entrevista

1. Entrevista a um excombatente da guerra colonial
Nome: José Faria Leite
-Onde combateu?
-Angola
-Em que zona e quanto tempo?
-Estive em Angola 26 meses. Em Zala ou Dange tive 17
meses e mais tarde fui para António do Zaire onde estive
9 meses.
-Como foi/veio?
-Fui de Barco, no Vera Cruz que nessa altura era o maior
barco de Portugal. Embarquei dia 17 de Dezembro de 1965 e cheguei a Angola dia 26 de
Dezembro de 1965. Para cá vim também de barco mas desta vez foi no Niassa, um barco muito
mais pequeno. Embarquei no dia 10 de fevereiro e dia 23 de fevereiro de 1968 cheguei a Lisboa.
-Contra quem combateu?
- Contra a UNITA/MPLA/FNLA.
-Como vivia?
- Muitas vezes tivemos de acampar no meio do mato e quando
íamos para um sítio perigoso levavamos a ração de combate,
como por exemplo sardinhas enlatadas. Às vezes passavam
helicópteros, que quando estávamos num sítio mais isolado,
distribuíam comida, como batatas fritas.
-Foi ferido em algum combate?
-Sim, na perna, por estilhaços de granada.
-Viu algum colega seu morrer?
-No dia 11 de Janeiro de 1967 entre o Piri e Quibaire fizeram-
nos um ataque surpresa quando escoltavamos os civis.
Atacaram o unimog das transmissões de propósito para que
não pudessemos comunicar. Mataram o condutor do unimog. O
unimog virou e incendiou-se.
Vinhamos atrás, a 100m mais ou menos do unimog, pegamos logo na bazuca e nas
metralhadoras e tivemos assim debaixo de fogo durante aproximadamente 45 minutos. Depois o
inimigo começou a fugir e deixou as armas.
-Acha que a guerra teve sentido?
-Não. O resultado que a guerra colonial trouxe a Portugal foi que houve milhares de mortos,
feridos e no fim acabámos por ficar sem nenhuma colónia.
Trabalho Realizado por: João Miguel Ribeiro Leite / N.º17 / 9.ºB1
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UNIMOG
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VERA CRUZ