Atividades lúdicas na natureza: os benefícios do brincar ao ar livre
1. 1
Atividades lúdicas no exterior
Brincar livrena naturezaé o melhor remédio
Brincar é um direito fundamental de todas as crianças!
2. 2
índice
INTRODUÇÃO ............................................................4
OS BENEFÍCIOS DE BRINCAR AO AR LIVRE ......................6
Autonomia e segurança................................................................ 7
Estimula todos os sentidos ............................................................ 8
Aprendizagem mais ativa e exploradora............................................. 8
Favorece os vínculos sociais.......................................................... 8
Inspira momentos de concentração .................................................. 8
Estimula a atividade física............................................................. 9
Contribui para a prevenção da violência............................................. 9
Desenvolvimento integral da criança................................................. 9
Traz benefícios diretos à saúde....................................................... 9
Melhora a nutrição.....................................................................10
Contribui para a conservação da natureza .........................................10
Desperta o consumo crítico e consciente...........................................10
Desenvolve competência e resiliência..............................................10
O risco no brincar e na aprendizagem ..............................................10
METODOLOGIA ........................................................12
Espaço / intervenientes ...............................................................13
Materiais utilizados ....................................................................13
Princípios deste projeto de atividades ..............................................13
Objetivos gerais........................................................................14
Objetivos específicos..................................................................14
Atividades ..............................................................................15
Brincar com a terra – 1.º tema .......................................................16
Brincar com o fogo – 2.º Tema.......................................................17
Brincar com o ar – 3.º atividades ....................................................17
3. 3
Brincar com a água – 4.º atividade..................................................18
Conclusão das atividades ............................................................19
CONCLUSÃO FINAL...................................................19
BIBLIOGRAFIA .........................................................20
ANEXOS ...................................................................1
4. 4
Introdução
O Distanciamento atual entre as crianças e a natureza emerge como uma
importante crise do nosso tempo. Especialmente no contexto urbano, independente do
tamanho da cidade, o mundo natural tem deixado de ser visto como elemento essencial
da infância.
As consequências são significativas, como a obesidade, hiperatividade, déficit
de atenção, desequilíbrio emocional, baixa motricidade, falta de equilíbrio, agilidade e
habilidade física e miopia são alguns dos problemas de saúde mais evidentes causados
por este contexto. Além destas, diversas consequências menos reconhecidas também
fazem parte deste cenário.
O processo educacional aponta para a necessidade de refletirmos e
requalificarmos também as práticas, a organização, as rotinas e o tempo escolar,
reconhecendo no valor do brincar e do aprender com e na natureza um dos elementos
centrais de uma educação vinculada com a própria vida.
O processo educacional aponta a necessidade de refletirmos e requalificarmos
também as práticas, a organização, a beleza das flores, tomar banho na chuva, cultivar
uma horta, criar uma escultura a partir de um ramo e descobrir como a vida se
desenvolve, são experiências importantes que colocam a criança frente à beleza e ao
mistério da vida.
Simultaneamente, a qualidade sistémica da natureza oferece à criança a noção
de complexidade e interdependência, valores fundamentais para pensar a sua ação no
mundo e as próprias relações sociais, incluindo reflexões sobre o paradigma
antropocêntrico. Portanto, se estes momentos não tiverem lugar na escola ou em outros
territórios educativos, talvez não aconteçam na vida de grande parte das crianças,
empobrecendo o repertório de experiências que elas podem (e devem) vivenciar.
Experiências estas que permitem à criança misturar-se ao mundo construindo
aprendizagens significativas e subjetividade.
A natureza ajuda a concentrar a atenção e a ampliar a acuidade de cada um dos
nossos sentidos: com a atenção concentrada ouve-se melhor, vê-se com mais detalhe,
sente-se mais a temperatura e a humidade, percebe-se com mais detalhes todas as
nuances do ambiente e as suas mudanças.
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Resta-nos o desafio de conseguir oferecer esse tempo/espaço para as nossas
crianças. Se os educadores entenderem a importância da natureza nas nossas vidas,
conseguiremos pouco a pouco flexibilizar as agendas das crianças criando momentos
ricos de aprendizagem com o mundo natural e promover a harmonia, vitalidade e alegria
na criança.
«Brincar é fundamental para que o cérebro desenvolva todo o seu potencial. Há
uma série de evidências científicas que não deixam margem para dúvidas»,
confirma Ana Rita Fonseca, autora de O Livro do Cérebro e co-fundadora da 1,2,3
Macaquinho do Chinês, uma associação de defesa e promoção do brincar. «A
sociedade atual tem como fim o produto. O lazer e o prazer ficam para último...».
Também a introdução ao desenvolvimento sustentável é uma mais-valia para os
futuros adultos. Como futuras Educadoras percebemos que o Desenvolvimento
Sustentável deve também contemplar os recursos da natureza humana e é
principalmente na Infância onde encontramos estes recursos com abundância.
Então, colocamos a seguinte questão:
Como favorecer o desenvolvimento da criança sem comprometer a sua
capacidade humana nas outras fases futuras de sua vida?
Valorizar a infância é uma importante atitude de preservação da natureza
humana pois esta é a fase mais fértil da vida e onde podemos oferecer o adubo
necessário para que floresça uma vida próspera, cheia de vitalidade, com gosto pela
atividade mental, pela realização de tarefas e capacidade de iniciativa.
A criança quando nasce já é alguém, precisamos de respeitar o seu tempo e
ambiente infantil para que se conheça a si mesma através do brincar.
A criança não será alguém somente quando crescer, ela já é um indivíduo que
está em formaçãoe que precisa de conhecer e de desenvolver a sua identidade humana
e isso também pode ser alcançado através do brincar. Brincar é para a criança uma
meditação que ela faz sobre si mesma através da ação!
Nós, adultos, somos os responsáveis tanto pelos recursos naturais do planeta
como também pelos recursos humanos de nossas crianças. Ajudar a construir uma
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humanidade melhor tendo como ponto de partida a Infância é o nosso maior ideal.
Fazemos isto através da linguagem do brincar criando atividades que também possam
fazer parte do acervo das felizes memórias da infância para reaparecerem depois no
adulto como inspiração que irão guiá-lo pelos caminhos do mundo. Somos Itinerantes
porque somos capazes de transitar em diversas realidades através do Brincar e também
porque estamos no ritmo da natureza, em constante mudança, crescimento e
transformação.
Os benefícios de brincar ao ar livre
O contato com a natureza melhora todos os marcos mais importantes de uma infância
saudável, como por exemplo, a imunidade, a memória, o sono, a capacidade de
aprendizagem, a sociabilização, a capacidade física e ainda contribuiu
significativamente para o bem-estar integral das crianças. As evidências apontam que
os benefícios são mútuos - assim como as crianças precisam da natureza, a natureza
precisa das crianças.
As crianças entendem, apreciam e cuidam do mundo natural pela exposição a
ele, pelo brincar autodirigido e a exploração com adultos que comunicam a sua
maravilha e significado. Memórias de brincadeiras da infância e de lazer na natureza
reforçam os recursos com os quais se lida com o stress, inspirando um sentimento de
admiração espiritual e incentivam a gestão da terra. Brincar em ambientes naturais
também contribui para a agilidade, equilíbrio, criatividade, cooperação social e
concentração.
A conexão com a natureza pela jardinagem, colheita, festas tradicionais e tempo
para a contemplação pacífica representa uma dimensão importante das artes e do
património de muitas culturas. Num mundo cada vez mais urbanizado e privatizado, o
acesso das crianças aos parques, jardins, florestas, praias e outras áreas naturais está
a ser corroído.
Os adultos devem compartilhar o seu apreço pela natureza e pelas atividades
de lazer ao ar livre pautadas pelas relações, pelos encontros, pelo movimento e também
pela contemplação e momentos de relaxamento. Assim como, as crianças devem ser
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orientadas no sentido de procurarem o equilíbrio no qual tanto o uso da tecnologia como
a conexão com o mundo natural prosperem de forma benéfica, contribuindo para o seu
desenvolvimento e bem-estar.
Desenvolver estratégias com o objetivo de aumentar as oportunidades para o
brincar e o aprender ao ar livre é fundamental. Recomenda-se uma avaliação do
processo educacional no sentido de rever os espaços, as práticas, a organização, as
rotinas e o tempo escolar, reconhecendo no valor do brincar e do aprender com e na
natureza um dos elementos centrais de uma educação vinculada com a própria vida.
Atentar para o fato de que o contato da criança com a natureza no ambiente
escolar não deve se restringir às atividades ligadas à educação ambiental. Essas
atividades são muito relevantes, mas geralmente estão associadas à análise e estudo
de questões ligadas à sustentabilidade e conservação da natureza e são
predominantemente cognitivas.
Antes de ser apresentada aos problemas ambientais, a criança precisa
experimentar a natureza em sua plenitude e beleza, tornar-se íntima dela e vincular-se
afetivamente. Isso acontece por meio da experiência direta, livre e ancorada no brincar.
A conexão emocional entre a criança e a natureza vai auxiliá-la a adotar atitudes que
contribuam para uma sociedade sustentável e que respeitem todas as formas de vida.
As vivências e as brincadeiras com os elementos naturais propiciam inúmeras
conquistas.
"os benefícios de brincar na rua são muito superiores aos riscos"
Assim, deixamos aqui algumas das vantagens do brincar na natureza:
Autonomia e segurança
O Conhecimento do próprio corpo, Habilidades motoras, destreza e equilíbrio
corporal
Florescimento da imaginação e fantasia
Interesse e encantamento pelo mundo
Vitalidade e saúde
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Estimula todos os sentidos
Brincar na natureza estimula a criatividade: os brinquedos são criados e
reinventados a partir de recursos encontrados durante a brincadeira: o ramo que vira
espada, a folha que vira um barquinho. Estudos com crianças escolarizadas mostram
que nas áreas verdes da escola as crianças brincam de forma mais criativa e
cooperativa.
Aprendizagem mais ativa e exploradora
Pode parecer complicado, mas na verdade, é bastante simples! Por exemplo,
estar no exterior durante o ano ajuda as crianças a aprender sobre o climae as estações
do ano (geografia), enquanto estudam as criaturas e as plantas que encontram
(ciências) e a construção de abrigos e o trabalho com madeira traz necessariamente
conceitos de design e tecnologia.
Favorece os vínculos sociais
As crianças que brincam ao ar livre com regularidade de forma não dirigida e
estruturada sãomais capazes de conviver com os outros, mais saudáveis e mais felizes,
melhorando as competências de comunicação e os relacionamentos sociais. As
crianças passam a fazer parte do mundo que os envolve e isso traz-lhes tranquilidade.
Inspira momentos de concentração
Além de proporcionar a experiência do belo, o acesso à natureza aumenta o
equilíbrio e a autorregulação em crianças que vivem na cidade.
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Estimula a atividade física
As crianças que brincam em diferentes ambientes naturais são mais
ativas fisicamente, mais conscientes sobre a sua alimentação e mais
cuidadosas com o outro.
Contribui para a prevenção da violência
A experiência e o senso comum, bem como teorias e pesquisas, mostram que,
à medida em que os territórios e espaços públicos são ocupados com crianças a brincar
e a circular são usos muito qualificados, assim a violência e a depredação declinam.
Desenvolvimento integral da criança
A natureza é importante no desenvolvimento infantil em cada um de seus
aspectos: intelectual, emocional, social, espiritual e físico.
Traz benefícios diretos à saúde
O contato com a natureza pode reduzir significativamente os sintomas de
Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade e a exposição das crianças aos
micróbios encontrados na natureza aumenta significativamente a diversidade da
microbiota humana, isto significa que o sistema imunitário de uma criança muda
significativamente e fortalece-se para os perigos de determinadas doenças do sistema
imunológico. As crianças que estiverem mais expostas à natureza ganham uma maior
diversidade de gamaproteobactérias na pele, ficam com mais citocina multifuncional
TGF-B, que é essencial para a regulação de respostas imunitárias e ficam com a
microbiota intestinal mais favorável, em comparação com as crianças que estão nos
recreios urbanos.
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Melhora a nutrição
Crianças que plantam os seus próprios alimentos são mais propensas a comer
frutas e vegetais, têm um conhecimento maior sobre nutrição e têm maiores chances
de manter hábitos alimentares saudáveis por toda a vida.
Contribui para a conservação da natureza
A criança que convive com o meio natural e desenvolve afinidade em relação à
natureza aprecia e zela pelo mundo à sua volta porque o respeita e o reconhece como
o seu ambiente de pertença.
Desperta o consumo crítico e consciente
As crianças que crescem em contato com o ambiente natural têm mais chances
de construir uma base de experiências concretas, diretas e reais, baseadas em valores
diferentes da lógica do consumo, na direção da afetividade, da beleza natural e da
simplicidade.
Desenvolve competência e resiliência
O ser humano aprende a avaliar e a correr riscos, a cair e a levantar-se, a
magoar-se e a persistir desde cedo, na interação com o ambiente. Garantir à criança o
brincar ao ar livre é proporcionar uma variedade de situações em que terá a autonomia
de escolheros riscos que quer correr,gerenciá-los e aprender com eles. E, dessa forma,
a criança chegará à vida adulta mais confiante e resiliente, capaz de lidar com as
adversidades da vida.
O risco no brincar e na aprendizagem
As crianças são capazes e competentes e beneficiam-se imensamente de
oportunidades de exercer a sua pulsão de explorar, ir além, procurar novos desafios que
desejam vencer. Neste processo, desenvolvem e aprimoram as suas habilidades em
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lidar com os riscos e com o imprevisível. De fato, é exatamente isso que as manterá
seguras ao longo da vida: chances de se tornar mais competentes,de aprender a avaliar
quais os riscos querem ou não correr.
Um dos significados da procura pelo risco é dar espaço tanto para o sucesso
quanto para o fracasso. Neste processo, as crianças vivenciam acidentes de pequena
consequência para com eles, aprender a evitar os grandes acidentes no futuro. Isto não
quer dizer que as crianças devem ser expostas a perigos cujas consequências
comprometam a sua integridade, como produtos químicos, quedas ou brincar onde os
carros passam. Os Educadores devem permitir os riscos benéficos, nos quais as
crianças se comprometem por livre escolha e conseguem dimensionar as
consequências e lidar com elas.
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Metodologia
O projeto de atividades, baseia-se em sessões regulares que decorrem na
natureza e se focam na individualidade de cada criança, com base na observação e
colaboração, para promover a exploração e descoberta.
É um desenvolvimento integral, com resultados comprovados com crianças
resilientes, confiantes, independentes e ativas.
Um forte desenvolvimento físico, social, cognitivo e linguístico, emocional e
social ajuda a criar oportunidades de lidar com o risco, um fator essencial para o
desenvolvimento da motivação inata e de atitudes positivas.
Serão dadas atividades, tal como numa atividade normal, a diferença é que, em
vez de estas serem lideradas por um adulto, cada criança escolhe e adapta o que faz,
enquanto o adulto observa as suas preferências e desenvolvimento.
Apesar de algumas escolas oferecerem atividades no exterior, não basta estar
na natureza, trata-se de um processo regular, a longo prazo e não de uma experiência
pontual.
Uma criança ao participar nestas atividades desenvolve muitas competências
difíceis de ensinar numa sala de aula, pois é um trabalho bastante físico, que encoraja
as crianças a serem ativas e a desenvolverem a motricidade fina e grossa.
As crianças aprendem a avaliar, apreciar e arriscar, tomando decisões sensatas
e informadas e aprendem a ser autossuficientes e a cuidar de si.
As atividades ao ar livre, muitas vezes ficam connosco para a vida. Estar no
exterior ajuda as crianças a concentrarem-se, fomenta a sua criatividade e imaginação
e pode simplesmente ser mais divertido.
As crianças que hoje têm liberdade para brincar, fazendo amigos, aproveitando
o momento e divertindo-se, estão mais bem preparadas para o que quer que o amanhã
lhes reserve.
Brincar ajuda as crianças a construírem amizades, a testarem os seus limites e
a resolverem os seus próprios problemas. É essencial para o desenvolvimento da
criança e para o usufruir da sua infância.
Foram escolhidos temas de desenvolvimento pessoal e cognitivo, através de
jogos e brincadeiras que contemplam os 4 elementos da natureza. O objetivo é fomentar
o reconhecimento da natureza viva que existe fora e dentro de si mesmo, promover a
13. 13
valorização e o respeito pelos seus processos naturais. Colocar a criança em contato
com os 4 elementos é conectá-la com a sua própria essência, é desfrutar da comunhão
com a sua natureza interna.
Espaço / intervenientes
O parque natural do Fontelo no centro de Viseu, foi o espaço de eleição para a
realização das atividades propostas.
Em reunião de planeamento, concluímos que o melhor seria dividir as crianças
em dois grandes grupos, de acordo com a faixa etária, sendo o grupo 1 composto por
crianças com idade de 2 e 3 anos, e o 2º. grupo composto por crianças de 4 e 5 anos.
Assim, a cada semana e com duração mensal, focamo-nos especificamente num dos 4
elementos da natureza, e recebemos as crianças com brincadeiras onde será possível
sentir e despertar a paixão pela natureza. Tudo numa grande brincadeira, cheia de
encantamento com as crianças e apenas em duas horas por dia, duas vezes por
semana, as crianças desfrutam da natureza sem preocupações.
Materiais utilizados
Elementos da natureza
Balões
Manta
Jornal
Papel crepe
Corda
Princípios deste projeto de atividades
Respeito pela individualidade e características próprias de cada criança
Respeito pelo tempo de desenvolvimento natural de cada criança
Brincadeira livre como a forma mais completa de autoconhecimento
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aprendizagem Importância da ligação da criança com o seu meio natural
Aprendizagem na cooperação e ligação com o outro
Respeito pela liberdade da criança
Levar mais natureza para o espaço escolar
Objetivos gerais
• Promover a sensibilização para a importância da preservação do meio ambiente e da
proteção da vida.
• Consciencializar quanto à importância do meio ambiente para manter o equilíbrio do
planeta.
• Desenvolver nas crianças as atitudes para a preservação e para o desenvolvimento
sustentável.
• Proporcionar experiências de sensibilização as crianças, relacionadas com diferentes
comportamentos do meio ambiente.
• Estimular o desenvolvimento da curiosidade, criatividade e espírito critico.
Objetivos específicos
Criar diferentes situações de aprendizagem nas quais as crianças possam
divertir-se, brincar, falar, representar as diferentes brincadeiras e estimular a criança a
brincar, oferecendo-lhe um espaço adequado.
Elaborar, desenvolver, implementar e gerir atividades que contribuam para
promover o desenvolvimento harmonioso, equilibrado e feliz das crianças num contexto
de liberdade e autenticidade, promovendo a sua autonomia e cidadania.
Possibilitar que as crianças se desenvolvam num contexto natural, de respeito e
de harmonia.
Ajudar a criarcrianças mais autónomas, com um nível de desenvolvimento físico,
cognitivo e emocional adequados e com mais capacidades para se adaptarem ao futuro,
a todos os níveis. Adicionalmente, promover a utilização de práticas pedagógicas que
privilegiem o contacto com a natureza, a brincadeira livre e o espírito democrático,
possibilitando uma mudança de paradigma relativamente ao uso massificado de um
15. 15
modelo tradicional, passando assim a considerar as características únicas de cada
criança, a potenciar as capacidades e qualidades de cada criança e contribuindo para o
reforço do equilíbrio emocional das crianças e jovens.
Reforçar o respeito pelo outro, pela preservação da natureza e por todos os
seres vivos.
Espera-se que as crianças aprendam a avaliar, a apreciar e a arriscar, tomando
decisões sensatas e informadas. Aprendam a ser autossuficientes e a cuidar de si, o
que reforça a sua confiança e autoestima, dado que através da tentativa e erro,
aprendem a desenvolver a resiliência para continuarem a tentar e isto é crucial, tanto
nas salas de aula como no exterior.
Atividades
Terra, água, ar e fogo estão por toda a parte, são forças vitais que compõe toda
a natureza e estão fora e dentro de nós, e delas também fazemos parte com a nossa
natureza humana. Introduzir a criança ao contato com os 4 elementos é conectá-la com
a sua própria essência, é desfrutar da comunhão com a sua natureza interna. brincar
previne, trata e não possui contraindicações.
Partindo desse pressuposto teórico compreendemos que brincar em contato
com a natureza seria estimular a criança a viver na sua própria natureza, ou seja, no
ambiente natural da sua fase infantil. Neste espaço podemos encontrar também os
estímulos naturais para que elas desenvolvam seu potencial humano e criativo, pois ao
colocarem-se em contato com os processos da natureza e a reconhecer neles o
movimento e ritmo, ela também se inspiraria a desenvolver-se como natureza humana.
No seu artigo sobre-Os processos da natureza, o pensador e humanista
Argentino González Pecotche afirma que "Existe uma ordem universal pré-
estabelecida, que mantém o equilíbrio da Criação em todas as suas dimensões. A
Terra, como parte integrante da Criação, cumpre a sua função evolutiva por meio
de grandes processos, que se verificam em suas entranhas e em todos os seus
confins. O conjunto de suas manifestações físicas se chama Natureza, e é essa
mesma Natureza a que, expressando-se numsem-número de variações, mostra à
inteligência humana que tudo nela se leva a cabo mediante processos que se
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efetuam com precisão matemática. À realização desses processos se deve a
presença de uma infinidade de maravilhas que a Natureza torna manifestas aos
olhos humanos, e é a eles que o homem deve tudo quanto sabe, pois, ao observá-
los extrai os mais valiosos elementos para sua iniciativa." E diz ainda que "A
Natureza é sábia e contém o néctar da Sabedoria."
É a primeira visão do ser humano, e sendo assim despertar na criança o
encantamento com esta natureza seria contribuir para reconhecer nos processos
naturais a natureza divina expressa na sua perfeição e que está presente dentro e fora
de si mesmo.
BRINCAR COM A TERRA – 1.º TEMA
Os brinquedos da Terra estimulam a imaginação da criança que é curiosa por
conhecer o interior das coisas, o oculto da natureza. São elementos de estruturação
social.
Ajuda a explorar: o tato, a observação, a criatividade e a criação de brinquedos
que imitam a vida em sociedade.
Experiência:
A brincadeira cantada utilizara a música "A árvore na montanha" onde iremos
encenar, explorar e procurar identificar no parque os elementos naturais apresentados
na música, tais como: árvore, ramo, ninho, ovo, pássaro, pena e fruta.
Será realizado um trajeto com as crianças para recolha de elementos naturais
"brinquedos do chão" com uma cestinha de vime, onde as crianças colocavam as folhas,
ramos, sementes e outros elementos encontrados no espaço do parque.
Após a recolha dos elementos naturais as crianças irão criar um brinquedo
enfeitando a cestinha, ou construindo algo usando os elementos naturais.
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BRINCAR COM O FOGO – 2.º TEMA
Fogo é mobilidade, dinamismo e renovação. Os brinquedos ligados ao fogo
remetem ao uso de muita energia. O fogo é ultravivo, ele aquece, acolhe, ilumina,
provocando intimidade e aproximação entre pessoas.
Experiência:
Iniciaremos as atividades no ponto mais alto do Parque, onde iremos observar
no céu o sol, mesmo que esteja escondido entre as nuvens. Conversaremos sobre o
calor do sol e como ele aquece o nosso corpo, usando as mãos para sentir o calor que
podemos produzir, e como esse calor pode ser um aconchego e um carinho. Neste
momento, iremos estimular as crianças a encostarem-se ao rosto do colega após
produzir o calor friccionando as mãos e fazendo assim um toque quentinho de carinho.
É também proposto à criança, brincar de apanhar a sombra, ao observar que o
sol projeta no chão a sombra do nosso corpo, cada criança que tinha a sua sombra
apanhada pelo colega, tinha de ficar agachada até todos serem apanhados. O objetivo
é finalizar a atividade observando o calor do próprio corpo e como o mesmo poderá ser
portador de um abraço quentinho entre os colegas, e assim, termos um momento de
afeto e carinho entre todos compartilhando o calor humano que aquece e vincula os
seres, ajustando o descansar à sombra de uma árvore.
BRINCAR COM O AR – 3.º ATIVIDADES
O Ar é movimento, leveza e expansão. Quando a criança brinca com o ar, o
corpo e a alma, ampliam-se e a imaginação é ativada.
Experiência:
18. 18
Vamos iniciar as atividades observando o balanço das árvores, o movimento das
nuvens e comoem toda a natureza podíamos observar o ar no movimento, na sua forma
mais visível, o vento. Realizaremos uma prática de respiração infantil usando uma
imagem mental de cheirar a florzinha e soprar a vela, e assim, faremos uma respiração
pausada e repetida em 5 vezes.
Vamos construir um brinquedo chamado moinho das cores, onde iremos usar
jornal e papel crepe, e com movimentos circulares brincaremos com o ar, vendo o
colorido do papel fazer lindos desenhos no ar.
Nesta atividade, será preciso realizar uma breve explicação sobre o poder do ar
que respiramos e como é importante o preservarmos. Ficou muito claro que esta
atividade contribuiu para aumentar o nível de participação e concentração,além é claro,
da alegria e tranquilidade que o ambiente natural traz para a convivência entre as
crianças.
BRINCAR COM A ÁGUA – 4.º ATIVIDADE
Água é fluidez, entrega, limpeza e vitalidade. As brincadeiras com a água
proporcionam o relaxamento do corpo rígido que necessita de leveza para fluir.
Experiência:
Na atividade da água iniciaremos com a atividade de bolas de sabão gigante.
Faremos na sequência, uma atividade com um balão de água que estoura dentro de um
boneco em formato de árvore das patacas com um temporizador e que ao passar pelas
crianças chegará o momento que irá rebentar o balão e molhar as pernas ou pés de
algumas delas. Será também proposto às crianças,a construçãode cabanas com canas
e barcos com paus.
Terminado o programa de atividades, optaremos por celebrar o dia das crianças
no parque com um pequeno piquenique e uma corrida de sacos.
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Conclusão das atividades
Com o programa de atividades apresentado, esperamos atingir os
objetivos propostos. Tais como, uma melhora significativa no desenvolvimento
motor das crianças menores, esperando que durante a caminhada até o parque
não estejam mais dependentes de colo e consigam chegar ao parque a andar
com autonomia e energia.
Espera-se que o contato com os diversos materiais e texturas também
enriqueça o desenvolvimento do tato e amplie o vocabulário das crianças em
relação aos elementos naturais.
Temos consciência que no início do projeto será mais difícil conseguir um
controle das crianças pois elas querem explorar ao máximo o espaço e acabam
por se dispersar para lugares mais distantes e isso exige de todas uma maior
atenção, mas com o tempo e a informação transmitida, as crianças vão se
apercebendo do espaço e percebendo os limites naturais para a sua segurança.
As atividades propostas, pela sua consistência e duração ao longo do
tempo, terão resultados significativos ao nível da gestão emocional,
autoconfiança, capacidade de cooperação e indicadores de saúde física. Tudo
isto, num ambiente natural, que promove a exploração e a descoberta.
Conclusão final
Ao apostar num desenvolvimento integral das crianças, consegue-se assim que
estas se tornem adultos resilientes, confiantes, independentes e ativos, com um forte
desenvolvimento físico, social, cognitivo, linguístico, emocional e social. Além disso, a
criação de oportunidades para que as crianças possam assumir riscos permite o
desenvolvimento da sua motivação inata e de atitudes positivas, recorrendo a
ferramentas apropriadas.
Concluímos assim, que a exposição das crianças aos elementos da natureza, é
um verdadeiro acelerador do seu desenvolvimento cognitivo, dado que o sistema
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neurológico das crianças, foi desenhado para procurar todos os contributos sensoriais
de que precisa para se tornar um adulto forte e capaz a todos os níveis.
Com a introdução das atividades programadas, as crianças constroem uma
grande biblioteca de conhecimentosobre o mundo natural e desenvolvem competências
várias, obtendo o reconhecimento da mudança à sua volta.
E à medida que estas sinapses se vão desencadeando, a criança vai-se
desenvolvendo em várias esferas, na motricidade, na socialização, no
autoconhecimento, na linguagem, na criatividade, na resolução de problemas e na
aprendizagem.
É também por isto que as crianças precisam de subir árvores, saltar, correr,
pendurar-se, gritar, imitar e saltar em poças de água. Tudo isto é absolutamente natural
e necessário para encorajar o seu desenvolvimento cognitivo.
Acabamos por concluir que os recreios mais naturais podem ser fundamentais
para a saúde das crianças,inclusive que, acrescentarbiodiversidade aos jardins infantis,
com elementos naturais verdes, deixar as crianças brincar com a terra, seria um enorme
avanço para a construção do futuro adulto, como por exemplo, envolver as crianças a
plantar e cuidar de plantas, explorar a natureza e outras atividades educativas
ambientais na natureza.
Bibliografia
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https://www.escolalafora.pt/pt/quem-somos/
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criancas/noticias/carlos-neto-avalia-autonomia-criancas