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perspectiva deontológica (o termo grego deon
significa “dever”):
Privilegia-se a enunciação de um princípio prévio
ou simultâneo ao agir, segundo o qual a acção se
deverá orientar e em cujo cumprimento consistirá
a sua moralidade, independentemente de
inclinações não racionais ou de consequências (a
moralidade da acção depende do princípio que a
determinou, do dever que esse princípio enuncia)
[exemplo: Kant, ética do dever: apenas age moralmente quem o
faz por exclusivo respeito para com o dever ou norma moral]
O critério da moralidade da acção:
perspectiva deontológica
“Só a necessidade de agir por
puro respeito pela lei prática
constitui o dever, dever a que
qualquer outro motivo deve
ceder, já que ele é a condição
de uma vontade boa em si
cujo valor ultrapassa tudo.”
Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes, p. 71
(Lisboa Editora)
“A boa vontade não é boa por aquilo
que promove ou realiza, pela aptidão
a alcançar qualquer finalidade
proposta, mas tão-somente pelo
querer, isto é, em si mesma, e
considerada em si mesma deve ser
avaliada em grau muito mais alto do
que tudo o que por seu intermédio
possa ser alcançado em proveito de
qualquer inclinação.”
Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes
As éticas clássicas gregas procuravam
responder à pergunta: em que
consiste uma vida moralmente boa?
Kant introduz uma novidade no
pensamento ético ocidental porque a
questão que despoleta a sua Ética é
de outra ordem: que critérios
transformam uma determinada
acção numa acção moralmente boa?
“O credo que aceita a utilidade, ou o Princípio da Maior
Felicidade, como fundamento da moralidade, defende que as
acções estão certas na medida em que tendem a promover a
felicidade, erradas na medida em que tendem a produzir o
reverso da felicidade. Por felicidade entende-se o prazer e a
ausência de dor; por infelicidade, a dor e a privação de prazer.
[...] Os críticos do utilitarismo raramente têm a justiça de
reconhecer: que a felicidade que constitui o padrão utilitarista
daquilo que está certo na conduta não é a felicidade do próprio
agente, mas a de todos os envolvidos. Quanto à escolha entre
a sua própria felicidade e a felicidade dos outros, o utilitarismo
exige que ele seja tão estritamente imparcial como um
espectador benevolente ou desinteressado.”
J. Stuart Mill, Utilitarismo,
(Porto Editora), pp. 48; 58
Princípio do bem-estar máximo:
Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de
bem-estar (físico, moral e intelectual)
De todos
Moral hedonista
(visa a Felicidade
alcançada pelo
prazer)
Epicuro
perspectiva procedimental (empenho no processo de
diálogo, na comunicação entre as pessoas morais):
Abdica-se de princípios ou de finalidades
previamente estabelecidas, privilegiando-se a
construção de amplos consensos acerca das normas
da acção (subordina-se a moralidade da acção ao
juízo consensual de todos os envolvidos no
problema em causa)
[exemplo: ética da comunicação de Habermas e Apel: só são
válidas as normas que forem aceites por todos os participantes na
discussão]
O critério da moralidade da acção:
perspectiva procedimental
O critério da moralidade/eticidade da acção reside na
discussão argumentativa a priori que pode, depois,
ser verificada numa discussão/argumentação real.
Nesta perspectiva, será ética/moral uma norma de
acção que promova o consenso entre todos os
envolvidos.
É uma perspectiva universal baseada na
intersubjectividade: parte-se do princípio que todos
os envolvidos podem participar de forma livre e
equitativa na construção do consenso (autoridade
universal).
O critério da moralidade da acção:
perspectiva procedimental
“Na ética do discurso, o método da
argumentação moral substitui o
imperativo categórico [kantiano]. As
únicas normas que têm o direito a
reclamar validade são aquelas que
podem obter a anuência de todos os
participantes envolvidos num discurso
prático.”
Habermas, Comentários à Ética do Discurso,
p. 16
“Quando argumentam, os intervenientes têm de
partir do princípio de que, em regra, todos os
indivíduos em questão tomam parte, enquanto
sujeitos livres e iguais, numa busca cooperante
da verdade, na qual apenas interessa a força do
melhor argumento. O discurso prático é visto
como uma forma exigente de formação
argumentativa da vontade que deve garantir a
correcção de todo o consenso normativo
possível sob essas condições.”
Habermas, Comentários à Ética do Discurso,
p. 17
As éticas clássicas gregas procuravam responder
à pergunta: em que consiste uma vida
moralmente boa?
Kant introduz uma novidade no pensamento
ocidental porque a questão que despoleta a sua
Ética é de outra ordem: que critérios
transformam uma acção numa acção
moralmente boa?
Habermas pretende reformular a ética kantiana,
abrindo-a à intersubjectividade, e pergunta: em
que condições uma norma moral pode ser dita
válida?

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  • 1. perspectiva deontológica (o termo grego deon significa “dever”): Privilegia-se a enunciação de um princípio prévio ou simultâneo ao agir, segundo o qual a acção se deverá orientar e em cujo cumprimento consistirá a sua moralidade, independentemente de inclinações não racionais ou de consequências (a moralidade da acção depende do princípio que a determinou, do dever que esse princípio enuncia) [exemplo: Kant, ética do dever: apenas age moralmente quem o faz por exclusivo respeito para com o dever ou norma moral] O critério da moralidade da acção: perspectiva deontológica
  • 2. “Só a necessidade de agir por puro respeito pela lei prática constitui o dever, dever a que qualquer outro motivo deve ceder, já que ele é a condição de uma vontade boa em si cujo valor ultrapassa tudo.” Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes, p. 71 (Lisboa Editora)
  • 3. “A boa vontade não é boa por aquilo que promove ou realiza, pela aptidão a alcançar qualquer finalidade proposta, mas tão-somente pelo querer, isto é, em si mesma, e considerada em si mesma deve ser avaliada em grau muito mais alto do que tudo o que por seu intermédio possa ser alcançado em proveito de qualquer inclinação.” Kant, Fundamentação da Metafísica dos Costumes
  • 4. As éticas clássicas gregas procuravam responder à pergunta: em que consiste uma vida moralmente boa? Kant introduz uma novidade no pensamento ético ocidental porque a questão que despoleta a sua Ética é de outra ordem: que critérios transformam uma determinada acção numa acção moralmente boa?
  • 5. “O credo que aceita a utilidade, ou o Princípio da Maior Felicidade, como fundamento da moralidade, defende que as acções estão certas na medida em que tendem a promover a felicidade, erradas na medida em que tendem a produzir o reverso da felicidade. Por felicidade entende-se o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, a dor e a privação de prazer. [...] Os críticos do utilitarismo raramente têm a justiça de reconhecer: que a felicidade que constitui o padrão utilitarista daquilo que está certo na conduta não é a felicidade do próprio agente, mas a de todos os envolvidos. Quanto à escolha entre a sua própria felicidade e a felicidade dos outros, o utilitarismo exige que ele seja tão estritamente imparcial como um espectador benevolente ou desinteressado.” J. Stuart Mill, Utilitarismo, (Porto Editora), pp. 48; 58
  • 6. Princípio do bem-estar máximo: Agir sempre de forma a produzir a maior quantidade de bem-estar (físico, moral e intelectual) De todos Moral hedonista (visa a Felicidade alcançada pelo prazer) Epicuro
  • 7. perspectiva procedimental (empenho no processo de diálogo, na comunicação entre as pessoas morais): Abdica-se de princípios ou de finalidades previamente estabelecidas, privilegiando-se a construção de amplos consensos acerca das normas da acção (subordina-se a moralidade da acção ao juízo consensual de todos os envolvidos no problema em causa) [exemplo: ética da comunicação de Habermas e Apel: só são válidas as normas que forem aceites por todos os participantes na discussão] O critério da moralidade da acção: perspectiva procedimental
  • 8. O critério da moralidade/eticidade da acção reside na discussão argumentativa a priori que pode, depois, ser verificada numa discussão/argumentação real. Nesta perspectiva, será ética/moral uma norma de acção que promova o consenso entre todos os envolvidos. É uma perspectiva universal baseada na intersubjectividade: parte-se do princípio que todos os envolvidos podem participar de forma livre e equitativa na construção do consenso (autoridade universal). O critério da moralidade da acção: perspectiva procedimental
  • 9. “Na ética do discurso, o método da argumentação moral substitui o imperativo categórico [kantiano]. As únicas normas que têm o direito a reclamar validade são aquelas que podem obter a anuência de todos os participantes envolvidos num discurso prático.” Habermas, Comentários à Ética do Discurso, p. 16
  • 10. “Quando argumentam, os intervenientes têm de partir do princípio de que, em regra, todos os indivíduos em questão tomam parte, enquanto sujeitos livres e iguais, numa busca cooperante da verdade, na qual apenas interessa a força do melhor argumento. O discurso prático é visto como uma forma exigente de formação argumentativa da vontade que deve garantir a correcção de todo o consenso normativo possível sob essas condições.” Habermas, Comentários à Ética do Discurso, p. 17
  • 11. As éticas clássicas gregas procuravam responder à pergunta: em que consiste uma vida moralmente boa? Kant introduz uma novidade no pensamento ocidental porque a questão que despoleta a sua Ética é de outra ordem: que critérios transformam uma acção numa acção moralmente boa? Habermas pretende reformular a ética kantiana, abrindo-a à intersubjectividade, e pergunta: em que condições uma norma moral pode ser dita válida?