressar-se às respostas dadas antes e o que agora se
sabe. O que é que mudou?
ORAÇÃO
Além do sugerido no tema poderá ainda ler-se um dos relatos proféticos de vocação (Is 6,1-8; Jr 1,4-10
24
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: da catequese sobre o Antigo Testamento (1ª fase) á
catequese sobre o Novo Testamento (2ª fase)
Ver o desenvolvimento no livro dos participantes p 103-108
Devem estar preparado os cartões da «História da Salvação» e das «Bem-aventuranças».
AMBIENTAÇÃO
Ler com espontaneidade em tom de intimidade e ao som de música de fundo.
 Fomos descobrindo no decorrer das catequeses com admiração e alegria os grandes acontecimentos
em Deus intervém para se dar a conhecer a todos nós.
 Surpreende-nos revelando-se como criador de todas as coisas
Durante um breve tempo sobe-se a música de fundo.
Ao começar o parágrafo seguinte, baixa-se a música
 E para maior assombro, no caminha para a Terra Prometida, Deus comprometeu-se a conviver con-
nosco numa Aliança de família.
 Deus oferece-nos a sua Palavra por meio dos Profetas, seus amigos íntimos.
 E envia-nos Jesus, o seu Filho Encarnado…
Silêncio e contemplação
Depois do silêncio acaba-se a introdução e introduz o Salmo, já sem música de fundo
25
SALMOS RECITADOS
Responde-se como está indicado na p. 105 do catecismo
RITO DE ENTREGA DA NARRAÇÃO BREVE DO ANTIGO TESTAMENTO
Convite do catequista
Embora todos estes prodígios que Deus fez por nós possam ler-se na Sagrada Bíblia que recebemos na passa-
gem da Pré-catequese à Catequese, convém ter à mão uma «Narração Breve» da história da salvação» no
Antigo Testamento.
Entrega
O Catequista vai entregando o folheto a cada um:
 (Nome) recebe este folheto que te servirá de guia para ler a Narração das maravilhas de Deus, que são
também testemunho de amor para contigo.
 Resposta: Bendito seja Deus para sempre.
Cântico
 Dai graças ao Senhor…
Convite para passar à segunda fase da etapa catequética
Seguir o que está no catecismo p. 108
Entrega das Bem-aventuranças
A cada um é entregue o texto das Bem-aventuranças.
Nota: os cartões preparam-se antecipadamente. A narração breve está no anexo 1 do Catecismo.
26
SEGUNDA FASE.
CATEQUESE SOBRE O NOVO TESTAMENTO
6. JESUS DE NAZARÉ, O CRISTO NOSSO SALVADOR
7. JESUS: «O REINO E DEUS ESTÁ NO MEIO DE VÓS»
8. AS BEM-AVENTURANÇAS: A ALEGRIA DOS QUE VIVEM O EVANGELHO
9. EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS DEUS
10.EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS O HOMEM
11.JESUS REZA E ENSINA-NOS A REZAR
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM – ENTREGA DO PAI NOSSO.
ENCONTRO DE ORAÇÃO – PAI NOSSO
12.JESUS MORRE NA CRUZ POR AMOR
13.JESUS RESSUSCITOU E VIVE
14.O PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM DA CATEQUESE SOBRE CRISTO À CATEQUESE SOBRE A IGREJA
27
7. JESUS: «o reino de Deus no meio de vós»
OBJETIVOS
1. Descobrir o reino de Deus como uma boa notícia para todos os homens e mulheres.
2. Suscitar uma atitude de agradecimento e de esperança gozosa diante da notícia do reino, porque Deus
quis dar-nos uma vida nova e plena: sermos seus filhos e participantes do seu Reino.
3. Tomar consciência de que a nossa missão como Igreja, como discípulos de Jesus de Nazaré, consiste
em anunciar e desenvolver – colaborando com o Espírito – o reinado de Deus.
MENSAGEM CENTRAL
O Reino de Deus foi o ponto nuclear da pregação de Jesus. Em Jesus de Nazaré torna-se história, encarna-se o
Reino de Deus. Jesus é o Reino e Deus no meio de nós.
Jesus proclamou o começo de uma vida plena que implica a transformação das pessoas, tornando-as radical-
mente novas em todas as dimensões da vida, assim como uma nova forma de convivência humana.
O Reino é um dom, uma oferta de Deus que requer da parte do homem acolhimento e colaboração com o
Espírito de Jesus, para que se vá desenvolvendo e fazendo com que os homens participem dele, aqui e agora, e
em plenitude depois da morte.
É algo dinâmico e transformador, cresce lentamente. Daí as imagens bíblicas que se usam para falar dele: grão
de mostarda, fermento que se mistura na massa…
Todos somos destinatários do Reino de Deus, mas os pobres são os primeiros e os preferidos.
A Igreja não é o Reino de Deus, mas tem como missão anunciá-lo e realizá-lo, começando por encarnar na sua
vida os valores do Reino. Esta é, pois, a nossa missão; e está a pedir-nos que deixemos Deus reinar na nossa
vida (o seu amor, justiça, misericórdia, liberdade, perdão…) e nos tornemos construtores do Reino.
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 O Reino é dom de Deus, presença viva que está já dentro de nós e entre nós.
28
 O Reino de Deus é algo novo que, se o acolhemos, nos torna homens novos, pois participamos da vida
de Deus
 Os pobres são os destinatários preferidos do Reino.
 O acolhimento do Reino, concretizado no acolhimento de Jesus o Cristo e do seu Evangelho, é a ati-
tude própria do cristão, assim como colaborar com o espírito para que os homens acolham e vivam o
reino de Deus.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Trabalho pessoal
 Depois de ler atenta e pausadamente toda a catequese, anota algum ponto que te pareça ser significati-
vo ou com alguma novidade. Assinala também o que não entendeste suficientemente.
 Responde por escrito às perguntas do ponto 4 do capítulo 2 «A Igreja ao serviço do Reino».
 Concretiza algum compromisso como se indica em «O Reino dom e tarefa, no capítulo 3, «Expressão
de fé».
Na reunião
O catequista determinará o momento da oração dentro do desenvolvimento da catequese.
 Partilhamos os trabalhos de casa:
 Os aspetos que mais no chamaram a atenção na leitura da catequese e também as dificuldades.
 As respostas e as perguntas.
 O catequista sublinha os aspetos que considera importantes e que não tenham aparecido na parti-
lha
 Para a oração podemos usar o salmo 96
 Cada um lê em silêncio e depois recita-se comunitariamente.
 Silêncio.
 Cântico: Dá-nos um coração.
 Depois de uma introdução ao Pai Nosso, sublinhando a petição» Venha a nós o teu Reino», reza-
se o Pai Nosso.
 Partilhamos os sentimentos, os chamamentos e interpelações que a catequese, juntamente com a
oração, despertou em cada um.
29
8. AS BEM-AVENTURANÇAS: a felicidade dos que vivem o evangelho
OBJETIVOS
1. Descobrir que as bem-aventuranças – dom e tarefa humana – são o caminho da autêntica felicidade.
2. Conhecer e aprofundar o significado das bem-aventuranças.
3. Assumir a prática das bem-aventuranças como o estilo de vida do Reino e da vida cristã.
MENSAGEM CENTRAL
Existe uma íntima relação entre esta catequese e a catequese do Reino de Deus, que trabalhámos anteriormen-
te.
As bem-aventuranças são, antes de mais nada, Boa Notícia, anúncio de felicidade. São dom de Deus em favor
dos homens.
Apresentam-nos o rosto de Deus: como pensa, sente, age e ama Deus.
Jesus de Nazaré viveu-as de um modo inigualável. Podemos dizer que são o seu retrato vivo.
Recolhem as atitudes que todos os seguidores de Jesus devem ter.
A implantação do reinado de Deus na vida dos homens traz-lhes felicidade, sobretudo aos que estão a sofrer,
aos pobres, marginalizados e desprezados.
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 As bem-aventuranças são a carta magna que Jesus de Nazaré propõe para ser verdadeiramente feliz e
ajudar os outros a ser felizes.
 Só é possível vivê-las com a ajuda do Espírito que nos foi dado e colaborando com Ele. Não esque-
çamos que são dom de Deus e tarefa humana.
 São o programa de vida de todo o seguidor de Jesus de Nazaré, não apenas para alguns.
 Apresentam as atitudes que se requerem para acolher o reinado de Deus na nossa vida pessoal e dos
que, por sua vez, desejam colaborar na sua implantação no mundo.
30
 Viver as bem-aventuranças é um processo: vão-se dando passos progressivos na sua vivência e práti-
ca.
 DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 O catequista apresenta a catequese prestando atenção aos seus objetivos e animando os catequizandos
para que entrem na vida e felicidade que brota da prática progressiva das bem-aventuranças.
 Propõe e concretiza o trabalho que pessoalmente se deve realizar.
Trabalho pessoal
 Leitura do sermão da montanha, capítulos 5, 6 e 7 de São Mateus, para situar as bem-aventuranças no
seu contexto.
 Depois da leitura de toda a catequese, anota algum ponto que te tenha parecido especialmente sugesti-
vo e portador de novidade. Indica também se houve alguma coisa difícil de entender.
 Responde por escrito:
 Às perguntas do primeiro Diálogo do capítulo «A nossa experiência»
 Às perguntas do Diálogo do capítulo «A história da salvação».
 Concretiza em que bem-aventurança te vais esforçar de maneira especial, em que aspeto dela.
Na reunião
 Começamos por proclamar as bem-aventuranças: Mt 5,1-12 e Lc 6,20-23.
 O catequista propões uma partilha que nasça da experiência e apresenta, como os outros, o seu traba-
lho pessoal.
 Partilha dos trabalhos de casa:
 Os aspetos que mais nos chamaram a atenção na leitura da catequese e também as dificuldades.
 As respostas às perguntas.
 O catequista sublinha os aspetos que considera mais importantes e que não apareceram na parti-
lha. Para isto ajudará o que se acaba de dizer na «Mensagem central» e «Aspetos que convém
sublinhar»
Oração
 Pode fazer-se a oração a partir do Magnificat. O catequista introduz a sua leitura. O Magnificat é o
canto dos pobres que põem a sua confiança em Deus, que age em seu favor e denuncia os que abusam
dos mais fracos. No Magnificat Maria exprime que se sente feliz sendo pobre e solidária como os
necessitados.
 Leitura: Lc 1,46-56.
 Depois de um tempo de silêncio convidam-se as pessoas a exprimir os seus sentimentos, o eco do
magnificat ou o que a reflexão sobre as bem-aventuranças suscitou na vida de cada um.
 Termina-se recitando o Salmo 145.
31
9. EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS DEUS
OBJETIVOS
1. Tomar consciência das nossas imagens, talvez incorretas, de Deus, para poder purificá-las, sobretudo
à luz da mensagem de Jesus.
2. Captar a mensagem de Jesus sobre Deus para a interiorizar e viver.
MENSAGEM CENTRAL
Todos temos imagens-vivências de Deus, fruto da educação ou do ambiente, com as quais nos sentimos mais
ou menos bem.
Talvez sejamos levados a pensar que algumas das nossas imagens negativas se devem ao Antigo Testamento e
ao seu modo de nos apresentar Deus: vingativo, legalista. Castigador…Mas o A.T. oferece-nos muitas afirma-
ções maravilhosas sobre Deus, que talvez desconheçamos e que culminam com a mensagem de Jesus.
Em Jesus aprendemos como e quem é Deus verdadeiramente: próximo, misericordioso, que sente predileção
pelos mais pequenos….
Jesus ensina-nos algo incontornável sobre Deus: é Pai, Trindade, frágil até à morte…
Por tudo isso nos perguntamos com que atitudes devemos procurar o Deus de Jesus e purificar a sua imagem
em nós
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 As nossas imagens-vivências de Deus.
 É importante apreciar o AT na sua mensagem positiva sobre Deus sem ficar apenas com as imagens
negativas, que devemos entender como formando parte dum caminho e evolução e purificação reli-
giosa do povo de Israel.
 Mas devemos, sobretudo, centrar-nos na mensagem de Jesus sobre Deus e rever à sua luz as nossas
imagens e vivências, perguntando-nos em quê e como podem mudar.
32
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 Deve partir-se das imagens e vivências reais que temos sobre Deus. Para isso pode haver uma peque-
na partilha da experiência de cada um.
 É possível que a nossa perceção do AT seja negativa ou um misto de negativo e positivo. Deve ter-se
em conta que já tratámos de alguns temas nucleares do AT. É importante insistir em que o AT contém
e reflete uma evolução e amadurecimento progressivo da perceção de Deus por parte do povo (peda-
gogia paciente de Deus), e um crescimento até à maturidade da revelação de Jesus Cristo.
 Estes dois pontos anteriores não devem ocupar um excessivo espaço, procurando não entrar em dema-
siadas discussões.
 O importante do tema é a mensagem de Jesus sobre Deus (capítulo 2, 2).
 Responder à pergunta do Diálogo do ponto 2 «Jesus: a sua vivência de Deus»: o que mais gostá-
mos e o que nos interpelou. Comentar as respostas.
 No Capítulo 3. «Expressão de fé» responder às perguntas do Diálogo.
Oração
 Mt 11,25-27 (ou alargando até ao v. 30).
 Leitura pausada por um bom leitor
 Silêncio.
 Expressões espontâneas.
 Recitação em comum da oração de Charles Foucauld.
33
10. EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS O HOMEM
OBJETIVOS
1. Cair na conta de que há diferentes maneiras de perceber e definir o ser humano. A partir das diferentes
filosofias, experiências vitais, etc.
2. Descobrir e interiorizar alguns traços fundamentais do «homem novo» do Evangelho.
MENSAGEM CENTRAL
Fizeram-se e continuam a fazer-se muitas descrições do ser humano, por vezes contraditórias ou muito dife-
rentes, que dependem das ideias filosóficas, das experiências pessoais e históricas, etc.
Por isso nos perguntamos: qual é a nossa ideia-perceção fundamental do ser humano ideal?
Em Jesus descobrimos não só quem é Deus (tema anterior), mas também quem é o homem. Este homem do
Evangelho tem dois traços fundamentais:
 Está aberto a Deus a quem coloca no centro da sua vida como único Absoluto.
 Está aberto aos outros, vive a fraternidade (universal, sem exclusões, misericordiosa, não violenta, ao
serviço dos outros…)-
 Realizar em si mesmo este modelo de pessoa exige esforço e às vezes perseguição, como aconteceu
ao Mestre Jesus.
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 Sobretudo, a dupla dimensão do ser humano enquanto:
 Aberto a Deus (sentido da transcendência, centralidade de Deus na vida, filiação...).
 Aberto aos outros (fraternidade)
34
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 Podemos partir de uma espécie de «retrato robot» do ser humano ideal, o homem/mulher novos, «utó-
picos» (pergunta final do segundo Diálogo do capítulo «A nossa experiência». Os traços fundamen-
tais que lhes iremos atribuir dependem, sem dúvida, da nossa sensibilidade cristã. Mas, neste primeiro
momento, procuraremos ficar basicamente no nível da perceção humana.
 O conjunto da reunião deverá estar centrado no «homem novo» evangélico.
 Cometa-se o que mais chamou a atenção.
 Responde-se às perguntas do Diálogo do capítulo 2 «A história da salvação».
Oração
 Termina-se o tema lendo alguns dos «modelos do homem novo» das cartas paulinas citadas no capítu-
lo «Expressão de fé».
 Faz-se um momento de silêncio.
 Neste clima de interiorização convida-se a fazer o compromisso de trabalhar alguma característica
concreta em que se seja mais «deficitário» (de acordo cm o que se diz no Diálogo do capítulo 3
(«Expressão de fé).
11. JESUS REZA E ENSINA-NOS A REZAR
OBJETIVOS
1. Descobri a importância que Jesus dá à oração (relação com Deus, seu Pai), como Jesus reza e como
entende a oração.
2. Tomar consciência do lugar que a oração ocupa na minha vida e que tipo de oração faço.
3. Conhecer como Jesus ensina os seus discípulos a rezar e aprender a rezar como Ele.
MENSAGEM CENTRAL
Jesus é um grande orante. Mantém uma relação profunda e amorosa com Deus, seu Pai.
A oração ocupa um lugar muto importante na sua vida: nela cultiva uma relação filial e confiante com seu Pai
e vai descobrindo a missão que o Pai lhe entrega.
A sua oração tem traços concretos: cultiva a oração de louvor, de agradecimento, de abandono, de súplica ou
de petição confiante; também faz oração contemplativa. Na sua oração é notável a familiaridade da sua rela-
ção com Deus, centrada em algo muito importante para Jesus: conhecer a vontade de Deus para a realizar
fielmente.
Jesus preocupa-se com a iniciação dos seus discípulos na oração, e fá-lo duma forma excelente. No Pai Nosso
deixou-nos o melhor desse ensinamento.
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 Jesus manteve uma relação muito íntima e permanente com seu Pai; a oração – encontro pessoal com
Ele – alimentava essa relação, expressão da corrente de amor que os unis.
35
 Jesus cultivou intensamente a oração, frequente e confiante com seu Pai; sempre a partir da sua situa-
ção pessoal e missão concreta. A ela levava a vida e as necessidades dos homens e mulheres, sempre
atento às suas situações concretas. Sem oração não pode entender-se nem pode haver vida autentica-
mente cristã.
 A Nossa oração, ao estilo de Jesus deve estar marcada por uma relação amorosa e confiante; sempre
aberta a descobrir a vontade de Deus na nossa vida; feita a partir da nossa realidade pessoal e missão
concreta; atenta à vida e necessidades das pessoas.
 Na nossa oração devemos cultivar os diferentes tipos de oração que Jesus praticou. Também nisto é
nosso Mestre.

DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Trabalho pessoal
 Leitura de toda a catequese.
 Para partilhar na reunião a tua experiência no campo da oração, responde por escrito, de forma muito
breve:
 Às perguntas do primeiro Diálogo do Capítulo «A nossa experiência»
 À última pergunta do Diálogo do capítulo «A História da salvação».
 É conveniente, para não dizer necessário, que os membros do grupo cheguem a algum compromisso
para melhorar a vida de oração. Se não se chega a isso, ficou-se apenas no falar da importância da
oração, o que é insuficiente. O último Diálogo do tema da catequese aponta para aí.
Na reunião
 É importante reservar um momento da reunião para a oração.
 Partilha-se o trabalho realizado a nível pessoal. O catequista determinará se tudo ou se só o que mais
convenha ao grupo. Em nenhum caso devem deixar de abordar as perguntas do capítulo 2 «História da
salvação».
Oração
 Pode ler-se Mt 6,5-8
 Quem anima e motiva à oração convida a reler em clima de oração o breve comentário sobre o Pai
Nosso que está no desenvolvimento da catequese.
 Rezamos juntos o Pai Nosso.
 Rezamos em silêncio.
 Convida-se a partilhar a oração pessoal que cada um fez.
No esquema do processo, ao finalizar esta catequese, recomenda-se uma pequena celebração para a entrega
do Pai Nosso.
O catequista decide se se suprime este momento de oração aqui indicado ou se ambos se mantêm.
36
CELEBRAÇÃO: entrega do Pai-nosso
Celebração de ação de graças
Pistas de oração, tendo em conta as catequeses anteriores e apresentadas num estilo vivencial-pessoal mais
que conceptual.
1. VINDE E VEDE
Saber estar com Jesus e descobrir o seu estilo de vida.
 Reflexão
 Prece
2. AÍ ESTÁ O REINO
A difícil convivência. Chamados ao Reino!
 Reflexão
 Prece
3. AS TUAS MENSAGENS, AS TUAS BEM-AVENTURANÇAS
A carta magna da felicidade: as bem-aventuranças
 Reflexão
 Cântico: Bem-aventurados sois vós
 Prece
4. ENCONTRAR E DESCOBRIR
Imagem falsa de Deus
 Reflexão
 Prece
5. A NOVIDADE DE JESUS
37
Fome de ser pessoas… Jesus, o homem novo
 Reflexão
 Cântico
 Prece
6. ORAMOS COM JESUS
Jesus porque rezas? Amas e confias em teu Pai
7. RITO DE ENTREGA DO PAI NOSSO
Sentido
No final desta celebração entregaremos um cartão como o Pai Nosso que remete para um comentário ao pai
Nosso.
O cartão
O cartão pode ter escrito num lado o Pai-nosso e no outro um breve texto que convide a descobrir e a assimilar
Possíveis leituras
 Romanos 8, 14-17.26-27
 Gálatas 4, 4
 Salmo 102 (canta a bondade paterna de Deus)
Fórmula de entrega
Toma em tuas mãos este Pai-nosso e o esquema do seu comentário:
Descobre, saboreia, assimila nela as grandes linhas do pensamento de Jesus.
Que seja o teu alimento diário.
Que seja a nossa oração na comunidade cristã.
Que seja a expressão da confiança depositada no Pai.
38
ENCONTRO DE ORAÇÃO: o Pai-nosso
Encontro de oração
O Comentário ao pai Nosso que se encontra nas páginas 193-200 pode converter-se num encontro de oração
comunitária.
Para isso tenha-se em conta o seguinte:
 Cada uma das invocações pode ser lida por um membro do grupo.
 Sugere-se uma leitura calma, pausada.
 Uma música suave de fundo durante a leitura dos testos e com um volume mais alto entre uma petição
e a outra pode ajudar à oração.
Momento de oração pessoal
Este texto pode também converter-se num recurso para a oração pessoal. O catequista convida, no final do
encontro a recordar com frequência este texto, servir-se dele e orar a partir de alguma petição.
Pode seguir-se este esquema:
 Reza-se primeiro o Pai Nosso.
 Escolhe-se uma petição.
 Lê-se o texto de comentário a essa petição.
 Medita-se o texto lido.
 Continua-se a oração com palavras que exprimam os sentimentos pessoais.
 Termina-se rezando o Pai Nosso.
39
12. JESUS MORRE NA CRUZ POR AMOR
OBJETIVOS
1. Conhecer e situar historicamente a morte de Jesus: a sua realidade, as causas que a provocaram, o
processo.
2. Contemplar e interiorizar o mistério de amor presente nesta morte e o seu sentido salvífico «por nós».
3. Deixar-se interpelar pela entrega de Jesus até à morte, como convite a um estilo de vida também
entregue e oferecido: a Deus e aos outros.
MENSAGEM CENTRAL
Este tema e o seguinte – ressurreição – são inseparáveis. Ambos configuram a páscoa de Jesus. Se os trata-
mos separadamente é apenas por uma questão metodológica, mas deve ter-se em conta que na fé cristã não se
compreende um sem o outro.
A morte de Jesus é o culminar de uma vida de entrega e de amor, e não pode se entendida desvinculada de
toda a sua vida.
Há causas históricas que levam Jesus à cruz e que se refletem nos dois processos a que é submetido: causas
«religiosas» para os judeus e «políticas» para os romanos.
Para nós, cristãos, é importante sobretudo o sentido desta morte que se exprime nos textos da primeira tradi-
ção cristã de várias formas: «Morreu por nós…, pelos nossos pecados…, amou-nos e entregou-se por nós….».
Na morte de Jesus torna-se claro a sua fidelidade plena ao Pai, mas também a fidelidade de Deus à humanida-
de: em Jesus, Deus partilha a nossa condição humana até à morte. Por isso esta morte nos liberta, redime, sal-
va.
Diante da sua morte Jesus leva-nos a fazer nossas as suas atitudes de amor, entrega, dádiva, solidariedade
libertadora…, e a sentirmo-nos próximos de todos os crucificados da história.
40
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 A morte de Jesus como consequência de toda uma vida de entrega e de amor: a Deus e aos homens.
 A morte de Jesus como solidariedade de Deus com a humanidade.
 O chamamento que a morte de Jesus é para nós: uma vida entregue aos outros.
 É importante suscitar e expressar os sentimentos de admiração e de agradecimento a Jesus, que se
entrega «por nós» até à morte.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 Pode dedicar-se um breve espaço de tempo a comentar algum aspeto que mais tenha chamado a aten-
ção do ponto 1, «O facto histórico» do capítulo 2, «História da Salvação».
 Mas sobretudo interessa aprofundar o ponto 2 desse mesmo capítulo, «Uma morte salvadora» respon-
dendo às perguntas do Diálogo correspondente.
 Se necessário, o catequista irá ao encontro das possíveis dificuldades e dará os esclarecimentos, pro-
curando que não sejam considerações teóricas, mas ajuda dando a aflorar os sentimentos e reações
vitais dos membros do grupo.
Oração
O tratamento deste tema deve incluir um tempo de contemplação orante da cruz de Jesus. Para isso:
 Pode colocar-se um crucifixo ou um ícone diante ou no meio do grupo.
 Ou ir a uma igreja ou oratório e convidar os membros a dizer alguma frase de louvor, agradecimento,
gratidão, petição (é importante exprimir sentimentos de gratidão e de admiração).
Pode terminar-se lendo algum texto apropriado:
 Hino da carta aos Filipenses (2,6-11)
 O Soneto Não me move.
 O Hino à Cruz
 Canta-se Vitória tu Reinarás ou outro hino à Cruz.
Neste clima de oração, o catequista convida a imitar a atitude de entrega de Jesus com algum compromisso
concreto por parte de cada um. No sentido do que se disse no final do tema.
41
13. JESUS RESSUSCITOU E VIVE
OBJETIVOS
1. Aproximarmo-nos do acontecimento da ressurreição de Jesus, tal como o viveram e transmitiram os
discípulos.
2. Captar o mistério fundamental desta Boa Notícia: Jesus ressuscitou da morte.
3. Aprofundar a importância da espiritualidade pascal para a vida cristã.
MENSAGEM CENTRAL
Deve ter-se pressente a «nota» do tema anterior sobre a unidade dos temas
Aqueles discípulos defraudados pela morte do Mestre têm uma experiência única: O Senhor vive!
E anunciam, narram e celebram esta nova realidade como uma Boa Notícia que transforma a vida: uma notí-
cia não só sobre Jesus não só (que ressuscitou e vive), mas também sobre Deus (que não deixou o seu Filho na
morte), o Espírito (dom de vida e vivificador) e o homem (chamado à vida sem fim em Cristo).
A ressurreição de Jesus transformou a nossa vida. Devemos, como seguidores, viver uma espiritualidade pas-
cal. Isto só é possível na medida em que o nosso encontro com Jesus vivo seja verdadeiramente vivificante e
transformador, como o foi para os primeiros discípulos.
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 A mensagem da ressurreição, segundo o testemunho dos apóstolos e outros escritos do Novo Testa-
mento.
42
 A incidência da ressurreição de Jesus na nossa vidai: a fé como encontro transformador com Jesus
vivo, a espiritualidade pascal.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 É necessário que no tratamento do tema não fiquem por abordar os dois aspetos anteriormente subli-
nhados
 Há algo sobre o «acontecimento» que queremos comentar? Ou então comentar os no capítulo 2 os
pontos 1 e 2, «Os apóstolos anunciam…» e «A mensagem da ressurreição». Pode reler-se o texto e os
membros do grupo vão assinalando o que lhe chama a atenção ou o que requer alguma explicação).
 É importante ter tempo para o aspeto da espiritualidade pascal (ponto 2 do capítulo 3), respeitando os
«lugares atuais do encontro com Cristo ressuscitado.
Oração
 Logo ao início do tema ou então no meio – depois da Boa Notícia da ressurreição – acende-se o círio
pascal ou um ouro círio bonito como símbolo de Cristo vivo e coloca-se no meio do grupo.
 Termina-se a reunião recitando em conjunto – pode ser também um leitor a fazê-lo – o hino da Litur-
gia das Horas, Nasceu o Sol da Páscoa, deixando um espaço de silêncio para interiorização. Se Se
acende o círio a meio da reunião, pode recitar-se o hino nesse momento, antes de passar ao ponto da
espiritualidade pascal.
14. O PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ (PPVC)
OBJETIVOS
1. Compreender adequadamente o que é um Projeto Pessoal de Vida Cristã (PPVC) e as dimensões que
abarca.
2. Valorizar o que o PPVC pode aportar à maturidade da fé no processo catequético de estilo catecume-
nal.
3. Elaborar, cada membro do grupo, o seu próprio PPVC.
4. Ver o desenvolvimento detalhado do PPVC no livro dos participantes (p. 225-232).
1. O PROJETO PESSOAL DE VIDA
Uma pessoa é mais ou menos adulta quanto mais ou menos definido tem o seu projeto de vida, que orienta,
unifica e dá coerência às decisões que vai tomando.
2. O QUE É UM PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ
 Um meio para crescer no seguimento de Jesus.
 Planificação como se deseja viver.
 Abarca a vida na sua totalidade.
3. PASSOS PRÉVIOS OU PRESSUPOSTOS
43
1. O crescimento pessoal de si mesmo.
 Desenvolver a personalidade a partir da sua condição de cristão.
 Cultivar a relação com Deus.
 Apenas aspetos concretos.
2. A ação na própria família ou na comunidade em que vive.
 Valores.
 Objetivos e meios da dimensão religiosa
 Partir da realidade.
 Apenas aspetos concretos.
3. A ação ou compromisso na sociedade, no povo.
 Ter em conta a realidade.
 Ter claro o tipo de sociedade.
 Campo de ação.
 Compromisso estável.
 Compromisso Guido pela fé e pelo Evangelho.
4. A ação da comunidade cristã, na Igreja.
 Conhecer a situação da comunidade cristã.
 Contribuir para que seja uma comunidade evangelizadora.
 Eleger as ações básicas da Igreja em que vai trabalhar.
 Compromisso eclesial de qualidade.
4. OBSERVAÇÕES FINAIS
 Viver o processo com autenticidade.
 Poe escrito a partir do segundo ano.
 Reformulação sucessiva.
5. QUADRO ORIENTADOR PARA ELABORAR O PPVC
 Crescimento pessoal.
 Ao nível humano.
 Na vida cristã.
 Dimensão familiar. O comportamento na própria família.
 Dimensão sociopolítica. O compromisso na sociedade.
 Dimensão eclesial. O compromisso na Igreja.
44
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: da catequese sobre Cristo (2ª fase) à da Igreja (3ª
fase)
Para esta celebração deve estar preparado o cartão para convidar a ler a narrativa do Novo Tratamento e a
estampa com um ícone de Maria.
1. APRESENTAÇÃO
 Breve percurso da História da Salvação seguindo os pontos fortes do Nove Testamento abordados
nas catequeses anteriores.
 Apresentação espontânea. Pode haver música de fundo.
 Alternar com silêncios meditativos. Continuar com música de fundo
 No final guarda-se silêncio. Música. Contemplamos com admiração as «obras» de Jesus em cada
um de nós.
 Introduz-se a oração litânica já sem música de fundo.
2. ORAÇÃO LITÂNICA DE AÇÃO DE GRAÇAS
 Oração de ação de graças.
 Silêncio: Oração de ação de graças recordando coisas concretas. Música de fundo.
45
3. CÂNTICO DE DISPONIBILIDADE
 Abri de par em par.
 Silêncio e oração.
4. CÂNTICO AO ESPÍRITO
 Breve silêncio.
 Oração de súplica.
5. RITO DE ENTREGA DA "NARRAÇÃO BREVE" DO NOVO TESTAMENTO
Catequista
Na celebração anterior propunha-se a leitura de uma «Narração breve» da História da salvação no Antigo
Testamento. Convém que ao concluir esta fase da catequese se complete aquela narração com a «Narração
breve» da História da Salvação no Novo Testamento.
Entrega do cartão como vem indicado na p. 236.
6. EXORTAÇÃO PARA ELABORAR O PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ (PPVC)
 Motivação.
 Prece.
7. COMPROMISSO PERANTE A COMUNIDADE SOBRE O PPVC
Pergunta sobre a decisão de fazer um discernimento oportuno para elaborar o PPVC
8. CÂNTICO DE DESPEDIDA
9. ENTREGA DE UMA RECORDAÇÃO DA CELEBRAÇÃO
 Uma estampa com um ícone de Maria
O cartão com o Guia para a narração breve do Novo Testamento deve ser preparado com algum
desenho e ter o texto que aparece no final deste Guia.
46
3
SEGUIDORES
DE JESUS
ETAPA CATEQUÉTICA 2
47
 Entramos na terceira e quarta fase do caminho catequético. Depois de contemplar e de usu-
fruir o desejo salvador de Deus manifestado no Antigo Testamento (primeira fase), e de o ver
realizado em Jesus de Nazaré, o Cristo (segunda fase, Novo Testamento), assumimos como
Igreja de Jesus o compromisso continuar a levar à humanidade a salvação oferecida por Ele
(terceira fase). Sublinhamos, por isso, a importância que tem a dimensão histórica da Igreja
no processo catequético.
 A Igreja de Jesus Cristo, ao longo dos séculos, peregrina na terra ao encontro do seu senhor
que vem. Sabe que a luz e a força do Espírito santo, que Jesus lhe prometeu, a mantém
paciente e fiel, apesar das suas crises internas e das dificuldades e perseguições que experi-
menta sem cessar. Enquanto caminha neste mundo, solidária com as alegrias e as esperanças,
dores e trabalhos dos homens, aguarda com humilde confiança e vigilante ardor, o retorno do
Senhor, a sua gloriosa vinda.
 Os dois primeiros temas da terceira fazer formam uma unidade. Estão redigidos em chave
mais teológica e explicativa. Isso vai exigir que o catequista dê algumas explicações de con-
teúdo mais teológico e doutrinal, se o grupo necessitar, o que também é importante. Mas não
deve descuidar o aspeto mais vivencial, tanto a partir da própria experiência – o seu testemu-
nho de se sentir Igreja – como a partir da experiência dos membros do grupo, tendo em conta
as perguntas que vão marcando a reflexão do tema.
 Com a quarta e última fase catequética, onde se aborda a moral evangélica, é altura da nossa
resposta pessoal.
48
TERCEIRA FASE.
CATEQUESES SOBRE A IGREJA
1. A IGREJA DE JESUS, O SENHOR
Deus quer-nos livres
2. A IGREJA VIVIFICADA PELO ESPÍRITO SANTO
Carismas e ministérios
3. IGREJA, QUE FIZESTE DA TUA MISSÃO SALVADORA?
Algumas ações importantes ao longo da sua história
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM
49
Da catequese sobre a Igreja (2ª fase) à da moral evangélica (4ª fase)
NARRAÇÃO DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO NO TEMPO DA IGREJA
1. A IGREJA DE JESUS, O SENHOR
OBJETIVOS
1. Tomar consciência de que a Igreja faz também parte da história da salvação de Deus com a humani-
dade de Jesus Cristo.
2. Aproximarmo-nos de alguns aspetos da Igreja duma forma vivencial e reflexiva, à volta dalgumas
imagens bíblicas e do Vaticano II: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo.
3. Crescer em ligação à Igreja, que não nos é estranha, pelo contrário, nós como todos os batizados,
somo a Igreja. Nela e por ela nascemos para a fé e nela vivemos.
MENSAGEM CENTRAL
Recorde-se que este tema e o seguinte formam uma unidade e estão redigidas em chave mais teológica e
explicativa que os outros. Isso exige do catequista que tenha em conta o seguinte:
 Deverá dar algumas explicações de conteúdo mais teológico e doutrinal, se o grupo necessitar, o que
também é importante.
 Não se deve descuidar o aspeto mais vivencial, quer a partir da própria experiência – o seu testemu-
nho de se sentir Igreja – quer a partir das experiências dos membros do grupo, a partir das perguntas
que vão marcando o tema.
A «etapa da Igreja», que vai do Pentecostes à Parusia do Senhor, é parte da história da salvação, pois a Igreja
recebeu a missão de levar por diante a obra de Jesus, assistida pelo Espírito Santo.
A Igreja tem Jesus por origem e fundamento. Assim como também entendemos que Jesus «fundou» a Igreja.
50
A nossa reflexão sobre a Igreja centra-se nas três imagens (de estrutura trinitária): povo de Deus, corpo de
Cristo, templo do Espírito Santo, de maneira sucinta, mas aportando dados que permitam ter uma visão basi-
camente completa.
A Igreja é convocação (reunião) e missão (envio). Se falta alguma destas dimensões, falseia-se o ser da Igreja.
Tudo isto tem a ver com a maneira como nos sentimos Igreja e vivemos como tal.
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 É muito importante que os membros do grupo captem da maneira mais clara possível o sentido das
três imagens.
 É fundamental que a reflexão sobre a Igreja se faça com afeto e suscite afeto. Os defeitos humanos da
Igreja não anulam – pelo contrário, devem potenciar – a nossa visão de fé da Igreja.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 Se no ambiente há uma forte crítica à Igreja e uma acentuação dos seus defeitos, pode partir-se da expe-
riência que cada um tem de se «sentir Igreja». O catequista deve moderar bem este ponto, para que não se
alargue em excesso. Se for conveniente pode ler-se e comentar-se, neste momento, o texto de C. Carreto.
 O corpo principal da reunião é destinado a captar bem o sentido das três imagens, desde o conteúdo
teológico (eclesiológico) até ao sentido vivencial para nós. Pode fazer-se a partir do conjunto de per-
guntas dos Diálogos.
 Oração
 Ler, em clima de oração, os textos do Vaticano II. Comentários espontâneos (podem fazer-se repetin-
do a frase que mais chamou a atenção).
 Pode terminar-se com um cântico sobre a Igreja…
51
2. IGREJA VIVIFICADA PELO ESPÍRITO SANTO: carismas e ministérios
OBJETIVOS
1. Tomar consciência do protagonismo do Espírito Santo na vida e missão da Igreja.
2. Perceber a Igreja como comunidade estruturada em carismas e ministérios.
3. Compreender melhor a realidade dos carismas e ministérios na Igreja.
MENSAGEM CENTRAL
Tenha-se em conta a nota prévia no capítulo «Mensagem central» do tema anterior.
O Concílio Vaticano II, em sintonia com a melhor tradição bíblica e patrística, salientou a importância do
Espírito Santo na Igreja.
A Igreja é una e diversa: unidade de fé, esperança e caridade, mas diversidade de carismas (dons) e ministé-
rios (serviços), que são concedidos pelo Espírito Santo para o «bem comum» de todo o corpo da Igreja.
Explicação teológica dos termos «carisma» e «ministério». É importante captar o sentido desta explicação,
devendo o catequista ajudar os membros do grupo.
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 O protagonismo (no sentido de princípio de vida) do Espírito santo no ser e missão da Igreja.
 A estrutura carismática e ministerial da Igreja. O sentido dos carismas e ministérios na tradição da
Igreja.
52
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 Como se dizia no tema anterior, é importante conjugar também nesta catequese o aspeto vivencial e
experiencial com o do conhecimento teológico da realidade da Igreja.
 Pode partir-se lendo 1 Cor 12,4-11. Neste texto encontramos as referências fundamentais que interes-
sa sublinhar nesta catequese: a ação do Espírito santo e a estrutura carismático-ministerial da Igreja.
 O Espírito Santo. Podemos responder às perguntas do Diálogo do capítulo «Uma nova sensibili-
dade eclesial».
 Carismas e ministérios. Talvez seja bom voltar a ler em grupo o capítulo «Diversidade de caris-
mas», partilhar as dúvidas, as perguntas, o que não se entende bem… O catequista deve ajudar o
grupo a compreender o texto.
 Outra possibilidade: previamente, em casa, os membros do grupo sublinharam as frases (do capí-
tulo «Diversidade de Carismas» que mais gostaram e as que não entenderam ou desejam clarifi-
car. Na reunião partilha-se tudo isso.
Oração
 Comentar o texto de I. Hazim
 Rezar com a sequência do Pentecostes, lendo-a pausadamente, podendo haver um fundo musica.
 Ler o texto de Santa Teresa do Menino Jesus que tem a ver com o texto de São Paulo lido no início e
com o que se disse tema sobre o amor como «carisma de carismas». Comentário – não discussão –
sublinhando frases ou pensamentos.
53
3. IGREJA, QUE FIZESTE DA TUA MISSÃO SALVADORA? Algumas ações
importantes da Igreja ao longo da sua história
OBJETIVOS
1. Tomar consciência da salvação-libertação que a Igreja trouxe à histórias humana, como Corpo de
Cristo ressuscitado.
2. Promover nos participantes:
 A convicção de que a Igreja é o Corpo de Jesus vivo, que continua a sua ação salvadora ao longo
da história humana.
 Uma atitude de gratidão para com os filhos e filhas da Igreja, que se esforçam por trazer esta sal-
vação e libertação à nossa terra.
 Um vivo desejo, um compromisso de continuar a colaborar com a Igreja para que a sua ação sal-
vífica, prometida e iniciada por Jesus, seja eficaz entre nós.
MENSAGEM CENTRAL
Jesus, Filho de Deus, «feito um de nós», cumpriu na Palestina a missão que o seu Pai lhe confiou: anunciar e
tornar realidade no mundo o Reino de Deus, isto é, estabelecer uma nova convivência entre homens e mulhe-
res, como filhos e filhas do mesmo Pai Deus.
Como este projeto de Deus era para toda a humanidade, Jesus, antes de deixar visivelmente os seus apóstolos,
envia-os a todo o mundo, outorgando-lhes a presença do seu Espírito. Com eles, como Igreja sua, Jesus quer
levar a sua salvação libertadora a todas as pessoas que cheguem à nossa terra. Assim, a história humana conti-
nua a ser uma história de salvação.
A Igreja, apesar dos seus pecados e defeitos e humanos – «santa e ao mesmo tempo necessitada de reconcilia-
ção» – continua a ser mediadora da salvação de Jesus, graças à presença interior do Espírito Santo. Em que
54
mediada a Igreja tem sido fiel ao seu Esposo e Cabeça Jesus, a longo da sua história de dois mil anos? Vê-lo-
emos neste tema de catequese.
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
 Na primeira parte da catequese sublinha-se especialmente a imagem negativa que a Igreja tem nos
não crentes, e inclusivamente entre os crentes. É verdade que a Igreja de Jesus tem muitos momentos
sombrios na sua história. Mas são muitos mais os seus aspetos luminosos, embora nem sempre conhe-
cidos. Não temos sabido «projetar» os pontos edificantes da Igreja com uma catequese equilibrada de
«luzes e sombras». É, além disso, difícil dá-la a conhecer nos meios de comunicação, dado que para
estes o noticiável é o que sai do normal, e o que destaca são as incoerências e os pecados da Igreja.
 Nesta catequese queremos destacar:
 Que o contributo salvífico da Igreja à nossa história humana foi altamente libertador. Sem entrar
no julgamento da sua ação renovadora no interior das pessoas, contemplando apenas as suas
ações de apoio, de esperança, de libertação, de humanização… na nossa terra, podemos assegurar
que, graças à ação salvadora da Igreja, a situação do mundo é mais saudável e vigorosa do que
se ela não estivesse presente.
 Essa dupla realidade paradoxal, misteriosa, que se dá na Igreja: 1) que a presença nela de Cristo
e do seu Espírito não impede nem a fragilidade nem as infidelidades dos seus membros, e 2) que,
apesar dos seus antitestemunhos, a Igreja continua a ser para Cristo instrumento de salvação e de
libertação através dos séculos.
 A importância de que os participantes dos grupos não fiquem à margem, fora desta história glo-
bal da Igreja, resumida em quatro grandes ações que Jesus realizou na sua vida e que entregou à
sua Igreja para lhes dar continuidade:
– Pôr os homens e mulheres de todo o tempo em contacto com Jesus e o seu Evangelho.
– Facilitar o acesso a Deus a uma humanidade que está aberta a Ele.
– Atuar como uma Igreja próxima das pessoas.
– Viver como uma Igreja que realiza a sua missão marcada pela cruz…
 A segunda parte desta catequese é a «narração» linear e muito sintetizada da história da Igreja desde o
século I ao XX, dividida em períodos: sec. I-IV; sec. V-XIV; sec. XV- XVII; sec XVIII-XX; 1962-
1965 (Vaticano II); década 60-90 do sec. XX e espera do Senhor Jesus. Refletir sobre se esta narração
linear nos dá algumas perspetivas – positivas ou negativas – que ajudem a nossa fé .
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
 Trabalho pessoal
 À medida que se vai lendo e refletindo a catequese, ir descobrindo no contexto da própria comunidade
paroquial acontecimentos semelhantes, pessoas que atuam de modo parecido…
 Em relação a si mesmo, ir assumindo que, do mesmo modo que estes crentes receberam a luz do
seguimento de Jesus e convidaram outros a segui-lo, também agora seguimos Jesus e Ele nos confia a
missão de comunicar a outras pessoas essa experiência salvadora de ajudar, de levantar a esperança,
de fazer com que os outros tenham um novo olhar sobre a vida… que o Evangelho de Jesus nos pro-
porcionou.
 Na reunião
Na realidade a reunião deve ser uma partilha das reflexões e experiências descobertas no trabalho pessoal.
É muito importante que o catequista manifeste o seu sentido positivo eclesial, apesar dos defeitos da Igreja.
55
 Pode começar-se a sessão proclamando o envio missionário de Jesus: Mt 28,18-20.
 Depois de um tempo de silêncio acerca do envio apostólico, partilha-se o que se experimentou e ano-
tou no trabalho pessoal, seguindo a ordem das quatro ações da Igreja na sua história e acabando com
alguns contributos a partir da narração linear. O catequista procurará ajustar os juízos excessivamen-
te positivos ou negativos.
 Pode recordar-se o texto da Carta a Diogoneto, no qual os cristãos entendiam o seu contributo à sal-
vação da sociedade, concebendo-se como «alma do mundo», pela sua inserção testemunhal nele. Faz-
se um breve comentário e apresentam-se algumas pistas da própria inserção salvadora-libertadora na
nossa sociedade secularizada.
 Pode terminar-se recordando ou voltando a ler o texto de Mt 28,18-20: «Eu estarei sempre convosco
até ao fim dos tempos».
 Narração da Igreja particular
Como já indicámos na introdução, parece-nos importante o conhecimento da história da realidade da própria
Igreja particular ou diocese.
Sugerimos que no final da «narração» da história da Igreja universal se inclua uma referência à Igreja particu-
lar, e também em forma de «narração» ou como cada serviço Diocesano de Catequese o julgue mais conve-
niente.
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: da catequese sobre a Igreja (3ª fase) à da
moral evangélica (4ª fase)
Ver o desenvolvimento da celebração no livro do participante.
Embora as catequeses da história da Igreja tenham terminado num clima de oração, no final das
catequeses sobre a Igreja celebra-se o rito de passagem às catequeses sobre a moral evangélica. Faz-
se com a entrega do convite à leitura da «Narração breve da história da Igreja». O animador deverá
ter preparado os cartões com o convite.
1. APRESENTAÇÃO
Pode pôr-se música de fundo
Sentido
Como vimos, o «tempo da Igreja» é o terceiro período da história da salvação, que abarca a 3ª fase da etapa
da catequese. Hoje celebramos festivamente a passagem do encontro com a comunidade de Jesus, a Igreja, ao
encontro com a moral evangélica, que é a 4ª fase da etapa da catequese.
Reflexão
Silêncio contemplativo, admirando e louvando as obras do Espírito de Deus na Igreja.
56
2. ORAÇÃO LITÂNICA
Admonição
Todos reconhecemos os aspetos negativos da Igreja. Hoje vamos ressaltar alguns dos seus aspetos positivos.
Expressamos, por isso, a nossa gratidão a Deus pelas «maravilhas» que Ele, como em Maria, realizou em nós
através dos filhos e filhas da Igreja.
Respondemos: Nós te damos graças, Senhor
Preces litânicas
Deveria fazer-se completa ou então fazer uma seleção segundo o critério do catequista, que poderia ainda
acrescentar, por exemplo, os santos patronos da diocese, da paróquia, etc.
Oração em silêncio
Faz-se, em silêncio, uma oração pessoal de ação de graças recordando coisas concretas que o Senhor
realizou em nós, como membros da Igreja. (Música de fundo).
Cântico ao Espírito
Toda a ação secular da Igreja é, basicamente, obra do Espírito de Cristo
Breve silêncio de oração.
3. RITO DE ENTREGA DA "NARRAÇÃO BREVE DA HISTÓRIA DA IGREJA"
Apresentação
Nas celebrações anteriores entregámos uma "Narração breve da história da Salvação no Antigo Tes-
tamento" e outra no Novo Testamento. Ao concluir esta fase da catequese sobre a Igreja, convém
completar aquelas entregas com a recordação desta "Narração breve da história da salvação no tem-
po da Igreja".
Entrega da recordação a cada participante
Uma vez que a «Narração da História da Salvação no tempo da Igreja se encontra no livro do participante,
pode preparar-se um cartão com o nome e a data de entrega.
Oração final
Cada participante pode ler um parágrafo.
4. PASSAGEM À 4ª FASE DA CATEQUESE
Neste momento de um conhecimento e vivência globais da história da nossa salvação queremos ter-
minar a descoberta de tesouros da fé tão importantes nessa história como são os critérios do agir
humanos próprios de toda a moral evangélica, que estimulam o testemunho da vida cristã e favore-
cem a transformação da nossa convivência social numa sociedade impregnada com os sinais do Rei-
no de Deus
57
QUARTA FASE: catequese sobre a moral evangélica
4. CRISTÃO, ÉS UM SEGUIDOR DE CRISTO
5. AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS
6. O DOMINGO, FESTA DOSA CRISTÃOS
7. A MORAL CRISTÃ
Bases da moral cristã
8. VIDA HUMANA E SOCIEDADE HUMANA PARA OS FILHOS DE DEUS
Moral pessoal e moral social
CELEBRAÇÃO
Ação de graças pela moral evangélica
9. ESPERO A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS E A VIDA DO MUNDO FUTURO
Consumação do homem e do cosmos
58
CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM
Da etapa catequética à etapa mistagógica
A CONFISSÃO DE FÉ: EXPOSIÇÃO RESUMIDA
4. CRISTÃO, ÉS UM SEGUIDOR DE CRISTO
OBJETIVOS
1. Provocar uma maior adesão a Cristo e ao seu Evangelho.
2. Conscientizar e motivar que a nossa vida moral nasça duma real e efetiva a adesão a Jesus Cristo, em
nossas vidas.
MENSAGEM CENTRAL
Estamos na quarta parte do caminho catequético. Depois de contemplar e usufruir o desejo salvador de Deus
manifestado no Antigo Testamento (1ª parte), de a sua realização em Jesus de Nazaré, o Cristo (2ª parte, Novo
Testamento), de assumir, como Igreja de Jesus o compromisso de continuar a levar à humanidade a salvação
por Ele trazida (3ª parte), chega o compromisso da nossa resposta pessoal. O «creio» que repetimos continua-
mente na Eucaristia – deveríamos afirmá-lo na primeira pessoa, comprometemo-nos, mesmo quando o faze-
mos na Igreja, em comunidade – supõe uma adesão incondicional a Deus que se nos manifestou em Cristo:
«Não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que
nos possa salvar» (Act 4,12).
Nesta catequese queremos sublinhar concretamente que o sinal de identidade mais claro de um cristão não
está tanto nos sinais ou manifestações externas mas antes na adesão interna a Jesus e ao seu Evangelho, uma
adesão que se traduzirá em atitudes específicas na vida e nas suas manifestações externas, fundamentalmente
de caráter religioso (oração, celebração, sinais como a cruz, o livro da Palavra…)
É conveniente que a nossa adesão a Jesus não se fique só naquele judeu maravilhoso que viveu há dois mil
anos e que todos admiramos, mas em Deus, que nos falou por meio de Jesus. Na verdade, Jesus deve levar-nos
a Deus
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
59
 A adesão a Jesus vem como uma resposta a um convite que Deus nos faz para viver em comunhão
com Ele. A iniciativa sempre é sua. Na fé é necessário viver o dom da gratuidade da parte de Deus:
cada um se deixa encontrar pelo amor de Deus.
 Em todo o crente é muito importante a sensação de se ter encontrado com Jesus Cristo, com Deus, em
algum momento da sua vida: é algo que resulta difícil de explicar, mas que não podemos esquecer,
algo que, de algum modo, marca a nossa vida. A adesão a uma pessoa acontece quando se viveu algo
de importante com ela. A «experiência» da fé (que a fé nasça como fruto de uma experiência de
encontro) é vital para que se dê a adesão que procuramos.
 A fé é uma decisão, uma opção, do estilo das grandes decisões da vida que influenciam poderosamen-
te uma pessoa, como a decisão de escolher o seu par, ter um filho, trabalhar vitaliciamente num
determinado campo de compromisso, etc. A maior parte de nós somos cristãos por ter nascido numa
terra e numa família onde o ser cristão era uma componente mais da socialização. Mas uma iniciação
adulta na fé não pode conformar-se unicamente com isso mas deve fazer a sua a sua opção consciente
e livre. É uma opção que afeta toda a pessoa, que dá um estilo de vida, que tem uma incidência, por
isso mesmo, nas grandes atitudes perante a vida. Todas as dimensões da vida são coordenadas harmo-
nicamente a partir deste «centro de operações» que é a vivência da fé.
 É uma opção que não é feita solitariamente, mas em grupo, em comunidade, em Igreja; vive-se com
eles, ajudado por eles e também não se limita apenas à vida pessoal e à vida de comunidade. A opção
por Jesus Cristo afeta a pessoa toda, une à sua comunidade, mas também leva a um maior compromis-
so com a sociedade. Não podemos esquecer que Jesus é uma oferta de Deus à humanidade.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Depois da leitura pausada e meditada da catequese
 pensar até onde está a levar, na prática, esta adesão, até onde chegam as suas implicações ou até onde
não chegam e se se quer verdadeiramente levar a sério a fé, tomar a decisão de melhorar as deficiên-
cias e lacunas encontradas, propondo-se um processo, alguns passos concretos;
 sabendo que a fé é uma resposta a Alguém que se torna presente na nossa vida, a oração agradecida
deveria estar presente num verdadeiro crente nos dias anteriores à reunião de grupo.
Na reunião
 Depois de uma introdução por parte do catequista em que insiste na necessidade de uma identidade
cristã em todo o tempo, mas muito mais numa vida fragmentada e individualista como a que vivemos,
e onde bastantes dos homens e mulheres «religiosos» constroem as suas crenças «livremente», cada
um partilha a sua experiência.
 Se tem consciência de ter feito com alguma consistência uma opção livre por Jesus Cristo e pelo
seu evangelho.
 Até onde o levou esta opção.
 Nestes momentos, o catequista lê o texto de Lucas ou então o de Mateus. Pergunta, depois, como é
que cada um se sente perante as oito características do seguidor de Jesus propostas nesta catequese,
 Quando o catequista considerar oportuno, volta a ler o Evangelho, desta vez o texto de João («Vos
destinei a ir e a dar fruto») e pergunta ao grupo o que cada um tem pensado melhorar na sua vida
para se aproximar deste modelo de seguidor apresentado na catequese.
 Depois de escutar o grupo, o catequista pode interpelar o grupo recordando ou sublinhando algum
aspeto que não tenha sido suficientemente destacado.
 Convida, por último, à oração. Pode usar-se o poema de P. Casaldáliga, Seduziste-me , Senhor e /ou o
prefácio da oração eucarística V, Jesus, nosso caminho.
60
5. AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS
OBJETIVOS
1. Ajudar a tomar consciência que o amor de Deus ocupa o centro da vida cristã.
2. Provocar:
 Desejo de se encontrar com esse Deus que tanto nos ama.
 Desejo de responder generosamente ao seu amor.
MENSAGEM CENTRAL
A vida de muitos cristãos tem-se caracterizado com frequência por um conjunto de ritos, normas, costumes e
tradições religiosas, que têm tido, sem dúvida, uma séria incidência no seu comportamento ético, mas pode ter
faltado a experiência desse encontro gozoso e cheio de ternura com o Deus de amor, experiência que deve
ocupar a centralidade da vida cristã.
Provocar essa experiência de encontro, ajudar os catequizandos a que se sintam próxima e carinhosamente
acompanhados por Deus nas suas vidas, é uma das primeiras metas de todo o catequista.
O amor de Deus sobre todas as coisas, relativizando tudo o resto, uma atitude de resposta por parte do crente
depois de se ter sentido gratuitamente amado e convidado por Deus a fazer parte do seu projeto, da sua vida, é
a característica principal de todo o homem e mulher religiosos.
O crente vê e julga toda a sua vida a partir da esfera de amor onde entra. O pecado vive-o como infidelidade
ao amor, e o juízo ético – positivo ou negativo – que projeta sobre uma ação está condicionado a que essa
ação conduza ou não a um crescimento no amor de Deus, aos irmãos e a si mesmo.
61
ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
Deus ocupa o centro da vida de Jesus. Há coisa que podem tirar-se do Evangelho e continuará a ser a Boa
Notícias de Jesus; se se tira Deus, o Evangelho desaparece, não se entenderia nada do seu conteúdo. Frequen-
temente desenhamos Deus com traços de omnipotência, força, inteligência (vê tudo, pode tudo, manda acima
de tudo, mas, por acaso, temos destacado temos o que é originariamente seu: o amor. Deus ama, é uma comu-
nidade de amor, e, porque ama, cria e torna-nos parte do seu projeto. Deveríamos que passar anos a catequizar
o povo acerca do amor de Deus para que pouco a pouco pudesse fazer sua a imagem primordial do Deus
amor.
A atitude própria de um verdadeiro crente não é tanto a de pedir perdão, de pedir-lhe coisas, louvá-lo, adorá-
lo, venerá-lo…, mas deixar-se amar por Ele, dar-lhe lugar na sua vida, agradecer-lhe o seu amor e responder-
lhe com a intensidade própria e um coração enamorado, como mostram os grandes místicos.
DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE
Na reunião
 Depois da leitura pausada e refletida da catequese, cada um pensa:
 No lugar que Deus ocupa na sua vida: que tempo dedica a pensar nele, a encontrar-se com Ele, a
rezar…
 Se os seus comportamentos humanos são todos analisados sob a ótica do amor, sob o olhar amoroso
de Deus, Pai de todas as pessoas.
 Não é só pensar, é também decidir os passos necessários para ir fazendo própria essa vivência da fé como
una relação de amor entre Deus e cada um de nós.
 Depois de insistir em que nos encontramos no núcleo central da vida cristã. O catequista pergunta a cada
um se se tem sentido interpelado a refletir sobre esta catequese e abre o diálogo. O catequista insiste,
naturalmente, nos pontos citados acima como pontos centrais da catequese. Quando achar oportuno lê os
textos evangélicos sugeridos na catequese, todos eles importantes, sobretudo os de Marcos e Lucas.
 Antes da oração, seria bom que o catequista, depois de ler o texto da carta de João, pergunte ao grupo
sobre os passos de cada um para avançar nesta linha.
 É muito importante que cada um decida:
 A importância real, tempo e momento para a oração individual.
 As situações concretas em que vai organizar essa resposta a Deus, servindo aos irmãos, pois não é em
vão que eles são a mediação mais importante para comunicar com Deus.
 Começa, depois, a oração do grupo com o texto de Santo Agostinho, Tarde te amei… Pode usar também
a oração de São Tomás, Dá-me, Senhor, um coração vigilante
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador
Cad. animador

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

A iniciação à vida cristã os passos a serem dados
A iniciação à vida cristã   os passos a serem dadosA iniciação à vida cristã   os passos a serem dados
A iniciação à vida cristã os passos a serem dadosLiana Plentz
 
Querigma parte por parte
Querigma parte por parteQuerigma parte por parte
Querigma parte por parteCassio Felipe
 
O papel do catequista
O papel do catequistaO papel do catequista
O papel do catequistaPaulo Triches
 
A pessoa do catequista e sua identidade
A pessoa do catequista e sua identidadeA pessoa do catequista e sua identidade
A pessoa do catequista e sua identidadeFrancisco Rodrigues
 
Vocação e missão_do_catequista 03out15
Vocação e missão_do_catequista 03out15Vocação e missão_do_catequista 03out15
Vocação e missão_do_catequista 03out15Paróquia Pardilhó
 
Discurso do papa francisco no congresso de catequese
Discurso do papa francisco no congresso de catequeseDiscurso do papa francisco no congresso de catequese
Discurso do papa francisco no congresso de catequeseLiana Plentz
 
A igreja em saída parte 2 (Alegria do Evangelho)
A igreja em saída parte 2 (Alegria do Evangelho)A igreja em saída parte 2 (Alegria do Evangelho)
A igreja em saída parte 2 (Alegria do Evangelho)Afonso Murad (FAJE)
 
Catequistas: missão na comunidade
Catequistas: missão na comunidadeCatequistas: missão na comunidade
Catequistas: missão na comunidadeFábio Vasconcelos
 

Mais procurados (20)

A iniciação à vida cristã os passos a serem dados
A iniciação à vida cristã   os passos a serem dadosA iniciação à vida cristã   os passos a serem dados
A iniciação à vida cristã os passos a serem dados
 
Querigma parte por parte
Querigma parte por parteQuerigma parte por parte
Querigma parte por parte
 
Perfil do catequista
Perfil do catequistaPerfil do catequista
Perfil do catequista
 
O papel do catequista
O papel do catequistaO papel do catequista
O papel do catequista
 
Missão do Catequista
Missão do CatequistaMissão do Catequista
Missão do Catequista
 
A pessoa do catequista e sua identidade
A pessoa do catequista e sua identidadeA pessoa do catequista e sua identidade
A pessoa do catequista e sua identidade
 
O que é catequese
O que é catequeseO que é catequese
O que é catequese
 
Encontro com Catequistas
Encontro com CatequistasEncontro com Catequistas
Encontro com Catequistas
 
Formação para catequistas
Formação para catequistasFormação para catequistas
Formação para catequistas
 
Julgar I - Assembléia Arquiocesana de Niterói 2014
Julgar I - Assembléia Arquiocesana de Niterói 2014Julgar I - Assembléia Arquiocesana de Niterói 2014
Julgar I - Assembléia Arquiocesana de Niterói 2014
 
Vocação e missão_do_catequista 03out15
Vocação e missão_do_catequista 03out15Vocação e missão_do_catequista 03out15
Vocação e missão_do_catequista 03out15
 
Discurso do papa francisco no congresso de catequese
Discurso do papa francisco no congresso de catequeseDiscurso do papa francisco no congresso de catequese
Discurso do papa francisco no congresso de catequese
 
Apostila ruah
Apostila ruahApostila ruah
Apostila ruah
 
A pessoa do catequista
A pessoa do catequistaA pessoa do catequista
A pessoa do catequista
 
A espiritualidade do catequista
A espiritualidade do catequistaA espiritualidade do catequista
A espiritualidade do catequista
 
Finalidade da catequese no DNC cj
Finalidade da catequese no DNC cjFinalidade da catequese no DNC cj
Finalidade da catequese no DNC cj
 
A igreja em saída parte 2 (Alegria do Evangelho)
A igreja em saída parte 2 (Alegria do Evangelho)A igreja em saída parte 2 (Alegria do Evangelho)
A igreja em saída parte 2 (Alegria do Evangelho)
 
Material de apoio à iniciação cristã
Material de apoio à iniciação cristãMaterial de apoio à iniciação cristã
Material de apoio à iniciação cristã
 
Catequese com adultos doc 80 +
Catequese com adultos doc 80 +Catequese com adultos doc 80 +
Catequese com adultos doc 80 +
 
Catequistas: missão na comunidade
Catequistas: missão na comunidadeCatequistas: missão na comunidade
Catequistas: missão na comunidade
 

Destaque

A dinâmica catecumenal nos primeiros séculos da igreja e na atualidade
A dinâmica catecumenal nos primeiros séculos da igreja e na atualidadeA dinâmica catecumenal nos primeiros séculos da igreja e na atualidade
A dinâmica catecumenal nos primeiros séculos da igreja e na atualidadeEQUIPADCA
 
Dc ca pequenas comunidades eclesiais de origem diocesana
Dc ca pequenas comunidades eclesiais de origem diocesanaDc ca pequenas comunidades eclesiais de origem diocesana
Dc ca pequenas comunidades eclesiais de origem diocesanaEQUIPADCA
 
Dc ca 08 conteúdo 1º anuncio 2015-02-08
Dc ca 08 conteúdo 1º anuncio 2015-02-08Dc ca 08 conteúdo 1º anuncio 2015-02-08
Dc ca 08 conteúdo 1º anuncio 2015-02-08EQUIPADCA
 
Dc ca como utilizar os materiais - visao conjunto
Dc ca como utilizar os materiais - visao conjuntoDc ca como utilizar os materiais - visao conjunto
Dc ca como utilizar os materiais - visao conjuntoEQUIPADCA
 
Ct av emrc_2,3ceb
Ct av emrc_2,3cebCt av emrc_2,3ceb
Ct av emrc_2,3cebcorreia1234
 
Aspectos gerais sobre a adolescencia
Aspectos gerais sobre a adolescenciaAspectos gerais sobre a adolescencia
Aspectos gerais sobre a adolescenciaAlinebrauna Brauna
 
Perfil do adolescente 10 a 15 anos
Perfil do adolescente 10 a 15 anosPerfil do adolescente 10 a 15 anos
Perfil do adolescente 10 a 15 anosMaria Santos
 
6to grado bloque 5 - sopa de letras (1)
6to grado   bloque 5 - sopa de letras (1)6to grado   bloque 5 - sopa de letras (1)
6to grado bloque 5 - sopa de letras (1)Alejandro Ortega Silva
 
Puberdade powerpoint 2
Puberdade powerpoint 2Puberdade powerpoint 2
Puberdade powerpoint 2luis97filipe
 
O que acontece com o seu corpo
O que acontece com o seu corpoO que acontece com o seu corpo
O que acontece com o seu corpoVaMartins
 
Puberdade e Adolescência
Puberdade e AdolescênciaPuberdade e Adolescência
Puberdade e Adolescêncialucikd
 

Destaque (15)

A dinâmica catecumenal nos primeiros séculos da igreja e na atualidade
A dinâmica catecumenal nos primeiros séculos da igreja e na atualidadeA dinâmica catecumenal nos primeiros séculos da igreja e na atualidade
A dinâmica catecumenal nos primeiros séculos da igreja e na atualidade
 
Dc ca pequenas comunidades eclesiais de origem diocesana
Dc ca pequenas comunidades eclesiais de origem diocesanaDc ca pequenas comunidades eclesiais de origem diocesana
Dc ca pequenas comunidades eclesiais de origem diocesana
 
Dc ca 08 conteúdo 1º anuncio 2015-02-08
Dc ca 08 conteúdo 1º anuncio 2015-02-08Dc ca 08 conteúdo 1º anuncio 2015-02-08
Dc ca 08 conteúdo 1º anuncio 2015-02-08
 
Dc ca como utilizar os materiais - visao conjunto
Dc ca como utilizar os materiais - visao conjuntoDc ca como utilizar os materiais - visao conjunto
Dc ca como utilizar os materiais - visao conjunto
 
Ct av emrc_2,3ceb
Ct av emrc_2,3cebCt av emrc_2,3ceb
Ct av emrc_2,3ceb
 
Sopa de letras pobreza
Sopa de letras pobrezaSopa de letras pobreza
Sopa de letras pobreza
 
Reprodução 1
Reprodução 1Reprodução 1
Reprodução 1
 
Aspectos gerais sobre a adolescencia
Aspectos gerais sobre a adolescenciaAspectos gerais sobre a adolescencia
Aspectos gerais sobre a adolescencia
 
Adolescencia
AdolescenciaAdolescencia
Adolescencia
 
Perfil do adolescente 10 a 15 anos
Perfil do adolescente 10 a 15 anosPerfil do adolescente 10 a 15 anos
Perfil do adolescente 10 a 15 anos
 
6to grado bloque 5 - sopa de letras (1)
6to grado   bloque 5 - sopa de letras (1)6to grado   bloque 5 - sopa de letras (1)
6to grado bloque 5 - sopa de letras (1)
 
Puberdade powerpoint 2
Puberdade powerpoint 2Puberdade powerpoint 2
Puberdade powerpoint 2
 
O que acontece com o seu corpo
O que acontece com o seu corpoO que acontece com o seu corpo
O que acontece com o seu corpo
 
Adolescência
AdolescênciaAdolescência
Adolescência
 
Puberdade e Adolescência
Puberdade e AdolescênciaPuberdade e Adolescência
Puberdade e Adolescência
 

Semelhante a Cad. animador

Identidade Da C Atequese Em Pdf
Identidade Da C Atequese Em PdfIdentidade Da C Atequese Em Pdf
Identidade Da C Atequese Em PdfAlexandrebn
 
Identidade Da C Atequese Em Pdf
Identidade Da C Atequese Em PdfIdentidade Da C Atequese Em Pdf
Identidade Da C Atequese Em PdfAlexandre
 
Como formar Discípulos Missionários para jesus.pptx
Como formar Discípulos Missionários para jesus.pptxComo formar Discípulos Missionários para jesus.pptx
Como formar Discípulos Missionários para jesus.pptxNuno Melo
 
Detalhes do Novo Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com a...
Detalhes do Novo Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com a...Detalhes do Novo Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com a...
Detalhes do Novo Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com a...BlogMaterialdeCatequ
 
CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107 CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107
CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107 CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107 CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107
CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107 CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107Sohloca1
 
Catequese e Liturgia na Iniciação Cristã
Catequese e Liturgia na Iniciação CristãCatequese e Liturgia na Iniciação Cristã
Catequese e Liturgia na Iniciação CristãSergio Cabral
 
Mistagogia: caminho para o mistério
Mistagogia: caminho para o mistérioMistagogia: caminho para o mistério
Mistagogia: caminho para o mistérioFábio Vasconcelos
 
Querigma parte por parte
Querigma parte por parteQuerigma parte por parte
Querigma parte por parteCassio Felipe
 
INICIACAO-A-VIDA-CRISTA-CAP.-III-ILUMINAR.pptx
INICIACAO-A-VIDA-CRISTA-CAP.-III-ILUMINAR.pptxINICIACAO-A-VIDA-CRISTA-CAP.-III-ILUMINAR.pptx
INICIACAO-A-VIDA-CRISTA-CAP.-III-ILUMINAR.pptxJulio Cesar
 
Chaves de Leitura do Documento 107 da CNBB.pptx
Chaves de Leitura do Documento 107 da CNBB.pptxChaves de Leitura do Documento 107 da CNBB.pptx
Chaves de Leitura do Documento 107 da CNBB.pptxLuizHonorio4
 
CNBB documento 107 - Aplicação prática
CNBB documento 107 - Aplicação práticaCNBB documento 107 - Aplicação prática
CNBB documento 107 - Aplicação práticaIRINEU FILHO
 
Curriculo final
Curriculo finalCurriculo final
Curriculo finalDIJSEFA
 
Curriculo final
Curriculo finalCurriculo final
Curriculo finalDIJSEFA
 
Discípulos missionários hoje
Discípulos missionários hojeDiscípulos missionários hoje
Discípulos missionários hojeJoão Melo
 

Semelhante a Cad. animador (20)

Identidade Da C Atequese Em Pdf
Identidade Da C Atequese Em PdfIdentidade Da C Atequese Em Pdf
Identidade Da C Atequese Em Pdf
 
Catequese iniciacao a vida cristã ii
Catequese   iniciacao a vida cristã iiCatequese   iniciacao a vida cristã ii
Catequese iniciacao a vida cristã ii
 
Identidade Da C Atequese Em Pdf
Identidade Da C Atequese Em PdfIdentidade Da C Atequese Em Pdf
Identidade Da C Atequese Em Pdf
 
Como formar Discípulos Missionários para jesus.pptx
Como formar Discípulos Missionários para jesus.pptxComo formar Discípulos Missionários para jesus.pptx
Como formar Discípulos Missionários para jesus.pptx
 
Detalhes do Novo Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com a...
Detalhes do Novo Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com a...Detalhes do Novo Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com a...
Detalhes do Novo Itinerário de iniciação à vida cristã com as famílias, com a...
 
METODOLOGIA.ppt
METODOLOGIA.pptMETODOLOGIA.ppt
METODOLOGIA.ppt
 
Formação de catequistas
Formação de catequistasFormação de catequistas
Formação de catequistas
 
CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107 CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107
CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107 CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107 CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107
CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107 CHAVE DE LEITURA DOCUMENTO 107
 
Catequese e Liturgia na Iniciação Cristã
Catequese e Liturgia na Iniciação CristãCatequese e Liturgia na Iniciação Cristã
Catequese e Liturgia na Iniciação Cristã
 
Mistagogia: caminho para o mistério
Mistagogia: caminho para o mistérioMistagogia: caminho para o mistério
Mistagogia: caminho para o mistério
 
Querigma parte por parte
Querigma parte por parteQuerigma parte por parte
Querigma parte por parte
 
INICIACAO-A-VIDA-CRISTA-CAP.-III-ILUMINAR.pptx
INICIACAO-A-VIDA-CRISTA-CAP.-III-ILUMINAR.pptxINICIACAO-A-VIDA-CRISTA-CAP.-III-ILUMINAR.pptx
INICIACAO-A-VIDA-CRISTA-CAP.-III-ILUMINAR.pptx
 
Chaves de Leitura do Documento 107 da CNBB.pptx
Chaves de Leitura do Documento 107 da CNBB.pptxChaves de Leitura do Documento 107 da CNBB.pptx
Chaves de Leitura do Documento 107 da CNBB.pptx
 
CNBB documento 107 - Aplicação prática
CNBB documento 107 - Aplicação práticaCNBB documento 107 - Aplicação prática
CNBB documento 107 - Aplicação prática
 
Curriculo final
Curriculo finalCurriculo final
Curriculo final
 
Curriculo final
Curriculo finalCurriculo final
Curriculo final
 
Discípulos missionários hoje
Discípulos missionários hojeDiscípulos missionários hoje
Discípulos missionários hoje
 
Catequese batismo-adultos-resumo
Catequese batismo-adultos-resumoCatequese batismo-adultos-resumo
Catequese batismo-adultos-resumo
 
Contemplar
ContemplarContemplar
Contemplar
 
Natureza,finalidade e tarefas da catequese
Natureza,finalidade e tarefas da catequeseNatureza,finalidade e tarefas da catequese
Natureza,finalidade e tarefas da catequese
 

Último

Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaSérie: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaDenisRocha28
 
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaHa muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaSessuana Polanski
 
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .natzarimdonorte
 
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 199ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19PIB Penha
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaRicardo Azevedo
 
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAMATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAInsituto Propósitos de Ensino
 
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfBaralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfJacquelineGomes57
 
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxFormação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxVivianeGomes635254
 
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).natzarimdonorte
 
Oração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosOração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosNilson Almeida
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................natzarimdonorte
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.LucySouza16
 
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuaisG6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuaisFilipeDuartedeBem
 
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfAS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfnatzarimdonorte
 
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaFormação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaMarcoTulioMG
 
TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................CarlosJnior997101
 
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusTaoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusVini Master
 

Último (20)

Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmoAprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
Aprendendo a se amar e a perdoar a si mesmo
 
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo DiaSérie: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
Série: O Conflito - Palestra 08. Igreja Adventista do Sétimo Dia
 
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra EspiritaHa muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
 
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
O SELO DO ALTÍSSIMO E A MARCA DA BESTA .
 
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 199ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
9ª aula - livro de Atos dos apóstolos Cap 18 e 19
 
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a CrençaSérie Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
Série Evangelho no Lar - Pão Nosso - Cap. 131 - O Mundo e a Crença
 
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIAMATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
MATERIAL DE APOIO - E-BOOK - CURSO TEOLOGIA DA BÍBLIA
 
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITAVICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS  NA VISÃO ESPÍRITA
VICIOS MORAIS E COMPORTAMENTAIS NA VISÃO ESPÍRITA
 
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdfBaralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
Baralho Cigano Significado+das+cartas+slides.pdf
 
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptxFormação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
Formação de Formadores III - Documentos Concílio.pptx
 
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
A Besta que emergiu do Abismo (O OITAVO REI).
 
Mediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
Mediunidade e Obsessão - Doutrina EspíritaMediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
Mediunidade e Obsessão - Doutrina Espírita
 
Oração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos RefugiadosOração Pelos Cristãos Refugiados
Oração Pelos Cristãos Refugiados
 
As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................As festas esquecidas.pdf................
As festas esquecidas.pdf................
 
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.O Sacramento do perdão, da reconciliação.
O Sacramento do perdão, da reconciliação.
 
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuaisG6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE  de efeitos intelectuais
G6 - AULA 7.pdf ESDE G6 - MEDIUNIDADE de efeitos intelectuais
 
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdfAS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
AS FESTAS DO CRIADOR FORAM ABOLIDAS NA CRUZ?.pdf
 
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação MarianaFormação da Instrução Básica - Congregação Mariana
Formação da Instrução Básica - Congregação Mariana
 
TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................TEMPERAMENTOS.pdf.......................
TEMPERAMENTOS.pdf.......................
 
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos viniciusTaoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
Taoismo (Origem e Taoismo no Brasil) - Carlos vinicius
 

Cad. animador

  • 2. 2 APRESENTAÇÃO: a etapa catequética Com a etapa catequética entramos na etapa central do itinerário de catequese de adultos de inspiração catecu- menal, o que numa preparação batismal autêntica, seria o "catecumenado". Nela, a catequese tem um lugar central, tal como o teve nos séculos gloriosos do catecumenado. É nesta fase que se alicerça e enraíza fortemente a vida cristã. A catequese, comparando com uma construção, seria o que garante os alicerces e estrutura o edifício. Depois virá quem irá construir as divisões por dentro, mas as bases já estão assentes. Não se pode pensar em bons engenheiros ou médicos se não há uma boa Faculdade onde se preparam e adqui- rem essa base técnica e profissional. Também, nesta catequese de adultos (sempre que a pessoa não é já de idade avançada, porque em determinadas idades a vida está estruturada e é muito difícil reorganizá-la), os catequizandos irão adquirindo um estilo de vida, irão incorporando hábitos de oração e participando na vida comunitária... Isto é, nesta fase final, o crente irá adquirindo uma boa maturidade na sua fé. Também, esta fase, por isso, é a mais difícil, já que supõe entrar seriamente na vida pessoal, abrir-se a um tempo de procura, de caminho e de partilha com outros... E tudo isso é muito difícil numa sociedade em que todos cuidamos ciosamente da nossa intimidade e da nossa individualidade e em que o tempo parece ser de ouro. Dedicar dois, três, quatro anos a uma procura da fé supõe um verdadeiro interesse por Jesus Cristo e o seu Evangelho, e isto não abunda entre nós. ENTENDER E VIVER O PLANO SALVADOR DE DEUS Toda a etapa catequética está atravessada pelo fio da História da Salvação. Como Santo Agostinho costumava dizer, a catequese procura mostrar vivencialmente (que os catequizando vivam) o plano salvador de Deus desde "ao princípio criou Deus o céu e a terra... até aos momentos atuais da Igreja". É este o nosso compromisso: ajudar os catequizandos a entender e a viver o plano salvador de Deus, come- çando, no nosso caso, com as primeiras experiências de Israel (o Antigo Testamento), passando pelo ponto alto, Jesus Cristo (o Novo Testamento), e vivendo o que se realiza no tempo de hoje, em concreto, a Igreja de Jesus. Ontem, hoje e sempre, Deus deseja e continua a salvar os seres humanos. CATEQUESE COM UM "ANTES" E UM "DEPOIS" Se alguém deseja ter êxito num trabalho concreto terá que ter em conta o "antes" e o "depois" desse trabalho, isto é, saber com quem o pretende realizar, se conta com alguns trabalhos prévios à elaboração do projeto... e se tem assegurado o futuro, a continuidade do projeto... A catequese, como projeto de construção de um cren- te, de uma comunidade cristã, exige que haja um "antes" e um "depois" naqueles que se inscrevem no cami- nho catequético  Um antes que poderíamos traduzir pelo impacto experimentado face ao anúncio evangélico, por sentir "simpatia" pela vivência da fé, por ter sofrido, em maior ou menor grau, um certo deslumbramento perante esse Deus que se aproxima e te chama calorosa e carinhosamente, por ter o desejo de se encon- trar com "alguém", com Jesus, com Deus, com algo novo... A oferta de catequese de adultos tem o peri- go de cair nos mesmos de sempre, acostumados a uma infinidade de ofertas deste estilo, a experiências
  • 3. 3 de grupo diversas, etc. ... Nestes casos, a catequese pode chegar a renovar um pouco o quadro de cren- ças, a ajudar estes crentes a situar-se melhor diante do facto cristão e da sua repercussão na vida de um cristão. São efeitos muito positivos... mas é possível que não possam gerar essa novidade, esse entu- siasmo, essa transformação de vida que pretende.  Quando não há um depois que continue o experimentado, uma comunidade cristã que ajude a continuar a amadurecer a fé, oferecendo algumas pistas de ação, algumas celebrações em sintonia com a Palavra de Deus e com os participantes, um envolvimento comunitário, "a catequese corre o risco de se esterili- zar". Assim o anotava o Papa João Paulo II na Catechesi Tradendae (CT 25) Neste sentido é importante que fase da esta catequese tenha imediatamente uma continuação mistagógica, uma etapa mais espiritual em que se convide o grupo a celebrar essa vida nova que foram descobrindo como oferta evangélica e como experiência realizada por cada um na sua etapa do caminho catequético. Em concre- to, una iniciação pós-batismal na fé em que os catequizandos vão tomando consciência da sua missão como seguidores de Jesus chama a assumir, professar e celebrar esses três sacramentos iniciatórios: o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia. Por isso, a etapa propriamente da catequese termina com a Confissão pessoal de fé dos catequizandos e culmina, em seguida, com uma curta e intensiva etapa celebrativa espiritual. UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL Tudo o que se disse interpela a atitude com que nos introduzimos nesta fase catequética. Poderia acontecer que muitos dos catequizandos, influenciados em boa medida pelos clichés que permanecem da sua catequese infantil, pudessem pensar que os esperam algumas "sessões doutrinais", exposições do catequista, uma fase em que teriam que ler escrever, preencher fichas... Quem assim pense, poderia chegar à catequese, no melhor dosa casos, com uma atitude recetora, disposto a sentir-se interpelado pelo que lhe vão dizer... mas sempre o fará numa atitude passiva, com uma disposição pouco criativa, com um deixar que "façam". São muitos os que passam pela nossa vida e todos somos, em boa parte, o resultado de uma infinidade de con- tribuições da parte de outros, de uma variedade de encontros e relações... Mas, em última análise, é cada um que tem que crescer, aprender a andar, a defender-se na vida. Neste sentido a catequese é uma experiência pessoal, é uma construção lenta em que cada um vai entrando num estilo de vida personalizado, tomando como eixo e modelo a pessoa de Jesus de Nazaré e seus seguidores. O Concílio do Vaticano II falava de "ciado" (AG 14) ao referir-se ao catecumenado e todos sabemos que o noviciado é um tempo de provação em que uma pessoa vai descobrindo um tipo de vida, vai tomando cons- ciência se e essa vida o que ele ou ela procurava, se se sente bem, realizado... UM TREINO PRÁTICO Neste sentido, a catequese é um treino "práxico": não é tanto um tempo de palestras e de teorias mas mais de uma "praxis" (exercício) n os diferentes aspetos da vida cristã. A modo de exemplo, um bom treinador de futebol dedicará algum tempo a ensinar táticas, mas o seu principal trabalho será realizado no campo, jogando, lutando, aprendendo, desfrutando... e procurando trabalhar as dife- rentes componentes dum jogador de futebol (resistência física, habilidade, agressividade, concentração, rapi- dez, domínio da bola...). Neste sentido a catequese é um exercício prático nas diferentes componentes da vida cristã: conhecimento "sapiencial" da mensagem cristã. Iniciação à oração e à celebração, vida comunitária, atitudes básicas evangélicas, missão, consciência eclesial... todo um trabalho integral. UMA EXPERIÊNCIA ECLESIAL Como se referia no tocante ao futebol, é muito importante na catequese a figura do treinador, no nosso caso o catequista, o iniciador.
  • 4. 4 Um iniciador deve ser, naturalmente, um iniciado nos aspetos de vida cristã que em que deve iniciar os outros. Como dizia o grande pedagogo Paulo Freire, em educação todos somos ao mesmo tempo educadores e edu- candos. Isto é muito claro no campo da fé. O catequista vai transmitindo a experiência da fé da Igreja, incar- nada na sua própria experiência, mas ao mesmo tempo vai-se enriquecendo com a experiência da fé que os catequizandos vão vivendo (Deus opera no íntimo de cada pessoa). A catequese como experiência eclesial, é uma experiência, um trabalho comunitário, ma o catequista deverá cuidar muito o encontro interpessoal, tal como Jesus o sabia fazer. No itinerário catequético, os catequizandos vão recebendo de uns e de outros, é verdade, mas são eles mesmos que percorrem o seu próprio caminho. 2
  • 5. 5 JESUS, SALVAÇÃO DE DEUS ETAPA CATEQUÉTICA 1 CHAVES DA PRIMEIRA E SEGUNDA FASE  Consideramos que o Antigo Testamento deve ser visto e interpretado a partir de Jesus. Propusemos, por isso, como tema primeiro e inicial "Jesus é o Senhor", que está também ligado com a proclamação do querigma, culminação da etapa catequética.  Nesta primeira fase desenvolvem-se quatro temas fundamentais e por esta ordem: o Êxodo, a Criação, a Aliança e os Profetas.  Estas quatro catequeses sobre o Antigo Testamento abrem com uma reflexão inicial sobre a comunica- ção de Deus aos homens e fecham com uma reflexão sobre a literatura sapiencial. Desta maneira pode captar-se melhor o que Deus realizou a favor do seu povo ao longo da História de Salvação no Antigo Testamento.  As catequeses sobre o Novo Testamento partem de Jesus de Nazaré como Cristo Salvador. O Reino torna-se presente nEle que nos oferece as Bem-aventuranças com caminho. NEle encontramos e desco- brimos Deus e o ser humano. Ele, que morreu na cruz por nós, vive ressuscitado.  Esta fase termina com a proposta de elaboração do Projeto Pessoal de Vida Cristã (PPVC), projeto que pode ser de grande ajuda para o amadurecimento da fé no itinerário catequético de estilo catecumenal.  As celebrações de passagem estão pensadas para serem realizadas nos 20-30 minutos da última cate- quese para não acrescentar mais uma reunião. Se se vê que o tempo é muito limitado, poderá haver uma reunião específica para as celebrações, caso o grupo concorde. O que nunca deverá acontecer é que se deixem de celebrar. Elas são um elemento muito importante no itinerário de catequese de adultos.
  • 6. 6 CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM E CATEQUESE QUERIGMÁTICA CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM Da pré-catequese à catequese na sua primeira fase: o Antigo Testamento. CATEQUESE KERIGMÁTICA 1. JESUS É O SENHOR As primeiras testemunhas proclamam Jesus como "Senhor" e vivem em comunidades
  • 7. 7 CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: Da pré-catequese à catequese na sua primeira fase (Antigo Testamento) Ver o desenvolvimento desta celebração no catecismo II, 9-16. 1. Apresentação da Celebração  Apresentação: a etapa pré-catequética foi uma etapa muito rica, muito iluminadora...  Cartaz: pode colocar-se um cartaz com uma janela entreaberta e um sol.  Cântico: Cantamos um cântico que nos convide a caminhar, como por exemplo:  Caminha povo de Deus... (Cantemos todos nº 7)  Somos um povo que caminha... (Cantemos todos nº 44)  Errante vou, sou peregrino... (Cantemos todos nº 233)  Silêncio oracional: Contemplação do cartaz  Janela: aberta/ entreaberta/ fechada... e o meu eu com as suas experiências...  Sol: Luz, Jesus: luz da minha vida... 2. Discernimento Este capítulo apresenta-se em forma de constatações positivas, e não em forma de perguntas... O estilo é pes- soal e no singular. Pode colocar-se no plural, dando-lhe um sentido mais grupal...  Memória da etapa: Trata-se de discernir os aspetos positivos que fomos descobrindo...  Partilha de experiências: O que preside ao encontro anima os membros do grupo a partilhar as suas experiências.  Convite do catequista: Na etapa seguinte descobriremos as grandes linhas da fé cristã:
  • 8. 8  O ponto nuclear catequético da próxima etapa é Jesus Cristo e a sua mensagem  Prestaremos também alguma atenção a alguns aspetos do Antigo Testamento.  Abordaremos temas referentes à Igreja e à vida do cristão... Que todos se entusiasmem para entrar nesta nova etapa... 3. Oração 4. A palavra Leitura: Os primeiros discípulos Pistas para o comentário dos catequistas Pergunta chave: como estamos a viver este itinerário? 5. Apresentação dos símbolos Os Símbolos:  Bíblia: Fonte e referência para a experiência da fé.  Cruz/signação: Referência a Jesus da cruz, que vamos descobrir pouco a pouco.  Ephetá/ábre-te: Para que entre a luz é necessário dispor-se.  Sal: A fé é saborear Deus, Jesus, a sua mensagem Apresentação e entrega da Bíblia  Oração  Cântico Fala, Senhor (ver no CD do 2º ano de catequese do SNEC)  Entrega Signação e entrega da cruz  Oração  O catequista entrega a cruz.  Cântico: Eis o caminho. (Cantemos todos nº 111) Ephtá (ábre-te)  Oração  Rito  Cântico: Estou à porta e chamo. (Cantemos todos nº 912) O sal  Oração  Entrega e saborear do sal  Cântico: Saboreai e vede. (Cantemos todos nº 149)
  • 9. 9 1. JESUS É O SENHOR: As primeiras testemunhas proclamam Jesus como o Senhor e vivem em comunidades OBJETIVOS 1. Descobrir que na história da salvação, a vida dos seguidores de Jesus leva-os a viver em comunidade 2. Sentir o chamamento missionário de comunicar aos outros a alegria de nos termos encontrado com Jesus e com os irmãos. 3. Ter em conta a importância daquelas primeiras testemunhas para dar a conhecer a outros essa expe- riência de encontro com Jesus, morto mas ressuscitado, apoiando-nos numa rica experiência comuni- tária. MENSAGEM CENTRAL Os primeiros discípulos proclamam que Jesus começou a ser "Senhor" das suas vidas, a partir da experiência da sua identificação com Ele. Têm uma ação missionária: fazem o anúncio de Jesus duma forma corajosa e testemunhal, acompanhando-o com sinais e prodígios a favor dos necessitados. Vão para lá das fronteiras de Israel, apesar das perseguições, prisões e morte. Estes discípulos que experimentaram seu encontro com o ressuscitado vivem em comunidades apoiados em quatro ações: Ensinamento dos Apóstolos, oração em comum, comunicação de bens (partilha) e a celebração da eucaristia (fração do pão).
  • 10. 10 Ligados a Jesus ressuscitado e animados pelo seu Espírito, dão testemunho de Jesus a partir da sua vida comunitária. A vida e o estilo daquelas primeiras comunidades são ponto de referência obrigatório para as nossas. Cabe-nos a nós, hoje, dar relevo àquelas primeiras testemunhas, dando a conhecer essa experiência de encontro com Jesus, morto e ressuscitado, apoiado numa rica vivência da comunhão fraterna. ASPETOS A SUBLINHAR  À luz de Jesus vivo, os discípulos descobrem em Jesus morto na cruz o amor solidário de Deus con- nosco.  Segundo Act 2,42-47 e 4,32-35, a vida dos discípulos em comunidade tem sempre traços concretos, que nos desafiam a vivê-los nas nossas comunidades. A relação com Cristo e com o Espírito.  Convém sublinhar a vitalidade missionária das primeiras comunidades, com as suas características especiais, sempre em união com o Ressuscitado e sob o alento do seu Espírito. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE O catequista além da apresentação da catequese seguindo o guião que apresentamos ou outro que ache conve- niente, indicará o trabalho que se deve realizar durante a semana. Trabalho pessoal  Ler, devagar, toda a catequese.  Anotar algum ponto que pareça novidade; assinalar também o que foi difícil compreender.  Responder por escrito às perguntas que aparecem nos quadros referentes ao "anúncio missionário" e à "vida da comunidade".  Sugerimos que estas perguntas sejam partilhadas na reunião, embora no trabalho pessoal se deva responder a todas.  Concretizar um compromisso como se indica na última pergunta da catequese, no final do apartado: "Chamados a ser testemunhas de Jesus ressuscitado". Na reunião  Partilha-se o trabalho de casa:  Os aspetos que mais nos chamaram a atenção na leitura da catequese e o que não compreende- mos bem.  As respostas às perguntas.  O catequista sublinha os pontos que considera importantes e que não apareceram na partilha.  Para isso pode servir-se do que se acaba de dizer nos apartados "Mensagem central" e "Aspetos que convém sublinhar. Oração O catequista cria o clima adequado e anima a oração.  Leitura pausada da Carta a Diogoneto:
  • 11. 11  Silêncio. Partilha do que leitura suscitou em cada um: sentimentos, interpelações... nestes minutos de oração pessoal  Agradecemos a Deus o testemunho das testemunhas que encontrámos na nossa vida e o Espírito que o Pai nos deu.  Pode, também, ler-se Act 2,42-47. Textos para a reflexão e oração Senhor, faz que a minha fé seja plena, sem reservas e que penetre o meu pensamento, e o meu modo de julgar as coisas divinas e humanas. Senhor, faz que a minha fé seja livre, que tenha o empenho pessoal da minha adesão e que eu aceite as renún- cias e deveres que ela comporta. Senhor, faz que a minha fé seja forte, que não tema a contradição dos problemas de que está cheia a minha vida, que não tema as invetivas de quem a ataca, a discute ou a nega, mas que se reafirme na prova íntima da Tua verdade. Senhor, faz que a minha fé seja alegre, dê gozo e paz ao meu espírito, e o capacite para a oração com Deus e para o trato com os irmãos. Senhor, faz que a minha fé seja ativa e dê à claridade as razões da sua expansão moral, de modo que seja ver- dadeira amizade contigo e seja, nas obras, uma contínua busca de Ti, um contínuo testemunho, um alento ininterrupto de esperança. Papa Paulo VI A vida das comunidades cristãs primitivas "Os cristãos não se distinguem dos demais homens, nem pela terra, nem pela língua, nem pelos costumes. Nem, em parte alguma, habitam em cidades peculiares, nem usam alguma língua distinta, nem vivem uma vida de natureza peculiar. Nem uma doutrina desta natureza deve a sua descoberta à invenção ou conjetura de homens de espírito irre- quieto, nem defendem, como alguns, uma doutrina humana. Habitando cidades Gregas e Bárbaras, conforme coube em sorte a cada um, e seguindo os usos e costumes das regiões, no vestuário, no regime alimentar e no resto da vida, revelam unanimemente uma maravilhosa e para- doxal constituição no seu regime de vida político-social. Habitam pátrias próprias, mas como peregrinos, participam de tudo mas como cidadãos, e tudo sofrem como estrangeiros. Toda a terra estrangeira é para eles uma pátria e toda a pátria uma terra estrangeira. Casam como todos e geram filhos, mas não abandonam à violência os recém-nascidos. Servem-se da mesma mesa, mas não do mesmo leito. Encontram-se na carne, mas não vivem segundo a carne. Moram na terra e são regidos pelo céu. Obedecem às leis estabelecidas e superam as leis com as próprias vidas. Amam todos e por todos são perseguidos. Não são reconhecidos, mas são condenados à morte; são condenados à morte e ganham a vida. São pobres mas enriquecem muita gente; de tudo carecem mas em tudo abundam. São desonrados, e nas desonras são glorificados; injuriados, são também justificados. Insultados, bendizem; ultrajados, prestam as devidas honras. Fazendo o bem, são punidos como maus; fustigados, alegram-se, como se recebessem a vida. São hostilizados pelos Judeus como estrangeiros; são perseguidos pelos Gregos, e os que os odeiam não sabem dizer a causa do seu ódio. Numa palavra, o que a alma é no corpo, isso são os cristãos no mundo.
  • 12. 12 (Da Carta a Diogoneto, séc II?) PRIMEIRA FASE: Catequese sobre o Antigo Testamento REFLEXÃO INICIAL: Deus comunicou-se aos homens ao longo da história e continua a comunicar-se hoje. 2. O ÊXODO, EXPERIÊNCIA DE LIBERTAÇÃO Deus quer-nos livres 3. A CRIAÇÃO, DOM E TAREFA Deus cria-nos por amor 4. A ALIANÇA, EXPERIÊNCIA DE COMUNHÃO Deus convive com a humanidade para a salvar
  • 13. 13 5. OS PROFETAS, VOZES DE FIDELIDADE E DE ESPERANÇA Deus acompanha-nos e guia-nos A REFLEXÃO DOS SÁBIOS A literatura sapiencial CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM Da catequese sobre o Antigo Testamento (1 ª fase) à catequese sobre o Novo Testamento (2ª fase) 2. O ÊXODO, EXPERIÊNCIA DE LIBERTAÇÃO: Deus quer-nos livres OBJETIVOS 1. Descobrir que o que aconteceu no Êxodo revela Deus como libertador, amigo e companheiro de jor- nada na história nascente de Israel e de todos os povos. 2. Contemplar e agradecer as ações de Deus na nossa história a favor da libertação do homem. 3. Tomar consciência de que somos chamados a colaborar na libertação dos homens e dos povos. MENSAGEM CENTRAL Com esta catequese avançamos nas grandes experiências do Antigo Testamento que preparam a vinda salva- dora do Messias, Jesus de Nazaré. Os israelitas foram descobrindo o Deus de Abraão, de Isaac e de Jacob; o Deus da promessa e da fidelidade na sua própria história. Dentro desta, alguns acontecimentos foram de singular transcendência significado para a sua vida como pessoas e como povo. Um desses grandes acontecimentos foi o Êxodo: os israelitas que sofrem a amarga experiência da exploração e escravidão no Egito, passam a viver a gozosa experiência da libertação, obra e realização de Deus.  Os israelitas descobrem, nesse acontecimento, Deus próximo, solidário e atento à situação, que seja de sofrimento ou de alegria.  Mais ainda, descobrem-no como Deus libertador, que se compromete na libertação de todo o tipo de injustiça ou escravidão, sempre e para todos. Desta experiência nasce Israel como povo, tomando consciência de ser o povo de Deus.
  • 14. 14  Para realizar a libertação dos israelitas, Deus pede a colaboração dos homens; assim, com a colabora- ção de Moisés, realiza o Êxodo (saída) do Egito, e o povo experimenta a passagem da escravidão à liberdade.  Por outro lado, o acontecimento do êxodo, lido a partir do Novo Testamento, é imagem da plena e definitiva libertação e salvação realizada por Jesus Cristo para toda a humanidade. ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  O catequista situa o Êxodo não como um facto, mas como uma etapa importante na história da salva- ção que Deus quis realizar como expressão do seu amor libertador e salvador. Por isso convém partir de que Deus quis comunicar-se e autorrevelar-se aos homens, e fê-lo na história e ao longo da história com gestos e palavras.  Deus continua e irá continuando a realizar a história da salvação. Na plenitude dos tempos Deus comunicou-se-nos através duma forma única, através do seu próprio Filho; por Ele se realizou a liber- tação e a salvação definitiva e integral para todos os homens.  Deus continua a realizar na atualidade a libertação e a salvação da humanidade. É decisivo, na nossa vida, ter consciência da necessidade de ser-se libertado das escravidões que nos aprisionam, incluindo o pecado (injustiça, medos, egoísmo, morte...). E experimentar como Deus nos está a libertar e a sal- var.  Isso é fruto da salvação realizada por Jesus Cristo, que venceu o pecado e a morte para todos. Desta experiência deve nascer uma atitude agradecida na vida quotidiana.  Esta catequese há de levar cada um a sentir o chamamento pessoal que Deus lhe faz para colaborar na libertação dos outros. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE O catequista, para lá da apresentação da catequese seguindo o guião que oferecemos ou outro que julgue con- veniente, indica o trabalho que se deve realizar durante a semana. Trabalho Pessoal  Depois da leitura de toda a catequese toma nota de algum ponto que te tenha parecido especialmente importante ou portador de novidade.  Indica, além disso, se há algum que não compreendeste suficientemente.  Responde por escrito ao seguinte:  Perguntas do Diálogo de "A nossa experiência".  Perguntas 2 e 3 do Diálogo. "A história da salvação".  Perguntas de "Expressão de fé". Na reunião O catequista situa o que se vai fazer e motiva a participação. Partilhamos o trabalho pessoal: Os aspetos que mais nos chamaram a atenção na catequese e também as dificuldades. A resposta às perguntas
  • 15. 15 O catequista sublinha os aspetos que considera importantes e que não surgiram na partilha. Pode servir-se dos apartados anteriores:"Mensagem central" e Aspetos que convém sublinhar". Oração  O catequista cria o clima adequado e motiva a oração.  Propomos estes textos para a oração. Exprimimos a necessidade de sermos libertados: Cantamos: Deus continua a chamar ou outro cântico que referencie o grito de liberdade do povo de Israel.  Agradecemos a Deus a libertação dos israelitas do Egito e bendizemos a Deus que nos continua a libertar das nossas escravidões e pecados. Fazemo-lo recitando o Benedictus (Lc 1,68-79).  Silêncio.  Partilha do que cada um experimentou (desejos, apelos ...) neste momento de oração pessoal. Outros materiais Pode utilizar-se, também, um vídeo sobre o Êxodo. OUTROS TEXTOS PARA A ORAÇÃO Os servidores Só os podes podem servir. Os outros não... Os ricos, os espertos, os que sabem muito, os que podem muito, os que estão muito comprometidos não podem servir. Para servir é necessário abdicar do poder, é necessário deixar armas e ciência em terra. Com rivalidade manipula-se mas não se serve. Para servir é necessário acabar a competição. É necessário enterrar a ânsia de ganhar. Interpretar o Povo! Isso qualquer ditador sabe fazer! O fascista sabe sempre o que Povo necessita! Só sabemos uma coisa: Jesus não servia assim. Do alto, domina-se, mas não se serve. Para servir é necessário descer do pedestal. É necessário colocar os pés no chão e não no pódio. Com a força conquista-se, mas não se serve. São demasiado importantes. Não podem dobrar-se e lavar os pés. Não podem levantar-se da mesa e servir a refeição. Têm muito que dizer, que ensinar.
  • 16. 16 Nada têm para aprender. Os santos também não podem servir. São demasiado santos para servir. Têm coisas mais importantes para fazer! Só os pobres podem servir. P. Loidi, Mar rojo, 62 Que o coração não se me endureça, Senhor Senhor, que o meu coração não se acostume a ver numa situação injusta. Que em cada dia me escandalize com este mundo em que uns têm tudo e a outros tudo falta. Que o meu coração não se acostume ao olhar triste e perdido, ao cheiro humilhante do álcool, ao gesto caído e desanimado, à palavra soez ou velhaca, à pouca vontade de viver, a qualquer prejuízo do irmão, ao o seu grito a partir da valeta da vida. Põe, Senhor, ternura no meu olhar, carícia na minha mão que saúda, põe misericórdia na minha mente que julga. Pai, põe sabedoria na minha linguagem. Dá o dom da escuta aos meus ouvidos. Pai, que o meu coração não se acostume, à dor do meu irmão que jaz na valeta. Que saiba porque está maltratado, que acaricie a sua história com ternura e realize um encontro de dois filhos que num troço do caminho mutuamente se dignificam, se alegram e se ajudam na vida. Mari Patxi Ayerra
  • 17. 17 3. A CRIAÇÃO, DOM E TAREFA: Deus criou-nos por amor OBJETIVOS 1. Descobrir o coração misericordioso de Deus, que não abandona os homens revoltados contra Ele, per- doa-os e caminha com eles numa história de salvação. 2. Assumir a experiência religiosa de Israel, que descobre no seu Deus, salvador e libertador, o Deus Criador amoroso do universo e de todos os povos. 3. Descobrir com alegria que Deus criou amorosamente o cosmos, a natureza e a nós como seus filhos e irmãos de todos. 4. Deixa-se acompanhar por Deus e pelo seu Cristo vivo para completar a nova criação. MENSAGEM CENTRAL Deus realiza, por sua própria iniciativa amorosa, a criação do universo progressivamente, em ordem e harmo- nia. Num determinado momento da evolução cria os seres humanos, convidando-os a crescer, a multiplicar-se e a dominar a terra. Ainda que se tenham revoltado contra Ele, Deus não os abandona; perdoa-os e caminha com eles numa história de libertação e de salvação. Os homens com a sua liberdade rompem a harmonia querida por Deus na sua criação. Contudo, Deus põe em marcha um novo povo que viva a harmonia do plano criador de Deus. No auge do seu amor para connosco, os seres humanos, Deus envia o seu Filho que realiza a nova criação, recriando, tornando mais «familiares» as nossas relações com Deus, entre nós e com a criação.
  • 18. 18 Jesus, o homem novo, o Salvador, convida-nos a colaborar no desenvolvimento do plano salvador e libertador de Deus, promovendo um convivência mais respeitosa com a natureza e uma convivência mais fraterna com os outros na história de cada dia. ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  Deus cria amorosamente o mundo e o género humano e nós abusamos da liberdade que Ele nos dá. A nossa atitude pecadora diante de Deus.  Deus compraz-se connosco, em especial com o seu Filho encarnado, e faz com que a nossa história se desenvolva como uma história de salvação.  Como Israel, caímos na conta de que Deus nos acolhe e nos liberta porque saímos amorosamente das suas mãos criadoras sem merecimento algum da nossa parte (gratuidade).  Não basta contemplar a beleza da criação, mas é necessário sermos agradecidos pelo amor com que Ele tudo criou, e em especial cada um de nós.  Devemos reconhecer que todos recebemos de Deus e do seu Enviado a missão de completar com Ele a nova criação. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  Recorda alguma das tuas experiências lendo devagar, duma forma contemplativa, e ao mesmo tempo reflexiva, o capítulo «A nossa experiência». Essa leitura será muito sugestiva.  Escreve duma forma sucinta o teu contributo ao comentário do grupo: qual é o sentimento mais bonito que te provoca a natureza num dia no campo ou na montanha? Que sentimento evocam em ti os lixos na natureza? Que sentias quando em criança ou adolescente eras apoiado por algumas pessoas (famí- lia, amigos, colegas de turma…)?  O povo de Israel, à luz do que foram falando Moisés e os profetas sobre o universo e o ser huma- no, descobre que Deus não é apenas o seu salvador, mas também o Criador do universo e das pessoas.  Também nós, os crentes, (lê capítulo 2: «A história da salvação»), o que é que se torna mais esclarecedor e te ajuda a ser melhor?  Responde por escrito às perguntas que se colocam no diálogo do capítulo 2.  Compromisso em realizar alguma coisa concreta que melhore a nossa natureza e as pessoas que o senhor criou (tarefa do último diálogo desse capítulo). ORAÇÃO  Exprimir em conjunto a admiração e ação de graças ao senhor pela maravilha que é cada pessoa. Pode recitar-se o salmo 8 (Como é admirável o teu nome em toda a terra)  Hino das criaturas de São Francisco  A encíclica Laudato si tem no final estas duas orações: Oração pela nossa terra Deus Omnipotente, que estais presente em todo o universo e na mais pequenina das vossas criaturas, Vós que envolveis com a vossa ternura tudo o que existe, derramai em nós a força do vosso amor
  • 19. 19 para cuidarmos da vida e da beleza. Inundai-nos de paz, para que vivamos como irmãos e irmãs sem prejudicar ninguém. Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos. Curai a nossa vida, para que protejamos o mundo e não o depredemos, para que semeemos beleza e não poluição nem destruição. Tocai os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra. Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas no nosso caminho para a vossa luz infinita. Obrigado porque estais connosco todos os dias. Sustentai-nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz. Oração cristã com a criação Nós Vos louvamos, Pai, com todas as vossas criaturas, que saíram da vossa mão poderosa. São vossas e estão repletas da vossa presença e da vossa ternura. Louvado sejais! Filho de Deus, Jesus, por Vós foram criadas todas as coisas. Fostes formado no seio materno de Maria, fizestes-Vos parte desta terra, e contemplastes este mundo com olhos humanos. Hoje estais vivo em cada criatura com a vossa glória de ressuscitado. Louvado sejais! Espírito Santo, que, com a vossa luz, guiais este mundo para o amor do Pai e acompanhais o gemido da criação, Vós viveis também nos nossos corações a fim de nos impelir para o bem. Louvado sejais! Senhor Deus, Uno e Trino, comunidade estupenda de amor infinito, ensinai-nos a contemplar-Vos na beleza do universo,
  • 20. 20 onde tudo nos fala de Vós. Despertai o nosso louvor e a nossa gratidão por cada ser que criastes. Dai-nos a graça de nos sentirmos intimamente unidos a tudo o que existe. Deus de amor, mostrai-nos o nosso lugar neste mundo como instrumentos do vosso carinho por todos os seres desta terra, porque nem um deles sequer é esquecido por Vós. Iluminai os donos do poder e do dinheiro para que não caiam no pecado da indiferença, amem o bem comum, promovam os fracos, e cuidem deste mundo que habitamos. Os pobres e a terra estão bradando: Senhor, tomai-nos sob o vosso poder e a vossa luz, para proteger cada vida, para preparar um futuro melhor, para que venha o vosso Reino de justiça, paz, amor e beleza. Louvado sejais! Amen. 4. A ALIANÇA, EXPERIÊNCIA DE COMUNHÃO: Deus convive com a humanida- de para a salvar OBJETIVOS 1. Perceber que o Deus da nossa fé é um Deus muito próximo de nós e descobrir que o desejo de Deus de conviver com a humanidade é uma constante na vida religiosa de Israel (Aliança). 2. Reconhecer que em Jesus se realiza a definitiva Aliança salvadora de Deus, a nova Aliança. 3. Confessar que a comunidade de Jesus – a sua comunidade – convive com Deus em comunidade de vida, que vive a nova Aliança. 4. Aceitar o convite para viver fielmente a Aliança com Deus, que nos anima, por seu lado, a viver em aliança com os que nos rodeiam, encarnando essa aliança de amor e amizade na vida quotidiana. MENSAGEM CENTRAL O Deus em que acreditamos é o «Deus connosco», próximo, pessoal, dialogante, que deseja conviver connos- co, viver em aliança. A história bíblica relata-nos muitas alianças entre Deus e o povo de Israel. Por detrás de todas elas está o amor de Deus e a sua decisão irrevogável de salvar os seus filhos, de os ajudar para que vivam num clima de amor baseado na justiça e na paz, mesmo quando o povo se esquece de Deus e rompe com a Aliança. Jesus é a nova e definitiva Aliança. NEle se unem Deus e a humanidade. Ele é a encarnação de Deus na nossa história e a oferta definitiva da salvação para toda a humanidade. É Aliança «Nova» – um pacto de amizade
  • 21. 21 novo – porque o Espírito de Jesus cria em nós um «coração novo» e porque se oferece não a um povo mas a todos os povos. A Igreja de Jesus é a experiência viva dessa Aliança Nova: quando nos encontramos com Deus na oração e na escuta da Palavra, quando celebramos na eucaristia o amor de Deus, manifestado na entrega de Jesus, e quan- do descobrimos em toda a pessoa, especialmente nas necessitadas, o rosto de Deus, e no serviço que sempre é amor encarnado que cura. Deus convida-nos a viver também hoje a viver a experiência de aliança, de comunhão com Ele, com gestos que consolidam essa relação confiante e habitual com Ele. E viver fielmente na aliança com Deus deve ani- mar-nos necessariamente a viver em aliança com os que nos rodeiam ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  É Deus quem toma a iniciativa, de forma gratuita, e nos convida a viver sempre em união com Ele. A nós compete-nos responder generosamente ao seu convite.  Jesus é a união mais plena – a aliança mais profunda – entre Deus e a humanidade. É Ele que realiza a nova e definitiva Aliança salvadora entre Deus e todos os povos da história humana.  A Igreja é experiência viva da nova aliança na sua vida e nas suas ações pastorais. Por isso é sinal e instrumento dessa aliança no meio da humanidade  Somos convidados a acolher com alegria essa convivência com Deus que Ele mesmo nos oferece e a viver com fidelidade essa aliança com palavras e gestos da vida quotidiana. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  Lê pausadamente a catequese e procura responder às diferentes perguntas que nela aparecem.  Anota algum ponto que te pareça ter novidade ou ser significativo e assinala também o que te pareceu difícil de entender.  Responde por escrito à penúltima pergunta do Diálogo de «A nossa experiência» e à primeira de «a história da salvação» ORAÇÃO  Reza com alegria e confiança o salmo 62, desejando uma verdadeira experiência de encontro com Deus.  Tendo em conta o capítulo «Expressão de fé» concretiza um compromisso que consolide a tua comu- nhão com Deus e com os outros.  OUTROS TEXTOS PARA A REFLEXÃO E ORAÇÃO Servir Onde houver uma árvore para plantar, planta-a tu. Onde houver um erro para emendar, emenda-o tu. Onde houver necessidade de um esforço a que todos se esquivam, aceita-o tu. Sê o que afasta a pedra do caminho, o ódio dos corações e as dificuldades do problema. Há a alegria de ser santo e justo, mas há, sobretudo, a imen- sa alegria de servir.
  • 22. 22 Que triste seria o mundo se tudo estivesse feito! Se não houvesse uma roseira para plantar, uma empresa para empreender! Não caias no erro de que só há méritos nos grandes trabalhos. Há pequenos serviços: pôr uma mesa, ordenar uns livros, pentear uma criança. Servir não é uma tarefa de seres inferiores. Deus, que é o fruto e a luz, serve. Pergunta-te em cada dia: serviste hoje? Gloria Fuertes 5. OS PROFETAS, VOZES DE FIDELIDADE E ESPERANÇA: Deus acompanha- nos e guia-nos OBJETIVOS 1. Conhecer melhor a personalidade e a mensagem dos profetas bíblicos, para entender o profetismo de Jesus. 2. Perceber que Deus continua a enviar profetas hoje. 3. Tomar consciência da nossa condição de profetas pelo batismo. MENSAGEM CENTRAL Na nossa vida pessoal e coletiva temos necessidade de pessoas com autoridade moral e coerência de vida que nos sirvam de referência, sobretudo nos momentos conflituosos e de crise. Foram assim, da parte de Deus, os profetas bíblicos para o povo de Israel. Não eram «adivinhos do futuro» mas eram como «luzeiros» colocados por Deus e mensageiros seus. As suas características fundamentais são:  Denunciam o pecado, a infidelidade do povo, a injustiça… e anunciam a intervenção salvadora de Deus,  a partir da autenticidade de vida,  abarcando todas as esferas da vida religiosa e civil,  à luz da Palavra de Deus e do espírito da Aliança,  como enviados de Deus, seduzidos por Ele.
  • 23. 23 Estes profetas anunciam e prefiguram o profeta definitivo Jesus. A Igreja é uma comunidade profética. Os batizados participam na missão profética de Jesus. Já a descobrimos, e vivemos? ASPETOS A SUBLINHAR  As características dos profetas bíblicos.  Jesus é o profeta definitivo.  A nossa condição de profetas pelo batismo DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  Pode indicar-se ao grupo que antes da leitura pessoal do tema em casa, cada um escreva o que lhe sugere a palavra «profeta», para poder comparar, depois de ler o tema, se há muita diferença do que pensava antes.  Na reunião pode partir-se – brevemente – da experiência da necessidade que sentimos de pessoas que, em momentos cruciais, nos orientem ou nos ajudem. Sentimos alguma vez esta necessidade? Quando? Respondemos às perguntas do Diálogo do capítulo 1 «A nossa experiência».  O grosso da reunião será dedicado a analisar as características fundamentais dos profetas bíblicos (nº 1 do Capítulo 2 «A história da Salvação». Também se podem ler os textos bíblicos citado nos núme- ros 1-5 desse capítulo.  O nº 2 «Jesus, o profeta definitivo», dentro da «história da salvação» pode apontar-se apenas, sem se deter aí muito tempo, pois nos temas dedicados a Jesus se tratará com mais profundidade.  É importante reservar uma parte de reunião para falar do nosso profetismo batismal (Capítulo 3 «Expressão da fé») e sentido que tem ou como o podemos realizar. Podem comentar-se as citações do Vaticano II, do Catecismo da Igreja Católica, de Paulo VI e Papa Francisco, assim como as perguntas do D desse capítulo.  Se parecer oportuno, e se houver tempo, poderá regressar-se às respostas dadas antes e o que agora se sabe. O que é que mudou? ORAÇÃO Além do sugerido no tema poderá ainda ler-se um dos relatos proféticos de vocação (Is 6,1-8; Jr 1,4-10
  • 24. 24 CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: da catequese sobre o Antigo Testamento (1ª fase) á catequese sobre o Novo Testamento (2ª fase) Ver o desenvolvimento no livro dos participantes p 103-108 Devem estar preparado os cartões da «História da Salvação» e das «Bem-aventuranças». AMBIENTAÇÃO Ler com espontaneidade em tom de intimidade e ao som de música de fundo.  Fomos descobrindo no decorrer das catequeses com admiração e alegria os grandes acontecimentos em Deus intervém para se dar a conhecer a todos nós.  Surpreende-nos revelando-se como criador de todas as coisas Durante um breve tempo sobe-se a música de fundo. Ao começar o parágrafo seguinte, baixa-se a música  E para maior assombro, no caminha para a Terra Prometida, Deus comprometeu-se a conviver con- nosco numa Aliança de família.  Deus oferece-nos a sua Palavra por meio dos Profetas, seus amigos íntimos.  E envia-nos Jesus, o seu Filho Encarnado… Silêncio e contemplação Depois do silêncio acaba-se a introdução e introduz o Salmo, já sem música de fundo
  • 25. 25 SALMOS RECITADOS Responde-se como está indicado na p. 105 do catecismo RITO DE ENTREGA DA NARRAÇÃO BREVE DO ANTIGO TESTAMENTO Convite do catequista Embora todos estes prodígios que Deus fez por nós possam ler-se na Sagrada Bíblia que recebemos na passa- gem da Pré-catequese à Catequese, convém ter à mão uma «Narração Breve» da história da salvação» no Antigo Testamento. Entrega O Catequista vai entregando o folheto a cada um:  (Nome) recebe este folheto que te servirá de guia para ler a Narração das maravilhas de Deus, que são também testemunho de amor para contigo.  Resposta: Bendito seja Deus para sempre. Cântico  Dai graças ao Senhor… Convite para passar à segunda fase da etapa catequética Seguir o que está no catecismo p. 108 Entrega das Bem-aventuranças A cada um é entregue o texto das Bem-aventuranças. Nota: os cartões preparam-se antecipadamente. A narração breve está no anexo 1 do Catecismo.
  • 26. 26 SEGUNDA FASE. CATEQUESE SOBRE O NOVO TESTAMENTO 6. JESUS DE NAZARÉ, O CRISTO NOSSO SALVADOR 7. JESUS: «O REINO E DEUS ESTÁ NO MEIO DE VÓS» 8. AS BEM-AVENTURANÇAS: A ALEGRIA DOS QUE VIVEM O EVANGELHO 9. EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS DEUS 10.EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS O HOMEM 11.JESUS REZA E ENSINA-NOS A REZAR CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM – ENTREGA DO PAI NOSSO. ENCONTRO DE ORAÇÃO – PAI NOSSO 12.JESUS MORRE NA CRUZ POR AMOR 13.JESUS RESSUSCITOU E VIVE 14.O PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM DA CATEQUESE SOBRE CRISTO À CATEQUESE SOBRE A IGREJA
  • 27. 27 7. JESUS: «o reino de Deus no meio de vós» OBJETIVOS 1. Descobrir o reino de Deus como uma boa notícia para todos os homens e mulheres. 2. Suscitar uma atitude de agradecimento e de esperança gozosa diante da notícia do reino, porque Deus quis dar-nos uma vida nova e plena: sermos seus filhos e participantes do seu Reino. 3. Tomar consciência de que a nossa missão como Igreja, como discípulos de Jesus de Nazaré, consiste em anunciar e desenvolver – colaborando com o Espírito – o reinado de Deus. MENSAGEM CENTRAL O Reino de Deus foi o ponto nuclear da pregação de Jesus. Em Jesus de Nazaré torna-se história, encarna-se o Reino de Deus. Jesus é o Reino e Deus no meio de nós. Jesus proclamou o começo de uma vida plena que implica a transformação das pessoas, tornando-as radical- mente novas em todas as dimensões da vida, assim como uma nova forma de convivência humana. O Reino é um dom, uma oferta de Deus que requer da parte do homem acolhimento e colaboração com o Espírito de Jesus, para que se vá desenvolvendo e fazendo com que os homens participem dele, aqui e agora, e em plenitude depois da morte. É algo dinâmico e transformador, cresce lentamente. Daí as imagens bíblicas que se usam para falar dele: grão de mostarda, fermento que se mistura na massa… Todos somos destinatários do Reino de Deus, mas os pobres são os primeiros e os preferidos. A Igreja não é o Reino de Deus, mas tem como missão anunciá-lo e realizá-lo, começando por encarnar na sua vida os valores do Reino. Esta é, pois, a nossa missão; e está a pedir-nos que deixemos Deus reinar na nossa vida (o seu amor, justiça, misericórdia, liberdade, perdão…) e nos tornemos construtores do Reino. ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  O Reino é dom de Deus, presença viva que está já dentro de nós e entre nós.
  • 28. 28  O Reino de Deus é algo novo que, se o acolhemos, nos torna homens novos, pois participamos da vida de Deus  Os pobres são os destinatários preferidos do Reino.  O acolhimento do Reino, concretizado no acolhimento de Jesus o Cristo e do seu Evangelho, é a ati- tude própria do cristão, assim como colaborar com o espírito para que os homens acolham e vivam o reino de Deus. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE Trabalho pessoal  Depois de ler atenta e pausadamente toda a catequese, anota algum ponto que te pareça ser significati- vo ou com alguma novidade. Assinala também o que não entendeste suficientemente.  Responde por escrito às perguntas do ponto 4 do capítulo 2 «A Igreja ao serviço do Reino».  Concretiza algum compromisso como se indica em «O Reino dom e tarefa, no capítulo 3, «Expressão de fé». Na reunião O catequista determinará o momento da oração dentro do desenvolvimento da catequese.  Partilhamos os trabalhos de casa:  Os aspetos que mais no chamaram a atenção na leitura da catequese e também as dificuldades.  As respostas e as perguntas.  O catequista sublinha os aspetos que considera importantes e que não tenham aparecido na parti- lha  Para a oração podemos usar o salmo 96  Cada um lê em silêncio e depois recita-se comunitariamente.  Silêncio.  Cântico: Dá-nos um coração.  Depois de uma introdução ao Pai Nosso, sublinhando a petição» Venha a nós o teu Reino», reza- se o Pai Nosso.  Partilhamos os sentimentos, os chamamentos e interpelações que a catequese, juntamente com a oração, despertou em cada um.
  • 29. 29 8. AS BEM-AVENTURANÇAS: a felicidade dos que vivem o evangelho OBJETIVOS 1. Descobrir que as bem-aventuranças – dom e tarefa humana – são o caminho da autêntica felicidade. 2. Conhecer e aprofundar o significado das bem-aventuranças. 3. Assumir a prática das bem-aventuranças como o estilo de vida do Reino e da vida cristã. MENSAGEM CENTRAL Existe uma íntima relação entre esta catequese e a catequese do Reino de Deus, que trabalhámos anteriormen- te. As bem-aventuranças são, antes de mais nada, Boa Notícia, anúncio de felicidade. São dom de Deus em favor dos homens. Apresentam-nos o rosto de Deus: como pensa, sente, age e ama Deus. Jesus de Nazaré viveu-as de um modo inigualável. Podemos dizer que são o seu retrato vivo. Recolhem as atitudes que todos os seguidores de Jesus devem ter. A implantação do reinado de Deus na vida dos homens traz-lhes felicidade, sobretudo aos que estão a sofrer, aos pobres, marginalizados e desprezados. ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  As bem-aventuranças são a carta magna que Jesus de Nazaré propõe para ser verdadeiramente feliz e ajudar os outros a ser felizes.  Só é possível vivê-las com a ajuda do Espírito que nos foi dado e colaborando com Ele. Não esque- çamos que são dom de Deus e tarefa humana.  São o programa de vida de todo o seguidor de Jesus de Nazaré, não apenas para alguns.  Apresentam as atitudes que se requerem para acolher o reinado de Deus na nossa vida pessoal e dos que, por sua vez, desejam colaborar na sua implantação no mundo.
  • 30. 30  Viver as bem-aventuranças é um processo: vão-se dando passos progressivos na sua vivência e práti- ca.  DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  O catequista apresenta a catequese prestando atenção aos seus objetivos e animando os catequizandos para que entrem na vida e felicidade que brota da prática progressiva das bem-aventuranças.  Propõe e concretiza o trabalho que pessoalmente se deve realizar. Trabalho pessoal  Leitura do sermão da montanha, capítulos 5, 6 e 7 de São Mateus, para situar as bem-aventuranças no seu contexto.  Depois da leitura de toda a catequese, anota algum ponto que te tenha parecido especialmente sugesti- vo e portador de novidade. Indica também se houve alguma coisa difícil de entender.  Responde por escrito:  Às perguntas do primeiro Diálogo do capítulo «A nossa experiência»  Às perguntas do Diálogo do capítulo «A história da salvação».  Concretiza em que bem-aventurança te vais esforçar de maneira especial, em que aspeto dela. Na reunião  Começamos por proclamar as bem-aventuranças: Mt 5,1-12 e Lc 6,20-23.  O catequista propões uma partilha que nasça da experiência e apresenta, como os outros, o seu traba- lho pessoal.  Partilha dos trabalhos de casa:  Os aspetos que mais nos chamaram a atenção na leitura da catequese e também as dificuldades.  As respostas às perguntas.  O catequista sublinha os aspetos que considera mais importantes e que não apareceram na parti- lha. Para isto ajudará o que se acaba de dizer na «Mensagem central» e «Aspetos que convém sublinhar» Oração  Pode fazer-se a oração a partir do Magnificat. O catequista introduz a sua leitura. O Magnificat é o canto dos pobres que põem a sua confiança em Deus, que age em seu favor e denuncia os que abusam dos mais fracos. No Magnificat Maria exprime que se sente feliz sendo pobre e solidária como os necessitados.  Leitura: Lc 1,46-56.  Depois de um tempo de silêncio convidam-se as pessoas a exprimir os seus sentimentos, o eco do magnificat ou o que a reflexão sobre as bem-aventuranças suscitou na vida de cada um.  Termina-se recitando o Salmo 145.
  • 31. 31 9. EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS DEUS OBJETIVOS 1. Tomar consciência das nossas imagens, talvez incorretas, de Deus, para poder purificá-las, sobretudo à luz da mensagem de Jesus. 2. Captar a mensagem de Jesus sobre Deus para a interiorizar e viver. MENSAGEM CENTRAL Todos temos imagens-vivências de Deus, fruto da educação ou do ambiente, com as quais nos sentimos mais ou menos bem. Talvez sejamos levados a pensar que algumas das nossas imagens negativas se devem ao Antigo Testamento e ao seu modo de nos apresentar Deus: vingativo, legalista. Castigador…Mas o A.T. oferece-nos muitas afirma- ções maravilhosas sobre Deus, que talvez desconheçamos e que culminam com a mensagem de Jesus. Em Jesus aprendemos como e quem é Deus verdadeiramente: próximo, misericordioso, que sente predileção pelos mais pequenos…. Jesus ensina-nos algo incontornável sobre Deus: é Pai, Trindade, frágil até à morte… Por tudo isso nos perguntamos com que atitudes devemos procurar o Deus de Jesus e purificar a sua imagem em nós ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  As nossas imagens-vivências de Deus.  É importante apreciar o AT na sua mensagem positiva sobre Deus sem ficar apenas com as imagens negativas, que devemos entender como formando parte dum caminho e evolução e purificação reli- giosa do povo de Israel.  Mas devemos, sobretudo, centrar-nos na mensagem de Jesus sobre Deus e rever à sua luz as nossas imagens e vivências, perguntando-nos em quê e como podem mudar.
  • 32. 32 DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  Deve partir-se das imagens e vivências reais que temos sobre Deus. Para isso pode haver uma peque- na partilha da experiência de cada um.  É possível que a nossa perceção do AT seja negativa ou um misto de negativo e positivo. Deve ter-se em conta que já tratámos de alguns temas nucleares do AT. É importante insistir em que o AT contém e reflete uma evolução e amadurecimento progressivo da perceção de Deus por parte do povo (peda- gogia paciente de Deus), e um crescimento até à maturidade da revelação de Jesus Cristo.  Estes dois pontos anteriores não devem ocupar um excessivo espaço, procurando não entrar em dema- siadas discussões.  O importante do tema é a mensagem de Jesus sobre Deus (capítulo 2, 2).  Responder à pergunta do Diálogo do ponto 2 «Jesus: a sua vivência de Deus»: o que mais gostá- mos e o que nos interpelou. Comentar as respostas.  No Capítulo 3. «Expressão de fé» responder às perguntas do Diálogo. Oração  Mt 11,25-27 (ou alargando até ao v. 30).  Leitura pausada por um bom leitor  Silêncio.  Expressões espontâneas.  Recitação em comum da oração de Charles Foucauld.
  • 33. 33 10. EM JESUS ENCONTRAMOS E DESCOBRIMOS O HOMEM OBJETIVOS 1. Cair na conta de que há diferentes maneiras de perceber e definir o ser humano. A partir das diferentes filosofias, experiências vitais, etc. 2. Descobrir e interiorizar alguns traços fundamentais do «homem novo» do Evangelho. MENSAGEM CENTRAL Fizeram-se e continuam a fazer-se muitas descrições do ser humano, por vezes contraditórias ou muito dife- rentes, que dependem das ideias filosóficas, das experiências pessoais e históricas, etc. Por isso nos perguntamos: qual é a nossa ideia-perceção fundamental do ser humano ideal? Em Jesus descobrimos não só quem é Deus (tema anterior), mas também quem é o homem. Este homem do Evangelho tem dois traços fundamentais:  Está aberto a Deus a quem coloca no centro da sua vida como único Absoluto.  Está aberto aos outros, vive a fraternidade (universal, sem exclusões, misericordiosa, não violenta, ao serviço dos outros…)-  Realizar em si mesmo este modelo de pessoa exige esforço e às vezes perseguição, como aconteceu ao Mestre Jesus. ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  Sobretudo, a dupla dimensão do ser humano enquanto:  Aberto a Deus (sentido da transcendência, centralidade de Deus na vida, filiação...).  Aberto aos outros (fraternidade)
  • 34. 34 DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  Podemos partir de uma espécie de «retrato robot» do ser humano ideal, o homem/mulher novos, «utó- picos» (pergunta final do segundo Diálogo do capítulo «A nossa experiência». Os traços fundamen- tais que lhes iremos atribuir dependem, sem dúvida, da nossa sensibilidade cristã. Mas, neste primeiro momento, procuraremos ficar basicamente no nível da perceção humana.  O conjunto da reunião deverá estar centrado no «homem novo» evangélico.  Cometa-se o que mais chamou a atenção.  Responde-se às perguntas do Diálogo do capítulo 2 «A história da salvação». Oração  Termina-se o tema lendo alguns dos «modelos do homem novo» das cartas paulinas citadas no capítu- lo «Expressão de fé».  Faz-se um momento de silêncio.  Neste clima de interiorização convida-se a fazer o compromisso de trabalhar alguma característica concreta em que se seja mais «deficitário» (de acordo cm o que se diz no Diálogo do capítulo 3 («Expressão de fé). 11. JESUS REZA E ENSINA-NOS A REZAR OBJETIVOS 1. Descobri a importância que Jesus dá à oração (relação com Deus, seu Pai), como Jesus reza e como entende a oração. 2. Tomar consciência do lugar que a oração ocupa na minha vida e que tipo de oração faço. 3. Conhecer como Jesus ensina os seus discípulos a rezar e aprender a rezar como Ele. MENSAGEM CENTRAL Jesus é um grande orante. Mantém uma relação profunda e amorosa com Deus, seu Pai. A oração ocupa um lugar muto importante na sua vida: nela cultiva uma relação filial e confiante com seu Pai e vai descobrindo a missão que o Pai lhe entrega. A sua oração tem traços concretos: cultiva a oração de louvor, de agradecimento, de abandono, de súplica ou de petição confiante; também faz oração contemplativa. Na sua oração é notável a familiaridade da sua rela- ção com Deus, centrada em algo muito importante para Jesus: conhecer a vontade de Deus para a realizar fielmente. Jesus preocupa-se com a iniciação dos seus discípulos na oração, e fá-lo duma forma excelente. No Pai Nosso deixou-nos o melhor desse ensinamento. ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  Jesus manteve uma relação muito íntima e permanente com seu Pai; a oração – encontro pessoal com Ele – alimentava essa relação, expressão da corrente de amor que os unis.
  • 35. 35  Jesus cultivou intensamente a oração, frequente e confiante com seu Pai; sempre a partir da sua situa- ção pessoal e missão concreta. A ela levava a vida e as necessidades dos homens e mulheres, sempre atento às suas situações concretas. Sem oração não pode entender-se nem pode haver vida autentica- mente cristã.  A Nossa oração, ao estilo de Jesus deve estar marcada por uma relação amorosa e confiante; sempre aberta a descobrir a vontade de Deus na nossa vida; feita a partir da nossa realidade pessoal e missão concreta; atenta à vida e necessidades das pessoas.  Na nossa oração devemos cultivar os diferentes tipos de oração que Jesus praticou. Também nisto é nosso Mestre.  DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE Trabalho pessoal  Leitura de toda a catequese.  Para partilhar na reunião a tua experiência no campo da oração, responde por escrito, de forma muito breve:  Às perguntas do primeiro Diálogo do Capítulo «A nossa experiência»  À última pergunta do Diálogo do capítulo «A História da salvação».  É conveniente, para não dizer necessário, que os membros do grupo cheguem a algum compromisso para melhorar a vida de oração. Se não se chega a isso, ficou-se apenas no falar da importância da oração, o que é insuficiente. O último Diálogo do tema da catequese aponta para aí. Na reunião  É importante reservar um momento da reunião para a oração.  Partilha-se o trabalho realizado a nível pessoal. O catequista determinará se tudo ou se só o que mais convenha ao grupo. Em nenhum caso devem deixar de abordar as perguntas do capítulo 2 «História da salvação». Oração  Pode ler-se Mt 6,5-8  Quem anima e motiva à oração convida a reler em clima de oração o breve comentário sobre o Pai Nosso que está no desenvolvimento da catequese.  Rezamos juntos o Pai Nosso.  Rezamos em silêncio.  Convida-se a partilhar a oração pessoal que cada um fez. No esquema do processo, ao finalizar esta catequese, recomenda-se uma pequena celebração para a entrega do Pai Nosso. O catequista decide se se suprime este momento de oração aqui indicado ou se ambos se mantêm.
  • 36. 36 CELEBRAÇÃO: entrega do Pai-nosso Celebração de ação de graças Pistas de oração, tendo em conta as catequeses anteriores e apresentadas num estilo vivencial-pessoal mais que conceptual. 1. VINDE E VEDE Saber estar com Jesus e descobrir o seu estilo de vida.  Reflexão  Prece 2. AÍ ESTÁ O REINO A difícil convivência. Chamados ao Reino!  Reflexão  Prece 3. AS TUAS MENSAGENS, AS TUAS BEM-AVENTURANÇAS A carta magna da felicidade: as bem-aventuranças  Reflexão  Cântico: Bem-aventurados sois vós  Prece 4. ENCONTRAR E DESCOBRIR Imagem falsa de Deus  Reflexão  Prece 5. A NOVIDADE DE JESUS
  • 37. 37 Fome de ser pessoas… Jesus, o homem novo  Reflexão  Cântico  Prece 6. ORAMOS COM JESUS Jesus porque rezas? Amas e confias em teu Pai 7. RITO DE ENTREGA DO PAI NOSSO Sentido No final desta celebração entregaremos um cartão como o Pai Nosso que remete para um comentário ao pai Nosso. O cartão O cartão pode ter escrito num lado o Pai-nosso e no outro um breve texto que convide a descobrir e a assimilar Possíveis leituras  Romanos 8, 14-17.26-27  Gálatas 4, 4  Salmo 102 (canta a bondade paterna de Deus) Fórmula de entrega Toma em tuas mãos este Pai-nosso e o esquema do seu comentário: Descobre, saboreia, assimila nela as grandes linhas do pensamento de Jesus. Que seja o teu alimento diário. Que seja a nossa oração na comunidade cristã. Que seja a expressão da confiança depositada no Pai.
  • 38. 38 ENCONTRO DE ORAÇÃO: o Pai-nosso Encontro de oração O Comentário ao pai Nosso que se encontra nas páginas 193-200 pode converter-se num encontro de oração comunitária. Para isso tenha-se em conta o seguinte:  Cada uma das invocações pode ser lida por um membro do grupo.  Sugere-se uma leitura calma, pausada.  Uma música suave de fundo durante a leitura dos testos e com um volume mais alto entre uma petição e a outra pode ajudar à oração. Momento de oração pessoal Este texto pode também converter-se num recurso para a oração pessoal. O catequista convida, no final do encontro a recordar com frequência este texto, servir-se dele e orar a partir de alguma petição. Pode seguir-se este esquema:  Reza-se primeiro o Pai Nosso.  Escolhe-se uma petição.  Lê-se o texto de comentário a essa petição.  Medita-se o texto lido.  Continua-se a oração com palavras que exprimam os sentimentos pessoais.  Termina-se rezando o Pai Nosso.
  • 39. 39 12. JESUS MORRE NA CRUZ POR AMOR OBJETIVOS 1. Conhecer e situar historicamente a morte de Jesus: a sua realidade, as causas que a provocaram, o processo. 2. Contemplar e interiorizar o mistério de amor presente nesta morte e o seu sentido salvífico «por nós». 3. Deixar-se interpelar pela entrega de Jesus até à morte, como convite a um estilo de vida também entregue e oferecido: a Deus e aos outros. MENSAGEM CENTRAL Este tema e o seguinte – ressurreição – são inseparáveis. Ambos configuram a páscoa de Jesus. Se os trata- mos separadamente é apenas por uma questão metodológica, mas deve ter-se em conta que na fé cristã não se compreende um sem o outro. A morte de Jesus é o culminar de uma vida de entrega e de amor, e não pode se entendida desvinculada de toda a sua vida. Há causas históricas que levam Jesus à cruz e que se refletem nos dois processos a que é submetido: causas «religiosas» para os judeus e «políticas» para os romanos. Para nós, cristãos, é importante sobretudo o sentido desta morte que se exprime nos textos da primeira tradi- ção cristã de várias formas: «Morreu por nós…, pelos nossos pecados…, amou-nos e entregou-se por nós….». Na morte de Jesus torna-se claro a sua fidelidade plena ao Pai, mas também a fidelidade de Deus à humanida- de: em Jesus, Deus partilha a nossa condição humana até à morte. Por isso esta morte nos liberta, redime, sal- va. Diante da sua morte Jesus leva-nos a fazer nossas as suas atitudes de amor, entrega, dádiva, solidariedade libertadora…, e a sentirmo-nos próximos de todos os crucificados da história.
  • 40. 40 ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  A morte de Jesus como consequência de toda uma vida de entrega e de amor: a Deus e aos homens.  A morte de Jesus como solidariedade de Deus com a humanidade.  O chamamento que a morte de Jesus é para nós: uma vida entregue aos outros.  É importante suscitar e expressar os sentimentos de admiração e de agradecimento a Jesus, que se entrega «por nós» até à morte. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  Pode dedicar-se um breve espaço de tempo a comentar algum aspeto que mais tenha chamado a aten- ção do ponto 1, «O facto histórico» do capítulo 2, «História da Salvação».  Mas sobretudo interessa aprofundar o ponto 2 desse mesmo capítulo, «Uma morte salvadora» respon- dendo às perguntas do Diálogo correspondente.  Se necessário, o catequista irá ao encontro das possíveis dificuldades e dará os esclarecimentos, pro- curando que não sejam considerações teóricas, mas ajuda dando a aflorar os sentimentos e reações vitais dos membros do grupo. Oração O tratamento deste tema deve incluir um tempo de contemplação orante da cruz de Jesus. Para isso:  Pode colocar-se um crucifixo ou um ícone diante ou no meio do grupo.  Ou ir a uma igreja ou oratório e convidar os membros a dizer alguma frase de louvor, agradecimento, gratidão, petição (é importante exprimir sentimentos de gratidão e de admiração). Pode terminar-se lendo algum texto apropriado:  Hino da carta aos Filipenses (2,6-11)  O Soneto Não me move.  O Hino à Cruz  Canta-se Vitória tu Reinarás ou outro hino à Cruz. Neste clima de oração, o catequista convida a imitar a atitude de entrega de Jesus com algum compromisso concreto por parte de cada um. No sentido do que se disse no final do tema.
  • 41. 41 13. JESUS RESSUSCITOU E VIVE OBJETIVOS 1. Aproximarmo-nos do acontecimento da ressurreição de Jesus, tal como o viveram e transmitiram os discípulos. 2. Captar o mistério fundamental desta Boa Notícia: Jesus ressuscitou da morte. 3. Aprofundar a importância da espiritualidade pascal para a vida cristã. MENSAGEM CENTRAL Deve ter-se pressente a «nota» do tema anterior sobre a unidade dos temas Aqueles discípulos defraudados pela morte do Mestre têm uma experiência única: O Senhor vive! E anunciam, narram e celebram esta nova realidade como uma Boa Notícia que transforma a vida: uma notí- cia não só sobre Jesus não só (que ressuscitou e vive), mas também sobre Deus (que não deixou o seu Filho na morte), o Espírito (dom de vida e vivificador) e o homem (chamado à vida sem fim em Cristo). A ressurreição de Jesus transformou a nossa vida. Devemos, como seguidores, viver uma espiritualidade pas- cal. Isto só é possível na medida em que o nosso encontro com Jesus vivo seja verdadeiramente vivificante e transformador, como o foi para os primeiros discípulos. ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  A mensagem da ressurreição, segundo o testemunho dos apóstolos e outros escritos do Novo Testa- mento.
  • 42. 42  A incidência da ressurreição de Jesus na nossa vidai: a fé como encontro transformador com Jesus vivo, a espiritualidade pascal. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  É necessário que no tratamento do tema não fiquem por abordar os dois aspetos anteriormente subli- nhados  Há algo sobre o «acontecimento» que queremos comentar? Ou então comentar os no capítulo 2 os pontos 1 e 2, «Os apóstolos anunciam…» e «A mensagem da ressurreição». Pode reler-se o texto e os membros do grupo vão assinalando o que lhe chama a atenção ou o que requer alguma explicação).  É importante ter tempo para o aspeto da espiritualidade pascal (ponto 2 do capítulo 3), respeitando os «lugares atuais do encontro com Cristo ressuscitado. Oração  Logo ao início do tema ou então no meio – depois da Boa Notícia da ressurreição – acende-se o círio pascal ou um ouro círio bonito como símbolo de Cristo vivo e coloca-se no meio do grupo.  Termina-se a reunião recitando em conjunto – pode ser também um leitor a fazê-lo – o hino da Litur- gia das Horas, Nasceu o Sol da Páscoa, deixando um espaço de silêncio para interiorização. Se Se acende o círio a meio da reunião, pode recitar-se o hino nesse momento, antes de passar ao ponto da espiritualidade pascal. 14. O PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ (PPVC) OBJETIVOS 1. Compreender adequadamente o que é um Projeto Pessoal de Vida Cristã (PPVC) e as dimensões que abarca. 2. Valorizar o que o PPVC pode aportar à maturidade da fé no processo catequético de estilo catecume- nal. 3. Elaborar, cada membro do grupo, o seu próprio PPVC. 4. Ver o desenvolvimento detalhado do PPVC no livro dos participantes (p. 225-232). 1. O PROJETO PESSOAL DE VIDA Uma pessoa é mais ou menos adulta quanto mais ou menos definido tem o seu projeto de vida, que orienta, unifica e dá coerência às decisões que vai tomando. 2. O QUE É UM PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ  Um meio para crescer no seguimento de Jesus.  Planificação como se deseja viver.  Abarca a vida na sua totalidade. 3. PASSOS PRÉVIOS OU PRESSUPOSTOS
  • 43. 43 1. O crescimento pessoal de si mesmo.  Desenvolver a personalidade a partir da sua condição de cristão.  Cultivar a relação com Deus.  Apenas aspetos concretos. 2. A ação na própria família ou na comunidade em que vive.  Valores.  Objetivos e meios da dimensão religiosa  Partir da realidade.  Apenas aspetos concretos. 3. A ação ou compromisso na sociedade, no povo.  Ter em conta a realidade.  Ter claro o tipo de sociedade.  Campo de ação.  Compromisso estável.  Compromisso Guido pela fé e pelo Evangelho. 4. A ação da comunidade cristã, na Igreja.  Conhecer a situação da comunidade cristã.  Contribuir para que seja uma comunidade evangelizadora.  Eleger as ações básicas da Igreja em que vai trabalhar.  Compromisso eclesial de qualidade. 4. OBSERVAÇÕES FINAIS  Viver o processo com autenticidade.  Poe escrito a partir do segundo ano.  Reformulação sucessiva. 5. QUADRO ORIENTADOR PARA ELABORAR O PPVC  Crescimento pessoal.  Ao nível humano.  Na vida cristã.  Dimensão familiar. O comportamento na própria família.  Dimensão sociopolítica. O compromisso na sociedade.  Dimensão eclesial. O compromisso na Igreja.
  • 44. 44 CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: da catequese sobre Cristo (2ª fase) à da Igreja (3ª fase) Para esta celebração deve estar preparado o cartão para convidar a ler a narrativa do Novo Tratamento e a estampa com um ícone de Maria. 1. APRESENTAÇÃO  Breve percurso da História da Salvação seguindo os pontos fortes do Nove Testamento abordados nas catequeses anteriores.  Apresentação espontânea. Pode haver música de fundo.  Alternar com silêncios meditativos. Continuar com música de fundo  No final guarda-se silêncio. Música. Contemplamos com admiração as «obras» de Jesus em cada um de nós.  Introduz-se a oração litânica já sem música de fundo. 2. ORAÇÃO LITÂNICA DE AÇÃO DE GRAÇAS  Oração de ação de graças.  Silêncio: Oração de ação de graças recordando coisas concretas. Música de fundo.
  • 45. 45 3. CÂNTICO DE DISPONIBILIDADE  Abri de par em par.  Silêncio e oração. 4. CÂNTICO AO ESPÍRITO  Breve silêncio.  Oração de súplica. 5. RITO DE ENTREGA DA "NARRAÇÃO BREVE" DO NOVO TESTAMENTO Catequista Na celebração anterior propunha-se a leitura de uma «Narração breve» da História da salvação no Antigo Testamento. Convém que ao concluir esta fase da catequese se complete aquela narração com a «Narração breve» da História da Salvação no Novo Testamento. Entrega do cartão como vem indicado na p. 236. 6. EXORTAÇÃO PARA ELABORAR O PROJETO PESSOAL DE VIDA CRISTÃ (PPVC)  Motivação.  Prece. 7. COMPROMISSO PERANTE A COMUNIDADE SOBRE O PPVC Pergunta sobre a decisão de fazer um discernimento oportuno para elaborar o PPVC 8. CÂNTICO DE DESPEDIDA 9. ENTREGA DE UMA RECORDAÇÃO DA CELEBRAÇÃO  Uma estampa com um ícone de Maria O cartão com o Guia para a narração breve do Novo Testamento deve ser preparado com algum desenho e ter o texto que aparece no final deste Guia.
  • 47. 47  Entramos na terceira e quarta fase do caminho catequético. Depois de contemplar e de usu- fruir o desejo salvador de Deus manifestado no Antigo Testamento (primeira fase), e de o ver realizado em Jesus de Nazaré, o Cristo (segunda fase, Novo Testamento), assumimos como Igreja de Jesus o compromisso continuar a levar à humanidade a salvação oferecida por Ele (terceira fase). Sublinhamos, por isso, a importância que tem a dimensão histórica da Igreja no processo catequético.  A Igreja de Jesus Cristo, ao longo dos séculos, peregrina na terra ao encontro do seu senhor que vem. Sabe que a luz e a força do Espírito santo, que Jesus lhe prometeu, a mantém paciente e fiel, apesar das suas crises internas e das dificuldades e perseguições que experi- menta sem cessar. Enquanto caminha neste mundo, solidária com as alegrias e as esperanças, dores e trabalhos dos homens, aguarda com humilde confiança e vigilante ardor, o retorno do Senhor, a sua gloriosa vinda.  Os dois primeiros temas da terceira fazer formam uma unidade. Estão redigidos em chave mais teológica e explicativa. Isso vai exigir que o catequista dê algumas explicações de con- teúdo mais teológico e doutrinal, se o grupo necessitar, o que também é importante. Mas não deve descuidar o aspeto mais vivencial, tanto a partir da própria experiência – o seu testemu- nho de se sentir Igreja – como a partir da experiência dos membros do grupo, tendo em conta as perguntas que vão marcando a reflexão do tema.  Com a quarta e última fase catequética, onde se aborda a moral evangélica, é altura da nossa resposta pessoal.
  • 48. 48 TERCEIRA FASE. CATEQUESES SOBRE A IGREJA 1. A IGREJA DE JESUS, O SENHOR Deus quer-nos livres 2. A IGREJA VIVIFICADA PELO ESPÍRITO SANTO Carismas e ministérios 3. IGREJA, QUE FIZESTE DA TUA MISSÃO SALVADORA? Algumas ações importantes ao longo da sua história CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM
  • 49. 49 Da catequese sobre a Igreja (2ª fase) à da moral evangélica (4ª fase) NARRAÇÃO DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO NO TEMPO DA IGREJA 1. A IGREJA DE JESUS, O SENHOR OBJETIVOS 1. Tomar consciência de que a Igreja faz também parte da história da salvação de Deus com a humani- dade de Jesus Cristo. 2. Aproximarmo-nos de alguns aspetos da Igreja duma forma vivencial e reflexiva, à volta dalgumas imagens bíblicas e do Vaticano II: povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo. 3. Crescer em ligação à Igreja, que não nos é estranha, pelo contrário, nós como todos os batizados, somo a Igreja. Nela e por ela nascemos para a fé e nela vivemos. MENSAGEM CENTRAL Recorde-se que este tema e o seguinte formam uma unidade e estão redigidas em chave mais teológica e explicativa que os outros. Isso exige do catequista que tenha em conta o seguinte:  Deverá dar algumas explicações de conteúdo mais teológico e doutrinal, se o grupo necessitar, o que também é importante.  Não se deve descuidar o aspeto mais vivencial, quer a partir da própria experiência – o seu testemu- nho de se sentir Igreja – quer a partir das experiências dos membros do grupo, a partir das perguntas que vão marcando o tema. A «etapa da Igreja», que vai do Pentecostes à Parusia do Senhor, é parte da história da salvação, pois a Igreja recebeu a missão de levar por diante a obra de Jesus, assistida pelo Espírito Santo. A Igreja tem Jesus por origem e fundamento. Assim como também entendemos que Jesus «fundou» a Igreja.
  • 50. 50 A nossa reflexão sobre a Igreja centra-se nas três imagens (de estrutura trinitária): povo de Deus, corpo de Cristo, templo do Espírito Santo, de maneira sucinta, mas aportando dados que permitam ter uma visão basi- camente completa. A Igreja é convocação (reunião) e missão (envio). Se falta alguma destas dimensões, falseia-se o ser da Igreja. Tudo isto tem a ver com a maneira como nos sentimos Igreja e vivemos como tal. ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  É muito importante que os membros do grupo captem da maneira mais clara possível o sentido das três imagens.  É fundamental que a reflexão sobre a Igreja se faça com afeto e suscite afeto. Os defeitos humanos da Igreja não anulam – pelo contrário, devem potenciar – a nossa visão de fé da Igreja. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  Se no ambiente há uma forte crítica à Igreja e uma acentuação dos seus defeitos, pode partir-se da expe- riência que cada um tem de se «sentir Igreja». O catequista deve moderar bem este ponto, para que não se alargue em excesso. Se for conveniente pode ler-se e comentar-se, neste momento, o texto de C. Carreto.  O corpo principal da reunião é destinado a captar bem o sentido das três imagens, desde o conteúdo teológico (eclesiológico) até ao sentido vivencial para nós. Pode fazer-se a partir do conjunto de per- guntas dos Diálogos.  Oração  Ler, em clima de oração, os textos do Vaticano II. Comentários espontâneos (podem fazer-se repetin- do a frase que mais chamou a atenção).  Pode terminar-se com um cântico sobre a Igreja…
  • 51. 51 2. IGREJA VIVIFICADA PELO ESPÍRITO SANTO: carismas e ministérios OBJETIVOS 1. Tomar consciência do protagonismo do Espírito Santo na vida e missão da Igreja. 2. Perceber a Igreja como comunidade estruturada em carismas e ministérios. 3. Compreender melhor a realidade dos carismas e ministérios na Igreja. MENSAGEM CENTRAL Tenha-se em conta a nota prévia no capítulo «Mensagem central» do tema anterior. O Concílio Vaticano II, em sintonia com a melhor tradição bíblica e patrística, salientou a importância do Espírito Santo na Igreja. A Igreja é una e diversa: unidade de fé, esperança e caridade, mas diversidade de carismas (dons) e ministé- rios (serviços), que são concedidos pelo Espírito Santo para o «bem comum» de todo o corpo da Igreja. Explicação teológica dos termos «carisma» e «ministério». É importante captar o sentido desta explicação, devendo o catequista ajudar os membros do grupo. ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  O protagonismo (no sentido de princípio de vida) do Espírito santo no ser e missão da Igreja.  A estrutura carismática e ministerial da Igreja. O sentido dos carismas e ministérios na tradição da Igreja.
  • 52. 52 DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  Como se dizia no tema anterior, é importante conjugar também nesta catequese o aspeto vivencial e experiencial com o do conhecimento teológico da realidade da Igreja.  Pode partir-se lendo 1 Cor 12,4-11. Neste texto encontramos as referências fundamentais que interes- sa sublinhar nesta catequese: a ação do Espírito santo e a estrutura carismático-ministerial da Igreja.  O Espírito Santo. Podemos responder às perguntas do Diálogo do capítulo «Uma nova sensibili- dade eclesial».  Carismas e ministérios. Talvez seja bom voltar a ler em grupo o capítulo «Diversidade de caris- mas», partilhar as dúvidas, as perguntas, o que não se entende bem… O catequista deve ajudar o grupo a compreender o texto.  Outra possibilidade: previamente, em casa, os membros do grupo sublinharam as frases (do capí- tulo «Diversidade de Carismas» que mais gostaram e as que não entenderam ou desejam clarifi- car. Na reunião partilha-se tudo isso. Oração  Comentar o texto de I. Hazim  Rezar com a sequência do Pentecostes, lendo-a pausadamente, podendo haver um fundo musica.  Ler o texto de Santa Teresa do Menino Jesus que tem a ver com o texto de São Paulo lido no início e com o que se disse tema sobre o amor como «carisma de carismas». Comentário – não discussão – sublinhando frases ou pensamentos.
  • 53. 53 3. IGREJA, QUE FIZESTE DA TUA MISSÃO SALVADORA? Algumas ações importantes da Igreja ao longo da sua história OBJETIVOS 1. Tomar consciência da salvação-libertação que a Igreja trouxe à histórias humana, como Corpo de Cristo ressuscitado. 2. Promover nos participantes:  A convicção de que a Igreja é o Corpo de Jesus vivo, que continua a sua ação salvadora ao longo da história humana.  Uma atitude de gratidão para com os filhos e filhas da Igreja, que se esforçam por trazer esta sal- vação e libertação à nossa terra.  Um vivo desejo, um compromisso de continuar a colaborar com a Igreja para que a sua ação sal- vífica, prometida e iniciada por Jesus, seja eficaz entre nós. MENSAGEM CENTRAL Jesus, Filho de Deus, «feito um de nós», cumpriu na Palestina a missão que o seu Pai lhe confiou: anunciar e tornar realidade no mundo o Reino de Deus, isto é, estabelecer uma nova convivência entre homens e mulhe- res, como filhos e filhas do mesmo Pai Deus. Como este projeto de Deus era para toda a humanidade, Jesus, antes de deixar visivelmente os seus apóstolos, envia-os a todo o mundo, outorgando-lhes a presença do seu Espírito. Com eles, como Igreja sua, Jesus quer levar a sua salvação libertadora a todas as pessoas que cheguem à nossa terra. Assim, a história humana conti- nua a ser uma história de salvação. A Igreja, apesar dos seus pecados e defeitos e humanos – «santa e ao mesmo tempo necessitada de reconcilia- ção» – continua a ser mediadora da salvação de Jesus, graças à presença interior do Espírito Santo. Em que
  • 54. 54 mediada a Igreja tem sido fiel ao seu Esposo e Cabeça Jesus, a longo da sua história de dois mil anos? Vê-lo- emos neste tema de catequese. ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR  Na primeira parte da catequese sublinha-se especialmente a imagem negativa que a Igreja tem nos não crentes, e inclusivamente entre os crentes. É verdade que a Igreja de Jesus tem muitos momentos sombrios na sua história. Mas são muitos mais os seus aspetos luminosos, embora nem sempre conhe- cidos. Não temos sabido «projetar» os pontos edificantes da Igreja com uma catequese equilibrada de «luzes e sombras». É, além disso, difícil dá-la a conhecer nos meios de comunicação, dado que para estes o noticiável é o que sai do normal, e o que destaca são as incoerências e os pecados da Igreja.  Nesta catequese queremos destacar:  Que o contributo salvífico da Igreja à nossa história humana foi altamente libertador. Sem entrar no julgamento da sua ação renovadora no interior das pessoas, contemplando apenas as suas ações de apoio, de esperança, de libertação, de humanização… na nossa terra, podemos assegurar que, graças à ação salvadora da Igreja, a situação do mundo é mais saudável e vigorosa do que se ela não estivesse presente.  Essa dupla realidade paradoxal, misteriosa, que se dá na Igreja: 1) que a presença nela de Cristo e do seu Espírito não impede nem a fragilidade nem as infidelidades dos seus membros, e 2) que, apesar dos seus antitestemunhos, a Igreja continua a ser para Cristo instrumento de salvação e de libertação através dos séculos.  A importância de que os participantes dos grupos não fiquem à margem, fora desta história glo- bal da Igreja, resumida em quatro grandes ações que Jesus realizou na sua vida e que entregou à sua Igreja para lhes dar continuidade: – Pôr os homens e mulheres de todo o tempo em contacto com Jesus e o seu Evangelho. – Facilitar o acesso a Deus a uma humanidade que está aberta a Ele. – Atuar como uma Igreja próxima das pessoas. – Viver como uma Igreja que realiza a sua missão marcada pela cruz…  A segunda parte desta catequese é a «narração» linear e muito sintetizada da história da Igreja desde o século I ao XX, dividida em períodos: sec. I-IV; sec. V-XIV; sec. XV- XVII; sec XVIII-XX; 1962- 1965 (Vaticano II); década 60-90 do sec. XX e espera do Senhor Jesus. Refletir sobre se esta narração linear nos dá algumas perspetivas – positivas ou negativas – que ajudem a nossa fé . DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE  Trabalho pessoal  À medida que se vai lendo e refletindo a catequese, ir descobrindo no contexto da própria comunidade paroquial acontecimentos semelhantes, pessoas que atuam de modo parecido…  Em relação a si mesmo, ir assumindo que, do mesmo modo que estes crentes receberam a luz do seguimento de Jesus e convidaram outros a segui-lo, também agora seguimos Jesus e Ele nos confia a missão de comunicar a outras pessoas essa experiência salvadora de ajudar, de levantar a esperança, de fazer com que os outros tenham um novo olhar sobre a vida… que o Evangelho de Jesus nos pro- porcionou.  Na reunião Na realidade a reunião deve ser uma partilha das reflexões e experiências descobertas no trabalho pessoal. É muito importante que o catequista manifeste o seu sentido positivo eclesial, apesar dos defeitos da Igreja.
  • 55. 55  Pode começar-se a sessão proclamando o envio missionário de Jesus: Mt 28,18-20.  Depois de um tempo de silêncio acerca do envio apostólico, partilha-se o que se experimentou e ano- tou no trabalho pessoal, seguindo a ordem das quatro ações da Igreja na sua história e acabando com alguns contributos a partir da narração linear. O catequista procurará ajustar os juízos excessivamen- te positivos ou negativos.  Pode recordar-se o texto da Carta a Diogoneto, no qual os cristãos entendiam o seu contributo à sal- vação da sociedade, concebendo-se como «alma do mundo», pela sua inserção testemunhal nele. Faz- se um breve comentário e apresentam-se algumas pistas da própria inserção salvadora-libertadora na nossa sociedade secularizada.  Pode terminar-se recordando ou voltando a ler o texto de Mt 28,18-20: «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos».  Narração da Igreja particular Como já indicámos na introdução, parece-nos importante o conhecimento da história da realidade da própria Igreja particular ou diocese. Sugerimos que no final da «narração» da história da Igreja universal se inclua uma referência à Igreja particu- lar, e também em forma de «narração» ou como cada serviço Diocesano de Catequese o julgue mais conve- niente. CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM: da catequese sobre a Igreja (3ª fase) à da moral evangélica (4ª fase) Ver o desenvolvimento da celebração no livro do participante. Embora as catequeses da história da Igreja tenham terminado num clima de oração, no final das catequeses sobre a Igreja celebra-se o rito de passagem às catequeses sobre a moral evangélica. Faz- se com a entrega do convite à leitura da «Narração breve da história da Igreja». O animador deverá ter preparado os cartões com o convite. 1. APRESENTAÇÃO Pode pôr-se música de fundo Sentido Como vimos, o «tempo da Igreja» é o terceiro período da história da salvação, que abarca a 3ª fase da etapa da catequese. Hoje celebramos festivamente a passagem do encontro com a comunidade de Jesus, a Igreja, ao encontro com a moral evangélica, que é a 4ª fase da etapa da catequese. Reflexão Silêncio contemplativo, admirando e louvando as obras do Espírito de Deus na Igreja.
  • 56. 56 2. ORAÇÃO LITÂNICA Admonição Todos reconhecemos os aspetos negativos da Igreja. Hoje vamos ressaltar alguns dos seus aspetos positivos. Expressamos, por isso, a nossa gratidão a Deus pelas «maravilhas» que Ele, como em Maria, realizou em nós através dos filhos e filhas da Igreja. Respondemos: Nós te damos graças, Senhor Preces litânicas Deveria fazer-se completa ou então fazer uma seleção segundo o critério do catequista, que poderia ainda acrescentar, por exemplo, os santos patronos da diocese, da paróquia, etc. Oração em silêncio Faz-se, em silêncio, uma oração pessoal de ação de graças recordando coisas concretas que o Senhor realizou em nós, como membros da Igreja. (Música de fundo). Cântico ao Espírito Toda a ação secular da Igreja é, basicamente, obra do Espírito de Cristo Breve silêncio de oração. 3. RITO DE ENTREGA DA "NARRAÇÃO BREVE DA HISTÓRIA DA IGREJA" Apresentação Nas celebrações anteriores entregámos uma "Narração breve da história da Salvação no Antigo Tes- tamento" e outra no Novo Testamento. Ao concluir esta fase da catequese sobre a Igreja, convém completar aquelas entregas com a recordação desta "Narração breve da história da salvação no tem- po da Igreja". Entrega da recordação a cada participante Uma vez que a «Narração da História da Salvação no tempo da Igreja se encontra no livro do participante, pode preparar-se um cartão com o nome e a data de entrega. Oração final Cada participante pode ler um parágrafo. 4. PASSAGEM À 4ª FASE DA CATEQUESE Neste momento de um conhecimento e vivência globais da história da nossa salvação queremos ter- minar a descoberta de tesouros da fé tão importantes nessa história como são os critérios do agir humanos próprios de toda a moral evangélica, que estimulam o testemunho da vida cristã e favore- cem a transformação da nossa convivência social numa sociedade impregnada com os sinais do Rei- no de Deus
  • 57. 57 QUARTA FASE: catequese sobre a moral evangélica 4. CRISTÃO, ÉS UM SEGUIDOR DE CRISTO 5. AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS 6. O DOMINGO, FESTA DOSA CRISTÃOS 7. A MORAL CRISTÃ Bases da moral cristã 8. VIDA HUMANA E SOCIEDADE HUMANA PARA OS FILHOS DE DEUS Moral pessoal e moral social CELEBRAÇÃO Ação de graças pela moral evangélica 9. ESPERO A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS E A VIDA DO MUNDO FUTURO Consumação do homem e do cosmos
  • 58. 58 CELEBRAÇÃO DE PASSAGEM Da etapa catequética à etapa mistagógica A CONFISSÃO DE FÉ: EXPOSIÇÃO RESUMIDA 4. CRISTÃO, ÉS UM SEGUIDOR DE CRISTO OBJETIVOS 1. Provocar uma maior adesão a Cristo e ao seu Evangelho. 2. Conscientizar e motivar que a nossa vida moral nasça duma real e efetiva a adesão a Jesus Cristo, em nossas vidas. MENSAGEM CENTRAL Estamos na quarta parte do caminho catequético. Depois de contemplar e usufruir o desejo salvador de Deus manifestado no Antigo Testamento (1ª parte), de a sua realização em Jesus de Nazaré, o Cristo (2ª parte, Novo Testamento), de assumir, como Igreja de Jesus o compromisso de continuar a levar à humanidade a salvação por Ele trazida (3ª parte), chega o compromisso da nossa resposta pessoal. O «creio» que repetimos continua- mente na Eucaristia – deveríamos afirmá-lo na primeira pessoa, comprometemo-nos, mesmo quando o faze- mos na Igreja, em comunidade – supõe uma adesão incondicional a Deus que se nos manifestou em Cristo: «Não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar» (Act 4,12). Nesta catequese queremos sublinhar concretamente que o sinal de identidade mais claro de um cristão não está tanto nos sinais ou manifestações externas mas antes na adesão interna a Jesus e ao seu Evangelho, uma adesão que se traduzirá em atitudes específicas na vida e nas suas manifestações externas, fundamentalmente de caráter religioso (oração, celebração, sinais como a cruz, o livro da Palavra…) É conveniente que a nossa adesão a Jesus não se fique só naquele judeu maravilhoso que viveu há dois mil anos e que todos admiramos, mas em Deus, que nos falou por meio de Jesus. Na verdade, Jesus deve levar-nos a Deus ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR
  • 59. 59  A adesão a Jesus vem como uma resposta a um convite que Deus nos faz para viver em comunhão com Ele. A iniciativa sempre é sua. Na fé é necessário viver o dom da gratuidade da parte de Deus: cada um se deixa encontrar pelo amor de Deus.  Em todo o crente é muito importante a sensação de se ter encontrado com Jesus Cristo, com Deus, em algum momento da sua vida: é algo que resulta difícil de explicar, mas que não podemos esquecer, algo que, de algum modo, marca a nossa vida. A adesão a uma pessoa acontece quando se viveu algo de importante com ela. A «experiência» da fé (que a fé nasça como fruto de uma experiência de encontro) é vital para que se dê a adesão que procuramos.  A fé é uma decisão, uma opção, do estilo das grandes decisões da vida que influenciam poderosamen- te uma pessoa, como a decisão de escolher o seu par, ter um filho, trabalhar vitaliciamente num determinado campo de compromisso, etc. A maior parte de nós somos cristãos por ter nascido numa terra e numa família onde o ser cristão era uma componente mais da socialização. Mas uma iniciação adulta na fé não pode conformar-se unicamente com isso mas deve fazer a sua a sua opção consciente e livre. É uma opção que afeta toda a pessoa, que dá um estilo de vida, que tem uma incidência, por isso mesmo, nas grandes atitudes perante a vida. Todas as dimensões da vida são coordenadas harmo- nicamente a partir deste «centro de operações» que é a vivência da fé.  É uma opção que não é feita solitariamente, mas em grupo, em comunidade, em Igreja; vive-se com eles, ajudado por eles e também não se limita apenas à vida pessoal e à vida de comunidade. A opção por Jesus Cristo afeta a pessoa toda, une à sua comunidade, mas também leva a um maior compromis- so com a sociedade. Não podemos esquecer que Jesus é uma oferta de Deus à humanidade. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE Depois da leitura pausada e meditada da catequese  pensar até onde está a levar, na prática, esta adesão, até onde chegam as suas implicações ou até onde não chegam e se se quer verdadeiramente levar a sério a fé, tomar a decisão de melhorar as deficiên- cias e lacunas encontradas, propondo-se um processo, alguns passos concretos;  sabendo que a fé é uma resposta a Alguém que se torna presente na nossa vida, a oração agradecida deveria estar presente num verdadeiro crente nos dias anteriores à reunião de grupo. Na reunião  Depois de uma introdução por parte do catequista em que insiste na necessidade de uma identidade cristã em todo o tempo, mas muito mais numa vida fragmentada e individualista como a que vivemos, e onde bastantes dos homens e mulheres «religiosos» constroem as suas crenças «livremente», cada um partilha a sua experiência.  Se tem consciência de ter feito com alguma consistência uma opção livre por Jesus Cristo e pelo seu evangelho.  Até onde o levou esta opção.  Nestes momentos, o catequista lê o texto de Lucas ou então o de Mateus. Pergunta, depois, como é que cada um se sente perante as oito características do seguidor de Jesus propostas nesta catequese,  Quando o catequista considerar oportuno, volta a ler o Evangelho, desta vez o texto de João («Vos destinei a ir e a dar fruto») e pergunta ao grupo o que cada um tem pensado melhorar na sua vida para se aproximar deste modelo de seguidor apresentado na catequese.  Depois de escutar o grupo, o catequista pode interpelar o grupo recordando ou sublinhando algum aspeto que não tenha sido suficientemente destacado.  Convida, por último, à oração. Pode usar-se o poema de P. Casaldáliga, Seduziste-me , Senhor e /ou o prefácio da oração eucarística V, Jesus, nosso caminho.
  • 60. 60 5. AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS OBJETIVOS 1. Ajudar a tomar consciência que o amor de Deus ocupa o centro da vida cristã. 2. Provocar:  Desejo de se encontrar com esse Deus que tanto nos ama.  Desejo de responder generosamente ao seu amor. MENSAGEM CENTRAL A vida de muitos cristãos tem-se caracterizado com frequência por um conjunto de ritos, normas, costumes e tradições religiosas, que têm tido, sem dúvida, uma séria incidência no seu comportamento ético, mas pode ter faltado a experiência desse encontro gozoso e cheio de ternura com o Deus de amor, experiência que deve ocupar a centralidade da vida cristã. Provocar essa experiência de encontro, ajudar os catequizandos a que se sintam próxima e carinhosamente acompanhados por Deus nas suas vidas, é uma das primeiras metas de todo o catequista. O amor de Deus sobre todas as coisas, relativizando tudo o resto, uma atitude de resposta por parte do crente depois de se ter sentido gratuitamente amado e convidado por Deus a fazer parte do seu projeto, da sua vida, é a característica principal de todo o homem e mulher religiosos. O crente vê e julga toda a sua vida a partir da esfera de amor onde entra. O pecado vive-o como infidelidade ao amor, e o juízo ético – positivo ou negativo – que projeta sobre uma ação está condicionado a que essa ação conduza ou não a um crescimento no amor de Deus, aos irmãos e a si mesmo.
  • 61. 61 ASPETOS QUE CONVÉM SUBLINHAR Deus ocupa o centro da vida de Jesus. Há coisa que podem tirar-se do Evangelho e continuará a ser a Boa Notícias de Jesus; se se tira Deus, o Evangelho desaparece, não se entenderia nada do seu conteúdo. Frequen- temente desenhamos Deus com traços de omnipotência, força, inteligência (vê tudo, pode tudo, manda acima de tudo, mas, por acaso, temos destacado temos o que é originariamente seu: o amor. Deus ama, é uma comu- nidade de amor, e, porque ama, cria e torna-nos parte do seu projeto. Deveríamos que passar anos a catequizar o povo acerca do amor de Deus para que pouco a pouco pudesse fazer sua a imagem primordial do Deus amor. A atitude própria de um verdadeiro crente não é tanto a de pedir perdão, de pedir-lhe coisas, louvá-lo, adorá- lo, venerá-lo…, mas deixar-se amar por Ele, dar-lhe lugar na sua vida, agradecer-lhe o seu amor e responder- lhe com a intensidade própria e um coração enamorado, como mostram os grandes místicos. DESENVOLVIMENTO DA CATEQUESE Na reunião  Depois da leitura pausada e refletida da catequese, cada um pensa:  No lugar que Deus ocupa na sua vida: que tempo dedica a pensar nele, a encontrar-se com Ele, a rezar…  Se os seus comportamentos humanos são todos analisados sob a ótica do amor, sob o olhar amoroso de Deus, Pai de todas as pessoas.  Não é só pensar, é também decidir os passos necessários para ir fazendo própria essa vivência da fé como una relação de amor entre Deus e cada um de nós.  Depois de insistir em que nos encontramos no núcleo central da vida cristã. O catequista pergunta a cada um se se tem sentido interpelado a refletir sobre esta catequese e abre o diálogo. O catequista insiste, naturalmente, nos pontos citados acima como pontos centrais da catequese. Quando achar oportuno lê os textos evangélicos sugeridos na catequese, todos eles importantes, sobretudo os de Marcos e Lucas.  Antes da oração, seria bom que o catequista, depois de ler o texto da carta de João, pergunte ao grupo sobre os passos de cada um para avançar nesta linha.  É muito importante que cada um decida:  A importância real, tempo e momento para a oração individual.  As situações concretas em que vai organizar essa resposta a Deus, servindo aos irmãos, pois não é em vão que eles são a mediação mais importante para comunicar com Deus.  Começa, depois, a oração do grupo com o texto de Santo Agostinho, Tarde te amei… Pode usar também a oração de São Tomás, Dá-me, Senhor, um coração vigilante