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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Curso de Engenharia de Produção
CARLOS JORGE DOS SANTOS JUNIOR
ANÁLISE ESTRATÉGICA DO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM
PROJETO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
RIO DE JANEIRO
2014
ii
UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA
Carlos Jorge dos Santos Junior
ANÁLISE ESTRATÉGICA DO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROJETO
DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ÁREA: Ensino de Engenharia de Produção
SUBÁREA: Estratégia e Organizações
TEMA: Mestrado Profissional em Engenharia de Produção
Trabalho de conclusão do curso de Engenharia de
Produção apresentado como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Engenharia de
Produção pela Universidade Veiga de Almeida.
Orientador: Alexandre Camacho da Paixão
RIO DE JANEIRO
2014
iii
“O princípio da sabedoria é: Adquire a
sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire
o entendimento.”
Provérbio de Salomão
iv
Dedico este trabalho a minha família, meus pais
Vera e Carlos e meus irmãos Rodrigo e Daniel,
que foram as fontes de carinho e apoio que me
fizeram chegar até este momento.
v
AGRADECIMENTOS
Ao Senhor Deus pelo dom da vida e pelas oportunidades concedidas, também pela
clara direção de cursar Engenharia.
Agradeço a minha família, que em todo tempo apoiou as minhas decisões e acreditou
no meu sucesso.
Agradeço aos professores e em especial ao professor Alexandre, pelos ensinamentos e
orientações que foram dados durante o curso.
Por fim agradeço aos meus amigos, que estiveram ao meu lado neste ciclo acadêmico
e profissional, todos ficarão para sempre no meu coração.
vi
RESUMO
O presente trabalho apresentará as leis e normas que regulam os cursos de mestrado
profissional e o processo de avaliação dos cursos de mestrado profissional na Capes,
juntamente com as ferramentas de analises estratégicas e de implementação de projetos.
Para o estudo de caso serão apresentadas linhas de pesquisa para um curso de
mestrado profissional em engenharia de produção que são diferenciadas dos demais cursos
existentes no mercado, também serão analisados os fatores estratégicos que demonstram a
diferenciação do respectivo curso. Por fim será apresentada uma análise do processo de
implementação de um curso de mestrado profissional na Capes e suas exigências, que serão
demonstradas na forma de um escopo de projeto de acordo com as boas práticas de
gerenciamento de projetos referenciadas pelo PMI (Project Management Institute).
Palavras-Chaves: mestrado profissional, engenharia de produção, estratégia.
vii
ABSTRACT
The aim of the current essay will show the laws and rules whose regulate over the masters
professional courses and the evaluation process of masters professional courses at Capes,
along with strategic analysis tools and project implementation.
For the case study research lines is going to be presented for a professional masters
degree in production engineering, which will be differentiated the other already existing
courses in the market, also will be analyzed the strategic factors that demonstrate the
differentiation of this course. Finally, will be presented an analysis of the implementation
process of a professional masters course at Capes and its requirements, which are going to be
demonstrated in the form of a scope project in accordance with the best practice project
management referenced by the PMI’s (Project Management Institute).
Keywords: professional masters degree, production engineering, strategy
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Sistema Brasileiro de Educação Superior, p.30.
Figura 2 – Sistema Brasileiro de Educação Superior Sugestão PNPG, p.34.
Figura 3 – Processo de Apresentação e Avaliação de Mestrado Profissional, p.38.
Figura 4 – As cinco forças competitivas de Porter, p.41.
Figura 5 – Matriz BCG, p.44.
Figura 6 – Grupos de Processos, p.46.
Figura 7 – Áreas do Conhecimento, p.47.
Figura 8 – Processos de Gerenciamento de Escopo, p.48.
Figura 9 – Grupos de Processo versus Processo de Gerenciamento de Escopo, p.49.
Figura 10 – Linhas de pesquisa do Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, p.51.
Figura 11 – Notas x Resultados das Forças Competitivas, p.53.
Figura 12 – Nota e Análise de Novos Entrantes, p.53.
Figura 13 – Nota e Análise de Produtos Substitutos, p.53.
Figura 14 – Nota e Análise do Poder de Negociação dos Fornecedores, p.53.
Figura 15 – Nota e Análise do Poder de Barganha dos Clientes, p.53.
Figura 16 – Nota e Análise da Concorrência, p.54.
Figura 17 – Matriz BCG do Mestrado Profissional, p.56.
ix
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Crescimento dos mestrados profissionais entre os anos de 2004-2009, p.32.
x
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos, p.23.
Gráfico 2 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Tipo de Recurso, p.23.
Gráfico 3 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Língua Inglesa, p.24.
Gráfico 4 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Tipo de Recurso – Língua
Inglesa, p.24.
Gráfico 5 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos, p.25.
Gráfico 6 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Tipo de Recurso, p.25.
Gráfico 7 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Língua Inglesa, p.26.
Gráfico 8 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Língua Inglesa – Tipo
de Recurso, p.26.
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABEPRO – Associação Brasileira de Engenharia de Produção
APCN – Aplicativo para Propostas de Cursos Novos
BCG – Boston Consulting Group
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa
CTC-ES – Conselho Tecnico-Científico da Educação Superior
EAP – Estrutura Analítica de Projeto
FEI – Faculdade de Engenharia Industrial
IBMEC – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais
IES – Instituição de Ensino Superior
IGC – Índice Geral de Cursos
INEP – Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais
ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica
MBA – Master in Business Administration
MEC – Ministério da Educação
PMI – Project Management Institute
PMBoK – Project Management Body of Knowledge
PNE – Plano Nacional de Educação
PNPG – Plano Nacional de Pós-Graduação
POLI-USP – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
PUC – Pontifícia Universidade Católica
SNPG – Sistema Nacional de Pós-Graduação
SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
USP – Universidade de São Paulo
VPL – Valor Presente Líquido
xii
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14
1.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA .................................................................. 15
1.2 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 15
1.3 OBJETIVO ESPECÍFICOS .......................................................................... 15
1.4 JUSTIFICATIVA.......................................................................................... 16
1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .................................................................... 16
1.6 METODOLOGIA ......................................................................................... 17
1.6.1 Introdução.......................................................................................... 17
1.6.2 Tipo de pesquisa ................................................................................ 17
1.6.3 Universo e amostra ............................................................................ 17
1.6.4 Seleção dos sujeitos ........................................................................... 18
1.6.5 Coleta de dados.................................................................................. 18
1.6.6 Tratamento dos dados ........................................................................ 18
1.6.7 Limitações do método........................................................................ 18
1.7 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ............................. 18
1.8 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................... 19
1.8.1 Revisão histórica do assunto .............................................................. 19
1.8.2 Descrição dos principais autores ........................................................ 21
1.8.3 Referencial teórico............................................................................. 22
1.8.4 Bibliometria....................................................................................... 22
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................. 28
2.1 MESTRADO PROFISSIONAL .................................................................... 28
2.2 PLANO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO (PNPG) ............................. 30
2.3 ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS................................................................. 34
2.3.1 MEC: Ministério da Educação ........................................................... 34
2.3.2 CAPES .............................................................................................. 35
2.3.2.1 Apresentação e Avaliação de Mestrado Profissional ............. 36
2.4 ESTRATÉGIA.............................................................................................. 38
2.4.1 Histórico............................................................................................ 38
2.4.2 A Contribuição de Michael Porter...................................................... 40
2.4.2.1 Análise Estrutural de Indústrias ............................................ 40
2.4.2.2 Estratégias Competitivas Genéricas ...................................... 42
2.4.2.3 Produtos Complementares .................................................... 42
2.4.3 Ferramenta de Análise Estratégica ..................................................... 43
2.4.3.1 BCG: Matriz de Crescimento-Participação ........................... 43
xiii
2.5 PROJETO E GERENCIAMENTO DE PROJETOS ...................................... 44
2.5.1 Definições de Projeto......................................................................... 44
2.5.2 Gerenciamento de Projetos................................................................. 45
2.5.3 O Guia PMBoK ................................................................................. 46
2.5.3.1 Gerenciamento do Escopo do Projeto ................................... 47
3 ESTUDO DE CASO ..................................................................................... 50
3.1 LINHAS DE PESQUISA PROPOSTAS ....................................................... 50
3.2 ANÁLISE ESTRATÉGICA DO CURSO PROPOSTO................................. 52
3.2.1 Análise estrutural de indústrias – As cinco forças de Porter................ 53
3.2.2 Matriz de Crescimento-participação - BCG........................................ 55
3.3 PROJETO DE APRESENTAÇÃO NA CAPES ............................................ 56
3.3.1 Definir Escopo................................................................................... 56
3.3.2 Criar EAP – Estrutura Analítica de Projeto......................................... 57
2.5.3.1 Dicionário da EAP................................................................ 57
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 61
4.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................... 62
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 63
APÊNDICE
14
1 INTRODUÇÃO
A Engenharia de Produção surgiu no início do século XX, com a publicação dos
estudos de Frederick Taylor, intitulados Princípios da Administração Científica, que tinha
como objetivo diminuir os desperdícios de tempo, recursos e esforços dos trabalhadores. O
trabalho de Taylor estabeleceu as bases para a Engenharia Industrial, nos Estados Unidos, ou
Engenharia de Produção, na Inglaterra.
Mais tarde, Henry Ford além de colocar em prática os conceitos de Taylor, ampliou a
visão da administração científica ao ser o primeiro a produzir automóveis em grande volume e
baixo preço, utilizando linha de montagem.
Na década de 1950 os japoneses realizaram avanços na gestão da produção, através da
produção enxuta e conceitos de qualidade executados na Toyota.
Segundo a ABEPRO (2012), os primeiros cursos de Engenharia de Produção no Brasil
surgiram na década de 1950, onde eram disciplinas específicas ou habilitação da Engenharia
Mecânica. Já na década de 1960 foram criados os primeiros cursos de graduação em
Engenharia de Produção na Universidade de São Paulo (USP) e na Faculdade de Engenharia
Industrial (FEI), também foram criados os primeiros mestrados em Engenharia de Produção
na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e na Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ).
Nesta atual conjuntura da educação superior brasileira, que segundo o INEP (2014),
nos últimos anos está dando oportunidade e alcançando um número maior de pessoas, os
mestrados profissionais tem se apresentado como uma alternativa viável para que pessoas
venham a ingressar na área acadêmica utilizando suas experiências profissionais aliadas ao
pensamento científico, analisando fenômenos, propondo e executando soluções, que visam
inovar os processos e gerar valor as organizações, atendendo as áreas vinculadas ao mundo do
trabalho e ao sistema produtivo.
Conforme atualização pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior) em Março de 2014, existiam 581 cursos de Mestrado Profissional
reconhecidos e recomendados pelo respectivo órgão no Brasil, sendo 13 cursos na área de
Engenharia de Produção.
Segundo o Índice Geral de Cursos (IGC) que é o principal indicador de qualidade do
Ministério da Educação (INEP, 2013), das cinco melhores universidades do Brasil, que
possuem os melhores índices de IGC, quatro universidades possuem na sua grade cursos de
Mestrado em Engenharia de Produção ou em áreas das demais Engenharias, Administração e
Economia que abordam em suas linhas de pesquisa temas que são correlatos com a
Engenharia de Produção, a única universidade que não possui Mestrado, possui programa de
Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Sendo assim, infere-se que as universidades de
boa avaliação nos indicadores do MEC investem em programas de pós-graduação e/ou
mestrado profissional, consequentemente também é um diferencial no mercado para as
instituições de ensino superior, pois podem incluir em seus cursos linhas de pesquisa
diferenciadas das demais universidades, que aproximam a academia das empresas fornecendo
subsídios para resolução de problemas complexos no contexto produtivo, outra oportunidade
15
é a formação pedagógica de docentes, sendo esse um forte diferencial competitivo uma vez
que a IES precisará buscar poucos profissionais no mercado para atender as suas demandas,
porque estará formando e preparando os seus próprios profissionais.
Este trabalho monográfico apresenta os fatores estratégicos, os participantes, as
questões e as dificuldades que interferem para a implantação de um curso de Mestrado
Profissional em Engenharia de Produção e tem o objetivo de propor um projeto de
implantação do respectivo curso, o projeto será orientado pelo Guia do Conjunto de
Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos – PMBOK (2013).
1.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA
A implantação de um curso de mestrado profissional envolve diversos fatores, que
podem impactar viabilizando ou inviabilizando a implantação do curso, estes fatores são
influenciados pelo mercado, pelos órgãos reguladores, pelos concorrentes, pelos
consumidores e até mesmo pela própria universidade que propõe o curso. Dado estas
informações faz-se a seguinte pergunta:
Quais os fatores estratégicos atrelados a uma Instituição de Nível Superior, na
implementação de um Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, com adoção de
linhas de pesquisa diferenciadas do ofertado hoje pelo mercado de instituições públicas e
privadas?
Pretende-se com essa pesquisa, a observação dos processos de implementação,
exigências legais, diretrizes acadêmicas, técnico-científicas e do processo do negócio, para
que seja possível estimar os ganhos estratégicos da implementação de um mestrado.
1.2 OBJETIVO GERAL
O objetivo geral deste trabalho monográfico é realizar um estudo detalhado dos fatores
estratégicos que impactam e interferem na implantação de um curso de Mestrado Profissional
de Engenharia de Produção, e propor um projeto de implantação do respectivo curso, como
base para este processo de implantação será utilizado o Guia do Conjunto de Conhecimentos
em Gerenciamento de Projetos – PMBOK (2013).
1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO
Entregar uma análise detalhada dos fatores estratégicos que interferem na implantação
de um curso de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, que são:
a) Estratégia de uma instituição e linhas de pesquisa: Estudo das premissas
estratégicas que são necessárias em uma IES que deseja implementar um mestrado
profissional e suas respectivas linhas de pesquisa;
b) Exigências legais (leis e diretrizes): Análise das leis e diretrizes básicas para mestrado
profissional e do PNPG (Plano Nacional de Pós-Graduação);
16
c) Exigências técnico-científicas: Análise dos critérios e parâmetros técnico-científicos
exigidos pela Capes;
d) Exigências de recursos humanos: Análise dos critérios e parâmetros de recursos
humanos exigidos pela Capes;
e) Exigências de instalações físicas: Análise dos critérios e parâmetros de instalações
físicas exigidas pela Capes;
f) Proposta de projeto de implementação: Propor um projeto de implantação do
respectivo curso, utilizando como base o Guia do Conjunto de Conhecimentos em
Gerenciamento de Projetos – PMBOK (2013).
1.4 JUSTIFICATIVA
O estudo científico aprofundado de sistemas educacionais é importante aliado no
mundo competitivo atual, onde empresas, governos, instituições e pessoas competem e
buscam se superar a cada dia, com objetivo de melhores resultados, prêmios, lucros,
crescimento e satisfação pessoal. Os sistemas educacionais de nível superior, sejam eles de
graduação ou pós-graduação, podem ser considerados a força motriz da criação, inovação e
geração de ideias e propostas para as organizações em geral.
As instituições brasileiras de nível superior, que possuem tanto cursos de graduação
como pós-graduação, sejam elas privadas ou públicas, necessitam de subsídios para elaborar o
planejamento estratégico de seus cursos, departamentos e/ou campus, onde são necessárias
diversas informações organizadas e integradas, de cunho técnico, econômico, sociais e
geográficos; que são relevantes e servem de auxilio na tomada de decisão estratégica de tais
instituições e organizações.
Na atual sociedade brasileira, que necessita de crescimento econômico, social e
cultural, os cursos e sistemas de graduação e pós-graduação favorecem e influenciam nos
indicadores de crescimento econômico, social e cultural, de modo que as pessoas que
possuem acesso a estes sistemas possuem maior chance de crescimento econômico, social e
cultural. Este crescimento pode ser estendido às famílias e/ou meio no qual estas pessoas
interagem.
Para o meio acadêmico o estudo dos sistemas educacionais traz principalmente uma
visão interior dos seus próprios processos, fatores, meios, ferramentas e objetivos. Sendo de
importante relevância para a oxigenação dos processos que fazem parte do meio acadêmico,
as análises, os estudos, as ferramentas e principalmente as metodologias e objetivos podem
ser melhorados.
Em nível pessoal, o estudo dos sistemas educacionais afeta o meio no qual o aluno e
pesquisador interage, trazendo conhecimento científico, experiência acadêmica, crescimento
cultural e social e satisfação pessoal. Sendo assim de extrema relevância para o crescimento
pessoal e acadêmico do aluno e pesquisador.
1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
17
Não é escopo deste estudo as demais modalidades de ensino, bem como os demais
cursos.
1.6 METODOLOGIA
1.6.1 Introdução
A origem da metodologia científica se dá a partir da necessidade do ser humano obter
o conhecimento científico, segundo LAKATOS (2011, p.44) “não há ciência sem o emprego
de métodos científicos” e (2011, p.46) “O método é o conjunto das atividades sistemáticas e
racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos
válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as
decisões do cientista”.
A partir desta relação esta pesquisa utilizará o método hipotético-dedutivo e será
baseada na metodologia de VERGARA (2007), para obter o resultado final que é o
conhecimento científico.
Conforme LAKATOS (2011, p. 20-21) o “conhecimento científico é real (factual)
porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda forma de existência que se manifesta
de algum modo. Constitui um conhecimento contingente [...], sistemático [...], verificável [...],
falível [...] e aproximadamente exato”.
1.6.2 Tipo de pesquisa
Para definição da pesquisa, será utilizada a classificação apresentada por VERGARA
(2007), que propõe os critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios.
Quanto aos fins, a pesquisa é definida como descritiva e explicativa, pois pretende
descrever e explicar conceitos e definições de educação superior, mestrado profissional,
estratégia e projeto. Também é definida como aplicada, porque tem finalidade prática
propondo uma solução para o problema descrito.
Quantos aos meios, a pesquisa será documental, bibliográfica. Documental porque se
valerá de documentos do MEC, da CAPES e da legislação Brasileira. Bibliográfica porque
tem fundamentação teórica de livros, periódicos, dissertações, artigos e da Internet.
1.6.3 Universo e amostra
Conforme VERGARA (2011, p.46), universo ou população de uma pesquisa é “um
conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as
características que serão objeto de estudo”. Amostra é “uma parte do universo (população)
escolhida segundo algum critério de representatividade”.
O universo da pesquisa de campo são as universidades da cidade do Rio de Janeiro.
18
A amostra da pesquisa são as universidades que possuem na sua grade de cursos
mestrado profissional em engenharia de produção e/ou em áreas concomitantes. Esta
amostragem é representativa, não probabilística e foi escolhida pelo critério da tipicidade.
1.6.4 Seleção dos sujeitos
Os sujeitos da pesquisa são as universidades que possuem na sua grade de cursos
mestrado profissional em engenharia de produção e/ou em áreas concomitantes, que forem
selecionadas pelo pesquisador e que informam suas linhas de pesquisa nos seus sites da
Internet.
1.6.5 Coleta de dados
A coleta de dados será realizada através de pesquisa bibliográfica em livros,
periódicos, dissertações, artigos e da Internet e serão realizadas pesquisas documentais nos
arquivos do MEC, da CAPES e na legislação Brasileira. Como resultado desta pesquisa,
pretende-se compreender os fatores estratégicos que impactam e interferem na implantação de
um curso de Mestrado Profissional de Engenharia de Produção.
1.6.6 Tratamento dos dados
O tratamento dos dados será realizado de forma combinada, onde a pesquisa
bibliográfica e documental será tratada de forma qualitativa. Através deste tratamento será
possível concluir o objetivo da pesquisa.
1.6.7 Limitações do método
Segundo VERGARA (2011, p.59) “Todo método tem possibilidades e limitações. [...]
mas que ainda assim o justificam como o mais adequado aos propósitos da investigação”. A
partir desta definição são apresentadas as limitações do método utilizado.
A pesquisa bibliográfica e documental possui limitação com relação à subjetividade do
próprio pesquisador, que está sujeito a influenciar em sua própria interpretação.
1.7 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO
Este trabalho monográfico será apresentado em quatro capítulos, conforme a descrição
abaixo:
1º Capitulo:
O primeiro capítulo apresenta uma introdução a respeito da engenharia de produção,
dos cursos superiores e dos cursos superiores de engenharia de produção. Também é abordado
19
o problema que é a necessidade de cursos de mestrado profissional em engenharia de
produção, este problema serve de motivação para a formulação do problema para o caso
proposto, ainda no primeiro capítulo são apresentados os objetivos geral e específico da
pesquisa juntamente com a justificativa, a delimitação do estudo, a metodologia adotada, a
estrutura de apresentação do trabalho e a revisão da literatura.
2º Capitulo;
O segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica que norteia a pesquisa proposta
por este trabalho monográfico. Define e apresenta o panorama atual das principais teorias e
conteúdos que serão utilizados no estudo, referenciando a autores, normas, leis e diretrizes.
3º Capitulo;
No terceiro capítulo será descrito o estudo de caso proposto por este trabalho
monográfico, onde serão apresentadas as análises estratégicas e as linhas de pesquisa, as
exigências, o processo legal e a proposta de projeto de implantação do curso de mestrado
profissional em engenharia de produção.
4º Capitulo:
O quarto capítulo apresenta as considerações finais do autor e as sugestões para
pesquisas de trabalhos futuros.
1.8 REVISÃO DA LITERATURA
1.8.1 Revisão histórica do assunto
Segundo SOUZA (2004) apud KAULING (2010, p.3), a Educação Superior pode ser
caracterizada como “uma Instituição Social estável e duradoura, concebida a partir de normas
e valores da sociedade, tendo como principal objetivo formar a elite intelectual e científica da
sociedade a que serve”.
Conforme TRINDADE (2000) apud SANTOS e CERQUEIRA (2009, p.2), a respeito
da instituição universitária, é possível identificar quatro períodos:
Do século XII até o Renascentismo, caracterizado como período da invenção da
universidade em plena Idade Média em que se constituiu o modelo da universidade
tradicional, a partir das experiências precursoras de Paris e Bolonha, da sua
implantação em todo o território europeu sob a proteção da Igreja.
No século XV, época em que a universidade renascentista recebe o impacto das
transformações comerciais do capitalismo e do humanismo literário e artístico, mas
sofre também os efeitos da Reforma e da Contra-Reforma.
A partir do século XVII, período marcado por descobertas científicas em vários
campos do saber, e do Iluminismo do XVIII, a universidade começou a se
institucionalizar a ciência.
20
No século XIX, implantou-se a universidade estatal moderna, e essa etapa, que se
desdobra até os nossos dias, introduz uma nova relação entre Estado e universidade.
Ainda segundo SANTOS e CERQUEIRA (2009, p.2), o ensino superior nas Américas,
diferentemente do que ocorreu no Brasil, colonizado pelos portugueses, em suas colônias, os
espanhóis transplantaram para o Caribe, já no início do século XVI, a primeira universidade
em Santo Domingo inspirada no modelo de Salamanca e até fins do século XVII se constituiu
uma rede de mais de uma dezena de instituições públicas e católicas. Já as colônias norte-
americanas da costa-leste, adotaram o modelo das universidades inglesas.
Segundo SCHLEMPER (1989) apud KAULING (2010), as primeiras instituições de
ensino superior no Brasil foram estabelecidas em 1808, com a chegada da família real
portuguesa, estas ainda não possuíam status e/ou estabelecimento jurídico de universidades.
Os primeiros cursos superiores no Brasil surgiram da criação das escolas médicas-
cirúrgicas da Bahia e do Rio de Janeiro, a Universidade do Rio de Janeiro foi a primeira
faculdade instituída no país, que adotava um modelo autônomo com objetivo somente de
formar profissionais para as carreiras liberais: advogados, engenheiros e médicos, para
atender as necessidades governamentais e da elite local.
Segundo SANTOS e CERQUEIRA (2009), entre 1808 e a década de 1920, após a
proclamação da república houve um aumento significante nas universidades no Brasil, mas o
modelo adotado era bipolarizado entre as instituições católicas e as instituições públicas.
A partir da década de 1920 houve a industrialização no país, que trouxe
transformações econômicas, culturais e urbanas, onde também houve uma proposta de
reformar o ensino superior como um todo, com o objetivo de desenvolver a pesquisa no país,
segundo SANTOS e CERQUEIRA (2009, p. 4) “o que se propunha era bem mais que a
simples criação de uma universidade: era a ampla reforma de todo o sistema de ensino
superior, substituindo as escolas autônomas por grandes universidades, com espaço para o
desenvolvimento das ciências básicas e pesquisas”.
Neste contexto é que surgiram os cursos de Engenharia e um pouco mais tarde os
cursos de Engenharia de Produção, segundo OLIVEIRA (2005, p.1) “a modalidade de curso
de engenharia denominada de Engenharia de Produção é relativamente recente se comparada
com as demais engenharias, especialmente a Engenharia Civil [...] a Engenharia de Produção
tem sua origem no país quando a Escola Politécnica aprovou os cursos de Engenharia de
Produção e Complemento de Organização Industrial como disciplinas do curso de
doutoramento”, ou seja, a Engenharia de Produção surgiu como especializações das demais
engenharias.
Ainda segundo LEME (1983) apud OLIVEIRA (2005, p.2), “o sucesso dos cursos,
frequentado por várias dezenas de engenheiros, convence a congregação que a nova área
estava sendo bastante solicitada no mercado de trabalho, fazendo com que em 1958 esta
aprovasse a instalação, em nível de graduação, do curso de Engenharia de Produção como
opção da Engenharia Mecânica”. Ainda segundo o mesmo autor, o ITA, a POLI/USP e a FEI
implantaram habilitações em Produção e a UFRJ e a PUC-Rio passaram a ter disciplinas de
Produção em seus cursos de Pós-Graduação em engenharia.
21
Na década de 70 que foram criados os dois primeiros cursos de Engenharia de
Produção, na UFRJ e na USP de São Carlos/SP, a partir daí houve um aumento no número de
cursos oferecidos até a data de hoje.
Segundo a ABEPRO (2010, p. 1), a origem mais remota da Engenharia de Produção se
dá “no início da produção de mercadorias, onde o artesão desenvolvia todas as fases
produtivas, desde a concepção e a criação do produto, até sua execução final [...]ocorre
quando esse artesão além de produzir preocupou-se em organizar, integrar, mecanizar,
mensurar e aprimorar a produção”.
Segundo BATALHA (2008, p. 4 e 5), a respeito da origem mais recente da Engenharia
de Produção:
A Engenharia de Produção começou, há mais de um século, com uma concepção de
racionalidade econômica aplicada aos sistemas de produção [...] Taylor é
reconhecidamente o precursor da Engenharia de Produção, tendo publicado, em
1911, o livro Princípios da administração científica. [...] O método que Taylor
utilizava, e propalava ser científico, consistia em identificar uma atividade de
produção, seu início, seu final e as atividades constituintes. Em seguida, dissecava as
atividades em atividades elementares, e media o tempo necessário para cada
atividade elementar. Depois remontava a atividade do início ao final, de forma que o
tempo total para a sua execução fosse minimizado. Essa ideia de gênio para a época
[...] teve uma enorme repercussão no plano empresarial, mudando a lógica da
organização da indústria e estabelecendo as bases para a construção de uma área do
conhecimento chamada Engenharia Industrial (Industrial Engineering para os
americanos) ou Engenharia de Produção (Production Engineering para os Ingleses).
Segundo MOREIRA (2008, p. 262);
O projeto do trabalho recebeu grande influência de duas diferentes correntes de
pensamento, baseadas em duas concepções do homem em si e quase que
radicalmente opostas. De um lado temos a corrente mecanicista ou objetiva,
inspirada nos trabalhos do engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor e de
seus seguidores [...] esse é um movimento de racionalização do trabalho, tendo
como princípio uma adequação perfeita entre o homem e a máquina. De outro lado
temos a corrente comportamental ou humanista, que nasceu como uma reação ao
movimento de relações humanas, a partir dos trabalhos de George Elton Mayo [...].
Hoje em dia, o moderno projeto do trabalho não só incorpora conceitos e
ensinamentos de ambos os movimentos, como também se abriu a ideias novas, que
vão além das duas correntes originais.
Ainda segundo BATALHA (2008, p. 5) “a proposta de Taylor foi colocada em prática
por Henry Ford, ao produzir automóveis em Detroit. [...] Ford foi o primeiro a produzir
automóveis em grande volume e baixo preço, colocando no mercado um produto de acordo
com as expectativas e os recursos dos consumidores”.
1.8.2 Descrição dos principais autores
22
Para referenciar e definir o estudo da estratégia da instituição e os aspectos
concorrenciais serão utilizados alguns conceitos publicados nas obras de Michael Porter,
Estratégia Competitiva e Vantagem Competitiva, em conjunto com os conceitos publicados
na obra de Henry Mintzberg, Safári de Estratégia, por fim a estratégia será pautada pela
publicação de Débora Dias Gomes, MBA Educação Gestão Estratégica na Escola que
Aprende.
As exigências legais serão definidas e referenciadas pela lei das diretrizes básicas da
educação superior, com o Plano Nacional de Educação e o Plano Nacional de Pós-Graduação.
O processo de análise de novos cursos de mestrado profissional da CAPES será o
referencial teórico que será utilizado para nortear o estudo das exigências de recursos técnico-
científicas, humanas e de instalações físicas.
As obras publicadas por Harold Kerzner, Gestão de Projetos as Melhores Práticas, e
do Project Management Institute, serão utilizadas com referencial teórico para a proposta de
projeto de implantação do curso de mestrado profissional.
1.8.3 Referencial teórico
a) Ensino superior de engenharia de produção;
b) Mestrado profissional;
c) Estratégia e organização;
d) Gerenciamento de projetos;
1.8.4 Bibliometria
Para estudo do estado da arte, foi realizada pesquisa no site do portal Periódicos
CAPES, onde as palavras-chaves utilizadas foram “ensino de engenharia de produção” na
língua portuguesa e “engineering production education” na língua inglesa, o motivo da
escolha destas palavras-chaves é o tema da linha de pesquisa descrita no Projeto Pedagógico
do Curso (p. 79).
Inicialmente foi realizada a pesquisa simples, no qual enumera todos os materiais
disponíveis no portal no decorrer dos anos, em língua portuguesa foram encontrados 329
materiais, e em língua inglesa foram encontrados 95341 materiais.
23
Gráfico 1 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos
Fonte: CAPES/2014
O gráfico 1 detalha o total de materiais encontrados em língua portuguesa ao longo
dos últimos anos, a maior parte foi publicada a partir de 2007.
Gráfico 2 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Tipo de Recurso
Fonte: CAPES/2014
O gráfico 2 detalha o total de materiais encontrados em língua portuguesa,
classificados por tipo de recurso, a maioria são artigos.
24
Gráfico 3 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Língua Inglesa
Fonte: CAPES/2014
O gráfico 3 detalha o total de materiais encontrados em língua inglesa ao longo dos
últimos anos.
Gráfico 4 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Tipo de Recurso – Língua Inglesa
Fonte: CAPES/2014
O gráfico 4 detalha o total de materiais encontrados em língua inglesa, classificados
por tipo de recurso, a maioria são artigos.
25
Após foi realizada a pesquisa avançada, no qual enumera todos os materiais
disponíveis no portal nos últimos 10 anos (2004 até 2014), em língua portuguesa foram
encontrados 318 materiais e em língua inglesa foram encontrados 47821 materiais.
Gráfico 5 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos
Fonte: CAPES/2014
O gráfico 5 detalha todos os materiais disponíveis em língua portuguesa nos últimos
10 anos, neste caso a maioria também foi publicada a partir de 2007.
Gráfico 6 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Tipo de Recurso
Fonte: CAPES/2014
26
O gráfico 6 detalha todos os materiais disponíveis em língua portuguesa nos últimos
10 anos, classificados por tipo de recurso, neste caso a maioria são artigos.
Gráfico 7 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Língua Inglesa
Fonte: CAPES/2014
O gráfico 7 detalha todos os materiais disponíveis em língua inglesa nos últimos 10 anos.
Gráfico 8 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Língua Inglesa – Tipo de
Recurso
Fonte: CAPES/2014
27
O gráfico 8 detalha todos os materiais disponíveis em língua inglesa nos últimos 10
anos, classificados por tipo de recurso, a maioria são artigos.
28
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 MESTRADO PROFISSIONAL
Através da Portaria Normativa nº 17, de 28 de Dezembro de 2009, do Ministério da
Educação, é realizada a disposição do Mestrado Profissional no âmbito da Fundação
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), segundo o artigo 1º
da Portaria Normativa nº 17, de 28 de Dezembro de 2009, a CAPES regulará a oferta de
programas de mestrado profissional mediante chamadas públicas e avaliará os cursos
oferecidos.
A CAPES (2014) define o mestrado profissional como “uma modalidade de Pós-
Graduação stricto sensu voltada para a capacitação de profissionais, nas diversas áreas do
conhecimento, mediante o estudo de técnicas, processos, ou temáticas que atendam a alguma
demanda do mercado de trabalho”.
Segundo o artigo 3º da Portaria Normativa nº 17, de 28 de Dezembro de 2009, o
“mestrado profissional é definido como modalidade de formação pós-graduada stricto sensu
que possibilita”:
I - a capacitação de pessoal para a prática profissional avançada e transformadora de
procedimentos e processos aplicados, por meio da incorporação do método científico,
habilitando o profissional para atuar em atividades técnico-científicas e de inovação;
II - a formação de profissionais qualificados pela apropriação e aplicação do
conhecimento embasado no rigor metodológico e nos fundamentos científicos;
III - a incorporação e atualização permanentes dos avanços na ciência e das
tecnologias, bem como a capacitação para aplicar os mesmos, tendo como foco a
gestão, a produção técnico-científica na pesquisa aplicada e a proposição de inovações
e aperfeiçoamentos tecnológicos para a solução de problemas específicos;
Segundo BATALHA (2008, p. 1) “a definição mais utilizada de Engenharia de
Produção é a seguinte”:
A Engenharia de Produção trata do projeto, aperfeiçoamento e implantação de
sistemas integrados de pessoas, materiais, informações, equipamentos e energia, para
a produção de bens e serviços, de maneira econômica, respeitando os preceitos éticos
e culturais. Tem como base os conhecimentos específicos e as habilidades associadas
às ciências físicas, matemáticas e sociais, assim como os princípios e métodos da
análise da engenharia de projeto para especificar, predizer e avaliar os resultados
obtidos por tais sistemas.
Assim, a partir das definições representadas pela Portaria Normativa nº 17 e por
Batalha, de Mestrado Profissional e Engenharia de Produção, respectivamente, é possível
sugerir que existe proximidade e semelhança entre as duas modalidades de ensino no que
concerne à análise transformadora de procedimentos e processos, utilizando a inovação, a
ciência e tecnologia, a gestão e o rigor metodológico.
29
Segundo a Portaria Normativa nº17, de 28 de Dezembro de 2009, apud KOBIYAMA
(2011, p. 5) “o Mestrado Profissional foi regulamentado visando atender as seguintes
necessidades”, que estão declaradas abaixo:
a) Estimular a formação de mestres profissionais habilitados para desenvolver
atividades e trabalhos técnico-cientificos em temas de interesse público;
b) Identificar potencialidades para atuação local, regional, nacional e internacional;
c) Atender a demanda de profissionais altamente qualificados nas áreas mais
diretamente vinculadas ao mundo do trabalho e ao sistema produtivo;
d) Formação de recursos humanos em cursos de pós-graduação stricto sensu com
vistas ao desenvolvimento sócio-econômico e cultural do país;
e) Capacitação e treinamento de pesquisadores e profissionais destinados a aumentar o
potencial interno de geração, difusão e utilização de conhecimentos científicos no
processo produtivo de bens e serviços;
f) Natureza e especificidade do conhecimento científico e tecnológico a ser produzido
e reproduzido;
g) Relevância social, científica e tecnológica dos processos de formação profissional
avançada;
O artigo 4º da Portaria Normativa nº17, de 28 de Dezembro de 2009, define quatro
objetivos do mestrado profissional, que estão representados abaixo:
I - Capacitar profissionais qualificados para o exercício da prática profissional
avançada e transformadora de procedimentos, visando atender as demandas sociais,
organizacionais ou profissionais e do mercado de trabalho;
II - Transferir conhecimento para a sociedade, atendendo demandas específicas e de
arranjos produtivos com vistas ao desenvolvimento nacional, regional ou local;
III - Promover a articulação integrada da formação profissional com entidades
demandantes de naturezas diversas, visando melhorar a eficácia e a eficiência das
organizações públicas e privadas por meio da solução de problemas e geração da
aplicação de processos de inovação apropriados;
IV - Contribuir para agregar competitividade e aumentar a produtividade em
empresas, organizações publicas e privadas.
Segundo a CAPES (2014) o objetivo do mestrado profissional é “contribuir com o
setor produtivo nacional no sentido de agregar um nível maior de competitividade e
produtividade a empresas e organizações, sejam elas públicas ou privadas”.
Através de parágrafo único a Portaria Normativa nº 17, de 28 de Dezembro de 2009,
define a ênfase dos cursos de mestrado profissional, conforme representado abaixo:
A oferta de cursos com vistas à formação no Mestrado Profissional terá como ênfase
os princípios de aplicabilidade técnica, flexibilidade operacional e organicidade do
conhecimento técnico-científico, visando o treinamento de pessoal pela exposição dos
alunos aos processos da utilização aplicada dos conhecimentos e o exercício da
inovação, visando à valorização da experiência profissional.
30
Com a inserção do Mestrado Profissional como uma das modalidades de formação de
pós-graduação, o sistema brasileiro de educação superior está organizado conforme a
ilustração da Figura 1:
Figura 1 – Sistema Brasileiro de Educação Superior
Fonte: Autor/2014
2.2 PLANO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO (PNPG)
O Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) é um plano político e estratégico
elaborado no ano de 2010, que faz parte do Plano Nacional de Educação (PNE) e tem como
objetivo definir novas diretrizes, estratégias e metas para dar continuidade e avançar nas
propostas para a política de pós-graduação e pesquisa no Brasil entre os anos de 2011-2020. O
documento é editado pela CAPES com o auxílio de uma comissão nacional, uma comissão
coordenadora e uma comissão de apoio técnica, formada por representantes das principais
universidades e instituições de fomento de pesquisa do Brasil.
O PNPG 2011-2020 é continuidade dos quatro planos anteriores, que foram
elaborados a partir das demandas da sociedade nos seus respectivos anos e tinham como
objetivos:
PNPG 1975-1979: Formar em volume e diversificação – pesquisadores, docentes e
profissionais e encaminhar e executar projetos de pesquisa, assessorando o sistema produtivo
e o setor público.
PNPG 1982-1985: Formação de recursos humanos para as atividades docentes, de
pesquisa e técnicas visando ao atendimento dos setores público e privado, com ênfase na
qualidade do ensino superior e, mais especificamente, na da pós-graduação,
institucionalizando e aperfeiçoando o processo de avaliação.
31
PNPG 1986-1989: Desenvolvimento da pesquisa pela universidade e integração da
pós-graduação ao sistema de ciência e tecnologia.
PNPG 2005-2010: Crescimento estável do Sistema Nacional de Pós-Graduação
(SNPG), com o propósito de atender com qualidade as diversas demandas da sociedade,
visando ao desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social do país. Subsidiar a
formulação e a implantação de políticas públicas voltadas para as áreas de educação, ciência e
tecnologia.
É importante ressaltar que devido restrições orçamentárias e falta de articulação entre
as agencias de fomento nacional, o PNPG 2005-2010 não pode ser publicado, sendo assim o
PNPG 2011-2020 inclui diversos itens que foram discutidos durante o período do PNPG
2005-2010.
O PNPG 2011-2020 é um plano com horizonte temporal maior que os anteriores,
segundo o PNPG (2010, p. 15) os principais objetivos são:
I - A expansão do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), a primazia da
qualidade, a quebra de endogenia, a atenção e a redução das assimetrias;
II - A criação de uma nova agenda nacional de pesquisa e sua associação com a pós-
graduação;
III - O aperfeiçoamento da avaliação e sua expansão para outros segmentos do sistema
C,T&I;
IV - A multi e a interdisciplinaridade entre as principais características da pós-
graduação e importantes temas da pesquisa;
V - O apoio a educação básica e a outros níveis e modalidades de ensino,
especialmente o ensino médio;
Com relação ao mestrado profissional o PNPG 2011-2020 propõe a expansão do
financiamento da pós-graduação stricto sensu, com olhar especial ao mestrado profissional,
conforme a meta 14 do PNPG (2010):
Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu
de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores [...];
14.3) Expandir o financiamento estudantil por meio do Fundo de Financiamento ao
estudante do Ensino Superior – FIES, de que trata a Lei nº 10.260, de 12 de julho de
2001, a pós-graduação stricto sensu, especialmente ao mestrado profissional;
Segundo pesquisa divulgada no PNPG (2010, p. 49), que está ilustrada na Tabela 1,
em 2009 as instituições de ensino superior privadas possuíam o maior número de cursos de
mestrado profissional (44,4%), enquanto as instituições federais totalizavam 39,9% dos
cursos de mestrado profissional, por esse motivo infere-se que realmente existe uma demanda
reprimida de financiamento estudantil para o mestrado profissional nas IES privadas, visto
que essa modalidade de pós-graduação não está incluída no programa de bolsas da CAPES,
desta maneira, o aluno precisa custear todo o investimento do curso, o que torna essa
modalidade de pós-graduação muitas vezes pouco atrativa, salvos os casos onde o
32
investimento do curso é realizado pela empresa onde o aluno exerce suas atividades
profissionais.
Tabela 1 – Crescimento dos mestrados profissionais entre os anos de 2004-2009
Fonte: PNPG/2010
A meta 14 em conjunto com os dados sobre o crescimento dos mestrados profissionais
na Tabela 1 também indicam que a presença de mestrados profissionais é uma necessidade
latente da sociedade, no que diz respeito à capacitação técnica para os setores de serviços
públicos e privados, conforme relata o PNPG (2010, p. 16), “e a ênfase na formação de
docentes para todos os níveis de ensino, bem como quadros técnicos via mestrado profissional
para os setores de serviços públicos e privados”. Também podem ser incluídos os programas
estratégicos nacionais apontados no PNPG, onde a necessidade de recursos humanos se faz
necessária, água, energia, transporte, controle de fronteiras, agronegócio, Amazônia, mar
(Amazônia azul), saúde, defesa, justiça, segurança pública, programa espacial, desequilíbrio
regional.
O PNPG (2010, p. 126-127) ainda especifica que a modalidade de pós-graduação
mestrado profissional pode favorecer uma grande mudança no cenário das relações entre as
atividades acadêmicas (universidades) e as atividades profissionais (empresas), conforme
relata abaixo:
Nos últimos anos, a CAPES patrocinou uma iniciativa com o potencial de mudar em
profundidade a situação, o perfil e a natureza do mestrado, a saber: a criação do
mestrado profissional, voltado para as áreas profissionais e aplicadas, nas quais, a
rigor, nunca houve mestrados estritamente acadêmicos. Posicionando entre as
especializações lato senso e o mestrado e o doutorado acadêmicos stricto senso; o
mestrado profissional mostra que alguma coisa mais profunda está a acontecer no
sistema de pós-graduação.
Diante de vários desafios que devem ser articulados entre o mundo acadêmico e o
mundo empresarial, o PNPG (2010, p. 193) enumera alguns que possuem forte ligação com as
áreas da engenharia, apresentados abaixo:
(iii) estimular e promover a absorção de mestres e doutores por empresas; [...]
33
(v) ampliar substancialmente a pós-graduação brasileira com ênfase nas áreas
tecnológicas e engenharias, as quais podem contribuir de maneira estratégica para o
desenvolvimento de setores como, por exemplo, energia, telecomunicações,
automotivo, petroquímico e químico, farmacêutico, odontológico e médico-hospitalar,
siderúrgico, aeronáutico, eletrodomésticos, agronegócio, alimentos e têxtil, dentre
outros;
(vi) estimular, na pós-graduação uma agenda de formação de talentos para apoiar os
processos de inovação no parque industrial do país, observando-se as tendências
futuras, de maneira a fortalecer as habilidades e competências dinamizadoras da
competitividade global;
(vii) apoiar iniciativas nos programas de pós-graduação que contemplem uma melhor
integração entre universidades, governo e empresas, por meio da construção de redes
de produção de conhecimento, baseadas na interdisciplinaridade, na aplicabilidade e
na responsabilidade social do conhecimento, com políticas indutoras para a pesquisa
em tecnologias sociais vinculadas a preocupação com a sustentabilidade;
Alguns dos autores do PNPG ainda sugerem mudanças profundas no sistema da
educação superior brasileira, dando maior representatividade e importância ao mestrado
profissional, alocando-o como meio indutor da criação de inovação tecnológica, desta forma o
mestrado profissional se tornaria o próximo passo de um aluno oriundo da graduação. Neste
cenário o mestrado acadêmico se tornaria anexo ao doutorado, conforme sugere o PNPG
(2010, p. 78) e é ilustrado na Figura 2.
O mestrado acadêmico precisa desaparecer como etapa da formação pós-graduada
com existência própria. Os programas de pós-graduação de perfil acadêmico devem
ter como propósito exclusivo a formação de doutores.
O ideal é que o ensino brasileiro se aproximasse do modelo de Bolonha, no qual o
mestrado corresponde aos anos finais de uma graduação de cinco anos. [...]
Mas, o mestrado acadêmico pode resumir-se, a um título dado em algum momento da
formação para o doutorado, definido livremente pelos programas. As bolsas de pós-
graduação seriam dadas para os doutorandos, que receberiam o título de mestre ao
cumprir uma etapa do doutorado.
O mestrado como formação terminal seria outra coisa: um curso voltado a
especialização ou profissionalização de alto nível, com duração não superior a um ano
e submetido a critérios próprios de credenciamento e de avaliação de qualidade. Seria
conveniente pensar em incentivos a sua multiplicação e diversificação no sistema
universitário público, que é muito dependente das orientações e regras
uniformizadoras da CAPES.
34
Figura 2 – Sistema Brasileiro de Educação Superior Sugestão PNPG
Fonte: Autor/2014
Diante de tais cenários apresentados no PNPG, está claro que a modalidade de pós-
graduação mestrado profissional é objeto de diversos e variados estudos, onde muitas
sugestões e soluções são apresentadas, é possível ainda que esta modalidade apresente
características diversas dependendo da região do país onde for implementada. É evidente que
esta modalidade de pós-graduação apresenta uma grande capacidade de expansão, gerando
muitas oportunidades para as IES privadas que desejam ampliar seus portfólios de serviços e
também para alunos e profissionais que anseiam por uma oportunidade na área acadêmica,
sem perder o foco de suas atividades profissionais.
No contexto político econômico, se os mestrados profissionais realmente receberem o
devido investimento, podem se tornar o indutor de crescimento nas áreas de ciência e
tecnologia, podendo influenciar e trazer maior competitividade ao mercado nacional, gerando
eficiência, aumento da produtividade e por consequência aumento nos indicadores de
desempenho da economia e de crescimento demográfico e social.
2.3 ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS
2.3.1 MEC: Ministério da Educação
O MEC (Ministério da Educação) é um órgão da administração federal direta, que é
legislado pelo decreto de Lei 7620/2012 e que possui como área de referência os seguintes
assuntos, conforme descreve a Lei 7620/2012:
I - Política nacional de educação;
II - Educação infantil;
35
III - Educação em geral, compreendendo ensino fundamental, ensino médio, educação
de jovens e adultos, educação profissional, educação especial e educação a distancia,
exceto ensino militar;
IV - Avaliação, informação e pesquisa educacional;
V - Pesquisa e extensão universitária;
VI - Magistério
VII - Assistência financeira a famílias carentes para a escolarização de seus filhos e
dependentes.
Conforme os itens III, IV e V, a área de estudo desta pesquisa, mestrado profissional, é
diretamente controlada e influenciada pelo MEC, sendo assim, de total relevância para o MEC
que realiza a avaliação dos cursos de mestrado profissional através da CAPES (Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
2.3.2 CAPES
As definições deste capítulo nortearão o estudo de caso desta pesquisa, com relação à
apresentação do processo de avaliação de um Mestrado Profissional (stricto sensu) em
Engenharia de Produção, que é a proposta desta pesquisa.
A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) faz parte
da estrutura organizacional do MEC, é uma fundação pública que está no organograma da
Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC e tem como
competência, dentre outras, segundo a Lei 7620/2012:
I - Planejar e coordenar o processo de formulação de políticas para a regulação e
supervisão da educação superior [...];
II – Autorizar, reconhecer e renovar o reconhecimento de cursos de graduação e
sequenciais, presenciais e a distância;
III – Exarar parecer nos processos de credenciamento e recredenciamento de
instituições de educação superior para as modalidades presencial e a distância;
IV – Supervisionar instituições de educação superior e cursos de graduação,
sequenciais, presenciais e a distância, com vistas ao cumprimento da legislação
educacional e à indução de melhorias dos padrões de qualidade da educação superior,
aplicando as penalidades previstas na legislação;
V – Estabelecer diretrizes e instrumentos para as ações de regulação e supervisão da
educação superior, presencial e a distância em consonância com o ordenamento legal
vigente;
VI – Estabelecer diretrizes para a elaboração dos instrumentos de avaliação de
instituições e cursos de educação superior;
VII – Gerenciar sistema público de informações cadastrais de instituições e cursos de
educação superior;
VIII – Gerenciar sistema eletrônico de acompanhamento de processos relacionados à
regulação e supervisão de instituições e cursos de educação superior;
IX – Manter e atualizar o catálogo dos cursos superiores de tecnologia;
X – Propor as ações de concepção e atualização dos referenciais e das diretrizes
curriculares dos cursos superiores;
36
XI – Propor referenciais de qualidade para a educação à distância, considerando as
diretrizes curriculares da educação superior e as diversas tecnologias de informação e
comunicação;
XII – Articular-se, em sua área de atuação, com instituições nacionais, estrangeiras e
internacionais, mediante ações de cooperação institucional, técnica e financeira
bilateral e multilateral;
XIII – Gerenciar, planejar, coordenar e executar as ações referentes a concessão de
certificados das entidades beneficentes de assistência social da área de educação, e
decidir sobre certificação;
XIV – Gerenciar, planejar, coordenar, executar e monitorar ações referentes a
processos de chamamento público para credenciamento de instituições de educação
superior privadas e para autorização de funcionamento de cursos em áreas
estratégicas, considerando as necessidades do desenvolvimento do País e a inovação
tecnológica;
Segundo a CAPES (2014), a fundação tem como missão “expandir e consolidar a pós-
graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação” e “atuar na
formação de professores da educação básica ampliando o alcance de suas ações na formação
de pessoal qualificado no Brasil e no exterior”.
De acordo com a CAPES (2014), as atividades da fundação “podem ser agrupadas nas
seguintes linhas de ação, cada qual desenvolvida por um conjunto estruturado de programas”:
Avaliação da pós-graduação stricto sensu;
Acesso e divulgação da produção científica;
Investimentos na formação de recursos de alto nível no país e no exterior;
Promoção da cooperação científica internacional;
Indução e fomento da formação inicial e continuada de professores para a educação
básica nos formatos presencial e a distância;
2.3.2.1 Apresentação e Avaliação de Mestrado Profissional
O processo de apresentação e avaliação de um Mestrado Profissional, no âmbito da
Capes, é regulamentado conforme a Portaria Normativa nº 193, de 4 de Outubro de 2011. A
Portaria Normativa nº 193, de 4 de Outubro de 2011, tem o objetivo de “Fixar normas e
procedimentos para a apresentação e avaliação de propostas de cursos novos de mestrado e
doutorado”.
Segundo o artigo 2 da Portaria Normativa 193, de 4 de Outubro de 2011, “são
requisitos gerais aplicáveis as propostas de cursos novos submetidos à avaliação da Capes”.
I - Adequação ao plano de desenvolvimento institucional da proponente e
comprometimento dos dirigentes da instituição com a iniciativa;
II - Clareza e consistência da proposta, que deve apresentar indicadores que
comprovem: qualificação do corpo docente, adequação das áreas de concentração e
projetos de pesquisa, adequação da estrutura curricular com respectivas ementas de
37
disciplinas, explicitação dos critérios de seleção de alunos e justificativas para o perfil
da formação profissional pretendida e os estágios do desenvolvimento da área no País;
III - Competência técnico-cientifica para a promoção do curso, demonstrando que a
proposta foi precedida da formação e maturação de grupos de pesquisa com produção
intelectual relevante, em termos quantitativos e qualitativos, e em condições de
assegurar a formação dos alunos nas áreas de concentração previstas;
IV - Quadro de docentes permanentes que, em número, regime de dedicação ao
programa e qualificação acadêmica, permita assegurar a regularidade e a qualidade
das atividades de ensino, pesquisa e orientação;
V - Infraestrutura de ensino e pesquisa adequada para o desenvolvimento das
atividades previstas, no que se refere a instalações físicas, laboratórios, facilidades
experimentais e biblioteca;
VI - Infraestrutura e acesso a equipamentos de informática atualizados, a rede mundial
de computadores e a fontes de informação multimídia para os docentes e discentes;
VII - Infraestrutura de secretaria e apoio administrativo;
Os requisitos específicos de cada área de avaliação e do CTC-ES (Conselho Tecnico-
Científico da Educação Superior) da Capes, são elaborados anualmente através de reuniões e
seminários entre os colaboradores e consultores da Capes e divulgados através de
comunicados das áreas de avaliação, a área de avaliação que compreende os cursos de
Engenharia de Produção é a Área de Avaliação Engenharias III.
Os requisitos que permeiam a avaliação da Capes atualmente, foram deferidos no ano
de 2012 e permanecem até a data atual, abaixo representação e explicação resumida dos
requisitos da área de avaliação Engenharias III.
1) Proposta do Curso: Recomendações da área no que se refere ao perfil do programa,
formação teórica e metodológica, etc.;
2) Corpo Docente: Requisitos mínimos, estabelecidos pela área, para composição do
corpo docente do novo curso;
3) Atividade de Pesquisa: Requisitos da área para a organização das linhas e atividades
de pesquisa;
4) Produção Intelectual: Critérios e recomendações da área quanto à produção
bibliográfica, técnica e/ou artística do novo curso;
5) Infraestrutura de Ensino e Pesquisa: Recomendações específicas da área sobre o
comprometimento institucional para a implantação e o êxito do curso novo (ex.:
biblioteca, acesso a internet, laboratórios, etc.);
6) Outras: Outras recomendações que a área julga importantes para a implantação e
êxito do curso novo;
Com relação ao envio da proposta de novos cursos a Capes, esta deve ser realizada
pela pró-reitoria de pós-graduação ou órgão equivalente da IES, via eletrônica, através do
Aplicativo Para Propostas de Cursos Novos (APCN), segundo a Portaria Normativa nº 193, de
4 de Outubro de 2011, devem ser adotados os seguintes procedimentos:
38
I - Preenchimento do aplicativo APCN disponibilizado no portal da Capes;
II - Indicação do endereço, na Plataforma Lattes do CNPq, dos curriculum vitae de
todos os docentes e pesquisadores propostos como permanentes ou colaboradores no
programa dos cursos de pós-graduação;
III - Anexação dos seguintes documentos:
a) Regimento interno ou regulamento do curso, explicitando, quando couber, se
o mesmo atende o estatuto ou normas gerais da Instituição referentes à pós-
graduação;
b) Documento assinado pelo pró-reitor(a) de pós-graduação da instituição de
ensino e pesquisa ou autoridade equivalente, expressando o
comprometimento formal com a proposta de curso novo;
São três as etapas de avaliação dos cursos novos, conforme o artigo 9º da Portaria
Normativa nº 193, de 4 de Outubro de 2011, e representado na figura 3.
Primeira Etapa: Análise técnica realizada pela Diretoria de Avaliação, relativa às
exigências formais e documentais estipuladas. Caso estas exigências não sejam
atendidas, a proposta será desqualificada;
Segunda Etapa: Análise de mérito, seguida de emissão de parecer detalhado sobre a
proposta, realizada pela Comissão de Área correspondente, sendo facultada a
solicitação de parecer “ad-hoc”. [...];
Terceira Etapa: Análise pelo Conselho Tecnico-Cientifico da Educação Superior
(CTC-ES) da proposta e do parecer da área, seguido do parecer final. [...];
Figura 3 – Processo de Apresentação e Avaliação de Mestrado Profissional
Fonte: Autor/2014
O resultado da avaliação será divulgado através de parecer circunstanciado, onde os
quesitos avaliados serão especificados e detalhados, o curso obterá nota na escala de 1 a 7 (um
a sete) e as propostas de cursos que obtiverem nota igual ou superior a 3 (três) serão
recomendadas pela Capes.
2.4 ESTRATÉGIA
2.4.1 Histórico
39
Vivemos em um mundo globalizado, onde a concorrência é um fator preponderante na
vida de todos os seres humanos, a competição está presente em todos os períodos e fases da
vida. Esse contexto não é diferente nas organizações, onde a competição por mercados e
clientes é acirrada. As rápidas mudanças nos cenários de mercado fazem com que as
organizações necessitem se adaptar rapidamente e de maneira rigorosa suas práticas e formas
de atuar no mercado, o que operacionalmente é complexo e dependendo de como as manobras
de adaptação forem executadas os resultados e consequências podem ser drásticas ou podendo
até mesmo ser excelente para a organização.
Diante deste cenário as empresas e organizações que necessitam sobreviver e se
adaptar ao mercado precisam se utilizar de estratégias competitivas, que definem como a
organização pretende se posicionar diante do mercado, dos seus clientes (ou possíveis
clientes) e de seus concorrentes.
As estratégias competitivas são objeto de estudo do Planejamento Estratégico, todas
as grandes empresas possuem departamentos voltados à análise de estratégias competitivas,
aliadas as estratégias de marketing. No alto nível empresarial, executivos utilizam as
estratégias competitivas para traçar as metas de suas empresas, desdobrando-as até o mais
baixo nível gerencial chegando até os níveis táticos e operacionais, desta maneira é possível
que toda a empresa esteja focada e alinhada com os planos e estratégias do negócio como um
todo.
Ainda que sem uma posição formal é possível considerar que as pequenas empresas
possuem estratégias competitivas, de maneira intuitiva muitos microempreendedores entram
em diversos tipos de mercados diariamente e conseguem obter bons retornos de seus
negócios, alguns chegam até a conseguir rápido crescimento e consequentemente ampliam
suas empresas, se tornando empresas de sucesso.
As estratégias são mais antigas do imaginamos, os primeiros relatos escritos sobre
estratégia são datados a mais de dois mil anos atrás, onde as estratégias eram utilizadas para
escolha de posição de batalhões, guerreiros e soldados em batalhas militares. Também foi
relatada a utilização de estratégias no século XVI, quando o imperador francês Napoleão
Bonaparte conquistou grande parte da Europa, demonstrando que era um ótimo estrategista
militar.
Mais recentemente, na década de 1980, alguns relatos escritos foram produzidos após
a guerra do Vietnã, onde a maioria dos escritos aponta que os Estados Unidos saíram
derrotados da guerra devido a erros estratégicos. Ainda neste período também foram
publicados diversos artigos e livros que fazem analogia das estratégias militares com as
estratégias corporativas, inclusive executivos de grandes empresas começaram a se utilizar de
vocabulário e táticas estratégicas militares adaptadas para o mundo de negócios corporativos.
Neste estudo, o emprego do termo estratégia se dá similarmente ao emprego do termo
estratégia competitiva, portanto, define-se que os dois termos tem o mesmo sentido, mesmo
propósito e o mesmo significado. Estratégia pode ser definida como o posicionamento que
determinada organização ou pessoa vai ter diante de um cenário, com o objetivo de alcançar
uma determinada meta. Aplicado a uma IES é possível definir que as estratégias dizem o
“como” levar o curso do posicionamento atual ao posicionamento desejado, onde os objetivos
40
representam os fins que a gestão do curso está tentando alcançar, enquanto a estratégia é o
meio para alcançá-los.
Segundo GOMES (2009, p. 232) estratégia “parte do planejamento que define o modo
de ação futura, guia, direção, trajetória para alcançar novos patamares, um padrão de
excelência que permita manter a coerência ao longo do tempo” ou ainda segundo GOMES
(2009, p. 234) estratégia é a “identificação do melhor caminho a ser percorrido para se tornar
uma organização competitiva”. PORTER (2004, p. 16) define que “a estratégia competitiva é,
em essência, o desenvolvimento de uma fórmula ampla para o modo como uma empresa
competirá, quais deveriam ser as suas metas e quais as políticas necessárias para levar-se a
cabo essas metas”, SLACK (2009, p. 61) define estratégia como “o padrão global de decisões
e ações que influencia a direção de longo prazo de uma organização” e MOREIRA (2008, p.
12-13) define estratégia como “filosofia básica da organização no que tange as suas
atividades, determina os produtos e/ou serviços a serem oferecidos e trata do planejamento
para a aquisição e alocação de recursos críticos, como tecnologia e pessoal tanto para
implementar os planos, como para avaliar os seus impactos”. MINTZBERG (2010, p. 25)
define que “estratégia é um padrão, isto é, coerência em comportamento ao longo do tempo” e
ainda classifica quatro itens que são importantes e vitais a respeito da estratégia:
(i) A estratégia fixa a direção
(ii) A estratégia concentra o esforço
(iii) A estratégia define a organização
(iv) A estratégia favorece a coerência
2.4.2 A Contribuição de Michael Porter
A publicação Estratégia Competitiva – Tecnicas para Análise de Indústrias e da
Concorrência - de Michael Porter, na década de 1980, foi um impulsionador do interesse das
novas gerações de acadêmicos, consultores e executivos. Segundo a publicação de
MINTZBERG (2010) os pensamentos de Porter foram os motores da terceira escola de
estratégia, a Escola do Posicionamento.
Dentro de vários conceitos apresentados por Porter, os principais e que serão
apresentados neste capítulo são os modelos de análise estrutural de indústrias, o conjunto de
estratégias competitivas genéricas e a estratégia de produtos complementares:
2.4.2.1 A Análise Estrutural de Indústrias
PORTER (2004) afirma que o grau da concorrência em uma indústria depende de
cinco forças competitivas básicas e o conjunto destas forças determina o potencial de lucro
final. PORTER (2004, p.4) também afirma que “a meta da estratégia competitiva para uma
unidade empresarial em uma indústria é encontrar uma posição dentro dela em que a
companhia possa melhor se defender contra essas forças competitivas ou influenciá-las em
seu favor”.
41
As cinco forças competitivas de Porter são representadas na figura 4 e descritas a
seguir:
Figura 4 – As cinco forças competitivas de Porter
Fonte: Autor/2014
Ameaça de Entrada: Determina e analisa as dificuldades e facilidades de uma nova
empresa entrar no mercado, a entrada de uma nova empresa pode trazer como resultado a
alteração dos custos e preços dos produtos e como consequência diminuição das vendas e do
lucro da empresa. O principal objeto de análise desta força competitiva são as barreiras de
entrada.
Intensidade da Rivalidade entre os Concorrentes Existentes: Esta força
competitiva declara que as empresas concorrentes são mutuamente dependentes, onde a
situação de cada empresa no mercado depende da forma com que os concorrentes reagem as
suas estratégias, PORTER (2014, p. 18) afirma que “a rivalidade em algumas indústrias
caracteriza-se por expressões como belicosa, amarga ou impiedosa, enquanto em outras
indústrias pode ser dita como polida ou cavalheiresca. A rivalidade é consequência da
interação de vários fatores estruturais”.
Poder de Negociação dos Compradores: A forma com que os clientes podem
negociar com as indústrias, barganhando por melhores preços, melhor qualidade e mais
serviços, fazendo com que os concorrentes duelem através destes fatores. O poder de
negociação dos compradores está associado à quantidade que eles compram e se estão
dispostos a experimentar produtos e serviços alternativos, de indústrias concorrentes.
Pressão dos Produtos Substitutos: A ocorrência de produtos substitutos pode-se dar
por diversos motivos, como por exemplo, novas funções, melhor qualidade ou até mesmo
redução de custos operacionais de fabricação. Desta forma a entrada de produtos substitutos
faz com que os preços dos produtos antigos se estabilizem ou até mesmo caiam, ocasionando
42
redução nos lucros da empresa. Segundo MINTZBERG (2010, p. 107) “a concorrência
depende de até onde os produtos em uma indústria são substituíveis por produtos de outra”.
Poder de Negociação dos Fornecedores: Naturalmente são objetivos de todos os
fornecedores aumentarem os preços dos seus produtos e também diminuir os seus custos,
afetando assim a qualidade dos produtos. Isso pode afetar diretamente a indústria no que
concerne aos seus custos e consequentemente seus lucros, caso não consiga repassar o
aumento de custos ao cliente. MINTZBERG (2010) afirma que o que define a capacidade ou
incapacidade de negociação dos fornecedores é quem tem mais opções e quem tem mais a
perder com o término da relação.
2.4.2.2 Estratégias Competitivas Genéricas
PORTER (2014, p. 36) afirma que “podemos encontrar três estratégias genéricas
internamente consistentes (que podem ser usadas isoladamente ou de forma combinada) para
criar uma posição defensável a longo prazo e superar os concorrentes em uma indústria”.
Essas três estratégias genéricas são:
Liderança no Custo Total: Estratégia que consiste em uma indústria ser a produtora
líder em baixo custo no setor, utilizando ganho de experiência, investimento em instalações
para produção em grande escala, uso de economias de escala e monitoração rigorosa dos
custos operacionais totais, utilizando redução de quadros e programas de qualidade total.
Diferenciação: Esta estratégia se refere a uma indústria criar e oferecer ao mercado
um produto ou serviço único, que não é oferecido por nenhum outro concorrente. Essa
diferenciação pode se dar pelo oferecimento de produtos e serviços com melhor qualidade,
melhor desempenho ou de características únicas, qualquer destes fatores justifica maiores
preços.
Enfoque: O enfoque busca atender segmentos de mercado direcionados, determinados
grupos de compradores, também pode tentar atingir determinada linha de produtos e serviços
ou até mesmo um grupo geográfico. MINTZBERG (2010, p. 109) afirma que “a estratégia
pode ser de foco na diferenciação, pela qual as ofertas são diferenciadas no mercado
almejado, ou de foco na liderança em custo, pela qual a empresa vende a baixo custo no
mercado almejado”.
2.4.2.3 Produtos Complementares
Segundo PORTER (1989, p. 385) produtos complementares são “produtos usados pelo
comprador juntamente com o produto destas indústrias. [...] Complementos são o oposto de
substitutos, pois a venda de um promove a venda de outro”.
Os produtos complementares podem ser vendidos pela própria empresa ou podem ser
vendidos por outras empresas, as três estratégias importantes com produtos complementares
são:
43
Controle sobre produtos complementares: O oferecimento de uma completa
variedade de produtos complementares ao invés de deixar alguns deles para terceiros
fornecerem;
Enfardamento: Vender um grupo de produtos complementares, porém distintos,
juntos como um fardo, por um único preço;
Subsídio Cruzado: Vender um produto em termos que deliberadamente promovem a
venda de outros produtos complementares; PORTER (1989, p.385).
2.4.3 Ferramenta de Análise Estratégica
2.4.3.1 BCG: Matriz de Crescimento-Participação
Segundo MINTZBERG (2010) a matriz BCG ou matriz de crescimento-participação
foi criada pelo Boston Consulting Group na década de 1970 e tem como objetivo identificar o
status de cada negócio, produto e serviço, de acordo com quatro categorias previamente
estabelecidas que traduzem o ciclo de vida do produto, de forma que o planejador possa
decidir como alocar investimentos para os diferentes negócios e/ou produtos e serviços.
As quatro categorias da matriz BCG são apresentadas na figura 4 e explicadas abaixo:
Vacas Leiteiras: São à base da empresa, pois geram grandes volumes de caixa, ou
seja, grandes lucros. Os investimentos são baixos, porque o crescimento de mercado também
é baixo.
Cães: Também chamados de Abacaxi, possuem baixa participação de mercado e baixo
crescimento. Para estes produtos a solução é a liquidação e futuramente abandoná-los.
Criança-Problema: Possuem baixa participação de mercado e alta capacidade de
crescimento, a desvantagem é que necessitam de altos investimentos. Se a estratégia de
consolidação do produto for executada com sucesso, podem se tornar produtos Estrelas, se
executada sem sucesso podem se tornar produtos Cães.
Estrelas: Produtos que geram receitas altas, porém necessitam ainda de altos
investimentos, devido terem alto potencial de crescimento no mercado, segundo
MINTZBERG (2010, p. 102) “quando o crescimento desacelerar e suas necessidades de
reinvestimento diminuírem, a estrela acaba se transformando em Vaca Leiteira”.
44
Figura 5 – Matriz BCG
Fonte: Autor/2014
Segundo MINTZBERG (2010, p. 101) “todos os produtos acabam se tornando vacas
leiteiras ou cães. O valor de um produto depende totalmente da obtenção de uma participação
dominante em seu mercado, antes de o crescimento desacelerar”.
2.5 PROJETO E GERENCIAMENTO DE PROJETOS
2.5.1 Definições de Projeto
Os projetos em empresas e organizações surgem devido a necessidades estratégicas
e/ou necessidades que fogem da operação rotineira da organização, onde as organizações
precisam responder a constantes mudanças no mercado de maneira rápida, eficaz e eficiente.
Como exemplo de necessidades estratégicas pode-se citar, segundo KERZNER (2006):
 Concorrência;
 Padrões de qualidade;
 Resultados financeiros;
 Preocupações legais;
 Fatores tecnológicos;
 Preocupações sociais;
 Fatores políticos;
 Pressões econômicas;
 Preocupações dos acionistas;
KERZNER (2006, p. 15) define projeto como “um empreendimento com o objetivo
bem definido, que consome recursos e opera sob pressões de prazos, custos e qualidade” e
45
VARGAS (2005, p. 7) declara que “projeto é um empreendimento não repetitivo,
caracterizado por uma sequencia clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se
destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de
parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade”. Segundo SLACK
(2009, p. 480) “um projeto é um conjunto de atividades que tem ponto inicial e estado final
definido, persegue uma meta definida e usa um conjunto definido de recursos” e o PMI (2013,
p. 3) define projeto como “um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço
ou resultado exclusivo”.
A partir destas definições é possível concluir que os projetos possuem naturezas
distintas das operações rotineiras, os projetos são temporários, únicos e não repetitivos
(complexos). Com relação ás características dos projetos, VARGAS (2005, p. 14) define que
“temporariedade significa que todo projeto possui um início e um fim definidos. [...]
Individualidade significa realizar algo que não tinha sido realizado antes”, já o PMI (2013,
p.3) descreve “natureza temporária dos projetos indica que eles têm um início e um término
definidos. [...] Cada projeto cria um produto, serviço ou resultado único”. Ainda a respeito das
características dos projetos, SLACK (2009, p. 482) define que “todos possuem um objetivo,
um resultado final, ou output, que é normalmente definido em termos de custo, qualidade e
prazos [...]. Eles são únicos. [...] Todos possuem natureza temporária, tem um início e fim
definidos. [...] Possuem algum grau de complexidade, muitas tarefas diferentes são
necessárias para atingir os objetivos de um projeto”.
2.5.2 Gerenciamento de Projetos
As empresas enfrentam e enfrentarão nos próximos anos desafios cada vez mais
complexos, no que se refere á inflação salarial dos funcionários, inflação das materiais-
primas, pressões dos acionistas por maiores lucros, possibilidade de recessão econômica etc.
As principais soluções utilizadas pelas empresas para tentar minimizar estes impactos são os
programas de redução de custos, que trazem como resultado redução nas forças de trabalho,
desta maneira os supervisores e gestores necessitam produzir a mesma ou maior quantidade
de produtos e/ou serviços utilizando mão de obra reduzida, essa estratégia diminui a qualidade
e aumenta o risco de reduzir a lucratividade da empresa. Para melhorar este cenário as
empresas têm buscado soluções caseiras, uma delas é a utilização de ferramentas de
gerenciamento de projetos ou gestão de projetos, que se mostram eficazes em atingir os
resultados, objetivos e metas das organizações dentro dos prazos, dos orçamentos previstos e
com a qualidade desejada.
Segundo VARGAS (2005, p.7) gerenciamento de projetos é “um conjunto de
ferramentas gerenciais que permitem que a empresa desenvolva um conjunto de habilidades,
incluindo conhecimento e capacidades individuais, destinados ao controle de eventos não
repetitivos, únicos e complexos, dentro de um cenário de tempo, custo e qualidade
predeterminados”.
KERZNER (2011, p. 2) define que “a abordagem de gerenciamento de projetos é
relativamente moderna e caracterizada por métodos de reestruturação da administração e
46
adaptação de técnicas especiais de gestão, com o objetivo de obter melhor controle e
utilização dos recursos existentes”, KERZNER (2006, p. 15-16) ainda define gestão de
projetos como “o planejamento, a programação e o controle de uma série de tarefas integradas
de forma a garantir seus objetivos com êxito, para benefício dos participantes do projeto”. O
PMI (2013, p. 5) define gerenciamento de projetos como “a aplicação de conhecimentos,
habilidades, ferramentas e técnicas as atividades do projeto para atender aos seus requisitos”.
2.5.3 O Guia PMBoK
O Project Management Body of Knowledge (PMBoK) ou em Português, Guia do
Conhecimento em Gerenciamento de Projetos, é um conjunto de boas práticas em gestão de
projetos, que é organizado e publicado pelo Project Management Institute (PMI), o guia
PMBoK é referencia nas áreas acadêmicas e profissionais (empresas) e é amplamente
difundido no mercado, seja em consultorias de projetos, empresas públicas, privadas e
instituições de ensino.
O guia é organizado em processos e subprocessos, que determinam as atividades a
serem realizadas durante o projeto, a quinta edição do PMBoK, que é a publicação mais
recente, no ano de 2013, descreve 5 grupos de processos e 10 áreas de conhecimento, que
originam 47 subprocessos.
Segundo o PMI (2013), os grupos de processos são organizados de acordo com o
detalhamento da figura 6:
Figura 6 – Grupos de Processos
Fonte: Autor/2014
47
Ainda segundo o PMI (2013), as áreas do conhecimento são organizadas de acordo
com o detalhamento da figura 7:
Figura 7 – Áreas do Conhecimento
Fonte: Autor/2014
2.5.3.1 Gerenciamento do Escopo do Projeto
48
Á área de conhecimento gerenciamento do escopo do projeto será utilizada no estudo
de caso do capítulo 3, por isso, este capítulo tem por objetivo definir e aprofundar os
conhecimentos e teorias desta área do conhecimento.
Segundo SLACK (2009, p. 490) “o escopo de um projeto identifica seu conteúdo de
trabalho e seus produtos ou resultados. É essencialmente um exercício de estabelecimento de
fronteiras que tenta definir a linha divisória entre o que cada parte do projeto vai fazer e o que
não vai fazer”, MENDES (2009, p. 29) define que escopo do projeto “é o trabalho que precisa
ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções
especificadas”, já VARGAS (2005, p. 59) define que gerenciamento de escopo tem como
objetivo principal “definir e controlar os trabalhos a serem realizados pelo projeto de modo a
garantir que o produto ou serviço desejado seja obtido através da menor quantidade de
trabalho possível, sem abandonar nenhuma premissa estabelecida no objetivo do projeto”.
Segundo o PMI (2013), os processos de gerenciamento do escopo do projeto são
organizados de acordo com o detalhamento da figura 8:
Figura 8 – Processos de Gerenciamento de Escopo
Fonte: Autor/2014
A figura 9 detalha onde os processos de gerenciamento do escopo estão localizados
nos grupos de processo.
49
Figura 9 – Grupos de Processo versus Processo de Gerenciamento de Escopo
Fonte: Autor/2014
50
3 ESTUDO DE CASO
3.1 LINHAS DE PESQUISA PROPOSTAS
A proposta deste capítulo do estudo de caso é sugerir três linhas de pesquisa para um
Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, em uma universidade particular ou
pública que esteja situada na cidade do Rio de Janeiro. A premissa básica é que estas linhas de
pesquisa sejam diferenciadas das linhas de pesquisa dos cursos de Mestrado Profissional em
Engenharia de Produção e/ou em áreas correlatas das demais universidades que estejam
situadas nesta mesma área geográfica.
A partir de pesquisa realizada na internet, em Julho de 2014, foi constatado que na
cidade do Rio de Janeiro existem três universidades que possuem cursos de mestrado
profissional em áreas da Engenharia de Produção e/ou correlatas, a PUC (Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro) que oferece mestrado profissional em Logística, e o
IBMEC (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) que oferece mestrado profissional em
Administração e em Economia e a Estácio, que oferece mestrado profissional em
Administração e Desenvolvimento Empresarial.
O objetivo e as linhas de pesquisa do mestrado profissional em Logística oferecido
pela PUC possuem foco específico em formar profissionais para atuar em empresas nas áreas
de logística, consequentemente todas as linhas de pesquisa e as disciplinas focam na área de
logística, com exceção das disciplinas obrigatórias que oferecem embasamento estatístico ao
aluno. As disciplinas oferecidas no Mestrado Profissional em Logística da PUC são:
 Métodos Probabilísticos: probabilidade, estatística e modelos de previsão,
 Fundamentos de Microeconomia e Custos Logísticos
 Logística Empresarial e Sistemas Produtivos
 Métodos quantitativos: programação matemática e heurística
 Sistemas de Informação para Logística
 Distribuição Física
 Sistemas de Transportes
 Logística Integrada e Tecnologia da Informação
 Jogo Logístico ou Estudos de Casos em Logística
 Tópico Especial: Logística do Petróleo
 Tópicos Especiais em Logística
O Mestrado Profissional em Administração oferecido pelo IBMEC possui duas linhas
de pesquisa, a primeira linha de pesquisa é na área de finanças e controladoria, que possui
foco em formar que profissionais para o mercado de capitais e de finanças corporativas. A
segunda linha de pesquisa é na área de gestão das organizações, que possui foco em formar
profissionais no estudo dos componentes e das dinâmicas organizacionais, atuando com
processos, tecnologia e sistemas. Já o Mestrado Profissional em Economia oferecido pelo
IBMEC possui três linhas de pesquisa, a primeira linha de pesquisa é macroeconomia e
51
desenvolvimento econômico, que possui foco em aspectos de política econômica, crescimento
econômico e economia internacional, a segunda linha de pesquisa é microeconomia aplicada,
que possui foco em aspectos da teoria dos jogos, regulação, contratos, banking e políticas
públicas, a terceira linha de pesquisa é finanças, que possui foco em aspectos de finanças
corporativas, investimentos, mercados financeiros, derivativos, risco e finanças empíricas.
O Mestrado Profissional em Administração e Desenvolvimento Empresarial oferecido
pela Estácio possui duas linhas de pesquisa, a primeira linha de pesquisa é na área de
organizações, que possui foco nas dinâmicas e ações das organizações com relação à
adequação aos padrões de concorrência, a segunda linha de pesquisa é na área de tecnologias
gerenciais, que possui foco nas tecnologias, procedimentos e ferramentas de apoio aos
sistemas produtivos, para fornecer subsídios para tomada de decisão.
Diante deste cenário no mercado dos mestrados profissionais nas áreas de Engenharia
de Produção e/ou correlatas, este estudo apresenta duas linhas de pesquisa que de acordo com
os conceitos apresentados por Porter e Mintzberg possuem como estratégia competitiva
genérica o foco na diferenciação, onde serão oferecidos produtos e/ou serviços únicos na área
geográfica da cidade do Rio de Janeiro, ou seja, mestrados profissionais com linhas de
pesquisa diferentes das linhas de pesquisa das instituições concorrentes. Dependendo da
instituição que realizará a implementação do mestrado profissional proposto por este estudo,
de acordo com os conceitos de Porter é possível também que a instituição apresente vantagem
competitiva sobre produtos complementares, neste caso subsídio cruzado, caso a instituição
já possua cursos superiores de graduação ou de pós-graduação lato senso nas áreas de
Engenharia de Produção e/ou correlatas, é possível que o mestrado profissional seja oferecido
para os alunos dos cursos de graduação e pós-graduação com descontos ou até mesmo
oferecimento de bolsas de estudo, as coordenações dos cursos de graduação e pós-graduação
em conjunto com os professores poderiam incentivar e motivar os alunos a cursarem o
mestrado profissional na mesma instituição após a conclusão da graduação e/ou pós-
graduação, criando uma cultura na instituição de os alunos cursarem o mestrado profissional
logo após a conclusão da graduação. Desta forma o mestrado profissional se tornaria um
produto complementar da graduação e/ou pós-graduação, através do subsídio cruzado, ou
seja, conforme a definição de PORTER (1989, p. 385) “vender um produto em termos que
deliberadamente promovem a venda de outros produtos complementares”.
As três linhas de pesquisa propostas estão representadas na figura 10 e apresentadas
abaixo:
Figura 10 – Linhas de pesquisa do Mestrado Profissional em Engenharia de Produção
Fonte: Autor/2014
52
I) Educação para Engenharia de Produção
Objetivo: Formar profissionais para a docência no ensino superior de Engenharia,
capacitação em pesquisa e extensão. Criação, melhoramento e utilização de ferramentas e
inovações tecnológicas para a didática de ensino, capacitar o docente a utilizar ferramentas,
técnicas e metodologias para orientação de alunos e prática pedagógica, desenvolvendo
competências transversais nos alunos, como trabalho em equipe, gestão de conflitos,
liderança, comunicação e empreendedorismo. Supervisão de estágios e monitorias,
coordenação de atividades complementares e das atividades acadêmicas teóricas e práticas. O
mestrado profissional capacita também o docente a avaliação de todo o processo de ensino e
aprendizagem.
Público Alvo: Engenheiros ou profissionais de outras áreas que desejam entrar para a
docência, professores de universidades que possuem somente graduação ou pós-graduação,
coordenadores de cursos profissionalizantes e/ou cursos superiores.
II) Projeto do Produto e Serviço
Objetivo: Capacitar profissionais para desenvolver, implementar e aperfeiçoar
projetos de produtos e serviços, analisando os aspectos conceituais, componentes e processo
de produtos e serviços, levando em consideração características e funcionalidades dos
produtos em conjunto com os modernos aspectos de geração de ideias, inovação, simulação
virtual, prototipagem, qualidade total e sustentabilidade. Estudo e análise do ciclo de vida de
produtos e serviços nos mais variados tipos de mercados e de indústrias. Estudo e análise de
marketing estratégico e de planejamento econômico e viabilidade do projeto de produtos e
serviços, os projetos de produtos devem antecipar as necessidades reais dos consumidores.
Público Alvo: Engenheiros e profissionais de outras áreas que desejam ampliar seus
conhecimentos em desenvolvimento de produtos e serviços, com possibilidade de
aplicabilidade em organizações e indústrias.
III) Simulação e Otimização de Processos Têxteis
Objetivo: Capacitar e especializar profissionais para simular e otimizar os processos e
etapas da produção e prestação de serviços da indústria têxtil, com o objetivo de solucionar
problemas reais de organizações e indústrias, utilizando ferramentas da engenharia, como
pesquisa operacional, programação linear e matemática, planejamento e controle da produção,
sistemas de apoio a decisão, mapeamento e análise de processos.
Público Alvo: Engenheiros e profissionais da área têxtil que desejam aprofundar seus
conhecimentos teóricos e aliá-los a prática em organizações e indústrias.
3.2 ANÁLISE ESTRATÉGICA DO CURSO PROPOSTO
Para a análise estratégica do curso de mestrado profissional proposto, serão utilizadas
duas técnicas, que são amplamente difundidas e consagradas no mercado e na área acadêmica,
são elas: Análise estrutural de indústrias (cinco forças de Porter) e matriz de crescimento-
participação BCG.
53
3.2.1 Análise estrutural de indústrias – As cinco forças de Porter
Conforme definição no capítulo 2 a análise estrutural de indústrias foi criada por
Porter, porém para este estudo de caso utilizaremos a análise estrutural de indústrias aplicada
ao negócio educação, conforme adaptação sugerida por GOMES (2009, p. 244).
Cada classificação poderá obter nota de 1 (um) a 5 (cinco), considerando que a nota 1
(um) significa que é muito provável de acontecer à força competitiva, a nota 3 (três) é
provável de acontecer à força competitiva e a nota 5 (cinco) é pouco provável de acontecer à
força competitiva. O resultado da análise será a média das notas das cinco forças competitivas
e a conclusão será de acordo com a figura 11:
Figura 11 – Notas x Resultados das Forças Competitivas
Fonte: Autor/2014
Nos itens abaixo são detalhadas as forças competitivas propostas por GOMES (2009,
p. 244) e suas respectivas notas e análises nas figuras 12, 13, 14, 15 e 16:
1) “Ameaça de novos entrantes, ou seja, novos participantes no setor”:
Figura 12 – Nota e Análise de Novos Entrantes
Fonte: Autor/2014
2) “Ameaças de produtos e serviços substitutos. O que poderá substituir a sala de
aula?”
Figura 13 – Nota e Análise de Produtos Substitutos
Fonte: Autor/2014
54
3) “Poder de negociação dos fornecedores. Qualidade, custo e quantidade dos insumos
cada vez mais especificados. Fornecedores com competências essenciais serão cada
vez mais valorizados. Entre os fornecedores poderemos considerar os professores.
Aqueles que investem em suas carreiras”.
Figura 14 – Nota e Análise do Poder de Negociação dos Fornecedores
Fonte: Autor/2014
4) “Poder de barganha dos clientes, que estão cada vez mais sofisticados e exigentes”.
Figura 15 – Nota e Análise do Poder de Barganha dos Clientes
Fonte: Autor/2014
5) “Rivalidade na estrutura de concorrência. Competição vigorosa entre concorrentes.
[...] devemos considerar como concorrentes tudo que afasta a nossa marca dos
clientes [...]”.
Figura 16 – Nota e Análise da Concorrência
Fonte: Autor/2014
De posse das notas de todas as forças competitivas, o próximo passo é o cálculo da
média das forças.
Cálculo da média:
55
Como resultado da análise, concluímos que a média das notas das forças competitivas
é igual a 4,4. O que significa que é um Bom Negócio.
3.2.2 Matriz de Crescimento-participação – BCG
Neste momento do estudo de caso, será analisado o produto Mestrado Profissional em
Engenharia de Produção de acordo com as classificações da matriz de crescimento-
participação apresentadas no capítulo 2.
Será considerado que o curso esteja sendo implementado na data de hoje, ou seja,
possui baixa participação no mercado.
Analisa-se que:
i) Devido a recente entrada no mercado, o curso possui baixa participação no
mercado;
ii) Devido à diferenciação das linhas de pesquisa e das poucas ofertas de mestrados
profissionais no mercado, o curso tem potencial de crescimento alto;
iii) Devido à necessidade de suprir as exigências de um curso de mestrado profissional
e para iniciar o curso no mercado, o curso necessita de grandes investimentos;
De acordo com as análises, sabemos então que o curso possui baixa participação no
mercado, possui potencial de crescimento alto e necessita de grandes investimentos.
Figura 17 – Matriz BCG do Mestrado Profissional
Fonte: Autor/2014
56
Desta forma, de acordo com a matriz crescimento-participação BCG apresentada na
figura 17, podemos concluir que o curso é um produto criança-problema e que se for
corretamente administrado e alcançar patamares de alta participação no mercado poderá se
tornar um produto estrela, caso o curso obtenha sucesso, mas necessite de poucos
investimentos e tenha baixo potencial de crescimento poderá se tornar um produto vaca
leiteira, e por último, caso o curso não obtenha o sucesso planejado e possua baixa
participação no mercado e baixo potencial de crescimento poderá se tornar um produto cão.
3.3 PROJETO DE APRESENTAÇÃO NA CAPES
Na última parte deste estudo de caso, será sugerido um projeto que apresente uma
proposta de um curso de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, como base para
este projeto serão utilizadas as práticas sugeridas pelo Guia PMBoK.
É importante destacar que os projetos variam entre as IES, onde cada uma adapta os
processos e as práticas de acordo com sua estrutura, sendo assim, é possível que esta proposta
possa ser alterada ou oxigenada de acordo com a IES que desejar realizar o projeto.
Neste caso, serão apresentados somente os processos referentes ao grupo de processo
planejamento e a área de conhecimento gerenciamento do escopo do projeto, informados
abaixo:
 Definir Escopo
 Criar EAP
O critério da escolha destes processos é que os processos dos demais grupos de
processos e áreas do conhecimento dependem diretamente da IES que realizará o projeto e
podem ser levantados e realizados somente após a decisão da IES de realizar o projeto, neste
caso o estudo pretende somente sugerir um projeto, desta maneira é possível definir o escopo
e criar a EAP de acordo com os requisitos da Capes, que são obrigatórios a qualquer IES.
3.3.1 Definir Escopo
O escopo do projeto será apresentado na forma de uma lista hierárquica que
representará todas as atividades e tarefas que serão necessárias para a apresentação de uma
proposta de mestrado profissional e foi definido de acordo com os requisitos exigidos pela
Capes para apresentação de uma proposta de mestrado profissional.
0. Apresentação do curso na Capes
1. Proposta do curso
1.1 Elaborar a proposta;
1.2 Definir os objetivos do curso;
1.3 Definir o perfil dos profissionais a serem titulados;
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Análise Estratégica de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção

  • 1. UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Curso de Engenharia de Produção CARLOS JORGE DOS SANTOS JUNIOR ANÁLISE ESTRATÉGICA DO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROJETO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO RIO DE JANEIRO 2014
  • 2. ii UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA Carlos Jorge dos Santos Junior ANÁLISE ESTRATÉGICA DO PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROJETO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ÁREA: Ensino de Engenharia de Produção SUBÁREA: Estratégia e Organizações TEMA: Mestrado Profissional em Engenharia de Produção Trabalho de conclusão do curso de Engenharia de Produção apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção pela Universidade Veiga de Almeida. Orientador: Alexandre Camacho da Paixão RIO DE JANEIRO 2014
  • 3. iii “O princípio da sabedoria é: Adquire a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o entendimento.” Provérbio de Salomão
  • 4. iv Dedico este trabalho a minha família, meus pais Vera e Carlos e meus irmãos Rodrigo e Daniel, que foram as fontes de carinho e apoio que me fizeram chegar até este momento.
  • 5. v AGRADECIMENTOS Ao Senhor Deus pelo dom da vida e pelas oportunidades concedidas, também pela clara direção de cursar Engenharia. Agradeço a minha família, que em todo tempo apoiou as minhas decisões e acreditou no meu sucesso. Agradeço aos professores e em especial ao professor Alexandre, pelos ensinamentos e orientações que foram dados durante o curso. Por fim agradeço aos meus amigos, que estiveram ao meu lado neste ciclo acadêmico e profissional, todos ficarão para sempre no meu coração.
  • 6. vi RESUMO O presente trabalho apresentará as leis e normas que regulam os cursos de mestrado profissional e o processo de avaliação dos cursos de mestrado profissional na Capes, juntamente com as ferramentas de analises estratégicas e de implementação de projetos. Para o estudo de caso serão apresentadas linhas de pesquisa para um curso de mestrado profissional em engenharia de produção que são diferenciadas dos demais cursos existentes no mercado, também serão analisados os fatores estratégicos que demonstram a diferenciação do respectivo curso. Por fim será apresentada uma análise do processo de implementação de um curso de mestrado profissional na Capes e suas exigências, que serão demonstradas na forma de um escopo de projeto de acordo com as boas práticas de gerenciamento de projetos referenciadas pelo PMI (Project Management Institute). Palavras-Chaves: mestrado profissional, engenharia de produção, estratégia.
  • 7. vii ABSTRACT The aim of the current essay will show the laws and rules whose regulate over the masters professional courses and the evaluation process of masters professional courses at Capes, along with strategic analysis tools and project implementation. For the case study research lines is going to be presented for a professional masters degree in production engineering, which will be differentiated the other already existing courses in the market, also will be analyzed the strategic factors that demonstrate the differentiation of this course. Finally, will be presented an analysis of the implementation process of a professional masters course at Capes and its requirements, which are going to be demonstrated in the form of a scope project in accordance with the best practice project management referenced by the PMI’s (Project Management Institute). Keywords: professional masters degree, production engineering, strategy
  • 8. viii LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Sistema Brasileiro de Educação Superior, p.30. Figura 2 – Sistema Brasileiro de Educação Superior Sugestão PNPG, p.34. Figura 3 – Processo de Apresentação e Avaliação de Mestrado Profissional, p.38. Figura 4 – As cinco forças competitivas de Porter, p.41. Figura 5 – Matriz BCG, p.44. Figura 6 – Grupos de Processos, p.46. Figura 7 – Áreas do Conhecimento, p.47. Figura 8 – Processos de Gerenciamento de Escopo, p.48. Figura 9 – Grupos de Processo versus Processo de Gerenciamento de Escopo, p.49. Figura 10 – Linhas de pesquisa do Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, p.51. Figura 11 – Notas x Resultados das Forças Competitivas, p.53. Figura 12 – Nota e Análise de Novos Entrantes, p.53. Figura 13 – Nota e Análise de Produtos Substitutos, p.53. Figura 14 – Nota e Análise do Poder de Negociação dos Fornecedores, p.53. Figura 15 – Nota e Análise do Poder de Barganha dos Clientes, p.53. Figura 16 – Nota e Análise da Concorrência, p.54. Figura 17 – Matriz BCG do Mestrado Profissional, p.56.
  • 9. ix LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Crescimento dos mestrados profissionais entre os anos de 2004-2009, p.32.
  • 10. x LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos, p.23. Gráfico 2 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Tipo de Recurso, p.23. Gráfico 3 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Língua Inglesa, p.24. Gráfico 4 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Tipo de Recurso – Língua Inglesa, p.24. Gráfico 5 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos, p.25. Gráfico 6 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Tipo de Recurso, p.25. Gráfico 7 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Língua Inglesa, p.26. Gráfico 8 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Língua Inglesa – Tipo de Recurso, p.26.
  • 11. xi LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABEPRO – Associação Brasileira de Engenharia de Produção APCN – Aplicativo para Propostas de Cursos Novos BCG – Boston Consulting Group CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CNPq – Conselho Nacional de Pesquisa CTC-ES – Conselho Tecnico-Científico da Educação Superior EAP – Estrutura Analítica de Projeto FEI – Faculdade de Engenharia Industrial IBMEC – Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais IES – Instituição de Ensino Superior IGC – Índice Geral de Cursos INEP – Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais ITA – Instituto Tecnológico da Aeronáutica MBA – Master in Business Administration MEC – Ministério da Educação PMI – Project Management Institute PMBoK – Project Management Body of Knowledge PNE – Plano Nacional de Educação PNPG – Plano Nacional de Pós-Graduação POLI-USP – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo PUC – Pontifícia Universidade Católica SNPG – Sistema Nacional de Pós-Graduação SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro USP – Universidade de São Paulo VPL – Valor Presente Líquido
  • 12. xii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 14 1.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA .................................................................. 15 1.2 OBJETIVO GERAL ..................................................................................... 15 1.3 OBJETIVO ESPECÍFICOS .......................................................................... 15 1.4 JUSTIFICATIVA.......................................................................................... 16 1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO .................................................................... 16 1.6 METODOLOGIA ......................................................................................... 17 1.6.1 Introdução.......................................................................................... 17 1.6.2 Tipo de pesquisa ................................................................................ 17 1.6.3 Universo e amostra ............................................................................ 17 1.6.4 Seleção dos sujeitos ........................................................................... 18 1.6.5 Coleta de dados.................................................................................. 18 1.6.6 Tratamento dos dados ........................................................................ 18 1.6.7 Limitações do método........................................................................ 18 1.7 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO ............................. 18 1.8 REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................... 19 1.8.1 Revisão histórica do assunto .............................................................. 19 1.8.2 Descrição dos principais autores ........................................................ 21 1.8.3 Referencial teórico............................................................................. 22 1.8.4 Bibliometria....................................................................................... 22 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................. 28 2.1 MESTRADO PROFISSIONAL .................................................................... 28 2.2 PLANO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO (PNPG) ............................. 30 2.3 ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS................................................................. 34 2.3.1 MEC: Ministério da Educação ........................................................... 34 2.3.2 CAPES .............................................................................................. 35 2.3.2.1 Apresentação e Avaliação de Mestrado Profissional ............. 36 2.4 ESTRATÉGIA.............................................................................................. 38 2.4.1 Histórico............................................................................................ 38 2.4.2 A Contribuição de Michael Porter...................................................... 40 2.4.2.1 Análise Estrutural de Indústrias ............................................ 40 2.4.2.2 Estratégias Competitivas Genéricas ...................................... 42 2.4.2.3 Produtos Complementares .................................................... 42 2.4.3 Ferramenta de Análise Estratégica ..................................................... 43 2.4.3.1 BCG: Matriz de Crescimento-Participação ........................... 43
  • 13. xiii 2.5 PROJETO E GERENCIAMENTO DE PROJETOS ...................................... 44 2.5.1 Definições de Projeto......................................................................... 44 2.5.2 Gerenciamento de Projetos................................................................. 45 2.5.3 O Guia PMBoK ................................................................................. 46 2.5.3.1 Gerenciamento do Escopo do Projeto ................................... 47 3 ESTUDO DE CASO ..................................................................................... 50 3.1 LINHAS DE PESQUISA PROPOSTAS ....................................................... 50 3.2 ANÁLISE ESTRATÉGICA DO CURSO PROPOSTO................................. 52 3.2.1 Análise estrutural de indústrias – As cinco forças de Porter................ 53 3.2.2 Matriz de Crescimento-participação - BCG........................................ 55 3.3 PROJETO DE APRESENTAÇÃO NA CAPES ............................................ 56 3.3.1 Definir Escopo................................................................................... 56 3.3.2 Criar EAP – Estrutura Analítica de Projeto......................................... 57 2.5.3.1 Dicionário da EAP................................................................ 57 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 61 4.1 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS .......................................... 62 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................... 63 APÊNDICE
  • 14. 14 1 INTRODUÇÃO A Engenharia de Produção surgiu no início do século XX, com a publicação dos estudos de Frederick Taylor, intitulados Princípios da Administração Científica, que tinha como objetivo diminuir os desperdícios de tempo, recursos e esforços dos trabalhadores. O trabalho de Taylor estabeleceu as bases para a Engenharia Industrial, nos Estados Unidos, ou Engenharia de Produção, na Inglaterra. Mais tarde, Henry Ford além de colocar em prática os conceitos de Taylor, ampliou a visão da administração científica ao ser o primeiro a produzir automóveis em grande volume e baixo preço, utilizando linha de montagem. Na década de 1950 os japoneses realizaram avanços na gestão da produção, através da produção enxuta e conceitos de qualidade executados na Toyota. Segundo a ABEPRO (2012), os primeiros cursos de Engenharia de Produção no Brasil surgiram na década de 1950, onde eram disciplinas específicas ou habilitação da Engenharia Mecânica. Já na década de 1960 foram criados os primeiros cursos de graduação em Engenharia de Produção na Universidade de São Paulo (USP) e na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), também foram criados os primeiros mestrados em Engenharia de Produção na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Nesta atual conjuntura da educação superior brasileira, que segundo o INEP (2014), nos últimos anos está dando oportunidade e alcançando um número maior de pessoas, os mestrados profissionais tem se apresentado como uma alternativa viável para que pessoas venham a ingressar na área acadêmica utilizando suas experiências profissionais aliadas ao pensamento científico, analisando fenômenos, propondo e executando soluções, que visam inovar os processos e gerar valor as organizações, atendendo as áreas vinculadas ao mundo do trabalho e ao sistema produtivo. Conforme atualização pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) em Março de 2014, existiam 581 cursos de Mestrado Profissional reconhecidos e recomendados pelo respectivo órgão no Brasil, sendo 13 cursos na área de Engenharia de Produção. Segundo o Índice Geral de Cursos (IGC) que é o principal indicador de qualidade do Ministério da Educação (INEP, 2013), das cinco melhores universidades do Brasil, que possuem os melhores índices de IGC, quatro universidades possuem na sua grade cursos de Mestrado em Engenharia de Produção ou em áreas das demais Engenharias, Administração e Economia que abordam em suas linhas de pesquisa temas que são correlatos com a Engenharia de Produção, a única universidade que não possui Mestrado, possui programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção. Sendo assim, infere-se que as universidades de boa avaliação nos indicadores do MEC investem em programas de pós-graduação e/ou mestrado profissional, consequentemente também é um diferencial no mercado para as instituições de ensino superior, pois podem incluir em seus cursos linhas de pesquisa diferenciadas das demais universidades, que aproximam a academia das empresas fornecendo subsídios para resolução de problemas complexos no contexto produtivo, outra oportunidade
  • 15. 15 é a formação pedagógica de docentes, sendo esse um forte diferencial competitivo uma vez que a IES precisará buscar poucos profissionais no mercado para atender as suas demandas, porque estará formando e preparando os seus próprios profissionais. Este trabalho monográfico apresenta os fatores estratégicos, os participantes, as questões e as dificuldades que interferem para a implantação de um curso de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção e tem o objetivo de propor um projeto de implantação do respectivo curso, o projeto será orientado pelo Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos – PMBOK (2013). 1.1 DESCRIÇÃO DO PROBLEMA A implantação de um curso de mestrado profissional envolve diversos fatores, que podem impactar viabilizando ou inviabilizando a implantação do curso, estes fatores são influenciados pelo mercado, pelos órgãos reguladores, pelos concorrentes, pelos consumidores e até mesmo pela própria universidade que propõe o curso. Dado estas informações faz-se a seguinte pergunta: Quais os fatores estratégicos atrelados a uma Instituição de Nível Superior, na implementação de um Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, com adoção de linhas de pesquisa diferenciadas do ofertado hoje pelo mercado de instituições públicas e privadas? Pretende-se com essa pesquisa, a observação dos processos de implementação, exigências legais, diretrizes acadêmicas, técnico-científicas e do processo do negócio, para que seja possível estimar os ganhos estratégicos da implementação de um mestrado. 1.2 OBJETIVO GERAL O objetivo geral deste trabalho monográfico é realizar um estudo detalhado dos fatores estratégicos que impactam e interferem na implantação de um curso de Mestrado Profissional de Engenharia de Produção, e propor um projeto de implantação do respectivo curso, como base para este processo de implantação será utilizado o Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos – PMBOK (2013). 1.3 OBJETIVO ESPECÍFICO Entregar uma análise detalhada dos fatores estratégicos que interferem na implantação de um curso de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, que são: a) Estratégia de uma instituição e linhas de pesquisa: Estudo das premissas estratégicas que são necessárias em uma IES que deseja implementar um mestrado profissional e suas respectivas linhas de pesquisa; b) Exigências legais (leis e diretrizes): Análise das leis e diretrizes básicas para mestrado profissional e do PNPG (Plano Nacional de Pós-Graduação);
  • 16. 16 c) Exigências técnico-científicas: Análise dos critérios e parâmetros técnico-científicos exigidos pela Capes; d) Exigências de recursos humanos: Análise dos critérios e parâmetros de recursos humanos exigidos pela Capes; e) Exigências de instalações físicas: Análise dos critérios e parâmetros de instalações físicas exigidas pela Capes; f) Proposta de projeto de implementação: Propor um projeto de implantação do respectivo curso, utilizando como base o Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos – PMBOK (2013). 1.4 JUSTIFICATIVA O estudo científico aprofundado de sistemas educacionais é importante aliado no mundo competitivo atual, onde empresas, governos, instituições e pessoas competem e buscam se superar a cada dia, com objetivo de melhores resultados, prêmios, lucros, crescimento e satisfação pessoal. Os sistemas educacionais de nível superior, sejam eles de graduação ou pós-graduação, podem ser considerados a força motriz da criação, inovação e geração de ideias e propostas para as organizações em geral. As instituições brasileiras de nível superior, que possuem tanto cursos de graduação como pós-graduação, sejam elas privadas ou públicas, necessitam de subsídios para elaborar o planejamento estratégico de seus cursos, departamentos e/ou campus, onde são necessárias diversas informações organizadas e integradas, de cunho técnico, econômico, sociais e geográficos; que são relevantes e servem de auxilio na tomada de decisão estratégica de tais instituições e organizações. Na atual sociedade brasileira, que necessita de crescimento econômico, social e cultural, os cursos e sistemas de graduação e pós-graduação favorecem e influenciam nos indicadores de crescimento econômico, social e cultural, de modo que as pessoas que possuem acesso a estes sistemas possuem maior chance de crescimento econômico, social e cultural. Este crescimento pode ser estendido às famílias e/ou meio no qual estas pessoas interagem. Para o meio acadêmico o estudo dos sistemas educacionais traz principalmente uma visão interior dos seus próprios processos, fatores, meios, ferramentas e objetivos. Sendo de importante relevância para a oxigenação dos processos que fazem parte do meio acadêmico, as análises, os estudos, as ferramentas e principalmente as metodologias e objetivos podem ser melhorados. Em nível pessoal, o estudo dos sistemas educacionais afeta o meio no qual o aluno e pesquisador interage, trazendo conhecimento científico, experiência acadêmica, crescimento cultural e social e satisfação pessoal. Sendo assim de extrema relevância para o crescimento pessoal e acadêmico do aluno e pesquisador. 1.5 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
  • 17. 17 Não é escopo deste estudo as demais modalidades de ensino, bem como os demais cursos. 1.6 METODOLOGIA 1.6.1 Introdução A origem da metodologia científica se dá a partir da necessidade do ser humano obter o conhecimento científico, segundo LAKATOS (2011, p.44) “não há ciência sem o emprego de métodos científicos” e (2011, p.46) “O método é o conjunto das atividades sistemáticas e racionais que, com maior segurança e economia, permite alcançar o objetivo – conhecimentos válidos e verdadeiros -, traçando o caminho a ser seguido, detectando erros e auxiliando as decisões do cientista”. A partir desta relação esta pesquisa utilizará o método hipotético-dedutivo e será baseada na metodologia de VERGARA (2007), para obter o resultado final que é o conhecimento científico. Conforme LAKATOS (2011, p. 20-21) o “conhecimento científico é real (factual) porque lida com ocorrências ou fatos, isto é, com toda forma de existência que se manifesta de algum modo. Constitui um conhecimento contingente [...], sistemático [...], verificável [...], falível [...] e aproximadamente exato”. 1.6.2 Tipo de pesquisa Para definição da pesquisa, será utilizada a classificação apresentada por VERGARA (2007), que propõe os critérios básicos: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins, a pesquisa é definida como descritiva e explicativa, pois pretende descrever e explicar conceitos e definições de educação superior, mestrado profissional, estratégia e projeto. Também é definida como aplicada, porque tem finalidade prática propondo uma solução para o problema descrito. Quantos aos meios, a pesquisa será documental, bibliográfica. Documental porque se valerá de documentos do MEC, da CAPES e da legislação Brasileira. Bibliográfica porque tem fundamentação teórica de livros, periódicos, dissertações, artigos e da Internet. 1.6.3 Universo e amostra Conforme VERGARA (2011, p.46), universo ou população de uma pesquisa é “um conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas, por exemplo) que possuem as características que serão objeto de estudo”. Amostra é “uma parte do universo (população) escolhida segundo algum critério de representatividade”. O universo da pesquisa de campo são as universidades da cidade do Rio de Janeiro.
  • 18. 18 A amostra da pesquisa são as universidades que possuem na sua grade de cursos mestrado profissional em engenharia de produção e/ou em áreas concomitantes. Esta amostragem é representativa, não probabilística e foi escolhida pelo critério da tipicidade. 1.6.4 Seleção dos sujeitos Os sujeitos da pesquisa são as universidades que possuem na sua grade de cursos mestrado profissional em engenharia de produção e/ou em áreas concomitantes, que forem selecionadas pelo pesquisador e que informam suas linhas de pesquisa nos seus sites da Internet. 1.6.5 Coleta de dados A coleta de dados será realizada através de pesquisa bibliográfica em livros, periódicos, dissertações, artigos e da Internet e serão realizadas pesquisas documentais nos arquivos do MEC, da CAPES e na legislação Brasileira. Como resultado desta pesquisa, pretende-se compreender os fatores estratégicos que impactam e interferem na implantação de um curso de Mestrado Profissional de Engenharia de Produção. 1.6.6 Tratamento dos dados O tratamento dos dados será realizado de forma combinada, onde a pesquisa bibliográfica e documental será tratada de forma qualitativa. Através deste tratamento será possível concluir o objetivo da pesquisa. 1.6.7 Limitações do método Segundo VERGARA (2011, p.59) “Todo método tem possibilidades e limitações. [...] mas que ainda assim o justificam como o mais adequado aos propósitos da investigação”. A partir desta definição são apresentadas as limitações do método utilizado. A pesquisa bibliográfica e documental possui limitação com relação à subjetividade do próprio pesquisador, que está sujeito a influenciar em sua própria interpretação. 1.7 ESTRUTURA DE APRESENTAÇÃO DO TRABALHO Este trabalho monográfico será apresentado em quatro capítulos, conforme a descrição abaixo: 1º Capitulo: O primeiro capítulo apresenta uma introdução a respeito da engenharia de produção, dos cursos superiores e dos cursos superiores de engenharia de produção. Também é abordado
  • 19. 19 o problema que é a necessidade de cursos de mestrado profissional em engenharia de produção, este problema serve de motivação para a formulação do problema para o caso proposto, ainda no primeiro capítulo são apresentados os objetivos geral e específico da pesquisa juntamente com a justificativa, a delimitação do estudo, a metodologia adotada, a estrutura de apresentação do trabalho e a revisão da literatura. 2º Capitulo; O segundo capítulo apresenta a fundamentação teórica que norteia a pesquisa proposta por este trabalho monográfico. Define e apresenta o panorama atual das principais teorias e conteúdos que serão utilizados no estudo, referenciando a autores, normas, leis e diretrizes. 3º Capitulo; No terceiro capítulo será descrito o estudo de caso proposto por este trabalho monográfico, onde serão apresentadas as análises estratégicas e as linhas de pesquisa, as exigências, o processo legal e a proposta de projeto de implantação do curso de mestrado profissional em engenharia de produção. 4º Capitulo: O quarto capítulo apresenta as considerações finais do autor e as sugestões para pesquisas de trabalhos futuros. 1.8 REVISÃO DA LITERATURA 1.8.1 Revisão histórica do assunto Segundo SOUZA (2004) apud KAULING (2010, p.3), a Educação Superior pode ser caracterizada como “uma Instituição Social estável e duradoura, concebida a partir de normas e valores da sociedade, tendo como principal objetivo formar a elite intelectual e científica da sociedade a que serve”. Conforme TRINDADE (2000) apud SANTOS e CERQUEIRA (2009, p.2), a respeito da instituição universitária, é possível identificar quatro períodos: Do século XII até o Renascentismo, caracterizado como período da invenção da universidade em plena Idade Média em que se constituiu o modelo da universidade tradicional, a partir das experiências precursoras de Paris e Bolonha, da sua implantação em todo o território europeu sob a proteção da Igreja. No século XV, época em que a universidade renascentista recebe o impacto das transformações comerciais do capitalismo e do humanismo literário e artístico, mas sofre também os efeitos da Reforma e da Contra-Reforma. A partir do século XVII, período marcado por descobertas científicas em vários campos do saber, e do Iluminismo do XVIII, a universidade começou a se institucionalizar a ciência.
  • 20. 20 No século XIX, implantou-se a universidade estatal moderna, e essa etapa, que se desdobra até os nossos dias, introduz uma nova relação entre Estado e universidade. Ainda segundo SANTOS e CERQUEIRA (2009, p.2), o ensino superior nas Américas, diferentemente do que ocorreu no Brasil, colonizado pelos portugueses, em suas colônias, os espanhóis transplantaram para o Caribe, já no início do século XVI, a primeira universidade em Santo Domingo inspirada no modelo de Salamanca e até fins do século XVII se constituiu uma rede de mais de uma dezena de instituições públicas e católicas. Já as colônias norte- americanas da costa-leste, adotaram o modelo das universidades inglesas. Segundo SCHLEMPER (1989) apud KAULING (2010), as primeiras instituições de ensino superior no Brasil foram estabelecidas em 1808, com a chegada da família real portuguesa, estas ainda não possuíam status e/ou estabelecimento jurídico de universidades. Os primeiros cursos superiores no Brasil surgiram da criação das escolas médicas- cirúrgicas da Bahia e do Rio de Janeiro, a Universidade do Rio de Janeiro foi a primeira faculdade instituída no país, que adotava um modelo autônomo com objetivo somente de formar profissionais para as carreiras liberais: advogados, engenheiros e médicos, para atender as necessidades governamentais e da elite local. Segundo SANTOS e CERQUEIRA (2009), entre 1808 e a década de 1920, após a proclamação da república houve um aumento significante nas universidades no Brasil, mas o modelo adotado era bipolarizado entre as instituições católicas e as instituições públicas. A partir da década de 1920 houve a industrialização no país, que trouxe transformações econômicas, culturais e urbanas, onde também houve uma proposta de reformar o ensino superior como um todo, com o objetivo de desenvolver a pesquisa no país, segundo SANTOS e CERQUEIRA (2009, p. 4) “o que se propunha era bem mais que a simples criação de uma universidade: era a ampla reforma de todo o sistema de ensino superior, substituindo as escolas autônomas por grandes universidades, com espaço para o desenvolvimento das ciências básicas e pesquisas”. Neste contexto é que surgiram os cursos de Engenharia e um pouco mais tarde os cursos de Engenharia de Produção, segundo OLIVEIRA (2005, p.1) “a modalidade de curso de engenharia denominada de Engenharia de Produção é relativamente recente se comparada com as demais engenharias, especialmente a Engenharia Civil [...] a Engenharia de Produção tem sua origem no país quando a Escola Politécnica aprovou os cursos de Engenharia de Produção e Complemento de Organização Industrial como disciplinas do curso de doutoramento”, ou seja, a Engenharia de Produção surgiu como especializações das demais engenharias. Ainda segundo LEME (1983) apud OLIVEIRA (2005, p.2), “o sucesso dos cursos, frequentado por várias dezenas de engenheiros, convence a congregação que a nova área estava sendo bastante solicitada no mercado de trabalho, fazendo com que em 1958 esta aprovasse a instalação, em nível de graduação, do curso de Engenharia de Produção como opção da Engenharia Mecânica”. Ainda segundo o mesmo autor, o ITA, a POLI/USP e a FEI implantaram habilitações em Produção e a UFRJ e a PUC-Rio passaram a ter disciplinas de Produção em seus cursos de Pós-Graduação em engenharia.
  • 21. 21 Na década de 70 que foram criados os dois primeiros cursos de Engenharia de Produção, na UFRJ e na USP de São Carlos/SP, a partir daí houve um aumento no número de cursos oferecidos até a data de hoje. Segundo a ABEPRO (2010, p. 1), a origem mais remota da Engenharia de Produção se dá “no início da produção de mercadorias, onde o artesão desenvolvia todas as fases produtivas, desde a concepção e a criação do produto, até sua execução final [...]ocorre quando esse artesão além de produzir preocupou-se em organizar, integrar, mecanizar, mensurar e aprimorar a produção”. Segundo BATALHA (2008, p. 4 e 5), a respeito da origem mais recente da Engenharia de Produção: A Engenharia de Produção começou, há mais de um século, com uma concepção de racionalidade econômica aplicada aos sistemas de produção [...] Taylor é reconhecidamente o precursor da Engenharia de Produção, tendo publicado, em 1911, o livro Princípios da administração científica. [...] O método que Taylor utilizava, e propalava ser científico, consistia em identificar uma atividade de produção, seu início, seu final e as atividades constituintes. Em seguida, dissecava as atividades em atividades elementares, e media o tempo necessário para cada atividade elementar. Depois remontava a atividade do início ao final, de forma que o tempo total para a sua execução fosse minimizado. Essa ideia de gênio para a época [...] teve uma enorme repercussão no plano empresarial, mudando a lógica da organização da indústria e estabelecendo as bases para a construção de uma área do conhecimento chamada Engenharia Industrial (Industrial Engineering para os americanos) ou Engenharia de Produção (Production Engineering para os Ingleses). Segundo MOREIRA (2008, p. 262); O projeto do trabalho recebeu grande influência de duas diferentes correntes de pensamento, baseadas em duas concepções do homem em si e quase que radicalmente opostas. De um lado temos a corrente mecanicista ou objetiva, inspirada nos trabalhos do engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor e de seus seguidores [...] esse é um movimento de racionalização do trabalho, tendo como princípio uma adequação perfeita entre o homem e a máquina. De outro lado temos a corrente comportamental ou humanista, que nasceu como uma reação ao movimento de relações humanas, a partir dos trabalhos de George Elton Mayo [...]. Hoje em dia, o moderno projeto do trabalho não só incorpora conceitos e ensinamentos de ambos os movimentos, como também se abriu a ideias novas, que vão além das duas correntes originais. Ainda segundo BATALHA (2008, p. 5) “a proposta de Taylor foi colocada em prática por Henry Ford, ao produzir automóveis em Detroit. [...] Ford foi o primeiro a produzir automóveis em grande volume e baixo preço, colocando no mercado um produto de acordo com as expectativas e os recursos dos consumidores”. 1.8.2 Descrição dos principais autores
  • 22. 22 Para referenciar e definir o estudo da estratégia da instituição e os aspectos concorrenciais serão utilizados alguns conceitos publicados nas obras de Michael Porter, Estratégia Competitiva e Vantagem Competitiva, em conjunto com os conceitos publicados na obra de Henry Mintzberg, Safári de Estratégia, por fim a estratégia será pautada pela publicação de Débora Dias Gomes, MBA Educação Gestão Estratégica na Escola que Aprende. As exigências legais serão definidas e referenciadas pela lei das diretrizes básicas da educação superior, com o Plano Nacional de Educação e o Plano Nacional de Pós-Graduação. O processo de análise de novos cursos de mestrado profissional da CAPES será o referencial teórico que será utilizado para nortear o estudo das exigências de recursos técnico- científicas, humanas e de instalações físicas. As obras publicadas por Harold Kerzner, Gestão de Projetos as Melhores Práticas, e do Project Management Institute, serão utilizadas com referencial teórico para a proposta de projeto de implantação do curso de mestrado profissional. 1.8.3 Referencial teórico a) Ensino superior de engenharia de produção; b) Mestrado profissional; c) Estratégia e organização; d) Gerenciamento de projetos; 1.8.4 Bibliometria Para estudo do estado da arte, foi realizada pesquisa no site do portal Periódicos CAPES, onde as palavras-chaves utilizadas foram “ensino de engenharia de produção” na língua portuguesa e “engineering production education” na língua inglesa, o motivo da escolha destas palavras-chaves é o tema da linha de pesquisa descrita no Projeto Pedagógico do Curso (p. 79). Inicialmente foi realizada a pesquisa simples, no qual enumera todos os materiais disponíveis no portal no decorrer dos anos, em língua portuguesa foram encontrados 329 materiais, e em língua inglesa foram encontrados 95341 materiais.
  • 23. 23 Gráfico 1 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos Fonte: CAPES/2014 O gráfico 1 detalha o total de materiais encontrados em língua portuguesa ao longo dos últimos anos, a maior parte foi publicada a partir de 2007. Gráfico 2 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Tipo de Recurso Fonte: CAPES/2014 O gráfico 2 detalha o total de materiais encontrados em língua portuguesa, classificados por tipo de recurso, a maioria são artigos.
  • 24. 24 Gráfico 3 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Língua Inglesa Fonte: CAPES/2014 O gráfico 3 detalha o total de materiais encontrados em língua inglesa ao longo dos últimos anos. Gráfico 4 – Ensino de Engenharia de Produção ao longo dos anos – Tipo de Recurso – Língua Inglesa Fonte: CAPES/2014 O gráfico 4 detalha o total de materiais encontrados em língua inglesa, classificados por tipo de recurso, a maioria são artigos.
  • 25. 25 Após foi realizada a pesquisa avançada, no qual enumera todos os materiais disponíveis no portal nos últimos 10 anos (2004 até 2014), em língua portuguesa foram encontrados 318 materiais e em língua inglesa foram encontrados 47821 materiais. Gráfico 5 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos Fonte: CAPES/2014 O gráfico 5 detalha todos os materiais disponíveis em língua portuguesa nos últimos 10 anos, neste caso a maioria também foi publicada a partir de 2007. Gráfico 6 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Tipo de Recurso Fonte: CAPES/2014
  • 26. 26 O gráfico 6 detalha todos os materiais disponíveis em língua portuguesa nos últimos 10 anos, classificados por tipo de recurso, neste caso a maioria são artigos. Gráfico 7 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Língua Inglesa Fonte: CAPES/2014 O gráfico 7 detalha todos os materiais disponíveis em língua inglesa nos últimos 10 anos. Gráfico 8 – Ensino de Engenharia de Produção nos últimos 10 anos – Língua Inglesa – Tipo de Recurso Fonte: CAPES/2014
  • 27. 27 O gráfico 8 detalha todos os materiais disponíveis em língua inglesa nos últimos 10 anos, classificados por tipo de recurso, a maioria são artigos.
  • 28. 28 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 MESTRADO PROFISSIONAL Através da Portaria Normativa nº 17, de 28 de Dezembro de 2009, do Ministério da Educação, é realizada a disposição do Mestrado Profissional no âmbito da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), segundo o artigo 1º da Portaria Normativa nº 17, de 28 de Dezembro de 2009, a CAPES regulará a oferta de programas de mestrado profissional mediante chamadas públicas e avaliará os cursos oferecidos. A CAPES (2014) define o mestrado profissional como “uma modalidade de Pós- Graduação stricto sensu voltada para a capacitação de profissionais, nas diversas áreas do conhecimento, mediante o estudo de técnicas, processos, ou temáticas que atendam a alguma demanda do mercado de trabalho”. Segundo o artigo 3º da Portaria Normativa nº 17, de 28 de Dezembro de 2009, o “mestrado profissional é definido como modalidade de formação pós-graduada stricto sensu que possibilita”: I - a capacitação de pessoal para a prática profissional avançada e transformadora de procedimentos e processos aplicados, por meio da incorporação do método científico, habilitando o profissional para atuar em atividades técnico-científicas e de inovação; II - a formação de profissionais qualificados pela apropriação e aplicação do conhecimento embasado no rigor metodológico e nos fundamentos científicos; III - a incorporação e atualização permanentes dos avanços na ciência e das tecnologias, bem como a capacitação para aplicar os mesmos, tendo como foco a gestão, a produção técnico-científica na pesquisa aplicada e a proposição de inovações e aperfeiçoamentos tecnológicos para a solução de problemas específicos; Segundo BATALHA (2008, p. 1) “a definição mais utilizada de Engenharia de Produção é a seguinte”: A Engenharia de Produção trata do projeto, aperfeiçoamento e implantação de sistemas integrados de pessoas, materiais, informações, equipamentos e energia, para a produção de bens e serviços, de maneira econômica, respeitando os preceitos éticos e culturais. Tem como base os conhecimentos específicos e as habilidades associadas às ciências físicas, matemáticas e sociais, assim como os princípios e métodos da análise da engenharia de projeto para especificar, predizer e avaliar os resultados obtidos por tais sistemas. Assim, a partir das definições representadas pela Portaria Normativa nº 17 e por Batalha, de Mestrado Profissional e Engenharia de Produção, respectivamente, é possível sugerir que existe proximidade e semelhança entre as duas modalidades de ensino no que concerne à análise transformadora de procedimentos e processos, utilizando a inovação, a ciência e tecnologia, a gestão e o rigor metodológico.
  • 29. 29 Segundo a Portaria Normativa nº17, de 28 de Dezembro de 2009, apud KOBIYAMA (2011, p. 5) “o Mestrado Profissional foi regulamentado visando atender as seguintes necessidades”, que estão declaradas abaixo: a) Estimular a formação de mestres profissionais habilitados para desenvolver atividades e trabalhos técnico-cientificos em temas de interesse público; b) Identificar potencialidades para atuação local, regional, nacional e internacional; c) Atender a demanda de profissionais altamente qualificados nas áreas mais diretamente vinculadas ao mundo do trabalho e ao sistema produtivo; d) Formação de recursos humanos em cursos de pós-graduação stricto sensu com vistas ao desenvolvimento sócio-econômico e cultural do país; e) Capacitação e treinamento de pesquisadores e profissionais destinados a aumentar o potencial interno de geração, difusão e utilização de conhecimentos científicos no processo produtivo de bens e serviços; f) Natureza e especificidade do conhecimento científico e tecnológico a ser produzido e reproduzido; g) Relevância social, científica e tecnológica dos processos de formação profissional avançada; O artigo 4º da Portaria Normativa nº17, de 28 de Dezembro de 2009, define quatro objetivos do mestrado profissional, que estão representados abaixo: I - Capacitar profissionais qualificados para o exercício da prática profissional avançada e transformadora de procedimentos, visando atender as demandas sociais, organizacionais ou profissionais e do mercado de trabalho; II - Transferir conhecimento para a sociedade, atendendo demandas específicas e de arranjos produtivos com vistas ao desenvolvimento nacional, regional ou local; III - Promover a articulação integrada da formação profissional com entidades demandantes de naturezas diversas, visando melhorar a eficácia e a eficiência das organizações públicas e privadas por meio da solução de problemas e geração da aplicação de processos de inovação apropriados; IV - Contribuir para agregar competitividade e aumentar a produtividade em empresas, organizações publicas e privadas. Segundo a CAPES (2014) o objetivo do mestrado profissional é “contribuir com o setor produtivo nacional no sentido de agregar um nível maior de competitividade e produtividade a empresas e organizações, sejam elas públicas ou privadas”. Através de parágrafo único a Portaria Normativa nº 17, de 28 de Dezembro de 2009, define a ênfase dos cursos de mestrado profissional, conforme representado abaixo: A oferta de cursos com vistas à formação no Mestrado Profissional terá como ênfase os princípios de aplicabilidade técnica, flexibilidade operacional e organicidade do conhecimento técnico-científico, visando o treinamento de pessoal pela exposição dos alunos aos processos da utilização aplicada dos conhecimentos e o exercício da inovação, visando à valorização da experiência profissional.
  • 30. 30 Com a inserção do Mestrado Profissional como uma das modalidades de formação de pós-graduação, o sistema brasileiro de educação superior está organizado conforme a ilustração da Figura 1: Figura 1 – Sistema Brasileiro de Educação Superior Fonte: Autor/2014 2.2 PLANO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO (PNPG) O Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) é um plano político e estratégico elaborado no ano de 2010, que faz parte do Plano Nacional de Educação (PNE) e tem como objetivo definir novas diretrizes, estratégias e metas para dar continuidade e avançar nas propostas para a política de pós-graduação e pesquisa no Brasil entre os anos de 2011-2020. O documento é editado pela CAPES com o auxílio de uma comissão nacional, uma comissão coordenadora e uma comissão de apoio técnica, formada por representantes das principais universidades e instituições de fomento de pesquisa do Brasil. O PNPG 2011-2020 é continuidade dos quatro planos anteriores, que foram elaborados a partir das demandas da sociedade nos seus respectivos anos e tinham como objetivos: PNPG 1975-1979: Formar em volume e diversificação – pesquisadores, docentes e profissionais e encaminhar e executar projetos de pesquisa, assessorando o sistema produtivo e o setor público. PNPG 1982-1985: Formação de recursos humanos para as atividades docentes, de pesquisa e técnicas visando ao atendimento dos setores público e privado, com ênfase na qualidade do ensino superior e, mais especificamente, na da pós-graduação, institucionalizando e aperfeiçoando o processo de avaliação.
  • 31. 31 PNPG 1986-1989: Desenvolvimento da pesquisa pela universidade e integração da pós-graduação ao sistema de ciência e tecnologia. PNPG 2005-2010: Crescimento estável do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), com o propósito de atender com qualidade as diversas demandas da sociedade, visando ao desenvolvimento científico, tecnológico, econômico e social do país. Subsidiar a formulação e a implantação de políticas públicas voltadas para as áreas de educação, ciência e tecnologia. É importante ressaltar que devido restrições orçamentárias e falta de articulação entre as agencias de fomento nacional, o PNPG 2005-2010 não pode ser publicado, sendo assim o PNPG 2011-2020 inclui diversos itens que foram discutidos durante o período do PNPG 2005-2010. O PNPG 2011-2020 é um plano com horizonte temporal maior que os anteriores, segundo o PNPG (2010, p. 15) os principais objetivos são: I - A expansão do Sistema Nacional de Pós-Graduação (SNPG), a primazia da qualidade, a quebra de endogenia, a atenção e a redução das assimetrias; II - A criação de uma nova agenda nacional de pesquisa e sua associação com a pós- graduação; III - O aperfeiçoamento da avaliação e sua expansão para outros segmentos do sistema C,T&I; IV - A multi e a interdisciplinaridade entre as principais características da pós- graduação e importantes temas da pesquisa; V - O apoio a educação básica e a outros níveis e modalidades de ensino, especialmente o ensino médio; Com relação ao mestrado profissional o PNPG 2011-2020 propõe a expansão do financiamento da pós-graduação stricto sensu, com olhar especial ao mestrado profissional, conforme a meta 14 do PNPG (2010): Meta 14: Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores [...]; 14.3) Expandir o financiamento estudantil por meio do Fundo de Financiamento ao estudante do Ensino Superior – FIES, de que trata a Lei nº 10.260, de 12 de julho de 2001, a pós-graduação stricto sensu, especialmente ao mestrado profissional; Segundo pesquisa divulgada no PNPG (2010, p. 49), que está ilustrada na Tabela 1, em 2009 as instituições de ensino superior privadas possuíam o maior número de cursos de mestrado profissional (44,4%), enquanto as instituições federais totalizavam 39,9% dos cursos de mestrado profissional, por esse motivo infere-se que realmente existe uma demanda reprimida de financiamento estudantil para o mestrado profissional nas IES privadas, visto que essa modalidade de pós-graduação não está incluída no programa de bolsas da CAPES, desta maneira, o aluno precisa custear todo o investimento do curso, o que torna essa modalidade de pós-graduação muitas vezes pouco atrativa, salvos os casos onde o
  • 32. 32 investimento do curso é realizado pela empresa onde o aluno exerce suas atividades profissionais. Tabela 1 – Crescimento dos mestrados profissionais entre os anos de 2004-2009 Fonte: PNPG/2010 A meta 14 em conjunto com os dados sobre o crescimento dos mestrados profissionais na Tabela 1 também indicam que a presença de mestrados profissionais é uma necessidade latente da sociedade, no que diz respeito à capacitação técnica para os setores de serviços públicos e privados, conforme relata o PNPG (2010, p. 16), “e a ênfase na formação de docentes para todos os níveis de ensino, bem como quadros técnicos via mestrado profissional para os setores de serviços públicos e privados”. Também podem ser incluídos os programas estratégicos nacionais apontados no PNPG, onde a necessidade de recursos humanos se faz necessária, água, energia, transporte, controle de fronteiras, agronegócio, Amazônia, mar (Amazônia azul), saúde, defesa, justiça, segurança pública, programa espacial, desequilíbrio regional. O PNPG (2010, p. 126-127) ainda especifica que a modalidade de pós-graduação mestrado profissional pode favorecer uma grande mudança no cenário das relações entre as atividades acadêmicas (universidades) e as atividades profissionais (empresas), conforme relata abaixo: Nos últimos anos, a CAPES patrocinou uma iniciativa com o potencial de mudar em profundidade a situação, o perfil e a natureza do mestrado, a saber: a criação do mestrado profissional, voltado para as áreas profissionais e aplicadas, nas quais, a rigor, nunca houve mestrados estritamente acadêmicos. Posicionando entre as especializações lato senso e o mestrado e o doutorado acadêmicos stricto senso; o mestrado profissional mostra que alguma coisa mais profunda está a acontecer no sistema de pós-graduação. Diante de vários desafios que devem ser articulados entre o mundo acadêmico e o mundo empresarial, o PNPG (2010, p. 193) enumera alguns que possuem forte ligação com as áreas da engenharia, apresentados abaixo: (iii) estimular e promover a absorção de mestres e doutores por empresas; [...]
  • 33. 33 (v) ampliar substancialmente a pós-graduação brasileira com ênfase nas áreas tecnológicas e engenharias, as quais podem contribuir de maneira estratégica para o desenvolvimento de setores como, por exemplo, energia, telecomunicações, automotivo, petroquímico e químico, farmacêutico, odontológico e médico-hospitalar, siderúrgico, aeronáutico, eletrodomésticos, agronegócio, alimentos e têxtil, dentre outros; (vi) estimular, na pós-graduação uma agenda de formação de talentos para apoiar os processos de inovação no parque industrial do país, observando-se as tendências futuras, de maneira a fortalecer as habilidades e competências dinamizadoras da competitividade global; (vii) apoiar iniciativas nos programas de pós-graduação que contemplem uma melhor integração entre universidades, governo e empresas, por meio da construção de redes de produção de conhecimento, baseadas na interdisciplinaridade, na aplicabilidade e na responsabilidade social do conhecimento, com políticas indutoras para a pesquisa em tecnologias sociais vinculadas a preocupação com a sustentabilidade; Alguns dos autores do PNPG ainda sugerem mudanças profundas no sistema da educação superior brasileira, dando maior representatividade e importância ao mestrado profissional, alocando-o como meio indutor da criação de inovação tecnológica, desta forma o mestrado profissional se tornaria o próximo passo de um aluno oriundo da graduação. Neste cenário o mestrado acadêmico se tornaria anexo ao doutorado, conforme sugere o PNPG (2010, p. 78) e é ilustrado na Figura 2. O mestrado acadêmico precisa desaparecer como etapa da formação pós-graduada com existência própria. Os programas de pós-graduação de perfil acadêmico devem ter como propósito exclusivo a formação de doutores. O ideal é que o ensino brasileiro se aproximasse do modelo de Bolonha, no qual o mestrado corresponde aos anos finais de uma graduação de cinco anos. [...] Mas, o mestrado acadêmico pode resumir-se, a um título dado em algum momento da formação para o doutorado, definido livremente pelos programas. As bolsas de pós- graduação seriam dadas para os doutorandos, que receberiam o título de mestre ao cumprir uma etapa do doutorado. O mestrado como formação terminal seria outra coisa: um curso voltado a especialização ou profissionalização de alto nível, com duração não superior a um ano e submetido a critérios próprios de credenciamento e de avaliação de qualidade. Seria conveniente pensar em incentivos a sua multiplicação e diversificação no sistema universitário público, que é muito dependente das orientações e regras uniformizadoras da CAPES.
  • 34. 34 Figura 2 – Sistema Brasileiro de Educação Superior Sugestão PNPG Fonte: Autor/2014 Diante de tais cenários apresentados no PNPG, está claro que a modalidade de pós- graduação mestrado profissional é objeto de diversos e variados estudos, onde muitas sugestões e soluções são apresentadas, é possível ainda que esta modalidade apresente características diversas dependendo da região do país onde for implementada. É evidente que esta modalidade de pós-graduação apresenta uma grande capacidade de expansão, gerando muitas oportunidades para as IES privadas que desejam ampliar seus portfólios de serviços e também para alunos e profissionais que anseiam por uma oportunidade na área acadêmica, sem perder o foco de suas atividades profissionais. No contexto político econômico, se os mestrados profissionais realmente receberem o devido investimento, podem se tornar o indutor de crescimento nas áreas de ciência e tecnologia, podendo influenciar e trazer maior competitividade ao mercado nacional, gerando eficiência, aumento da produtividade e por consequência aumento nos indicadores de desempenho da economia e de crescimento demográfico e social. 2.3 ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS 2.3.1 MEC: Ministério da Educação O MEC (Ministério da Educação) é um órgão da administração federal direta, que é legislado pelo decreto de Lei 7620/2012 e que possui como área de referência os seguintes assuntos, conforme descreve a Lei 7620/2012: I - Política nacional de educação; II - Educação infantil;
  • 35. 35 III - Educação em geral, compreendendo ensino fundamental, ensino médio, educação de jovens e adultos, educação profissional, educação especial e educação a distancia, exceto ensino militar; IV - Avaliação, informação e pesquisa educacional; V - Pesquisa e extensão universitária; VI - Magistério VII - Assistência financeira a famílias carentes para a escolarização de seus filhos e dependentes. Conforme os itens III, IV e V, a área de estudo desta pesquisa, mestrado profissional, é diretamente controlada e influenciada pelo MEC, sendo assim, de total relevância para o MEC que realiza a avaliação dos cursos de mestrado profissional através da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). 2.3.2 CAPES As definições deste capítulo nortearão o estudo de caso desta pesquisa, com relação à apresentação do processo de avaliação de um Mestrado Profissional (stricto sensu) em Engenharia de Produção, que é a proposta desta pesquisa. A CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) faz parte da estrutura organizacional do MEC, é uma fundação pública que está no organograma da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC e tem como competência, dentre outras, segundo a Lei 7620/2012: I - Planejar e coordenar o processo de formulação de políticas para a regulação e supervisão da educação superior [...]; II – Autorizar, reconhecer e renovar o reconhecimento de cursos de graduação e sequenciais, presenciais e a distância; III – Exarar parecer nos processos de credenciamento e recredenciamento de instituições de educação superior para as modalidades presencial e a distância; IV – Supervisionar instituições de educação superior e cursos de graduação, sequenciais, presenciais e a distância, com vistas ao cumprimento da legislação educacional e à indução de melhorias dos padrões de qualidade da educação superior, aplicando as penalidades previstas na legislação; V – Estabelecer diretrizes e instrumentos para as ações de regulação e supervisão da educação superior, presencial e a distância em consonância com o ordenamento legal vigente; VI – Estabelecer diretrizes para a elaboração dos instrumentos de avaliação de instituições e cursos de educação superior; VII – Gerenciar sistema público de informações cadastrais de instituições e cursos de educação superior; VIII – Gerenciar sistema eletrônico de acompanhamento de processos relacionados à regulação e supervisão de instituições e cursos de educação superior; IX – Manter e atualizar o catálogo dos cursos superiores de tecnologia; X – Propor as ações de concepção e atualização dos referenciais e das diretrizes curriculares dos cursos superiores;
  • 36. 36 XI – Propor referenciais de qualidade para a educação à distância, considerando as diretrizes curriculares da educação superior e as diversas tecnologias de informação e comunicação; XII – Articular-se, em sua área de atuação, com instituições nacionais, estrangeiras e internacionais, mediante ações de cooperação institucional, técnica e financeira bilateral e multilateral; XIII – Gerenciar, planejar, coordenar e executar as ações referentes a concessão de certificados das entidades beneficentes de assistência social da área de educação, e decidir sobre certificação; XIV – Gerenciar, planejar, coordenar, executar e monitorar ações referentes a processos de chamamento público para credenciamento de instituições de educação superior privadas e para autorização de funcionamento de cursos em áreas estratégicas, considerando as necessidades do desenvolvimento do País e a inovação tecnológica; Segundo a CAPES (2014), a fundação tem como missão “expandir e consolidar a pós- graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação” e “atuar na formação de professores da educação básica ampliando o alcance de suas ações na formação de pessoal qualificado no Brasil e no exterior”. De acordo com a CAPES (2014), as atividades da fundação “podem ser agrupadas nas seguintes linhas de ação, cada qual desenvolvida por um conjunto estruturado de programas”: Avaliação da pós-graduação stricto sensu; Acesso e divulgação da produção científica; Investimentos na formação de recursos de alto nível no país e no exterior; Promoção da cooperação científica internacional; Indução e fomento da formação inicial e continuada de professores para a educação básica nos formatos presencial e a distância; 2.3.2.1 Apresentação e Avaliação de Mestrado Profissional O processo de apresentação e avaliação de um Mestrado Profissional, no âmbito da Capes, é regulamentado conforme a Portaria Normativa nº 193, de 4 de Outubro de 2011. A Portaria Normativa nº 193, de 4 de Outubro de 2011, tem o objetivo de “Fixar normas e procedimentos para a apresentação e avaliação de propostas de cursos novos de mestrado e doutorado”. Segundo o artigo 2 da Portaria Normativa 193, de 4 de Outubro de 2011, “são requisitos gerais aplicáveis as propostas de cursos novos submetidos à avaliação da Capes”. I - Adequação ao plano de desenvolvimento institucional da proponente e comprometimento dos dirigentes da instituição com a iniciativa; II - Clareza e consistência da proposta, que deve apresentar indicadores que comprovem: qualificação do corpo docente, adequação das áreas de concentração e projetos de pesquisa, adequação da estrutura curricular com respectivas ementas de
  • 37. 37 disciplinas, explicitação dos critérios de seleção de alunos e justificativas para o perfil da formação profissional pretendida e os estágios do desenvolvimento da área no País; III - Competência técnico-cientifica para a promoção do curso, demonstrando que a proposta foi precedida da formação e maturação de grupos de pesquisa com produção intelectual relevante, em termos quantitativos e qualitativos, e em condições de assegurar a formação dos alunos nas áreas de concentração previstas; IV - Quadro de docentes permanentes que, em número, regime de dedicação ao programa e qualificação acadêmica, permita assegurar a regularidade e a qualidade das atividades de ensino, pesquisa e orientação; V - Infraestrutura de ensino e pesquisa adequada para o desenvolvimento das atividades previstas, no que se refere a instalações físicas, laboratórios, facilidades experimentais e biblioteca; VI - Infraestrutura e acesso a equipamentos de informática atualizados, a rede mundial de computadores e a fontes de informação multimídia para os docentes e discentes; VII - Infraestrutura de secretaria e apoio administrativo; Os requisitos específicos de cada área de avaliação e do CTC-ES (Conselho Tecnico- Científico da Educação Superior) da Capes, são elaborados anualmente através de reuniões e seminários entre os colaboradores e consultores da Capes e divulgados através de comunicados das áreas de avaliação, a área de avaliação que compreende os cursos de Engenharia de Produção é a Área de Avaliação Engenharias III. Os requisitos que permeiam a avaliação da Capes atualmente, foram deferidos no ano de 2012 e permanecem até a data atual, abaixo representação e explicação resumida dos requisitos da área de avaliação Engenharias III. 1) Proposta do Curso: Recomendações da área no que se refere ao perfil do programa, formação teórica e metodológica, etc.; 2) Corpo Docente: Requisitos mínimos, estabelecidos pela área, para composição do corpo docente do novo curso; 3) Atividade de Pesquisa: Requisitos da área para a organização das linhas e atividades de pesquisa; 4) Produção Intelectual: Critérios e recomendações da área quanto à produção bibliográfica, técnica e/ou artística do novo curso; 5) Infraestrutura de Ensino e Pesquisa: Recomendações específicas da área sobre o comprometimento institucional para a implantação e o êxito do curso novo (ex.: biblioteca, acesso a internet, laboratórios, etc.); 6) Outras: Outras recomendações que a área julga importantes para a implantação e êxito do curso novo; Com relação ao envio da proposta de novos cursos a Capes, esta deve ser realizada pela pró-reitoria de pós-graduação ou órgão equivalente da IES, via eletrônica, através do Aplicativo Para Propostas de Cursos Novos (APCN), segundo a Portaria Normativa nº 193, de 4 de Outubro de 2011, devem ser adotados os seguintes procedimentos:
  • 38. 38 I - Preenchimento do aplicativo APCN disponibilizado no portal da Capes; II - Indicação do endereço, na Plataforma Lattes do CNPq, dos curriculum vitae de todos os docentes e pesquisadores propostos como permanentes ou colaboradores no programa dos cursos de pós-graduação; III - Anexação dos seguintes documentos: a) Regimento interno ou regulamento do curso, explicitando, quando couber, se o mesmo atende o estatuto ou normas gerais da Instituição referentes à pós- graduação; b) Documento assinado pelo pró-reitor(a) de pós-graduação da instituição de ensino e pesquisa ou autoridade equivalente, expressando o comprometimento formal com a proposta de curso novo; São três as etapas de avaliação dos cursos novos, conforme o artigo 9º da Portaria Normativa nº 193, de 4 de Outubro de 2011, e representado na figura 3. Primeira Etapa: Análise técnica realizada pela Diretoria de Avaliação, relativa às exigências formais e documentais estipuladas. Caso estas exigências não sejam atendidas, a proposta será desqualificada; Segunda Etapa: Análise de mérito, seguida de emissão de parecer detalhado sobre a proposta, realizada pela Comissão de Área correspondente, sendo facultada a solicitação de parecer “ad-hoc”. [...]; Terceira Etapa: Análise pelo Conselho Tecnico-Cientifico da Educação Superior (CTC-ES) da proposta e do parecer da área, seguido do parecer final. [...]; Figura 3 – Processo de Apresentação e Avaliação de Mestrado Profissional Fonte: Autor/2014 O resultado da avaliação será divulgado através de parecer circunstanciado, onde os quesitos avaliados serão especificados e detalhados, o curso obterá nota na escala de 1 a 7 (um a sete) e as propostas de cursos que obtiverem nota igual ou superior a 3 (três) serão recomendadas pela Capes. 2.4 ESTRATÉGIA 2.4.1 Histórico
  • 39. 39 Vivemos em um mundo globalizado, onde a concorrência é um fator preponderante na vida de todos os seres humanos, a competição está presente em todos os períodos e fases da vida. Esse contexto não é diferente nas organizações, onde a competição por mercados e clientes é acirrada. As rápidas mudanças nos cenários de mercado fazem com que as organizações necessitem se adaptar rapidamente e de maneira rigorosa suas práticas e formas de atuar no mercado, o que operacionalmente é complexo e dependendo de como as manobras de adaptação forem executadas os resultados e consequências podem ser drásticas ou podendo até mesmo ser excelente para a organização. Diante deste cenário as empresas e organizações que necessitam sobreviver e se adaptar ao mercado precisam se utilizar de estratégias competitivas, que definem como a organização pretende se posicionar diante do mercado, dos seus clientes (ou possíveis clientes) e de seus concorrentes. As estratégias competitivas são objeto de estudo do Planejamento Estratégico, todas as grandes empresas possuem departamentos voltados à análise de estratégias competitivas, aliadas as estratégias de marketing. No alto nível empresarial, executivos utilizam as estratégias competitivas para traçar as metas de suas empresas, desdobrando-as até o mais baixo nível gerencial chegando até os níveis táticos e operacionais, desta maneira é possível que toda a empresa esteja focada e alinhada com os planos e estratégias do negócio como um todo. Ainda que sem uma posição formal é possível considerar que as pequenas empresas possuem estratégias competitivas, de maneira intuitiva muitos microempreendedores entram em diversos tipos de mercados diariamente e conseguem obter bons retornos de seus negócios, alguns chegam até a conseguir rápido crescimento e consequentemente ampliam suas empresas, se tornando empresas de sucesso. As estratégias são mais antigas do imaginamos, os primeiros relatos escritos sobre estratégia são datados a mais de dois mil anos atrás, onde as estratégias eram utilizadas para escolha de posição de batalhões, guerreiros e soldados em batalhas militares. Também foi relatada a utilização de estratégias no século XVI, quando o imperador francês Napoleão Bonaparte conquistou grande parte da Europa, demonstrando que era um ótimo estrategista militar. Mais recentemente, na década de 1980, alguns relatos escritos foram produzidos após a guerra do Vietnã, onde a maioria dos escritos aponta que os Estados Unidos saíram derrotados da guerra devido a erros estratégicos. Ainda neste período também foram publicados diversos artigos e livros que fazem analogia das estratégias militares com as estratégias corporativas, inclusive executivos de grandes empresas começaram a se utilizar de vocabulário e táticas estratégicas militares adaptadas para o mundo de negócios corporativos. Neste estudo, o emprego do termo estratégia se dá similarmente ao emprego do termo estratégia competitiva, portanto, define-se que os dois termos tem o mesmo sentido, mesmo propósito e o mesmo significado. Estratégia pode ser definida como o posicionamento que determinada organização ou pessoa vai ter diante de um cenário, com o objetivo de alcançar uma determinada meta. Aplicado a uma IES é possível definir que as estratégias dizem o “como” levar o curso do posicionamento atual ao posicionamento desejado, onde os objetivos
  • 40. 40 representam os fins que a gestão do curso está tentando alcançar, enquanto a estratégia é o meio para alcançá-los. Segundo GOMES (2009, p. 232) estratégia “parte do planejamento que define o modo de ação futura, guia, direção, trajetória para alcançar novos patamares, um padrão de excelência que permita manter a coerência ao longo do tempo” ou ainda segundo GOMES (2009, p. 234) estratégia é a “identificação do melhor caminho a ser percorrido para se tornar uma organização competitiva”. PORTER (2004, p. 16) define que “a estratégia competitiva é, em essência, o desenvolvimento de uma fórmula ampla para o modo como uma empresa competirá, quais deveriam ser as suas metas e quais as políticas necessárias para levar-se a cabo essas metas”, SLACK (2009, p. 61) define estratégia como “o padrão global de decisões e ações que influencia a direção de longo prazo de uma organização” e MOREIRA (2008, p. 12-13) define estratégia como “filosofia básica da organização no que tange as suas atividades, determina os produtos e/ou serviços a serem oferecidos e trata do planejamento para a aquisição e alocação de recursos críticos, como tecnologia e pessoal tanto para implementar os planos, como para avaliar os seus impactos”. MINTZBERG (2010, p. 25) define que “estratégia é um padrão, isto é, coerência em comportamento ao longo do tempo” e ainda classifica quatro itens que são importantes e vitais a respeito da estratégia: (i) A estratégia fixa a direção (ii) A estratégia concentra o esforço (iii) A estratégia define a organização (iv) A estratégia favorece a coerência 2.4.2 A Contribuição de Michael Porter A publicação Estratégia Competitiva – Tecnicas para Análise de Indústrias e da Concorrência - de Michael Porter, na década de 1980, foi um impulsionador do interesse das novas gerações de acadêmicos, consultores e executivos. Segundo a publicação de MINTZBERG (2010) os pensamentos de Porter foram os motores da terceira escola de estratégia, a Escola do Posicionamento. Dentro de vários conceitos apresentados por Porter, os principais e que serão apresentados neste capítulo são os modelos de análise estrutural de indústrias, o conjunto de estratégias competitivas genéricas e a estratégia de produtos complementares: 2.4.2.1 A Análise Estrutural de Indústrias PORTER (2004) afirma que o grau da concorrência em uma indústria depende de cinco forças competitivas básicas e o conjunto destas forças determina o potencial de lucro final. PORTER (2004, p.4) também afirma que “a meta da estratégia competitiva para uma unidade empresarial em uma indústria é encontrar uma posição dentro dela em que a companhia possa melhor se defender contra essas forças competitivas ou influenciá-las em seu favor”.
  • 41. 41 As cinco forças competitivas de Porter são representadas na figura 4 e descritas a seguir: Figura 4 – As cinco forças competitivas de Porter Fonte: Autor/2014 Ameaça de Entrada: Determina e analisa as dificuldades e facilidades de uma nova empresa entrar no mercado, a entrada de uma nova empresa pode trazer como resultado a alteração dos custos e preços dos produtos e como consequência diminuição das vendas e do lucro da empresa. O principal objeto de análise desta força competitiva são as barreiras de entrada. Intensidade da Rivalidade entre os Concorrentes Existentes: Esta força competitiva declara que as empresas concorrentes são mutuamente dependentes, onde a situação de cada empresa no mercado depende da forma com que os concorrentes reagem as suas estratégias, PORTER (2014, p. 18) afirma que “a rivalidade em algumas indústrias caracteriza-se por expressões como belicosa, amarga ou impiedosa, enquanto em outras indústrias pode ser dita como polida ou cavalheiresca. A rivalidade é consequência da interação de vários fatores estruturais”. Poder de Negociação dos Compradores: A forma com que os clientes podem negociar com as indústrias, barganhando por melhores preços, melhor qualidade e mais serviços, fazendo com que os concorrentes duelem através destes fatores. O poder de negociação dos compradores está associado à quantidade que eles compram e se estão dispostos a experimentar produtos e serviços alternativos, de indústrias concorrentes. Pressão dos Produtos Substitutos: A ocorrência de produtos substitutos pode-se dar por diversos motivos, como por exemplo, novas funções, melhor qualidade ou até mesmo redução de custos operacionais de fabricação. Desta forma a entrada de produtos substitutos faz com que os preços dos produtos antigos se estabilizem ou até mesmo caiam, ocasionando
  • 42. 42 redução nos lucros da empresa. Segundo MINTZBERG (2010, p. 107) “a concorrência depende de até onde os produtos em uma indústria são substituíveis por produtos de outra”. Poder de Negociação dos Fornecedores: Naturalmente são objetivos de todos os fornecedores aumentarem os preços dos seus produtos e também diminuir os seus custos, afetando assim a qualidade dos produtos. Isso pode afetar diretamente a indústria no que concerne aos seus custos e consequentemente seus lucros, caso não consiga repassar o aumento de custos ao cliente. MINTZBERG (2010) afirma que o que define a capacidade ou incapacidade de negociação dos fornecedores é quem tem mais opções e quem tem mais a perder com o término da relação. 2.4.2.2 Estratégias Competitivas Genéricas PORTER (2014, p. 36) afirma que “podemos encontrar três estratégias genéricas internamente consistentes (que podem ser usadas isoladamente ou de forma combinada) para criar uma posição defensável a longo prazo e superar os concorrentes em uma indústria”. Essas três estratégias genéricas são: Liderança no Custo Total: Estratégia que consiste em uma indústria ser a produtora líder em baixo custo no setor, utilizando ganho de experiência, investimento em instalações para produção em grande escala, uso de economias de escala e monitoração rigorosa dos custos operacionais totais, utilizando redução de quadros e programas de qualidade total. Diferenciação: Esta estratégia se refere a uma indústria criar e oferecer ao mercado um produto ou serviço único, que não é oferecido por nenhum outro concorrente. Essa diferenciação pode se dar pelo oferecimento de produtos e serviços com melhor qualidade, melhor desempenho ou de características únicas, qualquer destes fatores justifica maiores preços. Enfoque: O enfoque busca atender segmentos de mercado direcionados, determinados grupos de compradores, também pode tentar atingir determinada linha de produtos e serviços ou até mesmo um grupo geográfico. MINTZBERG (2010, p. 109) afirma que “a estratégia pode ser de foco na diferenciação, pela qual as ofertas são diferenciadas no mercado almejado, ou de foco na liderança em custo, pela qual a empresa vende a baixo custo no mercado almejado”. 2.4.2.3 Produtos Complementares Segundo PORTER (1989, p. 385) produtos complementares são “produtos usados pelo comprador juntamente com o produto destas indústrias. [...] Complementos são o oposto de substitutos, pois a venda de um promove a venda de outro”. Os produtos complementares podem ser vendidos pela própria empresa ou podem ser vendidos por outras empresas, as três estratégias importantes com produtos complementares são:
  • 43. 43 Controle sobre produtos complementares: O oferecimento de uma completa variedade de produtos complementares ao invés de deixar alguns deles para terceiros fornecerem; Enfardamento: Vender um grupo de produtos complementares, porém distintos, juntos como um fardo, por um único preço; Subsídio Cruzado: Vender um produto em termos que deliberadamente promovem a venda de outros produtos complementares; PORTER (1989, p.385). 2.4.3 Ferramenta de Análise Estratégica 2.4.3.1 BCG: Matriz de Crescimento-Participação Segundo MINTZBERG (2010) a matriz BCG ou matriz de crescimento-participação foi criada pelo Boston Consulting Group na década de 1970 e tem como objetivo identificar o status de cada negócio, produto e serviço, de acordo com quatro categorias previamente estabelecidas que traduzem o ciclo de vida do produto, de forma que o planejador possa decidir como alocar investimentos para os diferentes negócios e/ou produtos e serviços. As quatro categorias da matriz BCG são apresentadas na figura 4 e explicadas abaixo: Vacas Leiteiras: São à base da empresa, pois geram grandes volumes de caixa, ou seja, grandes lucros. Os investimentos são baixos, porque o crescimento de mercado também é baixo. Cães: Também chamados de Abacaxi, possuem baixa participação de mercado e baixo crescimento. Para estes produtos a solução é a liquidação e futuramente abandoná-los. Criança-Problema: Possuem baixa participação de mercado e alta capacidade de crescimento, a desvantagem é que necessitam de altos investimentos. Se a estratégia de consolidação do produto for executada com sucesso, podem se tornar produtos Estrelas, se executada sem sucesso podem se tornar produtos Cães. Estrelas: Produtos que geram receitas altas, porém necessitam ainda de altos investimentos, devido terem alto potencial de crescimento no mercado, segundo MINTZBERG (2010, p. 102) “quando o crescimento desacelerar e suas necessidades de reinvestimento diminuírem, a estrela acaba se transformando em Vaca Leiteira”.
  • 44. 44 Figura 5 – Matriz BCG Fonte: Autor/2014 Segundo MINTZBERG (2010, p. 101) “todos os produtos acabam se tornando vacas leiteiras ou cães. O valor de um produto depende totalmente da obtenção de uma participação dominante em seu mercado, antes de o crescimento desacelerar”. 2.5 PROJETO E GERENCIAMENTO DE PROJETOS 2.5.1 Definições de Projeto Os projetos em empresas e organizações surgem devido a necessidades estratégicas e/ou necessidades que fogem da operação rotineira da organização, onde as organizações precisam responder a constantes mudanças no mercado de maneira rápida, eficaz e eficiente. Como exemplo de necessidades estratégicas pode-se citar, segundo KERZNER (2006):  Concorrência;  Padrões de qualidade;  Resultados financeiros;  Preocupações legais;  Fatores tecnológicos;  Preocupações sociais;  Fatores políticos;  Pressões econômicas;  Preocupações dos acionistas; KERZNER (2006, p. 15) define projeto como “um empreendimento com o objetivo bem definido, que consome recursos e opera sob pressões de prazos, custos e qualidade” e
  • 45. 45 VARGAS (2005, p. 7) declara que “projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado por uma sequencia clara e lógica de eventos, com início, meio e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido, sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e qualidade”. Segundo SLACK (2009, p. 480) “um projeto é um conjunto de atividades que tem ponto inicial e estado final definido, persegue uma meta definida e usa um conjunto definido de recursos” e o PMI (2013, p. 3) define projeto como “um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”. A partir destas definições é possível concluir que os projetos possuem naturezas distintas das operações rotineiras, os projetos são temporários, únicos e não repetitivos (complexos). Com relação ás características dos projetos, VARGAS (2005, p. 14) define que “temporariedade significa que todo projeto possui um início e um fim definidos. [...] Individualidade significa realizar algo que não tinha sido realizado antes”, já o PMI (2013, p.3) descreve “natureza temporária dos projetos indica que eles têm um início e um término definidos. [...] Cada projeto cria um produto, serviço ou resultado único”. Ainda a respeito das características dos projetos, SLACK (2009, p. 482) define que “todos possuem um objetivo, um resultado final, ou output, que é normalmente definido em termos de custo, qualidade e prazos [...]. Eles são únicos. [...] Todos possuem natureza temporária, tem um início e fim definidos. [...] Possuem algum grau de complexidade, muitas tarefas diferentes são necessárias para atingir os objetivos de um projeto”. 2.5.2 Gerenciamento de Projetos As empresas enfrentam e enfrentarão nos próximos anos desafios cada vez mais complexos, no que se refere á inflação salarial dos funcionários, inflação das materiais- primas, pressões dos acionistas por maiores lucros, possibilidade de recessão econômica etc. As principais soluções utilizadas pelas empresas para tentar minimizar estes impactos são os programas de redução de custos, que trazem como resultado redução nas forças de trabalho, desta maneira os supervisores e gestores necessitam produzir a mesma ou maior quantidade de produtos e/ou serviços utilizando mão de obra reduzida, essa estratégia diminui a qualidade e aumenta o risco de reduzir a lucratividade da empresa. Para melhorar este cenário as empresas têm buscado soluções caseiras, uma delas é a utilização de ferramentas de gerenciamento de projetos ou gestão de projetos, que se mostram eficazes em atingir os resultados, objetivos e metas das organizações dentro dos prazos, dos orçamentos previstos e com a qualidade desejada. Segundo VARGAS (2005, p.7) gerenciamento de projetos é “um conjunto de ferramentas gerenciais que permitem que a empresa desenvolva um conjunto de habilidades, incluindo conhecimento e capacidades individuais, destinados ao controle de eventos não repetitivos, únicos e complexos, dentro de um cenário de tempo, custo e qualidade predeterminados”. KERZNER (2011, p. 2) define que “a abordagem de gerenciamento de projetos é relativamente moderna e caracterizada por métodos de reestruturação da administração e
  • 46. 46 adaptação de técnicas especiais de gestão, com o objetivo de obter melhor controle e utilização dos recursos existentes”, KERZNER (2006, p. 15-16) ainda define gestão de projetos como “o planejamento, a programação e o controle de uma série de tarefas integradas de forma a garantir seus objetivos com êxito, para benefício dos participantes do projeto”. O PMI (2013, p. 5) define gerenciamento de projetos como “a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas as atividades do projeto para atender aos seus requisitos”. 2.5.3 O Guia PMBoK O Project Management Body of Knowledge (PMBoK) ou em Português, Guia do Conhecimento em Gerenciamento de Projetos, é um conjunto de boas práticas em gestão de projetos, que é organizado e publicado pelo Project Management Institute (PMI), o guia PMBoK é referencia nas áreas acadêmicas e profissionais (empresas) e é amplamente difundido no mercado, seja em consultorias de projetos, empresas públicas, privadas e instituições de ensino. O guia é organizado em processos e subprocessos, que determinam as atividades a serem realizadas durante o projeto, a quinta edição do PMBoK, que é a publicação mais recente, no ano de 2013, descreve 5 grupos de processos e 10 áreas de conhecimento, que originam 47 subprocessos. Segundo o PMI (2013), os grupos de processos são organizados de acordo com o detalhamento da figura 6: Figura 6 – Grupos de Processos Fonte: Autor/2014
  • 47. 47 Ainda segundo o PMI (2013), as áreas do conhecimento são organizadas de acordo com o detalhamento da figura 7: Figura 7 – Áreas do Conhecimento Fonte: Autor/2014 2.5.3.1 Gerenciamento do Escopo do Projeto
  • 48. 48 Á área de conhecimento gerenciamento do escopo do projeto será utilizada no estudo de caso do capítulo 3, por isso, este capítulo tem por objetivo definir e aprofundar os conhecimentos e teorias desta área do conhecimento. Segundo SLACK (2009, p. 490) “o escopo de um projeto identifica seu conteúdo de trabalho e seus produtos ou resultados. É essencialmente um exercício de estabelecimento de fronteiras que tenta definir a linha divisória entre o que cada parte do projeto vai fazer e o que não vai fazer”, MENDES (2009, p. 29) define que escopo do projeto “é o trabalho que precisa ser realizado para entregar um produto, serviço ou resultado com as características e funções especificadas”, já VARGAS (2005, p. 59) define que gerenciamento de escopo tem como objetivo principal “definir e controlar os trabalhos a serem realizados pelo projeto de modo a garantir que o produto ou serviço desejado seja obtido através da menor quantidade de trabalho possível, sem abandonar nenhuma premissa estabelecida no objetivo do projeto”. Segundo o PMI (2013), os processos de gerenciamento do escopo do projeto são organizados de acordo com o detalhamento da figura 8: Figura 8 – Processos de Gerenciamento de Escopo Fonte: Autor/2014 A figura 9 detalha onde os processos de gerenciamento do escopo estão localizados nos grupos de processo.
  • 49. 49 Figura 9 – Grupos de Processo versus Processo de Gerenciamento de Escopo Fonte: Autor/2014
  • 50. 50 3 ESTUDO DE CASO 3.1 LINHAS DE PESQUISA PROPOSTAS A proposta deste capítulo do estudo de caso é sugerir três linhas de pesquisa para um Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, em uma universidade particular ou pública que esteja situada na cidade do Rio de Janeiro. A premissa básica é que estas linhas de pesquisa sejam diferenciadas das linhas de pesquisa dos cursos de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção e/ou em áreas correlatas das demais universidades que estejam situadas nesta mesma área geográfica. A partir de pesquisa realizada na internet, em Julho de 2014, foi constatado que na cidade do Rio de Janeiro existem três universidades que possuem cursos de mestrado profissional em áreas da Engenharia de Produção e/ou correlatas, a PUC (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro) que oferece mestrado profissional em Logística, e o IBMEC (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) que oferece mestrado profissional em Administração e em Economia e a Estácio, que oferece mestrado profissional em Administração e Desenvolvimento Empresarial. O objetivo e as linhas de pesquisa do mestrado profissional em Logística oferecido pela PUC possuem foco específico em formar profissionais para atuar em empresas nas áreas de logística, consequentemente todas as linhas de pesquisa e as disciplinas focam na área de logística, com exceção das disciplinas obrigatórias que oferecem embasamento estatístico ao aluno. As disciplinas oferecidas no Mestrado Profissional em Logística da PUC são:  Métodos Probabilísticos: probabilidade, estatística e modelos de previsão,  Fundamentos de Microeconomia e Custos Logísticos  Logística Empresarial e Sistemas Produtivos  Métodos quantitativos: programação matemática e heurística  Sistemas de Informação para Logística  Distribuição Física  Sistemas de Transportes  Logística Integrada e Tecnologia da Informação  Jogo Logístico ou Estudos de Casos em Logística  Tópico Especial: Logística do Petróleo  Tópicos Especiais em Logística O Mestrado Profissional em Administração oferecido pelo IBMEC possui duas linhas de pesquisa, a primeira linha de pesquisa é na área de finanças e controladoria, que possui foco em formar que profissionais para o mercado de capitais e de finanças corporativas. A segunda linha de pesquisa é na área de gestão das organizações, que possui foco em formar profissionais no estudo dos componentes e das dinâmicas organizacionais, atuando com processos, tecnologia e sistemas. Já o Mestrado Profissional em Economia oferecido pelo IBMEC possui três linhas de pesquisa, a primeira linha de pesquisa é macroeconomia e
  • 51. 51 desenvolvimento econômico, que possui foco em aspectos de política econômica, crescimento econômico e economia internacional, a segunda linha de pesquisa é microeconomia aplicada, que possui foco em aspectos da teoria dos jogos, regulação, contratos, banking e políticas públicas, a terceira linha de pesquisa é finanças, que possui foco em aspectos de finanças corporativas, investimentos, mercados financeiros, derivativos, risco e finanças empíricas. O Mestrado Profissional em Administração e Desenvolvimento Empresarial oferecido pela Estácio possui duas linhas de pesquisa, a primeira linha de pesquisa é na área de organizações, que possui foco nas dinâmicas e ações das organizações com relação à adequação aos padrões de concorrência, a segunda linha de pesquisa é na área de tecnologias gerenciais, que possui foco nas tecnologias, procedimentos e ferramentas de apoio aos sistemas produtivos, para fornecer subsídios para tomada de decisão. Diante deste cenário no mercado dos mestrados profissionais nas áreas de Engenharia de Produção e/ou correlatas, este estudo apresenta duas linhas de pesquisa que de acordo com os conceitos apresentados por Porter e Mintzberg possuem como estratégia competitiva genérica o foco na diferenciação, onde serão oferecidos produtos e/ou serviços únicos na área geográfica da cidade do Rio de Janeiro, ou seja, mestrados profissionais com linhas de pesquisa diferentes das linhas de pesquisa das instituições concorrentes. Dependendo da instituição que realizará a implementação do mestrado profissional proposto por este estudo, de acordo com os conceitos de Porter é possível também que a instituição apresente vantagem competitiva sobre produtos complementares, neste caso subsídio cruzado, caso a instituição já possua cursos superiores de graduação ou de pós-graduação lato senso nas áreas de Engenharia de Produção e/ou correlatas, é possível que o mestrado profissional seja oferecido para os alunos dos cursos de graduação e pós-graduação com descontos ou até mesmo oferecimento de bolsas de estudo, as coordenações dos cursos de graduação e pós-graduação em conjunto com os professores poderiam incentivar e motivar os alunos a cursarem o mestrado profissional na mesma instituição após a conclusão da graduação e/ou pós- graduação, criando uma cultura na instituição de os alunos cursarem o mestrado profissional logo após a conclusão da graduação. Desta forma o mestrado profissional se tornaria um produto complementar da graduação e/ou pós-graduação, através do subsídio cruzado, ou seja, conforme a definição de PORTER (1989, p. 385) “vender um produto em termos que deliberadamente promovem a venda de outros produtos complementares”. As três linhas de pesquisa propostas estão representadas na figura 10 e apresentadas abaixo: Figura 10 – Linhas de pesquisa do Mestrado Profissional em Engenharia de Produção Fonte: Autor/2014
  • 52. 52 I) Educação para Engenharia de Produção Objetivo: Formar profissionais para a docência no ensino superior de Engenharia, capacitação em pesquisa e extensão. Criação, melhoramento e utilização de ferramentas e inovações tecnológicas para a didática de ensino, capacitar o docente a utilizar ferramentas, técnicas e metodologias para orientação de alunos e prática pedagógica, desenvolvendo competências transversais nos alunos, como trabalho em equipe, gestão de conflitos, liderança, comunicação e empreendedorismo. Supervisão de estágios e monitorias, coordenação de atividades complementares e das atividades acadêmicas teóricas e práticas. O mestrado profissional capacita também o docente a avaliação de todo o processo de ensino e aprendizagem. Público Alvo: Engenheiros ou profissionais de outras áreas que desejam entrar para a docência, professores de universidades que possuem somente graduação ou pós-graduação, coordenadores de cursos profissionalizantes e/ou cursos superiores. II) Projeto do Produto e Serviço Objetivo: Capacitar profissionais para desenvolver, implementar e aperfeiçoar projetos de produtos e serviços, analisando os aspectos conceituais, componentes e processo de produtos e serviços, levando em consideração características e funcionalidades dos produtos em conjunto com os modernos aspectos de geração de ideias, inovação, simulação virtual, prototipagem, qualidade total e sustentabilidade. Estudo e análise do ciclo de vida de produtos e serviços nos mais variados tipos de mercados e de indústrias. Estudo e análise de marketing estratégico e de planejamento econômico e viabilidade do projeto de produtos e serviços, os projetos de produtos devem antecipar as necessidades reais dos consumidores. Público Alvo: Engenheiros e profissionais de outras áreas que desejam ampliar seus conhecimentos em desenvolvimento de produtos e serviços, com possibilidade de aplicabilidade em organizações e indústrias. III) Simulação e Otimização de Processos Têxteis Objetivo: Capacitar e especializar profissionais para simular e otimizar os processos e etapas da produção e prestação de serviços da indústria têxtil, com o objetivo de solucionar problemas reais de organizações e indústrias, utilizando ferramentas da engenharia, como pesquisa operacional, programação linear e matemática, planejamento e controle da produção, sistemas de apoio a decisão, mapeamento e análise de processos. Público Alvo: Engenheiros e profissionais da área têxtil que desejam aprofundar seus conhecimentos teóricos e aliá-los a prática em organizações e indústrias. 3.2 ANÁLISE ESTRATÉGICA DO CURSO PROPOSTO Para a análise estratégica do curso de mestrado profissional proposto, serão utilizadas duas técnicas, que são amplamente difundidas e consagradas no mercado e na área acadêmica, são elas: Análise estrutural de indústrias (cinco forças de Porter) e matriz de crescimento- participação BCG.
  • 53. 53 3.2.1 Análise estrutural de indústrias – As cinco forças de Porter Conforme definição no capítulo 2 a análise estrutural de indústrias foi criada por Porter, porém para este estudo de caso utilizaremos a análise estrutural de indústrias aplicada ao negócio educação, conforme adaptação sugerida por GOMES (2009, p. 244). Cada classificação poderá obter nota de 1 (um) a 5 (cinco), considerando que a nota 1 (um) significa que é muito provável de acontecer à força competitiva, a nota 3 (três) é provável de acontecer à força competitiva e a nota 5 (cinco) é pouco provável de acontecer à força competitiva. O resultado da análise será a média das notas das cinco forças competitivas e a conclusão será de acordo com a figura 11: Figura 11 – Notas x Resultados das Forças Competitivas Fonte: Autor/2014 Nos itens abaixo são detalhadas as forças competitivas propostas por GOMES (2009, p. 244) e suas respectivas notas e análises nas figuras 12, 13, 14, 15 e 16: 1) “Ameaça de novos entrantes, ou seja, novos participantes no setor”: Figura 12 – Nota e Análise de Novos Entrantes Fonte: Autor/2014 2) “Ameaças de produtos e serviços substitutos. O que poderá substituir a sala de aula?” Figura 13 – Nota e Análise de Produtos Substitutos Fonte: Autor/2014
  • 54. 54 3) “Poder de negociação dos fornecedores. Qualidade, custo e quantidade dos insumos cada vez mais especificados. Fornecedores com competências essenciais serão cada vez mais valorizados. Entre os fornecedores poderemos considerar os professores. Aqueles que investem em suas carreiras”. Figura 14 – Nota e Análise do Poder de Negociação dos Fornecedores Fonte: Autor/2014 4) “Poder de barganha dos clientes, que estão cada vez mais sofisticados e exigentes”. Figura 15 – Nota e Análise do Poder de Barganha dos Clientes Fonte: Autor/2014 5) “Rivalidade na estrutura de concorrência. Competição vigorosa entre concorrentes. [...] devemos considerar como concorrentes tudo que afasta a nossa marca dos clientes [...]”. Figura 16 – Nota e Análise da Concorrência Fonte: Autor/2014 De posse das notas de todas as forças competitivas, o próximo passo é o cálculo da média das forças. Cálculo da média:
  • 55. 55 Como resultado da análise, concluímos que a média das notas das forças competitivas é igual a 4,4. O que significa que é um Bom Negócio. 3.2.2 Matriz de Crescimento-participação – BCG Neste momento do estudo de caso, será analisado o produto Mestrado Profissional em Engenharia de Produção de acordo com as classificações da matriz de crescimento- participação apresentadas no capítulo 2. Será considerado que o curso esteja sendo implementado na data de hoje, ou seja, possui baixa participação no mercado. Analisa-se que: i) Devido a recente entrada no mercado, o curso possui baixa participação no mercado; ii) Devido à diferenciação das linhas de pesquisa e das poucas ofertas de mestrados profissionais no mercado, o curso tem potencial de crescimento alto; iii) Devido à necessidade de suprir as exigências de um curso de mestrado profissional e para iniciar o curso no mercado, o curso necessita de grandes investimentos; De acordo com as análises, sabemos então que o curso possui baixa participação no mercado, possui potencial de crescimento alto e necessita de grandes investimentos. Figura 17 – Matriz BCG do Mestrado Profissional Fonte: Autor/2014
  • 56. 56 Desta forma, de acordo com a matriz crescimento-participação BCG apresentada na figura 17, podemos concluir que o curso é um produto criança-problema e que se for corretamente administrado e alcançar patamares de alta participação no mercado poderá se tornar um produto estrela, caso o curso obtenha sucesso, mas necessite de poucos investimentos e tenha baixo potencial de crescimento poderá se tornar um produto vaca leiteira, e por último, caso o curso não obtenha o sucesso planejado e possua baixa participação no mercado e baixo potencial de crescimento poderá se tornar um produto cão. 3.3 PROJETO DE APRESENTAÇÃO NA CAPES Na última parte deste estudo de caso, será sugerido um projeto que apresente uma proposta de um curso de Mestrado Profissional em Engenharia de Produção, como base para este projeto serão utilizadas as práticas sugeridas pelo Guia PMBoK. É importante destacar que os projetos variam entre as IES, onde cada uma adapta os processos e as práticas de acordo com sua estrutura, sendo assim, é possível que esta proposta possa ser alterada ou oxigenada de acordo com a IES que desejar realizar o projeto. Neste caso, serão apresentados somente os processos referentes ao grupo de processo planejamento e a área de conhecimento gerenciamento do escopo do projeto, informados abaixo:  Definir Escopo  Criar EAP O critério da escolha destes processos é que os processos dos demais grupos de processos e áreas do conhecimento dependem diretamente da IES que realizará o projeto e podem ser levantados e realizados somente após a decisão da IES de realizar o projeto, neste caso o estudo pretende somente sugerir um projeto, desta maneira é possível definir o escopo e criar a EAP de acordo com os requisitos da Capes, que são obrigatórios a qualquer IES. 3.3.1 Definir Escopo O escopo do projeto será apresentado na forma de uma lista hierárquica que representará todas as atividades e tarefas que serão necessárias para a apresentação de uma proposta de mestrado profissional e foi definido de acordo com os requisitos exigidos pela Capes para apresentação de uma proposta de mestrado profissional. 0. Apresentação do curso na Capes 1. Proposta do curso 1.1 Elaborar a proposta; 1.2 Definir os objetivos do curso; 1.3 Definir o perfil dos profissionais a serem titulados;