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Questões
SINTAXE / SEMÂNTICA / FIGURAS DE LINGUAGEM
Texto I
A PROPÓSITO DE UMA ARANHA
Fiquei vendo a aranha que construía sua teia, com os fios
que saem dela como um fruto que brota e se alonga de sua
casa. A aranha quer viver, e trabalha nessa armadilha
caprichosa e artística que surpreenderá os insetos e os
5 enredará para morrer. Tua morte, minha vida – diz uma frase
antiga, resumindo a lei primeira da natureza. A frase pode soar
amarga em nossos ouvidos delicados, à medida que1 comemos
nosso franguinho. Sua morte, vida nossa.
Os vegetarianos não fiquem aliviados, achando que, além de
10 terem hábitos mais saudáveis, não dependem da morte alheia
para viver. É verdade que a alface, a cenoura, a batata, o arroz, o espinafre, a banana, a laranja
não costumam gritar quando2 arrancados da terra, decepados do caule, cortados e processados
na cozinha. Mas por que não imaginar que estavam muito bem em suas raízes, e se deleitavam
com o calor do sol, com a água refrescante da chuva, com os sopros do vento? Sua morte, vida
15 nossa.
Entretanto3 voltemos à aranha. Ela não aprendeu arquitetura ou geometria, nada sabe sobre
paralelas e losangos; vive da ciência aplicada e laboriosa dos fios quase invisíveis que não
perdoam ao incauto. Uma vez preso na teia, o inseto que há pouco voava debate-se inutilmente,
enquanto a aranha caminha com leveza em sua direção, percorrendo resoluta o labirinto de
20 malhas familiares. Se alguém salvar esse inseto, num gesto de misericórdia, e caso4 se dispunha
a salvar todos os outros que caírem na armadilha, a aranha morrerá de fome. Em outras
palavras: a boa alma tomará partido entre duas mortes.
A cada pequena cena, a natureza nos fala de sua primeira lei: a lei da necessidade. O
engenho da aranha, a eficácia da teia, o vôo do inseto desprevenindo compõem uma trama de
25 via e morte, da qual igualmente participamos todos nós, os bichos pensantes. Que necessidade
tem alguém de ser cronista? – podem vocês me perguntar. O que leva alguém a escrever sobre
teias e aranhas? Minha resposta é crua assim como a natureza: os cronistas também comem. E já
que5 não sabem fazer teias, tecem palavras, e acabam atendendo a necessidade de quem gosta
de ler. A pequena aranha, com sua pequena teia, leva a gente a pensar na vida, no trabalho, na
30 morte. A natureza está a todo momento explicando suas verdades para nós. Se eu soubesse a
origem e o fim dessas verdades todas, acredite, leitor, esta crônica teria um melhor arremate.
(Vírgílio Covarim – com adaptações)
QUESTÃO 1
(FCC – MPU - 2007) – A observação de uma aranha e sua teia leva o cronista a tratar:
(1 ACERTO / ACERTO OBTIDO: ___ )
A) do princípio da necessidade, pelo qual se regula a natureza.
B) da dificuldade de se relaciona a vida com a morte.
QUESTÕES - 1
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C) das leis da natureza, que só o homem consegue desafiar.
D) da crueldade e da irracionalidade das leis naturais.
E) do universo extravagante em que vivem os insetos.
QUESTÃO 2
(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – Substitua os conectivos grifados e numerados no texto
1 por outros com igual valor morfológico e semântico:
(5 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )
1. _______________________________________
2. _______________________________________
3. _______________________________________
4. _______________________________________
5. _______________________________________
QUESTÃO 3
(FCC – MPU – 2007 – adaptada) – Preencha as lacunas, considerando – ou não – a necessidade do uso de
uma preposição antes do conectivo destacado:
(5 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )
a. Pergunto-me ________ que armas pode contar essa aranha, afora os fios da magnífica teia que sabe
tecer.
b. A necessidade de escrever, ________ que o autor nos confessa ao fim do texto, é compreendida
como uma lei também natural.
c. A comparação ________ que o cronista estabelece entre uma teia de aranha e um texto não deixa
de ser justificável.
d. Os fios ________ que se vale a aranha para tecer sua teia são praticamente invisíveis.
e. As mais duras leis da natureza, ________ que é impossível para nós combatermos, são ditadas pela
necessidade de viver e de morrer.
QUESTÃO 4
(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – Em “[...] achando que, além de terem hábitos
mais saudáveis, não dependem da morte alheia para viver.” (l. 8-10) e “[...] vive da ciência
aplicada e laboriosa dos fios quase invisíveis que não perdoam o incauto.” (l. 16), classifique os
conectivos grifados conforme o solicitado abaixo:
(4 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )
A. Valor Morfológico: ________________________________ / ______________________________
B. Valor Semântico: _________________________________ / ______________________________
QUESTÃO 5
(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – O conectivo “assim como” (l. 25) expressa o valor
semântico de
(1 ACERTO / ACERTO OBTIDO: ___ )
A) oposição
B) concessão
C) causa
D) tempo
E) comparação
QUESTÕES - 2
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QUESTÃO 6
(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – Leia o período abaixo e, em seguida, faça o que se
pede:
(3 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )
Fiquei vendo a aranha que construía sua teia, com os fios que saem dela como um fruto3
1 2
que brota e se alonga de sua casa. (l. 1-2)
1. Reescreva o segmento (1), substituindo a forma verbal “vendo” pelo verbo “ASSISTIR”.
______________________________________________________________________________
2. Reescreva o segmento (2), substituindo o conectivo “que” por outro, morfologicamente,
equivalente.
______________________________________________________________________________
3. Reescreva o segmento (3), substituindo o conectivo “como” por outro, morfologicamente,
equivalente.
______________________________________________________________________________
QUESTÃO 7
(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – Julgue os itens abaixo, considerando a adequada
redação dos períodos quanto à regência verbo-nominal:
(5 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )
0 0 Com as armadilhas que constrói com sua teia, a aranha estaria apta a sobrevivência?
1 1 Construir teias é inerente das aranhas.
2 2 Nunca devemos esquecer-se a fenomenal capacidade de certos animais. A aranha é um deles.
3 3 O cientista preferia a engenhosidade da aranha à certas criações humanas.
4 4 A aranha não tece alheia com a natureza que a cerca.
Texto II
QUESTÃO 8
(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – Em “Nossa...! Esse moço é um gato!”, pode-se
perceber o uso de que figura de linguagem?
(1 ACERTO / ACERTO OBTIDO: ___ )
__________________________________________
QUESTÕES - 3
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Texto III
Soneto da separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
(Vinícius de Morais)
QUESTÃO 9
(http://profdiafonsoeducacional.blogspot.com/) – A leitura do texto 3 evidencia o uso de uma figura de
linguagem. Identifique-a e, em seguida, reescreva os pares de expressões que justifiquem a existência da
referida figura de linguagem:
(9 ACERTOS / ACERTO(S) OBTIDO(S): ___ )
Figura de linguagem: __________________________________________
Primeiro par: _______________________ X _______________________
Segundo par: _______________________ X _______________________
Terceiro par: _______________________ X _______________________
Quarto par: _______________________ X ________________________
“Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Do que* ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo...”
(Paulo Coelho / Raul Seixas)
BOM DESEMPENHO!!!
*
Segundo a norma padrão para a escrita formal da Língua Portuguesa, o verbo Preferir, neste contexto, rejeita elementos
comparativos entre os termos preferidos e não preferidos. Alternativa para a construção acima: Eu prefiro ser essa
metamorfose ambulante A ter aquela velha opinião formada sobre tudo...
QUESTÕES - 4