Aula de Resistência de Materiais, com o tema de Tensões Tangenciais preparada pelo Engenheiro David Malôa, docente universitário na Universidade Politécnica - Moçambique.
Resistência de Materiais - Tensões Tangenciais.pdf
1. TEMA 1 & 2
Disciplina: RESISTENCIA DE MATERIAIS II
Docente: Eng. David Malôa
UNIVERSIDADE POLITECNICA
Instituto Superior Politécnico de Tete
Curso: Licenciatura em Engenharia Civil – 2º Ano
Fevereiro de 2018
2. CONTEÚDO
Tema 1: INTRODUÇÃO
Apresentação do programa da disciplina
Tema 2: TENÇÕES TANGENCIAIS
Conceitos básicos
Torque
Determinação do Torque pelo método de Secções
Tesões Tangenciais na Torção
Exercícios de Aplicação
Eng David Malôa
3. 1. INTRODUÇÃO
Eng David Malôa
A resistência dos materiais é um ramo da mecânica que estuda as relações entre cargas
externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade das forças internas que actuam
dentro do corpo. Esse assunto abrange também o calculo da deformação do corpo e o estudo
da sua estabilidade, quando ele esta submetido a forças externas.
No projecto de qualquer estrutura ou maquina é necessário primeiro usar os princípios da
estática para determinar as forças que actuam tanto sobre como no interior dos seus vários
membros. As dimensões dos elementos, sua deflexão e sua estabilidade dependem não só das
cargas internas como também do tipo de material do qual esses elementos são feitos. Assim a
determinação precisa e a compreensão do comportamento do material são de vital
importância para o desenvolvimento das equações usadas na resistência dos materiais.
Observe que muitas formulas e procedimentos de projecto, definidos nas normas da
engenharia e usados na pratica baseiam-se nos fundamentos da resistência dos materiais e,
por essa razão, compreender os princípios dessa matéria eh muito importante.
4. 1.1. Programa da disciplina
Eng David Malôa
1.1.1 Plano Temático
Nesta disciplina serão abordados os seguintes temas:
1. Introdução
2. Tensões Tangenciais: Torção
3. Deformação em estruturas carregadas
4. Encurvadura de barras rectas ou pouco curvas
5. Teoremas de Energia
1.1.2. Metodologia de Avaliação
Mediante dois testes escritos e um trabalho de investigação/pratico que será elaborado
e apresentado pelos estudantes.
5. 1.1.2. Metodologia de avaliação
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O sistema de avaliação compreenderá o seguinte:
NFreq= 0.40T1 + 0.40T1 + 0.20T
𝑁𝐹𝑟𝑒𝑞 ≥ 10, isento de negativas em todas avaliações, aprovado sem ser submetido ao
exame;
𝑁𝐹𝑟𝑒𝑞 ≥ 8, com nota inferior a 10 valores em qualquer avaliação, admitido ao exame;
𝑁𝐹𝑟𝑒𝑞 < 8, reprovado.
Trabalho de Investigação
A ser elaborado e apresentado pelos estudantes, com os seguintes temas:
Trabalho externo e Energia de Deformação;
Energia de Deformação elástica para vários tipos de carga;
Conservação de Energia
6. 2. TENSÕES TANGENCIAIS
2.1. Conceitos fundamentais
Denomina-se força cortante, a carga que atua tangencialmente sobre a área de secção
transversal da peça.
A força por unidade de área, ou intensidade das forças distribuídas sobre uma
determinada seção, é chamada de tensão naquela seção.
A tensão na seção transversal de área A de uma barra submetida a uma carga axial P
(denominada tensão normal e representada pela letra grega 𝜎(sigma)), é obtida
dividindo-se o valor da carga P pela área A:
Já tensão de cisalhamento é definida através da relação entre a intensidade da carga
cortante aplicada e a área da secção transversal da peça sujeita a cisalhamento.
7. 2.2. Momento de Torção (Torque)
Uma peça submete-se ao esforço de torção, quando atua um torque em uma das suas
extremidades e um contratorque na extremidade oposta.
Torque é o momento que tende a torcer o membro em torno do seu eixo longitudinal.
Tal momento pode ser calculado pelo método das secções. O valor do momento de
torção (𝑀𝑡𝑜𝑟) numa secção transversal qualquer da barra é igual a soma algébrica dos
momentos de todos os pares externos das forças (isto é, concentrados M e distribuídos
no sentido longitudinal da barra, sendo a sua intensidade m), que actuam em relação ao
eixo geométrico da barra e estão de um lado da secção analisada. A fórmula geral, com
cuja ajuda se pode calcular o valor de momento de torção numa secção transversal
qualquer da barra, é a seguinte:
𝑀𝑡𝑜𝑟 = 𝑀 + 𝑚𝑑𝑥
8. 2.2. Calculo do Torque Pelo Método das Secções
A integração realiza-se ao longo de cada sector em que actua o momento distribuído e a soma
abrange todos os sectores, situados de um lado da secção examinada.
O momento de torção, visto a partir da normal, exterior a secção, pode ser considerado
convencionalmente positivo se estiver orientado no sentido anti-horário.
Exemplo 1: Seja dada a figura 1, que representa uma estrutura submetida a acção de vários
torques. Pede-se para construir o diagrama 𝑀𝑡𝑜𝑟.
Solução: Traçando secções dentro de cada sector da barra de acordo com a formula geral para o
calculo de momento de torção, e tendo em conta a regra de sinais tem-se:
𝑀𝑡𝑜𝑟1 = 𝑚1𝑥 =
𝑀
2𝑎
𝑥;
𝑀𝑡𝑜𝑟2 = 𝑚1𝑎 =
𝑀
2
;
𝑀𝑡𝑜𝑟3 = 𝑚1𝑎 − 𝑀 =
𝑀
2
− 𝑀 = −
𝑀
2
;
𝑀𝑡𝑜𝑟4 = 𝑚1𝑎 − 𝑀 + 0
𝑥 2𝑚1
2𝑎
𝑥𝑑𝑥 =
𝑀
2
− 𝑀 +
𝑀
2𝑎2 0
𝑥
𝑥𝑑𝑥 = −
𝑀
2
+
𝑀𝑥2
4𝑎2 .
9. 2.2.1. Exemplo
Figura 1: Estrutura e construção de diagrama de momento de torção.
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10. 2.3. Exercícios de Aplicação
1. Sejam dadas as estruturas (164 a 167), calcule e construa os diagramas do momento
de torção usando o método das secções.
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11. 2.4. Torque devido a aplicação da força
Seja dada a figura 2., o torque atuante na peça representada é definido através do produto entre
a intensidade da carga aplicada e a distancia entre o ponto de aplicação da carga e o centro de
secção transversal (polo).
Onde: S – é a distancia entre o ponto de aplicação da carga e o polo [m; dm; ...]
Para as transmissões mecânicas construídas por polias, engrenagens, rodas de atrito, correntes,
etc., o torque é determinado através de:
E que: 𝑀𝑇 - Torque [Nm]
𝐹𝑇 - Força tangencial [N]
𝑟 - raio da peça [m]
𝑀𝑇 = 2𝐹 ∗ 𝑆
𝑀𝑇 = 𝐹𝑇 ∗ 𝑟
Figura 2
Figura 3
12. 2.5. Potência
É a realização de um trabalho na unidade de tempo: 𝑝 =
𝜏
𝑡
Nos movimentos a potência é expressa da seguinte forma: 𝑝 = 𝐹𝑇 ∗ 𝑉𝑃
Onde: 𝑝 − potencia [w]
𝐹𝑇 - Forca tangencial [N]
𝑉𝑃 - Velocidade periférica [m/s]
Fora do SI, a unidade de potencia utilizada na pratica é cv (cavalo vapor), em que
corresponde a aproximadamente 735,5 w.
Desenvolvendo essas expressões pode se chegar a mais generalizada: 𝑝 =
𝜋∗𝑀𝑇∗𝑛
30
Em que: 𝑛 – rotação [rpm]
𝑓 – frequência [Hz]
𝑤 – velocidade angular [rad/s]
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13. 2.6. Tensões Tangenciais na torção
Para uma barra cilíndrica de secção circular a tensão de tangencial atuante em qualquer
ponto da secção transversal da peça é definida através da expressão: 𝜏 =
𝑀𝑇∗𝜌
𝐼𝑝
, em que
tem-se a máxima tensão no momento em que 𝜌 = 𝑟, sendo que no centro da secção
transversal a tensão é nula.
No caso em que se pretende determinar a máxima tensão, esta poderá ser expressa em
função do modulo de resistência polar: 𝜏𝑚𝑎𝑥 =
𝑀𝑇
𝑊𝑃
Onde: 𝜏𝑚𝑎𝑥 - tensão tangencial máxima [Pa]
𝐼𝑝 - momento polar de inercia [𝑚4
; …]
𝑟 – raio de secção transversal [m; mm; ...]
𝑊
𝑝 - modulo de resistência polar [𝑚3; ...]
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15. 2.7. Distorção (𝛾)
O torque actuante na peça provoca na secção transversal desta, o deslocamento do
ponto A da periferia para a posição A’. Na longitude do eixo origina-se uma deformação
de cisalhamento denominada distorção 𝜸, que é determinada em radianos (rad),
através da tensão de cisalhamento actuante e o módulo de elasticidade transversal do
material.
𝛾 =
𝜏
𝐺
Em que 𝐺 – modulo de elasticidade transversal do material [Pa]
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16. 2.8. Ângulo de Torção (𝜃)
Ângulo de Torção (𝜽)
O deslocamento do ponto A para uma posição A’, descrito na distorção, gera na secção
transversal da peça, um ângulo torção (𝜃) que é definido através da seguinte formula:
𝜃 =
𝑀𝑇 ∗ 𝑙
𝐼𝑃 ∗ 𝐺
Onde: 𝜃 – ângulo de torção [radianos]
𝑙 – comprimento da peça [m; mm; ...]
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17. 2.9. Exercícios de Aplicação
1. Determine as tensões normais e de cisalhamento que atuam no plano A da figura
representada.
Resolva os exercícios da ficha 1
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