O documento discute o segundo bimestre de um curso de História e Filosofia da Educação, focando no tema "A Construção Histórica e Filosófica da Educação". Abordará os sistemas filosóficos da Grécia Antiga, a educação patrística e escolástica, e a disciplinarização do corpo e do tempo na Modernidade. Atividades sugeridas incluem pesquisas sobre esses temas e filmes como complemento.
1. HISTÓRIA E FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO
Curso Normal em Nível Médio
2ª série - 2° Bimestre
Eixo temático: A CONSTRUÇÃO HISTÓRICA E FILOSÓFICA DA EDUCAÇÃO
Dando continuidade ao eixo condutor do primeiro bimestre, indicamos ao longo do segundo bimestre o tema: A Construção Histórica e Filosófica da
Educação. O eixo temático compreende os grandes sistemas da Antiguidade grega, o método socrático, o idealismo platônico, o realismo aristotélico e como
esses sistemas influenciaram as pedagogias através do tempo. Em seguida, contextualizaremos a educação patrística e escolástica como modo de estabelecer
uma ponte para compreensão do processo educacional no Ocidente. Finalmente, fecharemos o segundo bimestre analisando a disciplinarização do corpo, a
divisão produtiva do tempo e ensaiaremos entrar na Modernidade com todos os problemas e a complexidade que o tema requer; essa discussão ao final do
segundo bimestre pretende ser uma introdução, para os bimestres seguintes.
Habilidades e competências a
serem desenvolvidas
Compreender o método socrático; o idealismo platônico, o realismo aristotélico e as correspondentes influências
nas pedagogias posteriores.
Contextualizar a educação patrística e escolástica para o entendimento do processo educacional do Ocidente.
Analisar a disciplinarização do corpo e a divisão produtiva do tempo com a reorganização da família e da escola
moderna.
Sugestões de atividades
Para o segundo bimestre, conforme as habilidades e competências a serem desenvolvidas, sugerimos aos alunos e
professores pesquisa e estudos sobre os seguintes temas:
• O diálogo socrático, sofistas e a arte de persuasão, a utopia de Platão, A Caverna, de Platão, Sócrates e a retórica, o
realismo aristotélico e outros.
• A Antiguidade romana no contexto histórico e a educação cosmopolita e a humanitas.
• Na saída da Antiguidade temos duas escolas cujo estudo é fundamental para entender a passagem da Idade
Antiga para a Medieval: A Patrística (filosofia dos padres da Igreja, do século II até o século V); e a Escolástica
(filosofia das escolas cristãs ou dos doutores da Igreja, do século IX até o XIV).
2. • Estado moderno, controle social, projeto educativo.
Preparação para o uso de filmes:
Lembramos aqui que, antes de exibir qualquer filme, o primeiro passo é fazer uma integração do tema a ser trabalhado
com a turma. A partir da exibição, levantar alguns pontos fundamentais do filme, que, nesse caso, têm como desígnio
levar os alunos a contextualizar a educação das duas grandes escolas, a Patrística e a Escolástica.
Como sugestão de atividade para o estudo da Patrística, além dos textos indicados na bibliografia, também indicamos o
filme sobre a vida de Santo Agostinho (354 - 430), intitulado Agostinho de Hipona.
Para contextualizar a Escolástica, indicamos, além dos textos informados na bibliografia básica, o filme O nome da rosa.
É importante, nesse momento de sensibilização que o professor levantou junto com os alunos, que sejam realçados
alguns pontos sobre os problemas enfatizados nos filmes:
• Na contextualização: o feudalismo, a influência da Igreja.
• Os monges copistas, a Escolástica, a síntese tomista.
• As universidades, a formação das mulheres etc.
Partindo da problematização, entramos numa fase de investigação, que seria então uma busca de ferramentas
conceituais através da História da Filosofia e da Educação, elaborando o problema e tentando resolvê-lo a partir do texto
filosófico. É o momento de exercitar a argumentação e a autoria.
Cada professor tem seu método de trabalho, mas, a título de sugestão, propomos o seguinte:
• Formar um círculo com os alunos, fazer o aprofundamento sobre a temática apresentada pelo filme ou dividir a
turma em pequenos grupos, com o roteiro das discussões e aprofundar as etapas da sensibilização e
problematização;
• Tentar resolver o problema apresentado, que é a construção de um texto que é a elaboração de um conceito.
A etapa seguinte é a síntese do pensamento.
Isso é a efetivação do ato de filosofar, traduzida numa forma de usar o pensamento que nos permite equacionar um
determinado problema. Mesmo que não se encontre nenhum conceito que diga respeito a esses problemas ou que
resolva o nosso problema, a reflexão traz possibilidades que ajudarão a pensá-lo de uma forma melhor.
3. Livros
CHAUÍ, Marilena. Introdução à História da Filosofia, v.1: dos Pré-Socráticos a Aristóteles. São Paulo: Companhia das Letras,
2002.
No primeiro volume da Introdução à História da Filosofia, Marilena Chauí acompanha o trajeto da cultura filosófica desde
os pré-socráticos até Aristóteles. O objetivo é oferecer informações básicas sobre a história do pensamento filosófico
dirigidas aos leigos e aos que se iniciam nos estudos de Filosofia.
CHAUÍ, Marilena. Introdução à História da Filosofia, v.2: as escolas helenísticas. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
Chauí faz uma explanação das reflexões filosóficas desenvolvidas no período helenístico da história da humanidade
(séculos III a.C. - III d.C.), explora as diferentes escolas helenísticas do período imperial - de origem latina -, apresentando
o pensamento de filósofos como Cícero, Sêneca e Sexto Empírico. A obra é acompanhada por um glossário de termos
gregos e latinos, mapas e ilustrações.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996.
As principais concepções de Educação, da tradicional até as progressistas e construtivistas. A análise dos vínculos entre
Educação e sociedade, a partir das relações de trabalho, poder e cultura. O livro aborda ainda os limites e as
possibilidades da escola e seu papel na construção de uma nova sociedade, além dos processos de educação informal
(família e meios de comunicação) e formal (instituição escolar) e a educação da mulher, tradicionalmente “orientada”
para a submissão.
Filmes
Agostinho de Hipona; direção: Roberto Rossellini. 1972, país: Itália
Título original: Agostino D`Ippona; gênero: drama, duração: 121 min
Sinopse retirada em http://gilsonsantos.com/2012/04/06/filme-santo-agostinho-de-roberto-rossellini/
Com direção de Rosselini, Santo Agostinho (Agostino d’Ippona), 1972, é um dos últimos trabalhos do cineasta. O filme é
uma cinebiografia de Agostinho de Hipona (354-430), um dos grandes nomes do cristianismo e um dos célebres filósofos
da humanidade. Colorido, com duração de 115 minutos, o filme é distribuído no Brasil com áudio em português e
italiano e legendas em português, e classificado como adequado para todas as idades. Os Extras trazem uma pequena
biografia de Agostinho e detalhes da vida e obra de Rossellini.
Também disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=am3et8aV4ec
4. O Nome da Rosa; direção: Jean-Jacques Annaud. 1986, país: França, Itália e Alemanha. Duração: 130 min. Gênero: drama
Sinopse retirada em: http://www.coladaweb.com/literatura/analise-de-obras/o-nome-da-rosa:
Descrição: Estranhas mortes começam a ocorrer num mosteiro beneditino localizado na Itália durante a baixa Idade
Média, em que as vítimas aparecem sempre com os dedos e a língua roxos. O mosteiro guarda uma imensa biblioteca,
onde poucos monges tem acesso às publicações sacras e profanas. A chegada de um monge franciscano (Sean Conery),
incumbido de investigar os casos; ele irá mostrar o verdadeiro motivo dos crimes, resultando na instalação do Tribunal
da Santa Inquisição.
WEBLIOGRAFIA
Artigos
Titulo: Estado Moderno, Controle Social, Projeto Educativo.
Descrição: Na História da Pedagogia, de Franco Cambi (vide bibliografia), da página 199 a 203, há uma abordagem sobre
essa temática.
Endereço eletrônico (URL): books.google.com.br/books?isbn=8571392609
Título: O projeto educacional moderno: identidade terminal?
Descrição: A escola está no centro dos ideais de justiça, igualdade e distributividade do projeto moderno de sociedade e
política. Ela não apenas resume esses princípios, propósitos e impulsos; ela é a instituição encarregada de transmiti-Ios,
de torná-los generalizados, de fazer com que se tornem parte do senso comum e da sensibilidade popular. A escola se
confunde, assim, com o próprio projeto da modernidade.
Endereço eletrônico (URL):
http://mundodeoz.files.wordpress.com/2009/12/aula_o_projeto_educacional_moderno_silva_t_t_o_projeto.pdf
Vídeos
Título: Vídeos sobre Sócrates, Platão e Aristóteles
Descrição: Este vídeo, apresentado em forma de documentário, ajudará a compreender o método socrático, o idealismo
platônico, e sobre Aristóteles.
Endereço eletrônico (URL): http://www.youtube.com/watch?v=AnOSqUGuuTc
5. Sítios (URLs)
Endereço eletrônico (URL): http://www.youtube.com/watch?v=kdov50BdMnc
Título: Documentário sobre a Filosofia Patrística e Escolástica
Descrição: Um minidocumentário feito para apresentação em Filosofia, com 10 minutos, mostrando conteúdo da Era
Medieval da Filosofia, no campo da Patrística.
INTERDISCIPLINARIDADE
Neste segundo bimestre, na disciplina História e Filosofia da Educação, na segunda série, cujo eixo temático é: A construção histórica e filosófica da Educação
sugerimos como opção de interdisciplinaridade trabalhar a competência e a habilidade da disciplina Psicologia da Educação, no primeiro bimestre da 2ª Série:
“Compreender a origem da Psicologia. Identificar as diferentes escolas de Psicologia e suas linhas de pensamento. Identificar a origem da Psicologia da
Educação”.
Propomos a integração deste componente curricular com Psicologia da Educação como mais uma opção para o aluno desenvolver suas habilidades e
competências na construção do conhecimento. O objetivo dessa interdisciplinaridade é ajudar na compreensão da origem do pensamento grego e como se
articulavam os aspectos psicológicos do ser humano.
OUTROS
Para desenvolver o senso critico e interpretativo dos alunos, além de solidificar um diálogo permanente entre as áreas e reduzir o número de instrumentos de
avaliação que os alunos terão que realizar, estabeleça parcerias com outras disciplinas construindo instrumentos avaliativos comuns entre elas e integrados aos
conhecimentos interdisciplinares.
1. ARANHA, Maria Lucia de Aranha. Filosofia da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 1996.
2. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à Filosofia. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2009.
3. Historia da Educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2005.
6. Referências bibliográficas
4. BRÉHIER, E. História da Filosofia. Vol. I Tomo – 1. São Paulo: Mestre Jou, 1977.
5. CAMBI, Franco. História da Pedagogia. São Paulo: Unesp, 1999.
6. CHATÊLET, F. História da Filosofia; dos pré-socráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994.
7. CHAUÍ, Marilena. Introdução à História da Filosofia. Vol. I. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
8. CHAUÍ, Marilena. Dos pré-socráticos a Aristóteles. Vol. 2: As escolas helenísticas. São Paulo: Companhia das Letras.
2010.
9. FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1999.
10. Vigiar e punir. 20. ed. Petrópolis: Vozes, 1999.
11. GHIRALDELLI JR, Paulo. Filosofia da Educação. São Paulo: Ática, 2006.
12. JAEGER, Werner. Paideia. Trad. Arthur M. Parreira. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
13. Kant, Immanuel. Sobre a pedagogia. 3. ed. Piracicaba, Editora Unimep, 1996.
14. PILETTI, Claudino; PILETTI, Nelson. Filosofia e História da Educação. São Paulo: Ática, 1988.