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SUMÁRIO
Apresentação. .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 3
Sobre. .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 4
Prólogo. .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 5
#1 - AS CRIPTOMOEDAS NO BRASIL. .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 7
#2 - REGULAÇÃO NO MUNDO.  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 9
ARTIGO:
Israel e o ambiente para uma emissão de uma criptomoeda soberana.  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 12
#3 - CRYPTO COMO MEIO DE PAGAMENTO. .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 13
ARTIGO:
Bitcoin e ativos digitais: a nave espacial
que sempre volta para buscar passageiros.  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 16
#4 - PAÍSES MAIS AVANÇADOS EM CRYPTO. .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 20
#5 - AS CRIPTOMOEDAS E O CAPITAL INSTITUCIONAL.  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 30
ARTIGO:
A chegada do capital institucional e como Wall Street está se preparando. .  .  .  .  .  .  .  . 32
#6 - AS POSSIBILIDADES DA BLOCKCHAIN. .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 35
Conclusão.  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  .  . 39
Crypto para Adultos: O Guia foi produzido especialmente para ser uma referência do atual estágio das cripto-
moedas e ativos digitais no Brasil e no mundo. Pode ser lido tanto por quem já tem algum conhecimento da
área, quanto por quem está dando os primeiros passos no assunto.
Nós daTransfero Swiss AG acreditamos que as criptomoedas são uma realidade já presente e fazem parte de um
futuro inevitável. Cremos também que são uma ferramenta de independência do indivíduo, que pela primeira
vez na história pode ter ativos digitais escassos com características comparáveis ao ouro e metais preciosos e,
com isso, se proteger de ciclos econômicos, crises sistêmicas e até mesmo de governos autoritários.
Somos uma das empresas mais consolidadas nesse mercado, tendo lançado o primeiro gateway de criptomoe-
das do Brasil em 2015 sob a marca Bit.One. Com o DNA da inovação, nossa empresa foi pioneira na emissão de
cartões pré-pagos carregáveis em bitcoin em 2016 e hoje oferece ao público uma estrutura internacional de
negociação de criptomoedas. Com nossa expansão para a Suíça e Liechtenstein em 2017, nossa área de Gestão
de Criptoativos hoje se destaca pelos produtos de carteiras administradas, buscando obter rentabilidade por
meio de diferentes estratégias de investimento para nossos clientes.
O objetivo deste e-book é oferecer uma versão ampliada do conhecimento adquirido pela Transfero nessa
trajetória pelo mercado de criptomoedas. Ato contínuo, esperamos que esta seja a porta de entrada para um
mundo fascinante que já fez indivíduos, empresas e instituições financeiras do mundo todo reconhecerem essa
nova classe de ativos.
Apresentamos o assunto sem tecnicismos ou posicionamentos ideológicos exagerados. Ou seja, queremos
dialogar com o mercado de forma sofisticada, comunicando conceitos complexos sem que nosso leitor precise
dominar previamente conceitos profundos de programação, economia ou finanças.
Desejo uma proveitosa leitura.
Atenciosamente,
Thiago César
CEO da Transfero Swiss AG
APRESENTAÇÃO
Transfero Swiss AG
ATransfero Swiss AG é uma firma de investimen-
tos crypto fundada por brasileiros e com sede em
Zug, na Suíça. Oferece ao mercado uma gama de
estratégias de administração de carteiras crypto,
buscando fornecer aos investidores uma forma
mais sofisticada de investir nessa nova classe de
ativos. No Brasil, é dona da marca Bit.one, maior
plataforma de OTC do país.
PanoramaCrypto
O PanoramaCrypto é um projeto de publishing
da Transfero Swiss AG focado em gerar, curar e
distribuir conteúdo factual e analítico sobre o
universo crypto, com uma abordagem adulta e
voltada para quem quer investir com seriedade
nessa nova classe de ativos. Com publicações
diárias em português e inglês, o hub busca levar
ao leitor as informações mais relevantes desse
mercado, com foco em regulação, inovação e nas
novidades relativas às moedas digitais em si. Co-
nheça agora em panoramacrypto.com.br.
SOBRE
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PRÓLOGO
Um white paper lançado pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto em 2008, na esteira de
uma crise mundial econômica cujos efeitos são sentidos até hoje, lançou as bases do
bitcoin. O documento descrevia o funcionamento de uma moeda digital totalmente
livre e descentralizada. Ou seja, independente de uma autoridade monetária central.
Em janeiro do ano seguinte, seria lançada a primeira versão dela, o bitcoin.
Tal como dinheiro, o bitcoin é uma representação de valor. Por exemplo, se alguém faz
um trabalho para outra pessoa, ela recebe em troca dinheiro, que representa o valor
daquele trabalho feito. Esse dinheiro pode ser usado para ser trocado por um outro
bem ou serviço. E assim sucessivamente.
Ao longo da história, diversos materiais diferentes serviram como representação de
valor, destacando-se o ouro. Ou seja, havia uma confiança de que esses materiais ti-
nham valor para quem os detivessem. De 150 anos para cá, isso mudou. Desde então,
primeiramente os bancos comerciais e, depois, os bancos centrais passaram a emitir
um certificado de valor, que é o que conhecemos por dinheiro. E há uma confiança
de que esse papel de fato representa um valor.
O bitcoin veio para inverter completamente essa lógica. Ao invés de ter sua confiança
baseada nos bancos centrais ou comerciais, a criptomoeda tem sua confiança baseada
em um consenso entre diversos computadores em uma rede, que mantém um regis-
tro público e imutável da quantidade de moedas emitidas, das transações e de seus
detentores. Isso nada mais é do que a blockchain, a tecnologia que está por trás das
criptomoedas. Falaremos disso mais à frente.
Desde então, muita água passou por debaixo da ponte. A partir de forks (bifurcações)
do bitcoin, muitas outras criptomoedas surgiram. A primeira delas foi a namecoin
(NMC), em circulação até hoje. A mais famosa das criptomoedas originada do fork
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do bitcoin, contudo, foi a litecoin, que ainda permanece como uma das maiores e ela
mesma tendo diversas bifurcações. A partir daí, outras foram surgindo, seja por meio
de forks do bitcoin, como a dash, seja como criação original, entre elas o ether (moeda
da Ethereum), monero, entre outras.
O fato é que hoje as criptomoedas são uma realidade inexorável. E elas estão no
momento imediatamente anterior a uma explosão consistente. Seja pela entrada do
capital institucional, seja pela adesão de instituições financeiras centenárias. Não é
preciso lembrar que há 30-40 anos, eram raros os estabelecimentos que aceitavam
cartão de crédito. E passávamos eles lá naquele carbono sem pensar na revolução
que viriam a ser.
Só que hoje as mudanças ocorrem muito mais rápido. E não é difícil pensar que as
criptomoedas estão exatamente naquele momento do cartão de crédito no papel
carbono, mas vão ser adotadas com muito mais rapidez. Existem sim alguns gargalos
a serem vencidos, mas elas caminham a passos largos para se consolidarem como
meios de pagamento e ativos de investimento, como o ouro. E vencerão aquelas que
resolverem da melhor forma o problema das pessoas - um meio de pagamento rápido
e seguro, com baixíssimos custos de transação e sem a necessidade de intermediários.
É o poder nas mãos dos cidadãos.
Nos próximos capítulos, veremos em que estágio de adoção elas estão no Brasil e no
mundo, algumas regulações ao redor do globo, inclusive a brasileira, e como a entrada
do capital institucional - fundos de pensão, endowment funds e outros - pode ser um
gatilho para destravar de vez essa nova classe de ativos que vai fazer parte da vida das
pessoas mais cedo ou mais tarde.
Um capítulo especial trará as possibilidades que a blockchain abre para pessoas e
empresas e o quanto ela já está presente em nossas vidas. Embarque nessa jornada
conosco.
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PA N O R A M A C R Y P T O
A regulação das criptomoedas no Brasil ainda está engatinhando, é verdade. Há muito
desconhecimento sobre o assunto, posições ainda resistentes aos criptoativos e muita
preocupação com lavagem de dinheiro e financiamento de atividades ilegais.
Mas alguns passos positivos já foram dados. A Comissão deValores Mobiliários (CVM)
emitiu dia 19 de setembro de 2018 um novo ofício circular relativo às criptomoedas
no Brasil. Nesse documento, a autarquia confirmava a possibilidade do investimento
indireto em criptoativos pelos fundos regulados pela instrução 555.
Dessa forma, o posicionamento da CVM foi um sinal importante para o mercado de
fundos no Brasil. Isso porque o órgão regulador do mercado de capitais brasileiros
reconheceu as criptomoedas como uma
possibilidade legítima de investimento.
Além disso, o ofício reforça a legalidade
do investimento em criptoativos. Por-
tanto, mostra que o regulador não tem
uma postura contrária a esse tipo de
operação. “Isso mostra que a CVM não
tem uma postura contrária ao mercado
de cripto, desde que ele siga os parâ-
metros e regras do mercado de investimentos”, afirma o CEO da Transfero Swiss AG
gestora de investimentos em criptoativos, Thiago Cesar.
Vale lembrar que os fundos permanecem impedidos de investir em ativos não listados.
Contudo, podem investir em fundos no exterior que têm criptoativos em carteira.
CAPÍTULO 1
AS CRIPTOMOEDAS NO BRASIL
ISSO MOSTRA QUE A CVM
NÃO TEM UMA POSTURA
CONTRÁRIA AO MERCADO
DE CRIPTO, DESDE QUE ELE
SIGA OS PARÂMETROS E
REGRAS DO MERCADO DE
INVESTIMENTOS
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PA N O R A M A C R Y P T O
No entanto, essa não foi a primeira vez que a xerife do mercado de capitais brasileiro
se posiciona sobre as criptomoedas. O ofício circular de setembro se soma a outros
quatro tratando do assunto. Portanto, a CVM vem acompanhando o assunto e não
tem se omitido quando provocada a se posicionar.
O Congresso Nacional também está atento aos criptoativos. Tramita na Câmara dos
Deputados o projeto de lei 2060/2019, de autoria do deputado Áureo Ribeiro, do
Solidariedade (SD-RJ). O projeto visa regular o bitcoin e outras criptomoedas no país
e, diferentemente de uma proposta anterior, aborda somente o regime jurídico dos
criptoativos. Em outras palavras, o projeto de lei busca endereçar questões relativas à
regulação prudencial, lavagem de dinheiro e defesa do consumidor.
A justificativa ao projeto de lei mostra uma visão favorável aos criptoativos. Sobretu-
do ao pontuar que“segura, a tecnologia, quando fomentada em ambiente regulado,
constitui elemento instrumental à redução de fraudes nas relações comerciais, dada
a imutabilidade de sua cadeia de blocos de dados. Serve, ademais, por seu caráter
público, ao combate à lavagem de dinheiro e à corrupção, utilidade que se mostra
premente no atual contexto brasileiro”
O projeto de lei classifica os criptoativos quanto ao gênero, do qual são espécies: os
criptoativos ou tokens de pagamento (payment tokens), os tokens de utilidade (utility
tokens) e os tokens de acesso (access tokens).
A proposta define as criptomoedas como valor mobiliário. Portanto, se aprovada, dará
poderes à CVM para fiscalizar a transação ou oferta de tokens ou de criptomoedas.
Além disso, a autarquia poderia dispensar o registro de atividades, mas analisar os
riscos de benefícios de cada autorização.
A iniciativa do projeto de lei é importante para o desenvolvimento sadio do setor, além
de trazer segurança jurídica nas relações comerciais uma vez aprovado em termos
satisfatórios para o mercado.
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PA N O R A M A C R Y P T OCAPÍTULO 2
REGULAÇÃO NO MUNDO
As criptomoedas vêm ganhando mais espaço a cada dia. No entanto, ainda muito
restritas a uma minoria da população mundial, elas vêm despertando a atenção dos
governos nacionais. Alguns países já regulamentaram as criptomoedas e outros estão
em vias de fazê-lo. Vejamos alguns deles:
AMÉRICA DO NORTE
Nos Estados Unidos, país onde as criptomoedas estão cada vez mais próximas do
mercado financeiro tradicional, elas são tratadas como commodities. Com isto, é pos-
sível taxá-las e permitir que os estados da federação criem diferenciações legais de
maneiraautônoma.Ascriptomoe-
das nos EUA estão sob diferentes
aparatos legais estaduais. Alguns
estados, como a Pensilvânia são
mais abertas aos ativos e outros,
como NovaYork, são muito restri-
tivos e estão licenciando todas as
empresas que querem trabalhar
nesse mercado.
Já o vizinho de cima, Canadá, in-
clui as criptomoedas no PPSA (Personal Property Security Act). Isto impõe políticas
de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. A província de
Quebec tem uma das legislações mais restritivas do país.
ALGUNS ESTADOS, COMO
A PENSILVÂNIA SÃO MAIS
ABERTAS AOS ATIVOS E
OUTROS, COMO NOVA YORK,
SÃO MUITO RESTRITIVOS E
ESTÃO LICENCIANDO TODAS
AS EMPRESAS QUE QUEREM
TRABALHAR NESSE MERCADO
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PA N O R A M A C R Y P T O
EUROPA
As criptomoedas não são atualmente reguladas em nível regional na União Europeia.
Em certos estados membros, as exchanges têm de se registrar com seus respectivos
reguladores, como a Autoridade de Supervisão Financeira da Alemanha (BaFin), a Au-
torité des Marchés Financiers (AMF) da França, ou o Ministério das Finanças da Itália.
As autorizações e licenças concedidas por esses reguladores podem, então, permitir-
-lhes operar sob um único regime em todo o bloco. Em abril de 2018, a UE concordou
com o texto da Quinta Diretriz sobre o Lavagem de Dinheiro (5MLD), que trará trocas
de criptomoedas por moedas fiduciárias para baixo do guarda-chuva da legislação
anti-lavagem de dinheiro da UE.
ÁSIA
Na Ásia, o Japão foi o pioneiro ao legalizar moedas digitais, reconhecendo como uma
forma legal de pagamento. Além disso, no final de 2018, o governo japonês deu au-
tonomia para que a JVCEA, Japan Virtual Currency Exchange Association, regulasse o
mercado interno de criptomoedas.
Um pouco mais cautelosa, a Coréia do Sul legalizou o trader desde que siga as diretivas
de KYC (KnowYour Customer), o que implica na ilegalidade para transações anônimas.
Exchangesegovernotêmseaproximadoparadefinirpossíveisregrasparaosegmento.
A Tailândia, que havia banido as criptomoedas em 2016, realizou a sua legalização e
regulamentação em 2018. O país ainda limita a utilização a sete criptomoedas (Bitcoin,
Ethereum, Bitcoin Cash, Ethereum Classic, Litecoin, Ripple e Stellar). A Malásia também
está trabalhando no framework regulatório crypto.
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PA N O R A M A C R Y P T O
OCEANIA
A Austrália tem criptoativos regulamentados e legalizados. Em 11 de abril de 2018, o
governo australiano, através do Centro Australiano de Relatórios e Análises de Tran-
sações (AUSTRAC), anunciou novas regras sobre as exchanges de criptomoedas. A
principal delas é que as corretoras devem se registrar na AUSTRAC, bem como cumprir
obrigações de conformidade e anti-lavagem de dinheiro, para operar no país.
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PA N O R A M A C R Y P T O
ISRAEL E O AMBIENTE
PARA A EMISSÃO DE
UMA CRIPTOMOEDA
SOBERANA
Por Julian Lanzadera, head of Legal
& Corporate da Transfero Swiss AG
Em novembro de 2018, um grupo de estudo interdepartamental do banco central de
Israel (Bank of Israel) publicou um relatório que examinou a conveniência e oportuni-
dade de emissão, pela instituição, de uma moeda virtual soberana utilizando a tecno-
logia blockchain para armazenamento, processamento e liquidação das transações.
O estudo faz parte de um movimento global das nações em busca da modernização
de seus meios de pagamento, haja vista o declínio da utilização de moeda em espécie
em diversos países, como a Suécia, por exemplo, e o amadurecimento da tecnologia
blockchain no que se refere ao registro e movimentação financeira dos respectivos
sistemas de pagamento.
O relatório observa que, no que pese os diversos ganhos de eficiência, controle e
segurança que se poderia obter na emissão de uma moeda 100% digital soberana, é
necessário continuar ainda examinando o campo e acompanhar os desenvolvimentos
em todo o mundo antes que haja bases adequadas para uma decisão de recomendar
a emissão de moeda digital. A recomendação foi, portanto, no sentido de não emitir
neste momento, uma moeda digital soberana pelo banco central de Israel.
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PA N O R A M A C R Y P T OCAPÍTULO 3
CRYPTO COMO MEIO DE PAGAMENTO
A grande esperança de uma maior adoção das criptomoedas é a sua popularização
como meio de pagamento. No entanto, falta resolver uma série de desafios técnicos
e de mercado para que isso se torne realidade. Algumas das plataformas existentes
no mercado, contudo, já se propõem a resolver esse problema.
Por outro lado, em muitos países da Europa é cada vez mais raro andar com dinheiro
vivo,oque favoreceoambienteparaadoçãodascriptomoedas.Sobretudocomoama-
durecimento da blockchain e sua aceitação como uma tecnologia eficiente e segura.
No Brasil, uma primeira iniciativa para estimular a adoção de criptomoedas como meio
de pagamento foi a criação do índice do bitcoin em reais. Dessa forma, comerciantes e
clientes têm a sua mão uma ferramenta para converter imediatamente mercadorias de
reais para bitcoins. Além disso, as exchanges brasileiras, por meio de suas associações
representativas, preparam iniciativas
para fazer disso uma realidade.
AWarp Exchange, por exemplo, desen-
volveu uma ferramenta que permite
localizar pontos de venda de produtos
e serviços que aceitam bitcoin.
Além desse tipo de iniciativa, existem
outras pelo mundo, mais voltadas à tecnologia. Por exemplo, um ponto de pagamento
open source foi desenvolvido para aceitar transações utilizando a criptomoeda mo-
nero chamado Kasisto. A aplicação desenvolvida pelo programador germânico Timo
Uhlmann conseguiu processar pagamento em apenas 22 segundos durante os testes.
EM MUITOS PAÍSES DA
EUROPA É CADA VEZ
MAIS RARO ANDAR COM
DINHEIRO VIVO, O QUE
FAVORECE O AMBIENTE
PARA ADOÇÃO DAS
CRIPTOMOEDAS
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PA N O R A M A C R Y P T O
Uma atualização realizada na dash promete melhorar a experiência do usuário e au-
mentar a velocidade de processamento das transações. A atualização torna a utilização
do InstaSend padrão na maior parte do sistema, possibilitando realizar transações de
forma instantânea. Nas versões anteriores do dash, era necessário realizar a ativação
da função manualmente, havendo a cobrança de taxas por sua utilização.
Especializado em serviços financeiros mobile e online, o banco suíço Dukascopy anun-
ciou no fim de 2018 a emissão de duas criptomoedas. Uma para especulação e outra
lastreada em moeda fiduciária. Ambas as criptomoedas serão aceitas como meio de
pagamentos. No entanto, a primeira irá focar em pagamentos de serviços bancários.
Já a segunda visa pagamentos domésticos e a compra de bens e serviços ofertados
pela internet por empresas que utilizam as soluções de pagamento do banco.
Outra solução que veio do mercado foi a preCharge (PCPIe). A plataforma da empresa
permite que tanto comerciantes quanto consumidores validem suas identidades e
transações em tempo real. Além disso, a plataforma oferece uma wallet para bitcoins
e altcoins. Seus usuários recebem ainda um cartão de débito pelo qual podem sacar
dinheiro em caixas eletrônicos comuns e fazer compras.
Se,porumlado,osdesafiostécnicosaospoucostêmsidosuperados,deoutro,questões
mercadológicas ainda precisam ser resolvidas. O bitcoin, por exemplo, a criptomoeda
mais popular, é muito volátil. Para se ter uma ideia, o ativo atingiu R$ 64 mil em 2017
e tempos depois caiu para níveis entre
R$ 14 mil e R$ 15 mil.
Para tentar contornar essa situação
foram criadas as stablecoins, que são
criptomoedas atreladas a uma moeda
fiduciária, como o dólar, por exemplo.
Exemplos de stablecoins são o theter, USD coin, trueUSD e paxos. Alguém pode
perguntar por que criar stablecoins e não simplesmente usar as moedas fiduciárias
as quais estão atreladas. A resposta é que elas facilitam a circulação de moeda numa
A RESPOSTA É QUE ELAS
FACILITAM A CIRCULAÇÃO
DE MOEDA NUMA ECONOMIA
MUNDIAL TOTALMENTE
DESCENTRALIZADA
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PA N O R A M A C R Y P T O
economia mundial totalmente descentralizada. Por exemplo, um investidor pode
vender seu bitcoin em troca de dinheiro numa exchange que não trabalha com dólar.
Atualmente há mais de 50 stablecoins no mercado crypto. Cada uma tem suas carac-
terísticas, mas todas funcionam mais ou menos do mesmo jeito. Elas têm garantias
de algum tipo e administram o fornecimento para ajudar a incentivar o mercado a
negociar a moeda a um valor estável. Embora possam ser complexas se olhadas de
perto, o objetivo de todas é ter um valor estável.
Há basicamente dois tipos de stablecoins. Elas podem ser lastreadas por ativos ou
terem um algoritmo que estabiliza seu valor. As que são lastreadas por ativos mantém
a proporção estável de um por um às moedas às quais estão atreladas. Por exemplo,
o tether é tokenizado em dólares, portanto possui um dólar para cada token emitido.
Ou seja, para cada token emitido, eles precisam ter um dólar na conta.
Por outro lado, as stablecoins algorítimicas empregam um conjunto de regras em seus
códigos que visam combinar a oferta do token com a demanda. Emboras sejam mais
complexas, elas têm como vantagem a melhor escalabilidade, incentivos à adoção em
rede e a capacidade de lucrar com a criação dos ativos.
O principal desafio para as stablecoins é a escalabilidade. É difícil para essas moedas
alcançarem um nível de liquidez que suporte aplicações interessantes da tecnologia.
Seria necessário investir muito em cada uma delas. Outro problema é a regulação.
Bancoscentraisteriammaioringerênciasobreelas.Háaindadesafiosdeordemtécnica.
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PA N O R A M A C R Y P T O
Eu costumava conversar com meus amigos em 2013 e entrar em debates acalorados
sobre o futuro do bitcoin e do que hoje conhecemos como ativos digitais. O preço de
um bitcoin na época? Próximo dos US$ 100, em junho daquele ano. Os argumentos
contrários variavam desde questionamentos sobre o lastro das criptomoedas, ine-
xistente também nas moedas governamentais como o real ou o dólar – apesar de o
imaginário popular pensar o contrário – até preocupações legítimas com a adoção
e popularização dessa nova tecnologia. Era a época do ceticismo perante o novo, o
desconhecido.
Do lado dos que acreditavam no bitcoin e no futuro dos ativos digitais existia uma
espécie de ethos, uma identidade social formada em volta da tecnologia. De forma
simples, concebeu-se o conceito de que um ativo digital seria escasso e teria regras
de emissão, transação e segurança garantidas por um protocolo matemático imutá-
vel. Trocava-se a falibilidade do ser humano pela confiança na matemática. Vires in
numeris, frase em latim que significa“força em números”, era vista em fóruns, debates
e palestras da época. Fazer parte disso era como entrar em uma nave espacial que te
libertaria da caverna de Platão em termos econômicos. O preço? Para esse grupo não
restavam dúvidas: a nave espacial iria pra Lua, to the moon!
BITCOIN E ATIVOS DIGITAIS: A
NAVE ESPACIAL QUE SEMPRE
VOLTA PARA BUSCAR NOVOS
PASSAGEIROS
Por Thiago César, CEO da
Transfero Swiss AG
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PA N O R A M A C R Y P T O
O final do ano de 2013 se aproximava e as discussões filosóficas se intensificavam.
Os defensores do bitcoin se viam agraciados pela rápida escalada de preços e a ine-
vitável exposição do assunto na mídia convencional. O preço da moeda passava dos
US$ 250 no início de novembro, disparando rapidamente para mais de US$ 1.000 no
primeiro dia de dezembro. O foguete havia chegado à Lua? Amigos me ligavam para
perguntar: “Thiago, como eu acesso aquelas frações de bitcoin que você me enviou
para demonstrar a tecnologia?”. Alguns céticos começaram a perceber que o assunto
merecia uma atenção especial, mas a opinião predominante era de que aquilo tudo
não passava de uma bolha, de uma histeria coletiva semelhante à mania das Tulipas
de séculos atrás.
Os conselhos mais oferecidos em dezembro de 2013 eram:“Se eu fosse você, eu ven-
deria tudo. Coloca o dinheiro no bolso. Parabéns por ter acreditado”. Mas como bons
tripulantes da nave espacial, foram muitos os que seguraram suas posições em bitcoin
esperando chegar à Lua. Ironicamente, entretanto, vimos o preço cair de US$ 1.000
para US$ 400 em março de 2014, abrindo espaço para as mais diversas interpretações.
Os anos subsequentes reforçaram os posicionamentos dos céticos, com o bitcoin
amargando níveis de preço próximos a US$ 200 em 2015 e retornando para magros
US$ 500 em 2016. Para os não-tripulantes, tudo estava cristalino: “nós avisamos”. Do
outro lado, a visão dos apoiadores da tecnologia pregava paciência, a nave espacial
só havia retornado para buscar mais passageiros.
O ano de 2017 injetou nova esperança no mercado de ativos digitais. Em fevereiro,
tivemos o preço retornando ao patamar de US$ 1.000, em maio, US$ 2.000, em agosto
US$ 4.000 e todos diziam:“a Lua está logo ali”. A capitalização do mercado ultrapassou
os US$ 100 bilhões em junho de 2017 e em novembro daquele ano o preço do bitcoin
superou os US$ 10.000. O êxtase tomava conta do mercado. A mídia cobria o assunto
incansavelmente, a NewYork Stock Exchange já mostrava a cotação do bitcoin, assim
como diversos sites de finanças e aplicativos de conversão de moeda. Bancos abriam
mesas de operação de ativos digitais na Suíça, Singapura e Japão, e o mercado de
ativos digitais batia US$ 700 bilhões em capitalização de mercado, valor maior que os
quatro maiores bancos brasileiros somados neste quesito. O sonho virava realidade.
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PA N O R A M A C R Y P T O
Aviradade ano de 2017para 2018foiumareediçãodaescaladade2013.Obitcoinatin-
giu seu pico máximo na fronteira dos US$ 20.000 e o mercado foi inundado por novas
corretoras, novos projetos de criptomoedas, consultorias e fundos, consolidando uma
aproximação séria do mercado financeiro formal com a indústria emergente dos ativos
digitais. O ecossistema aproveitou o influxo de capital para se tornar mais robusto, ain-
da bem, pois o movimento subsequente de março de 2018 até o presente momento foi
mais um teste de resiliência para os tripulantes da tecnologia: em abril, o preço do bit-
coin voltava para o
patamar de US$
7.000 e em dezem-
bro, US$ 3.500.
Lições podem ser
tiradas quando
analisamos a jor-
nada do mercado de ativos digitais. Como toda classe de ativos, ciclos de expansão e
contração estão presentes, mas parecem ser muito mais rápidos que em ativos mais
tradicionais como o ouro ou a prata. Em termos de classificação de ativo, existem pa-
ralelos interessantes entre o próprio bitcoin e ativos anticíclicos e de oferta inelástica,
como os já citados ouro e prata. Para complementar, a iminência da aprovação de ETFs
baseados em bitcoin podem trazer a mesma valorização vista no ouro, conforme o
gráfico na página a seguir:
COMO TODA CLASSE DE ATIVOS,
CICLOS DE EXPANSÃO E CONTRAÇÃO
ESTÃO PRESENTES, MAS PARECEM
SER MUITO MAIS RÁPIDOS QUE EM
ATIVOS MAIS TRADICIONAIS COMO O
OURO OU A PRATA
| 19 |
PA N O R A M A C R Y P T O
Em síntese, o mercado de ativos digitais passa por uma fase semelhante ao período
de baixa de 2014-15, mas com potenciais de upside muito mais claros. No boom de
2013, na escalada dos US$ 100 aos US$ 1.000 em alguns meses, o sentimento era de
incerteza sobre o futuro dessa nova classe de ativos, com muitas suspeitas de bolha ou
histeria coletiva. Hoje, o grau de maturidade da indústria mudou. Players institucionais
já fizeram incursões no mundo dos ativos digitais, o ambiente regulatório está mais
consolidado e os players que sobreviveram aos ciclos de altas e baixas são hoje mais
sólidos do que nunca. Com preços nos níveis de agosto de 2017, não restam muitas
dúvidas: a nave espacial voltou para buscar novos passageiros. O destino? A Lua.
| 20 |
PA N O R A M A C R Y P T OCAPÍTULO 4
PAÍSES MAIS AVANÇADOS EM CRYPTO
Há muita especulação sobre qual é o país que tem o maior número de detentores de
criptomoedas. Não há consenso sobre isso. Alguns dizem que a maioria das moedas
“em circulação”ou mineradas estão em posse de grandes exchanges, fundos ou em-
presas de mineração. Conhecidos como baleias, esses agentes usariam sua posição
para influenciar o mercado a seu favor. No entanto, diante da descentralização do
bitcoin, é difícil que isso seja 100% verdade.
Mas ainda assim, há também muitos usuários que colocam seus países no mapa das
criptomoedas. Um estudo feito pela empresa de pesquisas e estatísticas Statista mostra
que há um grande número de usuários de criptomoedas pelo mundo. Vejamos alguns
destaques apresentados pelo estudo.
ESTADOS UNIDOS
| 21 |
PA N O R A M A C R Y P T O
Os Estados Unidos detém a maior parte de todos os esforços de desenvolvimento
das criptomoedas, com um grande número de negócios, atividades, plataformas de
negociação, etc. No entanto, os norte-americanos ainda não estão tão envolvidos com
esses ativos levando em conta o tamanho da sua população.
ROMÊNIA
Romênia é conhecida por abrigar um grande número de empresas internacionais e
nacionais deTI, bem como um grande número de programadores e desenvolvedores.
Devido a esse grande número de empresas internacionais de tecnologia, é comum
o uso das criptomoedas para envio de pagamentos ao exterior, já que os custos de
transação são baixo. Por isso, o país é um dos países com o maior número de usuários
de bitcoin e altcoins.
| 22 |
PA N O R A M A C R Y P T O
REPÚBLICA TCHECA
A comunidade de criptomoedas na República Tcheca está em plena expansão. Uma
firma de energia e utilities passou a aceitar criptomoedas para pagamentos das con-
tas de seus consumidores. E a empresa ainda tem planos de expandir para a área de
telecomunicações. O país também está em vias de se tornar um dos maiores hubs
de criptomoedas do mundo. No entanto, não há números precisos sobre sua adoção
entre seus consumidores.
| 23 |
PA N O R A M A C R Y P T O
CHINA
As principais exchanges do país têm um dos maiores volumes de bitcoin sendo nego-
ciados diariamente. Além disso, há relatos de que cidadãos chineses se aproximaram
de usinas de produção de energia para lucrar com eletricidade barata e usá-la para
minerar bitcoins. No entanto, a restritiva regulação do país tende a afastar usuários
desses ativos. O ministro da Indústria eTecnologia da Informação da China, Zhou Ping,
pediu a aceleração da padronização da tecnologia blockchain no país.
| 24 |
PA N O R A M A C R Y P T O
ESPANHA
A Espanha abriga um grande número de caixas eletrônicos bancários regulares que
suportam a troca de bitcoins por moeda fiduciária. Além disso, uma grande cadeia de
hotéis no país testa um projeto piloto para aceitar bitcoins como forma de pagamento.
Uma das 17 comunidades autônomas do país assinou um contrato com uma firma
blockchain para usar a tecnologia na administração pública.
| 25 |
PA N O R A M A C R Y P T O
POLÔNIA
A indústria de criptomoedas da Polônia é, em grande parte, um território inexplorado
por enquanto. Contudo, estima-se que 11% dos consumidores do país detenham al-
guma fração de criptomoedas em carteira e mais pessoas passam a se interessar por
esse mercado.
| 26 |
PA N O R A M A C R Y P T O
TURQUIA
O ambiente regulatório confuso turco favoreceu a adoção do bitcoin e altcoins. Em-
bora ainda não disponham de procedimentos específicos para esses ativos, a situação
parece promissora, de acordo com o instituto de pesquisa. Estima-se que um em cada
cinco turcos denham bitcoin ou outras moedas digitais.
| 27 |
PA N O R A M A C R Y P T O
JAPÃO
O Japão é conhecido por ser um dos países mais pró-crypto no mundo. Afinal, le-
galmente é um dos poucos países que reconhece as criptomoedas como um meio
legítimo de pagamento. Por causa disso, há um grande número de bitcoins sendo
transacionados dentro e fora do país, com muitos japoneses optando por mantê-los
em carteira aguardando o potencial de valorização das criptomoedas.
| 28 |
PA N O R A M A C R Y P T O
SUÍÇA
A Suíça sempre foi conhecida principalmente por seus bancos e instituições financeiras
de ponta. Mas o país também é um dos mais abertos às criptomoedas e à blockchain.
É na Suíça que está o Crypto Valley, em Zug, região que abriga um sem número de
empresas crypto e de blockchain. Além disso, os bancos começaram a abrir suas portas
para as criptomoedas, um movimento que encorajou muitos cidadãos a comprarem
esses ativos.
| 29 |
PA N O R A M A C R Y P T O
COREIA DO SUL
A Coréia do Sul é outro país da Ásia que está impactando a cena do bitcoin. Com a
China um pouco mais fechada às criptomoedas, muitos têm escolhido a vizinha Coreia
do Sul para abrigarem suas operações comerciais. Com abertura para tecnologia, o
país abriga diversas exchanges e empresas crypto que atendem a uma população com
um interesse crescente em bitcoins e altcoins.
| 30 |
PA N O R A M A C R Y P T OCAPÍTULO 5
AS CRIPTOMOEDAS E O CAPITAL INSTITUCIONAL
A institucionalização é apontada praticamente de forma unânime no mercado crypto
como o próximo passo a ser dado no mundo dos criptoativos. E isso será alcançado
com a adesão em massa por bancos, fintechs, exchanges e outras entidades financeiras
ao mercado de crypto.
Diversos novos negócios têm surgido com a aplicação da tecnologia ligada às crip-
tomoedas. Dentre eles, estão as plataformas de security tokens, as stablecoins e os
produtos criados por empresas tradicionais. Além disso, novos players – como insti-
tuições já estabelecidas em seus mercados core – estão adentrando nesse território.
Por isso mesmo, os criptoativos são cada vez mais impossíveis de serem ignorados.
Além disso, o bitcoin está se tornando uma classe de ativos investíveis, como ouro não
alocado. Com isso, tem o potencial de se tornar um repositório de valor nativamente
digital relevante. Além de ser uma alternativa às classes de ativos tradicionais.
A Ethereum, por sua vez, permitiu que as ofertas iniciais de moedas (ICO) fossem um
meio alternativo de levantar capital. Apesar de alguns ICOs terem se mostrado como
atividades fraudulentas e com falta de governança, representam uma inovação im-
portante.
Os baixos custos de transação também fazem das criptomoedas um excelente veículo
de investimento do capital institucional. Por exemplo, a litecoin foi usada para trans-
ferir o equivalente a US$ 99 milhões por menos de US$ 1 de taxas de transação em
minutos. Essa transação poderia ter sido iniciada por qualquer pessoa localizada em
qualquer parte do mundo sem a necessidade de quaisquer intermediários ou terceiros.
| 31 |
PA N O R A M A C R Y P T O
Favorece também a entrada do capital institucional a tokenização de ativos do mundo
real. Tudo é tokenizável. Ela pode reduzir o atrito e os custos gerais associados com
a emissão, transferência e gerenciamento de ativos tradicionais, como valores mo-
biliários, commodities e ativos imobiliários. Além disso, criptoativos que são versões
simbólicas dos ativos tradicionais
também poderiam se encaixar em
marcos regulatórios estabelecidos, o
que pode mitigar alguma incerteza
regulatória. Adicionalmente, podem
aumentar a liquidez, codificar regras
e regulamentos, e aumentar trans-
parência em todo o ciclo de vida do
ativo.
A volatilidade, no entanto, afasta o capital institucional das criptomoedas. Mas existe
uma percepção que há muitos ativos imaturos nesse mercado e, quando amadurece-
rem,tendemasermenosvoláteis.Noentanto,comojácitamosanteriormente,grandes
esforços têm sido feitos no mundo crypto para resolver esse problema.
Além disso, diversas iniciativas em curso nos Estados Unidos apontam para a inevita-
bilidade do investimento institucional nas criptomoedas. Uma delas é a aguardada
liberação do ETF do bitcoin, com diversas solicitações tendo sido recusadas pela SEC.
Outra é a plataforma Bakkt, uma plataforma da NYSE para trading. Já a Nasdaq prepara
uma plataforma para negociação de futuros de bitcoins.
OS BAIXOS CUSTOS DE
TRANSAÇÃO TAMBÉM FAZEM
DAS CRIPTOMOEDAS UM
EXCELENTE VEÍCULO DE
INVESTIMENTO DO CAPITAL
| 32 |
PA N O R A M A C R Y P T O
Apenas os dez maiores Endowment Funds de Universidades nos Estados Unidos ge-
rem em torno de 200 bilhões de dólares em patrimônio, o equivalente a todo o valor
de mercado de todos os ativos digitais em circulação. O maior deles, o fundo gerido
pela Universidade de Harvard, tem patrimônio total de aproximadamente 40 bilhões
de dólares. Para se ter uma ideia, apenas os patrimônios dos fundos de Harvard, Yale
e Stanford são suficientes para quase igualar todo o Market Cap – valor de mercado –
do bitcoin, de aproximadamente 100 bilhões de dólares. O impacto que apenas uma
fração dos patrimônios desses fundos poderia causar no mercado é sem precedentes.
Entretanto, não é só o tamanho desses fundos que chama a atenção do mercado, mas
também seu apetite para investimentos de risco.
Os Endowment Funds são parceiros de longa data como Limited Partners em diversos
fundos de investimento em Venture Capital nos EUA. Um caso emblemático é o in-
vestimento do Endowment de Stanford no fundo Accel IX, da gestora Accel Partners.
Nos anos posteriores ao estouro da bolha das pontocom, que ocorreu no ano 2000, os
fundosVC tiveram grandes dificuldades para levantar capital dado os baixos retornos
dos fundos cujo vintage year – termo que referencia o ano em que este foi iniciado – se
deu imediatamente antes do crash. O Endowment de Stanford vinha investindo nos
fundos da Accel e, naquele momento, amargando retornos ruins após a desvalorização
das empresas de Internet.
A CHEGADA DO CAPITAL
INSTITUCIONAL E COMO
WALL STREET ESTÁ SE
PREPARANDO PARA ELA
Por Cadu Russo, head of Trading
Desk Transfero Swiss AG
| 33 |
PA N O R A M A C R Y P T O
Mesmo assim, mantendo-se fiel a sua filosofia de investimentos e à crença de que as
empresas baseadas na Internet trariam grandes benefícios futuros, o fundo de doações
de Standford se tornou um dos maiores investidores no fundo Accel Partners IX (2004),
enquanto outros investidores institucionais, como fundos de pensão, recusaram o in-
vestimento. Basta dizer que, um ano depois, o Accel IX comprou 10% do Facebook por
12,7 milhões de dólares. Hoje a companhia esta avaliada em 500 bilhões de dólares e
o resto é história. Mesmo considerando a diluição em rodadas posteriores podemos
dizer que o potencial retorno não foi inferior a 1.000 vezes.
O tamanho dos Endowments e a proximidade de seus gestores com todo o ambiente
de inovação proporcionado por essas instituições os fazem um dos investidores insti-
tucionais mais importantes quando se fala em novas tecnologias.
Não custa lembrar que boa parte das empresas que fizeram sucesso nos EUA nos últi-
mos 30 anos foram constituídas por alunos e ex-alunos dessas instituições. Mas o que
ainda impede estes fundos de investirem ainda mais nesta classe de ativos?
Algo que restringiu até o presente momento uma entrada mais acelerada deste capi-
tal é a carência de certas estruturas, jurídicas e em termos de processos e tecnologia,
capazes de trazer segurança para estes investimentos. Apesar da descentralização
proporcionada pela tecnologia Blockchain ser o seu principal fator de disrupção, a
sensibilidade em relação à segurança das chaves privadas que dão acesso aos ativos
é, ainda, um fator de risco importante. A boa notícia é que grandes players do merca-
do financeiro nos EUA têm se mobilizado para construir a base para esse movimento
de institucionalização. Nesse sentido, a entrada de Wall Street na cena não só cria as
bases para a entrada do capital institucional, bem como destrava para esta classe de
ativos os investimentos vindos da maior economia do mundo (EUA), que concentra
mais de um terço da riqueza mundial.
| 34 |
PA N O R A M A C R Y P T O
Ambas as empresas devem tocar em um ponto fundamental e que deve revolucionar
a maneira como empresas e indivíduos lidam com ativos digitais até agora. Se até o
presente momento, a maioria das transações ocorre, ou de maneira peer-to-peer ou
em exchanges com questionável nível de compliance e processos pouco transparen-
tes, com a chegada dos grandes players, mais transações ocorrerão em ambientes
altamente controlados, seguros e regulados, o que atrairá o capital institucional. Como
consequência desse aumento de sofisticação, o Mercado de Futuros e Derivativos se
desenvolverá. Instrumentos com-
plexos como Contratos a termo,
Futuros, Opções e Swaps, além
dos aguardados ETFs devem ga-
nhar espaço com a chegada das
duas empresas.
Diante desses movimentos, a rea-
lidade de entrada do capital ins-
titucional está mais próxima do
que imaginávamos, com reflexos
de curto e médio prazo no preço do bitcoin e outros criptoativos. Por ser um ativo
escasso, a entrada de mais recursos financeiros tem o efeito quase imediato de apre-
ciação nos preços. Além do ambiente favorável, o mercado dá sinais de que a barreira
de 6 mil dólares dificilmente será rompida e o fundo já foi alcançado. Nesse sentido,
podemos estar diante de uma das maiores oportunidades de compra desde meados
do ano passado. Quem viver, verá.
DIANTE DESSES MOVIMENTOS,
A REALIDADE DE ENTRADA
DO CAPITAL INSTITUCIONAL
ESTÁ MAIS PRÓXIMA DO
QUE IMAGINÁVAMOS, COM
REFLEXOS DE CURTO E MÉDIO
PRAZO NO PREÇO DO BITCOIN
E OUTROS CRIPTOATIVOS
| 35 |
PA N O R A M A C R Y P T OCAPÍTULO 6
AS POSSIBILIDADES DA BLOCKCHAIN
A ideia de criar uma moeda digital totalmente independente de instituições financeiras
não é recente. O famoso economista Milton Friedman já defendia a criação de uma
moeda virtual autônoma uma década antes da criação do bitcoin. No entanto, havia
um grande desafio a ser superado. Era necessário criar uma estrutura que fosse capaz
de controlar todas as transações de modo que não permitisse que um indivíduo ou
grupo pudesse manipular as transações realizadas.
Foram inúmeras tentativas antes que o misterioso Satoshi Nakamoto apresentasse ao
mundo a solução que possibilitaria o início das criptomoedas. Até mesmo o pesqui-
sador renomado David Chauman não havia conseguido criar uma versão totalmente
autônoma quando criou o seu DigiCash. Portanto, esse protocolo de confiança para
o registro de informações, que até então estava restrito apenas a discussões acadê-
micas, foi implementado pela primeira vez como solução para garantir segurança e
autonomia ao bitcoin, esta é a tecnologia blockchain.
A TECNOLOGIA POR TRÁS DA
INOVAÇÃO
A blockchain consiste na aplicação de diversas técnicas para criar um livro contábil
virtual onde todas as transações realizadas no bitcoin são registradas de forma segura,
sendo impossível alterar esses dados. Por isso, ela é classificada como uma forma de
DLT, Distributed Ledger Technology. Dentre as suas particularidades está o protocolo
Proof of Work, que ainda é considerado o mais seguro, embora também seja o que
mais demanda energia computacional.
| 36 |
PA N O R A M A C R Y P T O
No entanto, diversos estudiosos da tecnologia começaram a desenvolver melhorias
para a tecnologia, surgindo outros protocolos de validação das transações, como o
Proof of Stack. Também foi desenvolvida uma tecnologia que possibilita a execução
de algoritmos internamente na blockchain, chamados Smart Contracts. O termo foi
cunhado pelo cientista da computação
Nick Szabo, um dos nomes mais cogitados
como sendo a verdadeira identidade do
Satoshi Nakamoto.
As pesquisas para tentar otimizar a per-
formance das DLT têm ganhado cada vez
mais espaço e novas propostas vêm sendo
apresentadas constantemente. Em parce-
ria com diversas Universidades em todo o
mundo, a Cardano Foundation, mantene-
doradacriptomoedacardano,desenvolveu
o protocolo Ouroboros, uma DLT que aposta na precisão matemática para conseguir
superar as limitações existentes na blockchain. Esse protocolo ainda está em fase inicial
de implementação, mas já há planos para a execução chamada Hydra que permitiria
realizar entre cinco e dez mil transações por segundo.
A APLICAÇÃO NO MUNDO DOS
NEGÓCIOS
Com o caso de sucesso da blockchain ao garantir a integridade dos registros de tran-
sações do bitcoin e das primeiras criptomoedas, diversos outros sistemas passaram a
adotar a tecnologia para garantir integridade de seus dados. Iniciando no setor finan-
ceiro e depois sendo adotada também em sistemas de logística, registro de patentes
e sistemas de diversos setores, a tecnologia blockchain ganhou fama mundial e status
de grande promessa no mundo da tecnologia.
A BLOCKCHAIN
CONSISTE NA APLICAÇÃO
DE DIVERSAS TÉCNICAS
PARA CRIAR UM LIVRO
CONTÁBIL VIRTUAL ONDE
TODAS AS TRANSAÇÕES
REALIZADAS NO BITCOIN
SÃO REGISTRADAS DE
FORMA SEGURA
| 37 |
PA N O R A M A C R Y P T O
A expectativa do mercado financeiro com relação a blockchain era tão grande que
empresas relacionadas à tecnologia tinham suas ações valorizadas instantaneamen-
te. Contudo, alguns casos ocorreram demonstrando que a expectativa do mercado
havia saído do controle. Um dos casos foi o da empresa Long Island Iced Tea, uma
fabricante de bebidas que mudou o seu nome para Long Blockchain Corp e teve suas
ações alavancadas imediatamente, sem possuir nenhuma relação com a tecnologia
blockchain, exceto pelo nome. Contudo, não foram apenas empresas pequenas que se
aproveitaram da reputação da blockchain. A Amazon lançou recentemente o Amazon
ManagedBlockchain,umserviçocentralizadoquepermiteadministrarumablockchain
na nuvem. Segundo a análise dos profissionais de tecnologia, o serviço vai contra
todos os princípios da blockchain e parece ter sido desenvolvido apenas pelo market
em torno do produto.
Por outro lado, outras empresas
têm utilizado a tecnologia de forma
revolucionária. Na Espanha a plata-
forma EnergyWeb Foundation está
sendo utilizada para rastrear a ener-
gia renovável, desde sua produção
até o seu consumo final. No Brasil,
alguns cartórios já começam a utilizar a tecnologia para simplificar processos e dimi-
nuir os custos das operações. Um dos pioneiros foi o Cartório Azevêdo Bastos em João
Pessoa. Contudo, a aplicação mais expressiva da blockchain na sociedade brasileira se
deu durante as eleições, com a plataforma Voto Legal. Essa plataforma tornava trans-
parente e facilmente auditável os gastos dos políticos em suas campanhas eleitorais.
O FUTURO DA BLOCKCHAIN
Um dos maiores méritos da tecnologia blockchain foi ter impulsionado o conceito de
descentralização, principalmente no mercado financeiro global. Com a crise dos sub-
NO BRASIL, ALGUNS
CARTÓRIOS JÁ COMEÇAM A
UTILIZAR A TECNOLOGIA PARA
SIMPLIFICAR PROCESSOS E
DIMINUIR OS CUSTOS DAS
OPERAÇÕES
| 38 |
PA N O R A M A C R Y P T O
primes em 2008, às maiores instituições financeiras do mundo perderam muito de sua
credibilidade. Por isso, a criação do bitcoin e a demonstração do poder da blockchain
ocorreram em perfect timing. Diversos cidadãos desacreditados no sistema financeiro
tradicionaltêmadotadosoluçõesdescentralizadascomoformadefugadasinstituições
as quais passaram a não mais confiar.
No entanto, esse movimento foi além dos cidadãos e as instituições também têm bus-
cado formas descentralizadas de se relacionar umas com as outras. Além de garantir
a integridade dos dados, os sistemas baseados em DLT tem demonstrado serem efi-
cientes em diminuir custos e o tempo necessário para a execução de alguns processos.
Esse movimento tem se tornado expressivo principalmente nas transações financeiras
internacionais em que sistemas como o SWIFT têm sido substituídos por criptomoedas
ou por outros sistemas que utilizam DLT. A utilização de tecnologias descentralizadas
para transações internacionais ganhou tamanha força que o JP Morgan, um banco
cujo CEO critica abertamente as criptomoedas e a tecnologia blockchain, anunciou o
desenvolvimento da JPM Coin. Um sistema que utiliza a tecnologia blockchain para
transferência internacional entre o banco e outras instituições clientes.
Os ganhos em utilizar a tecnologia blockchain têm sido bastante notáveis também
em processos de logística onde diversas empresas estão envolvidas e o acesso a in-
formação precisa ser simples e transparente. A aplicação mais comum é para registro
do processo de produção e entrega de uma cadeia de fornecimento, como no caso
de sistemas implementados por empresas como a Natura e o Carrefour. No entanto, o
setor aéreo também tem enxergado valor na utilização da tecnologia e vem buscando
aplicá-la em seus processos logísticos.
Dessa forma, é possível perceber que a tecnologia blockchain vem desempenhando
um papel central na descentralização de processos e instituições. Esse movimento
vem ganhando cada vez mais força e possivelmente trará importantes mudanças em
diversos setores. Permitindo que aplicações antes impensáveis possam se concretizar,
tal como fez com o bitcoin.
| 39 |
CONCLUSÃO
Diante de todas essas informações, só podemos concluir que o
bitcoin, as criptomoedas e as tecnologias por trás delas têm o
potencialdemudarparasempreaformacomoaspessoasserela-
cionam com o dinheiro. Essa nova classe de ativos é uma realida-
de e está muito perto de ser adotada por um grande número de
pessoas. Quem chegar primeiro, leva vantagem sobre os demais.
Informe-se cada dia mais sobre essa nova realidade. Esperamos
ter te ajudado a entrar nesse maravilhoso mundo novo.
____________________________________________________
Produção Editorial: Transfero Swiss AG/PanoramaCrypto
Realização: Barões Digital Publishing
Coordenação: Roberto Francellino
Colaboração: Rafael Calixto
Revisão: Mariana Silveira
Projeto Gráfico e Diagramação: Rodrigo Traverso
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  • 1.
  • 2. SUMÁRIO Apresentação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 Sobre. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 Prólogo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 #1 - AS CRIPTOMOEDAS NO BRASIL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7 #2 - REGULAÇÃO NO MUNDO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 ARTIGO: Israel e o ambiente para uma emissão de uma criptomoeda soberana. . . . . . . . . . . . 12 #3 - CRYPTO COMO MEIO DE PAGAMENTO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 ARTIGO: Bitcoin e ativos digitais: a nave espacial que sempre volta para buscar passageiros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 #4 - PAÍSES MAIS AVANÇADOS EM CRYPTO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20 #5 - AS CRIPTOMOEDAS E O CAPITAL INSTITUCIONAL. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 ARTIGO: A chegada do capital institucional e como Wall Street está se preparando. . . . . . . . . 32 #6 - AS POSSIBILIDADES DA BLOCKCHAIN. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Conclusão. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
  • 3. Crypto para Adultos: O Guia foi produzido especialmente para ser uma referência do atual estágio das cripto- moedas e ativos digitais no Brasil e no mundo. Pode ser lido tanto por quem já tem algum conhecimento da área, quanto por quem está dando os primeiros passos no assunto. Nós daTransfero Swiss AG acreditamos que as criptomoedas são uma realidade já presente e fazem parte de um futuro inevitável. Cremos também que são uma ferramenta de independência do indivíduo, que pela primeira vez na história pode ter ativos digitais escassos com características comparáveis ao ouro e metais preciosos e, com isso, se proteger de ciclos econômicos, crises sistêmicas e até mesmo de governos autoritários. Somos uma das empresas mais consolidadas nesse mercado, tendo lançado o primeiro gateway de criptomoe- das do Brasil em 2015 sob a marca Bit.One. Com o DNA da inovação, nossa empresa foi pioneira na emissão de cartões pré-pagos carregáveis em bitcoin em 2016 e hoje oferece ao público uma estrutura internacional de negociação de criptomoedas. Com nossa expansão para a Suíça e Liechtenstein em 2017, nossa área de Gestão de Criptoativos hoje se destaca pelos produtos de carteiras administradas, buscando obter rentabilidade por meio de diferentes estratégias de investimento para nossos clientes. O objetivo deste e-book é oferecer uma versão ampliada do conhecimento adquirido pela Transfero nessa trajetória pelo mercado de criptomoedas. Ato contínuo, esperamos que esta seja a porta de entrada para um mundo fascinante que já fez indivíduos, empresas e instituições financeiras do mundo todo reconhecerem essa nova classe de ativos. Apresentamos o assunto sem tecnicismos ou posicionamentos ideológicos exagerados. Ou seja, queremos dialogar com o mercado de forma sofisticada, comunicando conceitos complexos sem que nosso leitor precise dominar previamente conceitos profundos de programação, economia ou finanças. Desejo uma proveitosa leitura. Atenciosamente, Thiago César CEO da Transfero Swiss AG APRESENTAÇÃO
  • 4. Transfero Swiss AG ATransfero Swiss AG é uma firma de investimen- tos crypto fundada por brasileiros e com sede em Zug, na Suíça. Oferece ao mercado uma gama de estratégias de administração de carteiras crypto, buscando fornecer aos investidores uma forma mais sofisticada de investir nessa nova classe de ativos. No Brasil, é dona da marca Bit.one, maior plataforma de OTC do país. PanoramaCrypto O PanoramaCrypto é um projeto de publishing da Transfero Swiss AG focado em gerar, curar e distribuir conteúdo factual e analítico sobre o universo crypto, com uma abordagem adulta e voltada para quem quer investir com seriedade nessa nova classe de ativos. Com publicações diárias em português e inglês, o hub busca levar ao leitor as informações mais relevantes desse mercado, com foco em regulação, inovação e nas novidades relativas às moedas digitais em si. Co- nheça agora em panoramacrypto.com.br. SOBRE
  • 5. | 5 | PRÓLOGO Um white paper lançado pelo pseudônimo Satoshi Nakamoto em 2008, na esteira de uma crise mundial econômica cujos efeitos são sentidos até hoje, lançou as bases do bitcoin. O documento descrevia o funcionamento de uma moeda digital totalmente livre e descentralizada. Ou seja, independente de uma autoridade monetária central. Em janeiro do ano seguinte, seria lançada a primeira versão dela, o bitcoin. Tal como dinheiro, o bitcoin é uma representação de valor. Por exemplo, se alguém faz um trabalho para outra pessoa, ela recebe em troca dinheiro, que representa o valor daquele trabalho feito. Esse dinheiro pode ser usado para ser trocado por um outro bem ou serviço. E assim sucessivamente. Ao longo da história, diversos materiais diferentes serviram como representação de valor, destacando-se o ouro. Ou seja, havia uma confiança de que esses materiais ti- nham valor para quem os detivessem. De 150 anos para cá, isso mudou. Desde então, primeiramente os bancos comerciais e, depois, os bancos centrais passaram a emitir um certificado de valor, que é o que conhecemos por dinheiro. E há uma confiança de que esse papel de fato representa um valor. O bitcoin veio para inverter completamente essa lógica. Ao invés de ter sua confiança baseada nos bancos centrais ou comerciais, a criptomoeda tem sua confiança baseada em um consenso entre diversos computadores em uma rede, que mantém um regis- tro público e imutável da quantidade de moedas emitidas, das transações e de seus detentores. Isso nada mais é do que a blockchain, a tecnologia que está por trás das criptomoedas. Falaremos disso mais à frente. Desde então, muita água passou por debaixo da ponte. A partir de forks (bifurcações) do bitcoin, muitas outras criptomoedas surgiram. A primeira delas foi a namecoin (NMC), em circulação até hoje. A mais famosa das criptomoedas originada do fork
  • 6. | 6 | do bitcoin, contudo, foi a litecoin, que ainda permanece como uma das maiores e ela mesma tendo diversas bifurcações. A partir daí, outras foram surgindo, seja por meio de forks do bitcoin, como a dash, seja como criação original, entre elas o ether (moeda da Ethereum), monero, entre outras. O fato é que hoje as criptomoedas são uma realidade inexorável. E elas estão no momento imediatamente anterior a uma explosão consistente. Seja pela entrada do capital institucional, seja pela adesão de instituições financeiras centenárias. Não é preciso lembrar que há 30-40 anos, eram raros os estabelecimentos que aceitavam cartão de crédito. E passávamos eles lá naquele carbono sem pensar na revolução que viriam a ser. Só que hoje as mudanças ocorrem muito mais rápido. E não é difícil pensar que as criptomoedas estão exatamente naquele momento do cartão de crédito no papel carbono, mas vão ser adotadas com muito mais rapidez. Existem sim alguns gargalos a serem vencidos, mas elas caminham a passos largos para se consolidarem como meios de pagamento e ativos de investimento, como o ouro. E vencerão aquelas que resolverem da melhor forma o problema das pessoas - um meio de pagamento rápido e seguro, com baixíssimos custos de transação e sem a necessidade de intermediários. É o poder nas mãos dos cidadãos. Nos próximos capítulos, veremos em que estágio de adoção elas estão no Brasil e no mundo, algumas regulações ao redor do globo, inclusive a brasileira, e como a entrada do capital institucional - fundos de pensão, endowment funds e outros - pode ser um gatilho para destravar de vez essa nova classe de ativos que vai fazer parte da vida das pessoas mais cedo ou mais tarde. Um capítulo especial trará as possibilidades que a blockchain abre para pessoas e empresas e o quanto ela já está presente em nossas vidas. Embarque nessa jornada conosco.
  • 7. | 7 | PA N O R A M A C R Y P T O A regulação das criptomoedas no Brasil ainda está engatinhando, é verdade. Há muito desconhecimento sobre o assunto, posições ainda resistentes aos criptoativos e muita preocupação com lavagem de dinheiro e financiamento de atividades ilegais. Mas alguns passos positivos já foram dados. A Comissão deValores Mobiliários (CVM) emitiu dia 19 de setembro de 2018 um novo ofício circular relativo às criptomoedas no Brasil. Nesse documento, a autarquia confirmava a possibilidade do investimento indireto em criptoativos pelos fundos regulados pela instrução 555. Dessa forma, o posicionamento da CVM foi um sinal importante para o mercado de fundos no Brasil. Isso porque o órgão regulador do mercado de capitais brasileiros reconheceu as criptomoedas como uma possibilidade legítima de investimento. Além disso, o ofício reforça a legalidade do investimento em criptoativos. Por- tanto, mostra que o regulador não tem uma postura contrária a esse tipo de operação. “Isso mostra que a CVM não tem uma postura contrária ao mercado de cripto, desde que ele siga os parâ- metros e regras do mercado de investimentos”, afirma o CEO da Transfero Swiss AG gestora de investimentos em criptoativos, Thiago Cesar. Vale lembrar que os fundos permanecem impedidos de investir em ativos não listados. Contudo, podem investir em fundos no exterior que têm criptoativos em carteira. CAPÍTULO 1 AS CRIPTOMOEDAS NO BRASIL ISSO MOSTRA QUE A CVM NÃO TEM UMA POSTURA CONTRÁRIA AO MERCADO DE CRIPTO, DESDE QUE ELE SIGA OS PARÂMETROS E REGRAS DO MERCADO DE INVESTIMENTOS
  • 8. | 8 | PA N O R A M A C R Y P T O No entanto, essa não foi a primeira vez que a xerife do mercado de capitais brasileiro se posiciona sobre as criptomoedas. O ofício circular de setembro se soma a outros quatro tratando do assunto. Portanto, a CVM vem acompanhando o assunto e não tem se omitido quando provocada a se posicionar. O Congresso Nacional também está atento aos criptoativos. Tramita na Câmara dos Deputados o projeto de lei 2060/2019, de autoria do deputado Áureo Ribeiro, do Solidariedade (SD-RJ). O projeto visa regular o bitcoin e outras criptomoedas no país e, diferentemente de uma proposta anterior, aborda somente o regime jurídico dos criptoativos. Em outras palavras, o projeto de lei busca endereçar questões relativas à regulação prudencial, lavagem de dinheiro e defesa do consumidor. A justificativa ao projeto de lei mostra uma visão favorável aos criptoativos. Sobretu- do ao pontuar que“segura, a tecnologia, quando fomentada em ambiente regulado, constitui elemento instrumental à redução de fraudes nas relações comerciais, dada a imutabilidade de sua cadeia de blocos de dados. Serve, ademais, por seu caráter público, ao combate à lavagem de dinheiro e à corrupção, utilidade que se mostra premente no atual contexto brasileiro” O projeto de lei classifica os criptoativos quanto ao gênero, do qual são espécies: os criptoativos ou tokens de pagamento (payment tokens), os tokens de utilidade (utility tokens) e os tokens de acesso (access tokens). A proposta define as criptomoedas como valor mobiliário. Portanto, se aprovada, dará poderes à CVM para fiscalizar a transação ou oferta de tokens ou de criptomoedas. Além disso, a autarquia poderia dispensar o registro de atividades, mas analisar os riscos de benefícios de cada autorização. A iniciativa do projeto de lei é importante para o desenvolvimento sadio do setor, além de trazer segurança jurídica nas relações comerciais uma vez aprovado em termos satisfatórios para o mercado.
  • 9. | 9 | PA N O R A M A C R Y P T OCAPÍTULO 2 REGULAÇÃO NO MUNDO As criptomoedas vêm ganhando mais espaço a cada dia. No entanto, ainda muito restritas a uma minoria da população mundial, elas vêm despertando a atenção dos governos nacionais. Alguns países já regulamentaram as criptomoedas e outros estão em vias de fazê-lo. Vejamos alguns deles: AMÉRICA DO NORTE Nos Estados Unidos, país onde as criptomoedas estão cada vez mais próximas do mercado financeiro tradicional, elas são tratadas como commodities. Com isto, é pos- sível taxá-las e permitir que os estados da federação criem diferenciações legais de maneiraautônoma.Ascriptomoe- das nos EUA estão sob diferentes aparatos legais estaduais. Alguns estados, como a Pensilvânia são mais abertas aos ativos e outros, como NovaYork, são muito restri- tivos e estão licenciando todas as empresas que querem trabalhar nesse mercado. Já o vizinho de cima, Canadá, in- clui as criptomoedas no PPSA (Personal Property Security Act). Isto impõe políticas de combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo. A província de Quebec tem uma das legislações mais restritivas do país. ALGUNS ESTADOS, COMO A PENSILVÂNIA SÃO MAIS ABERTAS AOS ATIVOS E OUTROS, COMO NOVA YORK, SÃO MUITO RESTRITIVOS E ESTÃO LICENCIANDO TODAS AS EMPRESAS QUE QUEREM TRABALHAR NESSE MERCADO
  • 10. | 10 | PA N O R A M A C R Y P T O EUROPA As criptomoedas não são atualmente reguladas em nível regional na União Europeia. Em certos estados membros, as exchanges têm de se registrar com seus respectivos reguladores, como a Autoridade de Supervisão Financeira da Alemanha (BaFin), a Au- torité des Marchés Financiers (AMF) da França, ou o Ministério das Finanças da Itália. As autorizações e licenças concedidas por esses reguladores podem, então, permitir- -lhes operar sob um único regime em todo o bloco. Em abril de 2018, a UE concordou com o texto da Quinta Diretriz sobre o Lavagem de Dinheiro (5MLD), que trará trocas de criptomoedas por moedas fiduciárias para baixo do guarda-chuva da legislação anti-lavagem de dinheiro da UE. ÁSIA Na Ásia, o Japão foi o pioneiro ao legalizar moedas digitais, reconhecendo como uma forma legal de pagamento. Além disso, no final de 2018, o governo japonês deu au- tonomia para que a JVCEA, Japan Virtual Currency Exchange Association, regulasse o mercado interno de criptomoedas. Um pouco mais cautelosa, a Coréia do Sul legalizou o trader desde que siga as diretivas de KYC (KnowYour Customer), o que implica na ilegalidade para transações anônimas. Exchangesegovernotêmseaproximadoparadefinirpossíveisregrasparaosegmento. A Tailândia, que havia banido as criptomoedas em 2016, realizou a sua legalização e regulamentação em 2018. O país ainda limita a utilização a sete criptomoedas (Bitcoin, Ethereum, Bitcoin Cash, Ethereum Classic, Litecoin, Ripple e Stellar). A Malásia também está trabalhando no framework regulatório crypto.
  • 11. | 11 | PA N O R A M A C R Y P T O OCEANIA A Austrália tem criptoativos regulamentados e legalizados. Em 11 de abril de 2018, o governo australiano, através do Centro Australiano de Relatórios e Análises de Tran- sações (AUSTRAC), anunciou novas regras sobre as exchanges de criptomoedas. A principal delas é que as corretoras devem se registrar na AUSTRAC, bem como cumprir obrigações de conformidade e anti-lavagem de dinheiro, para operar no país.
  • 12. | 12 | PA N O R A M A C R Y P T O ISRAEL E O AMBIENTE PARA A EMISSÃO DE UMA CRIPTOMOEDA SOBERANA Por Julian Lanzadera, head of Legal & Corporate da Transfero Swiss AG Em novembro de 2018, um grupo de estudo interdepartamental do banco central de Israel (Bank of Israel) publicou um relatório que examinou a conveniência e oportuni- dade de emissão, pela instituição, de uma moeda virtual soberana utilizando a tecno- logia blockchain para armazenamento, processamento e liquidação das transações. O estudo faz parte de um movimento global das nações em busca da modernização de seus meios de pagamento, haja vista o declínio da utilização de moeda em espécie em diversos países, como a Suécia, por exemplo, e o amadurecimento da tecnologia blockchain no que se refere ao registro e movimentação financeira dos respectivos sistemas de pagamento. O relatório observa que, no que pese os diversos ganhos de eficiência, controle e segurança que se poderia obter na emissão de uma moeda 100% digital soberana, é necessário continuar ainda examinando o campo e acompanhar os desenvolvimentos em todo o mundo antes que haja bases adequadas para uma decisão de recomendar a emissão de moeda digital. A recomendação foi, portanto, no sentido de não emitir neste momento, uma moeda digital soberana pelo banco central de Israel.
  • 13. | 13 | PA N O R A M A C R Y P T OCAPÍTULO 3 CRYPTO COMO MEIO DE PAGAMENTO A grande esperança de uma maior adoção das criptomoedas é a sua popularização como meio de pagamento. No entanto, falta resolver uma série de desafios técnicos e de mercado para que isso se torne realidade. Algumas das plataformas existentes no mercado, contudo, já se propõem a resolver esse problema. Por outro lado, em muitos países da Europa é cada vez mais raro andar com dinheiro vivo,oque favoreceoambienteparaadoçãodascriptomoedas.Sobretudocomoama- durecimento da blockchain e sua aceitação como uma tecnologia eficiente e segura. No Brasil, uma primeira iniciativa para estimular a adoção de criptomoedas como meio de pagamento foi a criação do índice do bitcoin em reais. Dessa forma, comerciantes e clientes têm a sua mão uma ferramenta para converter imediatamente mercadorias de reais para bitcoins. Além disso, as exchanges brasileiras, por meio de suas associações representativas, preparam iniciativas para fazer disso uma realidade. AWarp Exchange, por exemplo, desen- volveu uma ferramenta que permite localizar pontos de venda de produtos e serviços que aceitam bitcoin. Além desse tipo de iniciativa, existem outras pelo mundo, mais voltadas à tecnologia. Por exemplo, um ponto de pagamento open source foi desenvolvido para aceitar transações utilizando a criptomoeda mo- nero chamado Kasisto. A aplicação desenvolvida pelo programador germânico Timo Uhlmann conseguiu processar pagamento em apenas 22 segundos durante os testes. EM MUITOS PAÍSES DA EUROPA É CADA VEZ MAIS RARO ANDAR COM DINHEIRO VIVO, O QUE FAVORECE O AMBIENTE PARA ADOÇÃO DAS CRIPTOMOEDAS
  • 14. | 14 | PA N O R A M A C R Y P T O Uma atualização realizada na dash promete melhorar a experiência do usuário e au- mentar a velocidade de processamento das transações. A atualização torna a utilização do InstaSend padrão na maior parte do sistema, possibilitando realizar transações de forma instantânea. Nas versões anteriores do dash, era necessário realizar a ativação da função manualmente, havendo a cobrança de taxas por sua utilização. Especializado em serviços financeiros mobile e online, o banco suíço Dukascopy anun- ciou no fim de 2018 a emissão de duas criptomoedas. Uma para especulação e outra lastreada em moeda fiduciária. Ambas as criptomoedas serão aceitas como meio de pagamentos. No entanto, a primeira irá focar em pagamentos de serviços bancários. Já a segunda visa pagamentos domésticos e a compra de bens e serviços ofertados pela internet por empresas que utilizam as soluções de pagamento do banco. Outra solução que veio do mercado foi a preCharge (PCPIe). A plataforma da empresa permite que tanto comerciantes quanto consumidores validem suas identidades e transações em tempo real. Além disso, a plataforma oferece uma wallet para bitcoins e altcoins. Seus usuários recebem ainda um cartão de débito pelo qual podem sacar dinheiro em caixas eletrônicos comuns e fazer compras. Se,porumlado,osdesafiostécnicosaospoucostêmsidosuperados,deoutro,questões mercadológicas ainda precisam ser resolvidas. O bitcoin, por exemplo, a criptomoeda mais popular, é muito volátil. Para se ter uma ideia, o ativo atingiu R$ 64 mil em 2017 e tempos depois caiu para níveis entre R$ 14 mil e R$ 15 mil. Para tentar contornar essa situação foram criadas as stablecoins, que são criptomoedas atreladas a uma moeda fiduciária, como o dólar, por exemplo. Exemplos de stablecoins são o theter, USD coin, trueUSD e paxos. Alguém pode perguntar por que criar stablecoins e não simplesmente usar as moedas fiduciárias as quais estão atreladas. A resposta é que elas facilitam a circulação de moeda numa A RESPOSTA É QUE ELAS FACILITAM A CIRCULAÇÃO DE MOEDA NUMA ECONOMIA MUNDIAL TOTALMENTE DESCENTRALIZADA
  • 15. | 15 | PA N O R A M A C R Y P T O economia mundial totalmente descentralizada. Por exemplo, um investidor pode vender seu bitcoin em troca de dinheiro numa exchange que não trabalha com dólar. Atualmente há mais de 50 stablecoins no mercado crypto. Cada uma tem suas carac- terísticas, mas todas funcionam mais ou menos do mesmo jeito. Elas têm garantias de algum tipo e administram o fornecimento para ajudar a incentivar o mercado a negociar a moeda a um valor estável. Embora possam ser complexas se olhadas de perto, o objetivo de todas é ter um valor estável. Há basicamente dois tipos de stablecoins. Elas podem ser lastreadas por ativos ou terem um algoritmo que estabiliza seu valor. As que são lastreadas por ativos mantém a proporção estável de um por um às moedas às quais estão atreladas. Por exemplo, o tether é tokenizado em dólares, portanto possui um dólar para cada token emitido. Ou seja, para cada token emitido, eles precisam ter um dólar na conta. Por outro lado, as stablecoins algorítimicas empregam um conjunto de regras em seus códigos que visam combinar a oferta do token com a demanda. Emboras sejam mais complexas, elas têm como vantagem a melhor escalabilidade, incentivos à adoção em rede e a capacidade de lucrar com a criação dos ativos. O principal desafio para as stablecoins é a escalabilidade. É difícil para essas moedas alcançarem um nível de liquidez que suporte aplicações interessantes da tecnologia. Seria necessário investir muito em cada uma delas. Outro problema é a regulação. Bancoscentraisteriammaioringerênciasobreelas.Háaindadesafiosdeordemtécnica.
  • 16. | 16 | PA N O R A M A C R Y P T O Eu costumava conversar com meus amigos em 2013 e entrar em debates acalorados sobre o futuro do bitcoin e do que hoje conhecemos como ativos digitais. O preço de um bitcoin na época? Próximo dos US$ 100, em junho daquele ano. Os argumentos contrários variavam desde questionamentos sobre o lastro das criptomoedas, ine- xistente também nas moedas governamentais como o real ou o dólar – apesar de o imaginário popular pensar o contrário – até preocupações legítimas com a adoção e popularização dessa nova tecnologia. Era a época do ceticismo perante o novo, o desconhecido. Do lado dos que acreditavam no bitcoin e no futuro dos ativos digitais existia uma espécie de ethos, uma identidade social formada em volta da tecnologia. De forma simples, concebeu-se o conceito de que um ativo digital seria escasso e teria regras de emissão, transação e segurança garantidas por um protocolo matemático imutá- vel. Trocava-se a falibilidade do ser humano pela confiança na matemática. Vires in numeris, frase em latim que significa“força em números”, era vista em fóruns, debates e palestras da época. Fazer parte disso era como entrar em uma nave espacial que te libertaria da caverna de Platão em termos econômicos. O preço? Para esse grupo não restavam dúvidas: a nave espacial iria pra Lua, to the moon! BITCOIN E ATIVOS DIGITAIS: A NAVE ESPACIAL QUE SEMPRE VOLTA PARA BUSCAR NOVOS PASSAGEIROS Por Thiago César, CEO da Transfero Swiss AG
  • 17. | 17 | PA N O R A M A C R Y P T O O final do ano de 2013 se aproximava e as discussões filosóficas se intensificavam. Os defensores do bitcoin se viam agraciados pela rápida escalada de preços e a ine- vitável exposição do assunto na mídia convencional. O preço da moeda passava dos US$ 250 no início de novembro, disparando rapidamente para mais de US$ 1.000 no primeiro dia de dezembro. O foguete havia chegado à Lua? Amigos me ligavam para perguntar: “Thiago, como eu acesso aquelas frações de bitcoin que você me enviou para demonstrar a tecnologia?”. Alguns céticos começaram a perceber que o assunto merecia uma atenção especial, mas a opinião predominante era de que aquilo tudo não passava de uma bolha, de uma histeria coletiva semelhante à mania das Tulipas de séculos atrás. Os conselhos mais oferecidos em dezembro de 2013 eram:“Se eu fosse você, eu ven- deria tudo. Coloca o dinheiro no bolso. Parabéns por ter acreditado”. Mas como bons tripulantes da nave espacial, foram muitos os que seguraram suas posições em bitcoin esperando chegar à Lua. Ironicamente, entretanto, vimos o preço cair de US$ 1.000 para US$ 400 em março de 2014, abrindo espaço para as mais diversas interpretações. Os anos subsequentes reforçaram os posicionamentos dos céticos, com o bitcoin amargando níveis de preço próximos a US$ 200 em 2015 e retornando para magros US$ 500 em 2016. Para os não-tripulantes, tudo estava cristalino: “nós avisamos”. Do outro lado, a visão dos apoiadores da tecnologia pregava paciência, a nave espacial só havia retornado para buscar mais passageiros. O ano de 2017 injetou nova esperança no mercado de ativos digitais. Em fevereiro, tivemos o preço retornando ao patamar de US$ 1.000, em maio, US$ 2.000, em agosto US$ 4.000 e todos diziam:“a Lua está logo ali”. A capitalização do mercado ultrapassou os US$ 100 bilhões em junho de 2017 e em novembro daquele ano o preço do bitcoin superou os US$ 10.000. O êxtase tomava conta do mercado. A mídia cobria o assunto incansavelmente, a NewYork Stock Exchange já mostrava a cotação do bitcoin, assim como diversos sites de finanças e aplicativos de conversão de moeda. Bancos abriam mesas de operação de ativos digitais na Suíça, Singapura e Japão, e o mercado de ativos digitais batia US$ 700 bilhões em capitalização de mercado, valor maior que os quatro maiores bancos brasileiros somados neste quesito. O sonho virava realidade.
  • 18. | 18 | PA N O R A M A C R Y P T O Aviradade ano de 2017para 2018foiumareediçãodaescaladade2013.Obitcoinatin- giu seu pico máximo na fronteira dos US$ 20.000 e o mercado foi inundado por novas corretoras, novos projetos de criptomoedas, consultorias e fundos, consolidando uma aproximação séria do mercado financeiro formal com a indústria emergente dos ativos digitais. O ecossistema aproveitou o influxo de capital para se tornar mais robusto, ain- da bem, pois o movimento subsequente de março de 2018 até o presente momento foi mais um teste de resiliência para os tripulantes da tecnologia: em abril, o preço do bit- coin voltava para o patamar de US$ 7.000 e em dezem- bro, US$ 3.500. Lições podem ser tiradas quando analisamos a jor- nada do mercado de ativos digitais. Como toda classe de ativos, ciclos de expansão e contração estão presentes, mas parecem ser muito mais rápidos que em ativos mais tradicionais como o ouro ou a prata. Em termos de classificação de ativo, existem pa- ralelos interessantes entre o próprio bitcoin e ativos anticíclicos e de oferta inelástica, como os já citados ouro e prata. Para complementar, a iminência da aprovação de ETFs baseados em bitcoin podem trazer a mesma valorização vista no ouro, conforme o gráfico na página a seguir: COMO TODA CLASSE DE ATIVOS, CICLOS DE EXPANSÃO E CONTRAÇÃO ESTÃO PRESENTES, MAS PARECEM SER MUITO MAIS RÁPIDOS QUE EM ATIVOS MAIS TRADICIONAIS COMO O OURO OU A PRATA
  • 19. | 19 | PA N O R A M A C R Y P T O Em síntese, o mercado de ativos digitais passa por uma fase semelhante ao período de baixa de 2014-15, mas com potenciais de upside muito mais claros. No boom de 2013, na escalada dos US$ 100 aos US$ 1.000 em alguns meses, o sentimento era de incerteza sobre o futuro dessa nova classe de ativos, com muitas suspeitas de bolha ou histeria coletiva. Hoje, o grau de maturidade da indústria mudou. Players institucionais já fizeram incursões no mundo dos ativos digitais, o ambiente regulatório está mais consolidado e os players que sobreviveram aos ciclos de altas e baixas são hoje mais sólidos do que nunca. Com preços nos níveis de agosto de 2017, não restam muitas dúvidas: a nave espacial voltou para buscar novos passageiros. O destino? A Lua.
  • 20. | 20 | PA N O R A M A C R Y P T OCAPÍTULO 4 PAÍSES MAIS AVANÇADOS EM CRYPTO Há muita especulação sobre qual é o país que tem o maior número de detentores de criptomoedas. Não há consenso sobre isso. Alguns dizem que a maioria das moedas “em circulação”ou mineradas estão em posse de grandes exchanges, fundos ou em- presas de mineração. Conhecidos como baleias, esses agentes usariam sua posição para influenciar o mercado a seu favor. No entanto, diante da descentralização do bitcoin, é difícil que isso seja 100% verdade. Mas ainda assim, há também muitos usuários que colocam seus países no mapa das criptomoedas. Um estudo feito pela empresa de pesquisas e estatísticas Statista mostra que há um grande número de usuários de criptomoedas pelo mundo. Vejamos alguns destaques apresentados pelo estudo. ESTADOS UNIDOS
  • 21. | 21 | PA N O R A M A C R Y P T O Os Estados Unidos detém a maior parte de todos os esforços de desenvolvimento das criptomoedas, com um grande número de negócios, atividades, plataformas de negociação, etc. No entanto, os norte-americanos ainda não estão tão envolvidos com esses ativos levando em conta o tamanho da sua população. ROMÊNIA Romênia é conhecida por abrigar um grande número de empresas internacionais e nacionais deTI, bem como um grande número de programadores e desenvolvedores. Devido a esse grande número de empresas internacionais de tecnologia, é comum o uso das criptomoedas para envio de pagamentos ao exterior, já que os custos de transação são baixo. Por isso, o país é um dos países com o maior número de usuários de bitcoin e altcoins.
  • 22. | 22 | PA N O R A M A C R Y P T O REPÚBLICA TCHECA A comunidade de criptomoedas na República Tcheca está em plena expansão. Uma firma de energia e utilities passou a aceitar criptomoedas para pagamentos das con- tas de seus consumidores. E a empresa ainda tem planos de expandir para a área de telecomunicações. O país também está em vias de se tornar um dos maiores hubs de criptomoedas do mundo. No entanto, não há números precisos sobre sua adoção entre seus consumidores.
  • 23. | 23 | PA N O R A M A C R Y P T O CHINA As principais exchanges do país têm um dos maiores volumes de bitcoin sendo nego- ciados diariamente. Além disso, há relatos de que cidadãos chineses se aproximaram de usinas de produção de energia para lucrar com eletricidade barata e usá-la para minerar bitcoins. No entanto, a restritiva regulação do país tende a afastar usuários desses ativos. O ministro da Indústria eTecnologia da Informação da China, Zhou Ping, pediu a aceleração da padronização da tecnologia blockchain no país.
  • 24. | 24 | PA N O R A M A C R Y P T O ESPANHA A Espanha abriga um grande número de caixas eletrônicos bancários regulares que suportam a troca de bitcoins por moeda fiduciária. Além disso, uma grande cadeia de hotéis no país testa um projeto piloto para aceitar bitcoins como forma de pagamento. Uma das 17 comunidades autônomas do país assinou um contrato com uma firma blockchain para usar a tecnologia na administração pública.
  • 25. | 25 | PA N O R A M A C R Y P T O POLÔNIA A indústria de criptomoedas da Polônia é, em grande parte, um território inexplorado por enquanto. Contudo, estima-se que 11% dos consumidores do país detenham al- guma fração de criptomoedas em carteira e mais pessoas passam a se interessar por esse mercado.
  • 26. | 26 | PA N O R A M A C R Y P T O TURQUIA O ambiente regulatório confuso turco favoreceu a adoção do bitcoin e altcoins. Em- bora ainda não disponham de procedimentos específicos para esses ativos, a situação parece promissora, de acordo com o instituto de pesquisa. Estima-se que um em cada cinco turcos denham bitcoin ou outras moedas digitais.
  • 27. | 27 | PA N O R A M A C R Y P T O JAPÃO O Japão é conhecido por ser um dos países mais pró-crypto no mundo. Afinal, le- galmente é um dos poucos países que reconhece as criptomoedas como um meio legítimo de pagamento. Por causa disso, há um grande número de bitcoins sendo transacionados dentro e fora do país, com muitos japoneses optando por mantê-los em carteira aguardando o potencial de valorização das criptomoedas.
  • 28. | 28 | PA N O R A M A C R Y P T O SUÍÇA A Suíça sempre foi conhecida principalmente por seus bancos e instituições financeiras de ponta. Mas o país também é um dos mais abertos às criptomoedas e à blockchain. É na Suíça que está o Crypto Valley, em Zug, região que abriga um sem número de empresas crypto e de blockchain. Além disso, os bancos começaram a abrir suas portas para as criptomoedas, um movimento que encorajou muitos cidadãos a comprarem esses ativos.
  • 29. | 29 | PA N O R A M A C R Y P T O COREIA DO SUL A Coréia do Sul é outro país da Ásia que está impactando a cena do bitcoin. Com a China um pouco mais fechada às criptomoedas, muitos têm escolhido a vizinha Coreia do Sul para abrigarem suas operações comerciais. Com abertura para tecnologia, o país abriga diversas exchanges e empresas crypto que atendem a uma população com um interesse crescente em bitcoins e altcoins.
  • 30. | 30 | PA N O R A M A C R Y P T OCAPÍTULO 5 AS CRIPTOMOEDAS E O CAPITAL INSTITUCIONAL A institucionalização é apontada praticamente de forma unânime no mercado crypto como o próximo passo a ser dado no mundo dos criptoativos. E isso será alcançado com a adesão em massa por bancos, fintechs, exchanges e outras entidades financeiras ao mercado de crypto. Diversos novos negócios têm surgido com a aplicação da tecnologia ligada às crip- tomoedas. Dentre eles, estão as plataformas de security tokens, as stablecoins e os produtos criados por empresas tradicionais. Além disso, novos players – como insti- tuições já estabelecidas em seus mercados core – estão adentrando nesse território. Por isso mesmo, os criptoativos são cada vez mais impossíveis de serem ignorados. Além disso, o bitcoin está se tornando uma classe de ativos investíveis, como ouro não alocado. Com isso, tem o potencial de se tornar um repositório de valor nativamente digital relevante. Além de ser uma alternativa às classes de ativos tradicionais. A Ethereum, por sua vez, permitiu que as ofertas iniciais de moedas (ICO) fossem um meio alternativo de levantar capital. Apesar de alguns ICOs terem se mostrado como atividades fraudulentas e com falta de governança, representam uma inovação im- portante. Os baixos custos de transação também fazem das criptomoedas um excelente veículo de investimento do capital institucional. Por exemplo, a litecoin foi usada para trans- ferir o equivalente a US$ 99 milhões por menos de US$ 1 de taxas de transação em minutos. Essa transação poderia ter sido iniciada por qualquer pessoa localizada em qualquer parte do mundo sem a necessidade de quaisquer intermediários ou terceiros.
  • 31. | 31 | PA N O R A M A C R Y P T O Favorece também a entrada do capital institucional a tokenização de ativos do mundo real. Tudo é tokenizável. Ela pode reduzir o atrito e os custos gerais associados com a emissão, transferência e gerenciamento de ativos tradicionais, como valores mo- biliários, commodities e ativos imobiliários. Além disso, criptoativos que são versões simbólicas dos ativos tradicionais também poderiam se encaixar em marcos regulatórios estabelecidos, o que pode mitigar alguma incerteza regulatória. Adicionalmente, podem aumentar a liquidez, codificar regras e regulamentos, e aumentar trans- parência em todo o ciclo de vida do ativo. A volatilidade, no entanto, afasta o capital institucional das criptomoedas. Mas existe uma percepção que há muitos ativos imaturos nesse mercado e, quando amadurece- rem,tendemasermenosvoláteis.Noentanto,comojácitamosanteriormente,grandes esforços têm sido feitos no mundo crypto para resolver esse problema. Além disso, diversas iniciativas em curso nos Estados Unidos apontam para a inevita- bilidade do investimento institucional nas criptomoedas. Uma delas é a aguardada liberação do ETF do bitcoin, com diversas solicitações tendo sido recusadas pela SEC. Outra é a plataforma Bakkt, uma plataforma da NYSE para trading. Já a Nasdaq prepara uma plataforma para negociação de futuros de bitcoins. OS BAIXOS CUSTOS DE TRANSAÇÃO TAMBÉM FAZEM DAS CRIPTOMOEDAS UM EXCELENTE VEÍCULO DE INVESTIMENTO DO CAPITAL
  • 32. | 32 | PA N O R A M A C R Y P T O Apenas os dez maiores Endowment Funds de Universidades nos Estados Unidos ge- rem em torno de 200 bilhões de dólares em patrimônio, o equivalente a todo o valor de mercado de todos os ativos digitais em circulação. O maior deles, o fundo gerido pela Universidade de Harvard, tem patrimônio total de aproximadamente 40 bilhões de dólares. Para se ter uma ideia, apenas os patrimônios dos fundos de Harvard, Yale e Stanford são suficientes para quase igualar todo o Market Cap – valor de mercado – do bitcoin, de aproximadamente 100 bilhões de dólares. O impacto que apenas uma fração dos patrimônios desses fundos poderia causar no mercado é sem precedentes. Entretanto, não é só o tamanho desses fundos que chama a atenção do mercado, mas também seu apetite para investimentos de risco. Os Endowment Funds são parceiros de longa data como Limited Partners em diversos fundos de investimento em Venture Capital nos EUA. Um caso emblemático é o in- vestimento do Endowment de Stanford no fundo Accel IX, da gestora Accel Partners. Nos anos posteriores ao estouro da bolha das pontocom, que ocorreu no ano 2000, os fundosVC tiveram grandes dificuldades para levantar capital dado os baixos retornos dos fundos cujo vintage year – termo que referencia o ano em que este foi iniciado – se deu imediatamente antes do crash. O Endowment de Stanford vinha investindo nos fundos da Accel e, naquele momento, amargando retornos ruins após a desvalorização das empresas de Internet. A CHEGADA DO CAPITAL INSTITUCIONAL E COMO WALL STREET ESTÁ SE PREPARANDO PARA ELA Por Cadu Russo, head of Trading Desk Transfero Swiss AG
  • 33. | 33 | PA N O R A M A C R Y P T O Mesmo assim, mantendo-se fiel a sua filosofia de investimentos e à crença de que as empresas baseadas na Internet trariam grandes benefícios futuros, o fundo de doações de Standford se tornou um dos maiores investidores no fundo Accel Partners IX (2004), enquanto outros investidores institucionais, como fundos de pensão, recusaram o in- vestimento. Basta dizer que, um ano depois, o Accel IX comprou 10% do Facebook por 12,7 milhões de dólares. Hoje a companhia esta avaliada em 500 bilhões de dólares e o resto é história. Mesmo considerando a diluição em rodadas posteriores podemos dizer que o potencial retorno não foi inferior a 1.000 vezes. O tamanho dos Endowments e a proximidade de seus gestores com todo o ambiente de inovação proporcionado por essas instituições os fazem um dos investidores insti- tucionais mais importantes quando se fala em novas tecnologias. Não custa lembrar que boa parte das empresas que fizeram sucesso nos EUA nos últi- mos 30 anos foram constituídas por alunos e ex-alunos dessas instituições. Mas o que ainda impede estes fundos de investirem ainda mais nesta classe de ativos? Algo que restringiu até o presente momento uma entrada mais acelerada deste capi- tal é a carência de certas estruturas, jurídicas e em termos de processos e tecnologia, capazes de trazer segurança para estes investimentos. Apesar da descentralização proporcionada pela tecnologia Blockchain ser o seu principal fator de disrupção, a sensibilidade em relação à segurança das chaves privadas que dão acesso aos ativos é, ainda, um fator de risco importante. A boa notícia é que grandes players do merca- do financeiro nos EUA têm se mobilizado para construir a base para esse movimento de institucionalização. Nesse sentido, a entrada de Wall Street na cena não só cria as bases para a entrada do capital institucional, bem como destrava para esta classe de ativos os investimentos vindos da maior economia do mundo (EUA), que concentra mais de um terço da riqueza mundial.
  • 34. | 34 | PA N O R A M A C R Y P T O Ambas as empresas devem tocar em um ponto fundamental e que deve revolucionar a maneira como empresas e indivíduos lidam com ativos digitais até agora. Se até o presente momento, a maioria das transações ocorre, ou de maneira peer-to-peer ou em exchanges com questionável nível de compliance e processos pouco transparen- tes, com a chegada dos grandes players, mais transações ocorrerão em ambientes altamente controlados, seguros e regulados, o que atrairá o capital institucional. Como consequência desse aumento de sofisticação, o Mercado de Futuros e Derivativos se desenvolverá. Instrumentos com- plexos como Contratos a termo, Futuros, Opções e Swaps, além dos aguardados ETFs devem ga- nhar espaço com a chegada das duas empresas. Diante desses movimentos, a rea- lidade de entrada do capital ins- titucional está mais próxima do que imaginávamos, com reflexos de curto e médio prazo no preço do bitcoin e outros criptoativos. Por ser um ativo escasso, a entrada de mais recursos financeiros tem o efeito quase imediato de apre- ciação nos preços. Além do ambiente favorável, o mercado dá sinais de que a barreira de 6 mil dólares dificilmente será rompida e o fundo já foi alcançado. Nesse sentido, podemos estar diante de uma das maiores oportunidades de compra desde meados do ano passado. Quem viver, verá. DIANTE DESSES MOVIMENTOS, A REALIDADE DE ENTRADA DO CAPITAL INSTITUCIONAL ESTÁ MAIS PRÓXIMA DO QUE IMAGINÁVAMOS, COM REFLEXOS DE CURTO E MÉDIO PRAZO NO PREÇO DO BITCOIN E OUTROS CRIPTOATIVOS
  • 35. | 35 | PA N O R A M A C R Y P T OCAPÍTULO 6 AS POSSIBILIDADES DA BLOCKCHAIN A ideia de criar uma moeda digital totalmente independente de instituições financeiras não é recente. O famoso economista Milton Friedman já defendia a criação de uma moeda virtual autônoma uma década antes da criação do bitcoin. No entanto, havia um grande desafio a ser superado. Era necessário criar uma estrutura que fosse capaz de controlar todas as transações de modo que não permitisse que um indivíduo ou grupo pudesse manipular as transações realizadas. Foram inúmeras tentativas antes que o misterioso Satoshi Nakamoto apresentasse ao mundo a solução que possibilitaria o início das criptomoedas. Até mesmo o pesqui- sador renomado David Chauman não havia conseguido criar uma versão totalmente autônoma quando criou o seu DigiCash. Portanto, esse protocolo de confiança para o registro de informações, que até então estava restrito apenas a discussões acadê- micas, foi implementado pela primeira vez como solução para garantir segurança e autonomia ao bitcoin, esta é a tecnologia blockchain. A TECNOLOGIA POR TRÁS DA INOVAÇÃO A blockchain consiste na aplicação de diversas técnicas para criar um livro contábil virtual onde todas as transações realizadas no bitcoin são registradas de forma segura, sendo impossível alterar esses dados. Por isso, ela é classificada como uma forma de DLT, Distributed Ledger Technology. Dentre as suas particularidades está o protocolo Proof of Work, que ainda é considerado o mais seguro, embora também seja o que mais demanda energia computacional.
  • 36. | 36 | PA N O R A M A C R Y P T O No entanto, diversos estudiosos da tecnologia começaram a desenvolver melhorias para a tecnologia, surgindo outros protocolos de validação das transações, como o Proof of Stack. Também foi desenvolvida uma tecnologia que possibilita a execução de algoritmos internamente na blockchain, chamados Smart Contracts. O termo foi cunhado pelo cientista da computação Nick Szabo, um dos nomes mais cogitados como sendo a verdadeira identidade do Satoshi Nakamoto. As pesquisas para tentar otimizar a per- formance das DLT têm ganhado cada vez mais espaço e novas propostas vêm sendo apresentadas constantemente. Em parce- ria com diversas Universidades em todo o mundo, a Cardano Foundation, mantene- doradacriptomoedacardano,desenvolveu o protocolo Ouroboros, uma DLT que aposta na precisão matemática para conseguir superar as limitações existentes na blockchain. Esse protocolo ainda está em fase inicial de implementação, mas já há planos para a execução chamada Hydra que permitiria realizar entre cinco e dez mil transações por segundo. A APLICAÇÃO NO MUNDO DOS NEGÓCIOS Com o caso de sucesso da blockchain ao garantir a integridade dos registros de tran- sações do bitcoin e das primeiras criptomoedas, diversos outros sistemas passaram a adotar a tecnologia para garantir integridade de seus dados. Iniciando no setor finan- ceiro e depois sendo adotada também em sistemas de logística, registro de patentes e sistemas de diversos setores, a tecnologia blockchain ganhou fama mundial e status de grande promessa no mundo da tecnologia. A BLOCKCHAIN CONSISTE NA APLICAÇÃO DE DIVERSAS TÉCNICAS PARA CRIAR UM LIVRO CONTÁBIL VIRTUAL ONDE TODAS AS TRANSAÇÕES REALIZADAS NO BITCOIN SÃO REGISTRADAS DE FORMA SEGURA
  • 37. | 37 | PA N O R A M A C R Y P T O A expectativa do mercado financeiro com relação a blockchain era tão grande que empresas relacionadas à tecnologia tinham suas ações valorizadas instantaneamen- te. Contudo, alguns casos ocorreram demonstrando que a expectativa do mercado havia saído do controle. Um dos casos foi o da empresa Long Island Iced Tea, uma fabricante de bebidas que mudou o seu nome para Long Blockchain Corp e teve suas ações alavancadas imediatamente, sem possuir nenhuma relação com a tecnologia blockchain, exceto pelo nome. Contudo, não foram apenas empresas pequenas que se aproveitaram da reputação da blockchain. A Amazon lançou recentemente o Amazon ManagedBlockchain,umserviçocentralizadoquepermiteadministrarumablockchain na nuvem. Segundo a análise dos profissionais de tecnologia, o serviço vai contra todos os princípios da blockchain e parece ter sido desenvolvido apenas pelo market em torno do produto. Por outro lado, outras empresas têm utilizado a tecnologia de forma revolucionária. Na Espanha a plata- forma EnergyWeb Foundation está sendo utilizada para rastrear a ener- gia renovável, desde sua produção até o seu consumo final. No Brasil, alguns cartórios já começam a utilizar a tecnologia para simplificar processos e dimi- nuir os custos das operações. Um dos pioneiros foi o Cartório Azevêdo Bastos em João Pessoa. Contudo, a aplicação mais expressiva da blockchain na sociedade brasileira se deu durante as eleições, com a plataforma Voto Legal. Essa plataforma tornava trans- parente e facilmente auditável os gastos dos políticos em suas campanhas eleitorais. O FUTURO DA BLOCKCHAIN Um dos maiores méritos da tecnologia blockchain foi ter impulsionado o conceito de descentralização, principalmente no mercado financeiro global. Com a crise dos sub- NO BRASIL, ALGUNS CARTÓRIOS JÁ COMEÇAM A UTILIZAR A TECNOLOGIA PARA SIMPLIFICAR PROCESSOS E DIMINUIR OS CUSTOS DAS OPERAÇÕES
  • 38. | 38 | PA N O R A M A C R Y P T O primes em 2008, às maiores instituições financeiras do mundo perderam muito de sua credibilidade. Por isso, a criação do bitcoin e a demonstração do poder da blockchain ocorreram em perfect timing. Diversos cidadãos desacreditados no sistema financeiro tradicionaltêmadotadosoluçõesdescentralizadascomoformadefugadasinstituições as quais passaram a não mais confiar. No entanto, esse movimento foi além dos cidadãos e as instituições também têm bus- cado formas descentralizadas de se relacionar umas com as outras. Além de garantir a integridade dos dados, os sistemas baseados em DLT tem demonstrado serem efi- cientes em diminuir custos e o tempo necessário para a execução de alguns processos. Esse movimento tem se tornado expressivo principalmente nas transações financeiras internacionais em que sistemas como o SWIFT têm sido substituídos por criptomoedas ou por outros sistemas que utilizam DLT. A utilização de tecnologias descentralizadas para transações internacionais ganhou tamanha força que o JP Morgan, um banco cujo CEO critica abertamente as criptomoedas e a tecnologia blockchain, anunciou o desenvolvimento da JPM Coin. Um sistema que utiliza a tecnologia blockchain para transferência internacional entre o banco e outras instituições clientes. Os ganhos em utilizar a tecnologia blockchain têm sido bastante notáveis também em processos de logística onde diversas empresas estão envolvidas e o acesso a in- formação precisa ser simples e transparente. A aplicação mais comum é para registro do processo de produção e entrega de uma cadeia de fornecimento, como no caso de sistemas implementados por empresas como a Natura e o Carrefour. No entanto, o setor aéreo também tem enxergado valor na utilização da tecnologia e vem buscando aplicá-la em seus processos logísticos. Dessa forma, é possível perceber que a tecnologia blockchain vem desempenhando um papel central na descentralização de processos e instituições. Esse movimento vem ganhando cada vez mais força e possivelmente trará importantes mudanças em diversos setores. Permitindo que aplicações antes impensáveis possam se concretizar, tal como fez com o bitcoin.
  • 39. | 39 | CONCLUSÃO Diante de todas essas informações, só podemos concluir que o bitcoin, as criptomoedas e as tecnologias por trás delas têm o potencialdemudarparasempreaformacomoaspessoasserela- cionam com o dinheiro. Essa nova classe de ativos é uma realida- de e está muito perto de ser adotada por um grande número de pessoas. Quem chegar primeiro, leva vantagem sobre os demais. Informe-se cada dia mais sobre essa nova realidade. Esperamos ter te ajudado a entrar nesse maravilhoso mundo novo. ____________________________________________________ Produção Editorial: Transfero Swiss AG/PanoramaCrypto Realização: Barões Digital Publishing Coordenação: Roberto Francellino Colaboração: Rafael Calixto Revisão: Mariana Silveira Projeto Gráfico e Diagramação: Rodrigo Traverso