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EFEITO DA RADIAÇÃO
IONIZANTE EM CÉLULAS
PARTE I
Efeitos da radiação ionizante em células
1895 _descoberta dos raios X e da radioatividade natural
W. K. Roentgen Henry Becquerel
aparecimento da radiodermite
1902 _primeiro caso de câncer radioinduzido (câncer de pele)
1911 _mais de 100 casos de câncer de pele
1927 _H. J. Muller e Drosophila (radiogenética)
a radiação ionizante pode afetar o patrimônio genético
II Guerra Mundial _avaliação mais detalhada
Radiobiologia _ênfase maior nas últimas décadas
Melhor conhecimento da radiação _numerosos benefícios
_proteção contra os efeitos nocivos
RADIAÇÃO
RADIAÇÃO IONIZANTE
UNSCEAR: “não existe uma dose “segura” de exposição de
radiação sob o ponto de vista genético, sendo que qualquer
exposição à radiação pode envolver um certo risco de
indução de efeitos hereditários e somáticos”
Radiações de baixas doses
importância radiobiológica
(<200 mSv, < 0,1mSv/min)
COMO A RADIAÇÃO IONIZANTE CAUSA SEUS EFEITOS?
E absorção de E da radiação
transferência de E da radiação
organismos vivos
moléculas biológicas
EFEITO
BIOLÓGICO
E não há deposição de energia
nenhum efeito
E deposição de energia
célula danificada
E dano letal
morte celular
E dano subletal danifica a célula sem causar morte
reparo célula normal
célula alterada
interação da radiação
com as células vivas
manifestações biológicas
eventos pouco conhecidos
Mecanismo Indireto exitação
reparo correto
Mecanismo Direto
E
1014 células
H2O ----H + OH
DNA alvo 105 genes
DNA
lesado 10-6 mutações / gene / divisão celular
não reparo reparo errôneo
DNA
restaurado
DNA
mutado
célula
normal
célula
mutada
viável
morte
celular
apoptose
ionização
célula
somática
célula
germinativa
Catarata
Malformações
Síndromes da radiação
Diminuição da longevidade
Envelhecimento precoce
Indução do câncer
Doenças hereditárias
(transmissíveis)
efeitos determinísticos efeitos estocásticos
EFEITOS DETERMINÍSTICOS (há limiar)
De acordo com o UNSCEAR (1993), o limiar é cerca de:
- INDUÇÃO DE ESTERILIDADE (para indivíduos sadios):
No homem
temporária
permanente
0,15 Gy (exposições agudas)
0,4 Gy/ano (exposições crônicas)
3,5 - 6 Gy (exposições agudas)
2 Gy/ano (exposições crônicas)
- INDUÇÃO DE CATARATA
2 - 10 Gy (radiação de baixa LET)
1 - 2 Gy (radiação de alta LET)
0,15 Gy/ano (radiação de baixa LET)
exposições agudas
Na mulher permanente
2,5 - 6 Gy (exposições agudas)
0,2 Gy/ano (exposições crônicas)
exposição crônica
Depressão na formação do
sangue
eritema e descamação
necrose nos tecidos 50 Gy após 3 semanas de exposição
0,5 Gy (exposição aguda de toda a medula)
3 - 5 Gy com aparecimento de sintomas cerca
de 3 semana após exposição
0,4 Gy/ano
- EXPOSIÇÕES NA PELE
- DECRÉSCIMO NO NÚMERO DE CÉLULAS SANGUÍNEAS
período sensível
(0,12 a 0,2 Gy)
8–15 semanas após a concepção (período de organogênese)
uma dose de 1 Sv
- RETARDO MENTAL (exposição intra – uterina)
retardo mental severo em cerca de 40% dos indivíduos
expostos
Hematopoiético: 2 – 10 Gy ( morte dentro de 10 – 30 dias)
Gastrointestinal: 10 –100 Gy (morte dentro de 3 – 5 dias)
Sistema nervoso central: 100 – 1000 Gy (morte dentro de 1 – 2 dias)
- SÍNDROME AGUDA DA RADIAÇÃO (IRRADIAÇÃO DE CORPO INTEIRO)
- MORTE CELULAR INDIVIDUAL efeito estocástico
- MORTE DE UM GRANDE NÚMERO D ECÉLULAS efeito determinístico
(disfunção do órgão ou tecido)
EFEITOS DIRETOS E INDIRETOS DAS RADIAÇÕES
E interage com moléculas
vizinhas
E
interage diretamente no DNA
Água
Ácidos nucleicos
Proteínas
Lipídeos
Carboidratos
Radiólise da água
H2O H2O+ + e-
e- + H2O H2O-
H2O+ + H2O H+ + H2O + OH
H2O- + H2O OH- + H2O + H
H+ + OH- H2O
H2O H + OH
OH + OH H2O2
H + H H2
H + H2O OH + H2
H + OH H2O
RH + OH R + H2O
reações secundárias
Presença de O2
e- + O2 O2
-
O2
- + H2O2 OH- + HO2 (radical peroxila)
H + O2 HO2
HO2 + H H2O2
OH + H2O2 H2O+ + HO2
R + O2 RO2 (peróxido orgânico)
LESÃO NO NÚCLEO E NO CITOPLASMA
Radicais livres
Espécies ativas de O2
Núcleo (DNA)
Fe ++ + H2O2 Fe+++ + OH + OH-
O2
- + Fe+++ O2 + Fe++
O2
- + H2O2 OH + OH- + O2
Fe
Reação de Fenton
dano oxidativo no DNA
envelhecimento
morte
celular
câncer
transformação
maligna
mutação
LESÃO NO NÚCLEO E NO CITOPLASMA
Radicais livres
Espécies ativas de O2
Citoplasma (membranas)
membranas
carboidratos
proteínas
lípides
formação de peróxidos lipídicos
alterações das propriedades das membranas
alteração no potencial inativação de substâncias
receptoras ligadas à membrana
mudança de permeabilidade
decréscimo
de fluidez
escoamento de Ca++
e outros íons
aumento da suscetibilidade da
membrana ao ataque enzimático
perda da integridade
LISE CELULAR
VÁRIOS TIPOS DE LESÕES INDUZIDAS NO DNA POR RADIAÇÃO
IONIZANTE
ACÚCAR
QUEBRA DE
PONTES DE
HIDROGÊNIO
AÇÚCAR
PERDA
DA BASE
QUEBRA DA
FITA DUPLA
QUEBRA DA
FITA SIMPLES
DÍMERO D E
PIRIMIDINA
RADIOSSENSIBILIDADE CELULAR
Radiação ionizante qualquer tipo de célula do organismo
Células radiossenbilidade diferente
Fatores que influenciam o efeito da radiação
dose
taxa de dose
fracionamento da dose
exposição aguda ou crônica
tipo de radiação LET
RBE
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tensão de O2 (Efeito O2)
teor hídrico
estado proliferativo (Lei de Bergonie e Tribondeau)
fase do ciclo celular
estado fisiológico ou metabólico
constituição genética da célula
FATORES FÍSICOS
FATORES QUÍMICOS
agentes modificadores
FATORES BIOLÓGICOS
FATORES FÍSICOS
DOSE > dose > dano biológico
TAXA DE DOSE
Taxa de dose = dose aplicada por unidade
de tempo
Taxa de dose alta > taxa de dose baixa
< tempo de exposição > tempo de exposição
reparo
DL50 dose letal para 50% dos integrantes
da população exposta de corpo inteiro
Organismo DL50(30) (Gy)
Cão 3,5
Porco da Índia 4
Homem 2,5 - 4,5
Camundongo 5,5
Macaco 6
Rato 7,5
Coelho 8
Galinha 6
Peixe dourado 23
Sapo 7
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Valores típicos de DL50(30)
para exposição total de
animais a radiação X ou gama
10,0
7,5
5,0
2,5
100
75
50
25
Dose (Gy)
%
Letalidade
DL 50 (30)
Típico gráfico para determinação da DL50(30) para
ratos expostos a irradiação de corpo inteiro por
raios X
FRACIONAMENTO DA DOSE
Uma única exposição > forma fracionada dose total seja a mesma
reparo
dose única = doses fracionadas inexistência de reparo
Fracionamento da dose em radioterapia
Poupa os tecidos sadios - reparo do dano subletal
- repopulação das células
- reoxigenação de células tumorais
Aumenta o dano no tumor - redistribuição de células nas fases
radiosensíveis do ciclo celular
TIPO DE RADIAÇÃO - LET e RBE
quantitativamente independe tipo de radiação
Efeito Biológico quantitativamente depende tipo de radiação
mesma quantidade de E
mesmo número de pares de íons formados
Doses equivalentes de diferentes tipos de radiação não produzem efeitos
biológicos quantitativamente similares
1Gy de nêutrons > 1 Gy de raios X
diferença no padrão de deposição de E da radiação
Efeitos biológicos deposição de E da radiação
Deposição de E e a sua distribuição na matéria tipo de radiação
RADIAÇÕES DE ALTA LET > RADIAÇÕES DE BAIXA LET
(partícula a, nêutrons) (raios X, raios gama)
LET = quantidade de E média depositada na matéria (keV/mm)
unidade de distância percorrida
RBE = dose de raios X (250 kV) (mesmo efeito biológico)
dose de outro tipo de radiação
Curva de sobrevida de células
de mamíferos em cultura,
irradiadas com neutron e com
R-X
R-X - fração de sobrevida de 0,01 = 10 Gy
n - fração de sobrevida de 0,01 = 6,6 Gy RBE = 1,5 RBE = 3
Explicação: R-X: há shoulder
neutron : curva exponencial RBE vai depender da dose
R-X - fração de sobrevida de 0,6 = 3 Gy
n - fração de sobrevida de 0,6 = 1 Gy
LET  100 keV/mm (LET ótima)
RBE atinge o valor máximo
reflete o tamanho do “alvo”
que é similar para todas as
células de mamíferos
densidade de ionização
distância média entre os
eventos ionizantes coincide
com o  da dupla hélice
de DNA (2 nm)
Radiações de LET ótimo:
-n de algumas centenas de keV
-p de baixa E
-partículas a
FATORES QUÍMICOS
EFEITO O2
 Na presença do O2 sistemas biológicos tornam - mais sensíveis à radiação
(hipóxia ou anóxia)
radiação X ou g 2 e 3
 Taxa de aumento do O2 (OER) nêutron 1 e 2
a 1 (não ocorre a
radiossensibilidade pelo O2)
 Habilidade do O2 em potencializar a eficácia
de uma dada dose de radiação EFEITO DO O2
 O2 modifica quantitativamente o dano da radiação, mas não altera qualitativamente
 O2 necessita estar presente no momento da irradiação
 Concentração muito pequena de O2 suficiente para induzir um efeito
radiobiológico
 Tecidos normais (20 - 40 mm Hg) bastante oxigenados
 Mecanismos
- age diretamente na molécula - alvo
O2 nível de lesões químicas iniciais impede o reparo
- age em nível de radicais livres
responsáveis pelo efeito O2
O2 + R RO2 (peróxidos orgânicos)
O2 potencializa a lesão inicial induzida pela radiação
FATORES CELULARES
ESTADO PROLIFERATIVO
Mais radiossensíveis células que mais rapidamente se dividem
1906 Bergonie e Tribondeau
RADIOSSENSIB. CELULAR = atividade mitótica
grau de especialização
FASE DO CICLO CELULAR
células em mitose ou em G2 mais sensíveis
células na fronteira G1 / S mais resistentes
variação no nível de compostos contendo grupamentos SH
Hipóteses atividade de enzimas de reparo
configuração ou grau de condensação do DNA
CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA CÉLULA (capacidade de reparo)
diferentes níveis de indução de dano no DNA + eficiência de reparo
radiossensibilidade intrínseca celular
CLASSIFICAÇÃO DE CÉLULAS DE MAMÍFEROS QUANTO À
RADIOSSENSIBILIDADE
GRUPO 1: linfócitos
eritoblastos
espermatogonias
GRUPO 2: células granulosas
mielócitos
células intestinais
célualas germinativas da camada epidérmica da pele
GRUPO 3: células glandulares gástricas
células endoteliais de vasos sanguíneos
GRUPO 4: osteoblastos
osteoclastos
condroblastos
espermatócitos e espermátides
GRUPO 5: granulócitos
osteócitos
espermatozóides
GRUPO 6: fibroblastos
células endoteliais de grandes vasos sanguíneos
eritrócitos
GRUPO 7: fibrócitos
condrócitos
fagócitos
GRUPO 8: células musculares
células nervosas
RADIOSSENSIBILIDADE DE LINFÓCITOS
• normalmente não se dividem
• células especializadas e diferenciadas
• células altamente radiossensíveis
• relação volume nuclear / citoplasma grande
• escassos em citoplasma
Características

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Uso de Células-Tronco Mesenquimais e Oxigenoterapia Hiperbárica
 

Radiação Celular

  • 1. EFEITO DA RADIAÇÃO IONIZANTE EM CÉLULAS PARTE I
  • 2. Efeitos da radiação ionizante em células 1895 _descoberta dos raios X e da radioatividade natural W. K. Roentgen Henry Becquerel aparecimento da radiodermite 1902 _primeiro caso de câncer radioinduzido (câncer de pele) 1911 _mais de 100 casos de câncer de pele 1927 _H. J. Muller e Drosophila (radiogenética) a radiação ionizante pode afetar o patrimônio genético II Guerra Mundial _avaliação mais detalhada Radiobiologia _ênfase maior nas últimas décadas Melhor conhecimento da radiação _numerosos benefícios _proteção contra os efeitos nocivos
  • 3. RADIAÇÃO RADIAÇÃO IONIZANTE UNSCEAR: “não existe uma dose “segura” de exposição de radiação sob o ponto de vista genético, sendo que qualquer exposição à radiação pode envolver um certo risco de indução de efeitos hereditários e somáticos” Radiações de baixas doses importância radiobiológica (<200 mSv, < 0,1mSv/min)
  • 4. COMO A RADIAÇÃO IONIZANTE CAUSA SEUS EFEITOS? E absorção de E da radiação transferência de E da radiação organismos vivos moléculas biológicas EFEITO BIOLÓGICO E não há deposição de energia nenhum efeito E deposição de energia célula danificada E dano letal morte celular E dano subletal danifica a célula sem causar morte reparo célula normal célula alterada interação da radiação com as células vivas manifestações biológicas eventos pouco conhecidos
  • 5.
  • 6. Mecanismo Indireto exitação reparo correto Mecanismo Direto E 1014 células H2O ----H + OH DNA alvo 105 genes DNA lesado 10-6 mutações / gene / divisão celular não reparo reparo errôneo DNA restaurado DNA mutado célula normal célula mutada viável morte celular apoptose ionização célula somática célula germinativa Catarata Malformações Síndromes da radiação Diminuição da longevidade Envelhecimento precoce Indução do câncer Doenças hereditárias (transmissíveis) efeitos determinísticos efeitos estocásticos
  • 7. EFEITOS DETERMINÍSTICOS (há limiar) De acordo com o UNSCEAR (1993), o limiar é cerca de: - INDUÇÃO DE ESTERILIDADE (para indivíduos sadios): No homem temporária permanente 0,15 Gy (exposições agudas) 0,4 Gy/ano (exposições crônicas) 3,5 - 6 Gy (exposições agudas) 2 Gy/ano (exposições crônicas) - INDUÇÃO DE CATARATA 2 - 10 Gy (radiação de baixa LET) 1 - 2 Gy (radiação de alta LET) 0,15 Gy/ano (radiação de baixa LET) exposições agudas Na mulher permanente 2,5 - 6 Gy (exposições agudas) 0,2 Gy/ano (exposições crônicas) exposição crônica
  • 8. Depressão na formação do sangue eritema e descamação necrose nos tecidos 50 Gy após 3 semanas de exposição 0,5 Gy (exposição aguda de toda a medula) 3 - 5 Gy com aparecimento de sintomas cerca de 3 semana após exposição 0,4 Gy/ano - EXPOSIÇÕES NA PELE - DECRÉSCIMO NO NÚMERO DE CÉLULAS SANGUÍNEAS período sensível (0,12 a 0,2 Gy) 8–15 semanas após a concepção (período de organogênese) uma dose de 1 Sv - RETARDO MENTAL (exposição intra – uterina) retardo mental severo em cerca de 40% dos indivíduos expostos
  • 9. Hematopoiético: 2 – 10 Gy ( morte dentro de 10 – 30 dias) Gastrointestinal: 10 –100 Gy (morte dentro de 3 – 5 dias) Sistema nervoso central: 100 – 1000 Gy (morte dentro de 1 – 2 dias) - SÍNDROME AGUDA DA RADIAÇÃO (IRRADIAÇÃO DE CORPO INTEIRO) - MORTE CELULAR INDIVIDUAL efeito estocástico - MORTE DE UM GRANDE NÚMERO D ECÉLULAS efeito determinístico (disfunção do órgão ou tecido)
  • 10. EFEITOS DIRETOS E INDIRETOS DAS RADIAÇÕES E interage com moléculas vizinhas E interage diretamente no DNA Água Ácidos nucleicos Proteínas Lipídeos Carboidratos
  • 11. Radiólise da água H2O H2O+ + e- e- + H2O H2O- H2O+ + H2O H+ + H2O + OH H2O- + H2O OH- + H2O + H H+ + OH- H2O H2O H + OH OH + OH H2O2 H + H H2 H + H2O OH + H2 H + OH H2O RH + OH R + H2O reações secundárias Presença de O2 e- + O2 O2 - O2 - + H2O2 OH- + HO2 (radical peroxila) H + O2 HO2 HO2 + H H2O2 OH + H2O2 H2O+ + HO2 R + O2 RO2 (peróxido orgânico)
  • 12. LESÃO NO NÚCLEO E NO CITOPLASMA Radicais livres Espécies ativas de O2 Núcleo (DNA) Fe ++ + H2O2 Fe+++ + OH + OH- O2 - + Fe+++ O2 + Fe++ O2 - + H2O2 OH + OH- + O2 Fe Reação de Fenton dano oxidativo no DNA envelhecimento morte celular câncer transformação maligna mutação
  • 13. LESÃO NO NÚCLEO E NO CITOPLASMA Radicais livres Espécies ativas de O2 Citoplasma (membranas) membranas carboidratos proteínas lípides formação de peróxidos lipídicos alterações das propriedades das membranas alteração no potencial inativação de substâncias receptoras ligadas à membrana mudança de permeabilidade decréscimo de fluidez escoamento de Ca++ e outros íons aumento da suscetibilidade da membrana ao ataque enzimático perda da integridade LISE CELULAR
  • 14.
  • 15. VÁRIOS TIPOS DE LESÕES INDUZIDAS NO DNA POR RADIAÇÃO IONIZANTE ACÚCAR QUEBRA DE PONTES DE HIDROGÊNIO AÇÚCAR PERDA DA BASE QUEBRA DA FITA DUPLA QUEBRA DA FITA SIMPLES DÍMERO D E PIRIMIDINA
  • 16. RADIOSSENSIBILIDADE CELULAR Radiação ionizante qualquer tipo de célula do organismo Células radiossenbilidade diferente Fatores que influenciam o efeito da radiação dose taxa de dose fracionamento da dose exposição aguda ou crônica tipo de radiação LET RBE presença ou não de antioxidante tensão de O2 (Efeito O2) teor hídrico estado proliferativo (Lei de Bergonie e Tribondeau) fase do ciclo celular estado fisiológico ou metabólico constituição genética da célula FATORES FÍSICOS FATORES QUÍMICOS agentes modificadores FATORES BIOLÓGICOS
  • 17. FATORES FÍSICOS DOSE > dose > dano biológico TAXA DE DOSE Taxa de dose = dose aplicada por unidade de tempo Taxa de dose alta > taxa de dose baixa < tempo de exposição > tempo de exposição reparo
  • 18. DL50 dose letal para 50% dos integrantes da população exposta de corpo inteiro Organismo DL50(30) (Gy) Cão 3,5 Porco da Índia 4 Homem 2,5 - 4,5 Camundongo 5,5 Macaco 6 Rato 7,5 Coelho 8 Galinha 6 Peixe dourado 23 Sapo 7 Tartaruga 15 Valores típicos de DL50(30) para exposição total de animais a radiação X ou gama 10,0 7,5 5,0 2,5 100 75 50 25 Dose (Gy) % Letalidade DL 50 (30) Típico gráfico para determinação da DL50(30) para ratos expostos a irradiação de corpo inteiro por raios X
  • 19. FRACIONAMENTO DA DOSE Uma única exposição > forma fracionada dose total seja a mesma reparo dose única = doses fracionadas inexistência de reparo Fracionamento da dose em radioterapia Poupa os tecidos sadios - reparo do dano subletal - repopulação das células - reoxigenação de células tumorais Aumenta o dano no tumor - redistribuição de células nas fases radiosensíveis do ciclo celular
  • 20. TIPO DE RADIAÇÃO - LET e RBE quantitativamente independe tipo de radiação Efeito Biológico quantitativamente depende tipo de radiação mesma quantidade de E mesmo número de pares de íons formados Doses equivalentes de diferentes tipos de radiação não produzem efeitos biológicos quantitativamente similares 1Gy de nêutrons > 1 Gy de raios X diferença no padrão de deposição de E da radiação Efeitos biológicos deposição de E da radiação Deposição de E e a sua distribuição na matéria tipo de radiação
  • 21. RADIAÇÕES DE ALTA LET > RADIAÇÕES DE BAIXA LET (partícula a, nêutrons) (raios X, raios gama) LET = quantidade de E média depositada na matéria (keV/mm) unidade de distância percorrida
  • 22. RBE = dose de raios X (250 kV) (mesmo efeito biológico) dose de outro tipo de radiação Curva de sobrevida de células de mamíferos em cultura, irradiadas com neutron e com R-X R-X - fração de sobrevida de 0,01 = 10 Gy n - fração de sobrevida de 0,01 = 6,6 Gy RBE = 1,5 RBE = 3 Explicação: R-X: há shoulder neutron : curva exponencial RBE vai depender da dose R-X - fração de sobrevida de 0,6 = 3 Gy n - fração de sobrevida de 0,6 = 1 Gy
  • 23. LET  100 keV/mm (LET ótima) RBE atinge o valor máximo reflete o tamanho do “alvo” que é similar para todas as células de mamíferos densidade de ionização distância média entre os eventos ionizantes coincide com o  da dupla hélice de DNA (2 nm) Radiações de LET ótimo: -n de algumas centenas de keV -p de baixa E -partículas a
  • 24. FATORES QUÍMICOS EFEITO O2  Na presença do O2 sistemas biológicos tornam - mais sensíveis à radiação (hipóxia ou anóxia) radiação X ou g 2 e 3  Taxa de aumento do O2 (OER) nêutron 1 e 2 a 1 (não ocorre a radiossensibilidade pelo O2)  Habilidade do O2 em potencializar a eficácia de uma dada dose de radiação EFEITO DO O2  O2 modifica quantitativamente o dano da radiação, mas não altera qualitativamente  O2 necessita estar presente no momento da irradiação  Concentração muito pequena de O2 suficiente para induzir um efeito radiobiológico  Tecidos normais (20 - 40 mm Hg) bastante oxigenados
  • 25.
  • 26.  Mecanismos - age diretamente na molécula - alvo O2 nível de lesões químicas iniciais impede o reparo - age em nível de radicais livres responsáveis pelo efeito O2 O2 + R RO2 (peróxidos orgânicos) O2 potencializa a lesão inicial induzida pela radiação
  • 27. FATORES CELULARES ESTADO PROLIFERATIVO Mais radiossensíveis células que mais rapidamente se dividem 1906 Bergonie e Tribondeau RADIOSSENSIB. CELULAR = atividade mitótica grau de especialização
  • 28. FASE DO CICLO CELULAR células em mitose ou em G2 mais sensíveis células na fronteira G1 / S mais resistentes variação no nível de compostos contendo grupamentos SH Hipóteses atividade de enzimas de reparo configuração ou grau de condensação do DNA CONSTITUIÇÃO GENÉTICA DA CÉLULA (capacidade de reparo) diferentes níveis de indução de dano no DNA + eficiência de reparo radiossensibilidade intrínseca celular
  • 29. CLASSIFICAÇÃO DE CÉLULAS DE MAMÍFEROS QUANTO À RADIOSSENSIBILIDADE GRUPO 1: linfócitos eritoblastos espermatogonias GRUPO 2: células granulosas mielócitos células intestinais célualas germinativas da camada epidérmica da pele GRUPO 3: células glandulares gástricas células endoteliais de vasos sanguíneos GRUPO 4: osteoblastos osteoclastos condroblastos espermatócitos e espermátides GRUPO 5: granulócitos osteócitos espermatozóides GRUPO 6: fibroblastos células endoteliais de grandes vasos sanguíneos eritrócitos GRUPO 7: fibrócitos condrócitos fagócitos GRUPO 8: células musculares células nervosas
  • 30. RADIOSSENSIBILIDADE DE LINFÓCITOS • normalmente não se dividem • células especializadas e diferenciadas • células altamente radiossensíveis • relação volume nuclear / citoplasma grande • escassos em citoplasma Características